O Sesimbrense - Edição 1170 - Janeiro 2013

Page 1

ANO LXXXVII • N.º 1170 de 1 de Fevereiro de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)

Efeméride

Isabel II em Calhariz Política Local

Orçamento municipal com 13% a menos Página 10

Carlos Sargedas prepara candidatura autárquica através de “concurso público” Não parece ter começado da melhor maneira a candidatura de Carlos Sargedas às autárquicas do final deste ano: recusou um convite do PS e entrou em polémica com o PSD sobre se este Partido chegou a ponderar um convite semelhante. O fotógrafo sesimbrense diz que foi o facto de ter sido convidado simultâneamente pelo PS e pelo PSD, que o levou a precipitar uma candidatura que tinha guardada para daqui a

uns anos. Actualmente a presidir ao Rotary Club de Sesimbra, Sargedas já há 9 anos tinha tentado organizar uma lista, para a qual diz ter sondado elementos do Rotary, entre outros. Paradoxalmente, em entrevista a’O Sesimbrense, afirmou que Augusto Pólvora é o “melhor presidente que tivemos até à data”. Então o que justifica uma candidatura sua? “A diferença

que poderá haver entre nós, é que, se calhar, eu não o faria daquela forma”. Carlos Sargedas, entretanto, enviou-nos um email onde faz um convite público a potenciais candidatos que o queiram acompanhar e fazer parte de listas independentes para todos os órgãos autárquicos do Conselho de Sesimbra, solicitando que lhe enviem os respectivos currículos. Página 13

P.e Manuel Silva: “Sesimbra é uma terra generosa” Quando iniciou a sua missão em Sesimbra, parecia um bocado receoso por enfrentar uma Paróquia que lhe parecia muito grande, quando comparada com as pequenas Paróquias onde estivera antes: : Marateca, Poceirão, Afonsoeiro: “aquilo é monte aqui, monte acolá, pouca prática religiosa. Era um trabalho porta a porta. Depois estive no Samouco, ainda dois anos: já era uma comunidade maior, embora mais pequena que Sesimbra. Quando cheguei aqui vim a medo, está claro, porque é uma coisa grande”. Mas, ao fim de dois anos, tudo parece estar a correr bem, reconhecendo o Padre Manuel Silva que se trata de uma “comunidade generosa”.

Um museu no Zambujal

Economia local

Geraldino Penim Marques começou por juntar um acervo de alfaias agrícolas e de ins-trumentos de trabalho da freguesia do Castelo, a partir de alguns objectos que pertenciam à sua família. Foi também coleccionando fotografias antigas relacionadas com estas actividades, preocupado com o facto dessa memória se encontrar ameaçada, e acabou por juntar uma extraordinária colecção, um autêntico museu da freguesia do Castelo. Página 12

Restaurante Tony-Bar vendido a Angolanos O conhecido restaurantemarisqueira Tony-Bar foi adquirido por Angolanos, que pretendem agora alargar o conceito de negócio, associando ao estabelecimen-

to gastronómico uma área residencial para turistas. A casa, no entanto, manterá a emblemática designação que se tornou num ícone de Sesimbra. Página 3

Tipografia Triunfo fecha portas Ao fim de 86 anos de funcionamento, a tipografia da família Ramada Crespo – João e Manuel, e que actualmente era gerida por Luís, filho deste último – fechou as suas portas. Nos primeiros anos funcionara na rua Peixoto Correia, e em 1970 passou para as actuais instalações, na rua Serpa Pinto. A mudança esteve associada a uma renovação do

Página 8

equipamento, para o qual era necessário mais espaço. A modernização foi uma constante da tipografia: acompanharam a tecnologia do offset, e depois do digital. Mas as mudanças tecnológicas, a que se somou a recente crise, acabaram por revelar-se um obstáculo inultrapassável para o histórico estabelecimento. Página 7

Eurodeputado João Ferreira apresentou relatório sobre as Pescas O Deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira, esteve em Sesimbra no passado dia 26 de Janeiro, para apresentar o relatório de que foi relator, com sugestões para melhoria da Politica Comum de Pescas, no domínio da pequena pesca costeira.

A visita começou com o contacto directo com os pescadores, em algumas lojas de companha do Porto de Abrigo, e continuou com uma conferência de imprensa, nas instalações da Associação de Armadores da Pesca Artesanal e Local.

A criação de um seguro público para paragens inesperadas e prolongadas, a descentralização da política de pescas, e a discriminação positiva da pequena pesca, são algumas das medidas defendidas por João Ferreira. Página 5


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2012

2

Editorial

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia

212 681 685

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

212 688 370

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

212 288 078

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Liz

212 688 547

Estrada Nacional 377, Lote 3, Alfarim

Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Políticas A candidatura independente que Carlos Sargedas anunciou recentemente (notícia na página xx) arrancou de forma atribulada, com desentendimentos entre o fotógrafo sesimbrense e o PSD. Porém, o mais surpreendente é a iniciativa de Carlos Sargedas de organizar as listas de candidatos a partir de um convite público a potenciais interessados, para o envio de currículos, indicando, como critérios de selecção, características como a motivação, inovação, liderança, capacidade de trabalho em equipa e de assunção de responsabilidades. Embora estas sejam características pessoais importantes, sobressai aqui a ausência de qualquer referência ideológica ou política – não no sentido partidário, mas sim normativo. Outra declaração do pré-candidato, elogiando o trabalho do actual presidente da Câmara de Sesimbra, reconhecendo que não seria capaz de fazer melhor do que ele, e apresentando como único sinal distintivo o de que ele, Carlos Sargedas, “faria de outra forma”, parece confirmar a ideia de que Sargedas não valoriza tanto a ideologia, mas antes a capacidade de realização. No entanto, a política – a boa política – tem sobretudo que ver com opções ideológicas e normativas e com escolhas no domínio dos valores. Há sempre vários caminhos possíveis que uma comunidade pode percorrer, e é por isso que optámos por uma sociedade “democrática”, e não por uma sociedade “tecnocrática”. Esta ausência ideológica da candidatura de Carlos Sargedas também se revelará problemática no momento de constituir as listas candidatas, com base nos currículos recebidos. Características como motivação, inovação, liderança, trabalho em equipa e responsabilização, não são suficientes – ainda que sejam necessárias – para dar coesão a uma equipa. E também se poderia perguntar: acaso essas características não existem nos actuais eleitos que desempenham funções nos órgãos autárquicos? Nada impede que Carlos Sargedas, proximamente, venha a corrigir esta la-

cuna, tornando públicas as suas aspirações e objectivos para o concelho de Sesimbra, sendo certo que, nessa altura, se verá confrontado com a natureza essencial da política: nem toda a gente pensa da mesma maneira – felizmente! Fazer política é fazer escolhas sobre o caminho a seguir, apresentá-las aos cidadãos e submeter-se ao voto para saber se essas aspirações são partilhadas pela maioria.

* * * O eurodepurado João Ferreira esteve no porto de abrigo, junto da comunidade piscatória, para lhe apresentar o relatório sobre a pequena pesca, recentemente aprovado pelo parlamento Europeu (notícia na página 5). Não foi fácil esse contacto: a maioria dos pescadores parece ter uma ideia pouco definida sobre as instâncias políticas da União Europeia, ou sobre a prevalência do Conselho Europeu na elaboração das leis que regem esta actividade. Estão zangados com os “políticos”, e não sabem, nem querem, distinguir “a obra-prima do mestre” da “prima do mestre-de-obras”. O Parlamento Europeu (PE), em vez de ser a máxima instância legislativa da União Europeia, funciona por vezes como um contra-poder face ao Conselho Europeu. Por isso, a comunidade piscatória faria bem em dar atenção às iniciativas do PE, que poderão contribuir positivamente para a melhoria da política comunitária de pescas. Quando o PE defende – como acontece no relatório de João Ferreira – que se caminhe no sentido da descentralização da política de pescas, isso vem certamente a favor daquilo que os próprios pescadores defendem: que as decisões sobre a pesca levem em conta as características de cada comunidade, em vez de serem definidas globalmente para toda a União Europeia. Não compreender isso, é a mesma coisa que deitar ao mar um bom peixe, juntamente com os limos e as estrelasdo-mar que vieram na rede. João Augusto Aldeia


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2012

Restaurante Tony-Bar vendido a Angolanos O conhecido restaurante-marisqueira Tony-Bar foi adquirido por Angolanos, que pretendem agora alargar o conceito de negócio, associando ao estabelecimento gastronómico uma área residencial para turistas. A casa, no entanto, manterá a emblemática designação, que há muitas décadas se afirmou como um dos ícones do turismo sesimbrense. Aberto desde 1958, no lugar duma antiga taberna, esta emblemática casa passou por diversas fases. Inicialmente continuava a ter os pescadores como principais clientes, e gradualmente foi subindo sempre na escala da “promoção social”, de taberna a tasca, a bar, a marisqueira, a restaurante, ao mesmo tempo que alargava a “ementa” ao marisco, ao peixe grelhado – que continuam a ser imagens de marca - e depois a outros pratos da gastronomia local e nacional, como a caldeirada. Chegou a ser muito frequentado por

importantes figuras da política portuguesa, não sendo raro que um qualquer sesimbrense ali entrasse para beber uma imperial, sentando-se a lado de uma mesa onde estava um Ministro ou o Governador do Banco de Portugal. Também acolheu generosamente a vaga de turistas do norte da Europa, nos anos 60, que ali confraternizavam com sesimbrenses de muitas classes sociais, num cadinho de intercâmbios culturais que era um traço distintivo do turismo sesimbrense, e que se perdeu. Tony já tinha passado uma boa parte das suas responsabilidades de gestão para os filhos, tundo indicando que uma nova geração iria dar continuidade ao negócio familiar. A crise financeira do País, no entanto, ditou um novo rumo. Tony lamenta a necessidade desta venda, mas também atribui responsabilidades na crise dos restaurantes à Câmara Municipal, devido sobretudo aos problemas de estacionamento.

10.ª edição da Assembleia Municipal de Jovens A próxima Assembleia Municipal de Jovens, agendada para o mês de Maio, terá como tema central: “Educar para a Comunicação – Os Jovens e a Promoção de Sesimbra!”, tema que já está neste momento a ser debatido nas escolas do Ensino Básico e Secundário do Concelho. Esta iniciativa da Assembleia Municipal de Sesimbra, que já vai no seu 10º ano, foi alvo de um recente inquérito de avaliação, realizado junto dos professores responsáveis e elaborado no final da última edição, tendo sido destacada a “importância do envolvimento dos alunos no desenvolvimento deste projeto de participação ativa na vida local e regional, com resultados francamente positivos”. O referido inquérito destacou ainda “o papel muito positivo que este projecto tem desempenhado na vida escolar e na formação cívica dos alunos, com reflexos significativos na vivência em espírito de cidadania dos seus participantes”. Também a 6.ª edição do Concurso “As Cores da Cidadania”, agora destinado ao 1º Ciclo do Ensino Básico, em particular para aos alunos dos 3º e 4º anos, procura incentivar o gosto pela leitura e o sentido artístico através da poesia e do desenho.

Pescas - Dezembro

O Inverno a chegar e a produção de pesca a declinar … Em relação a Novembro este Dezembro foi mau de mais, apesar de ser invernoso ressentiu-se muito dessa circunstância. Houve muito desnível em quase todas as artes, excepção para o arrasto que, como habitualmente, se vai “arrastando” há algum tempo. Nos totais gerais em tonelagem pescou-se menos 1.350.000 quilos e na lota vendeu menos 700.000 euros! Antigamente era muito mais causticante o Inverno. Sem segurança na retaguarda pelos barcos não terem porto de abrigo e não se poderem fazer ao mar, a crise era muito pronunciada e a miséria aproximava-se muito da classe piscatória. Hoje, com melhores condições de segurança no mar e em terra, sofre-se com a desorganização que ainda as pescas mantêm impedindo que a gente que a essa vida dura se dedica tenha um vidente futuro. O mar este nosso rico e produtivo mar, nele se continuam a cometer “heresias” como em plena crise da vida publica se pesque peixe em demasia e, por não ter quem o compre na lota seja devolvido ao mar, conspurcando os fundos, onde foi pescado!!! Pois isto é verdade e vemos no parlamento “galos cantadores” que não cantam estas impunidades! Pedro Filipe

3

ONDULAÇÕES 123 Eduardo Pereira

Meus caros leitores, o nosso amigo António Marques Júnior, um dos grandes referenciais de Abril, faleceu no passado dia 31 de Dezembro, com 66 anos de idade. Marques Júnior foi um dos fundadores, em 1985, do PRD, foi condecorado com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade, foi deputado do PS e Presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informação da Republica Portuguesa. Ontem, tive conhecimento do falecimento do Major General Jaime Neves, primeiro comandante do Batalhão de Comandos que esteve sediado nos arredores de Lisboa e que teve um papel preponderante na solução encontrada para pôr fim à rebelião de extrema esquerda do 25 de Novembro de 1975. Acompanhei de perto essa rebelião e, das acções levadas a cabo, devo destacar as que estiveram sob o comando dos Generais Ramalho Eanes, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, General Tomé Pinto, General Comandante da Guarda Nacional Republicana e, General Almeida Bruno, General Comandante da Polícia de Segurança Pública. Termino estas Ondulações chamando a atenção dos meus leitores do concelho de Sesimbra, para o facto de, a muito breve prazo, estarmos, de novo, em período eleitoral autárquico, com os eleitores a serem chamados às urnas. Esta chamada às urnas permite-me avançar com uma

chamada de atenção e uma recomendação aos novos dirigentes partidários e aos novos militantes, dos vários partidos, para que não esqueçam as suas principais responsabilidades. Os militantes, cada vez mais se reúnem para discutirem politiquices e interesses de segunda ordem, de Sesimbra ou da nossa Regiáo e menos para discutirem as necessidades e dificuldades dos sesimbrenses, as suas ocupações, o aumento do desemprego, a subida da inflação, os cortes nos salários, os apoios e esclarecimentos sindicais e políticos, e as condições dos locais das reuniões onde trabalham e onde se reúnem. Nesses debates, seria desejável que os socialistas sesimbrenses se habituassem a debater as necessidades públicas que sentem e a satisfação dessas necessidades, com os eleitores nas suas freguesias e nos seus concelhos. E que, periodicamente, antes das eleições autárquicas, os partidos debatessem as necessidades a satisfazer no futuro imediato, criando condições de satisfação entre si. As autarquias e a administração regional, por um lado e as empresas, por outro, têm de estar muito atentas às necessidades mais evidentes que se revelem e que preocupem a sociedade em que todos nós mais convivemos. As reuniões nas suas sedes deviam ter uma ordem de trabalhos e uma finalidade clara. 28 de Janeiro de 2013


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2012

4

Arrábida: Património Mundial – candidatura em fase critica O processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial da UNESCO, a ser apresentada à UNESCO, teve de sofrer uma “aceleração”, pois teria de ser entregue durante o corrente mês, sob pena de ter de ficar vários anos congelada. O motivo desta inesperada “rapidez”, é que o Estado português vai em breve integrar a comissão da UNESCO que aprecia este tipo de candidaturas, o que impede a apresentação de qualquer candidatura nacional enquanto fizer parte dessa comissão, para que não seja “Juiz em causa própria”. Neste momento, uma primeira fase da candidatura já entregue, encontrase a ser apreciada a nível nacional, por uma comissão interministerial, já que a

Defeso da sardinha entre 15 de Fevereiro e 30 de Março

entrega do processo à UNESCO será formalizada como uma candidatura do Estado português. Uma vez aceite a candidatura a nível nacional, será necessário completá-la com mais documentos, nomeadamente traduções do processo noutras línguas. Tudo isto deverá decorrer num curtíssimo prazo. Esta “aceleração” obrigou a um enorme esforço da comissão encarregue da preparação dos documentos, e inviabilizou, por exemplo, que as Assembleias Municipais da região se possam pronunciar sobre a sua redacção final, antes da entrega da candidatura Uma das maiores dificuldades que a candidatura enfrenta é a da existência das gigantescas pedreiras na Arrábida, ainda em plena actividade.

Para além desta interdição de pescar, que visa proteger, em simultâneo, os adultos e os juvenis, foi ainda estabelecido, entre 1 de Janeiro e 31 de Maio de 2013, um limite máximo de 12 mil toneladas de descargas de sardinha do cerco, das quais não mais de 360 toneladas podem ser descarregadas pelas embarcações cujos armadores ou proprietários não estejam integrados numa Organização de Produtores.

*** Algarve acusa Sines de furar o defeso A pesca da sardinha pelas artes de cerco, na zona de Sesimbra, vai estar interdita entre 15 de Fevereiro e 30 de Março próximos. Este período de defeso abrange toda a zona costeira entre Figueira da Foz e Sines Na zona a norte da Figueira da Foz, o defeso ocorre entre 1 de Fevereiro e 15 de Março. Na zona a sul de Sines, a mesma interdição decorreu entre 1 e 31 de Dezembro de 2012, e voltará a repetir-se entre 1 e 15 de Novembro de 2013.

No passado mês de Dezembro, uma organização de produtores do Algarve queixou-se de que traineiras de Sines andavam a pescar ao largo de Sagres, desrespeitando o defeso que vigorava naquela região. O jornal Correio da Manhã, citou o presidente da Barlapescas, que afirmara: “Nós temos lutado pela preservação dos recursos, parando na altura da desova, mas não vale a pena esse esforço se depois aparecem barcos de fora a pescar na altura do defeso”. Ainda segundo o Correio da Manhã , o não cumprimento do defeso pode traduzir-se em multas entre os 600 e os 2.400 euros.

Cachalote anão na praia de Sesimbra

Foto Jornal Público

“Arrábida – da Serra ao Mar”

Uma dos canais de televisão nacionais (SIC) emitiu recentemente o documentário “Arrábida – da Serra ao Mar”, “Arrábida - da Serra ao Mar”, da autoria de Luís Quinta e Ricardo Guerreiro. Trata-se de um filme sobre a vida selvagem, tanto em terra como na orla costeira, e outras riquezas naturais. Em declarações ao jornal Público, Ricardo Guerreiro disse que “o documentário pretende ser didáctico, sem ser enciclopédico. Queremos passar alguma informação, mas interessa-nos focar a história de um animal e tocar as pessoas pelo deslumbre e pela beleza da natureza”. Luís Quinta, por sua vez, refere: “conheço a Arrábida há 40 anos. Conheço bem o lado do mar e o lado da terra. Queria revelar uma Arrábida desconhecida”.

Grupo Desportivo de Sesimbra dirigido por uma Comissão Administrativa Não tendo surgido qualquer lista candidata ás eleições para os órgãos sociais do Grupo Desportivo de Sesimbra, a Assembleia Geral do passado dia 11 de Janeiro elegeu uma Comissão Administrativa que deverá gerir os destinos daquele clube até ao final do próximo mês de Março. A Comissão Administrativa é

constituída pelos seguintes membros: Sebastião Patrício Manuel José Dias Joaquim Carapinha Eduardo Rigôr António Piedade Carlos Graça Amiano Marcelino.

Um cachalote anão (“Kogia”) apareceu esta manhã (2ª-feira, 14 de Janeiro) na praia de Sesimbra, próximo do morro do Macorrilho, com aparência de ter morrido há muito pouco tempo. Como se trata de uma zona abrigada, é possível que o pequeno cetáceo se tenha deslocado até ali pelos seus meios. O cachalote anão é uma das três es-

pécies de cachalotes, baleias que produzem esparmacete. Trata-se de uma espécie vulgar, mas que é raramente avistada à superfície, junto à costa, porque se movimenta com grande discrição. O ICNB foi avisado pela Polícia Marítima, e depois o pequeno cetáceo foi levado pelo serviço de Protecção Civil para o aterro sanitário municipal.


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

Pescas

5

em destaque Eurodeputado João Ferreira em Sesimbra para apresentar relatório aprovado no Parlamento Europeu

O Deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira, esteve em Sesimbra no passado dia 26 de Janeiro, para apresentar o relatório de que foi relator, com sugestões para melhoria da Politica Comum de Pescas, no domínio da pequena pesca costeira. A visita começou com a conversa com alguns pescadores, nalgumas lojas de companha do Porto de Abrigo, onde as frases mais ouvidas, da parte dos pescadores, foram de queixa por causa do elevado número de multas aplicadas, e também de descrença na política: “os políticos são todos iguais” e “estão nos gabinetes a tomar decisões sobre assuntos que não percebem,”, etc. João Vieira esforçou-se por apresentar aos pescadores as principais linhas do seu relatório, mas não foi fácil desenvolver um diálogo sustentado em torno das propostas defendidas pelo eurodeputado. A visita terminou com uma conferência de imprensa, onde João Ferreira apresentou o essencial do documento, chamando a atenção o facto da política de pescas ser “definida em Bruxelas, longe da realidade, a qual varia muito conforme os países, e muitas vezes com resultados opostos àqueles que dizem pretender.” Esta Política comum de Pescas sofre revisões de 10 em 10 anos, e está actualmente num desses processos de revisão. Foi neste âmbito que o Parlamento Europeu elaborou o relatório sobre “a pequena pesca costeira, a pesca artesanal e a reforma da Política Comum das Pescas”.

João Ferreira destacou que, em Portugal, a pequena pesca representa mais de 90 % da frota, sendo por isso muito importante. O relatório contém diversas propostas, algumas das quais aparecem pela 1ª vez em documentos do parlamento europeu: “Por exemplo, a defesa de uma descentralização da política de pescas, que deve deixar de ser decidida em Bruxelas, devendo passar a ser decidida a nível nacional, envolvendo as comunidades costeiras dependentes da pesca”.

«É a pequena pesca, que cria mais emprego, e que é, muitas vezes, mais sustentável do ponto de vista da exploração dos recursos.» Outra sugestão é a da discriminação positiva deste sector, ou seja, dar um maior apoio à pesca artesanal e de pequena escala: “Não é a grande pesca industrial que deve ser privilegiada, mas sim a pequena pesca, que cria mais emprego, e é, muitas vezes, mais sustentável do ponto de vista da exploração dos recursos.” O apoio às paragens biológicas – ou seja, o apoio aos pescadores devido aos perío-

dos de defeso para protecção das espécies piscícolas – é outra das ideias defendidas, medida que, segundo o eurodeputado, hoje não é permitido. Uma das novidades propostas por João Ferreira é o da criação de um “seguro público” financiado por fundos comunitários e que possa apoiar o sector “em situações de emergência, em situações imprevistas de quebra de rendimento acentuado. São, por exemplo, casos de catástrofes naturais, situações meteorológicas imprevistas que obriguem a paragens prolongadas da actividade, ou uma elevação súbita do custo dos factores de produção, combustíveis, por exemplo – à semelhança do que já existe para a agricultura”. João Ferreira informou que o orçamento da EU deste ano, já inclui a realização de um projecto-piloto para estudar a viabilidade deste seguro público. Ainda outras propostas apresentadas pelo deputado foi a da criação de zonas de pesca de acesso exclusivo para a pequena pesca e pesca artesanal, e a necessidade de reconhecer e valorizar as actividades desenvolvidas em terra, mas associadas à pesca: “a pesca não é resultado só daquilo que se faz no mar, é resultado também daquilo que se faz em terra e que prepara o trabalho do mar, e tem de ser reconhecido e valorizado”. A valorização da primeira venda do pescado, classificado por João Ferreira como “problema crónico”, é outro dos temas do relatório: “temos custos de produção que têm vindo a aumentar, mas o preço da primeira venda não aumento, e nalguns casos até diminuiu.” Embora aprovado pelo Parlamento Europeu, trata-se apenas de um conjunto de recomendações, que poderão ou não ser levadas à prática, e para isso terão de ser incluídas no regulamento da Política Comum de Pesca, o que, só por si, “é uma outra batalha que é preciso travar, uma luta que não é fácil”, reconheceu João Ferreira, acrescentando que para isso é necessário que exista o apoio e a mobilização do sector da Pesca.

Portugal tem a maior Zona Económica exclusiva da União Europeia. No entanto, como a política de pescas é comunitária, quando é decidida pelo Concelho Europeu, aí Portugal tem apenas 2% dos votos. E no Parlamento Europeu, admitindo que todos os deputados portugueses votam em defesa do interessa nacional (o que, segundo João Ferreira, “nem sempre acontece”), os seus votos representam apenas 3%. Na conferência de imprensa realizada no porto de Sesimbra, O Sesimbrense colocou duas perguntas a João Ferreira, que mereceram respostas desenvolvidas do eurodeputado: uma sobre qual a sua espectativa, de qual a probabilidade das medidas propostas virem a ser integradas nas políticas europeias para a Pesca. A outra pergunta foi sobre os Grupos de Acção Costeira e a participação das comunidades locais na elaboração de uma estratégia para o sector local da Pesca. João Ferreira disse ter boas expectativas quanto a algumas medidas: a majoração dos apoios à pequena pesca, ou seja, tudo o que é a pequena pesca ter mais apoios dos que as frotas maiores: a Comissão Europeia parece aceitar uma majoração de 25%, embora ele defenda que devia ir até aos 30%. Outra medida que avançará é a do projectopiloto para o seguro público. Também está prevista a criação de um fundo mutualista que possa apoiar os pescadores e armadores em situações excepcionais, como catástrofes, etc. Há uma medida que visa “dar um apoio especial a todos os homens que queiram entrar na aquicultura”, e João Ferreira propõe que esse apoio seja alargado a quem queira entrar na pesca, o que foi concedido. Mas existem outras medidas que será mais difícil fazer aceitar pela União Europeia: os apoios durante o defeso, e também a descentralização da política de pesca.

João Ferreira admite que o sector da pesca tem alguma dificuldade em se organizar e lutar de forma unida em defesa dos seus interesses. No entanto, conseguiu recentemente mobilizar-se para lutar contra a alteração do Código Contributivo, tendo obtido uma vitória de enorme importância: “o sector da Pesca conseguiu acabar com propostas que eram profundamente lesivas dos seus interesses, que vinham piorar uma situação que já não é fácil, carregando ainda mais as contribuições para a Segurança Social. Mas isso conseguiu-se à custa da mobilização, duma luta que se travou em várias comunidades costeiras, com concentrações frente à Assembleia da República, e conseguiuse. Isto deve servir de exemplo para o que este sector pode fazer quando se une e quando luta. Aquilo que fez para o Código Contributivo, com sucesso, tem que fazer para outras áreas, como a da política das pescas”. Sobre os Grupos de Acção Costeira, João Ferreira considerou-os muito importantes, mas destacou que das verbas do Fundo Europeu das Pescas, “mais de 50% foi utilizado para financiar abate de embarcações; a outra grande fatia foi para apoio de projectos de aquicultura, e fora disso sobra muito pouco. Mas o que sobra para os Grupos de Acção Costeira, envolvendo associações de pescadores, comunidades piscatórias, autarquias, etc, isso é muito importante, e nós estamos a procurar que o próximo fundo para as pescas, para o período de 2014 a 2020, haja apoio para a pesca, nomeadamente para a renovação da frota, apoios que a Comissão Europeia não quer dar: “a Comissão tem esta visão: nós já apoiámos as pescas, até 2013, agora há capacidade de pesca a mais, temos é que apoiar outras actividades. A Comissão Europeia também quer acabar com apoio à construção de infraestruturas portuárias. Nós estamos a lutar para que não acabem esses apoios J. A. Aldeia


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

6

De igual modo A expressão escolhida para título de uma serie de reflexões julgadas lógicas e oportunas consta de um bem conhecido instante litúrgico, no âmbito da eucaristia tradicional. Tem sonância apreciável e faz supor comparações de vária índole que o quotidiano nos permite testemunhar. Comparar é não parar de reflectir. E, é esse o propósito essencial das crónicas que me proponho redigir. D.S.

No dia 2 de Fevereiro assinala-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Em Sesimbra soma-se a efeméride do 1º aniversário do Espaço Interpretativo da Lagoa de Albufeira, pelo que durante este dia se realizarão naquele Espaço diversas atividades gratuitas durante todo o dia. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Flo-

Nos domínios da “Praínha”

As obras de muito importante ampliação da “ArtesanalPesca” têm prosseguido em bom ritmo, modificando a panorâmica global dos terrenos que outrora eram da saudosa Praínha d’Ouro. Trata-se de uma bem vincada demonstração de tenacidade e apego regional de sesimbrenses autênticos que apetece felicitar e incitar quanto à continuidade de proveitosa caminhada. Vai falar-se mais de Sesimbra, há novos postos de trabalho, rasgam-se promissoras perspectivas, sem résteas de inúteis pessimismos. E assim como é intenso o regozijo por tais avanços empresariais, DE IGUAL MODO se perfila a saudade de bons velhos tempos da acolhedora Praínha, de finas areias e espaço suficiente para grandes jogatanas com a “finaflor” da juventude (pexitos + banhistas) em acalorada competição. Na época estival constituía um hábito apreciado ir da praia do “Sôr” Abel até à acolhedora “Praínha”, passando pelos dois “Passadiços” (Macorrilho e Alcatraz) até ao “campo de jogos” da Praínha, um bom exercício pedestre, em agradável convívio dos “teenagers” de então.

Dia Mundial das Zonas Húmidas comemorado na Lagoa

Ao todo seriam uns esacssos 500 metros de percurso, em horas condizentes com as marés. Convinha que houvesse maré vazia para ampliar a superfície do areal onde se “jogava a bola”, num peculiar misto de intervenientes – Os Matos, o “Choco”, o Guido Rosa, o “Quim” Alemão e o Raul Rodrigues, como “craques” da terra, e uns quantos veraneantes em que me incluía, com meu irmão, os Carlos Ribeiro, o “Quim” Coelho e o Alvarito… Outros tempos, quando ninguém era capaz de sonhar com os sucessos empresariais da “ArtesanalPesca” *** A saudade do passado pode sentirse, de igual modo, como a fundamentada esperança num futuro próximo, sempre no “palco” afectivo de Sesimbra. A desaparecida “Praínha d’Ouro” decerto que se reveria, orgulhosa, na realidade prestigiante da ArtesanalPesca. E nós, de igual modo, adicionamos os sentimentos de saudade e júbilo, deixando à dupla dos “Maneis” José os antecipados parabéns pela valiosa obra levada a cabo. David Sequerra

restas, engloba visitas guiadas aos dois percursos e aos três observatórios de aves, das 10 às 12.30 horas, pelo ornitólogo Hélder Costa, que vai explicar a importância deste local e seus habitats para as diversas espécies e mostrar os melhores locais para se observar de perto os patos-reais, os camões, as garças, os galeirões ou, até mesmo águias-pesqueiras.

Escrevem os nossos leitores

A “Lixeira Municipal” Está há já alguns meses se acumulando junto aos contentores no Zambujal de Cima, uma boa quantidade de lixo proveniente de jardins, quintas e outros locais.

A incúria existe; resta saber de onde vem. Será das pessoas que ali o depositam para sua comodidade sem o mínimo de respeito pelos outros? Ou será de quem tem a obrigação de o remover, não queira ou não possa faze-lo? Nós é que ficamos tristes com esta situação, até porque está numa via por onde passam centenas, senão milhares de turistas a caminho do Cabo Espichel e são confrontados com um cartão-de-visita nada agradável. Eu acredito que com um pouco de boa vontade esta situação se resolverá. Fernando Oliveira


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

7

Tipografia Triunfo fechou portas Ao fim de 86 anos de funcionamento, a tipografia dos irmãos Ramada Crespo – João e Manuel –, e que actualmente pertencia a Luís Crespo, filho do Manuel, encerrou portas. Nos primeiros anos funcionou na rua Peixoto Correia, e em 1970 passou para as actuais instalações, na rua Serpa Pinto. A mudança justificou-se para uma renovação do equipamento, para o qual era necessário mais espaço. A modernização foi uma constante da tipografia: acompanharam a tecnologia do off-set, e depois do digital. Mas as mudanças na sociedade acabaram por ser muito complicadas para

o negócio, como nos explicou Luis Crespo: “De há 4 ou 5 anos para cá, começou a baixar a procura. Há uma política de alguma agressão contra o papel, e as novas tecnologias fizeram o resto. Noutros tempos, para fazer um impresso, tinha que se recorrer a uma tipografia, e agora há “milhões” de impressos que são feitos fora das tipografias, com equipamentos de fácil aquisição, e a informática fez o resto”. Mas a difícil conjuntura económica também veio complicar a situação: “Os meus bons clientes era a Lota, que se começou a informatizar e a cortar no

Carta ao Director Exmº Senhor Diretor de “O Sesimbrense” Caro João Augusto Aldeia Na sequência da notícia publicada na págª10 da vossa edição de dezembro de 2012, sob o título “Alteração da filosofia de financiamento das Câmaras Municipais”, relativa a um excerto de uma intervenção que fiz na AM de 16 de novembro último, e porque aí é referido que “... a mudança sugerida pelo PS traduzir-seia, assim, numa redução das verbas recebidas.”, sendo que, obviamente, não defendo tal efeito, antes pelo contrário irei, com o PS, pugnar pela manutenção do valor dos impostos municipais e das transferências do OE, senão mesmo pelo seu reforço, venho solicitar a publicação do texto abaixo que esclarece, julgo que sem margem para equívocos, a posição que ali defendi, bem como poderá lançar um debate público interessante sobre matéria de interesse geral. Com os melhores cumprimentos Manuel José Pereira

Debate de uma ideia/proposta local Embora o acréscimo de competitividade entre municípios não se restrinja à economia, localmente ambas serão tão mais fortes e sustentáveis quanto mais elevados forem os níveis demográficos, quer em população quer em empresas, e consequentemente em emprego. São precisamente estes os fatores que interessa à câmara dinamizar. E como? Criando incentivos ao nível do IRS e do IRC, que promova a competitividade territorial em termos de fixação. Também importaria que os municípios pudessem atuar sobre as taxas de IVA a praticar no seu território. A população sazonal e os alojamentos de 2ª habitação, em vez dos “desincentivos” e das penalizações que têem vindo a sofrer por parte da câmara PCP/PSD, que sistematicamente os acusam de serem os responsáveis pelos seus fracassos financeiros, deviam antes ser “al-

vos” preferenciais de políticas ativas de incentivo à sua fixação no concelho e à transformação das suas habitações em residência permanente. Assim como se devia criar um mecanismo de apoio aos proprietários dos cerca de 13000 alojamentos vagos (alguns a estrear) existentes no Concelho, para que pudessem, por exemplo entrar no mercado de arrendamento a preços razoáveis, de forma a “ganharem” todos. Os seus proprietários e os casais jovens (e não só) que pretendam constituir família..... Para isso a ideia/proposta apresentada apenas sugere que, definido que esteja um valor-padrão das receitas em impostos municipais e em transferências do OE no âmbito da Lei de Finanças Locais, no caso dos impostos esse valor passe a ser calculado sobre as coletas de IRS, IRC, Imposto Municipal de Veículos e IVA das entidades residentes, em contrapartida dos atuais (chamados) Impostos Municipais (IMI, IMT) sobre o Património. Com a consequente capacidade de o Município manusear as respetivas taxas, isenções, agravamentos e desagravamentos. De que serve ao Concelho, e à Câmara, deter um “valor patrimonial imobiliário superior à média nacional e regional” se as habitações estão desabitadas, devolutas, ou mesmo em preocupante estado de degradação? Para além de que os grandes negócios imobiliários e fundiários não são, seguramente, o futuro do nosso País nem do nosso Concelho. Se é só para ter uma grande receita de IMI, cuja utilização pela Câmara deixa muito a desejar e é fortemente indutora de um nível de endividamento brutal, então acho que não serve para muito, antes pelo contrário. Quanto ao rendimento médio declarado dos sesimbrenses ser inferior às médias nacional e regional, apenas pode, e deve, ser fator que leve a Câmara a preocupar-se em criar condições para maior fixação de empresas, maior criação de empregos, e, uma vez mais, atração dos residentes “sazonais” à condição de residentes permanentes.

papel. Outros bons clientes eram as empresas: a Urbiterras, o Teodoro, a Britobras… e além dessas empresas eram aqueles que trabalhavam para elas: um indivíduo que tinha dois ou três camiões, e que fazia guias de transporte e facturas… Essa gente, hoje, está toda encostada, não têm trabalho..” Mais recentemente, a tipografia chegou a ter 4 funcionários, para além de Luis Crespo: “Houve um que meteu a reforma e saiu em maio o ano que passou, e ficaram três, mas chegaram a estar parados por não haver trabalho… e isto começou a ser inviável. Outra preocupação de Luis Crespo é a de que também começasse a entrar em incumprimento de pagamentos, o que também acelerou a decisão de encerrar. Mas tem hoje uma opinião um pouco diferente: “Cheguei à conclusão de que se eu fosse pelo caminho de começar a deixar de pagar às pessoas e entrava em incumprimento, o encerrar a empresa era mais fácil; primeiro, era mais barato; segundo, era mais fácil. Por causa de ter sido cumpridor, hoje sou confrontado com uma série de encargos, que nem queira saber!” Luis Crespo, que começou aqui a trabalhar aos 11 anos , tem a empresa à venda e gostaria que se mantivesse no mesmo ramo: “eu até comecei por alvitrar aos meus trabalhadores que ficassem com a empresa, mas não quiseram. Mas isto ainda faz falta para a terra. Apesar de estar fechado, as pessoas ainda aparecem, e começam a lamentar. Houve uma senhora que até começou a chorar. São muitos anos, há uma relação de trabalho, mas também de amizade.

A origem João e Manuel Ramada Crespo ficaram órfãos quando ainda eram adolescentes; Manuel, o mais novo, teria uns 14 anos, sendo João uns 4 ou 5 anos mais velho. A maioridade, nessa altura, só se atingia aos 21 anos, pelo que foi nomeado um tutor, Manuel José Pereira, industrial conserveiro de Sesimbra. Foi ele quem teve a ideia de abrir uma tipografia para assegurar o futuro dos dois irmãos. Veio um tipógrafo de fora, o sr. Palma, a tipografia começou a funcionar na rua Peixoto Correia. Os jovens foram aprendendo a arte da tipografia, a acabaram por trabalhar e gerir a empresa, durante décadas. Corria o ano de 1926 quando a Triunfo começou a funcionar, o ano do golpe militar que instituiu a Ditadura, e também o ano em que foi fundado o jornal O Sesimbrense, onde Ra-

mada Crespo viria a desenvolver uma notável carreira de jornalista, cronista, contista, para além de ter lançado diversas campanhas cívicas, em defesa de Sesimbra, que incomodaram bastante a nova ordem Salazarista, que entretanto se ia instalando, e que acabou por conseguir que fosse afastado do jornal. Após a revolução de Abril de 1974, no entanto, João Ramada Crespo voltaria a escrever no jornal, chegando a ser seu Director durante um período conturbado da vida da publicação. Quanto à tipografia, prosperou, dando à estampa um número incalculável de documentos que acompanharam a história de Sesimbra durante estes 86 anos: desde os prospectos volantes do cinema João Mota, até aos autocolan-

tes que proliferaram após o 25 de Abril, desde as guias da Lota até às facturas da generalidade das empesas do Concelho de Sesimbra. Um dos primeiros documentos de divulgação turística de Sesimbra foi aqui concebido e aqui impresso, em 1934. Numa altura em que a Câmara Municipal não desenvolvia qualquer actividade promocional do turismo sesimbrense, João Ramada Crespo e o seu irmão Manuel conceberam um notável folheto de divulgação de Sesimbra, feito à sua custa, parcialmente pago por publicidade nele inserta. J. A. Aldeia


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

8

Padre Manuel Silva Sesimbra é uma vila generosa Quando veio para Sesimbra, há dois anos, parecia estar um pouco receoso Ah sim. Primeiro estive no campo, paróquias de missão: Marateca, Poceirão, aquilo é monte aqui, monte acolá, pouca prática religiosa, depois, o Afonsoeiro, na periferia do Montijo. Era um trabalho porta a porta. Depois estive no Samouco, ainda dois anos, já era uma comunidade maior, embora mais pequena que Sesimbra. Quando cheguei aqui vim a medo, está claro, porque é uma coisa grande.

mente já conhecia Sesimbra… Tinha vindo cá pregar, numa noite, a uma novena, no tempo do Padre Miguel. Nunca tinha visto a Procissão do Senhor das Chagas.

Mas afinal não tinham razão, esses receios. Não. Na missa da posse, esteve a Igreja cheia, porque era a novidade, para ver quem é. Mas na terça-feira seguinte, na Misericórdia, quando vejo a Igreja cheia, é que eu vi… Nas outras paróquias não tinha isso, eram igrejas pequenas. Na Marateca é enormíssima, mas só com os bancos da frente cheios.

Mas quando participou na sua primeira procissão do Senhor das Chagas, já estava à vontade! Sim, mas ainda houve um pequeno problema, na reunião da Vigaria tinham-me dito que era costume convidar um pregador de fora, mas aconselharam-me, como era a primeira vez, a ser eu a fazer o sermão na procissão. O Vigário-Geral tinha ficado de vir à missa, mas depois o tempo passava e ele não aparecia, e tive eu que fazer o sermão na Igreja, e pensei: vou repetir-me à beira-mar? Depois enganeime, falei no Senhor do Bonfim, mas as pessoas corrigiram-me, e lá pedi desculpa. Mas foi aplaudido, como era a primeira vez, uma salva de acolhimento, afinal o sermão não saiu mau de todo.

Mas, sendo de Setúbal, certa-

Não foi bem um engano, pois

trata-se da mesma Entidade, não é verdade? Sim, o povo chama-O por invocações diferentes, mas é Jesus Cristo, o Salvador. Em Setúbal veneramos o Senhor do Bonfim, aqui o das Chagas. Uma novidade do seu magistério em Sesimbra foi o da procissão da se ter voltado a fazer por mar, ao fim de muitos anos. Sim, há 43 anos que não se fazia por mar. No primeiro ano, fizemos pela praia, de noite, como no tempo do padre Sílvio. Era a primeira vez, e como em “terra onde fores ter, faz o que vires fazer”, mas disse logo: assim não se repete, de noite, com covas na areia, as pessoas a tropeçar, depois de uma missa, que acabava às 23, é um sacrifício que não se justifica. Resolvemos fazer de dia, pelo mar. Graças a Deus houve boas relações, com o Comandante do Porto. Delegado Marítimo, Clube Naval. Juntámos ainda 33 barquinhos pequenos. Lembrava-me das de Setúbal, da Ar-

rábida – que já acabou – e da de Tróia, que também é dos pescadores. Foi no veículo dos Bombeiros até ao cais. Mas temos que melhorar: merece uma banda de musica, por exemplo. Um assunto que não se pode evitar, hoje, é o do agravamento da crise económica. Como é que a Igreja em Sesimbra tem acompanhado este problema. A Conferência Vicentina de Sesimbra, que são cerca de 20 elementos, dão uma ajuda. Na missa colocamos à entrada da Igreja, dois cestos, durante a semana as pessoas vão colocando ali géneros alimentícios. No domingo, no ofertório da missa, vem dinheiro, vêm também aqueles géneros, o que é um gesto bonito, porque era assim na origem da prática Cristã, nós é que facilitámos ser só o dinheiro. Isso é que está na origem do lavar das mãos, pelo Padre, no meio da missa, porque tinha que receber aquelas dádivas. Hoje é só um gesto ritual. Há outras igrejas onde se vai recolhendo o dinheiro, e a missa continua, mas eu acho que este momento, em que trazemos as coisas ao altar, merece este tratamento. E os Vicentinos têm tido outras iniciativas para angariar, fizeram o presépio, e ajudam, mensalmente, 56 casos, além de outros apoios, segundo dados do final do ano passado: 1.300 euros em rendas de casa, 1.000 em despesas de farmácia, mais ajudas para gás, para a água. A Misericórdia também ajuda, 122 cabazes, para além dos que lá vão tomar refeições, são outras 30 refeições. Temos aqui uma vila generosa. O senhor Padre Manuel Martins, que chegou a trabalhar para a Segurança Social, como é que vê este problema das pessoas perderem direitos que tinham como garantidos? Pois, as pessoas tinham o Estado Social como garantido, e agora vêm essa espectativa defraudada, foi uma poupança forçada que o trabalhador foi fazendo, e o Estado colocava esse dinheiro a render, serviu para alimentar as gorduras do Estado. Mas agora, cortar gorduras, sim senhor, se forem despesas inúteis, mas não a saúde. Vários membros da Igreja portuguesa têm chamado a atenção para a falta de sensibilidade dos governantes em certos “cortes” que fazem. Exactamente. O nosso Bispo, o Presidente da Caritas, e até chamou recentemente a atenção para uma coisa grave: as pessoas a terem que sair dos Lares, porque a reforma que os velhotes deixavam para pagar a sua estadia no lar, algumas famílias agora querem-nos em casa porque precisam para o orçamento familiar, e esses idosos deixam de ter alguns cuidados que tinham nos Lares, é uma situação grave. João Augusto Aldeia



O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

8

Padre Manuel Silva Sesimbra é uma vila generosa Quando veio para Sesimbra, há dois anos, parecia estar um pouco receoso Ah sim. Primeiro estive no campo, paróquias de missão: Marateca, Poceirão, aquilo é monte aqui, monte acolá, pouca prática religiosa, depois, o Afonsoeiro, na periferia do Montijo. Era um trabalho porta a porta. Depois estive no Samouco, ainda dois anos, já era uma comunidade maior, embora mais pequena que Sesimbra. Quando cheguei aqui vim a medo, está claro, porque é uma coisa grande.

mente já conhecia Sesimbra… Tinha vindo cá pregar, numa noite, a uma novena, no tempo do Padre Miguel. Nunca tinha visto a Procissão do Senhor das Chagas.

Mas afinal não tinham razão, esses receios. Não. Na missa da posse, esteve a Igreja cheia, porque era a novidade, para ver quem é. Mas na terça-feira seguinte, na Misericórdia, quando vejo a Igreja cheia, é que eu vi… Nas outras paróquias não tinha isso, eram igrejas pequenas. Na Marateca é enormíssima, mas só com os bancos da frente cheios.

Mas quando participou na sua primeira procissão do Senhor das Chagas, já estava à vontade! Sim, mas ainda houve um pequeno problema, na reunião da Vigaria tinham-me dito que era costume convidar um pregador de fora, mas aconselharam-me, como era a primeira vez, a ser eu a fazer o sermão na procissão. O Vigário-Geral tinha ficado de vir à missa, mas depois o tempo passava e ele não aparecia, e tive eu que fazer o sermão na Igreja, e pensei: vou repetir-me à beira-mar? Depois enganeime, falei no Senhor do Bonfim, mas as pessoas corrigiram-me, e lá pedi desculpa. Mas foi aplaudido, como era a primeira vez, uma salva de acolhimento, afinal o sermão não saiu mau de todo.

Mas, sendo de Setúbal, certa-

Não foi bem um engano, pois

trata-se da mesma Entidade, não é verdade? Sim, o povo chama-O por invocações diferentes, mas é Jesus Cristo, o Salvador. Em Setúbal veneramos o Senhor do Bonfim, aqui o das Chagas. Uma novidade do seu magistério em Sesimbra foi o da procissão da se ter voltado a fazer por mar, ao fim de muitos anos. Sim, há 43 anos que não se fazia por mar. No primeiro ano, fizemos pela praia, de noite, como no tempo do padre Sílvio. Era a primeira vez, e como em “terra onde fores ter, faz o que vires fazer”, mas disse logo: assim não se repete, de noite, com covas na areia, as pessoas a tropeçar, depois de uma missa, que acabava às 23, é um sacrifício que não se justifica. Resolvemos fazer de dia, pelo mar. Graças a Deus houve boas relações, com o Comandante do Porto. Delegado Marítimo, Clube Naval. Juntámos ainda 33 barquinhos pequenos. Lembrava-me das de Setúbal, da Ar-

rábida – que já acabou – e da de Tróia, que também é dos pescadores. Foi no veículo dos Bombeiros até ao cais. Mas temos que melhorar: merece uma banda de musica, por exemplo. Um assunto que não se pode evitar, hoje, é o do agravamento da crise económica. Como é que a Igreja em Sesimbra tem acompanhado este problema. A Conferência Vicentina de Sesimbra, que são cerca de 20 elementos, dão uma ajuda. Na missa colocamos à entrada da Igreja, dois cestos, durante a semana as pessoas vão colocando ali géneros alimentícios. No domingo, no ofertório da missa, vem dinheiro, vêm também aqueles géneros, o que é um gesto bonito, porque era assim na origem da prática Cristã, nós é que facilitámos ser só o dinheiro. Isso é que está na origem do lavar das mãos, pelo Padre, no meio da missa, porque tinha que receber aquelas dádivas. Hoje é só um gesto ritual. Há outras igrejas onde se vai recolhendo o dinheiro, e a missa continua, mas eu acho que este momento, em que trazemos as coisas ao altar, merece este tratamento. E os Vicentinos têm tido outras iniciativas para angariar, fizeram o presépio, e ajudam, mensalmente, 56 casos, além de outros apoios, segundo dados do final do ano passado: 1.300 euros em rendas de casa, 1.000 em despesas de farmácia, mais ajudas para gás, para a água. A Misericórdia também ajuda, 122 cabazes, para além dos que lá vão tomar refeições, são outras 30 refeições. Temos aqui uma vila generosa. O senhor Padre Manuel Martins, que chegou a trabalhar para a Segurança Social, como é que vê este problema das pessoas perderem direitos que tinham como garantidos? Pois, as pessoas tinham o Estado Social como garantido, e agora vêm essa espectativa defraudada, foi uma poupança forçada que o trabalhador foi fazendo, e o Estado colocava esse dinheiro a render, serviu para alimentar as gorduras do Estado. Mas agora, cortar gorduras, sim senhor, se forem despesas inúteis, mas não a saúde. Vários membros da Igreja portuguesa têm chamado a atenção para a falta de sensibilidade dos governantes em certos “cortes” que fazem. Exactamente. O nosso Bispo, o Presidente da Caritas, e até chamou recentemente a atenção para uma coisa grave: as pessoas a terem que sair dos Lares, porque a reforma que os velhotes deixavam para pagar a sua estadia no lar, algumas famílias agora querem-nos em casa porque precisam para o orçamento familiar, e esses idosos deixam de ter alguns cuidados que tinham nos Lares, é uma situação grave. João Augusto Aldeia


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

9

Rainha Isabel II em Calhariz Fevereiro de 1957 Em Fevereiro de 1957 a Rainha Isabel II visitou Portugal – uma visita de Estado, de 18 a 23 de Fevereiro, e que teve início com a entrada da Rainha pelo Tejo, no iate real Britannia, após o que foi levada numa galeota real até ao Cais das Colunas, onde era aguardada pelo Presidente da República, Craveiro Lopes. Mas a Rainha não tinha vindo de barco desde Inglaterra, tratava-se apenas de uma encenação oficial. O que pouca gente sabe é que, a seu pedido, viera uns dias antes, e ficara alojada na Quinta de Calhariz, em Sesimbra. Para se compreender este pedido de Isabel II, é preciso ter em conta que o Duque de Palmela, Domingos de Sousa Holstein-Beck, fora embaixador de Portugal em Inglaterra, durante a II Grande Guerra. Devido às relações de amizade entre a família real inglesa e os Duques de Palmela, Isabel terá certamente ouvido falar da propriedade do Calhariz, despertando nela o desejo de conhecer a tão celebrada Arrábida. Mas pode ter existido um outro motivo, talvez ainda mais forte. Filipe, seu marido, há 4 meses que andava a realizar uma visita pelos países da Commonwealth, e as saudades seriam certamente muitas. Ora, Isabel terá manifestado o desejo de visitar Portugal, precisamente para se encontrar mais cedo com o príncipe Filipe – e nada melhor do que poder dispor de algum tempo de privacidade, longe do protocolo, num local tão belo como é a Arrábida. Isabel II foi recebida à entrada da quinta de Calhariz por guardas a cavalo, que a escoltaram até ao palácio. Não se conhecem muitas fotografias desta visita de Isabel II ao concelho de Sesimbra, porque se tratava de algo estranho à visita oficial – a tal que, supostamente, começava com a chegada de Sua Alteza por mar… Um livro recentemente publicado, “Salazar e os Milionários”, contém duas fotografias a preto e branco, com os Duques de Palmela de a Rainha, mas o nosso jornal conseguiu encontrar a fotografia a cores que reproduzimos na capa e nesta página, e que nunca antes fora publicada. Filipe, o Duque de Edimburgo, esse sim, veio por mar, pois realizava a sua viagem a bordo do iate real Britannia, já no final da grande viagem que o levara à Austrália, com passagem pelas ilhas Falkland e por Gibraltar, antes de chegar a Portugal. Depois da curta estadia na Quinta de Calhariz, o casal real embarcou em Setúbal, no Britannia, que os levou até Lisboa para a visita oficial.

O Duque, Domingos de Sousa Holstein-Beck, e a Duquesa, Maria do Carmo Pinheiro de Melo, recebem Isabel II e o Principe de Edimburgo à entrada do Palácio de Calhariz.

Peixe de Sesimbra

A visita em Calhariz foi estritamente pessoal e familiar. No entanto, a polícia política, a PIDE, fez questão de manter dois agentes no palácio. Segundo o livro “Salazar e os milionários”, estes teriam ficado furiosos por, durante a refeição, os terem colocado a comer numa sala à parte. Este livro revela outros aspector curiosos sobre a Arrábida, os Duques Palmela e Salazar: teria sido por causa do interesse do Presidente do Concelho em visitar o Convento da Arrábida, que o Duque ali mandou colocar o portão, junto à estada nacional, enviando uma chave a Salazar.

Para além da estadia em Calhariz, um outro facto liga esta visita real a Sesimbra: na ementa do almoço oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, constava “robalo de Sesimbra”. Eis a ementa completa: Ovos em Geleia Robalo de Sesimbra Peito de Perdiz Doce de Santa Clara Laranjas de Setúbal Vinhos: Madeira «Sercial» 1878 Branco «Ermida» 1938 Tinto «Colares» 1937 Porto «Duque de Bragança» Digestivo: Aguardente velha «Avô» Café de Timor

João Augusto Aldeia ------------Fontes: – “Salazar e os milionários”, de Pedro Jorge Castro – Blog Cidadania LX)

A Rainha Maria Ana em Sesimbra

Isabel II e o marido, Filipe de Edimburgo, no cais das Fontainhas, em Setúbal. Foi do Sado que o Iate real Britannia partiu para Lisboa, para a visita oficial.

Isabel II não foi a primeira soberana a visitar Sesimbra: em 1731, a rainha Maria Ana esteve também na quinta de Calhariz - nessa altura ainda não havia Duque de Palmela, embora já pertencesse à família Sousa.

Na mesma visita a Rainha visitou o santuário do Cabo Espichel, a capela de del Carmen, o Convento da Arrábida e Azeitão, que na época pertenciam ainda ao concelho de Sesimbra, do qual só foram desanexadas poucos anos mais tarde. Também foi ver as pescarias das armações de Sesimbra, e quando esteve na Igreja Matriz ainda aceitou ser madrinha duma filha do Juiz de Fora: «e com a sua ínclita piedade a sustentou nos seus reais braços; inspirando tanta edificação, e afecto, em todos os circunstantes, que observaram com admiração tão rara benignidade, que não puderam deixar de testemunhar com lágrimas.» (Gazeta de Lisboa, 28.Junho.1731)


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

9

Rainha Isabel II em Calhariz Fevereiro de 1957 Em Fevereiro de 1957 a Rainha Isabel II visitou Portugal – uma visita de Estado, de 18 a 23 de Fevereiro, e que teve início com a entrada da Rainha pelo Tejo, no iate real Britannia, após o que foi levada numa galeota real até ao Cais das Colunas, onde era aguardada pelo Presidente da República, Craveiro Lopes. Mas a Rainha não tinha vindo de barco desde Inglaterra, tratava-se apenas de uma encenação oficial. O que pouca gente sabe é que, a seu pedido, viera uns dias antes, e ficara alojada na Quinta de Calhariz, em Sesimbra. Para se compreender este pedido de Isabel II, é preciso ter em conta que o Duque de Palmela, Domingos de Sousa Holstein-Beck, fora embaixador de Portugal em Inglaterra, durante a II Grande Guerra. Devido às relações de amizade entre a família real inglesa e os Duques de Palmela, Isabel terá certamente ouvido falar da propriedade do Calhariz, despertando nela o desejo de conhecer a tão celebrada Arrábida. Mas pode ter existido um outro motivo, talvez ainda mais forte. Filipe, seu marido, há 4 meses que andava a realizar uma visita pelos países da Commonwealth, e as saudades seriam certamente muitas. Ora, Isabel terá manifestado o desejo de visitar Portugal, precisamente para se encontrar mais cedo com o príncipe Filipe – e nada melhor do que poder dispor de algum tempo de privacidade, longe do protocolo, num local tão belo como é a Arrábida. Isabel II foi recebida à entrada da quinta de Calhariz por guardas a cavalo, que a escoltaram até ao palácio. Não se conhecem muitas fotografias desta visita de Isabel II ao concelho de Sesimbra, porque se tratava de algo estranho à visita oficial – a tal que, supostamente, começava com a chegada de Sua Alteza por mar… Um livro recentemente publicado, “Salazar e os Milionários”, contém duas fotografias a preto e branco, com os Duques de Palmela de a Rainha, mas o nosso jornal conseguiu encontrar a fotografia a cores que reproduzimos na capa e nesta página, e que nunca antes fora publicada. Filipe, o Duque de Edimburgo, esse sim, veio por mar, pois realizava a sua viagem a bordo do iate real Britannia, já no final da grande viagem que o levara à Austrália, com passagem pelas ilhas Falkland e por Gibraltar, antes de chegar a Portugal. Depois da curta estadia na Quinta de Calhariz, o casal real embarcou em Setúbal, no Britannia, que os levou até Lisboa para a visita oficial.

O Duque, Domingos de Sousa Holstein-Beck, e a Duquesa, Maria do Carmo Pinheiro de Melo, recebem Isabel II e o Principe de Edimburgo à entrada do Palácio de Calhariz.

Peixe de Sesimbra

A visita em Calhariz foi estritamente pessoal e familiar. No entanto, a polícia política, a PIDE, fez questão de manter dois agentes no palácio. Segundo o livro “Salazar e os milionários”, estes teriam ficado furiosos por, durante a refeição, os terem colocado a comer numa sala à parte. Este livro revela outros aspector curiosos sobre a Arrábida, os Duques Palmela e Salazar: teria sido por causa do interesse do Presidente do Concelho em visitar o Convento da Arrábida, que o Duque ali mandou colocar o portão, junto à estada nacional, enviando uma chave a Salazar.

Para além da estadia em Calhariz, um outro facto liga esta visita real a Sesimbra: na ementa do almoço oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, constava “robalo de Sesimbra”. Eis a ementa completa: Ovos em Geleia Robalo de Sesimbra Peito de Perdiz Doce de Santa Clara Laranjas de Setúbal Vinhos: Madeira «Sercial» 1878 Branco «Ermida» 1938 Tinto «Colares» 1937 Porto «Duque de Bragança» Digestivo: Aguardente velha «Avô» Café de Timor

João Augusto Aldeia ------------Fontes: – “Salazar e os milionários”, de Pedro Jorge Castro – Blog Cidadania LX)

A Rainha Maria Ana em Sesimbra

Isabel II e o marido, Filipe de Edimburgo, no cais das Fontainhas, em Setúbal. Foi do Sado que o Iate real Britannia partiu para Lisboa, para a visita oficial.

Isabel II não foi a primeira soberana a visitar Sesimbra: em 1731, a rainha Maria Ana esteve também na quinta de Calhariz - nessa altura ainda não havia Duque de Palmela, embora já pertencesse à família Sousa.

Na mesma visita a Rainha visitou o santuário do Cabo Espichel, a capela de del Carmen, o Convento da Arrábida e Azeitão, que na época pertenciam ainda ao concelho de Sesimbra, do qual só foram desanexadas poucos anos mais tarde. Também foi ver as pescarias das armações de Sesimbra, e quando esteve na Igreja Matriz ainda aceitou ser madrinha duma filha do Juiz de Fora: «e com a sua ínclita piedade a sustentou nos seus reais braços; inspirando tanta edificação, e afecto, em todos os circunstantes, que observaram com admiração tão rara benignidade, que não puderam deixar de testemunhar com lágrimas.» (Gazeta de Lisboa, 28.Junho.1731)


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

10

Câmara: orçamento cai 13,3% O orçamento municipal para 2013, já aprovado pela Assembleia Municipal, atinge o montante de cerca de 59 milhões de euros, menos 9 milhões do que o de 2012, uma diminuição de 13,3%. É importante ter em conta que os orçamentos municipais são previsões: no caso da receita, aquilo que a Câmara prevê receber, e no caso da despesa, aquilo que prevê gastar. As receitas correntes diminuem 3,8%, enquanto que as receitas de capital diminuem 31,2 %. Os impostos, no entanto, aumentam 1,2 milhões de euros, ou seja: um acréscimo de 7,5 %. O principal aumento será no IMI, que deverá crescer 42,7%, segundo as previsões da Câmara, devido à actualização dos valores matriciais dos prédios. O Imposto Municipal sobre Transacções cai para metade. Outras das rubricas cuja receita cai acentuadamente são as das taxas de ocupação da via pública (menos 30%) e taxas de publicidade (menos 24%). Os Loteamentos e Obras, que já deram enormes receitas no passado, voltarão a diminuir 40%. A venda de serviços correntes, onde se incluem as tarifas de água, lixo, saneamento, receitas do Parque de Campismo e rendas de habitações, também diminuem globalmente: menos 9,2%. Nas receitas de capital diminuem as transferências da Administração Central (menos 45%, devido ao menor peso de obras comparticipadas por fundos comunitários) e os empréstimos (menos 56%, essencialmente pelo mesmo motivo).

Receitas – milhares de euros 2012

2013

16.484 7.712 1.151 4.663 13.416 2.252 15.828 5.589 899

17.718 5.354 1.216 5.241 12.188 5.100 8.738 2.429 933

+ 7,5 – 30,6 + 5,6 + 12,4 – 9,2 + 126,5 – 44,8 – 56,5 + 3,8

67.994

58.917

– 13,3

Impostos Taxas, multas e outras Rendimentos de propriedade Transferências correntes Venda bens serviços correntes Venda de bens de investimento Transferências de capital Empréstimos Outras receitas

Totais

variação %

Investimentos definidos – milhares de euros 2012 Educação 2.249 Cultura, Desporto, Tempos Livres 449 Habitação/Urbanização 11.289 Saneamento e Salubridade 8.742 Desenv. Económico e Abast. Publico 1.916 Comunicações Transportes 2.161 Defesa meio ambiente 94 Outros 2.331

Totais

29.231

2013

variação %

1.135 396 5.158 6.967 1.147 1.251 132 1.730

– 49,5 – 11,8 – 54,3 – 20,3 – 40,1 – 42,1 + 0,4 – 25,8

17.916

– 38,7

Debate na Assembleia Municipal O Orçamento e Plano de Actividadesna Câmara Municipal foram aprovadas com votos a favor da CDU, do PSD e do CDS, votos contra do PS e do BE, e uma abstenção. O PS justificou a sua votação pelo endividamento “brutal” da Câmara, “fazendo obra sem pagar”, sendo obrigado a recorrer ao “resgate” do governo, através de empréstimo especial, “hipotecado por longos anos o futuro de Sesimbra”, a não ser que “algo mude e a responsabilidade volte a vencer.” O BE criticou globalmente a política do actual Executivo municipal pelo “modelo de desenvolvimentoque classificou como “errado”, pela “minimização das preocupações sociais”, acrescentando que é “com enorme perplexidade que vejo o surgimento de mais uma média superfície comercial na freguesia do Castelo”. CDS – Brito de Andrade questionou a Câmara sobre os problemas de estacionamento na marginal de Sesimbra, e sobre eventuais falhas de empreiteiros em algumas obras em estradas, nomeadamente nas Fontainhas. PS - Manuel José Pereira questionou a Câmara sobre reunião com Governo sobre o Espichel, sobre o número de execuções fiscais em curso (1.723, segundo relatório municipal), e sobre a Agenda 21. Questionou também o facto do Boletim Municipal afirmar que o livro de Vitor Antunes sobre a Quinta do Conde era uma edição municipal, o que julga não ser o caso. Cristóvão Rodrigues colocou algumas questões sobre os apoios sociais prestados pela Câmara PSD - Lobo da Silva colocou à Câmara perguntas sobre turismo, passes sociais, bem como sobre a participação na Bolsa de Turismo deste ano. CDU - Carlos Afonso chamou a atenção para o facto de turistas que vão para o Hotel do Mar, terem de percorrer um longo percurso a pé, desde o “Sanica”, como aconteceu com participantes num Encontro de Cardiologistas.

Câmara Municipal - Augusto Pólvora prestou diversos esclarecimentos: que existem de facto dificuldades da parte da AUGI do Casal do Sapo em concluir obras; que propôs ao BCP a criação de lugares de estacionamento no edifício Sesimbra Shell, mesmo antes das de conclusão; que é por dificuldades financeiras que a estrada dos Murtinhais não tem avançado mais depressa, mas que falta apenas o pavimento no troço final; que se mantêm apoios ao movimento associativo, mas não para novas obras. Quanto aos processos de execuções fiscais, são, na sua maioria, da tarifa de conservação, e no geral com acordos de pagamento; . Quanto à BTL, a Câmara não terá stand próprio, partilhando o de Lisboa e Vale do Tejo. A vice-presidente, Felícia Costa, disse que a Câmara despende 40 mil euros/ ano em vales de alimentação, e que a verba poupada em iluminação publica será canalizada para apoios sociais através de instituições. Informou que as cantinas escolares têm funcionado durante as pausas lectivas. Sobre o CREF, disse que este englobava um Centro de Novas Oportunidades, o qual aguarda que o governo defina novas orientações, mas que o CREF continua com a sua vertente formativa. O vereador Francisco Luis disse que, no domínio da Agenda 21, a Câmara tenta dar passos seguros antes de avançar, e que se irá dar formação a técnicos municipais O vereador Sérgio Marcelino prestou esclarecimento sobre a aquisição, pela Câmara, de serviços de comunicações móveis, visando racionalizar a sua utilização. J. A. Aldeia


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

11

Praça da Califórnia (quase) às escuras

Há já alguns meses, que a praça da Califórnia se encontra com pouca iluminação. Segundo testemunhas, “foi no mês de Julho de 2012, que o primeiro candeeiro eléctrico foi derrubado involuntariamente por funcionários da autarquia. Desde então, não houve qualquer reparação ao equipamento”. Relativamente aos restantes candeeiros existentes no local, encontram-se com as lâmpadas fundidas, à semelhança de alguns projectores de chão, localizados junto aos estabelecimentos comerciais. Comerciantes e transeuntes queixam-se da falta de Iluminação na Praça da Califórnia, principalmente junto à entrada onde a visibilidade, durante a noite, é quase nula, e onde já ocorreu inclusive um acidente. Segundo apurámos, a autarquia pondera a substituição dos candeeiros, uma vez que as lâmpadas dos actuais equipamentos são bastante dispendiosas. Relativamente à iluminação de chão, foi-nos informado de que a substituição dessas lâmpadas deveria ser da responsabilidade dos comerciantes. Quanto à data da efectiva resolução do problema, não existe qualquer previsão. Até lá, a Praça da Califórnia ficará (quase) às escuras!

Empresários de bebidas e restauração apresentam documento reivindicativo à Câmara Na sequência do dia de luta contra o aumento do IVA, com fecho de estabelecimentos de bebidas e comidas no dia no dia 19 Novembro passado, os proprietários desses estabelecimentos levaram a cabo uma série de reuniões, das quais resultou a elaboração de um documento dirigido à Câmara Municipal de Sesimbra, onde são apresentadas diversas sugestões e reivindicações dos empresários deste ramo. Entre os assuntos incluídos nesses documento contam-se o problema dos acessos e da circulação de veículos e estacionamento, ocupação da via pública, os horários dos estabelecimentos, etc. Na próxima edição daremos um destaque especial a estas propostas dos industriais de bebidas e restauração de Sesimbra.

Conservas Nero Paté de Espadarte O empresário José Nero, que recentemente tem desenvolvido alguns produtos gastronómicos, tais como o histórico Atum Catraio e as Conservas de Peixe-Espada Preto, prepara-se agora para lançar mais uma inovação: o Paté de Espadarte. O produto já se encontra testado, e logo que terminem as obras no largo da Marinha, será feir o respectivo lançamento na loja SSB.


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

12

Geraldino Penim Marques juntou uma impressionante memória da zona rural de Sesimbra

G

eraldino Penim Marques pertence a uma conhecida família do Zambujal, com fortes ligações às principais actividades económicas da freguesia do Castelo: agricultura e exploração da pedra. Com o andar dos tempos e a evolução das tecnologias, foi-se apercebendo que muitas das alfaias agrícolas e ferramentas de trabalho corriam o risco de desaparecer..

Assim, partindo do espólio familiar, começou a construir uma coleção de alfaias, juntando peças que recolheu na sua freguesia. Começou depois a ser “vítima” do espírito do colecionador: quando viajava pelo país e encontrava uma peça que completava a sua colecção, não resistia a adquiri-la. Desta forma, acabou por juntar um fabuloso espólio, muito ligado ao trabalho agrícola, mas que também inclui

outras actividades, como o dos canteiros e da pesca – porque a população do castelo também participou intensamente nas actividades piscatórias que se desenvolviam ao longo da costa sesimbrense. “Comecei a ver que qualquer dia isto desaparecia, e então comecei a comprar peças”, justifica-se Geraldino. E não oferece dúvida que a colecção reunida no Zambujal por Geraldino Penim Marques, ultrapassa o espólio de Michel Giacometti, e que se encontra actualmente no Museu do Trabalho de Setúbal. Mas o colecionador zambujalense não se ficou pelos instrumentos de trabalho: juntou também numerosas peças em pedra, talhadas pelos canteiros da freguesia do Castelo. E juntoulhes também centenas de pedras recolhidas por todo o concelho, desde os fósseis petrificados da Foz, até simples pedras onde se adivinham formas antropológicas, silhuetas de animais, de plantas, de objectos do dia-a-dia: “Eu ia à pesca, e comecei a ver aqueles tipos na Azoia, a andarem a apanhar fósseis para vender no Cabo Espichel, para turistas, e eu pensei que alguns deviam ficar cá, é nosso património”. Outra área em que juntou uma valiosa colecção foi a da fotografia. Começou também pelo espólio fotográfico familiar, juntando depois fotos que foi recolhendo junto de familiares, vizinhos e conhecidos: “A minha mulher [Alda Gago] era professora, e, porta-a-porta, foi arranjando umas, eu fui arranjando outras”. São fotografias antigas de trabalhos agrícolas, ou de outras actividades já desaparecidas: vindimas, costureiras, apanha do limo, venda de água a domicílio, festas populares, ciclistas, jazz-bands: uma colecção igualmente fabulosa.

Um museu rural e da geologia do Concelho É verdadeiramente impressionante a colecção reunida por Geraldino: “Não sei se é por ser do signo do Leão e ter espírito de iniciativa, se é por ter nascido numa família com iniciativa. Mas acho que devíamos ter umas vistas assim um bocadinho mais largas em relação ao património. Tem-se deixado perder muita coisa, como as barcas das armações…” A freguesia do Castelo tem assim um museu, no centro da própria freguesia, bem localizado, junto à estrada, próximo do largo principal do Zambujal de Baixo, mas é particular, e não está aberto ao público. Geraldino Penim Marques admite que a sua própria casa poderia ser um museu: “Isto tem tudo a ver com a Freguesia, era entrar em negociações com a Câmara, e com a Junta, com alguém, que me desse um espaço noutro lado, e isto ficava património da Freguesia”. E Geraldino termina a nossa visita com um desabafo: “Vai cá ficar tudo, porque não levamos nada…”


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

13

Carlos Sargedas prepara candidatura autárquica O fotógrafo sesimbrense revelou-nos que já tinha a intenção de se candidatar à presidência da Câmara, mas previa fazê-lo mais tarde, talvez nas autárquicas de 2017. No entanto, um convite do PS para a freguesia do Castelo, o debate do seu nome, dentro do PSD, e outros incentivos que diz ter recebido, convenceram-no a avançar já. Entretanto, vai tentar organizar listas a todos os órgãos autárquicos, com recrutamento de candidatos numa espécie de “concurso público”.

C

arlos Sargedas diz que “nunca escondeu” as suas intenções, embora afirme que “não são politicas”, mas apenas “pela paixão e dedicação que tenho por esta terra”. Essas intenções não são recentes: era conhecido que nas, penúltimas autárquicas, já Carlos Sargedas tentara organizar uma candidatura à Câmara, composta, pelo menos em parte, com elementos do Rotary Club de Sesimbra. Questionado pel’O Sesimbrense sobre esta antiga iniciativa, Sargedas disse-nos que, nessa altura, foi o PSD quem, formalmente, através de Luís Rodrigues, presidente da distrital, o convidara para ser cabeça de lista por aquele partido. Tentou na altura organizar uma lista, incluindo pessoas do Rotary sesimbrense, mas a título pessoal: embora diga já não se recordar bem, cita os casos de Teresa Mayer e do eng. Teodoro Alho, para essa hipotética lista, mas que também contactou pessoas de fora dos Rotários. Adiantou-nos também que, o que seria expectável era que uma sua candidatura avançasse apenas daqui a 4 anos. Mas algo aconteceu que precipitou a sua decisão.

Vários convites Carlos Sargedas foi convidado directamente pelo Partido Socialista, para ser cabeça de lista à Junta de Freguesia do Castelo. Ter-lhe-ão dito: “tu, ao estares numa Junta de Freguesia, pode-te dar uma projecção maior, pode dar o apoio que não tens”. Mas Sargedas achou que não se devia comprometer com um partido político, mesmo como independente: “Nós ficamos logo rotulados na testa, se estamos como independentes num partido, ((julgam que)) é porque há ligações de uma forma ou de outra…”. Da parte do PSD, Sargedas reconhece que não houve um convite formal dos dirigentes, mas diz saber, “porque as paredes têm ouvidos, que o meu nome foi indicado em Sesimbra e chegou a ser votado para ser auscultado. Houve pessoas do PSD que me confirmaram que o meu nome foi indicado, e foi votado, o chegou a dar alguma confusão interna”. Sargedas não revela quem seriam os seus “simpatizantes” dentro do PSD, mas fonte próxima deste partido admite que uma das pessoas possa ter sido Argentina Marques, que, em termos geracionais, faz parte dum grupo de jovens sesimbrenses de diferentes ideologias, mas que têm em comum a procura de um novo rumo para a política local, um grupo para que não se sente tão dividido pelos emblemas partidários como os da geração mais velha.

PSD:

desmentido categórico Contactado pelo nosso jornal, José Mendes Dias, presidente da concelhia do PSD, desmentiu categoricamente a existência de qualquer convite a

Sargedas, acrescentando: “tendo em conta a afirmação de Carlos Sargedas de que o actual presidente da autarquia tinha sido até aqui o melhor presidente de Câmara que Sesimbra teve, estamos perante uma encenação mal produzida por alguém ou alguns bem conhecidos”. A Comissão Política do PSD emitiu também um comunicado, onde repudia as notícias que referem “que o fotógrafo Carlos Sargedas, teria sido contactado pelo PSD para ser o seu candidato à Camara Municipal de Sesimbra. Uma notícia sem pés nem cabeça, “que coloca o PSD a querer que o mesmo fosse candidato à Camara e o PS a querer que fosse candidato à Camara e à Junta Freguesia de Santiago.” O PSD desmentiu especialmente a notícia do semanário Sem Mais, criticando este jornal por “não ter feito o que é da mais elementar prática jornalista, contactar os interessados e obter a informação correta para transmitir aos seus leitores”. O comunicado do PSD termina dizendo: “que todos fiquem cientes: o PSD em Sesimbra tem um rumo um projecto e uma equipa, e por mais poeira que queiram pôr na engrenagem, não nos vão fazer alterar a rota.”

PS:

“nada de extraordinário” O Partido Socialista em Sesimbra confirma ter convidado Carlos Sargedas para a freguesia do Castelo, mas considera que isso nada tem de extraordinário, pois é seu hábito “sondar e auscultar as mais diversas pessoas neste sentido, desde os militantes, aos cidadãos independentes. Foi o que procurámos fazer nesta fase, encetando uma série de contactos junto da comunidade local”. Reforçando o seu argumento, o PS chama a atenção para o facto de Carlos Sargedas ter integrado, como independente, a sua lista de candidatos à Freguesia do Castelo, nas eleições de 2006. Desvalorizando o caso, o PS diz que as suas preocupações se centram na procura “das melhores respostas, para resolver e ajudar a resolver as questões prementes do Concelho”.

Proposta de coligação PS-PSD Perante a situação referida, ou seja, “ao ser convidado pelo PS e abordado pelo PSD”, Carlos Sargedas diz ter enviado um email, aos dois partidos “a partir do momento que há o interesse da vossa parte, faço uma contraproposta: vocês abdicam, os dois, dos vossos candidatos, em prol de um trabalho autárquico conjunto, uma coligação, uma lista conjunta.” A esta proposta, diz Carlos Sargedas que “nem um nem outro responderam.” Mas os convites partidários tiveram uma consequência: “quando vêm com estes convites todos, pensei: mas en-

tão vêem em mim essa potencialidade? Então vamos lá estudar o caso. Se calhar é o que a própria população sente, as pessoas já estão fartas de ver as mesmas políticas.” Depois da notícia se ter tornado conhecida, diz-nos Carlos Sargedas que ficou “espantado com a quantidade de contactos, de emails, de telefonemas, até de pessoas que eu não conheço de lado nenhum, a dizer: Carlos, vai em frente, que a gente já não os pode ver.” E foi isso que o levou a avançar desde já com uma candidatura.

Concurso para candidatos O método escolhido para constituir lista é ainda mais surpreendente do que a origem da candidatura: Carlos Sargedas aceita currículos para potenciais candidatos a vereadores, bem como para os restantes órgãos autárquicos. “Eu para avançar tenho que ter uma equipa”, diz-nos. “E para não ser acusado, de alguma forma, de ir pelos meus amigos, que é aquilo que eu

sempre combati, faço uma espécie de abertura de concurso público para os cargos. Ou seja: as pessoas apresentam, para os diversos cargos políticos, a sua candidatura, e eu irei estudar essas propostas, conjuntamente com uns amigos pessoais”. Como critérios de selecção, adianta-nos: “Pessoas jovens e dinâmicas, de preferência sem filiação partidária, mas que a podem ter, desde que tenham a humildade de pode trabalhar com pessoas de índole política completamente contrária. Se eu tiver respostas, se houver pessoas, vou apresentar um plano estratégico, e se as pessoas que concorrem aceitarem, muito bem: agora vamos ver com quem é que a gente vai trabalhar.” Posteriormente recebemos de Carlos Sargedas um email com indicações mais detalhadas sobre este processo, que reproduzimos nesta página. Sargedas espera, até final de Fevereiro ou início de Março, poder fazer uma conferência de imprensa para apresentar, ou não, uma candidatura.

“Não faço melhor do que Augusto Pólvora: não sou capaz” No meio da entrevista, sem sequer ser questionado, Carlos Sargedas diz, peremptório: «atenção: eu reconheço no Augusto [Pólvora] o melhor presidente que tivemos até à data. Reconheço a sua capacidade de gestão. Acho que tem feito de muito bom: eu não faço melhor, não tenho capacidade – temos que nos saber pôr no nosso lugar. A diferença que poderá haver entre nós, é que, se calhar, eu não o faria daquela forma.»

PROCURO Para a POSSÍVEL formação de Lista independente a concorrer à AUTARQUIA DE SESIMBRA Pessoas com ou sem filiação em qualquer partido politico para: - Câmara Municipal - Assembleia Municipal - Assembleia de Freguesia do Castelo - Assembleia de Freguesia de Santiago - Assembleia de Freguesia da Quinta do Conde. Condições de preferência: - Jovens com novas licenciaturas ou doutoramentos (mais motivação) - Capacidade de inovação - Capacidade de trabalho em equipa - Capacidade de liderança - Capacidade de assumir as suas responsabilidades - SEM experiência política - COM mas sem dificuldades em trabalhar com pessoas de ideias diferentes Solicito CV; Breve biografia; Outras informações que julgue pertinente. ENVIE A SUA CANDIDATURA PARA: carlossargedas@gmail.com


14

O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013


O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

João Pedro Aldeia vence 1º Torneio do Espadarte

O Centro Municipal de Ténis de Sesimbra, sito na Maçã, recebeu no último fim-de-semana de 2012, o 1º Torneio do Espadarte, torneio inscrito no Calendário Oficial da Federação Portuguesa de Ténis. Esta prova organizada pelo Clube Escola de Ténis de Sesimbra, contou com 26 inscritos e está classificada com nível “B”, o segundo mais importante da graduação do regulamento de competições da modalidade, sendo destinada a jogadores veteranos nos escalões de +35; +45 e +55, que disputaram os quadros respectivos. No quadro de +55, João Pedro Aldeia do CETSesimbra, nº 40 nacional, venceu na meia-final Coelho da Silva (A. M. Portela), nº 17 nacional por concludentes 6/0 - 6/0 e na final, num encontro duro e longo com a duração de cerca de três horas, em que foi sempre mais forte, bateu o cotado nº2 nacional Mário Almeida (A. M. Portela), 1º cabeça de série, em três partidas, por 6/7; 6/3; 10/8, garantindo para gáudio dos associados presentes, a conquista do título para o clube sesimbrense. Participaram ainda em representação do clube da casa, os jogadores Luis Esteves (+55), Rui Ribas; Joaquim Barreira e José Galvão (+45). No escalão de +45 João Alonso (A. T. Venda do Alcaide), ficou com o troféu vencendo Jorge Félix (Clube VII) e no escalão +35, saiu vencedor Alexandre Sanches (C. T. Paço do Lumiar) que derrotou Emanuel Egbeama (E. T. J.M. Silva). Os atletas foram ainda contemplados com espadartes miniatura em cerâmica, alusivos ao evento. Registe-se que em termos organizativos, o clube recebeu rasgados elogios por parte dos intervenientes, os quais participam em provas do género por todo o país. O torneio contou ainda com o apoio do restaurante “ A Maçã “, que recebeu e serviu as refeições aos jogadores participantes.

15

9ª edição do Corta-mato Escolar Concelhio O Bico do Alcaide, na Lagoa de Albufeira, foi o local escolhido para a 29ª edição do Corta-mato Escolar Concelhio, que ocorreu no passado dia 17 de Janeiro. Entre crianças, jovens e professores Participaram na prova, perto de trezentas crianças e jovens do concelho, divididos pelos diferentes escalões etários, sob a orientação de dezenas de professores e técnicos. Os melhores classificados de cada escola irão competir no Corta-mato Distrital, a decorrer no próximo dia 6 de Fevereiro, a partir das 9 horas, no Parque do Serrado, no Seixal. No pódio estiveram os três primeiros lugares de cada escalão, na classificação individual e as três escolas melhor qualificadas, na classificação colectiva, conforme a seguinte tabela classificativa:

Vai ser notícia! Assembleia Municipal 1 de Fevereiro | Sex | A Assembleia Municipal reúne hoje, dia 1 de Fevereiro, tendo com principais pontos da ordem de trabalhos a atribuição do Prémio Espichel em 2013, e a apreciação de um pedido da Câmara para contratação de um empréstimo de curto prazo até ao montante de 1 milhão e 500 mil euros.

II Prova do Campeonato Regional de Juvenis 2013 - Vela - Classe “Optimist” 2 e 3 de Fevereiro | Sáb e Dom | Org.: Clube Naval de Sesimbra WORKSHOPS: Negócios e Liderança 2 de Fevereiro | Sáb | 15h00 Inscrições: http://bussolaequadrante.pt/inscricoes ou 21 228 87 46 Org.: Associação Bússola e Quadrante Apoio: Câmara Municipal de Sesimbra Almoço da Família Rotaria 2 de Fevereiro | Sáb | 10h00 Org.: Rotary Club de Sesimbra

Classificação Colectiva 1.º Escola Secundária de Sampaio; 2.º Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho; 3.º Agrupamento de Escolas da Boa Água; 4.º Agrupamento de Escolas Michel Giacometti; 5.º Escola Básica do Castelo; 6.º Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde Classificações Individuais Infantil A Feminino:1.º Valéria Ferreira; 2.º Catarina Santos; 3.º Margarida Lérias - Infantil A Masculino: 1.º Tiago Patrício; 2.º Alexandre Parada; 3.º Danilo Custódio - Infantil B Feminino: 1.º Lígia Ribeiro; 2.º Débora Sá; 3.º Carolina Pinto - Infantil B Masculino: 1.º Leonardo Sentieiro; 2.º André Silva; 3.º Tiago Esperança - Iniciados Femininos: 1.º Catarina Carmo; 2.º Ana Margarida Maduro; 3.º Diana Batista - Iniciados Masculinos: 1.º Rodrigo Pinhal; 2.º João Fortunato; 3.º Tomás Santos - Juvenis Femininos: 1.º Leonor Duarte; 2.º Luísa Amorim; 3.º Ariana Gomes Juvenis Masculinos: 1.º Cláudio Ribeiro; 2.º Guilherme Fernandes; 3.º Carlos Catarino - Juniores Femininos: 1.º Mariana Cagica; 2.º Carolina Marquês; 3.º Ana Polido - Juniores Masculinos: 1.º Afonso Serpins; 2.º André Filipe; 3.º Pedro Rosário Jovita Lopes

Desfile do Grupo Feminino de Afro-axê Tripa Mijona 9 de Fevereiro | Sab. | 16h30 Avenida 25 de Abril, Rua da Fortaleza e Avenida dos Náufragos, Sesimbra Org.: CM Sesimbra e Tripa Associação Desfile Escolas de Samba e Grupos 10 e 12 Fevereiro | Dom. e Ter | 14h00 Avenida 25 de Abril, Rua da Fortaleza e Avenida dos Náufragos, Sesimbra Org.: CM Sesimbra, escolas de samba e grupos olodum Cavalhadas 12 de Fevereiro | Ter | 15h00 Largo das Forças Armadas, Alfarim Org.: Grupo Desportivo de Alfarim | Apoio: CM Sesimbra Zimbr’Arte Feira de Artesanato 24 de Fevereiro | Dom | 10h00 Praça da Califórnia Org.: Câmara Muncipal Sesimbra Assembleia Municipal de Jovens Eleito Por Um Dia Uma Viagem ao Poder Local! De 25 a 28 Fevereiro | Seg a Qui | 9h00


16

O SESIMBRENSE | 1 DE FEVEREIRO DE 2013

O SESIMBRENSE

Ventania derruba árvores e painéis publicitários A forte ventania da noite de 18 para 19 de Janeiro fez cair várias árvores e painéis publicitários. O caso mais grave ocorreu na rotunda da Cotovia/ Venda Nova, onde caiu um grande eu-

calipto, obrigando ao corte do trânsito na estrada nacional 378. A meio da manhã de sábado ainda os Bombeiros procediam ao corte da árvore (imagem em baixo à esquerda).

Espectáculos ao vivo em estabelecimentos turísticos

Também se verificou a queda de árvores noutros locais, como a rua da Charneca da Cotovia, provocando a queda de um poste de iluminação. Outras “vítimas” da ventania foram

Jazz (e músicas afins) no Velvet Café 1 de Fevereiro: Luis Barrigas Trio (jazz) - com Luís Barriga (piano), Mário Franco (contra-baixo), Alexandre Alves (bateria) 2 de Fevereiro: Noite cubana, com “Los Reyes” (Raúl Reyes, voz e percussão; Victor Zamora, piano; Leo Espinosa, baixo)

os painéis publicitários, como aconteceu na rotunda de Santana/Sampaio (imagem em baixo à direita). Um painel publicitário também provocou a queda de parte do muro do estádio do GDS.

16 de Fevereiro: Be Bossa – com Felipe Fonterelle (baixo e voz), Miguel Andrade (guitarra e voz), Alexandre Alves (bateria) 22 de Fevereiro: Rui Luis Pereira, Quinteto “Ficções” (jazz)

Onda Selvagem-Bar

8 de Fevereiro: Luis Taklin, Quinteto de Samba

8 de Fevereiro – Dj Billy (Carnaval)

15 de Fevereiro: Gonçalo Marques Trio (jazz) – com Demian Cabaud (c-b), Bruno Pedroso (b), Gonçalo Marques (trompete)

9 e 11 de Fevereiro – música ao vivo (Carnaval) 14 de Fevereiro – Banda brasileira Hernãny e Rhay

Gaivotas em terra É sinal de vendaval Já ouvimos aos avós Mas é também um postal Que fascina todos nós.

Pontos brancos saltitando Sobre o casario da lota Flocos de neve gelando Os barcos da nossa frota

Às centenas amaradas Ou cobrindo o areal Surgindo em revoadas E enchendo a marginal

Que se aprestam p’ra pescar Mal voltou a calmaria As gaivotas vendo iscar Já chiam com alegria

Asas abertas no ar Chiando em sofrimento Voltando costas ao mar Na busca de alimento

Pexito


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.