ANO LXXXVI • N.º 1158 de 27 de Janeiro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)
Doces de Sesimbra
Liga dos Amigos de Sesimbra Eleitos novos corpos sociais, para o mandato 2012-2013 Apenas uma lista se apresentou a eleições, tendo sido eleita em Dezembro passado. Joaquim Diogo, que já desempenhara a função de vice-presidente no mandato anterior, é o novo presidente
da Direcção. Os novos dirigentes conduzirão os destinos da Liga com a “garantia de bem-fazer, respeitando o seu passado mas com os olhos postos no futuro”. Página 16
Memórias dos tempos de guerra
Há cerca de 70 anos que Angeolila Pinto inventou as Tamarinas, assim baptizadas por inspiração no nome da sua pastelaria “Tá Mar”, mais conhecida pelo nome do seu marido, Jeremias. Continuam a fazer-se Tamarinas, mas muito diferentes das que criou, com farinha Maizena e pó Royal: é mais uma das histórias de Sesimbra que merecem ser melhor contadas. Página 8
Política Local
Joaquim Penim embarcou em 1968, rumo a Moçambique, para participar numa guerra que não lhe dizia nada. À medida que o barco se distanciava do Cais de Alcântara, enquanto os familiares iam ficando mais distantes, foi dominado por um ”sentimento de arrepio”, sabendo que estava ali a cortar “definitivamente o cordão umbilical, ali é que estavam a separar-nos da família, dos amigos, da terra. Só retive a imagem de quem ficava no cais, aquela amálgama de gente era uma só pessoa, representava a generalidade da família, dos amigos: tudo ficava ali.”
Página 11
Assembleia Municipal aprovou Orçamento
Nelson Santos treinador em Moçambique
A Oposição acusou a Câmara de empolamento na previsão das receitas, de ter sido ousada de mais no aproveitamento do QREN, de aplicar em Sesimbra a receita da troika, e de não promover o desenvolvimento do concelho. A CDU respondeu que se trata de um orçamento corajoso, e que o combóio dos fundos comunitários pode não voltar a passar por Sesimbra. O Orçamento e o Plano de Actividades acabaram por ser aprovados por maioria, com votos favoráveis da CDU e PSD, abstenção do PS e voto contra do BE. Página 10
O sesimbrense Nelson Santos partiu para a cidade de Maputo, onde vai trabalhar como treinador adjunto de Diamantino Miranda, na equipa Costa do Sol. O clube, que se formou em
ArtesanalPesca: 25 Anos ao serviço de Sesimbra A ArtesanalPesca comemorou 25 anos de vida, com uma “assembleia-geral” no Clube Sesimbrense, no passado dia 27 de Dezembro, onde uma das palavras mais ouvidas foi a de união. Nesta sessão de aniversário, foram homenageados os fundadores, foi feito o historial do recente desenvolvimento da cooperativa e, finalmente,
foi apresentado um grande projecto para o futuro: uma nova fábrica de congelação e embalagem, investimento no valor de 3 milhões de euros, que ainda está em fase de avaliação. Duas coisas há ainda a salientar desta reunião: a presença de pescadores/ armadores de vários sectores de pesca de Sesimbra
Paula Palmeirim
Desporto
Diz que levou anos a procurar a pedra perfeita, a concha perfeita, e depois, num dia de vendaval, chegou à praia e viu muitas conchas partidas, o que lhe deu muita pena. Mas então compreendeu que, no fundo, não havia conchas perfeitas, nem pedras perfeitas: a perfeição só podia estar dentro de cada um: “Nós é que temos o poder de transformar as coisas e dar-lhes a perfeição.” Paula Palmeirim acrescenta: “A minha ideia é mostrar que nós conseguimos transformar as coisas, que está na nossa mão o poder de transformar e fazer algo perfeito.” Página 5
- peixe-espada preto, polvo e sardinha (cerco). Foi também salientado o papel dos funcionários e a importância de “vestir a camisola” da ArtesanalPesca, tendo sido anunciado que a cooperativa os irá compensar pelo desconto extraordinário que o Estado levou em 2011.
1955 como o nome de Sport Lourenço Marques e Benfica já conquistou nove vezes o campeonato nacional (Moçambola) e dez vezes a Taça de Moçambique. Página 15
Edifícios com História
A Virgilinda
Página 4
ClassicDent A empresa recentemente instalada na vila de Sesimbra fala-nos dos seus métodos e processos, e explica porque é que muita gente ainda associa a ida ao dentista com a dor. Mas não tem que ser necessariamente assim: “Vivemos no século XXI e a prática odontológica está muito avançada, hoje, salvo algum desconforto, não se sente dor no dentista, as anestesias estão muito eficientes e as técnicas de tratamento bem empregadas são muito eficazes, mas é muito importante o paciente procurar um profissional capacitado. Página 13
Página 12
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Editorial
Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266
nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74
nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Farmácias de Serviço
O Melhor Peixe do Mundo Os dados da Pesca descarregada no porto de Sesimbra – que o nosso jornal tem publicado mensalmente, graças à colaboração da Docapesca – revelam que no ano de 2011 se ultrapassaram os 17 milhões de toneladas, num valor que ultrapassou os 21 milhões de euros. Estes números revelam um aumento de 38% em quantidade, e de 8% em valor, face a 2010: um resultado extraordinário para um período de crise. O único aspecto negativo destes números é o da descida do preço médio do valor de 1,87 euros por quilo em 2010, passou-se para 1,21 €/kg em 2011. A descida de preço verificou-se apenas na pesca artesanal: o preço médio de 3,09 €/kg em 2011, é inferior em 54 cêntimos por quilo: uma diminuição de 15%! Estes resultados revelam, uma vez mais, aquilo que muitos continuam a não querer ver: a pesca em Sesimbra continua a ser um sector económico fundamental e com potencialidades de crescimento. Mas, como em todos os sectores económicos, é necessário valorizar o peixe: as iniciativas contratuais e os investimentos da ArtesanalPesca revelam que existe também em Sesimbra, capacidade empresarial para desenvolver ainda mais a Pesca. Qual é o sector económico em que Sesimbra é excelente? Será o sector da construção? Não creio que a construção
em Sesimbra se possa considerar melhor do que noutras zonas de Portugal. Será o Turismo? Também creio que não: por muito qualificado que seja o nosso Turismo, não pode ser apontado, ainda, como uma referência a ser seguida por outros. Será o sector dos Serviços? Também não. É na Pesca que Sesimbra se destaca: pela antiguidade, pela tradição, pela cultura, pela diversidade de sistemas de pesca, pela especificidade da pesca do aparelho de anzol (espinel). O peixe do anzol é aquele que atinge o mais elevado valor. Enquanto outros vão descobrindo que o peixe português é o melhor do mundo, Sesimbra tem nas suas mãos a possibilidade de se apresentar como a grande produtora do melhor peixe do mundo. É verdade que também outros portos, como Setúbal e Sines, mantêm sistemas de pesca artesanal que trazem para terra algum desse melhor peixe do mundo, mas tratam-se de frotas quase em desaparecimento, que não têm revelado capacidade para resistir à concorrência da pesca industrial, ao contrário de Sesimbra. Qualquer estratégia económica para Sesimbra colocaria a pesca no centro das atenções, no fulcro da alavanca que impulsionará o futuro da nossa economia. Quem o duvida? João Augusto Aldeia
Pescas - Dezembro
Com o apoio:
Farmácia Bio-Latina Rua D. Sebastião, Lote 2050 A, Quinta do Conde
212 109 113
Farmácia da Cotovia
212 681 685
Farmácia de Santana
212 688 370
Farmácia Leão
212 288 078
Farmácia Liz
212 688 547
Farmácia Lopes
212 233 028
Farmácia Quinta do Conde
212 102 070
Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia Estrada Nacional 378, Santana Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra Estrada Nacional 377, Lote 3, Alfarim Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
Avenida dos Aliados, Lote 1021, Quinta do Conde
Dezembro, em pleno Inverno, nunca foi bom para a pesca, devido às intempéries da época, impedindo os barcos de se fazerem ao mar com tanta frequência o que, excepcionalmente, este mês, os vendavais e as chuvas esqueceram-se de nós… No entanto, neste período, há sempre menos hipóteses de boas pescarias e os pescadores e todos que estão ligados às pescas conhecem bem esta circunstância. Por isso houve, neste mês de fim do ano, um abaixamento de produção de peixe e de valores vendidos na lota em todas
as artes. Nos totais gerais pescaram-se menos 680.000 quilos reflectidos nos 600.000 euros nas vendas. Continuamos aguardando melhores perspectivas nas pescas depois do atraso que temos sofrido nos últimos anos e só agora alguém repara naquilo que aqui sempre temos defendido: Mau aproveitamento dos benefícios que a Natureza dotou este nosso país, pleno de litoral piscatório e de que Sesimbra e a sua zona são um máximo expoente!... Pedro Filipe
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ONDULAÇÕES
Operação de prevenção criminal Eduardo Pereira
Na passada terça-feira, dia 20 de Dezembro, realizou-se a reunião ordinária da Assembleia da Liga dos Amigos de Sesimbra, para eleição dos novos membros do biénio 2012/2013. Não foram muitos os associados presentes nesta reunião, o que é de lamentar, mas a sessão foi muito produtiva. Uma autêntica homenagem ao fundador de O Sesimbrense, Abel Gomes Pólvora, ao seu Editor João da Luz e a todos aqueles que, desde 25 de Julho de 1926, foram escrevendo o jornal, o foram paginando, imprimindo e distribuindo. Aliás, continuo a considerar que a existência da Liga dos Amigos de Sesimbra, proprietária de O Sesimbrense foi a melhor solução que podíamos encontrar, depois da morte dos fundadores de O Sesimbrense, para garantir uma boa imprensa generalista, num concelho de três ou quatro jornais quinzenais. Mas não quero esquecer que estivemos à beira de perdermos este jornal, que hoje é quase nonagenário. Em Novembro de 1951, um grupo de sesimbrenses elaborou uns Estatutos para uma designada Liga dos Amigos do Castelo de Sesimbra que, em minha opinião, não reunia o indispensável consenso da maioria dos sesimbrenses. Mas o grupo foi mais longe e, reunido em assembleia de fundadores, aprovou esses Estatutos e conseguiu que o Governador Civil do Distrito de Setúbal os aprovasse, de forma condicionada. Desde a primeira hora que se tornou evidente que os estatutos “aprovados” não espelhavam os desejáveis fins que uma Liga de Amigos de Sesimbra deveria procurar atingir, para reunir o maior número de sesimbrenses e de admiradores de Sesimbra na defesa dos interesses culturais, económicos e sociais do concelho de Sesimbra e fazê-lo com a colaboração dos nossos órgãos autárquicos, com o apoio das escolas da região e das associações concelhias. Os fins que os proponentes se propuseram alcançar – propaganda do Castelo e da Vila e dos seus monumentos, organizando excursões, coligindo dados históricos, fazendo reviver as antigas indústrias locais de rendas e doçarias – sempre me pareceram pobres e, dificilmente, iriam resistir às críticas e às reacções da grande maioria dos sesimbrenses. Estes, apelavam a uma Liga mais interventiva, lançando acções consertadas com as autarquias, apoiando acções de desenvolvimento económico e social, local e regional, exigindo, nomeadamente, a proibição da pesca do arrasto; a defesa dos interesses
da classe piscatória; a correcção dos clamorosos erros verificados no porto de abrigo de Sesimbra; a defesa das nossas praias; a criação do Parque Marítimo de Sesimbra; a criação da Junta Autónoma dos Portos de Setúbal e Sesimbra; a contestação da actividade da Comissão Regional de Turismo da serra da Arrábida que não defendia os interesses de Sesimbra; a satisfação dos gravíssimos problemas habitacionais. Sempre apelei a outro tipo de intervenção, bem distinto do que estava a ser avançado pelo grupo dos Amigos do Castelo. À medida que aumentavam as diferenças que separavam os dois tipos de Liga, a mais e a menos intervencionista, uma certa imprensa de direita tomou partido a favor da solução menos intervencionista. O aparecimento, na sede do Partido do Progresso, de uma lista de jornais da Região, que incluía os nomes de vários directores, entre os quais se incluía o nome de um ex-colaborador do Sesimbrense, ex-director da Liga e ex-secretário da Comissão Directiva da Liga dos Amigos do Castelo, proprietária do jornal. Esta revelação deu lugar aos protestos de alguns colaboradores de o Sesimbrense, nomeadamente, do José Francisco Graça e Costa e do signatário destas Ondulações, Eduardo Pereira, junto do director do jornal que enviou uma carta-queixa ao Chefe do Estado Maior do COPCON – Comando Operacional do Continente. O jornal suspendeu a sua publicação. Havia-se tornado evidente que se havia passado de uma divergência quanto ao modelo e à forma de actuação das duas Ligas. A que foi aprovada em Novembro de 1951 e a que acabou por ser definitivamente adoptada em Outubro de 2005. Neste patamar de reflexão sobre o passado e o futuro da Liga dos Amigos de Sesimbra e do seu jornal, pareceu-me ser, da maior importância, que as nossas ONDULAÇÕES viessem lembrar aos nossos assinantes e leitores, as dificuldades encontradas nos difíceis caminhos que esta Liga teve de trilhar, e aproveitássemos a passada reunião para expressarmos a todos os sesimbrenses, a todos os nossos leitores, a todos os membros dos anteriores órgãos associativos, aos nossos colaboradores a satisfação pela qualidade do caminho que a Liga dos Amigos de Sesimbra já percorreu, pedindo-lhes que continuem com o mesmo espírito de ajuda no preenchimento de algumas lacunas que, ainda hoje, apesar de todo o seu empenho, não conseguiram preencher.
10 pessoas detidas em Sesimbra Esta operação decorreu entre as 22 horas do dia 8 e as 04 horas do dia 9 de Janeiro. Estiveram presentes 130 efetivos, entre GNR, membros da Alfandega, da ACT (Autoridade para as condições de trabalho), DGCI (Direcção Geral de Contribuição e Impostos) e ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica). Segundo comunicação da GNR, foram detidas 10 pessoas, durante esta operação conjunta das autoridades para a prevenção criminal. Cinco dessas apreensões, resultaram por permanência ilegal em Portugal, por posse de tráfico de estupefacientes, por condução sob o efeito de álcool e por crime de desobediência.
A Guarda Nacional Republicana apreendeu ainda droga, nomeadamente 13,8 gramas de haxixe, 5,7 gramas de canábis e 1,8 gramas de sementes de canábis e elaborou cinco autos de contraordenação por consumo de estupefacientes. Nesta operação, direcionada para as zonas de Sesimbra e Quinta do Conde, foram cortados os acessos à vila, permitindo uma forte fiscalização sobre os condutores. Resultaram desta operação stop 26 autos de contraordenação e 5 de crime. As autoridades determinaram ainda o encerramento de três estabelecimentos (dois na freguesia de Santiago e um na Quinta do Conde), por falta de condições de higiene.
Papelaria Gracinda 4º assalto em poucos meses A papelaria de Gracinda Veríssimo Vicente, na rua professor Marques Pólvora, voltou a ser assaltada, na noite de 24 para 25 de Janeiro: este é já o quarto assalto em poucos meses. De nada valeu a Gracinda ter reforçado a porta com umas barras metálicas: as barras encontravam-se aparafusadas, e depois de partir o vidro, os assaltantes deram-se ao trabalho de desaparafusar três dessas barras, na parte inferior direita da porta, e por ali entraram no estabelecimento, roubando tabaco, perfumes, isqueiros, caixas de rebuçados e chocolates, etc. Os assaltantes também estenderam a sua acção a um automóvel da vizinhança, de onde roubaram uma máquina fotográfica que se encontrava na bagageira. Para além da GNR, a Polícia Judiciária esteve no local a recolher indícios que possam ter sido deixados pelos assaltantes.
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ArtesanalPesca: a União como a melhor estratégia A ArtesanalPesca comemorou 25 anos de vida, com uma “assembleia-geral” no Clube Sesimbrense, no passado dia 27 de Dezembro, onde uma das palavras mais ouvidas foi a de união: “A melhor estratégia é a união, quem quiser individualismo fica pelo caminho”. Nesta sessão de aniversário, foram homenageados os fundadores, foi feito o historial do recente desenvolvimento da cooperativa e, finalmente, foi apresentado um grande projecto para o futuro: uma nova fábrica de congelação e embalagem, investimento no valor de 3 milhões de euros, que ainda está em fase de avaliação. Duas coisas há ainda a salientar desta reunião: a presença de pescadores/armadores de vários sectores de pesca de Sesimbra peixe-espada preto, polvo e sardinha (cerco). Foi também salientado o papel dos funcionários e destacada a importância de “vestir a camisola” da ArtesanalPesca, tendo sido anunciado que a cooperativa os irá compensar pelo desconto extraordinário que o Estado levou em 2011.
Homenagem aos fundadores A cerimónia iniciou-se com uma homenagem aos fundadores, que foram: João Henriques Cardoso, Sebastião Alexandre Rato, Francisco das Dores Batalha, Carlos Nascimento Pereira Aldeia, Elisiário Pinto Carapinha, José Manuel
esta actividade viva ao longo deste período.” Augusto Pólvora referiu o facto curioso de a fundação da ArtesenalPesca ter coincidido com o ano da adesão de Portugal às comunidades europeias, e aproveitou para fazer o balanço dessa adesão, declarando ser hoje “consensual que, no domínio das pescas,
Projecto da nova fábrica Rascaço Pinto Carambola, António Pereira Anacleto, Joaquim Sebastião Encantado Paulo, Emiliano dos Santos Baeta, Armindo José Viegas Vidal, Manuel Eduardo Pereira Formiga, e Manuel Flórido Reis Cunha (único fundador que se mantém como sócio da ArtesanalPesca). Manuel José Alves, presidente da Artesanal, destacou que “esta homenagem que nós fizemos aos fundadores foi para acender uma chama na pesca, que é isso que nós pretendemos, com a ideia de revigorar a pesca”. Destacou ainda ser necessário “que a História seja História”, e fez um apelo a que a comunicação social, nomeadamente a escrita, escreva a história daquela cooperativa. O presiente da Câmara, Augusto Pólvora, dircursou dando ênfase ao facto de ser “uma honra, como Presidente da Câmara, mas também como filho e neto de pescadores, participar na nesta comemoração.” Saudou os fundadores, “os que deitaram mãos à obra para fundar esta organização de produtores”, e também “todos os pescadores e armadores de Sesimbra que têm vindo a lutar para manter
teve consequências muito gravosas para o nosso país, e Sesimbra é um excelente exemplo disso, com o fim do acordo de pescas com Marrocos, e mais recentemente com o plano de Ordenamento da Arrábida, com consequências negativas para a pequena pesca costeira. Podemos referir o número de barcos que têm vindo a ser abatidos, e o número de pescadores que Sesimbra perdeu. Houve de facto um período muito difícil que coincidiu com esta adesão à UE, apesar so optimismo inicial.” Salientou a seguir o facto feliz de a própria ArtesanalPesca ter conseguido, em relação ao peixe-espada preto, garantir para os seus associados aquilo que seria bom que pudesse ser alargado a outros sectores da pesca sesimbrense: “Esse foi o seu grande mérito. Reergueram esta casa após um período muito difícil, mas conseguiram juntar todos os armadores do peixe-espada preto em torno do mesmo objectivo, e hoje esta marca ArtesanalPesca é conhecida em todo o Páis, é uma referência quanto ao peixe-espada preto, mas também no domínio da sustentabilidade”. E ter-
minou fazendo votos para que a a força que a Artesanal tem hoje “seja suficiente para atrair outros sectores da nossa pesca, para que tenhamos um futuro mais sustentável para as nossas pescas e também um rendimento mais significativo para os nossos pescadores. Acredito na pesca, acredito em projectos como o da ArtesanalPesca, e acredito que Sesimbra vai continuar a ser uma referência a nível da pesca nacional.” Carlos Macedo, funcionário da empresa, fez o historial mais recente da organização, nomeadamente desde 2005, ano em que processava algum filete, comercializava algum gelo, e era consecionária de um posto de combustívelm e tinha ainda um aluguer operacional de cerca de metade das suas instalações a uma empresa da grande distribuição alimentar [a Makro]; era já então uma empresa saudável: “Mas a ArtesanalPesca tinha mais do que isso: tinha uma visão e uma estratégia: o objectivo de organizar os vários armadores, protegendo-os da aleatoriedade do mercado, para que pudesse discutir em igualdade de circunstâncias a comercialização do seu peixe. Para isso era necessária a união dos armadores. Isso concretizou-se em 2006 com a adesão à ArtesanalPesca da totalidade dos barcos do peixe-espada preto.” No corrente ano, disse Carlos Macedo, “transionaremos mais de 14 milhões de euros, sendo, com os seus 52 trabalhadores, a maior cooperativa de pesca do Pais”. Frisou também a importância da união: essencial para uma estratégia de sucesso: Carlos Macedo fez ainda algumas homenagens especiais: ao funcionário da cooperativa, Martins, porque “tem servindo sempre de suporte aos membros da Direcção, e também pela sua história enquanto homem do mar e pelas amarguras que os últimos anos de armador lhe trouxeram”. Homenageou Manuel José Alves, que considerou o “fiel da balança da ArtesanalPesca, o ponto de equilibrio no con-
tacto entre todos, figura respeitada por todos e por todos ouvida com atenção; homem justo e sério. o melhor presidente que a ArtesanalPesca poderia ter tido”. Destacou depois o “coração da ArtesanalPesca”: Manuel José Pólvora, também conhecido como ‘Salta à Vara’ “foi dos seus impulsos, da sua acção, que esta cooperativa foi evoluindo; e bora ninguém faça tudo sozinho, ele é o ideólogo da cooperativa”. E acrescentou: “Se não for hoje o dia em que ele seja reconhecido pelos seus pares, não sei qual poderá ser”, arrancando uma grande salva de palmas da sala. Por fim, Carlos Macedo homenageou o homem “responsável pela minha entrada na Artesanal, pelos valores que me ensinou, e que é, para mim, o primeiro de todos os pescadores: Carlos Fernando Macedo, meu pai.” Deixou ainda um desejo para
do, perante as dificuldades e algum impasse, se ofereceu para entrar com dinheiro seu, dizendo que queria ficar com 51% do capital, garantindo que faria andar a cooperativa. Recordou também que outro armador, Paulo José, se ofereceu para o acompanhar nesse gesto, o que ajudou a dar o pontapé de saída para a nova fase da empresa, à qual acabaram por aderir 20 sócios. Nessa altura houve que tivesse dito que este gesto estava a transformar a Artesanal numa empresa dos armadores “ricos”, mas a realidade veio a provar que não foi assim. Manuel José Pólvora falou finalmente no projecto de construção da nova fábrica, dizendo que andam há 9 meses a estudar o projecto, mas que a evolução mais recente do mercado, nomeadamente alguma desvalorização da sardinha, justifica que continue essa avaliação, voltando
2012: “Que houvesse um retorno ao mar, que mais homens e mulheres venham para o mar, pois falta de mãode-obra na pesca.” Falou por fim Manuel José Polvora, dizendo que esta era “uma assembleia especial, porque foram recordados os fundadores, mas queria também que fosse uma assembleia para expor algumas ideias para o futuro”. Relebrou um momento crucial da vida da cooperativa, quan-
a destacar a necessidade de união entre todos os pescadores. Acrescentou: “Não sou homem para atirar a toalha para o chão”, e que para um investimento de 3 milhões anos, não se pode “andar com guerras.” Terminou com uma homenagem aos trabalhadores da cooperativa, anunciando finalmente a oferta de 12 mil euros “para compensar o ordenado que o Estado levou”. J. A. Aldeia
O SESIMBRENSE | 27 DE JANEIRO DE 2012
Paula Palmeirim: A perfeição está dentro de cada um de nós
Paula Palmeirim realizou recentemente, na Biblioteca de Sesimbra, uma exposição de peças artísticas concebidas a partir de vulgares conchas e pedras que se encontram na praia. Não se trata, no entanto, de simples artesanato, nem as conchas ou pedras que utiliza são especialmente perfeitas: podem ser simples pedaços de conchas partidas ou humildes conchas de conquilhas. No entanto, combinando tudo isso, Paula Palmeirim cria formas artísticas invulgares, tais como uma baleia, um abacaxi, um moinho de vento, mas também flores. Sobre o facto das conchas que utiliza não serem necessariamente bonitas, a criadora diz-nos: “Levei anos a procurar a pedra perfeita, a concha perfeita, e depois, num dia de vendaval, cheguei à praia e vi muitas conchas partidas, o que me deu muita pena, e então comecei a ver que, no fundo, não havia conchas perfeitas, nem pedras perfeitas: a perfeição está dentro de nós, nós é que temos o poder de transformar as coisas e dar-lhes a perfeição.” Paula Palmeirim
conclui que “Tudo o que há na Natureza é tão importante, mas vêem-se pessoas à procura da concha perfeita e a deitar fora as que estão partidas, e isso entristecia-me. A minha ideia inicial foi juntar tudo e transformar em flores.” E acrescenta: “A minha ideia é mostrar que nós conseguimos transformar as coisas, que está na nossa mão o poder de transformar e fazer algo perfeito.” As peças também não se repetem: “É porque eu detesto a rotina e detesto repetir o que já foi feito. Procuro transformar, fazer coisas que não têm nada a ver com as formas originais. Uso coisas a que ninguém liga, porque já estão partidas, mas como para mim são belas, tento transformá-las em coisas bonitas, e não sou capaz de fazer duas iguais.” Recolhe as conchas e pedras da praia de Sesimbra, da Arrábida, e também algumas pedras de Porto Covo: “Vou correndo a costa, porque me fascina ver estas coisas, a minha vida é sempre de roda da praia.” Obras de arte inesperadas, que inicialmente eram concebidas apenas para uso pessoal, para decoração da sua casa. Mas há dois anos, por influência de amigos, fez a primeira exposição, num espaço semipúblico – o Parque do Cabedal – sendo esta última exposição, na Biblioteca de Sesimbra, a segunda que realiza. E termina agradecendo à Câmara Municipal de Sesimbra e à Biblioteca.
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taxas SOS Aumenta N moderadoras Desde o dia 1 de Janeiro que estão a ser praticadas as novas taxas moderadoras, no Serviço Nacional de Saúde. Apesar da especificidade da nova tabela, os utentes da Unidade de Cuidados de Saúde Personaliza-
dos (UCSP) de Sesimbra e da Quinta do Conde, do Serviço de Atendimento Prolongado (SAP) de Sesimbra e da Unidade de Saúde Familiar (USF) do Castelo ainda não poderão beneficiar de todos os serviços nela constante. 2011 Utentes - 65
2012
Utentes +65
CONSULTAS Consulta de medicina geral e familiar ou outra consulta médica que não a de especialidade
2,25 €
1,13 €
* 5,00 €
Consulta de enfermagem ou de outros profissionais de saúde realizada no âmbito dos cuidados de saúde primários
-
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4,00 €
Consulta de enfermagem ou de outros profissionais de saúde realizada no âmbito hospitalar
-
-
5,00 €
Consulta de especialidade
4,60 €
2,30 €
7,50 €
Consulta no domicílio
6,00 €
3,00 €
* 10,00 €
2,25 €
1,13 €
* 3,00 €
Consulta médica sem a presença do utente
ATENDIMENTO EM URGÊNCIA (a) Serviço de Urgência Polivalente (num hospital onde há articulação entre várias urgências, como pediatria, obstetrícia)
9,60 €
4,80 €
20,00 €
Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica
8,60 €
4,30 €
17,50 €
Serviço de Urgência Básica
8,60 €
4,30 €
15,00 €
Serviço de atendimento permanente ou prolongado (SAP)
3,80 €
1,90 €
* 10,00 €
SESSÃO DE HOSPITAL DE DIA (b)
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-
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EXEMPLOS DE SERVIÇOS E TÉCNICAS GERAIS (c) Injecção por via subcutânea
-
-
0,90 €
Penso simples
-
-
1,50 €
Extracção de pontos, incluindo penso simples
-
-
1,80 €
Avaliação de tensão arterial
-
-
0,80 €
Lavagem auricular
-
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1,40 €
(*) Valores já aplicados nas unidades UCSP de Sesimbra e da Quinta do Conde,
SAP de Sesimbra e USF do Castelo. (a) O valor total a pagar pela consulta, vários exames e tratamentos não pode ultrapassar 50 euros. (b) O valor total a pagar pela consulta, vários exames e tratamentos não pode ultrapassar 25 euros. (c) Apenas são pagos se realizados fora do âmbito de uma consulta, de atendimento em urgência, de outro exame ou tratamento alvo do pagamento de taxa moderadora.
mais cinco que no ano anterior, e ainda doou alguns bens às Irmãs em Calhariz. “No balanço final, constatámos que havia, ainda assim, um excedente de massas, que não tínhamos conseguido escoar. Assim, lembrámo-nos de realizar um almoço solidário onde as massas fossem utilizadas”, concluiu Irene Alho. Foi então que no passado
O novo modelo de taxas moderadoras entrou em vigor a 1 de Janeiro, no entanto até 15 de Abril de 2012, presumem-se isentos do pagamento de taxas moderadoras, os utentes que se encontravam registados como isentos, no Registo Nacional de Utentes (RNU) a 31 de Dezembro de 2011. Para confirmar esta situação de isenção ou regularizar deve ser apresentado meio de comprovação até 31 de Março de 2012. Até 29 de Fevereiro de 2012, os utentes isentos a 31 de Dezembro de 2011, serão informados pelos serviços do Ministério da Saúde, quanto à sua situação de isenção por motivos de insuficiência económica. Assim, se até 29 de Fevereiro beneficiou desta isenção e se por cálculo em 2012 não houver direito a continuidade, terá que restituir o valor beneficiado nos dois primeiros meses do ano. Estão isentos do pagamento de taxas moderadoras os utentes que integrem um agregado familiar cujo rendimento médio mensal, dividido pelo número de pessoas a quem cabe a direcção do agregado familiar, seja igual ou inferior a 628,83 euros. Para obter o reconhecimento da situação de insuficiência económica, poderá solicitar apoio nos centros de saúde da sua área de residência ou outros locais indicados por estes. Para tal, deverá fazerse acompanhar do cartão do cidadão ou cartão de utente, do cartão de identificação fiscal e do cartão de identificação da segurança social. Para esclarecimentos adicionais, poderá contactar os centros de saúde da sua residência ou a linha saúde 24 (808 24 24 24).
“Não concordo, mas …”
Rotary Club de Sesimbra organiza projectos solidários Após a iniciativa do Concerto Solidário de Natal, realizado no dia 10 de Dezembro, o Rotary Club de Sesimbra, “meteu mãos à obra” e organizou um peditório, no Pingo Doce de Santana, nos dias 17 e 18 de Dezembro, com vista a angariação de bens alimentares a distribuir junto dos mais carenciados na iniciativa “Cabazes de Natal”. Com o aumento de pedidos de ajuda, o Rotary entregou trinta e três cabazes,
Isenção por insuficiência económica
dia 7 de Janeiro, o Rotary Club de Sesimbra em colaboração com o Rotaract e com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, na cedência do espaço, do Talho Valada, da Pastelaria O Forninho e de alguns voluntários, juntou perto de meia centena de pessoas,
num Almoço Solidário de Dia de Reis. Segundo Irene Alho, o Rotary Club de Sesimbra, em colaboração com o Rotaract, deseja realizar um novo peditório e almoço social em Abril, no âmbito das celebrações da Páscoa.
Esta foi a expressão mais utilizada por alguns utentes, da UCSP e SAP de Sesimbra, quando questionados pelo aumento das taxas moderadoras. Justificam que se por um lado o quadro recessivo da economia portuguesa, os sucessivos aumentos e o empobrecimento da população são um obstáculo ao recurso às unidades públicas de saúde, por outro o sucessivo abuso na corrida às isenções e as excessivas marcações de consulta fazem com que o sistema funcione debilmente. Recorde-se que de acordo com o relatório do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, Portugal era, já em 2007, um dos países da Europa onde os consumidores mais pagavam do seu bolso pelo acesso à Saúde. Jovita Lopes
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Faleceu Artur Farinha Chagas (1921 – 2011)
GDS iniciou importante investimento energético Já se iniciaram as obras de montagem do novo sistema energético no Complexo Desportivo Piscina e Sala de Desporto, de acordo com a candidatura apresentada e aprovada no âmbito do Programa POR Lisboa. Este investimento tem como objectivo a utilização racional de energia e a eficiência energético-ambiental no Grupo Desportivo de Sesimbra contemplando a promoção de medidas de melhoria do desempenho energético-ambiental, abrangendo, designadamente, a instalação de painéis solares e de uma caldeira de biomassa Para além da melhoria ambiental, esta obra é essencial para a diminuição da factura de energia do Clube, a qual constitui um dos maiores encargos financeiros. O Investimento Elegível é € 119 mil euros, sendo o co-financiamento do POR Lisboa de 50% deste valor. A Câmara Municipal de Sesimbra, ao abrigo da assinatura de um contrato desportivo com o GDS, também apoia esta obra.
Convicto sesimbrense, embora com carreira profissional longe da “Piscosa”, desde 1943, faleceu em 28/XII este nosso Amigo e leitor assíduo, sempre saudoso da sua terra natal. Vivia com seu Filho, Henrique Manuel, na Costa da Caparica e não faltava às festividades do Senhor Jesus das Chagas, ano após ano. Tinha 90 anos e uma boa memória de tempos idos. Habitante da típica Rua da Fé, começou a trabalhar muito jovem e a dois passos da residência – na oficina tipográfica dos Irmãos Ramada, até ir para Lisboa, terminando depois uma longa e meritória actividade como bancário. Ainda tinha por Sesimbra bons amigos como os irmãos Filipe, António Reis Marques e João Ramada Filho, além de mim próprio, seu compadre e companheiro de boas memórias. À família enlutada as nossas sentidas condolências. D. S.
Liga dos Combatentes realiza homenagens em almoço festivo No passado dia 18 de Dezembro a Liga dos Combatentes levou a cabo o habitual almoço de Natal, que contou a com a presença do presidente da Câmara, Augusto Pólvora, e do pároco de Santiago, Manuel Silva. Neste convívio, que teve lugar no restaurante “Se-
rafim”, foi prestada homenagem aos sócios daquela Liga, os ex-combatentes Manuel Cascais Gaboleiro, António Rodrigues Dias Machado e Luís Fernando de Oliveira Santos, tendo-lhe sido ofertado um diploma e uma medalha da Liga.
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Doçaria sesimbrense A doçaria de Sesimbra vai, a pouco e pouco, recuperando as suas receitas originais e o seu historial, embora nem sempre com o rigor que um património desta importância justificaria. Tamarinas, Zimbros, Mimos, Especiones, Farinha Torrada... mais ou menos antigas, mais ou menos originais, a pouco e pouco vão-se reconstituindo as receitas e as narrativas que as acompanham – motivo pelo qual o nosso jornal resolveu fazer o tratamento jornalístico desta realidade. Tamarinas Ao contrário do que tem sido divulgado recentemente, as Tamarinas não foram criadas por José Embaixador, embora a venda das “fatias do Zé Tucha” – uma variante daquele bolo – durante décadas, na praia de Sesimbra, tenha contribuido muito para a sua divulgação e popularidade. É um bolo que ainda se encontra nas pastelarias de Sesimbra, e cuja marca Carolina Roque, com estabelecimento na Almoinha, registou oficialmente em 2002. Mas as Tamarinas foram criadas por Angeolila Zegre Pinto, para serem vendidas na pastelaria que tinha, com o seu marido Jeremias Pinto, na rua Cândido dos Reis, frente à farmácia. Era a pastelaria “Tá Mar”, e foi este nome que deu origem à designação das Tamarinas – embora a casa fosse mais conhecida pelo nome do seu marido. Na sua casa da rua da Fé, Angeolila Pinto, prestes a completar 96 anos, revelounos a receita original. Sabe que as suas Tamarinas eram diferentes das que se fazem actualmente – até porque eram bastante mais baixinhas, sinal de que teriam menos fermento – mas não consegue comparar sabores, pois nunca provou das outras: “Nem me apetece. Fiz tanto cento, que não me apetece!” O local exacto em que as Tamarinas foram concebidas, e confeccionadas durante anos, não foi, no entanto, na pastelaria Tá Mar, mas sim na cozinha de outro estabelecimento do senhor Jeremias, uma taberna na rua do Poço. Foi na cozinha desta casa, e com forno a lenha, que Angeolila desenvolveu as Tamarinas, até que fecharam a casa e ficaram apenas com a pastelaria. Angeolila Pinto não se recorda do ano exacto em que inventou este bolo: era nova, teria entre 20 a 30 anos, por isso seria por volta de 1940 – e também não hesitou em revelar-nos a receita, que reproduzimos nesta página. Mimos de Sesimbra Em Fevereiro de 1964 a Panificadora Sesimbrense – uma associação de diversas padarias do Concelho, popularmente conhecida como “Fusão”
Mimos de amêndoa e coco
RECEITAS
Tamarinas Ingredientes: 250 g de açúcar; 4 ovos; 125 g de farinha, com uma colherzinha de pó Royal (fermento) Batem-se as gemas dos ovos com açúcar. Batem-se as claras em castelo, à parte. Misturam-se depois as gemas e as claras, aos bocados, mexendo, mas sem se bater, para não “partir” as claras. Deita-se depois a farinha, com o pó Royal. Metem-se no tabuleiro e vai ao forno. Faz-se um creme com leite e farinha Maizena, e com açúcar a gosto, e ainda uma ou duas gemas de ovo, e uma casquinha de limão. Abre-se a Tamarina ao meio, barra-se o interior com o creme, bem como a frente.
Especiones – anunciava n’O Sesimbrense que ia lançar uma “especialidade de pastelaria única”, e prometia um prémio de 500$00 para quem indicasse “motivo local para embelezamento da embalagem” e respectivo “nome, com características locais.” O prémio viria a ser ganho por Lucinda Casimiro Reis (“Come-Figos”), com o nome “Mimos de Sesimbra”. O ponto de venda deste novo bolo era a Pastelaria Onda, que a Panificadora tinha aberto na Avenida, e que se tornou num local emblemático da vila, com o seu balcão em forma de ferradura. As perturbações económicas e sociais que ocorreram após o 25 de Abril de 1974 determinaram o fim da Panificadora – foi das poucas empresas que se sabe terem recorrido a um empréstimo da famosa Dona Branca, a “Banqueira do Povo”, sinal já das suas dificuldades financeiras – e também da Onda. No mesmo local encontra-se hoje a pastelaria O Caseiro, propriedade de Dinis Diogo há 19 anos, que continua a vender os Mimos, ou Miminhos, um compacto doce de ovos, amêndoa e farinha, embora tenha também uma variante com côco, actualmente confeccionados pelo pasteleiro André. Especiones Quando se formou a Liga dos Amigos do Castelo de Sesimbra, em 1951, nos seus estatutos ficou exarado o objectivo de reavivar antigos produtos tradicionais de Sesimbra, e um dos exemplos referidos foi o dos “Especiones”, uns bolinhos que se usavam, por exemplo, para acompa-
nhar o chá. A ideia original era do historiador sesimbrense Joaquim Rumina, embora não tenha deixado qualquer referência sobre qualquer ligação especial de Sesimbra a este bolo, e o certo é que ele aparece referido em outras partes do País, sendo conhecida uma referência datada de 1813. Mas a pastelaria Jeremias tinha a respectiva receita, que reproduzimos nesta página. Zimbros Os Zimbros foram criados por Ana da Conceição Batista. Vendidos durante muitos anos no Café Coelho, acabaram por ter grande sucesso e tornar-se no doce de Sesimbra mais conhecido. A marca Zimbros e o respectivo logotipo, desenhado por João Baptista Gouveia, foram oficialmente registados por descendentes da criadora, que ainda os hoje os fabricam. Actualmente podem ser encontrados à venda, por exemplo, na loja SSB, no Largo da Marinha. Barquinhos O Café Coelho, mais conhecido por “Chico da Cooperativa”, propriedade de Francisco M. Coelho, estava localizado frente ao largo das camionetas de carreira, actualmente designado como largo do MFA, no lado sul da Igreja de Santiago. Era ali que se vendiam os Zimbros, mas o café também tinha uma especialidade própria, de nome Barquinhos, cuja receita nos foi facultada por Amílcar Coelho, filho do proprietário e que também trabalhava nesse café. A localização do Café Coelho era estratégica para que
Ingredientes: 250 gramas de farinha de trigo; 250 gramas de açúcar refinado; 3 ovos completos; 2 pitadas de canela em pó; meia colher de chá de fermento em pó; raspa de casca de limão. Batem-se os ovos e o açúcar com uma colher de pau, dentro de um alguidar. Batem-se o mais que se puder para engrossar e por fim correrem em fio da colher. Quando esta se levantar deita-se-lhe a canela, a casca de limão ralada, e por fim a farinha peneirada com fermento. Logo que se comece a deitar a farinha, principia-se imediatamente a amassar o pão, para enxugar a massa. Tendem-se os bolinhos que vão a cozer, em forno esperto, dentro de um tabuleiro untado com banha pura. Crescem muito. (Receita originalmente fornecida pela pastelaria Tá Mar, de Jeremias Pinto, e facultada por António Reis Marques)
Barquinhos Ingredientes: 250 g. de açúcar; 75 g. de manteiga; 100 g. de farinha; 2,5 dl. de leite; 2 ovos. Mistura-se o açúcar com os ovos, e a seguir, a manteiga derretida, depois a farinha. Depois de tudo bem misturado, adiciona-se o leite. Deitase tudo em forminhas semelhantes a barcos, previamente untadas com manteiga, e leva-se ao forno em lume brando.
os doces regionais fossem adquiridos, ou por quem chegava à vila, ou por quem partia e os levava como recordação e para oferta. Próximo do café encontravam-se os estabelecimentos da casa Jonas, igualmente muito concorridos, pelo que aquela zona da vila era sempre muito movimenta-
da. A mundança das carreiras para a Avenida da Liberdade e o encerramento dos estabelecimentos da casa Jonas retiraram muita da clientela ao “Chico da Cooperativa”, e o café acabou por fechar portas, e os Barquinhos desapareceram juntamente com o emblemático café.
Sesimbra’Acontece teve como efeito um grande aumento da procura no seu café: “Às vezes vejo-me aflita para fazer as Tamarinas para os clientes. Te-
nho também encomendas para a Tamarina inteira, tal como sai do forno, no tabuleiro, para ser utilizada como bolo de aniversário.”
Carolina Roque: manter a tradição Carolina Roque, embora não sendo originária de Sesimbra, veio para cá muito nova. Em 1997 tomou conta do antigo café do António do Casal, na Almoinha – estabelecimento a que deu o nome de “Café do Casal”. No ano seguinte começou a fazer as Tamarinas, a conselho de uma cliente, bolo que se juntou a outros doces que já confeccionava. Inicialmente, ela própria não aceitava a ideia de que a Tamarina pudesse ser considerada como “doce tradicional de Sesimbra” - pois “não conhecia coqueiros em Sesimbra”. Mas soube depois que bastam 30 anos de antiguidade para que um produto possa ser classificado como “tradicional”. Fez então o registo oficial das
Tamarinas – não se trata do registo da receita ou do processo de fabrico, mas apenas da designação: “Tamarinas de Sesimbra - doçaria regional de Sesimbra”. A ideia de fazer este registo não se destina a restringir a confecção por outras pessoas, mas sim para potenciar uma maior divulgação do produto, com uma embalagem própria e correspondente promoção, investimento que, contudo, ainda não se aventurou a fazer. Carolina Roque também julgava que as Tamarinas eram uma criação de José Embaixador, e utiliza uma receita que lhe foi dada pela família do popular “Zé Tucha”. A divulgação do bolo na revista
O SESIMBRENSE | 27 DE JANEIRO DE 2012
Fotógrafos de Sesimbra (IX)
Valdemar Capítulo Valdemar Embaixador Covas Capítulo nasceu em Sesimbra em Janeiro de 1950. A primeira profissão que teve foi a de mecânico, mas o contacto com um fotógrafo de Lisboa viria a dirigi-lo para essa carreira. Com apenas 19 anos começou a trabalhar para o fotógrafo Cabecinha (revelando rolos) e para diversos estabelecimentos de Sesimbra onde as pessoas entregavam rolos; “andava de porta em porta, todos dias ia buscar”. A primeira máquina fotográfica que comprou, em segunda mão, custoulhe 300 contos: “uma fortuna, nessa altura”. Abriu a sua primeira loja em 1974, quando Idaleciano Cabecinha lhe trespassou o estabelecimento do Largo da Marinha; mais tarde ficou também com a casa fotográfica de Américo Ribeiro, na rua Cândido dos Reis. Estes trespasses permitiram-lhe ficar com o espólio dos dois fotógrafos, que tem vindo a divulgar desde então, ao mesmo tempo que o ofereceu â Câmara
Municipal. Mais tarde estabelecer-se-ia na rua da República, onde continua a sua actividade de fotógrafo. As reportagens e os casamentos dominaram a sua actividade durante muitos anos, e tornou-se praticamente no fotógrafo oficial do Carnaval, especialmente no período nocturno, com presença garantida no largo frente ao Clube Sesimbrense, onde todos se dirigem para a “foto da praxe”. À semelhança dos fotógrafos que o antecederam, ao longo dos anos foi acumulando uma extensa “memória” fotográfica de Sesimbra, da qual apresentamos apenas uma simples amostra: concurso de “Misses”, engarrafamento na rua Cândido dos Reis, manifestação pelo regresso dos soldados, Fernando Tordo numa actuação expontânea no Hotel Espadarte, desfile do Partido Socialista com Mário Soares, comício com Álvaro Cunhal, hospital da Misericórdia e ensaio de fadistas antes duma actuação.
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Assembleia Municipal aprovou Orçamento e Plano para 2012
Obras na Casa do Bispo Com 16 votos a favor (da CDU e do PSD), 6 abstenções (do PS) e um voto contra (do BE), a Assembleia Municipal de Sesimbra aprovou o Orçamento Municipal para 2012, documento ao qual já fizéramos referência na nossa anterior edição. O principal foco de discussão sobre estes documentos centrou-se no valor do Orçamento: 68 milhões de euros, superior ao Orçamento do ano anterior em 10 milhões, e não apenas 3, como erradamente escrevemos na nossa anterior edição, induzidos em erro pela introdução ao documento elaborado pela Câmara. À semelhança de discussão de anos anteriores, a oposição considerou que as previsões de receitas não eram realistas, nomeadamente nas previsões para venda de terrenos, um empolamento de valores que terá como consequência o aumento do endividamento municipal. O presidente da Câmara, Augusto Pólvora, respondeu a estas críticas, garantindo que a maior parte das receitas são mesmo para cobrar, e que se em algum caso não se atingirem as previsões, as despesas também serão reduzidas de forma equivalente.
O Orçamento do “Combóio”
O elevado valor do Orçamento fica a dever-se, em grande medida, a obras financiadas pelos fundos comunitários, e que arrancarão em 2012: Fortaleza de Santiago, Largo de Marinha e Marginal poente, etc. Mais uma vez Augusto Pólvora usou a metáfora de que os fundos comunitários (QREN) eram um “comboio” que a Câmara tinha de “apanhar”, pois pode não voltar a “passar”. Além disso, como são obras financiadas e com empréstimo, “se não fizéssemos obra nenhuma, poupávamos apenas 1 milhão
de euros.” O PS considerou que, em termos do QREN, “o passo que foi dado foi demasiadamente arriscado”, e que o combóio referido pelo presidente “passou de facto por aqui, mas era um TGV, e nós não temos velocidade para isso.” Outras obras que recaem em 2012 são as de construção de casa no Bairro Infante D. Henrique e no loteamento municipal da Cotovia, e o saneamento do Castelo. O tema do aumento da dívida municipal, e o seu impacto na economia global, foi igualmente debatido, sobretudo pelo PS, dizendo ter notícias de que já há empresas a recusar as encomendas que a camara lhe faz.
Aumentos de tarifas
Outro ponto que gerou aceso debate foi o dos aumentos das tarifas de água e da recolha do lixo. A oposição mais forte veio de Carlos Macedo, do Bloco de Esquerda, que afirmou estar o “Executivo social-comunista-democrata”, a “misturar água e azeite”, pois estava a aplicar em Sesimbra a mesma “receita” da troika O PS considerou que se travam de “aumentos severos, com forte impacto nos rendimentos das famílias mais carenciadas - 22 a 23% em termos médios de aumento da facturação conjunta, segundo previsões da própria Câmara”, e acrescentou que, havendo necessidade de aumentar tarifas, “o ano 2012 é o pior para fazer isso.” A CDU rebateu as objecções da oposição, dizendo que “seria um erro abandonar este projecto de desenvolvimento para o concelho. Reconhecendo ter também preocupação com a dívida e com o aumento das tarifas, referiram que “são serviços deficitários e que as receitas
terão de se aproximar dos custos; isso não foi feito até aqui porque a Câmara podia desviar outras verbas para este fim, mas agora não o pode fazer.” Augusto Pólvora considerou que tinha havido “coragem no agravamento dos tarifários”, e perguntou aos críticos: “gostaria que me explicassem como se consegue esse milagre de diminuir a divida sem aumentar as receitas que dependem da camara?” Reconheceu que tinham sido “opções dolorosas”, por não ser fácil, num ano como este, estar a agravar as despesas das famílias, mas qual é a alternativa?” Acrescentou que o objectivo da Câmara “não é obter lucros, mas aproximar-se do equilíbrio financeiro no sector da água”, apontando para uma cobertura das despesas, de 60 % no lixo e 80% nos esgotos: “Portanto, vai continuar a haver défice nestes serviços municipais, e para mais com o agravamento da factura da electricidade.”
Questões sociais
O impacto do orçamento na vida das pessoas foi objecto de várias intervenções, com o BE a indignar-se com o baixo valor atribuído a despesas sociais: “para este fim o orçamento disponibiliza, pasme-se, 640 mil euros para Acção Social, mais ou menos o mesmo valor do ano passado!” A esta acusação respondeu a CDU que a Câmara “não é imune às dificuldades, e não é de animo leve que pede um esforço aos munícipes”, e consideraram demagógica a acusação do BE, pois para além da verba inscrita no Orçamento, o que a Câmara “investe na acção social não é diminuto, pois inclui também as despesas com as escolas, os transportes, e até a logística municipal é também muito importante.” Augusto Pólvora reforçou esta ideia, afirmando que “o orçamento da habitação aumentou 6 vezes; e as escolas também são acção social: 40% dos alunos não pagam refeições.” E questionou Carlos Macedo, sobre se o BE “defende o modelo da caridadezinha?”
Dívidas
O PS insistiu com a Câmara sobre qual era o seu objectivo, em 2012, em termos de redução da dívida de curto prazo, tendo Manuel José Pereira adiantado que uma redução para 10 milhões de euros seria razoável. Lobo da Silva, do PSD, também colocou a mesma pergunta ao presidente da Câmara. Augusto Pólvora, no entanto, não se comprometeu com qualquer valor,
dizendo apenas que o objectivo seria o de “reduzir a dívida” em 2012. Igualmente focado foi o valor de dívidas de munícipes à Câmara, que ao longo dos anos foram atingindo valores consideráveis – à volta de 5 milhões de euros - e dos quais a Câmara prevê reaver em 2012 cerca de 1 milhão e meio de euros.
Ambiente
Carlos Macedo, do BE, foi o único deputado municipal a referir-se ao planos para a Mata de Sesimbra (zonas norte e sul), afirmando que a Câmara pretende contrariar os pareceres da CCDR e do estudo de impacto ambiental, considerando que a defesa que a Câmara fazia da sua “política sustentada de urbanismo” era “risível e anedótica”. E concluiu que, através dos documentos em votação, “a Câmara nada faz para lançar um desenvolvimento sustentado do concelho de Sesimbra.” Em resposta, Augusto Pólvora disse que lhe “custava qualificar a intervenção do BE, cheia de meias verdades, ou mesmo mentiras”, fazendo, nomeadamente, uma “leitura abusiva do parecer da CCDR” sobre a Mata de Sesimbra. E questionou Carlos Macedo: “Será que o modelo de desenvolvimento do BE é ter as ruas e largos esburacados da Quinta do Conde esburacadas?”
Governos Civis : poucas competências transferidas para as Câmaras Legislação publicada em Janeiro transfere para diversas entidades as competências antes atribuídas aos Governadores Civis. Poucas são as que passam para as autarquias: a maioria passa para organismos da administração central, num sentido centralizador que revela bem com o País mudou muito de objectivos no decurso dos últimos meses. As Câmaras passam a lidar com a realização de “realização de reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos ou abertos ao público”, e também ficam com a responsabilidade “procurar assegurar a cedência do uso para os fins da campanha eleitoral de edifícios públicos e recintos pertencentes ao Estado e outras pessoas colectivas de direito público, repartindo com igualdade a sua utilização pelos concorrentes.” Nos casos de calamidades públicas, os presidentes de câmaras municipais deverão indicar quais os “estabelecimentos afectados“, e são igualmente considerados competentes ”para declarar a situação de alerta de âmbito municipal.”
O SESIMBRENSE | 27 DE JANEIRO DE 2012
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Joaquim Penim: memórias da guerra Joaquim Penim, após o período de recruta e formação, embarcou, no dia 21 de Outubro de 1968, rumo a Moçambique. Quando o barco se distanciava do Cais de Alcântara, e à medida que os familiares iam ficando mais distantes, foi dominado por um ”sentimento de arrepio”, sabendo que estava ali a cortar “definitivamente o cordão umbilical, ali é que estavam a separar-nos da família, dos amigos, da terra, era uma coisa indescritível. Só retive a imagem de quem ficava no cais, aquela amálgama de gente era uma só pessoa. Os pais, que representavam a generalidade da família, dos amigos: tudo ficava ali”. Ao mesmo tempo sentia que “estava a ser absolutamente controlado, rumo a um desconhecido.” O “selvagem” de Sesimbra Mas, ainda antes de embarcar, já o jovem sesimbrense sentira a desumanidade da instituição militar face a cada um dos indivíduos: “Certa vez, quando cheguei a Tavira, vindo das Calda das Rainha, às 5 da manha, quando lêem o meu nome e terra, “Joaquim Manuel da Silva Penim, Sesimbra”, ouvi um tenente dizer para um alferes: “Olha,
está aqui um selvagem de Sesimbra”. Joaquim reagiu: “Está enganado, em Sesimbra não há selvagens.” Resposta do tenente: “Sim, foram uns selvagens que nos relegaram para a 3ª divisão, para ficarem vocês na 2ª” – ecos dos confrontos ocorridos em Beja durante um encontro do Desportivo de Sesimbra com o Farense: “A partir daí só tive problemas com esse tenente e esse alferes.” Joaquim Penim, embora
jovem, já andava pelos 23 anos: “Fui sempre adiando a minha integração na tropa, andava a fazer o 7º ano dos Liceus, aos poucos…” Com um feitio pouco atreito a aceitar os vexames e humilhações da recruta, e a animosidade preconceituosa do tenente algarvio, acabou “castigado” com uma nota baixa a Mérito Militar, do curso de sargentos milicianos: apenas 8 – o que, normalmente, significaria a sua despromoção para soldado. Mas como tinha excelentes notas a noutras áreas – tiro, provas físicas, instrução militar – manteve-se, mas com uma média baixa, o que significou que tive de ir para a especialidade menos apreciada, pela sua perigosidade: Minas e Armadilhas. Joaquim Penim estava na tropa a contra-gosto, contra o modo como a instituição militar tratava os militares, sobretudo os que estavam lá por obrigação, os milicianos. Por isso procurou resguardar-se das coisas que poderiam constituir perigo para si, executando a formação com grande profissionalismo. Revoltava-o que qualquer individuo fosse amesquinhado frequentemente, numa perspectiva de que, dessa forma, se estava “a preparar um individuo para se defender e defender uma causa, ou seja, a obedecer cegamente às ordens, sejam elas quais foram – e eu não aceito isso.” Uma guerra que o Governo negava
“Sesimbra” e um barquinho à vela desenhados numa árvore: uma declaração de amor à terra distante.
No Planalto dos Macondes Joaquim Penim foi, até ao momento, o único Sesimbrense que escreveu as suas memórias de guerra. O livro “No Planalto dos Macondes”, uma edição de autor de Maio de 2004, começou por ser apenas um texto cujo único objectivo era o de deixar para os seus descendentes a memória da sua participação na guerra: “fiz o livro para contar aos meus filhos como é que eu vivi a guerra, e de algum modo fazer isso extensivo aos que estiveram comigo na minha Companhia. A minha família sempre enalteceu o facto de eu ter feito a guerra com muita dignidade.” Depois, foi a insistência de amigos que o levou a publicar as memórias em livro, o que acabou também por ser uma surpresa para os seus antigos camaradas de armas: “Para alguns, foi o único livro que leram em toda a vida, foi muito bom. Na passagem do ano entreguei a um indivíduo que não via há 40 anos, encontrámo-nos por acaso, era doutra companhia mas está numa das fotografias, de Setúbal, e isso fez com que a passagem do ano dele fosse totalmente diferente.”
O governo português nunca admitiu abertamente que es-
tava em guerra: o discurso oficial era o de que tinha alguns problemas com “bandidos”, com “terroristas”, como se fosse apenas um problema de segurança. Mas Joaquim Penim, quando embarcou, já não acreditava nessa visão ingénua dada pela propaganda do regime: “Eu sabia que a realidade era uma coisa completamente diferente da propaganda, e sabia que era perigoso. Houve sempre pessoas que no meio militar nos avisavam, tinham a noção de que deveriam abrir os espíritos à realidade. E nós tínhamos na Companhia uma pessoa que fazia isso, um capitão miliciano que já tinha feito uma comissão em Angola e que nos dizia o que tinha visto e vivido, e isso para nós era uma garantia de que devíamos sempre e ter o máximo cuidado com aquilo que fizéssemos, sempre bem pensado,
e deveríamos sempre ouvir as pessoas mais experientes no campo da guerra – foi esse homem que assinou o prefácio do meu livro.” [Coronel Manuel Teixeira da Silva]. Entre os momentos mais dramáticos recorda uma vez em que foram metralhados pelos próprios aviões portugueses, numa altura em que ocupavam uma colina e em que, por não disporem de rádios, não puderam assinalar a sua presença: “Fazíamos parte de uma coluna que vinha trazer bombas para os aviões FIAT, que eram uma novidade em Moeda, fomos fazer a segurança num monte, com o resto do pelotão cá em baixo na estrada, e a Força Aérea viu-nos, tentaram contactar, mas como não tínhamos rádio, não pudemos responder. Atacaram-nos a tiro, a nossa defesa foram as árvores.”
Resistência à autoridade fardada Joaquim Penim recorda que sempre fez parte da cultura familiar um sentimento de desconfiança à autoridade fardada, com origem no episódio ocorrido em 11 de Abril de 1900, onde um destacamento militar disparou sobre pescadores de Sesimbra em greve, mas que se encontravam pacificamente sentados na praia, tentando impedir que fura-greves levassem as barcas para o mar. Um dos mortos foi o seu bisavô, Hermano Faria. “A minha avó, então uma miúda, viu o pai ser fuzilado na praia, assistiu lá de cima do “Álvaro Tanoeiro”, e incutiu sempre nos nossos espíritos uma revolta muito grande em relação ao foro militar, ao poder institucionalizado. Houve também o facto da minha mãe ter ido à Câmara, por indicação da professora, pedir uma bolsa de estudo, e o presidente da camara da altura correu com ela dizendo: «desde quando é que uma filha dum pescador e neta de um revo-
lucionário queria estudar à conta do Estado?». Isso marcou-a de tal maneira que ela nunca voltou a entrar na Câmara, nem para ir ver o meu irmão [Amadeu Penim, que foi presidente de Câmara], só para não voltar a subir as escadas que tinha descido a chorar.”
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Edifícios com história
A Virgilinda O pequeno restaurante situado na rua Jorge Nunes – antiga rua do Pelourinho – é um dos estabelecimentos de referência de Sesimbra, após décadas a servir, sobretudo, bom peixe, durante muitos anos sob a gerência de Domingos Cachão, e, desde há 33 anos, de José Oliveira. Mas a história do edifício é bastante mais antiga. A estrutura actual data de 1904, construída por Lino Correia, o comerciante que entre 1910 e 1913 haveria de dirigir a primeira Câmara Municipal republicana. Porém, já antes ali funcionara outro estabelecimento,
existindo referências de finais do século XIX, de que ali se vendiam muitos dos bens que pescadores e marinheiros levavam para bordo. O edifício de 1º andar construído em 1904, cujo “projecto” reproduzimos – nessa altura bastava o desenho da fachada – serviu, no rés-do-chão, como estabelecimento de mercearia e “fábrica de chocolates” de Lino Correia, um jovem minhoto que singrara na vida comercial local. Mais tarde funcionou ali a padaria de António Gregório, que vendia pão fabricado no forno da Padaria do Gá, na rua da Fé. Passou depois a ser uma
casa de pasto, com o nome Virgilinda, por iniciativa de José Fortunato e do irmão, familiares de Domingos Cachão, que tomaria mais tarde, com a esposa, conta do estabelecimento,
ajudando a criar a fama que ainda hoje se mantém. Apesar da beleza do edifício, não se encontra muito bem tratado. O interior do restaurante dispõe de boas instalações,
mas a porta e janela de alumínio são desinteressantes. Quanto ao primeiro andar, bem como a respectiva porta de acesso, encontram-se num lamentável estado de abandono.
Lino Correia Originário de Monção, no Minho, Lino Correia veio para Sesimbra muito novo. Numa escritura realizada em Sesimbra em 1886, já participa como testemunha, sendo na altura “solteiro, maior, com a profissão de caixeiro”. E em 7 de Maio desse mesmo ano toma de arrendamento a António Maria Parrada do edifício que existia no local da actual Virgilinda, arrendamento por 19 anos e 2.400 réis por mês. Em 1904 apresentou à Câmara o pedido de construção do edifício que ainda hoje existe, pedido que foi aprovado em sessão de Câmara de 16 de Junho de
1904. O despacho de “aprovação da planta apresentada” é rubricado pelos vereadores Gouveia, Covas e Lopes, ou seja: José Batista de Gouveia, João Gomes Covas e Virgílio de Mesquita Lopes – este último tornar-se-ia seu adversário político no período republicano, substituindo-o no lugar de presidente da Câmara. Lino Correia foi um republicano de longa data, surgindo já numa saudação de 1894 ao director do jornal republicano A Vanguarda, e, na sequência das greves dos pescadores de 1896 e 1897, defendeu a posição dos marítimos na sindicância realizada por Baldaque da Silva. Participou também no Senado municipal, desde 1919
até à dissolução desse órgão, na sequência da Revolução de 1926.
José Oliveira: uma gastronomia genuína
José Oliveira, o actual proprietário do restau-
rante A Virgilinda, chegou a Sesimbra há 36 anos, para
trabalhar na cozinha do Hotel Espadarte - que nessa altura servia de alojamento famílias de retornados das ex-colónias, à volta de 250 pessoas. Depois ainda foi trabalhar para Lisboa, e só depois, juntamente com o irmão, trespassou a Virgilinda a Domingos Cachão, há 33 anos. Continua, como os seus antecessores, a apostar na qualidade, o que garante uma grande fidelidade de alguns clientes: “alguns desde há várias décadas”. Dá como exemplo um casal que vem de Junho a Setembro, “ e comem sempre aqui, e às vezes, para o dia da folga, levam comer
feito!” O segredo, diz José Oliveira: “Se calhar, é continuar a apostar numa gastronomia muito genuína, muito caseira. Os clientes dizem, por exemplo, que comem aqui um arroz de tomate como não encontram em mais lado nenhum.” A base da ementa tem sido sempre o peixe: “Sempre tive esta política, e sou apologista de que numa terra de peixe não faz sentido vender peixe congelado, a não algum ser que não se consiga encontrar fresco. Muitas vezes só se consegue mais caro do que o congelado: chego a ter aqui tamboril vindo de Viana
do Castelo, ou mesmo de Espanha.” José Oliveira, originário de Ponte da Barca - curiosamente, no mesmo distrito de origem de Lino Correia - crê que a maior dificuldade está na dificuldade dos acessos à vila, aspecto em que diz que “Sesimbra parou no tempo.” E a crise actual também obriga a alguma adaptação: “Tem de se fazer muitos sacrifícios, não se pode aumentar preços, tem de fazer um prato do dia a preço fixo, porque a crise é geral e os tempos não se afiguram fáceis.”
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ClassicDent inova na Ortondontia com técnica de “Arco Segmentado” O que é a ortodontia? É uma especialidade da odontologia que trata e corrige o posicionamento dos dentes e dos ossos maxilares. Quais os problemas ortodônticos mais frequentes? Os desalinhamentos dentais (dentes tortos), mordidas cruzadas e o preparo ortodôntico com finalidade protética. Qual a melhor idade para se iniciar um tratamento ortodôntico? Logo que o problema for detectado, a intervenção deve ser feita. Devemos tratar o quanto antes, o mais rápido possível, pois muitas anomalias tem prazo para tratamento, principalmente as que dependem de aproveitamento do crescimento ósseo. Para além dos chamados “dentes tortos”, que outros sinais ou hábitos indicam a necessidade de uma visita ao ortodontista? Dores de cabeça constante, dores na articulação mandibular, mordidas cruzadas, hábitos de “chupar o dedo”, necessidade de colocação de implantes, próteses, etc. Existe mesmo o medo de ir ao dentista? Infelizmente ainda existe, as pessoas associam o dentista sempre a dor , e isto vem mudando muito aos poucos. Vivemos no século XXI e a prática odontológica está muito avançada, hoje, salvo algum desconforto, não se sente mais dor no dentista, as anestesias estão muito eficientes e as técnicas de tratamento bem empregadas são muito eficazes. É muito importante o paciente procurar um profissional capacitado e manter uma fidelidade a este dentista, com consultas periódicas e acompanhamento adequado, nunca deixando pequenos problemas que podem ser facilmente tratados virarem grandes problemas que dificultem o tratamento e acresça demasiadamente o preço. Resumindo, em odontologia é sempre melhor prevenir. Nos últimos anos houve um “boom” de campanhas publicitárias ligadas à ortodontia, inclusive blogs odontológicos, o que acha disso? É cada vez mais difícil o
paciente que chega ao consultório, e já não fez uma consulta a internet. Muitas vezes lê coisas que nem se referem a seu caso ou que foram escritas por leigos, complicando as vezes até o tratamento com questionamentos erróneos, ou até mesmo com medo excessivo pelo que leram. O mais correcto é sempre consultar o seu dentista que pode indicar os sites que devem consultar, artigos científicos que estejam relacionados com seu caso, etc. As campanhas publicitárias, muitas são negativas, pois grande parte é ilegal, pregam a colocação de aparelho dentário a custo zero, o que muitas vezes é uma grande armadilha, além disto, o serviço muitas vezes é executado por profissionais que por vezes nem estão qualificados . Sabemos que com a crise que atravessamos, não tem ninguém a dar nada a ninguém e o bom serviço sempre terá que ser remunerado.
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As técnicas de tratamento estão cada vez mais avançadas e hoje é possível tratar todos os tipos de anomalias de uma forma relativamente rápida e barata. A ideia de que os aparelhos dentários são só para as crianças já está ultrapassada. Cada vez mais vemos pessoas de todas as idades a utilizar. É uma questão de moda ou preocupação? Preocupação esta não só com a saúde mas também com a estética? Na realidade é uma questão de preocupação, as pessoas estão se conscientizando que os dentes, são bens muito valiosos e devem ser cuidados e estimados, assim, duram a vida inteira. Na crise actual, precisamos ser cada vez me-
13 A clínica dentária Classic Dent está desde 2006 na Quinta do Conde e desde Julho de 2011 na vila de Sesimbra. Dr. Silvio Araujo é o médico dentista da clínica, que com uma técnica inovadora utilizada por si do arco segmentado promete em menos tempo resolver os problemas dentários de muitos. Médico dentista há 20 anos e especialista em ortodontia, o Dr. Silvio Araujo é neste momento o presidente da Associação Portuguesa de Ortodontia da técnica do arco segmentado, como também professor do curso de assistente dentário em ortodontia e auxiliar no curso de especialização de ortodontia.
lhores, e em uma entrevista de emprego, por exemplo, com muitos candidatos a uma única vaga, muitas pessoas precisando de emprego , a pessoa mais cuidada, com melhor aparência leva vantagem. Dentes bem posicionados, são saudáveis, além de muito bonitos . Esta preocupação está ligada com a importância cada vez maior dada à beleza exterior e dos estereótipos que movem multidões? Acho que esta preocupação está relacionada com o momento mundial que vivemos actualmente. Vive-se cada vez mais, pessoas hoje com 50 – 60 anos não são mais consideradas velhas como antigamente, tem pelo menos de 30 a 40 anos de vida, trabalham e precisam viver estes anos com qualidade , e não desdentadas e cheias de próteses. Qual a sua visão da ortodontia de hoje? (Saturação de profissionais da área; preços baixos/qualidade; …) Há um campo muito grande na ortodontia hoje , pois além das crianças e dos problemas dos adolescentes, temos os adultos que se importam cada vez mais com a saúde, com a beleza, e que nunca tiveram oportunidade de tratamento pois seus pais nunca tiveram condições financeiras ou não haviam profissionais qualifica-
dos. As técnicas de tratamento estão cada vez mais avançadas e hoje é possível tratar todos os tipos de anomalias de uma forma relativamente rápida e barata. É preciso sempre que o paciente procure bem o profissional qualificado, converse bastante e comprove a competência do mesmo para executar o seu serviço, pois um tratamento ortodôntico mau conduzido consome muito tempo, dinheiro e leva a erros muito difíceis de serem reparados . No que consiste a técnica do arco segmentado, utilizada pelo Dr.? É uma técnica de tratamento criada nos Estados Unidos, pelo Dr Charles Burstone, que utiliza princípios de biomecânica para produzir os movimentos dentais. Qual a diferença entre a técnica por si utilizada e a técnica do arco contínuo utilizada pela grande parte dos profissionais? Como disse anteriormente, é a utilização de princípios de biomecânica, utilizando forças leves e constantes, com perfeito domínio do movimento executado, minimizando os efeitos colaterais . Quais as vantagens da utilização desta técnica? Maximizar o tratamento, tratar casos complexos, difíceis, que em outras técnicas não poderiam ser tratados, em um espaço de tempo mais reduzido, com a diminuição dos custos e do desconforto do paciente que não precisa ficar vários anos com o aparelho. Qual o valor de um aparelho deste género? O custo não é do aparelho, e sim do tratamento completo, e varia muito de caso para caso, dependendo muito da dificuldade e dos materiais empregados, posso te afirmar que em grande parte se assemelha ao custo da grande maioria dos profissionais, porém com um menor tempo de tratamento. Depois de retirado o aparelho é necessário alguma prevenção? Não há perigo dos dentes voltarem a ficar como estavam? Sim , por isso no fim de todo tratamento ortodôntico é feito um sistema de contenção, que garante a longeividade do tratamento. É verdade que chegam até si clientes vindos de outras clínicas com a informação
de que não há nada a fazer nas suas bocas? Sim, constantemente isto acontece, pois os profissionais que os atenderam não tinham a qualificação para solucionar o seu caso, mas hoje, uma pessoa que precise de um determinado tratamento não fica mais sem atendimento por desconhecimento científico, e sim muitas vezes por falta de poder económico, o que é preciso é procurar o profissional adequado. Hoje 35% de meus pacientes são de retratamentos, pessoas que fizeram o tratamento com outros profissionais e não ficaram satisfeitas com o seu resultado. Quais os riscos de não se proceder a um tratamento de ortodontia quando necessidade? Vários, entre eles, problemas de Articulação têmporo mandibular, dores de cabeça, assimetria facial, problemas de respiração, fracturas dentais e por fim a perda dos elementos dentais. Se há riscos, porque este tipo de tratamento ainda é tão caro, não acessível a todas as classes sociais e o Estado não comparticipa? Todas as especialidades na realidade são caras , pois exigem muita dedicação e investimento financeiro do profissional para sua formação, com cursos pagos no estrangeiro e vários anos de formação científica, e constantes actualizações. O estado tenta com políticas de distribuição de cheques ,minimizar os problemas odontológicos, que no meu entender não resolvem nada, apenas consomem o dinheiro público, deveria contratar profissionais e coloca-los nos postos de saúde de forma organizada, e fiscalizar o seu serviço de forma a bem atender a população e poder colher os seus frutos a médio longo prazo. Que tipo de facilidades de pagamento oferecem? (pagamentos faseados, protocolos com seguros de saúde dentária, …) Sabemos que nos dias de hoje dispender de uma quantia a pronto é difícil para todos , portanto , dividimos os pagamentos e financiamos os aparelhos dentários , basta o cliente vir e fazer um orçamento e combinar a forma de pagamento. Andreia Coutinho
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28ª Edição do Corta-mato Escolar Decorreu no passado dia 10, na Lagoa de Albufeira, a 28ª edição do Corta-mato Escolar Concelhio. Com a participação de alunos de cinco agrupamentos de escolas e da Escola Secundária de Sampaio, esta prova desportiva contou com cerca de seis centenas de crianças e jovens que percorreram entre os mil e os três mil metros, consoante os diferentes escalões etários, e de dezenas de professores que colaboraram com a iniciativa. No final foram divulgadas as classificações colectivas e as classificações individuais de cada aluno, distribuídas pelos diferentes escalões etários. No dia 15 de Fevereiro, os seis alunos melhor classificados, de cada escola, irão competir no cortamato distrital, que decorrerá na Mata da Machada, no Barreiro.
Classificação Coletiva 1.º Escola Secundária de Sampaio 2.º Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde 3.º Agrupamento Vertical de Escolas de Sesimbra Castelo-Poente 4.º Agrupamento de Escolas da Boa Água
5.º Agrupamento V ertical de Escolas Michel Giacometti 6.º Agrupamento de Escolas do Castelo Classificações Individuais Infantil A Feminino 1.º Débora de Sá 2.º Margarida Formiga 3.º Joana Sardinha
Nelson Santos em Moçambique O sesimbrense Nelson Santos partiu para Maputo, em Moçambique, onde vai trabalhar como treinador adjunto de Diamantino Miranda, na equipa da Costa do Sol. Nelson Santos trabalhou na última época como adjunto do Mitchell Van de Gaag, no Marítimo, onde participou na Liga Europa. No Verão passado concluiu o nível IV UEFA - PRO ( Nível máximo de formação de treinadores), que permite me treinar qualquer clube ou selecção de qualquer país.
A equipa é o Costa do Sol, que fica em Maputo é uma das melhores equipas Moçambicanas. Foi fundado em 1955, então com a designação de Sport Lourenço Marques e Benfica – um evidente paralelismo com o Sport Lisboa e Benfica. O actual nome completo é o de Clube de Desportos da Costa do Sol O Costa do Sol é o clube moçambicano com mais títulos nacionais na modalidade de futebol na categoria de seniores masculinos. Já conquistou 9 vezes o campeonato nacional (Moçambola) e dez vezes a Taça de Moçambique.
Infantil A Masculino 1.º Diogo Lourenço 2.º Isidro Tavares 3.º Adelmo Oliveira
Iniciados Masculinos 1.º Guilherme Fernandes 2.º Vitor Ramos 3.º Cláudio Ribeiro
Infantil B Feminino 1.º Soraia Tavares 2.º Lígia Ribeiro 3.º Mariana Capítulo
Juvenis Femininos 1.º Cláudia Esteves 2.º Luísa Amorim 3.º Carolina Marquês
Infantil B Masculino 1.º João Silva 2.º Tiago Esperança 3.º Cláudio Coimbra
Juvenis Masculinos 1.º Simeon Yurukov 2.º Afonso Serpins 3.º Miguel Batista
Iniciados Femininos 1.º Leonor Duarte 2.º Bruna Sardinha 3.º Bernardete Casaca
Juniores Masculinos 1.º André Felipe 2.º Rodrigo Silva 3.º Tiago Monteiro
Desporto a não perder! Vela n
II Prova do Campeonato Regional de Juniores e Absolutos - 2012
É pelo quarto ano consecutivo, que o Clube Naval de Sesimbra recebe a “II Prova do Campeonato Regional de Juniores e Absolutos– 2012” este evento desportivo de Vela Ligeira encontra-se aberto aos barcos da classe Laser STD, Radical, 4.7, 420,470, 49ER e Hobbie Cat e terá lugar nos próximos dias 11 e 12 de Fevereiro, na baía de Sesimbra.
Natação n
Special Olympics
O Grupo Desportivo de Sesimbra, vai acolher, no próximo dia 8 de Fevereiro, entre as 9:30 e as 14:00 horas, o Campeonato de Natação de Inverno, organizado pela Cercizimbra e pelo Special Olympics Portugal.
Futebol n
Já está a “rolar”, a 2ª edição do Sesimbra Summer Cup – edição 2012. Este torneio, organizado pela Junta de Freguesia do Castelo, Grupo Desportivo de Sesimbra, Grupo Desportivo de Alfarim e Associação CRUT Zambujalense, decorrerá entre os dias 21 e 24 de Junho e está aberto aos escalões de sub.15 (futebol de 11), sub.13 (futebol de 7), sub.11 (futebol de 7), e sub.9 (futebol de 5). As pré-inscrições, em período promocional, para mais do que uma equipa/escalão do mesmo clube, com o pagamento da Taxa de Equipa, poderão ser realizadas até ao dia 15 de Março através do site sesimbracup. jf-castelo.pt A grande novidade desta edição, é o Circuito de Futebol de Praia, prova facultativa e gratuita, para as equipas participantes, que decorrerá em simultâneo com o Torneio, na Praia do Ouro em Sesimbra.
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O SESIMBRENSE
Passagem de Ano
Liga dos Amigos de Sesimbra
Joaquim Diogo é o novo presidente
A Passagem de Ano voltou a traser a Sesimbra alguns milhares de pessoas, atraídas pelo espectáculo de fogo-de-artifício e pela animação nocturna, com a música de rua a cargo de DJs. Também se realizou a tradicional passagem de anso submersa, com um grupo de 40 mergulhadores a fazer o reveillon debaixo de água, iluminando as águas da baía e despertando a curiosidade de muitos que por ali passavam.
Apenas uma lista se apresentou às eleições para os órgãos sociais da LAS, para o biénio 2012-2013, tendo sido eleita numa Assembleia Geral que teve lugar em Dezembro passado. Joaquim Diogo, impulsionador da referida lista e candidato a presidente da Direcção, já desempenhava função de vicepresidente no mandato anterior. No Programa e Plano de Actividades com que se apresentou a votos, os candidatos reconhecem as “dificuldades que nos aguardam”, mas exprimiram a vontade de “conduzir os destinas da Liga com a garantia de bem-fazer, respeitando o seu passado mas com os olhos postos no futuro, valorizando os nossos associados e anunciantes”. Referindo-se a iniciativas para o mandato, foram dados como exemplos eventos “que envolvam mais os nossos associados e população, tais como a noite de fados, um baile dos anos 60 e o passeio todo-o-terreno”. Nestes documentos, apresentados directamente por Joaquim Diogo à Assembleia eleitoral, foi prometido “dar publicidade às empresas existentes e divulgação de novas aberturas”, bem como o reforço da disponibilidade para dar voz “às colectividades, partidos políticos e instituições de cidadãos, que com a sua crítica, exigência e dedicação contribuem também para a melhoria dos apoios e acções do concelho a favor da comunidade”.
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O Orçamento para 2012, aprovado pela mesma Assembleia, prevê a arrecadação de receitas no montante global de cerca de 50 mil euros, dos quais cerca de metade provém da prestação de serviços de publicidade: no jornal O Sesimbrense e na montra da sede.
As Despesas orçamentadas, em montante inferior às receitas em pouco mais de mil euros, são , em cerca de 50%, compostas de custos de pessoal. A impressão do jornal absorve 16% das despesas, cabendo os restantes 22% a despesas diversas de funcionamento.
Direcção
Joaquim Diogo Presidente
Irene Lourenço Vice-presidente
Maria Conceição Nero Gonçalves Vice-presidente
José Embaixador Tesoureiro
Marília Mateus Secretaria
Carlos Alberto Ferraria Vogal
Hugo Costa Lda (Helena Diogo) Vogal
Pedro Santos Suplente - Vogal
Domingos Cachão Correia Suplente - Vogal
Assembleia-geral José Oliveira Martins Presidente
António Cambim Vice-presidente
Leonor Figueira 1ª Secretária
Carlos Sargedas 2º Secretário
Conselho Fiscal Paulo Tomaz Presidente
José Alexandrino Vogal
Armando Miranda Vogal
O Canto da Poesia Sesimbra virada ao mar Onde reina o pescador Esta baía sem par É sinal do teu valor Serra mar sabor a sal Benesse da natureza Cantinho de Portugal Pincelada de beleza Com um pôr de sol dourado E teu luar prateado És de riqueza invulgar Princesa filha do mar Sesimbra onde eu nasci E onde quero acabar Levando do que vivi A certeza de te amar Pexito Outubro de 2011