Fundador: Abel Gomes Pólvora
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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt
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Diretor: Félix Rapaz
ANO LXXXIX • N.º 1195 de 1 de Março de 2015 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00592015RL/CCMS)
Saúde aguarda por melhores dias
Páginas Centrais
Carnaval 2015: Imagens que valem mais que palavras Página 13
Ginástica: MGBOOS no pódio Página 15
Alberto Leite: O doutor amigo dos pobres Página 5
O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2015
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nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74 nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 Caixa Geral de Depósitos 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24 BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Farmácias de Serviço
EDITORIAL
Felix Rapaz
Contatos uteis
O Carnaval acabou são só quatro dias, já sabemos! De norte a sul de Portugal a folia passou, mas, ficou um milhão e quinhentos mil desempregados; dois milhões no limiar da miséria, cento e quarenta mil miúdos que vão diariamente em jejum para a escola, quase duzentos mil jovens que abandonaram o país por ausência de futuro, velhos que vivem quase sempre sozinhos e sofrem muito frio no inverno – adoecendo com maior facilidade e mais gravemente – hospitais que funcionam com dificuldade por falta de médicos,
enfermeiros e medicamentos. Portugal tem o coeficiente mais elevado de desigualdade de distribuição de rendimentos na Europa. Por cá, começam as iniciativas partidárias, o PS e o MSU anunciaram as suas convenções autárquicas para março. Vamos ter um início de primavera (político) bastante quente, a luta partidária para as autárquicas de 2017 começa a dar os primeiros passos e O Sesimbrense vai estar presente nos momentos cruciais.
Opinião
Repensar a saúde em Portugal
Por: José Manuel Vieira Com o apoio:
Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia
212 681 685
Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana
212 688 370
Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra
212 288 078
Farmácia Lopes
Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
212 233 028
Edição publicada segundo o novo acordo ortográfico
Em qualquer sociedade, a saúde é um bem precioso que se torna necessário preservar. A saúde em Portugal, há já largo tempo, é assunto dominante na esfera pública, por razões explícitas e implícitas, mas muitas das vezes desconhecidas da maior parte das populações. Só quando acontecem situações de grande repercussão, como foram, por exemplo os recentes casos das nove mortes nos serviços de urgências de vários hospitais do país, é que as pessoas parecem acordar de uma letargia provocada pela nossa ausência de esclarecimento, tomada de consciência e de pro atividade, enquanto cidadãos. Na perspetiva do bem coletivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como conceito de saúde: “um estado de completo bem-estar, físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”[1]. Numa retrospetiva histórica, convém relembrar que as bases gerais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram levadas a debate pelo então Ministro António Arnault, à Assembleia da República, em 1978, que as aprovou. A partir desse momento o SNS assegura o direito à proteção na saúde à população portuguesa. Assim, “o acesso ao SNS é garantido a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social”[2]. Desde então, o acesso à saúde ficou conhecido como uma das grandes conquistas do 25 de Abril, a par do ensino/educação e segurança social, entre outras. Durante largos anos o SNS português, associado às novas tecnologias, que muito contribuíram para os grandes avanços na medicina preventiva e curativa, no país, foi considerado pelas organizações internacionais e nacionais como um dos mais eficazes, de qualidade e evoluídos na Europa e no Mundo. Sensivelmente desde 2008 que os sucessivos governos pretendem transferir (senão todo, pelo menos uma grande fatia) o SNS para o sector privado. Sob pretexto da regularização do deficit das contas públicas do país, os políticos atuais decidem tudo privatizar e a saúde não escapa. Está à vista de todos: encerramento dos centros de saúde, não admissão de pessoal (médicos, enfermeiros, administrativos, auxiliares) nos hospitais, falta de stock de medicamentos e de material complementar para intervenções cirúrgicas, aparelhos que não funcionam, serviços desativados, etc. Como consequência desta desregulamentação, as urgências de muitos hospitais estão a rebentar pelas costuras. A falta de médicos prolonga por largas horas casos de atendimento imediato, com consequências trágicas. É caso para perguntar, como é que se passou de um bom serviço ao caos que se verifica em certas unidades hospitalares, em tão curto período de tempo? O que está em jogo na saúde em Portugal? Qual é o objetivo no desmantelamento do SNS? Porquê privatizar (a grande velocidade) um serviço público que é essencial para a população portuguesa? A saúde tem de se tornar um negócio? [1] FERREIRA, F.A. Gonçalves, “História da Saúde e dos Serviços de Saúde em Portugal”, Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1990, P. 12.; [2] Idem, P. 499.
ATUALIDADE
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Sesimbra na FIL
Os pavilhões da FIL no Parque das Nações voltaram a abrir, de 26/2 a 1/3 para a BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), na sua 27ª edição. Segundo a organização estão previstos 70000 vi-
sitantes. Como é habitual, os primeiros dias são dedicados aos profissionais do Trade. Os restantes dias do certame são abertos ao público. O Presidente da Comissão organizadora da BTL, Vitor Neto, salientou a presença de 2500 profissionais interna-
cionais, 1000 expositores nacionais/internacionais e cerca de 36 destinos internacionais, dos quais 12 são novos destinos, tais como: China, Croácia, Guiné-Bissau, Tailândia, Peru, Paraguai, Irão, etc. O destaque para a região do Alentejo, destino turístico nacional e internacional. O município esteve inserido na ilha da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa com um espaço próprio e brindou os visitantes com a doçaria tradicional e por trabalhos dos artesãos, promovendo Sesimbra como destino turístico. À margem do certame, realizou-se a conferência Turismo 2020. João Silva
Empresa Fixe em Casa na Conferência Sailing Towards 2020
Os sesimbrenses Miguel Zegre e Manuel Cardoso, gerentes da empresa Fixe em Casa estarão nos dias 2 e 3
de Março, na conferência Sailing Towards 2020, em Bruxelas. Apresentada como exem-
plo de sucesso na aplicação de fundos comunitários, a Fixe em Casa foi selecionada entre um universo de nove mil empresas apoiadas por aqueles fundos. Relembramos que esta empresa, que criou a marca O melhor Peixe do Mundo, entrega semanalmente, a domicílios e empresas na região de Lisboa, peixe fresco capturado pela frota sesimbrense.
Petição para nova Escola Secundária na Quinta do Conde Numa iniciativa da Associação de Pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde, Junta de Freguesia da Quinta do Conde e Câmara Municipal de Sesimbra, realizou-se no dia 20 uma sessão de esclarecimento e debate sobre a necessidade da construção, urgente de uma Escola Secundária naquela freguesia. Uma das medidas a tomar para acelerar a edificação
deste equipamento escolar, foi a decisão da entrega de uma petição, na Assembleia da República, visando a concretização desta velha aspiração da comunidade quintacondense. Segundo Vítor Antunes, presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, “a falta da citada escola obriga não apenas os jovens a deslocarem-se para as escolas da periferia das cidades
de Setúbal, Seixal, Almada, Barreiro e até para Lisboa, permanecendo muitas horas diárias longe do olhar vigilante dos pais, como ainda representa para estes um encargo mensal na ordem dos 50 euros, despesa que nos tempos que correm não é despicienda, ante a acentuada redução verificada no rendimento das famílias provocada pelos cortes impostos a quem vive do seu trabalho”.
ACISTDS promove almoço-debate com associados Dando continuidade ao ciclo de encontros com os seus associados, a ACISTDS – Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal realizou no passado dia 25 de Fevereiro, a segunda edição desta iniciativa. Subordinado ao tema “O Reforço do Associativismo”, este almoço-debate, realizado no Restaurante Capítulo, promoveu a discussão das principais problemáticas sentidas pelos empresários, bem como a análise e reflexão acerca do futuro do associativismo.
850 anos da conquista do Castelo de Sesimbra No dia 21 de fevereiro de 1165, D. Afonso Henriques conquistava o Castelo de Sesimbra. Na comemoração dos 850 anos dessa data, irão ser desenvolvidas várias atividades, cujo ponto alto das comemorações é o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de abril, com a atividade de animação pedagógica À Descoberta do Castelo, uma conferência na Igreja de Nossa Senhora da Consolação sobre a conquista do Castelo de Sesimbra, e um apontamento de música medieval.
Os 162 Anos do Clube Sesimbrense Foi no passado dia 2 de Fevereiro que o Clube Sesimbrense celebrou 162 anos de existência. As comemorações foram realizadas nos dias 7 e 8 de fevereiro. O primeiro dia arrancou com a Sessão Solene e uma Palestra com o fotógrafo sesimbrense José Carlos Nero. Durante a tarde foram realizadas apresentações de atividades da associação, e no final do dia atuaram músicos e bandas convidadas. No segundo dia, realizaram-se homenagens aos sócios já falecidos, com a celebração de uma missa na Igreja Matriz.
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PESCAS
Porto de Abrigo
Pescadores queixam-se de falta de condições
Os pescadores estão revoltados com a falta de manutenção de algumas infraestruturas, bem como na ausência de resolução de procedimentos. Algumas escadas de acesso a terra são exemplo disso. Segundo alguns pescadores, estas encontram-se há vários meses por reparar, “em Outubro do ano passado, por volta da uma da manhã, o motorista da minha traineira ao descer a escada para entrar na embarcação, caiu ao mar por causa das condições daquela escada. Não fora o pronto auxílio e destreza dos seus camaradas de trabalho, que o salvaram, a situação poderia ter sido trágica”, lamentou Francisco Pinhal, pescador e dirigente associativo. Várias têm sido as reclamações, relativamente a esta matéria, mas das autoridades competentes apenas ouvem “o processo está em andamento”. Ao que apurámos, algumas escadas de acesso a terra, da jurisdição da Docapesca e da APSS, estão na realidade em muito mau estado, tornando-as praticamente inoperacionais. Registámos inclusive, alguns degraus reparados pelos próprios pescadores, com cordas. Confrontado com este problema, João Pólvora, diretor da Docapesca, garantiu ter conhecimento destes casos, informando-nos que já informou a APSS do sucedido, uma vez que as obras de reparação de cais e molhes são da competência daquela administração. Outra situação apontada pelos pescadores é a falta de resolução na retirada do veleiro Mira, do fundo do mar, junto à ponte cais 3. Sabe-se inclusivé que já ocorreram alguns incidentes, pelo facto dos mastros da embarcação estarem muito próximos da linha de água. Apesar do veleiro estar identificado com boias de sinalização, os pescadores têm muita dificuldade em manobrar as suas embarcações, principalmente quando estão a atracar.
Projeto UNDULATA
Estudo do IPMA sobre a raia amarela O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) está a realizar um estudo da dinâmica populacional da espécie raia curva Raja undulata, conhecida como raia amarela, na costa continental Portuguesa – Projeto UNDULATA. Desde 2009, que a raia curva se encontra na lista de espécies proibidas da União Europeia. Esta inclusão determina a sua proibição de pescar, manter a bordo, transportar ou desembarcar. A adoção desta medida teve repercussões na atividade pesqueira de Portugal continental, particularmente nas águas da Costa Azul (Sesimbra e Setúbal), já que a raia curva é uma espécie acessória de pescarias efetuadas pelas frotas polivalente local e costeira. Este Projeto visa a recolha de informações que permitam avaliar o estado de exploração da raia curva e assenta na marcação de espécies e no acompanhamento dos indivíduos marcados ao longo do tempo,constituindo uma mais-valia e um garante para a prossecução dos objetivos que se pretendem alcançar. Logo após a fase de marcação, que se espera que permita marcar um número significativo de exemplares, proceder-se-á à fase de Re-
“Histórias de Mar” - Sesimbra na RTP2 Estreou no passado dia 14 de Fevereiro, pelas 15h00, na RTP2, o programa “Histórias de Mar”. Lançado pela ADREPES em parceria com as Câmaras Municipais de Alcochete, Sesimbra e Setúbal, contou com o apoio do Clube Naval de Sesimbra, ArtesanalPesca, Mútua dos Pescadores e Autoridade Portuária de Sesimbra e Setúbal. Este programa, que será transmitido durante 13 semanas, tem como principais objetivos valorizar as profissões do mar, promover a exploração sustentável dos recursos naturais, as artes de pesca tradicionais, as espécies subvalorizadas, os produtos e serviços associados ao “mar e ao rio”, apelando à proteção da natu-
reza e preservação ambiental, por forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das comunidades piscatórias da Península de Setúbal. Nestes programas, podemos ouvir histórias sobre os saberes-fazer ancestrais ligados ao mar e ao rio que cimentaram a identidade deste território. No segundo episódio, trans-
mitido no dia 21, foi divulgada a produção e captura sustentável do mexilhão, na Lagoa de Albufeira. Hernâni Rodrigues, proprietário de seis das quinze concessões das plataformas, demonstrou como esta arte tem evoluído, e explicou o porquê do mexilhão da Lagoa de Albufeira ser considerado dos melhores da Europa e do Mundo.
captura, que requer a recolha de informações sobre os exemplares recapturados e devolvidos ao mar. Nesta fase a colaboração dos pescadores e mestres é essencial, na recolha de informação (número da marca; data de captura; coordenadas do local de captura; comprimento total do exemplar; número total de raias cur-
va do lance;) e na sua imediata transmissão ao IPMA ou às Associações de Pescadores.
Opinião Não entres tão depressa nessa noite escura Por: Carlos Alexandre Macedo
varamessaiola.blogspot.com
Este é o título de um livro publicado por António Lobo Antunes há 15 anos atrás. Tenho tentado neste espaço, na maioria das vezes, apresentar uma perspectiva risonha da realidade da pesca portuguesa no geral e da pesca em Sesimbra em particular. Hoje não será assim. Na semana em que escrevo este texto (a ultima de Fevereiro) as traineiras de Sesimbra tomaram a decisão de parar de pescar. Desde meados de Dezembro que estas embarcações não conseguem rentabilizar as suas empresas, pois a única espécie que encontravam em abundância era sardinha, cuja captura se encontra proibida. Mesmo nas vezes em que encontravam sardinha misturada com outras espécies, como carapau ou cavala, tinham de rejeitar o pescado porque o despacho de proibição da captura de sardinha não admite qualquer captura acessória. Esta situação tem-se agudizado nestes dois primeiros meses do ano. Sair para o mar, gastar combustível, trabalhar como sempre e depois ter de rejeitar o resultado desse trabalho, para além de insustentável é altamente desmoralizador. Pelo que temos de aceitar e compreender a decisão tomada de pararem até que termine a proibição de pesca da sardinha.
Para além disso, os efeitos colaterais também não são irrelevantes. As embarcações do anzol, que utilizam como isco a sardinha e sobretudo a cavala, são também afectadas. Primeiro pela intermitência das capturas das traineiras e agora pela sua paragem. As embarcações dedicadas à pesca do peixe-espada preto são especialmente afectadas, porque apenas usam isco fresco. Apesar de o início do ano ser historicamente um momento de maior abundância desta espécie, para além das dificuldades resultantes das adversas condições atmosféricas que lhes retiram dias de pesca, as embarcações acabam por perder dias de pesca também por falta de isco. A montante de tudo isto a indústria transformadora e os comerciantes não tem pescado para trabalhar. Sesimbra ressente-se, o poder económico retrai-se, a maresia cheira a tristeza e desmotivação. As dificuldades, dizem, tornam-nos mais fortes. Mas neste sector onde não conseguimos controlar todos os factores, tudo acontece a uma velocidade e com uma intensidade por vezes desproporcionada. Resta-nos lutar e esperar que o ciclo se inverta e que o retorno compense o esforço.
Este texto não obedece ao novo acordo ortográfico por opção do autor
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Alberto Augusto Leite
HISTÓRIA
O Doutor de Santana, amigo dos pobres
No passado dia 19 de Fevereiro, fez precisamente 19 anos que faleceu o senhor Doutor Alberto Augusto Leite, mais conhecido por “Doutor de Santana”. Esta efeméride não passou despercebida ao jornal Sesimbrense, que desta forma volta a homenagear a memória deste ilustre médico que ininterruptamente durante 61 anos, 45 dos quais como médico municipal e delegado de saúde, dedicou a sua vida aos sesimbrenses, considerando-os muitas vezes como filhos e netos, ajudando-os a vir ao mundo, uma vez que também desempenhou funções de parteiro. Figura incontornável da sociedade sesimbrense, continua bem viva na memória de muitos, a abnegação, a solidariedade, a partilha e ajuda a quem o recorria, fosse para curar as maleitas ou para um simples conselho. Estava sempre disponível a quem solicitava os seus serviços médicos e por vezes ainda deixava dinheiro para os auxiliar, nas suas deslocações a casa. Com poucos recursos fazia muito pelos habitantes de Sesimbra e prestou relevantes serviços no hospital da Santa Casa da Misericórdia. A Medicina da altura dispunha de algumas mezinhas tradicionais como por exemplo: purgas, clisteres, sangrias, banhos quentes e frios e a bagaceira. Nascido em Trouxemil, Concelho de Coimbra, a 26 de Outubro de 1903. Formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra a 9 de Novembro de 1927. Pouco tempo depois concorria “ao lugar de facultativo municipal da freguesia de Nossa Senhora da Consolação do Castelo” e a 21 de Julho de 1928 era nomeado médico contando apenas 24 anos. Segundo a D. Luísinha Leite
(como gosta de ser tratada), sua filha, o Doutor Leite tinha várias especializações, entre as quais Medicina Tropical, obtida no Instituto de Medicina Tropical, na Junqueira em Lisboa, “porventura com vontade em ir para África”, refere a D. Luísinha Leite. Foi convidado para ir para Loulé, pensou em aceitar, mas ao comunicar a decisão de ir para o Algarve, a Novembro de 1932, homens representantes da “Vila” e do “Campo” e figuras
de relevo juntaramse à sua porta no “Casal da Amadora”, em Santana, na tentativa de o demover da ideia. Assumiu o compromisso de ficar e manteve-se em Sesimbra até ao fim dos seus dias. A 14 de Junho de 1937 casou com a Senhora D. Maria Carolina Silva Passos e tiveram quatro rebentos (uma filha e três filhos). Quaisquer que fossem as condições meteorológicas,
O reconhecimento Por iniciativa da Mesa Administrativa da Misericórdia de Sesimbra, a 17 de Novembro de 1973, à passagem para a
situação de aposentado, devido ao limite de idade na função pública, foi-lhe prestada uma homenagem memorável. Desde logo o descerramento duma lápide no átrio do hospital da Misericórdia e da oferta duma salva de prata pela CMS. Posteriormente um grandioso almoço no Hotel do Mar, com ilustres convidados, familiares entre outros, a que presidiu o representante do governo, o Governador Civil do Distrito, que entregou o colar e as insígnias do grau de Comendador da Ordem de Benemerência. A 29 de Novembro de 1985, por iniciativa da Assembleia Municipal de Sesimbra, foi aprovada uma moção, que recomendava à Câmara Municipal dar o seu nome a uma rua e também a atribuição da medalha de ouro do Concelho, o que veio a acontecer em 1993, tendo sido escolhida a estrada nacional que atravessa Santana, local esse onde viveu e trabalhou durante toda a sua vida. João Silva e Jovita Lopes
Localização do consultório em Santana, na atual rua com o seu nome
As Histórias... Várias são as histórias narradas, pela população, referente ao Doutor Alberto Leite. Conta-se que, por vezes quando se deslocava a casa de algumas famílias mais pobres, levava nos bolsos algumas pinhas abertas para, ele próprio, atear o fogo nas chaminés, e aquecer os residentes. Em muitas consultas, quando questionado sobre o valor a pagar, respondia: “Quanto é que deves? Não deves nada, olha para mim, ah tens uma cara tão linda! Passe bem, se piorar digame.” Saía porta fora, de bolsos vazios. As narrativas familiares, vividas com o Doutor Leite, são muito peculiares e recordadas com alguma nostalgia, pela sua filha. Na realidade os tempos eram outros. D. Luísinha Leite recorda que certo dia, seu pai sentouse à mesa a chorar. “Ó Alberto, estás a chorar de quê?”, perguntou D. Maria Carolina, sua esposa. “Sabem lá o que aconteceu... Apareceu lá hoje, uma fulana lá daqueles
deslocava-se a todos os lugares do concelho, por vezes por caminhos ingremes, a pé ou de burro, com a mala de médico, oferecida pela D. Elisa Maldonado (Quintinha). Respondia prontamente a qualquer hora do dia ou da noite, aos “chamados” das pessoas que precisavam urgentemente do seu auxílio.
lados (Alfarim ou Azoia), que queria pagar uma divida. E eu perguntei mas que dívida é que tu tens? Então não é que, como não lhe levei nada pelo parto, e como o filho lhe enviou o primeiro dinheiro, por estar mobilizado em Angola, me queria pagar a dívida, com aquele dinheiro, passados tantos anos! Não aceitei nem um tostão”. Emocionada D. Luísinha Leite reforça “No final da história, chorámos todos à mesa”. “Recordo também quando o Professor Cavaco Silva fez uma visita a Sesimbra e passou pela Venda Nova. O meu pai recebeu-o de pé, juntamente com a minha família”, refere a filha do Doutor Leite, que intensifica o seu discurso afirmando que as primeiras palavras do seu pai foram: “Saiba V. Exa., Sr. Primeiro-Ministro, que abomino a Politica, é a coisa mais nojenta que há”. Se por um lado o Doutor Alberto Leite, vivia “de coração aberto”, por outro era inflexível nas suas decisões, particularmente no que dizia respeito aos assuntos familiares. “Certo
dia o meu pai chamou-me para comunicar uma decisão. Disseme: Maria Luísa estive a pensar com a tua mãe e decidimos que vais para Sesimbra, para a Escola das Órfãs. Só ali consegues perceber o que é a vida. Porque a vida não é só andar de bicicleta, brincar, saltar e chegares à mesa e estar tudo pronto na tua frente, não é assim!”, relembra D. Luísinha que afirma ter acatado prontamente as ordens de seu pai. Hoje reconhece que talvez tenha sido a melhor decisão que o seu pai tomou por si, e acrescenta: “Naquela altura, em plena segunda
guerra mundial, os tempos eram muito difíceis. Havia muitas dificuldades, nessa altura, as pessoas viviam da agricultura e da pesca. Mas quando havia mau tempo, os barcos não saíam para o mar, não existiam os molhos de proteção. Como o meu pai gostava muito do campo, e na Venda Nova tinha vacas, porcos e aves, ajudava algumas famílias e instituições. Doava o leite das suas vacas, para a Escola de Beneficência e Assistência aos Órfãos de Sesimbra, atualmente Externato Santa Joana.”
Seguindo os passos do seu pai, também Luísa Leite, ajuda o Externato Santa Joana, disponibilizando a sua quinta, na venda nova, para a apanha de laranjas e tangerinas.
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6 Capela da Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra
Restauro do teto do Altar-Mor
LOCAIS
Mendes Dias, da Casa Calhariz, da Câmara Municipal de Sesimbra, da Comissão de Festas em Honra do Sr. Jesus das Chagas, da D. Maria da Conceição da Silva e de outras empresas e anónimos”, reforçou na sua intervenção o provedor Manuel Adelino Bernardino. Joana Dias, da Empresa Arterestauro, apresentou as
diferentes fases de intervenção, mencionando como principais problemas a fixação, a existência de fendas e rachas e a ocultação das pinturas do teto, devido ao fumo das velas e candelabros. No final a Santa Casa brindou os presentes com um pequeno apontamento musical, por Janaina Lima Nobrega, em flauta de bisel.
Carta Aberta ao Carlos Sargedas
Foram apresentados em cerimónia pública, no dia 6 de Fevereiro, os trabalhos de conservação e restauro do teto do altar-mor da capela da Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra. Esta edificação, que remon-
ta ao século XVI, tem sofrido ao longo do tempo pequenos apontamentos de manutenção, que se revelaram insuficientes, nomeadamente no que respeita ao teto do altarmor. Esta obra, ambicionada há dezenas de anos, pela
Santa Casa da Misericórdia, contou com o apoio de várias entidades. “Tudo isto não seria possível se não tivéssemos tido o apoio da Fundação Millennium BCP que contribuiu com 1/3 da obra e com a ajuda do Joaquim
Moradores da Lagoa de Albufeira sentem-se abandonados Falta de limpeza nas bermas, candeeiros fundidos, há já vários meses, e caixotes do lixo sem estrutura de fixação, são apenas alguns exemplos apontados por vários moradores, de primeira habitação, da Lagoa de Albufeira. “Com um IMI tão elevado, merecíamos mais respeito”, lamentam. Esta zona do concelho de Sesimbra tem sido alvo constante de assaltos a residências, muito devido à falta de iluminação e à ausência de vigilância por parte das autoridades. Grande parte, destes problemas tendem a ser resolvidos na época alta, quando a Lagoa tem uma grande afluência de turistas. Apesar das várias queixas efetuadas, junto das entidades competentes, os moradores queixam-se de serem esquecidos durante a época baixa.
Meu bom amigo Carlos Relembro que em todo o concelho de Sesimbra, do Espichel à Quinta do Conde, não há quem o não conheça e estime pelo muito que tem feito de valioso para a comunidade “pexita”, com o denominado campo obviamente incluído. O seu apego a ideais de cidadania, a obra feita no Rotary, a qualidade do seu estabelecimento comercial, bem no “coração” de Sesimbra e o que de muito meritório tem conseguido na divulgação das belezas ímpares do Cabo Espichel, proporcionam um somatório apreciativo que constitui o expediente lógico desta carta aberta. Eu sei como têm sido importantes as heranças afetivas, versus “piscosa” do senhor seu pai e do inesquecível Mário Sargedas, saudoso irmão de tanto talento. Também sei – e sublinho – do constante apoio de sua mulher, expedita, afável, assumidamente cidadã sesimbrense. E a filha há-de garantir a continuidade credora
de elogios. Desde há muito colaborador assíduo de “O Sesimbrense”, o Carlos sabe do apreço que nutro por si, formulando votos de continuados sucessos em todas as áreas onde se tem distinguido. E venham mais iniciativas louváveis, uma ainda maior divulgação do Cabo Espichel, mais amplos sucessos pessoais que desejo testemunhar na sequência desta missiva que finalizo com um forte abraço. Sesimbra pode e deve estar-lhe grata, meu caro Carlos. De minha parte aqui tem o meu convicto contributo. David Sequerra
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Conferência Rotary Club de Sesimbra
Comunicação Social
Na sala polivalente do CineTeatro João Mota, em Sesimbra, realizou-se no dia 21 de Fevereiro uma conferência sobre “Comunicação Social em Sesimbra”, organizada pelo Rotary Club de Sesimbra. Após o acolhimento e os agradecimentos aos convidados presentes por parte da Presidente dos Rotários, tomou da palavra a moderadora do debate, Natália Abreu, ex-jornalista da Sesimbra FM, explicou que é
necessário “Engenho e arte” na profissão e que “Não se pode fazer jornalismo de proximidade, sem se sair da redação”. Na primeira parte da conferência, o tema abordado foi: “O papel dos meios de Comunicação Social local/regional na informação de proximidade” e pela rádio Sesimbra FM/Jornal de Sesimbra, o diretor Eduardo Cruz, salientou as dificuldades com que se deparam os jornais/rádios locais; no Distrito
de Setúbal existiam 22 rádios e presentemente apenas 5. A crise económica atingiu a comunicação social local, originando um decréscimo de publicidade e de assinantes/leitores, o que levou os profissionais a se desdobrarem em várias tarefas. Em relação aos jornais tradicionais, os custos inerentes são elevados e põem em causa a sua própria sobrevivência. Lembrou também que a comunicação social tem o
dever de retratar os problemas das populações e ter a idoneidade necessária em relação às forças políticas e empresariais. O segundo orador Francisco Rito, diretor do jornal diário da Região, deu o exemplo da fusão de 7 jornais de distribuição gratuita no distrito de Setúbal, originando um único jornal diário. Referiu também o definhamento de alguns orgãos de comunicação social local, devido aos custos incomportáveis em se manterem. Para o diretor do jornal Nova Morada, Jorge Santos, considera que o mercado local foi alvo de uma sangria nos últimos anos, com consequentes cortes nas economias locais e a uma concentração em grandes grupos. Salientou a importância da comunicação social local e a proximidade ao público, mas também alertou para a necessidade da veracidade da informação e ter em atenção os respectivos impactos nas populações. Para o diretor do jornal O Sesimbrense, Felix Rapaz, afirmou que o jornal, é motivo de pertença dos seus leitores,
existe uma ligação umbilical, especial com a população de Sesimbra. O papel da imprensa regional baseia-se na proximidade, é factor de coesão social. É um jornalismo mais humano, mais sensivel, mas deve-se evitar ser correia de transmissão e nem se deve fazer oposição, é o elo de ligação à terra, para quem está fora e que necessita de ter esse vínculo. Por último o diretor do recente jornal on-line “Mares de Sesimbra” João Aldeia, ex-director do Sesimbrense, fez uma restrospectiva sobre o panorama jornalistico sesimbrense, ao longo dos anos, sintetizando a história da imprensa regional no concelho. Apresentou a metodologia utilizada no novo jornal on-line “Mares de Sesimbra”, com edições compostas por dois temas e entrevistas de fundo, dedicadas às actividades relacionadas com a pesca e com os pescadores entre outros. Por fim o espaço dedicado às intervenções do público presente, que aproveitou para expor vários pontos de vista. João Silva
EDUCAÇÃO
I Jogo de Gestão Interescolas
Conselho Eco-Escolas Escola Michel Giacometti da EBIBA presente na final reúne e toma decisões
No passado dia 4 de Fevereiro, realizou-se o segundo Conselho Eco-Escolas formal na EBIBA (Escola Básica Integrada da Boa Água). Os principais objectivos deste Conselho foram transmitir as informações relativas ao Seminário Eco-Escolas que se realizou em Monção entre os dias 23 e 25 de Janeiro e continuar a elaboração do Plano de Ação do Eco-Escolas. Estiveram presentes todos os elementos do Conselho EcoEscolas tendo sido decidida a participação da EBIBA no World Days of Action (WDA) que terá lugar no próximo dia 22 de Abril, os representantes da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBIBA, da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, da
Câmara Municipal de Sesimbra e da ANIME comprometeram-se em colaborar em tudo o que for possível de modo a que este dia tenha a visibilidade que merece. Uma das iniciativas deste dia terá lugar no espaço adjacente ao mercado Municipal da Quinta do Conde no dia 18 de Abril. Foram divulgadas as várias iniciativas relacionadas com as comemorações dos vinte anos da implementação do programa EcoEscolas a nível internacional. Uma das iniciativas des-
tas comemorações será da inteira responsabilidade da EBIBA no entanto a Rota EcoEscolas terá de contar com a participação das restantes Eco-Escolas do Concelho, da GNR e da Câmara Municipal de Sesimbra. O Plano de Ação do EcoEscolas na EBIBA continua em construção e está aberto às diversas sugestões da Comunidade Educativa. Para mais informações podem consultar a página do Facebook do Eco-Escolas da EBIBA: “ Eco Boaágua” JRA da EBIBA
Promovido pelo Instituto Politécnico de Setúbal, o I Jogo de Gestão Interescolas do Distrito de Setúbal, contou com a participação de 16 equipas compostas por alunos de escolas secundárias e profissionais. Este projeto educativo pretende sensibilizar os jovens para as práticas de gestão, proporcionando o desenvolvimento de competências básicas na área das ciências empresariais. Após uma primeira fase de competição, foram apuradas para a final oito equipas, que disputarão os lugares cimeiros no dia 17 de abril, na Escola Superior de Ciências Empresariais do IPS, no Campus de Setúbal do Instituto. Das equipas a concurso, destaque para a presença notória da Escola Básica e Secundária Michel Giacometti, que conseguiu apurar para a final 3 equipas (Paradise Enterprises, Lótus e CJL Company).
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SAÚDE
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Falta de médicos, utentes sem médico de família, horários de atendimento reduzidos e falta de condições técnicas e de equipamento
Saúde aguarda por melhores dias
A qualidade da prestação nos serviços de saúde é hoje uma necessidade inerente aos próprios serviços, uma vez que estes existem para servir os utentes. Em consequência, é fundamental ir ao encontro das suas necessidades e conseguir um elevado grau de satisfação desses mesmos utentes com os cuidados que lhes são prestados. A realidade da atual da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Sesimbra e o Atendimento Complementar (AC), na freguesia de Santiago, carecem de uma profunda reestruturação ao nível de infraestruturas e procedimentos. Aliás, a sua não concretização a curto prazo, poderá inclusive ter repercussões a outros níveis. A diminuição da esperança média de vida dos utentes, da freguesia com menos habitantes, a possibilidade de encerramento de farmácias localizadas em Santiago e o afastamento de turistas, são apenas alguns exemplos, que com o passar do tempo e alguma passividade, se poderão tornar uma realidade. Entre connosco na UCSP e no AC e conheça o que se espera para o futuro da saúde na Freguesia de Santiago.
As atuais instalações A evidente falta de condições de trabalho e de acesso, para prestação de um bom serviço nos cuidados de saúde primários, e a manifesta degradação física do equipamento existente tem levado a que, os intervenientes na saúde reivindiquem um serviço de qualidade. A realidade deste serviço que serve cerca de 9000 utentes é inaceitável. O UCSP de Sesimbra, arrendado pela Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra, desde 1974, funciona num edifício antigo e sem condições técnicas e de funcionamento, onde não são realizados investimentos nem obras de fundo, há vários anos. O reconhecimento da necessidade de construção de um novo centro de saúde e requalificação do sistema é assumido por todos os in-
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Opinião Custe o que custar...
Por: José Aberto T.C. Inácio
Ao fim de 39 anos da minha atividade profissional, em Sesimbra, passei, para a situação de “reformado”. Pois bem, resumidamente irei recuar algumas dezenas de anos e, relembrar que, antigamente não tínhamos este tipo de serviço em Sesimbra. Um Serviço de Atendimento nos Centros de Saúde, era mais que necessário, por vários motivos. Assim, para esse fim, foi criado um grupo de trabalho, do qual tive o prazer de fazer parte, para que fosse possível essa realidade. Entre outros, faziam parte desse grupo; Dr. Jorge de Campos, Dr. Ernesto Tocantins, Dr. Miguel Bastos, Amadeu Penim, Reis Marques, Enfermeira Eduar-da, Enfermeira Natália, José Marques, Padre Agostinho, entre outros. Com muito trabalho e várias reuniões, pós horário laboral, tudo foi pensado, para que a criação do serviço fosse não só para a população local, como também para todos aqueles escolhem esta vila para passarem as suas férias. Lembro-me de que a princípio, sempre que havia uma urgência, era feito o contacto para casa de um dos médicos residentes, e este vinha ao Centro de Saúde, atender o doente. Isto começou a ser insuficiente, e começaram a vir médicos, fora de Sesimbra, que durante a noite ficavam numas instalações (cedidas pela Câmara Municipal) no Bairro dos Pescadores. Foi assim durante anos, em que não havia o “…Custe o que Custar…” Tudo isto foi muito bom, tínhamos o Serviço de Urgência a 100%, com a garantia de médicos 24 horas por dia, onde muitas vidas foram salvas. Nestes últimos anos, o Serviço de Urgência em Sesimbra, começou a ser um pesadelo, pois tudo foi feito para diminuir o tempo de permanência de pelo menos um médico. Apesar das tentativas para alterar esta situação, quer pela Câmara Municipal, Centro de Saúde e outras entidades, nada tem sido possível fazer. Acabo por verificar que, cada vez, os doentes têm menos tempo para ficarem doentes, pois após de determinado horário, não temos médico nesse serviço. Assim, sem me lembrar da data, mas em determinada altura o nosso Primeiro Ministro, disse mais ou menos o seguinte: “…Custe o que Custar…” . Isto para justificar todos os sacrifícios que teríamos de suportar, e neste caso, no sector da Saúde, esse “custo” era elevado. Começamos a ter menos médicos, menos enfermeiros, menos auxiliares, menos Centro de Saúde, ou outros a começarem a encerrar mais cedo, Hospitais equipados, mas que não abrem por falta de pessoal, menos comparticipação nos meios auxiliares de diagnóstico, menor comparticipação em alguns medicamentos, etc. A Saúde em Portugal, está mesmo com falta de saúde. De dia para dia o que nos é dado a conhecer, seria impensável, pensar que fosse realidade, mas, na verdade é mesmo assim. Temos um Sr. Ministro da Saúde que precisa abrir bem os olhos, para ver tudo o que se passa neste sector. Não pode apenas pensar, onde cortar, para na verdade diminuir custos, pois, isto pode não resultar. Felizmente este Governo não é – Duracel -, como tal, ainda este ano, deverá deixará de funcionar. Creio que com um novo Governo, também a Saúde passará a ser diferentemente melhor. Assim, com essa esperança, o Serviço de Urgências em Sesimbra, terá de voltar a ser o que na verdade já foi. Sesimbra, o Concelho e o bom nome, quer a nível nacional, quer mesmo internacional, que esta Vila já tem, merece ter uma Saúde como um bem consagrado na Constituição. tervenientes nesta matéria. No entanto, as diligências de resolução deste problema estão longe de reunir consenso. Se por um lado Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, não concorda em absoluto que a Câmara se substitua ao Governo naquilo que são as suas responsabilidades e competências, não significando que não possa haver colaboração com o Governo na busca de melhores soluções e no apoio à sua concretização, Rui Novo, farmacêutico, diretor técnico da farmácia Leão e atual administrador do Grupo Sofárida, acha que este não é só um problema de decisões políticas a nível nacional, mas também a nível local. “É preciso dizer às pessoas, que quem tem a culpa não é só o governo é também quem está na autarquia, que também não assume as responsabilidades que o governo devia assumir. Não se corresponsabilizam por essas necessidades e
depois a população não tem meios para responder. A população tem que reclamar contra a autarquia que não assume estes custos, por ideário político e porque está nos seus genes não comparticipar nos serviços médicos, porque essa é uma responsabilidade do ministério. E nós estamos fartos dessa conversa. Numa situação desta, outras pessoas fariam aquilo que se faz em muitos pontos do país, nomeadamente na margem norte do Tejo, sentavam-se à mesa com os principais responsáveis pela saúde. Agora a recusa politica que a CDU assumiu, em todo o lado, não se compreende. Acham que os custos financeiros com a saúde são da responsabilidade do ministério, como o ministério não tem dinheiro e não vai ter tão depressa, quem é que se trama? O Zé Povinho!”, reforça Rui Novo ilustrando um artigo, publicado no Jornal Expresso, em Dezembro de 2014.
Respostas...
As novas instalações Há muitos anos que é reconhecida a necessidade de construção de um novo e adequado Centro de Saúde na Freguesia de Santiago. A autarquia avançou, recentemente, com medidas concretas como a permuta do edifico parcialmente reabilitado na Rua Aníbal Esmoriz pelo edifício do antigo Dispensário na Rua Amélia Frade ao ACES Arrábida. “Admitimos inclusive mediante protocolo assumir o papel de “dono da obra” lançando o concurso de construção e fazendo a fiscalização da obra. Esta proposta também se mantem caso o ACES/Ministério
Falta de médicos Um outro problema com que o UCSP se depara, é o com fato de ainda existirem cerca de 2000 utentes sem médico de família, que atualmente estão a ser seguidos por dois médicos nomeados por uma empresa de prestação de serviços. Em Outubro de 2014 o Ministério da Saúde disponibilizou, através da ARSLVT dois médicos cubanos para reforçar o corpo clínico do Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida (Palmela, Setúbal e Sesimbra), ao abrigo do acordo
Depoimento
Por: Maria João Inocêncio Os sintomas começaram a chegar devagar. Dores que não saíam de mim e que me magoavam, levaram-me quase todas as semanas ao centro de saúde. Dores de crescimento, diziam. E eu, perante aquela declaração, ganhava mais uma dor. A dor de não ser ouvida. E de facto, chegava de ouvir as mesmas respostas ocas vindas de quem era suposto ajudar-me e não ignorar o que eu (só e apenas eu) dizia. Com 14 anos tomei uma das melhores decisões da minha (ainda curta) vida. Assim, pedi para ir a um médico privado. A consulta chegou. Vi-me sentada numa marquesa a fazer uma panóplia de exames simples mas estava perante uma médica que acreditava em mim e no que sentia. Ouviu-me. Ouviu o meu corpo. A médica, que nunca me tinha visto, disse que havia algo de errado. Mandou-me marcar um exame mais específico. Não foi fácil fazer o exame, contudo esperar pelo resultado foi ainda mais doloroso. Lembro-me tão bem do dia em que soube o que dizia aquele relatório. Eram suspeitas, somente suspeitas de uma doença cruel e dolorosa. Suspeitas que vieram a confirmar-se. Mas naquele dia, chorei tanto! O mais justo será escrever, chorámos tanto. Porque, até hoje, nunca estive sozinha. Quando eu luto, os meus pais lutam comigo. Quando eu venço alguma batalha, eles também a vencem. Desde esse dia, que mudou a minha/nossa vida, que passei por muitos médicos e arrisco-me a escrever que 95% acreditaram nas minhas palavras e na minha dor. Quanto às respostas, aprendi que elas chegam e a maior parte mora com quem amamos.
opte por instalar o Centro de Saúde na Rua Amélia Frade. Em qualquer caso o financiamento da obra ficaria a cargo do Ministério ainda que cofinanciado por fundos comunitários”, reforça o presidente da Câmara. Para Augusto Pólvora e Cláudia Mata esta nova localização reuniria um vasto conjunto de fatores favoráveis, nomeadamente pelo seu posicionamento geográfico e pelas acessibilidades. Sabe-se que a proposta do município para o edifício na Rua Aníbal Esmeriz já foi analisada, e que o parecer técnico favorece a opção do antigo Dispensário, por questões técnicas previstas na lei.
restabelecido entre os estados português e cubano. Para a Vereadora do Pelouro da Saúde, Cláudia Mata e técnicos especialistas na área, esta poderia ter sido uma solução viável para a resolução deste problema. No entanto esta opinião não foi partilhada pelos municípios do ACES Arrábida que recusaram a proposta do Ministério. Em declarações à Agência Lusa, Augusto Pólvora afirmou que “Não concordamos com esta exigência do Ministério da Saúde de afetar aos municípios os encargos com o alojamento dos médicos, porque entendemos que se trata de uma competência da exclusiva responsabilidade da tutela”.
A falta de recursos na freguesia, onde sobressai os mais de 2 mil utentes sem médico de família, a ausência de meios técnicos na criação de uma USF (podendo ser uma solução ao problema) bem como a insuficiente capacidade de resposta do Hospital São Bernardo, em Setúbal, têm significado um prejuízo acrescido para os doentes e população em geral. Nos últimos anos tem-se vindo a assistir à degradação dos serviços públicos de saúde nomeadamente na falta de investimentos que permitam qualificar o serviço. Torna-se cada vez mais óbvio, que o sucessivo adiamento da resolução deste problema, nesta freguesia, se trata de uma opção política e não de uma questão orçamental. É necessário não ver em cada pessoa um utente, mas sim em cada utente uma pessoa. Jovita Lopes
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POLÍTICA
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Assembleia Municipal Caiu a figura do Provedor
O principal foco de discórdia, da reunião da Assembleia Municipal, realizada no passado dia 6 de Fevereiro, centrou-se no ponto 4 da ordem de trabalhos - Regimento da Assembleia Municipal de Sesimbra. Deliberado, por maioria, com quinze votos a favor (13 CDU+2 PSD/CDS-PP) e sete contra (4PS+2MSU+1BE), foi rejeitada a continuação da alínea v) do nº2 do artigo 3º na proposta do regimento, em “Eleger, em cada mandato, o Provedor Municipal, nos termos do
regulamento próprio” Relembramos que a figura do Provedor foi uma bandeira do Partido Socialista, tendo como base a necessidade de estabelecer uma “ponte de comunicação” entre a autarquia e os munícipes, sendo para o partido uma mais-valia no ponto de vista da cidadania e da democracia. Em comunicado, o PS considera este ato uma Golpada. “A Comissão de líderes, que é quem tem competência para tratar do regimento, reuniu sobre alterações ao regimento. Em todas as reuniões, foi evidente que havia duas posições distintas, uma pró e outra contra a figura do provedor, mas em nenhuma isso foi dito claramente como é que
isso iria ser solucionado, que propostas iriam ser feitas para resolver essa questão. Foi acordado colocar duas propostas distintas, uma para a questão do provedor, que não se conhecia quais eram as propostas, outra para as restantes questões. Na reunião da Assembleia Municipal, houve um período de discussão e mais tarde a presidente coloca à votação a manutenção do cargo do Provedor no Regimento.” Para Manuel José Pereira “em pleno ano 2015, depois de tudo isto que se passou, nunca me passou pela cabeça que alguém tivesse a coragem de propor a retirada do Provedor do Regimento.”
Atribuição do Prémio Espichel 2015 Nos termos do nº3 do art.º 7.º do regulamento do prémio Espichel, a Assembleia Municipal deliberou atribuir o Prémio espichel 2015, à Sociedade Musical Sesimbrense,
distinguida na área das “Artes e Letras” e à Santa Casa de Misericórdia de Sesimbra na área “Social e Profissional”. A cerimónia de entrega dos prémios, que reconhecem e
evidenciam o mérito destas entidades, ocorrerá em sessão especial, no dia 24 de Março.
Opinião De São Bento a Belém Por: Pedro Mesquita
Como facilmente se pode constatar, o ato eleitoral que determinará a escolha do próximo Chefe de Estado (Eleições Presidenciais) em 2016, tem, talvez habilmente, sido colocado numa posição primeira relativamente às eleições legislativas que irão decorrer este ano, lá para o final do verão. É um facto, que cada eleição é revestida da sua
própria importância, contudo, tornar-se-á estranho, aos olhos dos mais alheados a estas matérias de cariz político, que o objecto “Eleições Legislativas”, a pouco mais de 6 meses da sua realização seja praticamente “desviado” para um plano secundário, considerando que “ainda” vivemos num país a “balançar” sob a sua base estrutural, nomeadamente nas questões prementes sob a consolidação da economia e o seu crescimento, sobre o desenvolvimento e crescimento do emprego. O acentuar de uma preocupação insistentemente exaustiva sobre estes factores, poderiam de alguma forma, criar as condições neces-
sárias a um abrandamento urgente dos sacrifícios pedidos aos portugueses. Todavia, tem-se optado neste tempo mais recente, trazer à discussão e à especulação, de qual será, entre muitos, o melhor candidato para chegar a Belém. Cada decisão a seu próprio tempo. Este é o tempo de encontrar soluções para o país, é o tempo do póstroika, é o tempo para o balanço e análise do comportamento governamental do executivo em funções. É o tempo das propostas e das linhas gerais de um novo governo. Este é o tempo para um novo tempo. Não confundamos os tempos…
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O Último Europeu de Miguel Real
Miguel Real, filósofo, ensaísta, romancista e membro do Projecto António Telmo. Vida e Obra, apresentou no passado dia 14 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Sesimbra, o seu novo romance, O Último Europeu. Segundo o autor, o livro «pretende apontar os buracos negros que podem permitir o fim de muitos ideais europeus que pareciam próprios das sociedades ocidentais até há pouco tempo». Com um olhar crítico sobre o presente, é no futuro que Miguel Real constrói a sua ficção, olhando para o que poderá ser o mundo em 2284.
Sinopse «Em 2284, a Europa é maioritariamente composta por Baldios governados por clãs guerreiros que escravizam as populações esfomeadas; subsiste, porém, um território isolado por um cordão de segurança com uma sociedade que, por via da ciência e da tecnologia, atingiu um nível altíssimo de felicidade individual, pois todos os desejos podem ser consumados, ainda que apenas mentalmente. Nesta Nova Europa, as relações sexuais são livres e não se destinam à procriação: as crianças,
desconhecendo os pais, nascem nos Criatórios em placentas sintéticas e seguem para Colégios onde, sem a ajuda de livros, andróides especializados incrementam as suas competências como futuros Cidadãos Dourados. As famílias reúnem-se por afinidades, ninguém trabalha e nem sequer existem nomes, para que ninguém se distinga, já que todas as conquistas se fazem em nome da comunidade. Mas este mundo aparentemente perfeito sofre uma inesperada ameaça: a Grande Ásia, lutando com graves problemas de demografia, acaba de invadir a Europa... Um velho Reitor, estudioso do passado, é chamado a liderar uma equipa que possa refundar algures a Nova Europa e a deixar testemunho da sua História. Vinte cinco anos depois da queda do Muro de Berlim, Miguel Real constrói uma utopia sublime no contexto de um novo paradigma civilizacional, revelando o seu talento de escritor e filósofo e, ao mesmo tempo, chamando a atenção para o esgotamento da Europa atual.»
LIVRO DO MÊS
CULTURA
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A presente obra é o resultado de um estudo, em que se procurou enquadrar o instituto jurídico tributário deste tipo de juros na respetiva relação jurídica sinalagmática da Administração Tributária, como parte ativa no dever de os pagar, com os seus administrados contribuintes, enquanto parte passiva, no seu direito a daquela recebê-los ou àquela lhos exigir como vencedores da sua razão, em cumprimento (voluntário e ou coercivo) de execução de sentenças judiciais dos tribunais tributários ou nas lides administrativas, em que aquela a auto-reconhece, em sede de reclamações ou de recursos hierárquicos. Assim e passando, a delimitar, o objeto deste estudo aos tipos de juros previstos, no art.º 43.º da LGT procurou-se, no entanto ainda assim explanar, a melhor e mais completa informação sobre os demais tipos de juros. As soluções apresentadas estão sujeitas a novas e permanentes discussões, estudos e procedimentos dialéticos necessários à solução harmoniosa, ideal e equilibrada para vingar socialmente, numa sociedade moderna e organizada jurídico politicamente, sob a forma de um Estado de Direito Fiscal e plural como representa, o atual Estado Constitucional Português.
Sesimbra presente no Arraial Cine Fest Iniciativa de Carlos Sargedas
Carlos Sargedas e a sua equipa da “Falcão Azul”, estiveram presentes na 7ª edição do Arraial Cine Fest, de 31 de janeiro a 12 de fevereiro,
em Porto Seguro no Brasil. A convite da Prefeita Claudia Oliveira, tiveram honras de abertura do festival, onde apresentaram o seu docu-
mentário sobre o Cabo Espichel. O encerramento do festival também esteve a cargo da equipa sesimbrense que, através do Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival, mostrou todo o seu potencial na promoção turística da região de Sesimbra e Arrábida. Nesta ocasião e a nível institucional, também a Câmara Municipal de Sesimbra esteve representada, através do Presidente Augusto Pólvora e do chefe de divisão de infor-
mação da autarquia, Miguel Manso. Também integrada no programa do Festival, esteve uma conferência sobre Cinema, na qual participaram Carlos Sargedas (presidente da Arrábida Film Commission) e Jacques Mer (diretor da European Film Commission), como oradores. Na cerimónia de entrega de prémios o fotógrafo sesimbrense foi homenageado pela direção do Festival, pelo seu trabalho na ligação cultural entre Porto
Seguro e Sesimbra através do cinema e da cultura. Para Carlos Sargedas este foi início de uma consolidada cooperação entre os intervenientes, “este foi o primeiro trabalho de reconhecimento da região. Iremos voltar ainda este ano para que possamos desenvolver um trabalho sério e profundo para a promoção turística da região. É com enorme prazer que vejo o meu trabalho ser reconhecido internacionalmente com este convite institucional”, reforça o fotógrafo. Ainda este ano, Carlos Sargedas pretende iniciar as filmagens de dois documentários e a edição de um novo livro, que poderão ser acompanhados sob o olhar crítico da Prefeita Claudia Oliveira e de Laércio Silva, principal responsável por esta ligação entre Sesimbra e Porto Seguro, uma vez que já se encontra agendada uma visita dos brasileiros ao nosso concelho.
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12 Fundação Rotária Portuguesa
SOCIEDADE
Teresa Mayer presidente do Conselho de Administração
Sesimbrenses pelo Mundo Nome: Ana Filipa Alves e Pedro Canana Idade: 31 e 39 anos Local: Rio de Janeiro, Brasil Profissão? Gerente de Restaurante, Motorista e Guia Turístico
Foi num ambiente descontraído, no dia 3 de janeiro, que decorreu a cerimónia de tomada de posse de Teresa Mayer (E-Clube Portugal D1960) como presidente do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa. A atual responsável pelos destinos da maior organização rotária em Portugal sucede no cargo a José Diamantino Gomes (Rotary Club da Senhora da Hora), que nos últimos três anos dirigiu os destinos da fundação. No discurso de tomada de posse Teresa Mayer colocou a tónica na pureza de Rotary, na ética e nos valores frisando que «a ética em Rotary é o
motor que faz girar um Movimento pelos princípios na atitude, pelos valores na ação, pela verdade no caminho e pela imagem pública de uma Fundação que congrega em si o feliz peso de uma história e de uma cultura de centenas de rotárias e rotários que espalhados por vários pontos deste Portugal dignificam Rotary com intensidade, com paixão e com muita motivação». Neste sentido, deixou um alerta a todos os que não se enquadrem naquelas premissas que «façam o favor de serem felizes noutro plano de ação que não o de Rotary e desta Fundação».
Padre Luís Eduardo Um justo elogio Após um bom exercício religioso na Atalaia (Montijo) veio cumprir continuidade do seu convicto sacerdócio na Corredoura onde depressa se distinguiu em apego e simpatia. O Padre Luís Eduardo, de belíssima voz e dom de palavra, tem angariado amigos e admiradores conforme se conclui das sucessivas enchentes da sua igreja. Merece elogios que se têm acumulado a cargo de quem o es-
cuta nos ofícios semanais. Curiosamente é amigo, de longa data, do Padre Manuel Martins, da Matriz de Santiago, em Sesimbra. Integrando-se numa pleiade de sacerdotes que têm dado o seu melhor ao concelho da “piscosa” – os Padres Freitas, Carlos Veríssimo, Agostinho e não só – o reverendo Luís Eduardo bem merece que o escutem e apreciem. Bem haja! David Sequerra
Há quanto tempo? 3 anos Qual o principal motivo que vos levou a partir? Um conjunto de factores: paixão pelo Rio de Janeiro, viver num lugar onde é verão o ano inteiro, a crise em Portugal, e mudar de uma vida algo monótona para viver novas experiências. Exceptuando a família, claro, de que sentem mais saudades? Da família claro, dos amigos, algumas comidas e de Sesimbra. De que forma se mantêm atentos ao que se passa em Sesimbra? Com a Internet conseguimos saber os principais acontecimentos, e também através das conversas com a família e amigos que nos vão dando as novidades. De que forma olham agora para a vossa terra a partir daí? Difícil responder, mas sem querer melindrar ninguém, talvez pela crise e pelo lugar onde vivemos, achamos a nossa terra muito vazia, triste, evoluindo muito lentamente. Como matam as saudades? De novo com a Internet, cozinhando bacalhau à nossa maneira, comprando um bom vinho português, confraternizando com conterrâneos que por aqui moram também.
Como vivemos no Rio de Janeiro encontramos e convivemos frequentemente com portugueses e Sesimbrenses de férias. O projecto é voltar? O projecto é voltar apenas nas férias, mas no futuro só Deus sabe. O que vos fará voltar? Uma oportunidade profissional irrecusável, que nos permitisse ter uma qualidade de vida muito superior comparando com a que possuímos atualmente. O que diriam ou que conselho dariam a quem hoje está de partida? Ter muita força de vontade e perseverança, acreditar sempre, trabalhar muito, não desamimar com as adversidades. Os obstáculos são feitos para se ultrapassar, coragem e espirito de aventura. A nossa vida é muito curta, por isso temos de a viver o mais intensamente possível, somando vivências enriquecemos a nossa historia. E a quem fica e vê alguém próximo partir? Aproveite e faça umas ferias ou temporada com quem partiu. Matar as saudades e conhecer novos lugares. O que custa mais? O avião é o que custa mais, as viagens estão muito caras!
O que vos atrai mais e menos nesse país? O que atrai mais: verão o ano inteiro, boa disposição geral, atitude positiva mesmo com pouco que todos têm, Samba e Carnaval (melhor do mundo), amigos, e a uma vida intensa. O que atrai menos: trânsito, longas distâncias, alguns aspectos culturais, socias e cívicos diferentes dos nossos. O que vos custou mais no processo de adaptação? Tudo de novo nas nossas vidas requer adaptação, e ela vem com o tempo, por isso é natural que os primeiros tempos sejam mais difíceis, depois vamos aprendendo a conviver com as diferenças culturais e de atitude a nível profissional que são sem duvida as mais difíceis de ultrapassar. Onde levam quem vos vai visitar aí? A todos os pontos turísticos da cidade maravilhosa, e também a outros não conhecidos que fazem parte do nosso dia a dia e que normalmente são ainda mais apreciados pelos amigos. Quando regressam a Sesimbra, o que vos apetece logo fazer? Rever os familiares e amigos e comer caracóis e bom marisco.
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ARNAVAL 2015 Baile Trapalhão Cortejo de Fantasias de Palhaço
Desfile Estabelecimentos de Educação e Ensino
Noite
Concurso Infantil de Fantasias
Cegadas
Cavalhadas Desfile Escolas de Samba e Grupos
Tripa Mijona
Enterro do Bacalhau
A convite da Escola de Samba Saltaricos do Castelo, cerca de dezasseis elementos do grupo Olodum da Escola EB 2,3/S Ordem de Sant’iago de Setúbal integraram a bateria no desfile de carnaval 2015. Além dos alunos e dos professores António Brazinha e Rosa Nunes, também participaram no desfile, alguns familiares e encarregados de educação. No final foram tecidos elogios à prestação rítmica e musical dos alunos, por parte do responsável musical da Escola de Samba, Reinaldo Silva.
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Provas de Atletismo
Corta Mato Distrital 2015
DESPORTO
ACDC Cláudio Ribeiro alcança o primeiro lugar em Juniores com atletas no pódio Tal como noticiámos, realizou-se no passado dia 11 de Fevereiro, no Parque Santiago em Setúbal, a edição 2015 do Corta Mato Escolar da Península de Setúbal. Nesta iniciativa, que teve como madrinha, a atleta olímpica Naíde Gomes, participaram cerca de 2500 atletas, envolvendo todas as escolas e agrupamentos da Península, do ensino público, privado e profissional. Cláudio Ribeiro, do AE Michel Giacometti - Quinta do Conde, foi o único atleta do concelho a conseguir alcançar o pódio, classificando-se em primeiro lugar na categoria de Juniores Masculinos. Nota positiva também nas classificações por equipas, para o AE Navegador Rodrigues Soromenho (2º - Infantis A Femininos), EB Castelo (1º - Infantis B Femininos) e ES Sampaio (3º - Juvenis Femininos). Estes atletas apurados representarão a Península de Setúbal no Corta Mato Nacional, na Guarda, nos dias 6 e 7 de março.
Realizou-se no passado dia 7 de Fevereiro, a segunda jornada do Campeonato Regional de Infantis, em atletismo. A Associação Cultural e Desportiva da Cotovia, esteve representada na prova, através dos atletas Mariana Pereira, Carolina Gomes, Beatriz Dionísio e Nuno Carmo, que disputaram as provas de 1000 metros marcha, lançamento do peso (2kg) e salto em altura. Destaque para Beatriz Dionísio, que alcançou o segundo
lugar na prova de marcha, obtendo o título de Vice-Campeã Regional na especialidade.
No fim de semana de 21 e 22 de fevereiro realizou-se, no Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, a fase regional do Atleta Completo, uma competição de provas combinadas para os escalões
de infantis e iniciados. Destaque para Mariana Pereira, atleta da Associação Cultural e Desportiva da Cotovia, segunda classificada em infantis femininos, em pentatlo.
O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2015
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Badminton Sesimbra Summer Cup 2015 GDS com bons resultados promete ser o melhor desportivos dos últimos anos Já está em andamento a edição 2015 do Sesimbra Summer Cup. O torneio internacional infantil de futebol e futebol de praia é já uma referência nacional e internacional estando prevista a presença de mais de 80 equipas e 2000 participantes. A edição deste ano, que terá lugar entre 24 e 28 de junho, tem já confirmada a presença de várias equipas nacionais e estrangeiras, com destaque para a presença da Seleção Espanhola, através da sua escola de futebol e de várias equipas dos Estados Unidos da América, entre outros participantes, que irão colorir o concelho com a sua presença. Destaque também para o
elevado número de equipas da Região Autónoma da Madeira presentes, e dos principais emblemas nacionais. A edição 2015 continuará a merecer o apoio de várias entidades públicas e privadas, com destaque para a Dagol, Câmara Municipal de Sesimbra, Federação Portuguesa de Futebol, Associação de Futebol de Setúbal, Crédito Agrícola e mais recentemente o Instituto de Desporto e Juventude, com o qual a organização assonou recentemente um contrato-programa de financiamento, entre muitos outros parceiros. Neste ano estão também abertas inscrições para voluntários, através do site www. sesimbracup.com
1ª jornada do Campeonato Regional de Dressage Lisboa e Vale do Tejo
No próximo dia 8 de Março, ocorrerá no Centro Hípico de São Domingos em Azeitão, a 1ª jornada do Campeonato Regional de Dressage Lisboa e Vale do Tejo. A Associação de Arte Equestre, fez saber através de comunicado que para participar nos respetivos Campeonatos Regionais de Dressage, os interessados deverão estar inscritos Federação Equestre Portuguesa e que no corrente ano as inscrições para as Provas dos Campeonatos Regionais serão feitas através do Site da FEP, sendo obrigatória a inscrição do Cavalo.
No passado dia 14 de Fevereiro jogou-se a 4ª. Zonal de Apuramento da Região de Lisboa, tendo o atleta do Grupo Desportivo de Sesimbra, Rodrigo Ribeiro conseguido
o apuramento para a Fase Nacional na categoria de pares.Rodrigo Ribeiro ficou em 2º lugar na referida prova com o seu parceiro Tomás Correia do C.R.E.A.
Na competição de singulares perdeu na primeira ronda contra um atleta do Colégio Amor de Deus, ao fim de três sets. No Campeonato Regional de Seniores, disputado em Alhos Vedros, estiveram presentes 12 equipas da região de Lisboa e de Setúbal. A equipa sénior do Grupo Desportivo de Sesimbra conquistou o 3º lugar no torneio, perdendo nas meias-finais com a equipa vencedora do S.I.M.P.S. de Porto Salvo.
Ginástica
O regresso do Par Misto fez História No fim de semana de 7 e 8 de fevereiro, decorreu em Águeda o TJAM. Um Torneio organizado pela Federação de Ginástica de Portugal (FGP) e coorganizado pelo A4Gym Clube de Águeda. O concelho de Sesimbra fez-se representar pelo clube MGBOOS Quinta do Conde onde marcou uma vez mais presença com a participação de cinco dos seus ginastas: Carolina Serrão (I Divisão Juvenil); Diana Diogo (I Divisão Juvenil); Renata Antunes (I Divisão Juvenil); Beatriz Matos (Elite Júnior) e Tiago Faquinha (Elite Sénior). Décimo primeiro; quinto; quarto; segundo e primeiro lugar, respetivamente. Destaque nesta competição para o Par Misto Sénior composto por Ana Maçanita (FAPEELC) e Tiago Faquinha (MGBOOS) que foram sem dúvida o momento alto deste evento desportivo amealhando não só o primeiro lugar do pódio como ainda muitas lágrimas por parte do público, treinadores e também ginastas. Um par que regressou à lide competitiva após 7 anos. De salientar os feitos únicos demostrados por estes dois ginastas. Ana tem hoje 36 anos e é mãe de três meninas
(a mais nova com 4 meses) e Tiago que se encontra em recuperação dos tratamentos de quimioterapia a um Cancro Maligno. Ambos desejaram provar que com coragem não há obstáculo que faça frente e que basta acreditar para se superar tanto os mais pequenos como os maiores. “A melhor recompensa é fazê-lo por prazer e ver nos outros este mesmo sentimento. A melhor homenagem que nos podiam ter feito foi toda a corrente de força que se fez sentir nas bancadas, balneários e mesas de júris terem valido mais do que as palavras nunca proferidas até hoje, por entidades que nos recebem em suas competições há mais de 15 anos pela eterna gratidão, coragem e
amor à disciplina” concluíram os dois ginastas mais antigos de sempre em Ginástica Aeróbica filiados na FGP.
O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2015
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Foto Fantasia
Um projecto da Liga dos Amigos de Sesimbra
Luis Pinto Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 7
Mariana Raposo Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 7
Miguel Rainho Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 8
Marta Faria Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 8
Daniel Neves Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 9
Alexandra Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 9
Santiago Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 10
Maisa Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 10