O Sesimbrense - Edição 1164 - Julho 2012

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ANO LXXXVI • N.º 1164 de 25 de Julho de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)

86º Aniversário O jornal O Sesimbrense comemora os seus 86 anos de existência. Embora tenha passado por alguns períodos de dificuldade, a verdade é que não houve nenhum ano sem que não tenha sido publicada, pelo menos, uma edição. Tem sido um esforço de várias gerações e de muitos colaboradores, que sempre recordamos nesta altura. Têm sido, também, anos de apoio e dedicação da parte da comunidade sesimbrense, dos assinantes, dos leitores, e de numerosas instituições que connosco têm colaborado, e que aproveitamos para assinalar. Para todos vós, aqui fica o nosso agradecimento e a nossa homenagem.

Valdemar: “Agarrei-me a esta terra de alma e coração”

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Edifícios com História

Política local Assembleia Municipal aprovou regulamentos de Trânsito e de Horários Comerciais A Assembleia Municipal de Sesimbra aprovou, por maioria, os novos regulamentos de circulação e estacionamento automóvel, e de horários dos estabelecimentos comerciais e de serviços. A proposta relativa ao trânsito foi a que gerou maior de-

bate, mas a natureza muito genérica do Regulamento limitou o alcance que essa discussão poderia ter tido. Agora, a Câmara Municipal fica com liberdade para colocar mais ou menos parquímetros, e para criar, ou não criar, cartões para isenção de estacionamen-

to a moradores e trabalhadores na vila, sem necessidade de consultar a Assembleia Municipal. CDU e PSD votaram a favor do regulamento, mas o PS e o BE não acreditam que o problema possa ser solucionado desta forma. Página 10

Futebol sénior pode acabar bol local perdeu os favores do público, que quase não assiste aos jogos. Com as receitas em queda e o agravamento da situação financeira, o GDS coloca a hi-

Ao contrário do que se previa, o festival pop/rock que a promoção comercial localiza no Meco - embora, na realidade, tenha lugar na Lagoa de Albufeira - teve menos gente do que em edições anteriores - mas, ainda assim, bastante público. A organização, entretanto, tinha arranjado mais lugares para campismo, balneários e

estacionamento, e tinha relvado parte do recinto. O resultado final foram três dias de espectáculos de qualidade, sem os inconvenientes dos anos anteriores: o pó praticamente não se fez sentir, e as únicas filas que se viam era para obter os brindes promocionais das empresas instaladas no recinto. Página 8

Desporto

Pescas

Associativismo

Beatriz Matos

A pesca artesanal em debate

Refugo fecha portas

Com apenas 12 anos, Beatriz Matos já é uma atleta de competição de Ginástica Aeróbica Desportiva. Para além de ser campeã Nacional de 1ª divisão, já acumula vários títulos ao longo de quatro anos. Participou também na Taça do Mundo e no Campeonato Mundial em representação de Portugal pela Selecção Nacional de Ginástica. Em Maio, foi distinguida com a Medalha de Mérito Municipal - Grau Prata pela Câmara Municipal de Sesimbra.

A Liga para a Protecção da Natureza e a SCIAENA promoveram um debate sobre a Pesca Artesanal, no passado dia 30 de Junho, nas instalações de Sesimbra da Associação dos Armadores da Pesca Artesanal Local do Centro e Sul (AAPCS). Contando com a presença do secretário de estado do Mar, a sessão teve ainda como oradores convidados Cristina Reis, da AAPCS, e Henrique Souto, professor da Universidade Nova.

Ao fim de 106 anos de exitência, ao serviço do associativismo, do recreio e da cultura sesimbrense, o “Refugo” vê-se obrigado a fechar portas, tendo sido aprovada a sua extinção em assembleia-geral. Tendo resultado de uma cisão, quer do Grémio (colectividade mais conservadora) quer da Sociedade Impressão Musical (politicamente mais à esquerda), a SRS viria a ficar conhecida como o “Grémio do meio”, e também como o “Refugo”.

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pótese de suspensão de equipa de futebol sénior. Este e outros assuntos, em balanço da época desportiva, numa entrevista com Sebastião Patrício, presidente do GDS. Página 5

Com a conclusão das obras da marginal poente, Sesimbra dá mais um passo no sentido da qualificação da sua frente marítima para o turismo e o recreio, restringindo as zonas para a circulação automóvel - que apenas se faz no sentido nascente poente - e criando mais espaço para o público.

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Super Rock

Grupo Desportivo de Sesimbra

Foi o futebol que justificou o nascimento do GDS, em 1947, pela fusão de três outros clubes locais. Mas os tempos passaram, a actividade desportiva diversificou-se, e o fute-

A Fábrica Francesa

En


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Editorial

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

O Sesimbrense e a política Embora tenha sempre ostentado a divisa de “jornal independente”, O Sesimbrense nasceu, há 86 anos, essencialmente por causa da política, e para ser tornar, durante muitas décadas, numa das mais importantes tribunas políticas do concelho de Sesimbra. A decisão da sua fundação, tomada em 1926 por Abel Gomes Pólvora, coincidiu com sua a demissão de presidente de Câmara, decidida pela ditadura militar instituída nesse mesmo ano. Abel Gomes Pólvora era o sucessor natural dos chefes do partido político do centro-esquerda em Sesimbra. António Gomes Pólvora, Joaquim Crispim Pólvora e António Gomes Pólvora Júnior, tinham sido, sucessivamente, os dirigentes do partido Regenerador em Sesimbra. A implantação da República veio perturbar o panorama político local durante algum tempo, mas, em 1919, quando concorreu à Câmara Municipal, Abel Gomes Pólvora tinha a confiança do partido que, primeiro com o nome de Evolucionista, e depois de Liberal, dava continuidade aos Regeneradores do período Monárquico. No campo oposto situava-se o partido Democrático, que, no período republicano, dera continuidade às políticas do monárquico partido Progressista. Mas Abel Gomes Pólvora, ao constituir a lista para a Câmara, promovera uma coligação entre estas duas forças políticas, motivo pelo qual era secundado por Virgílio de Mesquitas Lopes e Manuel José Pereira, representando, respectivamente, os Democráticos e os Liberais.

A ditadura de 1926, e depois o Estado Novo, a partir de 1933, combateram violentamente a vida partidária, ilegalizando os partidos e hostilizando os homens que os representavam - Virgílio de Mesquita Lopes chegou mesmo a ser preso pela Ditadura. Além disso, o novo regime ainda extinguiu os sindicatos livres e condicionou o associativismo. Mas, em Sesimbra, o debate político continuou a ser feito através das páginas d’O Sesimbrense, nas quais Abel Gomes Pólvora dava voz às diferentes forças políticas, que não se podiam exprimir através do modelo partidário. Neste sentido, podemos afirmar que o jornal mereceu a divisa de “independente”, ainda que não fosse apolítico. Quando se formou a Liga dos Amigos de Sesimbra, em 1951, para receber o legado do jornal, directamente das mãos de Abel Gomes Pólvora, O Sesimbrense foi refundado. Uma leitura dessas primeiras edições permite confirmar que mantinha o direito à divisa de “independente”. Mas não o foi por muito tempo: manobras de bastidores cedo determinaram o afastamento de um dos seus mais empenhados colaboradores, o jovem Eduardo Ribeiro Pereira, por suspeita de não ser afecto ao regime vigente. E rapidamente as páginas d’O Sesimbrense foram colocadas ao serviço da política do Estado Novo, incluindo apelos explícitos à votação nos candidatos da União Nacional, aquando dos simulacros eleitorais. João Augusto Aldeia

Pescas - Junho

Com o apoio:

Farmácia Bio-Latina Avenida da Liberdade, nº. 238 Quinta do Conde

Farmácia da Cotovia

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Liz

Estrada Nacional 377, Lote 3, Alfarim

Farmácia Lopes

Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 109 113 212 681 685 212 688 370 212 288 078 212 688 547 212 233 028

Embandeiramos em arco pela melhoria do mês de Maio a que o nosso Senhor das Chagas se associou. Neste Junho houve diminuição de produção e de valores representados em euros na Lota: O Arrasto, menos 12.000 Kg; a Artesanal, 170.000 Kg e o Cerco 260.000 Kg! Totalizando – 450.000 Kg, com uma diferença de valores em 400.000 euros! Continua indefinido o futuro das pescas que, de ano para ano, se vem depauperando. A crise nas pescas não advém da crise geral que o país atravessa. Desde há muito que nestas colunas vimos defendendo o pouco aproveitamento que,

ultimamente, mais se tem acentuado neste sector que, dantes era profícuo e contribuía para o desenvolvimento nacional. Nesta nossa zona, ainda por cima nos pespegaram um P.O.P.N.A. que de interesse só terá o bom propósito de defender o crescimento das espécies, permitindo heresias no MAR, que todos sabem, mas, só pagam por tabela os velhos pescadores reformados, e os pescadores da cana, que tão pouco pescam e tantas multas e sustos lhes pregam quando ousam ultrapassar as linhas demarcadas. Isto é o país que temos! Pedro Filipe


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ONDULAÇÕES 119 Eduardo Pereira

Em meados de Agosto de 2002, foi comunicado pela Câmara Municipal de Sesimbra, aos sesimbrenses, a realização de uma exposição sobre um Estudo Preliminar do Plano de Reordenamento de uma nova marginal de Sesimbra, a que se seguiria, na noite do dia 30, uma sessão publica a realizar no mesmo local, na qual participariam autarcas e técnicos do gabinete de projectos da Câmara, para apresentação do Estudo e, presumia eu, para uma desejável troca de pontos de vista entre políticos municipais, técnicos e os sesimbrenses que estivessem presentes. Visitei a exposição e assisti à apresentação do estudo preliminar. Uma nova marginal em Sesimbra envolverá, de poente para nascente: um molhe para retenção de areias, novos acessos aos actuais molhes, a construção da Fonte do Caneiro (?), a construção da Praça da Califórnia (?), um silo automóvel para 350 lugares (?), a marginal nascente, as transformações do

largo de Bombaldes com a sua estrutura de sombreamento (?), a reconstrução da Fortaleza (?), a marginal poente, um silo automóvel com 400 (?) lugares, os passadiços do Macorrilho e do Alcatraz, a estrada da Doca e a praça da Doca. Os políticos e os técnicos esqueceram que as necessidades da marginal são apenas uma pequena parte das muitas necessidades do concelho. O texto destas Ondulações recolhe promessas feitas pela mesma equipe camarária, em Junho de 2002, há mais de dez anos, durante os quais nada se fez nesta área. Não porque se tenha acorrido a outras necessidades. As promessas agora feitas são próprias de um ano de eleições autárquicas. Que tristeza. Exactamente porque nos encontramos em crise, aproveitemos este período eleitoral para apresentar propostas adequadas, válidas e que reúnam larga concordância dos sesimbrenses e não rascunhos mal alinhavados.

Parque desportivo e radical da Lagoa de Albufeira A Lagoa de Albufeira tem agora um parque desportivo e radical que pertence à AUGI nº 6. O parque tem cerca de 3000 metros, tem um campo para práticas desportivas, halfpipes para os skaters, um slide e ainda algumas máquinas para a prática de exercício físico. Este recinto que está direccionado ao desporto e ao lazer, ainda não está aberto ao público, pois, as obras ainda não estão terminadas devido ao atraso nos pagamentos da parte de alguns proprietários, referiu António Fontes, presidente da AUGI nº6.

As acções foram postas em tribunal, pelo não pagamento que impossibilita a continuação das obras, desde 2003. No fim de 2011, apenas três proprietários já tinham pago a divida, no entanto, ainda assim há sete proprietários que são devedores, e a situação só se deve resolver em tribunal. Segundo António Fontes, não há uma data prevista para a conclusão destas obras e para a abertura do parque. Tudo depende agora do desenvolvimento das acções judiciais. Teresa Carvalho da Silva

Actos de Vandalismo O parque desportivo e radical da Lagoa de Albufeira foi alvo de “actos de vandalismo”, referiu António Fontes. No campo das práticas desportivas, que está vedado e fechado ao público com uma placa com o aviso “Entrada proibida: em obras”, a rede foi forçada de maneira a criar

espaço suficiente para que alguém conseguisse lá entrar. O presidente da AUGI nº 6 está desagradado com a situação e apela para que os pais dos responsáveis deste incidente se cheguem à frente e “paguem os estragos” para que o problema não chegue às autoridades.

ABAS com novas instalações para solidariedade O ABAS tem novas instalações para solidariedade que foram cedidas pela Câmara Municipal de Sesimbra. Tratase de um pequeno armazém onde se faz a distribuição alimentar pelas famílias carenciadas em Sesimbra.

Pingo Doce a única loja comercial a fornecer os alimentos. Normalmente são frescos, pão, bolos, furta e comida confeccionada. Teresa Mayer é a responsável por este projecto e por ir buscar a merca-

Antes, este programa fazia-se no Centro de Alojamento temporário, no entanto, devido às pequenas dimensões, foi necessário arranjar outro espaço para que as famílias pudessem receber os alimentos. A distribuição é feita todas as terças e sextas-feira, alternando as famílias, sendo sempre dezasseis de cada vez. Este programa está integrado no programa “Hipermercados Solidários”, neste caso, é o

doria aos supermercados Pingo Doce todas as semanas. Quanto à organização e distribuição da alimentação pelas famílias é a Maria João Viegas que cabe esse encargo. Trata de todo o processo de separação da comida até à entrega à família e fá-lo com a ajuda de duas funcionárias do Centro de Alojamento e duas voluntárias. São trinta e duas, as famílias que semanalmente recebem a ajuda desta instituição.


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Adriano

Bênção de Cristo Rodrigues Baptista Quase 20 anos de Serviço No dia 21 de Maio de 2012, aos 85 anos de idade, faleceu o Comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Adriano Baptista. O conhecimento das suas qualidades de trabalho, motivou, em 1942, o convite, da parte de Abel Gomes Pólvora, então 1º Comandante, para ingressar nos Bombeiros Voluntários de Sesimbra. No seu livro de 2003 sobre aquela agremiação, António Reis Marques caracterizou Adriano Baptista como “figura preponderante para o movimento de revitalização e modernização do corpo de bombeiros, iniciado em 1942, quando assumiu o cargo de 2º comandante, no desempenho do qual revelou as suas inatas qualidades de condutor de homens que, aliadas a uma grande capacidade de trabalho e espírito de bem servir, estão na origem do bom nome e prestígio conquistados pela corporação.” Nos Bombeiros de Sesimbra chegou a atingir o posto de 1º comandante, tendo recebido ao longo da sua brilhante carreira várias condecorações e louvores, atingindo a máxima honraria da Liga de

Há quase 20 anos no mercado, a Bênção de Cristo é uma agência funerário do Concelho de Sesimbra. Prestar o melhor serviço aos clientes é o maior objectivo desta empresa, cujo lema é “Uma família consigo nos momentos difíceis”. Para caracterizar esta dinâmica empresa familiar, falámos com Rita Santos, continuadora de segunda geração da empresa fundada pelos pais.

Bombeiros Portugueses – o crachá de ouro por bons serviços prestados por mais de 50 anos, que lhe foi atribuído em 2002. A Assembleia Municipal de Sesimbra, na sessão de 29 de Junho de 2012, aprovou um voto de pesar pelo seu falecimento. À família de Adriano Baptista, a liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense apresentam sentidas condolências.

Desde quando existe a Bênção de Cristo? Desde 1993. Há quase 20 anos. Já existia uma agência funerária mas que entretanto acabou, e nós agora somos a mais antiga do Concelho. Porquê o nome Bênção de Cristo? O nome de família é Cristão, e queríamos pôr “funerária Cristão”, no entanto já existia uma. A outra ideia seria “Cristo”, também já existia. Então ficou “Bênção de Cristo”. Mas o nome não tem só que ver com a parte religiosa, pois fazemos funerais de todas as etnias, religiões, é muito importante esclarecer isso, pois adaptamo-nos a tudo. De onde surgiu esta ideia de negócio? Foi uma ideia dos meus pais. O meu pai trabalhava na Lisnave, e reformou-se muito cedo. Entretanto, como a minha mãe é uma pessoa muito empreendedora, pensaram em criar este negócio de raiz. Foram os meus pais que a construíram e eu agora sigo com o negócio. A equipa é formada por mim, pela minha mãe, pelo meu marido e por mais dois funcionários. Quais são os serviços da Bênção de Cristo? Fazemos todo o tipo de serviços em relação a funerais; Funerais, cremações, transladações, cremações de ossadas, todo o processo

burocrático, artigos religiosos: tudo o que tenha a ver com o sector funerário. Quanto às instalações, temos o armazém no Zambujal, a loja em Sesimbra e outra loja na Quinta do Anjo. Para além disso, trabalhamos para qualquer parte do país. Como é lidar com este negócio, tratando-se de um assunto delicado? É muito complicado, mas já estamos nisto há 20 anos. Quando somos chamados já sabemos para o que vamos. As pessoas têm uma boa ligação connosco, sentem-se à vontade. Tratam-nos pelo nome, sentem-se mesmo à vontade, pois estamos neste meio, e conhecem-nos. Tendo em conta a situação actual financeira do país, como tratam os processos? O funeral é um culto imperativo. Há variados preços, a única coisa em que tentamos ajudar, face à crise, é que esperamos que as pessoas recebam da Segurança Social. Muitas vezes são situações que os familiares não contam, e também, muitas vezes não têm situação financeira para isso. Portanto, nós estamos cá para ajudar e facilitamos muito, temos ajudado muita gente. Quando recorrem a nós, e nos explicam as situações em que se encontram, nós acedemos logo e os clientes podem contar connosco. Facilitamos muito, e neste caso tratamos também das

burocracias da Segurança Social, do reembolso atribuído para que possa ser realizado o funeral. Os clientes optam ainda pelo funeral tradicional ou têm aderido à cremação? Cada vez mais estão a optar pela cremação. Principalmente desde que abriu o crematório da Quinta do Conde: faz um ano que abriu, e temos notado uma grande evolução das cremações. Enquanto antes se faziam duas ou três por ano, agora são quatro ou cinco por mês. Isto acontece também porque no final de todo o processo fica mais barato. Os jovens, principalmente, já não estão tão sensibilizados para o culto do cemitério. Como tem sido o percurso ao longo dos 20 anos? Foi muito difícil. Quando entramos no mercado havia uma funerária com muito nome. Não se pode fazer publicidade porta a porta, ninguém vai desejar a morte a ninguém. Por isso, a nossa maior publicidade será sempre o nosso trabalho. Desde que nos entregam o serviço até ao final, estamos sempre em contacto com a família e damos o nosso melhor. Actualmente somos líderes de mercado, no entanto, a nossa preocupação é dar sempre o nosso melhor como se fosse a primeira vez. Teresa Carvalho da Silva

Grupo Coral de Sesimbra a justificar aplausos A meio da tarde de Domingo 15 de Julho a Igreja Matriz de Sesimbra registou uma apreciável afluência de público para escutar as actuações do Coro de Sesimbra e, na condição de convidado, o agrupamento denominado “Odysseia”, com 14 componentes de muita qualidade. Os maestros em exercício foram Pedro Casanova e Gonçalo Gouveia, proporcionando um agradável fim de tarde. De

salientar que o Grupo sesimbrense, tendo agora por presidente D. Ana Manuel Mendes, exibiu-se a contento e pôde vangloriar-se dos reforços conseguidos no sector masculino – 8 elementos a valorizar a companhia de 17 colegas femininas, cada vez em melhor nível de qualidade que o público reconheceu em sucessivos aplausos. No final os dois Grupos, cantaram em conjunto o trecho clássico do

“Nobis Pacem”, num total de 40 intérpretes, em significativa confraternização. Ainda houve tempo para, em breves palavras, a “leader” do Coral sesimbrense, Ana Mendes, agradecer a presença do Coro “Odysseia”, enaltecer o labor dos Maestros e prometer boa continuidade do seu Grupo, a caminho dos 30 componentes. David Sequerra


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Época positiva, mas... futebol sénior pode acabar Sebastião Patrício, presidente do Grupo Desportivo de Sesimbra, avalia de forma positiva a época desportiva de 2011/2012, quer em termos de resultados desportivos, quer de participação e organização de provas, como o mais recente “FINAL 4”. Mas não esconde os sinais de agravamento da situação financeira, com quebra da procura da piscina, tanto por particulares como em situações protocoladas, e admite a possibilidade de desaparecimento da equipa sénior de futebol, a modalidade que esteve na origem do clube. Como avalia a última época desportiva? Penso que no conjunto da época desportiva 2011-2012, o saldo é positivo, pelo conjunto dos resultados desportivos, particularmente a nível do futebol: quer pela manutenção da equipa de futebol na 3ª divisão nacional; ao nível da formação, a importância que teve a subida da equipa de iniciados, da 2ª à 1ª divisão distrital, objectivo que tínhamos há alguns anos, após a famigerada descida em Alfarim, na “secretaria”. Depois foi a manutenção, quer dos juniores quer dos juvenis, no campeonato da 1ª divisão, e uma prestação muito aceitável das equipas de futebol de 7, e também o trabalho efectuado ao longo da época na escola de futebol do clube: temos cerca de 40 miúdos, que trabalham no Vila Amália. E no hóquei? No hóquei, é também positivo, na globalidade, quer com o trajecto que o hóquei sénior fez na 2ª divisão nacional, quer depois com o apuramento das equipas para os campeonatos nacionais – é importante para o clube quando há equipas apuradas para discutir os campeonatos nacionais – a que se soma um conjunto de resultados do trabalho dos vários escalões, desde os juniores aos benjamins, e passando também pela alteração substancial que foi, este ano, a dinamização da Academia de Patinagem “Custódio Batalha”, que teve o Artur Pereira como coordenador, e que deu um salto de qualidade em termos da adesão dos jovens. No voleibol, trabalho também positivo. Ressalta-se logicamente a conquista do campeonato regional de juvenis, revalidação do título, e também a presença, inédita, da equipa de juvenis na Final 8, que se realizou em Matosinhos – pela 1ª vez, uma equipa de Sesimbra, teve a disputar nas 8 melhores equipas do país inteiro do campeonato nacional. Depois há um conjunto de resultados, quer na disputa de campeonatos nacionais, quer nos campeonatos regionais organizados pela Associação de Futebol de Lisboa, quer no próprio Centro GiraVoléi: um trabalho bem feito, consistente, e que tirou o máximo proveito da nova sala de desporto, que se traduz pela positiva no vólei. Terminamos a época de voleibol com participação no Torneio Internacional da Lousã. Em termos de competição, destacouse o Badminton pela prestação de resultados que teve e pela sua dinamização em termos dos jovens, e dos campeonatos nacionais. Nas outras modalidades, quer a ginástica, quer o Aikido, quer a capoeira, o volume da actividade desportiva é o normal. A Natação, embora mais recente, já mostra resultados? Pelo 2º ano consecutivo, a equipa de natação está a fazer um trabalho, a todos os níveis, exemplar, da responsabilidade do professor Pedro Pessoa, e em que os nossos atletas, ao longo destes dois anos,

já têm conquistado um conjunto de resultados significativos, quer a conquista de alguns lugares de pódio, quer em termos das equipas de estafetas, e sobretudo o melhorar do resultado do tempo do nadador, isso é importante Temos, no final, o festival de natação do clube, que organizamos desde que a piscina foi inaugurada, com duas vertentes: de manhã, para os bebés, e à tarde com os nossos atletas inscritos, em que as nossas equipas de competição em natação também colaboraram. É sempre um encontro para os mais jovens e para os menos jovens. Ao longo do ano o GDS organizou uma série de provas – como correram? Tivemos, por exemplo, a Semana da Gerontricidade, que é na última semana de Julho, actividades de convívio, organizadas pela directora técnica, professora Patrícia, e este ano com o apoio da Freguesia do Castelo, em termos da oferta dos diplomas para todos os participantes, e oferta de bonés pela BP para os jovens que fizeram parte do festival de natação, e uma medalha em colaboração com a Sultaças. Importante foi também a FINAL 4, que era a única actividade, neste percurso que temos no clube, que nos faltava, depois de termos realizado o Campeonato da Europa, Final da Taça de Portugal, InterRegioes. Foi uma FINAL 4 muito importante para a vila de Sesimbra, porque trouxe equipas de grande qualidade e prestígio do hóquei patinado português, e durante dois dias revivemos as nossas emoções, com o pavilhão completamente cheio. Foi bom também para a restauração, para o Concelho, para o clube e para o hóquei em patins. Também participámos na organização da 2ª edição do Summer Cup, que na realidade deu um salto qualitativo. Foi um trabalho árduo da Junta de Freguesia e dos três clubes envolvidos – Sesimbra, Alfarim e Zambujal – e também das dezenas de pessoas que colaboram connosco, e ainda um grande conjunto de entidades. É um torneio que já faz parte do quadro nacional, e que acreditamos que em 2013 terá um estatuto internacional, de acordo com a parceria que já estabelecemos, quer com a Federação, quer com a Associação. Dois sesimbrenses em destaque no hóquei nacional, certamente um orgulho para a equipa em que se formaram… Sim, testemunho publicamente o orgulho, quer como presidente do clube, quer como amigo dos dois técnicos, e também pela satisfação de eu, como presidente do clube, ter “arriscado” (no bom sentido) a oferta de trabalho em termos deles terem sido responsáveis pelo hóquei. O Luís Sénica, com um trajecto irrepreensível no Sesimbra, convidei-o porque vi nele capacidades que comprovou ao longo dos anos. Levou também o Sesimbra à 1ª divisão nacional, com um conjunto de resultados em termos da

Em edifício de excelência, mas subutilizado É conhecido como o “edifício da piscina”, mas possui uma série de outras valências que fazem dele um dos mais modernos equipamentos do país. No entanto, está subutilizado, constituindo uma fonte permanente de preocupações – a mais recente das quais foi a comunicação de que, da comparticipação de 60 mil euros, o Estado, afinal, “enganou-se” em 25 mil, que já não quer pagar. Mas também alguns dos protocolos celebrados pelo GDS com diversas instituições, estão a fraquejar. É o caso do Externato Santa Joana, que deixou de utilizar a piscina, ou da Junta de Freguesia de Santiago, que nos primeiros anos teve uma expressão substancial, de largos milhares de euros, mas tem vindo a decrescer. A CERCIZIMBRA, por outro lado, paga uma verba reduzida, e este ano pediu para reduzir, ao que o GDS anuiu. Há ainda um protocolo com a ABAS, mas com pouco movimento. Apenas o protocolo com a Junta de Freguesia do Castelo se tem mantido o número de pessoas.

formação, depois daqui saiu para a Federação, num trajecto que é reconhecido internacionalmente, depois com o título de campeão nacional, depois dum trabalho muito bom à frente do Benfica: uma equipa que já não vencia há muitos anos, um percurso de que todos nós temos que nos orgulhar, como cidadão sesimbrense, E agora o Artur Pereira, que também começou no Sesimbra, depois saiu para outros clubes, regressou como jogador e depois também o convidei para treinar a equipa de juniores, foi coordenador durante muitos anos, o Sesimbra em termos de nacional da 2ª divisão, e agora assumiu, com grande brilhantismo é um orgulho para o clube, sinto-me realizado, feliz pela sua ida para treinador da equipa do Sporting. Sinto-me satisfeito por o Sesimbra ter dado já dois técnicos, dois históricos do desporto nacional, e aproveito para desejar aos dois as maiores felicidades. Globalmente, houve diminuição do número de praticantes? Retirando o futebol, o hóquei e o vólei, não há vinda de muito mais gente nova, pelas dificuldades das famílias – nota-se mesmo alguma diminuição, tanto mais que o Sesimbra, pela primeira vez nesta época que está a terminar, os atletas das modalidades de futebol e de hóquei de formação, passaram todos a contribuir com uma mensalidade, que permitiu que os nossos técnicos das modalidades de formação também fossem compensados com os seus gastos mensais. Mas não nos podemos dissociar da crise que o país atravessa, e que a própria vila atravessa – mas isso é mais sentido na piscina, onde temos uma quebra significativa. Mas as maiores dores de cabeça continuam no edifício novo? É público que temos aqui um problema, porque a piscina não se rentabiliza a ela própria. O edifício tem um encargo pesado, porque o Estado não comparticipou a 2ª fase da obra e o clube teve que recorrer a uma instituição bancária, a Caixa Agrícola, e neste momento tem encargos de dois milhões e 500 mil euros, com prestações mensais que são religiosamente cumpridas. O Secretário de Estado, quando esteve cá, considerou que a qualidade do edifício e do trabalho são referenciados a nível nacional; nessa vertente estamos satisfeitos, porque o concelho tem um espaço desportivo espectacular. E desde 2008 nunca aumentámos o preçário das nossas instalações, mas sentimos dificuldades. Mas quanto ao utente normal, precisamos de muito mais gente. Depois, é o dia-a-dia: temos um défice acentuado que nos obriga a uma autêntica “maluquice”, todos os meses. Quanto a redução de encargos, é de referir que temos o pessoal mínimo a funcionar: recepção, limpeza, direcção técnica, mas suficiente para isto funcionar. A luz é um encargo pesado, e depois temos o problema do gás [para aquecimento da piscina]. Desde Outubro de 2008 a Fevereiro-Março de 2012, gastámos de gás cerca de 250 mil euros, e 95% disto foi para aquecimento da piscina. Como é público, candidatámo-nos a um financiamento para painéis solares, e foram-nos concedidos cerca de 60 mil euros (metade do investimento elegível). O sistema já está a funcionar em cerca de 80% - falta apenas uma caldeira, no valor de 50 mil euros, para funcionar quando não houver sol – com um empréstimo à

Caixa Agrícola de 113 mil euros. Agora ,fomos surpreendidos pela CCDR a dizer que tinha havido um lapso na análise dos serviços, e querem-nos cortar 25 mil euros. Não aceitamos isto, temos protestado e vamos continuar. A Câmara Municipal continua a ser muito importante no apoio financeiro? Sem dúvida. A Câmara tem tido um papel importante, nomeadamente quanto ao edifício da piscina, através dum protocolo para a utilização, quer do plano de água, quer das instalações. A Camara tem materializado todo o apoio acordado, e colabora nos transportes, e agradecemos todos esses apoios, tanto mais que sabemos que também têm aumentado as dificuldades da Autarquia.

Apoios das empresas O sector da pesca era, tradicionalmente, um grande apoio do GDS em termos financeiros: “Chegou a ser receita de mais de mil contos, pagava tudo”, mas agora é muito reduzida. Ainda assim, é do sector da pesca que vem um dos maiores apoio do GDS, através dum protocolo existente com a ARTESANALPESCA. A DAGOL é a outra empresa do concelho que se destaca no volume de apoio financeiro. Mas também há a outra face da moeda: entidades que não cumprem aquilo a que se comprometeram. “Temos verbas substanciais por receber”, lamenta Sebastião Patrício. Em termos de valores por pagar, destaca-se a Federação Portuguesa de Futebol, que não tem entregue as receitas sobre jogos sociais desde Janeiro de 2011, os quais rondam os 500 euros por mês!

A pior notícia, no entanto, parece ser a da eventualidade do desaparecimento da equipa de futebol senior? O problema é que há uma fraca adesão de pessoas, pouca assistência aos jogos, fracas receitas, e já no ano passado tínha-mos deixado no ar essa eventualidade. Na época 2011/12 voltámos a sentir muitas dificuldades. Dissemos que íamos fazer um esforço suplementar, mas há futebolistas do plantel que não aceitam jogar gratuitamente, e foi isso que dissemos na nossa última assembleia-geral. Também temos apresentado o assunto à Federação e à Associação de Futebol: é preciso notar que temos de pagar 605 euros por cada jogo à Federação, mais as despesas de policiamento. E neste momento estão a acabar muitas equipas, muitas das quais da 3ª divisão. Estamos a tentar arranjar uma solução, mas se não encontrarmos um plantel suficiente, isso pode levar à suspensão da equipa.


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II Aniversário DDI Realizou-se no passado dia 30 de Junho o 2º aniversário da organização Disable Divers Internacional – Portugal, em Sesimbra. Neste dia de comemoração estiveram presentes, o vicepresidente da DDI, Flemming Thyge, o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, o vice-presidente do Turismo do Algarve, Almeida Pires e o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, que antes nunca tinha estado em contacto directo com esta organização. Durante a tarde foram feitos mais de vinte baptismos de

mergulho, e o programa teve muita procura das pessoas que assistiam e queriam também participar. No período da noite, houve um jantar de convívio e logo de seguida o desfile de moda, com participação de algumas lojas do comércio local. Neste desfile participaram o modelo em cadeira de rodas, João Matias, e Carina Mata, jovem sesimbrense candidata a Miss República. Segundo a organizadora deste evento, Vanda Pinto, este ano “superou todas as expectativas, correu tudo muito bem”. Teresa Carvalho da Silva

Festival da Bianca

Realizou-se no passado dia 14 de Julho o Festival da Bianca, organização que protege

animais abandonados. Segundo a organização, “foi mais uma iniciativa de sucesso”.

Já reabriu o Restaurante do “Forte do Cavalo”

Foto Dália Faria

Com nova gerência, concessionária do Parque de Campismo da Câmara Municipal, reabriu recentemente, o muito bem situado Restaurante do “Forte do Cavalo” de onde se disfruta uma visão panorâmica

excelente sobre a baía de Sesimbra. A remodelada unidade, sob gerência do simpático casal Gaboleiro, constitui um factor positivo para os visitantes da “Piscosa” decerto bem

Este ano, a Bianca celebrou o seu 10º aniversário. O número de animais abandonados é que tem aumentado de ano para ano e 2012 “é o ano mais crítico em termos de abandono”. Foram recolhidos para a adopção entre 500 e 600 animais. O voluntariado é uma das grandes necessidades desta associação, assim, a Bianca apela a quem queira fazer voluntariado para se dirigir à Bianca aos Sábados entre as 12h e as 17h para uma entrevista.

impressionados pela passagem de que disfrutam, a bem do prestígio turístico de Sesimbra. Há uma boa bancada de peixe, um sistema económico de “prato do dia” e uma apreciável variedade de gelados, próprios da época. A concessão camarária desta unidade de restauração estendese até 15 de Outubro p.f. DS


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Pescas em debate A Liga para a Protecção da Natureza e a SCIAENA - Associação de Ciências Marinhas e Cooperação, organizaram um debate sobre a “A Pesca Artesanal e a reforma da Política Comum de Pescas”, no passado dia 30 de Junho, nas instalações de Sesimbra da Associação dos Armadores da Pesca Artesanal Local do Centro e Sul (AAPCS). Contando com a presença do secretário de estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, a sessão teve ainda como oradores convidados: Cristina Reis, em representação da AAPCS, e Henrique Souto, professor da Universidade Nova de Lisboa. Com uma boa participação e muitas intervenções, a sessão permitiu ouvir de novo a posição do membro do Governo – onde predomina a necessidade de “estudar os problemas”, tendo destacado também a necessidade de reforçar o associativismo dos produtores deste sector. Sobre o Parque Luíz Saldanha, afirmou: “o processo de revisão começa agora”. Cristina Reis destacou os 24 anos de existência da AAPCS, referindo que ao pescador se colocam vários desafios: saber se vale a pena sair para o mar, se vale a pena arriscar, nomeadamente por causa do aumento dos custos de produção, salientando ainda que o problema não se resume ao combustível, pois há também o custos das artes. Um segundo desafio é o de saber se há peixe, e o terceiro é saber se o peixe capturado será devidamente valorizado. Referiu o paradoxo que era o Fundo Europeu da Pesca propor ajudas para a pequena pesca costeira, as quais, no entanto, consistem na criação de empresas que não a pesca! Sobre as concessões de pesca transferíveis, Cristina Reis destacou haver ainda muitas dúvidas sobre este mecanismo, que se poderá traduzir numa concentração do sector, com os

grandes produtores a comprarem as licenças dos pequenos. Henrique Souto exemplificou também a incoerência da União Europeia aplicar medidas uniformizadoras, que têem em conta, essencialmente, a realidade do Norte, muito diferente da pesca no sul da Europa. Sobre as limitações às capturas para protecção das espécies, chamou a atenção para o facto de, através do processo negocial dentro da EU, as quotas serem sistematicamente fixadas acima dos limites admissíveis. Sobre o número de pescadores actualmente existe no país, Henrique Souto pôs em dúvida que sejam 17 mil: deverão ser uns 30 mil, com muita gente a pescar disfarçadamente como pescadores desportivos. Presentes na sala, vários jovens investigadores fizeram algumas intervenções, esclarecendo alguns aspectos do Parque Marinho Luís Saldanha e de investigações em curso. Do sector de pesca sesimbrense, verificaram-se intervenções de João Lopes, Carlos Macedo e Manuel José Pólvora, que disse que os portugueses já demonstraram juntos dos fóruns europeus, que a nossa pesca não tem nada a ver com a realidade de outros países. Referiu também os problemas da comercialização provocados pelo controlo das grandes superfícies, dando como exemplo o valor muito baixo da pescada. Sobre o Parque Marinho, Manuel José Pólvora disse que “há tantos anos que se está a estudar e não há resposta nenhuma”, e apontou as limitações das investigações que se fazem actualmente, pois que quem investiga não sabe, por exemplo, “qual era o tamanho dos peixes que havia há 20 anos”. Terminou referindo que é necessário termos “uma pesca selectiva e uma pesca responsável”. João Augusto Aldeia

SBSR: bons concertos e menos gente

Entre os dias 5 e 7 de Julho voltou a realizar-se o festival Super Bock Super Rock na Herdade do Cabeço da Flauta, na Lagoa de Albufeira – a terceira edição naquele local, embora o SBSR já vá na sua a 18ª edição. À entrada do recinto era feita uma apertada busca por parte da GNR, para impedir a entrada de objectos que pudessem ser usados em potenciais actos de vandalismo, e também bebidas, cuja entrada é interdita, certamente com o objectivo de obrigar ao consumo dos vários vendedores instalados no interior, entre os quais apenas encontrámos um estabelecimento de Sesimbra: Segredos da Terra, de Alfarim, que vendia doçaria diversa. Para além da comida e bebida, havia diversos pavilhões de promoção das mais diversas marcas, tais como a EDP, Antena 3, CGD e MEO. A grande estratégia de marketing, no entanto, era a oferta dos mais diversos gadgets, o que motivava a formação de várias filas, à procura de ganhar os objectos mais desejados. A Câmara de Sesimbra colocou no recinto alguns painéis de promoção do Concelho, focados na imagem da Praia do Meco, candidata num concurso televiso, à classificação como uma das melhores praias do País. Pelos três palcos do SBSR, ao longo dos três dias passaram vários nomes, incluindo os mais esperados: Incubus, Lana del Rey, M.I.A, Aloe Blacc, Peter Gabriel e Skrillex eram os nomes que mais se falavam da parte do público, e também os que concentraram mais espectadores junto ao palco principal. De todos os concertos não houve nenhum que gerasse alguma decepção, a maior terá sido, para a organização: a menor adesão do público que se ve-

rificou neste SBSR. Segundo os dados que obtivemos, no primeiro dia estiveram no recinto cerca de 18.000 pessoas, no dia 6 perto de 20.000, e no último dia aproximadamente 26.000 espectadores. Estes números ficaram aquém da expectativa, principalmente da parte da organização que esperavam uma menor adesão, face a variadas situações, incluindo a situação actual do país, no entanto o desagrado foi maior. Apesar da fraca adesão face à edição anterior, que rondou as 50 mil pessoas por dia, houve grandes melhorias em aspectos considerados problemáticos. Os caminhos de acesso ao recinto estavam bastante tranquilos, sem filas, as poucas que houve foram no último dia e a partir das 21 horas. Em suma, o trânsito teve uma boa orientação e foi de fácil acesso. Quanto ao campismo, havia um espaço bem maior, mais cuidado, as tendas não estavam “encavalitadas” como na edição anterior, e havia espaço para circular sem confusão. A diminuição do pó foi o mais surpreendente: na zona onde foi colocado o prado, podia-se respirar, de facto houve uma grande diminuição junto ao palco principal. No entanto, no palco EDP , foi notória alguma poeirada mas, mesmo assim, nada que se pudesse comparar com as edições anteriores. Apesar da redução de espectadores, houve bons concertos, boas condições e pode considerar-se que o festival foi positivo, sem grandes aspectos negativos a apontar, decorrendo tudo como era previsto. Teresa Carvalho da Silva

Centro de Saúde da Q. do Conde No passado dia 23 de Julho abriu, finalmente, o novo Centro de Saúde na Quinta do Conde. A abertura contou com uma inauguração formal, onde marcaram presença o secretário adjunto da Saúde, Leal da Costa, deputados da Assembleia da República e da Assembleia Municipal, presidentes da Câmara de Sesimbra e da Junta de Freguesia da Quinta do Conde. Segundo Vítor Antunes, esta unidade de Saúde “já abre com 20 anos de atraso. Desde 1991 que Cavaco Silva prometeu este espaço”. Uma desagradável surpresa, no entanto, aguardava os quinta-condenses: o novo Centro dispõe exactamente do

mesmo pessoal médico que o velho Centro de Saúde, como se a luta de 20 anos pelo novo equipamento se resumisse à necessidade de um novo edifício! Segundo declarações do responsável pelo Agrupamento de Centros de Saúde Seixal-Sesimbra, Luís Amaro, ao Correio de Manhã, para a nova unidade de saúde, seriam necessários doze médicos e doze enfermeiros: praticamente o dobro dos que para lá foram transferidos. Confrontado com esta situação, o adjunto do secretário de estado limitouse a afirmar que estava “atento às preocupações dos autarcas”. Teresa Carvalho da Silva

Festas de Santiago Decorreu entre os dias 19 e 25 de Julho mais uma edição das Festas de Santiago, organizadas pela Junta de Freguesia de Santiago com base na comemoração do dia do padroeiro. Este ano o cartaz foi composto por mostras de mel, doçaria, artesanato e espectáculos de música com artistas locais. Um ponto alto destas comemorações foi o Carnaval de Verão que se realizou no dia 21 de Julho à noite e

contou com a participação das escolas de samba do Concelho. Durante esta semana passaram pelo palco da Praça da Califórnia Luis Taklim e a Banda da Sociedade Musical Sesimbrense, com dois excelentes concertos. Tiveram também lugar espectáculos da escola de música da Junta de Freguesia e das escolas de samba com sede em Santiago. Teresa Carvalho da Silva


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Pescas em debate A Liga para a Protecção da Natureza e a SCIAENA - Associação de Ciências Marinhas e Cooperação, organizaram um debate sobre a “A Pesca Artesanal e a reforma da Política Comum de Pescas”, no passado dia 30 de Junho, nas instalações de Sesimbra da Associação dos Armadores da Pesca Artesanal Local do Centro e Sul (AAPCS). Contando com a presença do secretário de estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, a sessão teve ainda como oradores convidados: Cristina Reis, em representação da AAPCS, e Henrique Souto, professor da Universidade Nova de Lisboa. Com uma boa participação e muitas intervenções, a sessão permitiu ouvir de novo a posição do membro do Governo – onde predomina a necessidade de “estudar os problemas”, tendo destacado também a necessidade de reforçar o associativismo dos produtores deste sector. Sobre o Parque Luíz Saldanha, afirmou: “o processo de revisão começa agora”. Cristina Reis destacou os 24 anos de existência da AAPCS, referindo que ao pescador se colocam vários desafios: saber se vale a pena sair para o mar, se vale a pena arriscar, nomeadamente por causa do aumento dos custos de produção, salientando ainda que o problema não se resume ao combustível, pois há também o custos das artes. Um segundo desafio é o de saber se há peixe, e o terceiro é saber se o peixe capturado será devidamente valorizado. Referiu o paradoxo que era o Fundo Europeu da Pesca propor ajudas para a pequena pesca costeira, as quais, no entanto, consistem na criação de empresas que não a pesca! Sobre as concessões de pesca transferíveis, Cristina Reis destacou haver ainda muitas dúvidas sobre este mecanismo, que se poderá traduzir numa concentração do sector, com os

grandes produtores a comprarem as licenças dos pequenos. Henrique Souto exemplificou também a incoerência da União Europeia aplicar medidas uniformizadoras, que têem em conta, essencialmente, a realidade do Norte, muito diferente da pesca no sul da Europa. Sobre as limitações às capturas para protecção das espécies, chamou a atenção para o facto de, através do processo negocial dentro da EU, as quotas serem sistematicamente fixadas acima dos limites admissíveis. Sobre o número de pescadores actualmente existe no país, Henrique Souto pôs em dúvida que sejam 17 mil: deverão ser uns 30 mil, com muita gente a pescar disfarçadamente como pescadores desportivos. Presentes na sala, vários jovens investigadores fizeram algumas intervenções, esclarecendo alguns aspectos do Parque Marinho Luís Saldanha e de investigações em curso. Do sector de pesca sesimbrense, verificaram-se intervenções de João Lopes, Carlos Macedo e Manuel José Pólvora, que disse que os portugueses já demonstraram juntos dos fóruns europeus, que a nossa pesca não tem nada a ver com a realidade de outros países. Referiu também os problemas da comercialização provocados pelo controlo das grandes superfícies, dando como exemplo o valor muito baixo da pescada. Sobre o Parque Marinho, Manuel José Pólvora disse que “há tantos anos que se está a estudar e não há resposta nenhuma”, e apontou as limitações das investigações que se fazem actualmente, pois que quem investiga não sabe, por exemplo, “qual era o tamanho dos peixes que havia há 20 anos”. Terminou referindo que é necessário termos “uma pesca selectiva e uma pesca responsável”. João Augusto Aldeia

SBSR: bons concertos e menos gente

Entre os dias 5 e 7 de Julho voltou a realizar-se o festival Super Bock Super Rock na Herdade do Cabeço da Flauta, na Lagoa de Albufeira – a terceira edição naquele local, embora o SBSR já vá na sua a 18ª edição. À entrada do recinto era feita uma apertada busca por parte da GNR, para impedir a entrada de objectos que pudessem ser usados em potenciais actos de vandalismo, e também bebidas, cuja entrada é interdita, certamente com o objectivo de obrigar ao consumo dos vários vendedores instalados no interior, entre os quais apenas encontrámos um estabelecimento de Sesimbra: Segredos da Terra, de Alfarim, que vendia doçaria diversa. Para além da comida e bebida, havia diversos pavilhões de promoção das mais diversas marcas, tais como a EDP, Antena 3, CGD e MEO. A grande estratégia de marketing, no entanto, era a oferta dos mais diversos gadgets, o que motivava a formação de várias filas, à procura de ganhar os objectos mais desejados. A Câmara de Sesimbra colocou no recinto alguns painéis de promoção do Concelho, focados na imagem da Praia do Meco, candidata num concurso televiso, à classificação como uma das melhores praias do País. Pelos três palcos do SBSR, ao longo dos três dias passaram vários nomes, incluindo os mais esperados: Incubus, Lana del Rey, M.I.A, Aloe Blacc, Peter Gabriel e Skrillex eram os nomes que mais se falavam da parte do público, e também os que concentraram mais espectadores junto ao palco principal. De todos os concertos não houve nenhum que gerasse alguma decepção, a maior terá sido, para a organização: a menor adesão do público que se ve-

rificou neste SBSR. Segundo os dados que obtivemos, no primeiro dia estiveram no recinto cerca de 18.000 pessoas, no dia 6 perto de 20.000, e no último dia aproximadamente 26.000 espectadores. Estes números ficaram aquém da expectativa, principalmente da parte da organização que esperavam uma menor adesão, face a variadas situações, incluindo a situação actual do país, no entanto o desagrado foi maior. Apesar da fraca adesão face à edição anterior, que rondou as 50 mil pessoas por dia, houve grandes melhorias em aspectos considerados problemáticos. Os caminhos de acesso ao recinto estavam bastante tranquilos, sem filas, as poucas que houve foram no último dia e a partir das 21 horas. Em suma, o trânsito teve uma boa orientação e foi de fácil acesso. Quanto ao campismo, havia um espaço bem maior, mais cuidado, as tendas não estavam “encavalitadas” como na edição anterior, e havia espaço para circular sem confusão. A diminuição do pó foi o mais surpreendente: na zona onde foi colocado o prado, podia-se respirar, de facto houve uma grande diminuição junto ao palco principal. No entanto, no palco EDP , foi notória alguma poeirada mas, mesmo assim, nada que se pudesse comparar com as edições anteriores. Apesar da redução de espectadores, houve bons concertos, boas condições e pode considerar-se que o festival foi positivo, sem grandes aspectos negativos a apontar, decorrendo tudo como era previsto. Teresa Carvalho da Silva

Centro de Saúde da Q. do Conde No passado dia 23 de Julho abriu, finalmente, o novo Centro de Saúde na Quinta do Conde. A abertura contou com uma inauguração formal, onde marcaram presença o secretário adjunto da Saúde, Leal da Costa, deputados da Assembleia da República e da Assembleia Municipal, presidentes da Câmara de Sesimbra e da Junta de Freguesia da Quinta do Conde. Segundo Vítor Antunes, esta unidade de Saúde “já abre com 20 anos de atraso. Desde 1991 que Cavaco Silva prometeu este espaço”. Uma desagradável surpresa, no entanto, aguardava os quinta-condenses: o novo Centro dispõe exactamente do

mesmo pessoal médico que o velho Centro de Saúde, como se a luta de 20 anos pelo novo equipamento se resumisse à necessidade de um novo edifício! Segundo declarações do responsável pelo Agrupamento de Centros de Saúde Seixal-Sesimbra, Luís Amaro, ao Correio de Manhã, para a nova unidade de saúde, seriam necessários doze médicos e doze enfermeiros: praticamente o dobro dos que para lá foram transferidos. Confrontado com esta situação, o adjunto do secretário de estado limitouse a afirmar que estava “atento às preocupações dos autarcas”. Teresa Carvalho da Silva

Festas de Santiago Decorreu entre os dias 19 e 25 de Julho mais uma edição das Festas de Santiago, organizadas pela Junta de Freguesia de Santiago com base na comemoração do dia do padroeiro. Este ano o cartaz foi composto por mostras de mel, doçaria, artesanato e espectáculos de música com artistas locais. Um ponto alto destas comemorações foi o Carnaval de Verão que se realizou no dia 21 de Julho à noite e

contou com a participação das escolas de samba do Concelho. Durante esta semana passaram pelo palco da Praça da Califórnia Luis Taklim e a Banda da Sociedade Musical Sesimbrense, com dois excelentes concertos. Tiveram também lugar espectáculos da escola de música da Junta de Freguesia e das escolas de samba com sede em Santiago. Teresa Carvalho da Silva


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2011

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Assembleia Municipal A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no passado dia 29 de Junho, tendo como principais pontos da ordem de trabalhos, os Regulamentos Municipais de Trânsito e de Horários de estabelecimentos. Antes disso foram discutidas e votadas moções contra o corte dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e aposentados, e contra a retenção, pelo Governo, de 5% da receita do IMI em 2012 e 2013 (ambas da CDU), e uma saudação do PSD relativa à cidadã Birmanesa Aung San Suu Kyi. A Assembleia solidarizou-se ainda com as propostas aprovadas na 9ª Assembleia Municipal de Jovens, e aprovou votos de pesar pelo falecimento de Conceição Morais, do Padre Carlos Veríssimo e do de Adriano Baptista. Novo regulamento de trânsito Tal como noticiámos na nossa anterior edição, a Câmara Municipal realizou um estudo sobre o trânsito na vila e aprovou um novo regulamento de trânsito. São dois documentos distintos mas que se encontram, obviamente, relacionados. No entanto, a Câmara submeteu à Assembleia um Regulamento que é um género de “lei de bases”, de natureza genérica, reservando para si a possibilidade de implementar, ou não, muitas das propostas contidas no estudo. Desta forma, a Assembleia Municipal viu-se limitada a discutir um regulamento genérico, sem possibilidade de se pronunciar, por exemplo, sobre a criação de mais lugares de estacionamento pago ou sobre os cartões de isenção desse pagamento, pois, conforme a Câmara destacou, isso “não estava em votação”. Um deputado da CDU chegou a afirmar que “o regulamento nada tem a ver com o estudo de trânsito”, afirmação verdadeiramente surpreendente. A CDU e o PSD consideraram o regulamento de trânsito como um bom documento, enquanto o PS e o BE se insurgiram contra as soluções apresentadas pela Câmara. Mas acabou por vir de um deputado da CDU as críticas mais incísivas ao documento: por um lado, porque uma vez aprovado o Regulamento, a Câmara passa a ficar com liberdade para colocar mais ou menos parquímetros, por exemplo, sem necessidade de voltar a consultar a Assembleia; por outro lado, criticou o elevado valor das multas previstas no regulamento: “choca-me que a coima mínima seja de 300 euros, num país em

que o salário mínimo é de 400 euros”. O regulamento prevê coimas para diversas situações, incluindo a lavagem de carros na via pública e a “cativação” abusiva de lugares de estacionamento através da marcação dos lugares com cadeiras, vasos, etc. O PS, pela voz de Manuel José Pereira, declarou que “a solução do estacionamento para Sesimbra passa efetivamente pela criação de resposta mais integradora e diferente da atual, que poderia passar em larga medida pela criação de parques de estacionamento dissuasores na área da freguesia do Castelo e com sistema de vai/vem”, e considerou que a criação dos cartões previstas no estudo levanta “o sério risco de os atribuir em número idêntico ou superior ao número de lugares existentes, esgotando todos os lugares de estacionamento existentes e pagos”, tanto mais que os parques de estacionamento previstos [no edifício Sesimbra Shell e sob o campo do GDS] não representam “uma resposta contemporânea e imediata” ao problema, pois “dificilmente serão concretizados nos próximos anos.” O PS também se manifestou crítico aos novos sentidos únicos, por serem “pouco consentâneos com a já difícil circulação na Vila de Sesimbra, dada a configuração da malha urbana e a sua consolidação”. O Presidente da Câmara respondeu às objecções referindo que as soluções criticadas estavam no estudo, podendo vir a ser implementadas ou não, e por isso não fazia sentido o seu debate, mas adiantou existirem já empresas interessadas na instalação dos parquímetros, que poderão, por exemplo, funcionar apertas durante parte do ano. Quanto às críticas do PS sobre os novos sentidos

únicos, Augusto Pólvora salientou que os mesmos vinham na mesma lógica do sentido único colocado na marginal nascente, instituído durante a Câmara dirigida pelo Partido Socialista. O BE, pela voz de Carlos Macedo, também se insurgiu contra o facto da aprovação do Regulamento configurar, na sua opinião, “um cheque em branco à Câmara”, acrescentando que “de tecnocratas já devíamos estar todos cheios”. Adiantou que a proposta de Regulamento de Trânsito alinhava “com uma política de terra queimada, terra sem gente, sem pessoas”, resultantes das políticas municipais dos últimos anos, do que resultava a “castração de Sesimbra”. Considerou que o corte de trânsito na marginal, no sentido Palames-Vila, trazia “dificuldades aos trabalhadores da pesca, pela volta que serão obrigados a dar”. Respondendo a esta crítica de Carlos Macedo, Augusto Pólvora afirmou que neste momento, praticamente “não há pescadores na vila”. O regulamento foi aprovado com 15 votos a favos (CDU e PSD) e 7 votos contra (PS, BE e independente). Horários de funcionamento do comércio A Assembleia Municipal debateu e aprovou ainda um novo horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços, cuja anterior versão datava de 1997. O novo regulamento estabelece uma maior flexibilidade na escolha de horários; os estabelecimentos de restauração e bebidas poderão estar abertos até às 2 horas da manhã, e as discotecas e similares atè às 4 horas, sendo acrescentada mais uma hora nos meses de Julho e Agosto.


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2012

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Sesimbra, o lugar onde se não morre

Com coordenação de Pedro Martins e Luís Paixão, a Câmara Municipal de Sesimbra publicou, em Junho de 2011, o livro “Sesimbra, o lugar onde se não morre”, com textos de António Telmo “em que a vila de Sesimbra e o seu termo surgem essencialmente evocados, referidos ou pressupostos pelo autor”. São, na sua maior parte, textos já antes publicados – alguns deles nas página d’O Sesimbrense – havendo ainda

quatro textos inéditos. O livro inclui um prefácio de António Reis Marques, onde é evocada a vinda para Sesimbra de António Telmo, na altura com 16 anos, e cuja família passou a residir em Sesimbra, onde o pai viera desempenhar as funções de conservador do registo civil. Tal como é explicado por António Reis Marques, António Telmo passou a fazer parte de uma tertúlia formada por jovens sesimbrenses, onde se

destacavam Rafael Monteiro e Zé Preto, em encontros “que tinham por objectivo, para além do estudo da origem e da história de Sesimbra, o conhecimento dos seus valores, tradições, usos e costumes, para melhor os saber defender e exaltar através da participação na vida das suas colectividades e instituições mais representativas”. Mas António Telmo não se limitou a fazer parte desse grupo: “passou a ser o seu

eixo, ou seja, o novo condutor que mudaria a rotação, o movimento da roda, fazendo-a girar por outras vias, abrindo outras perspectivas.” Segundo os coordenadores da obra, António Telmo “cultiva nos companheiros o gosto pela poesia de Camões e Pascoais, inicia-os no estudo de filósofos como Sampaio Bruno ou Leonardo Coimbra”. António Telmo foi depois professor do Colégio Costa Marques (actual escola Navegador Rodrigues Soromenho) e foi o primeiro director da Biblioteca Municipal de Sesimbra, aberta em Dezembro de 1962. Mas a ligação de António Telmo a Sesimbra continuaria a fazer-se sentir até ao presente, mesmo depois de ter deixado de aqui residir, fruto da sua amizade com os antigos companheiros de tertúlia, mas sobretudo através da sua influência sobre uma geração mais jovem, em que se contam Pedro Martins, Luís Paixão e Roque Braz de Oliveira, que ao longo dos últimos anos levaram a cabo uma série de iniciativas culturais – palestras, exposições, publicações – no âmbito do movimento da Filosofia Portuguesa, da qual António Telmo

se tornara um expoente de reconhecido valor. António Telmo participou em quase todas estas iniciativas até à sua morte. Posteriormente, foi aqui fundado, pelos seus amigos e discípulos, o Circulo António Telmo, com o objectivo de preservar a memória e do legado do filósofo e escritor António Telmo, através da evocação exemplar da sua vida e do estudo e da difusão da sua obra, e conferindo uma particular atenção à estreita ligação que este autor manteve com o concelho de Sesimbra. Os actuais corpos gerentes do Círculo António Telmo são os seguintes: Assembleia Geral: António Carlos Carvalho (presidente), Carlos Vargas (vice-presidente), Renato Epifânio (secretário) Direcção: Luís Paixão (presidente), Pedro Martins (vicepresidente), Teresa David (secretária), Roque Brás de Oliveira (tesoureiro), Carlos Aurélio, João Pedro Secca e José Paulo Albuquerque (vogais) Conselho Fiscal: Manuel José Pereira (presidente), Margarida Caleiro e Paulo Santos (vogais)

“Revolução” Um jornal como «O Sesimbrense», não existe, como é comum dizer-se, apenas para a defesa dos interesses regionais; ele é também a expressão da espiritualidade do povo local que serve. Obedecendo a este critério, se tem ido desenvolvendo este jornal e, melhorando de semana para semana, vai conquistando um lugar entre a imprensa provinciana, que se não é o primeiro, é, pelo menos, dos primeiros. Hoje inicia sob o título de «Revolução» uma série de artigos que estamos convictos serem do maior interesse não só para conterrâneos, mas também para todo o português, de qualquer província, de qualquer cidade ou vila. O título «Revolução», não diz completamente, nem exactamente circunscreve a matéria que está no intuito de qualquer dos seus três autores tratar. É um título vago; serve, como todos os títulos como sinal. «Revolução» é, etimologicamente, o movimento dos seres para o passado. Não é, porém,

um movimento retrógrado, pois, como toda a gente sabe, até na ideia vulgar e banal de «revolução» está implícita uma aspiração futurista. Dito isto, o leitor entenda como quiser, bastante vai dito por onde pode bem entender. Confrange-nos, sobretudo, a situação actual da mulher; a Igreja e o Estado têm feito imenso para restituir à mulher os direitos que naturalmente lhe cabem. Mas a própria condição dos tempos, a mentalidade que lentamente se foi formando por um processo mais ou menos inconsciente, é a negação desses direitos. Por um lado a degenerescência da família, a impropriedade das moradias (sem casa não há casamento), o sacrilégio contra o lar, a profanação do matrimónio, por outro lado a associação sem fundamento natural, a emigração da província para a cidade, a protecção inconsciente, por parte de todos, ao adultério, a multiplicação das fábricas, tudo isto que é senão um combate de-

Educação Infantil Nos Evangelhos ou nas Epístolas de S. Paulo, da boca de Deus ou do Santo, são malditos todos aqueles que fazem mal às crianças. Há nas fases sucessivas da idade do homem e da mulher alguma mais cheia de graça, que a infantil? Há, também, algum coração de homem que não ame as crianças? A educação familiar é, geralmente, cheia de amor. Mas, entre os pobres, mais do que a educação do espírito nascente é a criação do corpo, da carne da carne. Durante vários anos continuase, em casa, o processo misterioso dos nove meses anteriores ao nascimento. Por isso, nos primeiros anos é à mãe, mais que ao pai, que pertence, por direito natural, a educação do filho. Aos sete anos manda-se a criança para a escola. Aí vai aprender a ler e a contar. Começa, diz-se, a formação do espírito. Os professores no Japão, são ou eram, ainda há poucos anos, homens muito respeitados, tanto que os militares lhes prestavam continência. Mas o professor não deve maltratar as crianças. Há algumas que se mostram resistentes a aprender as matemáticas elementares ou a decorar os acontecimentos históricos. Essa resistência, em vez de ser violentada, devia ser compreendida como um sinal de uma feição mental di-

ferente da do homem adulto, de um modo próprio, irredutível, de visionar as coisas e os entes. Por exemplo, as dissertações morais batem contra a indiferença infantil. As pequenas historietas que desembocam num conselho, numa admoestação, são inúteis, senão, a exame mais atento, perniciosas. Têm por fim despertar na alma infantil o juízo moral, isto é, aquele juízo pelo qual se discerne o bem do mal. Mas não é a criança em perfeita idade do paraíso, por isso, antes ainda do pecado original? O elemento infantil, por excelência, onde ele se sente como peixe na água, é o elemento imaginativo. Os contos para crianças, as «bruxas», os «lobos» e as «fadas», narrados oralmente, deveriam constituir os primórdios da educação infantil. Pensa-se e diz-se que isso seria o mesmo que ensinar e formar a criança na mentira. Que o que importa, é não ordenar o caos imaginativo a sugerir a ideia imanente da imagem, mas racionalizar a alma infantil, cortar cerces as raízes da ilusão, preparar o futuro homem, o observador lúcido dos factos e das ideias reais. Mas o que importa é ser justo e dar a cada um o que lhe pertence. Por isso forçar a criança a pensar como se julga que o adulto pensa ou deve pensar, opor-se violentamente ao desígnio evidentíssimo da natureza,

clarado à mulher? Estes assuntos e tudo o que deles é o necessário desenvolvimento constituirão o entrecho desta secção. Claro que quem não quiser ler não lê; quem tem preguiça de pensar, não tem outro remédio senão pôr de parte o que o obriga a pensar. De uma coisa estamos certos: estas linhas, e as que se hão-de escrever, terão o aplauso do belo sexo. E que companhia há aí mais agradável do que a das mulheres? Para elas, sobretudo, escrevemos e para os homens de amável inteligência. Para aqueles que reconhecem que a mulher é a base, o homem a coluna e Deus a abóbada do grande templo a que chamamos universo. Sem autêntica família a mulher é uma irrealidade; quando o fundamento falta, as colunas não se sustentam e o firmamento esconde-se. Por isso, «para começar pelas primeiras coisas», como dizia Aristóteles, comecemos por defender a mulher. O resto virá depois. Um dos três

é falta de bom senso. Esta verdade já mais de uma vez tem sido afirmada. E um exemplo que vamos dar, confirmará não só o dito, como mostrará a utilidade duma educação que respeite a peculiaridade imaginosa do génio infantil. A criança que não foi desviada da fantasia de que a mulher pobre é Nossa Senhora e que o filho que leva ao colo é o Menino Jesus e que o homem com quem vive é talvez S. José, em homem, compreenderá, com base nesta mentira, esta verdadeira verdade: – que a família humana tem o seu arquétipo modelar na Sagrada Família. E eis aqui a melhor defesa contra o adultério. Não, mesmo tende como finalidade os altos valores morais, não destruamos na criança, como um barco de arrasto, germes naturais de uma visão teológica do universo. Não é Deus, não continua a ser, apesar dos progressos da ciência, o Senhor fantástico e oculto dos «contos para crianças». Um dos Três

Três que, afinal, eram dois... No final de 1952, Rafael Monteiro e António Telmo iniciaram uma “Revolução” no jornal O Sesimbrense: ou melhor, a publicação de uma série de artigos sob esta mesma epígrafe. A situação da família e, sobretudo, da mulher, parecia ser o tema principal dos artigos prometidos – assuntos sérios, mas cujo tratamento não impedia alguma dose de humor, como é visível no “intróito”, bem como no facto dos artigos serem sempre assinados pela expressão: “Um dos três”. Conforme é explicado por Rafael Monteiro numa nota manuscrita, os “três” eram apenas eles dois, sendo também três os artigos que publicaram: “Descanso Dominical”, “A riqueza e a sua função” e “Educação Infantil”. Pelo seu interesse, como testemunho de uma época, mas também em jeito de prenda no aniversário do nosso jornal – fundado em 1926, mas refundado em 1952, ano da publicação destes artigos – reproduzimos hoje o intróito à “Revolução” e “Educação Infantil”, os dois textos da autoria de António Telmo).


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2012

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Janela da Minha Alma

A sesimbrense Anabela Texugo acaba de publicar o livro de poesia “Janela da Minha Alma“. Uma edição da Chiado Editora, com uma apresentação pública que teve lugar no dia 7 de Julho, na Biblioteca de Sesimbra. Anabela Texugo, natural do Zambujal de Cima, lembra-se de fazer poesia “desde sempre, desde que aprendi a ler: assim que me apanhei com a escrita e leitura comecei a praticar.” Recorda-se de uma vez, ainda na escola primária, a professora ter mandado

fazer para casa um poema, com tema livre: “Eu pensei logo: estou no meu mundo. Durante o fimde-semana fiz um poema maravilhoso sobre a Primavera.” O problema foi que a professora não queria acreditar que algo tão bem feito fosse da autoria de uma criança com 7 ou 8 anos, e insistia em querer saber quem é que a tinha ajudado. No entanto, Anabela Texugo não guarda a sua poesia. Pode até fazer um poema e entregá-lo a alguém que esteja próximo, como aconteceu uma vez num café em Sesimbra, que a inspirou a fazer um poema, que ofereceu ao dono do café. Os poemas do seu livro foram escritos em 2011, “já com a ideia de fazer um livro singular; desde o principio até ao fim, foi feito poema por poema, e não alterei os poemas: consoante ia escrevendo, assim foi ficando, pela ordem como escrevi.” Começou no início do Verão, e acabou em finais do Outono”: “É um estado de espírito. Encaixa em como é que eu penso

que o outro pensa, estados melancólicos, tal como passar por determinada sensação”, diz-nos Anabela Texugo, que remata a frase com um pensamento enigmático: “Há tantos namoros que acabam mal…” Terminado o livro, enviou-o para a Chiado Editora, e no prazo de uma semana obteve a resposta: tinham decidido publicar. Anabela Texugo não teve uma vida facilitada. Teve de desistir de continuar os estudos: “Fiquei pelo caminho, em virtude de dificuldades financeiras. Mas também não tinha aquele incentivo da parte maternal. Mais tarde, queria voltar, mas havia sempre um obstáculo qualquer.” Mesmo assim Anabela é optimista e determinada quanto à realização das suas aspirações: “Hoje tenho a minha família, estou-me a organizar para voltar aos bancos da escola”. Pretende também continuar a escrever poesia: “Isto é para continuar, é isto que eu quero. Mas para continuar na escrita, tenho que ter os meus objectivos paralelos”. E acredita que conseguirá atingir todos os seus objectivos: “Sempre. Faço o que eu quero. Com muita insistência da minha parte – não me interessa ouvir a parte esquerda ou direita, não, tenho que seguir o meu rumo”. Para além de Sesimbra, “Janela da Minha Alma” já foi apresentado publicamente na Biblioteca de Setubal, na livraria Enfant Terrible, em Lisboa, no Espaço Zambujal, e terá apresentação na FNAC no próximo dia 7 de Setembro.

Os senhores do Universo e o Milagre de Fátima

Fernando Alagoa está prestes a publicar o seu primeiro livro, “Os senhores do Universo e o Milagre de Fátima“, que deverá surgir nas bancas no final do corrente ano. Segundo o autor, o livro “não pretende teorizar nada sobre Fátima, nem discutir se houve ou não milagre, mas sim aproveitar uns quantos factos, históricos e religiosos, e intercalá-los de forma a criar uma determinada trama”. A acção passa-se essencialmente em meados do século XX, embora com referências às aparições de Fátima e às duas guerras mundiais. Geograficamente passa-se em Coimbra – “Porque é uma cidade lindíssima, com belos

monumentos que também enquadram um pouco a história” – e também na Serra D’Aires. Primeiro livro do autor, teve de escolher entre 3 editoras interessadas, acabando por seleccionar a Chiado Editora. O lançamento está previsto para fins de Setembro Fernando Alagoa nasceu em Azeitão, indo depois fazer o ensino secundário em Setúbal, onde conheceu a sesimbrense que viria a ser a sua esposa, um percurso de vida que acabaria por levá-lo a radicarse em Sesimbra. É também autor do blog “Sesimbra Jovem”, com informação sobre actividades culturais no concelho, activo desde 2008.

Refugo fecha portas no fim do mês Depois de 106 anos de associativismo, a Sociedade Recreio Sesimbrense, ou como é mais conhecido, o Refugo, vai fechar as portas já no final do mês. Em declarações ao nosso jornal, o presidente da Direcção, Carlos Viegas, disse que esta decisão foi tomada em assembleia-geral, com presença dos elementos da direcção e vários sócios. O motivo principal desta drástica decisão é o facto de “a receita não cobrir despesa”. Depois da actualização da renda paga pela colectividade, com a alteração da lei das rendas, a as contas da colectividade começaram a dar prejuízo. O clube tem cerca de cem sócios, que pagam 1,75 € por mês, o que era suficiente com a antiga renda, que rondava os 50 euros mensais. Mas actualmente a renda atinge os 268 euros, “fora as despesas” como

a água, luz, televisão por cabo, entre outras: “é de facto impossível manter o espaço aberto”. Questionado com a possibilidade da reabertura do Refugo num futuro próximo, Carlos Viegas disse que “depois da porta fechada, já não é possível abrir”. Não há dinheiro suficiente para “aguentar a despesa”. Em relação ao material existente na sede, esse “é todo nosso”, e vamos doá-lo aos escuteiros e a instituições. À Câmara Municipal deverá ser doado o espólio com interesse histórico, tais como os livros de actas e de sócios. Segundo Carlos Viegas, as pessoas têm reagido “com muita pena” ao fecho, pois são vários os momentos que marcaram toda uma época, que teve pontos áureos. Era o caso dos tradicionais bailes, como o Baile da Pinha, o Carnaval, o ténis de mesa, o teatro, entre outras actividades.

A Sociedade Recreio Sesimbrense foi fundada em 1906, por anteriores sócios do Grémio (mais conservador) e da Sociedade Impressão Musical (mais à esquerda), motivo

pelo chegou a ser conhecida como o “Grémio do meio”, por se situar politicamente entre ambos. Mas o nome que perdurou na memória popular foi o de “Refugo”, designação

que inicialmente tinha um sentido pejorativo mas que, como tantas vezes acontece, acabou por ser adoptada pelos próprios visados. Teresa Carvalho da Silva


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Valdemar Laranjeiro: “Davamos tudo e mais alguma coisa!” Valdemar Laranjeiro dos Santos, um histórico do Grupo Desportivo de Sesimbra, recorda o tempo em que se jogava em campos de terra, de piso irregular, por vezes enlameados, e a troco de quase nada: por vezes umas sandes, ou uma laranjada, no fim dos jogos, mas nem sempre. Começou a jogar futebol com bola de trapos, no largo da Cova da Piedade, para onde a família se tinha mudado, tinha ele 10 anos – a mãe vendia peixe na praça daquela localidade. Com apenas 15 anos ingressou no Piedense. Ali conheceu um dos treinadores que o marcou – Armando Carneiro – e foi ali que adquiriu a alcunha de Bassorá, um jogador do Barcelona, célebre na época. Valdemar acaba de completar os 80 anos, motivo que justifica mais uma entrevista a este carismático sesimbrense que, no passado, ocupou muitas páginas deste jornal. Aos 17 anos passou a júnior do Piedense e, logo depois, à 1ª categoria. A tropa veio interromper esta sua carreira, ao mesmo tempo que a família regressava a Sesimbra. José Pinto Bráz, que era na altura presidente do Grupo Desportivo de Sesimbra, propôslhe ingressar do GDS: “Eu disse-lhe que gostava muito, mas estava preso ao Piedade.” Começaram então as negociações entre os dois clubes:

Eu tinha possibilidade de jogar num clube maior, com mais dimensão, mas nunca quis sair de Sesimbra: agarrei-me a esta terra de alma e coração “O Zé Bráz levou-me na mota dele, uma Norton, até à Piedade; inicialmente pediram 50 contos para a minha transferência, mas o Zé Bráz disse logo que o Sesimbra, sendo um clube pobre, não podia pagar. E eu disse que se não jogasse no Sesimbra, não jogava em lado nenhum – mesmo que me pagassem as passagens, o que eles ofereceram.” Voltaram uma 2ª vez à Piedade, onde o preço entretanto baixara para cerca de 20 contos, mas que o GDS também não tinha. Resolveu-se o problema com um peditório na praia – “praia”, na época, significava “pesca” e “lota”: “Andavam o Manias, Papões e companhia, a recolher dinheiro com um boné: um dava 5 escudos, outro 10, outro 20, havia quem desse 25 tostões.” Contribuíram compradores, pescadores, e “até os que andavam à padiola”. No final ainda faltou qualquer coisa, que foi posta por José Pinto Bráz. “Entrei na 1ª categoria; joguei primeiro a extremo direito, depois na defesa, depois a médio, e foi como médio que

joguei na maioria dos anos, e onde terminei a carreira.” Em 1963 O Sesimbrense considerava-o como “o jogador mais tecnicista do GDS, atacando e defendendo com perfeita noção do que executa.”

Tempos difíceis Os jogadores eram recrutados na terra, onde vida era também difícil, particularmente antes da construção do porto de abrigo, onde os longos temporais significavam a fome para muita gente: “Uma vez, tinha eu já os meus filhos pequenos e morava aqui na Herdade, passei pelo jardim e encontrei dois colegas; perguntei: “O que estão aqui a fazer?” – “Estamos a ver se arranjamos alguma coisa para comer”. “Fui ali ao Arménio [Mercearia ideal], na altura usavam uns alguidares cá fora com bacalhau dentro de água, comprei-lhes duas postas de bacalhau.” Às vezes estavam à espera que as reservas acabassem de jogar para ter botas disponíveis, e não havia massagistas: “Apenas um curioso, que não tinha formação da massagista, era o António Borrelho. Digo com vaidade: se nesse tivéssemos as condições de agora, teríamos evoluído mais como jogadores.” Apesar das dificuldades e escassos incentivos, Valdemar destaca que, dentro do campo, os jogadores “davam tudo e mais alguma coisa, choravam dentro de campo. Não digo que actualmente não sejam briosos, mas era muito superior a isso, quando perdiam, choravam – e sem ganhar nada”. Já para o fim da sua carreira de jogador é que começou a ganhar alguma coisa: “No fim da carreira, o prémio de jogo eram um 100 escudos, a jogar fora, e em casa eram 50. E ficávamos ricos quando ganhávamos 100 escudos, ficávamos felizes: íamos ao café do Zagaia, ao café do Filipe, depois ofereciam-nos umas sandes, uns petiscos…”

Subida de divisão Valdemar ainda viveu, como

jogador, as emoções da subida de divisão, em 1967, particularmente acirradas com jogos adicionais que tiveram de fazer, devido à incompetência de um árbitro. Nessa altura, para se passar à segunda divisão seguia-se um percurso diferente do actual: a primeira etapa foi vencer o campeonato Distrital, depois houve uma disputa a entre 4 equipas (Casa Pia, Olivais de Moscavide, Amora e GDS) e finalmente a disputa com o Farense, campeão Algarvio. Destacou-se num dos principais jogos, em 15 de Maio, com o Grândola, mas já não jogou nas finais com o Farense, por se ter lesionado. A verdade é que muitas das equipas de então perderam importância, ou desapareceram. Valdemar recorda algumas das melhores equipas regionais: Amora, Seixal, Costa da Caparica (“era sempre uma luta!”), Almada, Piedade, Cuf, Montijo… Valdemar ainda teve convites para jogar no Seixal e na Cuf, e com emprego garantido: na Siderurgia, ou nos Caminhos de Ferro. Mas recusou sempre: “Eu tinha possibilidade de jogar num clube maior, com mais dimensão, mas nunca quis sair de Sesimbra: agarrei-me a esta terra de alma e coração.” Mas lamenta não ter aproveitado uma oportunidade do Benfica, do qual é adepto: “Quando eu tinha 16 anos fui com um colega meu aos treinos de captação do Benfica, no Campo Grande. Jogávamos uns 20 minutos e havia um senhor, o sr. Valadas, que ficava com o apontamento daqueles que ele viam que tinham jeito: e a mim tiraram o nome e morada, mas não ao meu colega. Passadas duas semanas, recebi um postal do Benfica para ir lá, mas como o meu colega não foi, eu também não quis ir, e perdi essa oportunidade! Só me arrependo dessa coisa do Benfica, que eu sou benfiquista!”

Carreira de treinador Pouco tempo depois de deixar de jogar, começou a trabalhar como treinador, a convite dum “grande obreiro deste clube, chamado Ferreira. Ele até ia às lojas de companha falar, com os mestres dos bar-

cos, para os miúdos jogarem.” Começou com 37 anos, terminou aos 62 anos, a treinar juniores, mas também chegou a treinar os séniores: “Quando havia chicotadas psicológicas.

Os jogadores eram recrutados na terra, onde vida era também difícil, onde os longos temporais significavam a fome para muita gente Eu era pau para toda a obra!” Valdemar também acabou por participar na vida boémia de Sesimbra, proporcionada pala grande afluência de turistas do norte da Europa, frequentando o café do Zé Polido, o Chagas, o Ribamar. Valdemar admite que “gozou” a vida, mas também que prejudicou alguém: “que foram os meus filhos e a minha mãe, mais ninguém. Fiz uma vida de boémio, as coisas proporcionaram-se, eu era jovem, era atleta, sabia o valor que tinha”. De dia trabalhava na praia, de noite divertia-se, mas a vida

profissional acabou por ser prejudicada: “A minha primeira mulher sofreu um bocado. Já pedi desculpa aos meus filhos… eles riem-se.”

Festa de despedida excepcional Era excepcional a qualidade dos jogadores que estiveram na sua festa de despedida como jogador, em Julho de 1968: era praticamente a seleção portuguesa! – “Só não veio o Eusébio porque tinha que fazer uma operação ao joelho. Eram todos meus conhecidos, vinham cá a Sesimbra, como turistas; vinham cá jantar e depois conviviam comigo, no Lobo do Mar. O Hilário, o Eusébio e o Coluna andavam sempre juntos, vinham e fazíamos grandes caldeiradas.” A “selecção” era de tal qualidade que muita gente em Sesimbra duvidava, e Valdemar teve de andar pelas ruas da vila com o Hilário e o Coluna, para que vissem que era verdade. O Sesimbrense assinalou a presença de Mário Coluna, Carvalho, José Henriques, Mário Joao, António Cagica Rapaz, Hilário, Toni, José Carlos, Tomé, Simões, Torres, José Maria, José João e Fernando: a “coqueluche do futebol nacional”, e registou um Valdemar “com olhos rasos de lágrimas.”

“Tira o Valdemar!” Nesse tempo o público exercia grande pressão sobre os protagonistas do jogo. A propósito, Valdemar recorda uma vez – já ele tinha deixado de jogar – em que havia falta de jogadores, e o treinador Jacinto lhe disse: “Prepara-te que vais jogar no Domingo” – “Eu?”. O treinador insistiu: “Não me digas que não aguentas 30 minutos a jogar?! Jogas meia parte e eu depois meto o Pelé (Leonel)”. “Fazia um calor formidável, e eu, com 30 anos, já não tinha andamento, e o público começou a gritar: O Valdemar está velho, já não pode com as pernas. Tra o Valdemar! Mete o Pelé!” Valdemar, entretanto, foi

avisado pelo árbitro: “Já fizeste duas faltas, à terceira vais para a rua!”, e o jogador começou a fazer sinais ao treinador para o substituir, mas este, nada! Quando chegou o intervalo, foi falar com o treinador, que lhe disse: “Não é a assistência que manda, quem manda sou eu!” Valdemar insistiu: “Mas o árbitro já me avisou duas vezes…” Mas o treinador teimava: “Tu aguenta-te, porque não são eles que mandam. Se te mando para o balneário, depois dizem que quem manda é assistência!” E assim teve de jogar até ao fim, com grande esforço físico. Porque quem mandava era o treinador!


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Sesimbra Summer Cup Entre os dias 21 e 24 de Junho realizou-se a 2ª edição do Sesimbra Summer Cup, torneio de futebol com equipas do território Nacional. Para Francisco Jesus, Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, e um dos principais organizadores deste evento, o balanço foi muito positivo: este ano “superou as nossas expectativas, já é uma referência a nível Nacional, num torneio com estas características, e contou com a junção do futebol de praia”, uma ideia da Federação Portuguesa de Futebol, e que teve um balanço positivo da parte das equipas que experimentaram e jogaram pela 1ª vez. O Sesimbra Summer Cup tem várias entidades agregadas à organização do evento, nomeadamente a Junta de Freguesia do Castelo, o Grupo Desportivo de Sesimbra, Grupo Desportivo de Alfarim e o ACRUTZ Zambujalense, tem ainda a parceria da FPF que tem acompanhado desde o início o torneio. Este ano estiveram presentes cinquenta e quatro equipas, num total de mil e duzentos participantes, ou seja,

receberam o dobro dos participantes em relação ao ano passado. Por detrás deste torneio está toda uma organização, para além das entidades que já foram referidas, e da comissão organizadora que engloba vinte elementos; este evento teve ainda o apoio de dezoito jovens voluntários, repartidos pelos vários campos, e mais setenta pessoas que “colaboraram connosco e nos ajudaram. A organização do Sesimbra Summer Cup envolve assim quase cem pessoas”. Francisco Jesus considera que “todo este processo tem uma logística pesada. Desde actualizar os resultados na hora, a actualização do site, os mapas de castigo, entre outros, é uma estrutura que não é leve mas que se tem feito bem”. Levar Sesimbra além-fronteiras Para além de lançar “um evento desta natureza”, Francisco Jesus disse-nos também que toda esta envolvente tem “uma vertente de promoção do nome de Sesimbra”. Durante estes dias, os participante, familiares e amigos usufruíram dos hotéis, restaurantes e comércio local, o que “é sempre uma mais valia”. Nestes termos, para o próximo ano irá receber equipas internacionais, pois o Sesimbra Summer Cup já é “considerado uma marca” e até tem “empresas que nos procuram e é uma mais valia”, isto não acontece só nas empresas que querem participar, como já existe um con-

Beatriz Matos “Gostava de ir aos Jogos Olímpicos” A ginasta quinta condense Beatriz Matos, foi distinguida em Maio com a medalha de Mérito de Grau Prata pela Câmara Municipal de Sesimbra. Em conversa com a atleta fomos desvendar o seu percurso no mundo da ginástica. Beatriz Matos tem 12 anos e já é atleta de competição. Pratica Ginástica Aeróbica Desportiva há quatro anos, mas a ginástica não é a sua única paixão: também pratica hip-hop há quatro anos. Começou no MG Boos Quinta do Conde, onde continua, mas começou também com a modalidade de Aerogym passando logo depois para a Ginástica Aeróbica Desportiva. Segundo Beatriz, esta ginástica “está dividida em divisões. A 1ª divisão, que é onde estão os melhores e a 2ª divisão, que é onde estão os atletas que iniciam. Eu estive um ano na 2ª divisão, e passei logo a seguir para a 1ª”. Iniciou a ginástica porque começou a seguir as passadas da irmã, que é professora de hip-hop. Começou a “imitar os passos” e os pais viram que tinha potencial e inscreveram-na na ginástica. E assim tudo começou… Em 2008/09 ganhou o 1º lugar no Torneio de Abertura de Ginástica Aeróbica Desportiva da Federação de Ginástica Portuguesa, sagrando-se como campeã distrital, nacional, vencendo ainda a Taça de Portugal.

junto de entidades que não estão ligadas a Sesimbra, mas que ajudam na promoção turística, havendo já algumas entidades confirmadas para o próximo ano, que permitirão a presença das equipas estrangeiras no torneio. Um evento como o Summer Cup custa aproximadamente 40 mil euros, no entanto, houve um conjunto de bens que foram oferecidos, desde o material, t-shirts aos troféus, que para além de oferecidos foram logo pagos directamente, no valor global de 18 mil euros. “Em termos financeiros, aquilo que movimenta, tirando o apoio logístico, são entre 26 e 28 mil euros, e tivemos de despesa 21 mil euros”. Em relação ao saldo positivo, que ronda entre os 6 e os 8 mil euros, “será distribuído de forma igual pelos três clubes associativos. Os clubes ficam com o material desportivo utilizado, e mais uma quantia proveniente do lucro ”. Os Bombeiros Voluntários de Sesimbra também vão receber uma quantia de 500 euros pelo apoio prestado durante o torneio. Já está em preparação a edição do próximo ano, que contará com mais um dia. Decorrerá de dia 26 a 30 de Junho de 2013. Os escalões são Sub 9, Sub11, Sub15 e vão contar este próximo ano com Sub17 feminino. O futebol de praia também será novamente integrado no torneio, e as equipas internacionais vão estar presentes pela primeira vez. Teresa Carvalho da Silva

el Matos, pai da Beatriz, “a CMS também deu uma ajuda. Disponibilizou o transporte para os treinos da Selecção, se não fosse assim ela não poderia ir. Também contribuiu com uma verba para ela ir à Bulgária e a França”. O pai, para esta próxima época, vai tentar arranjar apoios e patrocínios, de modo a que a Beatriz possa ir cada vez “mais longe” na ginástica. Apesar da Ginástica Aeróbica Desportiva ainda não ser considerada Olímpica, estão a ser feitos ajustes para que isso aconteça, e apesar dos próximos Jogos Olímpicos só se realizarem em 2016, Beatriz Matos demonstra uma grande vontade de ir representar Portugal no maior evento desportivo do Mundo. Teresa Carvalho da Silva

Ténis Já em 2009/10, no escalão de iniciados, mais uma vez ficou em 1º lugar no Torneio de Abertura da G.A.D – F.G.P, campeã nacional, distrital e Taça de Portugal, mas na 2ª divisão. Já em iniciados na 1ª divisão na época 2010/11 ganhou o Torneio de Abertura do G.A.D – F.G.P, campeã distrital, nacional e ganhou a Taça de Portugal. Com um acumular de títulos, este ano subiu de escalão, está na categoria de juvenis e continuou a ganhar o Torneio de Abertura da G.A.D – F.G.P, o 1º lugar no Torneio Nacional de Catanhede, o 1º lugar no Internacional Team Cup Competition em Catanhede, foi Campeã Distrital, Vice-campeã Nacional e ganhou a Taça de Portugal. Ingressou também na Selecção Portuguesa, e em representação de Portugal participou na Taça do Mundo em Aix-les-Bains em França obtendo a medalha de prata. Em finais de Maio participou no Campeonato do Mundo em Sófia na Bulgária onde obteve o 36º lugar em 50 participantes. A ginástica de competição exige muito treino, e por isso treina “todos os dias, duas horas na Quinta do Conde e duas horas em Lisboa, com a Selecção”. É de salientar o esforço desta atleta, que apesar das condições mínimas que tem para treinar, isto é, em solo de tijoleira, é algo que faz com muito agrado e paixão. Quanto aos estudos “passei agora para o 7º ano. Às vezes é muito difícil conciliar, pois estou muito cansada, mas tento sempre fazer com esforço, pois treino todos os dias”. Apesar do grande esforço, Beatriz tem sido uma óptima aluna, segundo os pais, e foi mesmo aluna de Mérito no ano anterior. Falando no futuro, “é na ginástica que quero continuar, embora também goste muito do hip-hop e não o quero deixar”. Em conversa com os pais da atleta, as competições são pagas maioritariamente pelos próprios, no entanto, a associação onde pratica dá uma ajuda, pois “a Selecção apenas ajuda a partir do escalão Júnior”. Segundo Manu-

Jantar Convívio do Torneio Social 2012 Realizou-se no dia sete de Julho o tradicional jantar convívio de entrega de prémios do Torneio Social 2012 do Clube Escola de Ténis de Sesimbra. Com a presença de Francisco Luis em representação da Câmara Municipal e Artur Pereira pela Junta de Freguesia de Santiago e ainda de inúmeros jogadores e familiares, a animação foi constante, culminando a noite com a entusiástica entrega de prémios. Esta competição tem início em Outubro e conclusão em Junho do ano seguinte, estando principalmente vocacionada para o desporto de lazer e manutenção, permitindo simultâneamente aos atletas de competição uma actividade mais regular. O formato desta prova é do tipo campeonato, sendo os jogadores agrupados em séries de acordo com o respectivo nível técnico. O prémio especial Aluno do Ano foi entregue a André Godinho, pretendendo o CETS desta forma, não premiar apenas a competição, mas também a dedicação, o trabalho e persistência na procura de objectivos, contribuindo para a formação e sensibilização de jovens com atitudes mais justas e responsáveis perante a vida e a sociedade. CLASSIFICAÇÕES : Grupo Azul 1º - Fábio Rocha, 2º - Marco Pires, 3º - André Aldeia, 4º - José Pina Grupo Vermelho 1º - Rui Ribas, 2º - Jorge Miguel Silva, 3º Joaquim Barreira, 4º - Pedro Aleixo Dias Grupo Amarelo 1º - Diogo Pereira, 2º - Diogo Rescácio, 3º - Pedro Santos, 4º - João Luis Pereira Grupo Verde 1º - José Luis Duarte, 2º - Beatriz Gaspar, 3º - Eduardo Santos, 4º - Pedro Tareco Grupo Laranja 1º - João Penim, 2º - Diogo Luis, 3º - José Nuno Pinto, 4º - Leonardo Rodrigues. João Pedro Aldeia


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2012

Fábio Rocha Tricampeão

Fábio Rocha, do Clube Escola de Ténis de Sesimbra, recuperou no fim-de-semana de 16 e 17 de Junho, o título de campeão do Open do Castelo, alcançando o tricampeonato. A quarta edição deste torneio que faz parte do calendário oficial da Federação Portuguesa de Ténis e tem o apoio da Junta de Freguesia do Castelo, contou com o maior número de inscrições de sempre, atraindo aos campos do Centro Municipal de Ténis de Sesimbra, sito na Maçã, cerca de trinta e cinco jogadores e jogadoras, treinadores, familiares e amigos que animaram a prova e o local durante aqueles dias.

O jovem sesimbrense, que se encontra em grande forma, cilindrou todos os adversários averbando na final o expressivo resultado de 6/1 e 6/1 sobre Miguel Soares, da Escola de Ténis Jaime Caldeira (Lisboa). No quadro feminino, saiu vencedora a jovem Raquel Fernandes do CET Oeiras, que no jogo decisivo derrotou a colega de clube Ana Alves por 6/3 e 6/4. Na competição de pares o título foi também para os atletas da casa Fábio Rocha e Marco Pires que venceram Francisco Ramos (C.T. Lagos) e Pedro Estêvão (C.T.- Setúbal) por 6/4 3/6 e 10/7. Também a representar o CET Sesimbra na variante de pares, as duplas João Aldeia/André Aldeia e Luis Esteves/Jorge Ponte foram semi-finalistas. A cerimónia de entrega de prémios, contou com a presença de Vera Vieira, em representação da Junta de Freguesia do Castelo, a qual se regozijou com o sucesso do torneio, reafirmando a vontade daquela autarquia em continuar a apoiar este evento e o desporto em geral, promovendo e colaborando com o movimento associativo no desenvolvimento da actividade física e bem-estar da população do concelho. João Pedro Aldeia

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GDSesimbra recebeu “Final Four” de Hóquei em Patins Equipa do SC de Tomar que se sagrou campeã Nacional de Juvenis de Hóquei em Patins. (Foto cedida pelo Jornal Cidade de Tomar) No passado fim-de-semana, de 7 e 8 de Julho, o Grupo Desportivo de Sesimbra recebeu a “Final-4” das competições de Hóquei em patins dos escalões Infantis e Juvenis 2011-2012. No escalão de Infantis, a equipa de Paço de Arcos foi a primeira a garantir a presença na final da prova ao bater a AD Barcelos por (3-0). No encontro, o Sporting CP venceu (5-1) o CH Carvalhos. Ainda no dia 7, no escalão de Juvenis, o FC Porto derrotou o SL Benfica por (3-2) numa partida muito disputada. Também no mesmo escalão, a formação de Tomar bateu por (17-7) o CH Carvalhos numa partida que ao intervalo estava empatada a três golos. A manhã do 8 esteve então reservada para a disputa dos 3ºs e 4ºs lugares de ambos os escalões. Em infantis, a vitória caiu para o lado da AD Barcelos (4-0) que deixou o CH Carvalhos pelo quarto posto. O SL Benfica goleou por (17-2) a equipa do CH Carvalhos no escalão de Juvenis. A tarde do Domingo estava marcada para as finalíssimas das competições. Num encontro muito disputado, a formação do CD Paço de Arcos sagrou-se Campeã Nacional Infantis de hóquei em patins 20112012, ao vencer o Sporting CP (7-6, após desempate por grandes penalidades).

Filipe Meira em 1º lugar na NP Racing series no Rio Douro

Vai ser notícia! Eventos IX Feira do Livro 27 Julho a 19 de Agosto Praça da Califórnia CNO do CREF de Sesimbra - Cerimónia de entrega de certificados 1 de Agosto pelas às 19 horas Cineteatro Municipal de Sesimbra Exposição – História do Surf Clube de Sesimbra 1 a 31 de Agosto Loja Ond@ Jovem 9º Tripa Trio 4 de Agosto às 22 horas Aniversário Grupo Desportivo de Sesimbra 10 de Agosto

Miguel Gaboleiro em 4º lugar no Campeonato Nacional de Supercross Realizou-se no passado dia 14 de Julho o Campeonato Nacional de Supercross no qual o sesimbrense Miguel Gaboleiro participou. Esta prova teve lugar em Oliveira de Santa Maria, perto de Famalicão. Foi a primeira vez que o atleta participou na modalidade de Supercross e, nesta prova, atingiu o 4º lugar. Segundo Miguel Gaboleiro, a sua prova foi “sempre muito regular”. Este resultado resultou da prova em final SX1 e super-final Elite. Na classificação geral, o Miguel encontra-se na 4ª posição no Campeonato. No próximo dia 4 de Agosto realiza-se mais uma prova do Campeonato que irá ter lugar em Poutena.

O Título Nacional de Juvenis de Hóquei em Patins, foi atribuído à equipa da cidade de Tomar, que bateu o FC Porto por (4-2) no jogo mais aguardado daquela tarde. Esta edição da Final Four em Sesimbra, foi organizada pela Federação de Patinagem de Portugal, com o apoio da Associação de Patinagem de Setúbal, Grupo Desportivo de Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra, Hotel do Mar – Sesimbra e Bombeiros Voluntários de Sesimbra. Jovita Lopes

Visita às pegadas dos dinossauros 11 de Agosto às 9 horas Cabo Espichel Vamos ter uma festa em Sesimbra? 11 de Agosto a partir das 17 horas Ribas Sushimbra, Gliese e Mil e Uma Noites Provas de produtos regionais Castelo de Sesimbra Domingos até dia 12 de Agosto às 16 horas Teatro “Olhando o Céu Estou em Todos os Séculos” Sextas e Sábados em Agosto às 19h e às10h Espaço das Aguncheiras Preço: 7 euros Filipe Meira, atleta da Escola Rui Meira, que fica na Lagoa de Albufeira, ficou em 1º lugar na categoria de Open na NP Racing Series no Rio Douro, que se realizou nos passados dias 7 e 8 de Julho. Esta prova de Windsurf decorreu nas categorias de juniores, master e open. Todos os participantes concorreram com pranchas RS-One e todo o material era pré-olímpico. As provas decorreram perto do público para que tivesse uma percepção de Windsurf com velas.

Oficina – Pesca e técnicas artesanais 23 de Agosto às 14h30 Biblioteca Municipal de Sesimbra XIII Zimbra Mel 24 a 26 de Agosto – Castelo de Sesimbra Ciência Viva – Astronomia no Verão Até 15 de Setembro – Quinta do Conde


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O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2012

O SESIMBRENSE

Fados de Verão A liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense organizaram mais uma noite de fados, com a solidária colaboração da Sociedade Musical Sesimbrense, que facultou a sala, material logístico e técnico para o espectáculo, bem como uma incondicional colaboração por parte dos seus dirigentes e funcionários, que muito agradecemos. Com uma boa sala e um excelente leque de cantores – também eles, a colaborarem graciosamente nesta iniciativa – o Fado, que recentemente foi classificado como Património Imaterial da Unesco – voltou a fazer-se ouvir a grande nível em Sesimbra. A noite contou com a apresentação de Andreia Coutinho, e teve início com a actuação de Eduardo Jorge, que cantou dois fados (como a generalidades dos fadistas), sendo um deles especialmente focado em Sesimbra, com referência às caldeiradas, etc. Seguiu-se Pedro André, (que, cantando, se referiu à “guitarra portuguesa”), Mariana Vitória (“Chorai, chorai, guitarras da minha terra…”), Júlio Silva (“Canoas do Tejo”), Domingos Lopes (Chochinha – “o fado é uma canção / que nem toda a gente canta”) e Francisco Andrade (“há muito que já não ia / ao bairro onde nasci”). Depois de um intervalo, voltaram-se a ouvir os mesmos fadistas, com dois fados cada um, e a surpresa de ter surgido um “expontâneo”, João Travessa, que também cantou, tendo sido a seguinte a ordem: Eduardo Jorge (“a minha fragata é minha / não pertence a mais ninguém”), João Travessa (“Avé Maria das Dores”), Pedro André (“ser fadista é ser português”). Prosseguiu Júlio Silva (que cantou dois poemas de Mário Regalado, dedicados a Sesimbra - “para matar pedaços do passado / minha Sesimbra amada percorri / porém do passado nada vi”), Mariana Vitória (“vejo em teus olhos

/ que o nosso amor está cansado”), Francisco Andrade (“Há senhores que desconhecem / o valor que o fado tem”) e Manuel Chochinha (“Praça de Talavera: tarde de sol e touradas”). A fechar a noite, a inesperada actuação, em concertina, de Manuel Sousa, que deu o tom de alegria essencial ao encerramento de mais uma grande noite de fados em Sesimbra. À viola esteve Manuel Joaquim, e na guitarra portuguesa, Alberto Raio. A Liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense agradecem a todos quantos tornaram possível este espectáculo: fadistas, músicos, espectadores, à apresentadora Andreia Coutinho e ainda às seguintes empresas, patrocinadoras do evento: Casa Ermelinda de Freitas, Rádio Amália, O Cebola, Padaria do Gá, Maria da Visitação, Sabino Rodrigues, Luís Texugo, Câmara Municipal de Sesimbra, Manuel Graça Peixito e Francisconde.

Patrocinadores:

Casa Ermelinda de Freitas (Vinhos) Rádio Amália (Promoção) José Manuel Lopes (Cebola) (Frutas e produtos hortícolas) Padaria do Gá (Panificação) Sabino Rodrigues (Queijos Regionais) Luís Texugo (Atoalhados e outros para Restauração) Francisconde (Caracóis) Maria da Visitação (Agricultura Biológica) Câmara Municipal de Sesimbra Manuel Graça Peixito (Obras Publicas)

“Vamos fazer uma festa em Sesimbra?”

Dia 11 de Agosto Sushimbra Gliese Mil e Uma Noites Tudo começou com a pergunta, colocada por Pedro Mateus (PlasticPeople) no Facebook: “Vamos fazer uma festa emSesimbra?”. A pergunta era algo retórica: o jovem dj sesimbrense estava, afinal a contestar o afunilamento cultural de Sesimbra, em termos de eventos musicais. Mas a reacção foi de tal modo entusiástica, que aos poucos, com a ajuda de amigos, foi concebido um grande evento musical, com a participação de seis dj’s locais e live painting, que terá

lugar no próximo dia dia 11 de Agosto, com início às 17 horas, no Ribas Sushimbra, transitando para o Gliese às 23, finalizando no Mil e Uma Noites, das 3 às 7 horas da manhã. A participação nesta festa custará 2 euros, apenas para financiar os custos logísticos, com uma pulseira que dará acesso às três casas com oferta de uma bebida em cada. O Sesimbrense será uma das numerosas entidades que apoiam e divulgam esta festa, que promete agitar e inovar.


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