Fundador: Abel Gomes Pólvora
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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt
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Diretor: Félix Rapaz
ANO LXXXVIII • N.º 1192 de 1 de Dezembro de 2014 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00722014RCMS/RL)
Especial Artes & Oficios Três conceitos diferentes mas destinados ao sucesso
LAS e Proconsenso assinam protocolo de colaboração Página 5
Operação de Combate à droga em Sesimbra Página 3
Grupo desportivo União da Azoia: Na rota da orientação Página 14
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nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 Caixa Geral de Depósitos 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24 BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Felix Rapaz
nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74
EDITORIAL
Farmácias de Serviço
Contatos uteis
Nesta terra onde o vento cheira a mar, devo o meu destino e o gosto de amar as coisas simples. O que vou descrever não é um grito de queixume , apenas uma preocupação que me acompanha sempre que caminho pelas ruas da nossa vila. O envelhecimento e a desertificação de Sesimbra é uma realidade dura que provoca o declínio económico e todas as consequências que daí advém. O litoral desde sempre que atrai o homem quer pelas características dos solos, relevo menos acidentado, temperaturas mais amenas e agradáveis, e maior riqueza na alimentação. Da mesma forma que o corpo humano necessita de equilíbrio para se manter saudável, um concelho necessita de equilíbrio na sua distribuição populacional para prosperar. Contrariando
Com o apoio:
Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia
212 681 685
Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana
212 688 370
Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra
212 288 078
Farmácia Lopes
Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
212 233 028
Edição publicada segundo o novo acordo ortográfico
esta lógica, a dinâmica demográfica de Sesimbra (Santiago) enfraqueceu bastante na década de 80 e continua acentuar-se. Tenho a convicção que este problema não é fácil, porém com a união de esforços entre as forças vivas, tecido empresarial e poder político, bem como, os proprietários das habitações algumas delas devolutas, existe a possibelidade de inversão do processo, para os jovens se fixarem na vila que os viu nascer. Somos uma terra de “gentes” de coragem que se demarca pela pesca e pelos Homens do mar. Gostaria que este lema se prolongasse pelas gerações vindouras e que a nossa terra fosse a nossa casa a Sesimbra de sempre.
Carta ao Diretor Ex.mo Sr Diretor de “O SESIMBRENSE” Cabe-me em primeiro lugar agradecer a intensão de vossa exª na divulgação da Universidade Sénior da Quinta do Conde, através da noticia publicada na última edição do Sesimbrense. Agradecia todavia que fossem feitas algumas rectificações para evitar induzir em má interpretação o leitor desprevenido. A Universidade Sénior da Quinta do Conde é um projeto de raiz, promovido pelo Movimento Social Utopia Global, associação com estatuto de IPSS criada juridicamente em 2 de Dezembro de 2013. A Universidade Sénior da Quinta do Conde, é membro da RUTIS –Rede das Universidades da Terceira Idade que congrega 228 entidades, com um total de 4800, professores voluntários e mais de 37 000 alunos em todo o País. É também parceira da Universidade Sénior de Sesimbra através de um protocolo celebrado com o Rotary Club de Sesimbra a 20/01/2014. Após um período experimental de Abril a Julho de 2013, a Universidade Sénior da Quinta do Conde, abriu o novo ano letivo a 15 de Setembro, com professores disponíveis para 12 disciplinas. Estão inscritos neste ano letivo e até esta data (20 de novembro) 62 alunos, havendo ainda capacidade de oferta para mais alunos nalgumas turmas e por isso as inscrições permanecerão abertas até ao dia 12 de Dezembro. A formação na Universidade Sénior, não tem carácter curricular nem de
avaliação, sendo de natureza informal. Todavia os conteúdos programáticos são aferidos pela Comissão Pedagógica e pelo Reitor da US (neste caso o professor catedrático Dr. Amílcar Couvaneiro, fundador da Universidade Jean Piaget de Angola). Nesta ocasião existem na Universidade Sénior da Quinta do Conde as seguintes disciplinas a funcionar: Duas turmas de informática, duas turmas de Inglês, duas classes de Reiki, francês, português para estrangeiros, literatura, defesa pessoal, direitos do cidadão, socorrismo, clube de poesia e tuna académica. Preparadas para entrar em funcionamento previsivelmente em Janeiro, estão ainda as disciplinas de: história de arte, criolo, fitness e alfabetização. De aulas mensais, num sábado de cada mês, estão previstas ainda: Aula Prática de Turismo e Património; Cidadania Europeia; História De Africa e História da Escravatura; Gerontologia e Relacionamento com Idosos. Não se pode dizer que seja um mau começo, para um primeiro ano. Havendo nesta ocasião, como principal preocupação manter os níveis de satisfação e qualidade, já que se trata de um projeto assente na totalidade em trabalho voluntário, desde os professores ao pessoal de apoio e secretariado e na qual os alunos pagam apenas uma anuidade de 10€ que inclui ainda o seguro escolar e cartão de aluno. Com as Mais Cordiais Saudações O Coordenador da U.S.Q.C. Jorge Henriques Santos
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ATUALIDADE
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Externato Santa Joana
Trabalhadores e utentes do Externato Santa Joana, em Sesimbra, continuam as vigílias como forma de protesto contra salários em atraso e aumento das mensalidades. Sem uma luz ao fundo do túnel para a resolução do problema afirmam que a contestação irá continuar.
Pais e Educadoras aguardam nova direção Os trabalhadores e os pais e encarregados de educação dos utentes do Externato Santa Joana, continuam a manifestar o seu descontentamento contra a direção do estabelecimento dado os atrasos dos vencimentos e subsídios, bem como, o aumento das mensalidades. Pais e educadoras já vão na terceira vigília, esta última realizada a 27 de novembro, em frente à instituição, pedem resoluções por parte da atual direção instituição privada de solidariedade social. Esta instituição, como de resto a maioria das IPSS, recebe fundos do Estado para garantir o apoio social e educativo às crianças que lhe são confiadas. A Câmara Municipal de Sesimbra
acompanha com preocupação a situação financeira do externato Santa Joana, que apresenta um défice estrutural de 10 mil euros mensais e salários em atraso desde outubro. Para além disso, os encarregados de educação foram confrontados com um possível aumento de 10 por cento nas mensalidades. Segundo Felícia Costa, vereadora com o pelouro da Educação, referiu: “A Autarquia já mostrou disponibilidade para analisar a este caso com a nova direção, que será eleita após o final do mês de dezembro, e se necessário, prestar apoio financeiro que garanta a sua sustentabilidade, desde que os dois ministérios que tutelam as IPSS - Ministério da Educação e
Ministério da Segurança Social assumam as suas responsabilidades”. A edil salientou ainda que, “a câmara municipal defende a renegociação do empréstimo bancário do externato e considera que só com o empenho de todas as entidades será possível garantir a sustentabilidade desta IPSS. Na última assembleia de sócios realizada no decorrer do mês de novembro o orçamento para 2015 não foi aprovado nem o programa, pretendendo esta mesma assembleia que a atual direção termine o seu mandato e surja uma nova lista. Florindo Paliotes presidente da instituição, referiu a este jornal que: “não pretendo recandidatar-me, mas terminarei este mandato”. O responsável
afirmou ainda que já solicitou junto da presidente da Assembleia uma auditoria externa das contas da instituição, “em que eu não seja parte da decisão da empresa selecionada”. As trabalhadoras continuam em luta tendo no passado dia 27 de novembro recebido o restante vencimento de outubro, metade do mês de novembro e o subsídio de natal de 2013. Não existindo ainda previsão para o pagamento dos restantes valores em falta. Durante a hora de almoço foram informadas sobre esta situação. Uma fonte interna afirmou: “sentimo-nos revoltadas, pois, o dinheiro que é compensação dos nossos ordenados de educadoras foi direcionado para outros pagamentos, o que não é justo porque em primeiro lugar deviam estar as trabalhadoras e a sua sustentabilidade”.
Operação combate à Droga
Quinta da Várzea vai ser reabilitada
Segundo fonte da GNR, no passado dia 26 de novembro, foram levadas a cabo um conjunto de buscas domiciliárias em diversos locais da Vila de Sesimbra, das quais resultaram a apreensão de 671 doses de cannabis resina, cinco doses liamba e 25 doses de cocaína, tendo ainda sido detidos cinco indivíduos pelo Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Setúbal. Os cinco detidos têm idades compreendidas entre os 26 e os 38 anos, sendo dois do sexo feminino e três do sexo masculino, todos de nacionalidade portuguesa. Foram ainda aprendidas quatro balanças de precisão, 2.713 €uros em no-
Foi aprovada no dia 27 de novembro a candidatura apresentada pela Câmara Municipal ao Programa de Desenvolvimento Rural, para a reabilitação da Várzea da Quinta do Conde. O projeto enquadra-se na ação Promoção do Valor Ambiental dos Espaços Florestais, e prevê a reabilitação da linha de água, manutenção das margens e plantação de novas árvores na zona circundante da ribeira de Coina, corredor de grande valor natural. Esta intervenção visa estabelecer um sistema natural contínuo, que contribua para a manutenção e desenvolvimento dos ecossistemas e da biodiversidade. Nos últimos anos a autarquia, em colaboração com outros parceiros, em especial, o projeto ANIMENATURA,
tas do BCE, uma arma de fogo calibre 6,35mm, diversas munições de vários calibres, diversas armas brancas, material informático/eletrónico e diversos objetos relacionados com o tráfico de estupefacientes. Os mesmos, até serem presentes no dia seguinte, no Tribunal Judicial de Sesimbra, para aplicação de eventuais medidas de coação, encontram-se detidos nas instalações desta Guarda.
tem vindo a dinamizar um conjunto de ações com vista à valorização da zona da várzea e seu usufruto por parte da população e visitantes, de que são exemplo, o Parque da Ribeira, a criação de percursos pedestres, a instalação das Hortas Solidárias, ou os diversos estudos que dão a conhecer a riqueza da flora e fauna deste local.
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“Ponta da Piedade” no “cemitério” de traineiras na doca
A história da embarcação corre de boca em boca, mas as pessoas reservam-se a falar sobre esta estranha história. Assim, com a ajuda, tentamos seguir pistas para tentar apurar o que realmente se passou. Certa manhã de Setembro de 1995, a Estanaval, uma embarcação de 26 metros, desco-
nhecendo-se o porto de onde partira. Antes, a Polícia Marítima, tinha sido alertada para verificar uma embarcação que se encontrava a navegar perto da Barra de Setúbal. Ao ser agarrada, encontraram a embarcação abandonada. Como tal, foram accionados meios, pelo que se sabe, para a traineira chegar rebocada ao estalei-
Opinião Filhos e enteados Por: Carlos Alexandre Macedo
varamessaiola.blogspot.com
Apesar de não gostar da expressão, até porque o coração não conhece esse tipo de distinções, a verdade é que quando se tratam coisas iguais de maneira diferente, é comum dizer-se que “uns são filhos e outros enteados”. O mar, como a terra, também é pródigo neste tipo de distinção. A diferença de tratamento é ainda mais latente num momento em que a pesca é apagada da semântica do sector. A Palavra pesca, até aqui sempre presente na nomenclatura de organismos da administração pública, caiu e foi substituída pela palavra mar. A maior abrangência podia representar reforço de importância, mas significou apenas maior concorrência pela utilização do mar, e nalguns casos uma tentativa de substituir a pesca por algo que tenha menos cheiro (o que não quer dizer que seja forçosamente melhor ou mais rentável). Nos dias que correm, e apesar da crise económica ter levado a um (embora ligei-
ro) retorno de mão-de-obra ao mar, a verdade é que continua a existir manifesta falta de trabalhadores qualificados: pescadores. Sobretudo para as funções mais qualificadas, como as de mestrança ou de mecânica. Isso, tem suscitado pressões de todo o sector, de norte a sul do país, para que a tutela aprove um regime excepcional que permita aos reformados da pesca continuarem a exercer funções a bordo das embarcações. Existindo inclusive a abertura do sector, para que fosse restringido o numero de reformados embarcados em cada embarcação e que as funções exercidas fossem limitadas e adequadas ao perfil de reformado. Esta é uma situação que se arrasta há alguns anos, ultimamente com mais insistência, mas que teima em ser resolvida. Note-se que os reformados da Marinha de Comércio, que também podem adquirir o estatuto de reformado aos 55 anos, não estão proibidos de embarcar e de exercer (sem restrições) as funções anteriores. Digam-me lá se uns não são filhos e outros enteados?
ro, dizendo-se que vinha com água aberta, e que era para ser reparada. O manto de desconfiança que se abateu levou, por exemplo, a que a APSS, suspendesse de imediato a sua actividade no mar. Para os pescadores, nada disto foi surpresa. Fumos de suspeita de existência de transporte de contrabando, causou um atrito enorme com as autoridades portuárias. Foi-nos sugerida também uma possível existência de uma rede ilegal, pela qual a Polícia Marítima teria feito a abordagem. A APSS, poderá avançar ainda com outras explicações para o desfecho sobre a embarcação. Não sendo um “ex-libris” das traineiras de Sesimbra, a ‘Ponta da Piedade’ chama a atenção pela sua “Popa de Leque”, azul atlântico. De acordo com pes-
Carina Reis
PESCAS
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A ACT - Autoridade das Condições do Trabalho, anteriormente designada por Inspeção do Trabalho, celebrou um acordo com algumas associações de pesca por todo o país e sindicatos a fim de promoverem uma campanha denominada: melhoria das condições de trabalho na pesca. A Legislação de segurança e saúde já tem muitos anos mas nunca se aplicou à pesca. Até agora. A preocupação pelo setor está relacionada com a queda do setor da construção que até há poucos anos liderava os acidentes de trabalho e ocupava os recursos da ACT. Sem a construção, as pescas ganham uma nova importância para esta entidade. Os pescadores têm agora que lidar com mais uma fiscalização e sentem que é apenas mais uma autoridade que vem à procura de coimas para se auto-financiar e financiar o Estado. Mas é preciso perceber que existem objetivos válidos nesta fiscalização que pode fazer a diferença, pedem-se aos pescadores mais segurança e mais legalidade nas relações contratuais: Segurança Social: se o armador tem um funcionário, esse funcionário tem de estar inscrito na segurança social
soas entendidas, a popa de leque é mais elegante, não tem o desnível que esta tem, as tábuas vão alargando para fazer o leque. Por outro lado, esta popa (tipo espanhola) é diferente da popa construída pelos nossos Estaleiros até finais da Década de 60, em que as cavernas abriam ao chegar à popa. Actualmente só existe esse tipo de popa em algumas traineiras de Portimão. As últimas traineiras de Sesimbra a terem Popa de Leque foram o “Pombinho” e a “Pérola de Sesimbra” esta, ainda a navegar. Segundo apuramos, a PONTA DA PIEDADE, teria outra designação e outra matrícula, não se sabendo o nome do proprietário nem onde foi registada. A Capitania do Porto de Sesimbra também não possuiu elementos que mencionem a presença da embarcação no estaleiro. Por
outro lado, contactada a APSS, soubemos que a embarcação tem como destino a desmantelação. O Estaleiro sempre esperou pela chegada de documentação, o que nunca veio a acontecer, e até ao hoje, não apareceu ninguém responsável pela embarcação. Hoje em dia a embarcação encontra-se ao abandono, encontrando-se a estrutura em grande estado de degradação. Um facto curioso foi quando da retirada do navio do carro para o local onde se encontra, ter de utilizar-se duas gruas gigantes vindas do Estádio Alvalade, quando este se encontrava em construção. Pela última informação obtida, o Acto foi fechado em 29 de Outubro de 2003, por não haver quem assumisse as despesas para a sua reparação. Victor Sousa Lopes
Melhoria das condições de trabalho na pesca para se fazerem descontos para a reforma. Este é um problema que se vê hoje passados muitos anos. Hoje quando alguns pescadores pedem a reforma é que percebem que os barcos onde trabalharam quando eram muito novos, não lhes fizeram descontos, e é com algum conformismo que aceitam que “antes era assim”… e ficam prejudicados. Esta obrigação assegura que daqui a uns anos todos têm aquilo a que têm direito. Seguro de acidentes de trabalho e de acidentes pessoais: Ainda que seja mais um custo para o armador este seguro é essencial. O que muitos armadores ignoram é que se não tiverem seguro e o camarada falecer em trabalho, ou se ficar inválido, são eles que têm de pagar a indemnização à família, e uma pensão para o resto da vida. É óbvio que ninguém tem dinheiro suficiente para pagar uma indemnização destas, por isso as casas são penhoradas e tudo pelo qual trabalharam e lutaram é perdido. Mais do que uma obrigação este seguro é uma necessidade. Contrato de trabalho reduzido a escrito: existe receio por parte do setor relativamente aos contratos de trabalho porque a pesca tem especificidades para as quais a lei geral não se adequa. O horário de trabalho não só não é fixo, como tem muito mais do que as 8 horas diárias normais. As férias são apenas quando o barco vai varar, ou quando está mau tempo, e nunca o setor tinha ouvido falar da obrigação de ter um registo por escrito, a cada dia, das entra-
das e saídas dos funcionários, ou seja, o típico “ponto”. Muitos brincam que vão ter um relógio de picar o ponto no armazém! A verdade é que todos os funcionários têm os seus direitos assegurados quer tenham ou não o contrato assinado. É o armador que está em falta se não tiver o contrato. Avaliação de Riscos: é relativamente aos assuntos de segurança a bordo que se manifesta a maior resistência dos armadores. Todas as embarcações são vistoriadas pela capitania, que assegura que a embarcação tem as condições de segurança para ir para o mar. Mas pela legislação do trabalho todas as entidades empregadoras têm que ter uma avaliação de riscos, ou seja, têm de pagar a uma empresa que avalie os riscos de trabalho. Enquanto a capitania verifica a embarcação e equipamentos, a avaliação de riscos, avalia funções de trabalho, por exemplo, o risco de trabalho de quem está na navegação, ou o de quem está a colher artes. Os pescadores questionam quem é que tem competência para fazer essa avaliação. Técnicos que não sabem o que é a pesca? É difícil aceitar pagar só para ter uns “papéis” que lhes evite a multa, mas que não lhes acrescenta segurança. Parece uma duplicação de vistorias e de custos. Ainda assim a ACT assegura que o objetivo desta avaliação é tomarem medidas práticas que evitem acidentes de trabalho e minimizem as doenças profissionais.
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ASSOCIATIVISMO
Mediação de Conflitos e de Promoção da Cidadania
LAS e Proconsenso assinam protocolo
Com vista a tornar mais simples a vida dos cidadãos de Sesimbra, a Proconsenso e a LAS, celebraram no dia 27 de novembro um protocolo de cooperação na área da Mediação de Conflitos, suprindo assim uma necessidade local, serviço não existente até à data. A Proconsenso é uma associação de natureza privada, sem fins lucrativos, com sede em Sintra, e que tem como um dos seus objetivos a promoção e divulgação dos meios alternativos de resolução de conflitos, nomeadamente a Mediação de Conflitos. Os seus associados são mediadores de conflitos com cursos certificados pelo Ministério da Justiça, com formação contínua e/ou certificação ICFML, e com licenciaturas de base em diversas áreas, nomeadamente Direito e Serviço Social, integrando a Lista de Mediadores Privados reconhecidos pelo Ministério da Justiça. A “Mediação de Conflitos é um processo extrajudicial, voluntário e confidencial de resolução de conflitos, que está essencialmente vocacionado para litígios onde existe uma relação entre as partes. Neste processo, existe um terceiro, o mediador, que tem um papel auxiliar, mas fundamental, na
Tipos de serviços de Mediação de conflitos Prestados A Mediação Comunitária, é ideal para resolver problemas de: condomínio; problemas de vizinhança ( ex: ruídos, questões com animais de estimação; falta de pagamento das quotas do condomínio, obras); entrega de coisas móveis; incumprimento de contratos e obrigações; questões de arrendamento e outras situações. A Mediação Familiar, é ideal para resolver problemas de: divórcio e separação; incumprimento do acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais; conflitos geracionais; conflitos familiares relativos a assistência a um pai, ou mãe já idoso; conflitos familiares em sentido lato; heranças/partilhas. A Mediação Laboral, é ideal para resolver problemas de: conflitos, mal-estares entre trabalhador e entidade patronal; entre trabalhadores. condução de todo o processo. Este serviço vai estar disponível para todos os cidadãos de Sesimbra mas terá duas tabelas uma para Sócios da Liga dos amigos de Sesimbra e outra para cidadãos não associados, estando disponível nas instalações da L.A.S.. O
“Cheira a castanhas assadas e água pé”
Fados de São Martinho
“O Fado nasceu um dia, quando o vento mal bulia e o céu o mar prolongava, na amurada dum veleiro, no peito dum marinheiro que, estando triste, cantava…”, ouvimos tantas vezes pela boca de Amália Rodrigues. Também em Sesimbra o mar e os Homens do mar fizeram história e também aqui se canta o fado. Foi de Casa cheia e Alma de Fado decorreu mais uma iniciativa da Liga dos Amigos de Sesimbra em parceria com a Sociedade Musical Sesimbrense. Uma forma de comemorar o São Martinho, a vida, o destino o fado. Superando todas as expectativas a sala foi-se enchendo e chegamos às 150 participantes, entre pessoas da terra, o grupo do Centro Comunitário da Quinta do Conde, amigos e alguns turistas que queriam viver e ouvir o “Fado”, a noite foi emblemática e trouxe a esta grande casa da música um leque de fadista amadores de topo, que mostraram a força que esta música tem em nós e no nosso país. A noite de 7 de novembro
será para todos os que colaboraram para o seu sucesso inesquecível. Não queremos deixar de agradecer aos fadistas que ano após ano colaborão com a LAS gratuitamente, a voluntária e ex-estagiária e amiga Andreia Coutinho que ano após ano se distingue pela sua performance, a Domingas Martelo Lopes, , que retalhou cerca de 2200 castanhas, a todos os nossos patrocinadores, que gentilmente nos ofereceram os seus produtos. À incansável ajuda da equipa da Sociedade Musical que tornou possível uma noite de fados tão grandiosa. Todos os fados da noite mereceram aplausos, com destaque para o fado intitulado “A Selecção do Desportivo”, escrito e cantado por Eduardo Jorge, que despoletou em todos os presentes uma grande carga emotiva, relembrando a seleção de futebol do GDS (em baixo foto no ano 1967). Para o ano ficou a promessa de mais uns Fados de São Martinho que a cada ano aumentam o seu sucesso!
A SELECÇÃO DO DESPORTIVO (Eduardo Jorge - Fado Triplicado)
serviço pretende proporcionar aos sesimbrenses um conjunto de Mediações de Conflitos de qualidade e proporcionar aos seus sócios mais um serviço em prol do seu bem-estar. Para mais informações contacte a Liga dos Amigos de Sesimbra.
Certificação da Qualidade para a LAQC O dia 15 de novembro foi mais um dia muito especial para a Liga dos Amigos da Quinta do Conde (LAQC) tendo recebido um certificado e procedido ao içar da bandeira da Certificação da Qualidade atribuídos pela Apcer. A LAQC recebeu o certificado de IPSS com Gestão de Qualidade para as valências Creche e Pré-Escolar tendo realizado uma cerimónia para assinalar o momento onde contou com a presença de entidades oficiais, pais, amigos, colaboradores da instituição e órgãos sociais. De forma a mostrar a qualidade das instalações os convidados, pais e amigos que não as conheciam efetuaram uma visita guiada pelo presidente da direção, José Anselmo. Seguiu-se o tradicional magusto onde não faltaram febras e entremeadas grelhadas, tudo regado com água-pé e sumos. Por curiosidade, a Liga dos Amigos da Quinta do Conde, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), criada por iniciativa de um grupo de amigos, que no decorrer do ano de 2001, se juntaram preocupados com os problemas da Quinta do Conde (área urbanística de grande dimensão de génese ilegal). Imbuídos pelo sentimento do dever para com seus concidadãos, impelidos pelos problemas sentidos pela população, decidem congregar esforços com o objetivo de defender os interesses desta comunidade. Em 22 de Janeiro de 2002 é fundada a LAQC por escritura pública. Durante o ano de 2007 começa a preparar a alteração aos seus Estatutos para a área social, adquirindo o estatuto de IPSS e reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública a 4 de Maio de 2009.
P´ró que me havia de dar Eu que até nem sei jogar Fazer uma selecção Futebol é um mistério Se em termos de critério Usarmos o coração
E o AQUILES que é seu mano Está na lista com o ALBANO O FALICA e o ZÉ BROA ZACARIAS, VALDEMAR E o ARTUR à’companhar Mas que selecção tão boa
Na folha inicial Estão ACRÍSIO e PINHAL MARCOS E JAKIM FEIJÃO E, duas folhas, depois EDUARDOS estão lá dois Mais FRAGATA e JULIÃO
Numa equipa tão capaz Está o CAGICA RAPAZ LUIS PRETO e LEONEL DIAS, BAETA, MORAIS PIEDADE e ainda há mais Mas acabou-se o papel
Está lá o ZÉ SERAFIM O CARDA e o CARDIM O GARCIA e o CANÁRIO E se tenho dois SANTANAS Dois CASTANHOS, dois CANANAS Só lá tenho um XICO MÁRIO
Se com esta selecção Eu chegar a campeão Vou ganhar um porte altivo Se perder “qué” que se lixe Eu só quero a malta fixe Que jogou no DESPORTIVO
Apoios: - Adega Cooperativa de Palmela - O Caseiro -Dadita Cabeleireiros -Hotel do Mar -Garrafeira de Sesimbra -Maxiloja -Mini Mercado Manuel Neto & Lopes -Mini Mercado São Jorge -Padaria A Camponesa -Padaria do Gá -Queijaria Inês Marcelino -Restaurante o Velho e o Mar -Sociedade Musical Sesimbrense -Tripa Associação
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27º aniversário do Centro Comunitário da Quinta do Conde
“Lar de Idosos. Porquê? Quando? Como? Para quem?” Realizou-se no passado dia 22 de novembro na Quinta do Conde um debate subordinado ao tema: “construir um Lar de Idosos” que responda às necessidades da população da freguesia. Uma aspiração da população que foi debatida no 27º aniversário da instituição. A iniciativa, pretendeu esclarecer os associados e as forças vivas da localidade das diligências feitas em torno da necessidade deste equipamento social , reforçando desta forma a vontade daqueles que se têm empenhado na realização desse sonho. Com o tema “Lar de Idosos. Porquê? Quando? Como? Para quem?”, o debate teve ainda como objectivo sensibilizar as várias forças politicas com assento parlamentar para importância deste dossier, razão pela qual convidou formalmente deputados das diferentes forças políticas com representação parlamentar, mas por motivos de vária ordem, apenas o PCP se fez representar, através de Bruno Dias. A mesa contou com a presença de Elisa Chagas técnica social da edilidade sesimbrense; Helena Cordeiro, presidente da entidade promotora do evento; Vítor Antunes, Presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde e Felícia Costa, com o pelouro da acção social do município. Os presentes debruçaram as suas intervenções na análise das diferentes fases que têm caracterizado este conturbado processo e os absurdos argumentos evocados pelos
diferentes governos para fundamentar as recusas em financiar tão relevante projecto de cariz social. De acordo com Elisa Chagas, “os Censos de 2011, revelaram que esta localidade foi uma das que registou maior crescimento populacional na última década, triplicando não apenas o número de jovens, mas também na faixa da população com idade superior a 60 anos, onde esse crescimento ronda os 65%, pelo que se afigura indispensável a criação de equipamentos que respondam às atuais e futuras carências”. Helena Cordeiro, na sua intervenção falou sobre o que preocupa os responsáveis da associação. Pessoas, que não têm condições de recorrer a lares privados, devido à falta de recursos económicos. Por esse motivo, afirmou a presidente do Centro Comunitário, “entendemos promover uma petição que foi entregue na Assembleia da República”. Segundo Felícia Costa, “a luta pelos sonhos é uma característica dos habitantes da Quinta do Conde, demonstrada, aliás, na capacidade com que, numa fase inicial, lutou pela obtenção de energia, água e transportes e mais
recentemente pelo centro de saúde”, asseverando ainda que “muitas das coisas que hoje temos só as conseguimos obter porque lutámos por elas, pois, de outro modo, não as teríamos”. Vítor Antunes, salientou a petição entregue na Assembleia da República e a sua importância na apresentação de projectos de resolução, tendentes a recomendar ao governo a sua execução, apelando, por isso, aos diversos grupos parlamentares no sentido de saberem dar resposta aos anseios da população quintacondense. “Trata-se de uma aspiração justíssi-
LOCAIS
A Rua Dr. Peixoto Correia
Sendo uma das mais típicas artérias do casco antigo de Sesimbra, bem perto da orla dos estaleiros de armações (Varanda, Roquete e até mesmo Remexida) a Rua Dr. Peixoto Correia perpetua a memória de um ilustre cidadão de há mais de 100 anos – o Presidente do Município de Sesimbra entre 1905 e 1910. Poderá dizer-se que começa num dos extremos do Largo da Marinha onde se situou por muito tempo a histórica “Foto Cabecinha”, dos zelosos pais do Apolónio e estende-se por uns bons 150 metros, na direcção poente até às escadinhas de acesso à Marginal, vizinhas do Restaurante “Pasta Fina” que foi muito famoso sob tutela do futebolista José Serafim. Em tempos idos a Rua Dr. Peixoto Correia era popularmente citada como a “Rua da Tipografia”, dos Crespos, vis a vis com a Rua da Fé. Tal como a oficina Gráfica houve mais mudanças nesta artéria sesimbrense.
ma, que não pode ser recusada sob o estafado argumento da crise, quando se dá milhões de euros para salvar bancos”, afirmou o autarca. No âmbito ainda do 27º aniversário realizou-se ainda Um almoço de confraternização reunindo mais de uma centena de sócios, representantes da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Câmara e Assembleia Municipal de Sesimbra e diversas coletividades locais.
Breve nota biográfica De ampla cultura geral, jurista, politico e legislador, o Dr. Peixoto Correia foi um dos mais ilustres cidadãos sesimbrenses dos finais do século XIX até á implementação da República, Outubro de 1910. Durante o seu muito preenchido mandato como presidente da câmara trouxe para a sua sempre estimada terra natal um conjunto de benefícios, avultando o do então pouco vulgar fornecimento de água à população. Homem de convicções monárquicas sofreu os efeitos do 5 de outubro e teve um final de vida apagado face à sua elogiável personalidade.
As barbearias de Valdemar e de Custódio, o tão castiço café zagaia, dos Filipes de 2ª geração, o típico 1º. Andar bem ajanelado onde me habituei a cumprimentar a Julinha do “Aurinho”, a especial vizinhança da histórica sede do Vitória, de vastos pergaminhos, justificam referências. Nos meus bons velhos tempo de banhista percorria, bastantes vezes, a rua Dr. Peixoto Correia para ir para a praia, descendo as escadinhas que se me apresentavam após a moradia de traça particular que é hoje pertença da família do meu saudoso amigo engº. Mário Vidal, um dos “habitués” das épocas balneares de há quase 70 anos que, de surpresa, nos deixou há um par de meses. A Rua que homenageia a memória de um muito ilustre sesimbrense, de profundas convicções monárquicas, formação jurídica de elevada bitola e desempenho de cargos políticos, à escala nacional, não é das mais concorridas apesar da excelência dos eu posicionamento urbano. Logo no seu início (da recente e desactivada loja do chinês) e no nº51, direcção poente, há obras de melhoria em curso, suscitando naturais expectativas a breve prazo. A bem antiga “Rua da Tipografia” merece uma visita atenta, sob o signo da saudade para quem a conheça desde há muitos anos. É o casco velho da “Piscosa” que se vê e se aprecia. E a sua toponímia constitui um acto de reconhecimento para com um sesimbrense de rara qualidade. D.S.
De Igual Modo
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Da Farmácia da Cotovia ao “desmancha-prazeres” do Largo da Marinha
Carta Aberta a Alberto Zegre Neto
David Sequerra
Aos primeiros dias deste tão outonal Novembro a Farmácia da Cotovia comemorou mais um aniversário, o 11º de elogiável vivência. Sob a profícua direcção da Dra. Isabel Cristina V. reis Ribeiro, a Farmácia (largos anos desejada!) reúne um conjunto de profissionais de excelente nível não somente em competência mas, muito em especial, em simpatia e solicitude de atendimento. Desse jeito a tão apregoada necessidade de uma Farmácia num núcleo habitacional em assinalável crescendo, obteve salutar correspondência de realidade, sendo de plena justiça endereçar à sua Directora os merecidos parabéns, com votos de plena continuidade nessa tão útil e muito necessária prestação de serviços. A farmácia da Cotovia, desde 2003, bem merece esta espécie de “quadro de honra”.
*** De igual modo, no já habitual contraste de referências que define esta nossa rubrica, passando dois elogios às indesejadas reticências, lamentamos o que de desejável se pode observar no histórico Largo da Marinha, na esquina poente da denominada Marginal (Avenida dos Náufragos).
O número razoável de prédios que enquadram o largo apresenta, quase na totalidade, um apreciável nível de conservação embelezando toda aquela zona face ao mar. As obras levadas a cabo no Filipe (restaurante e edifício), a originalidade da fachada sobranceira ao extinto “farol”, a cuidadosa preservação da sede da capitania constituem bons exemplos da valorização do Largo da Marinha. Mas… Diz o povo, desde há muito, que “não há bela sem senão”. E esse senão reside no mau aspecto, de notório constraste, na já citada esquina com a Marginal – um prédio antigo, com estabelecimento de restauração no piso térreo, vis a vis com a praia, digno de maior cuidado por parte dos proprietários. Será que o Município possa ajudar? A boa vizinhança qualitativa não suscitará vontade e brio de tão necessárias obras de conservação? Como uma espécie de “2ª sala de visitas” da nossa “piscosa”, o Largo da Marinha poderia suscitar ainda maior agrado visual. E aqui deixamos o remoque, bem intencionado, aos responsáveis por esse mal cuidado imóvel uma espécie de “desmancha prazeres” do que pode e deve ser o sentimento de agrado, de “pexitos” e visitantes.
Meu caro e estimado Amigo. Desde há uma boa dúzia de anos que tenho podido apreciar o seu empenho e devoção às causas de índole social como ocorrem desde sempre nos domínios da Igreja, concretamente na nossa Matriz de Santiago onde a sua actividade tem sido intensa e elogiável. Quando o vejo, no altar-mor, ajudando o ofício dominical, sinto-me mais idoso, porque me lembro de si, muito miúdo, pela mão do senhor seu pai – o notável sesimbrense Abel Zegre Neto, de concessão municipal como banheiro dos bons velhos tempos. E faço contas, de cabeça, concluindo ser de 15 anos a nossa diferença de idades! Mas não é isso que importa nem tão pouco justifica esta carta aberta. O objectivo deste simples exercício de escrita é o de enaltecer o seu exemplar empenho de perfeita cidadania, ajudando a Paróquia, coadjuvando o Padre Manuel (seu “velho” conhecido, de setúbal) e orgulhando-se da Família que constituiu. Todavia não quero deixar de recordar a figura de seu pai, o “Sôr” Abel da minha meninice e adolescência, coordenando a acção de valiosos colaboradores desde a mana Rita ao “clássico” Senhor Serafim. Se vivo fosse havia de orgulhar-se de si e de todo o seu apego a Sesimbra. E eu sinto-me feliz ao redigir esta carta sob a deliciosa possibilidade de me lembrar bem do Albertinho, com os seus 3 anos de idade, pela mão do seu sempre compenetrado progenitor. E já lá vão quase 63 anos! David Sequerra
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Artes & Ofícios
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Grupo de Teatro Amador de Vez em Quando
Criatividade & Tradição
Como surgiu a ideia de criar o grupo de teatro amador? A ideia original da peça A Festa vai à Praça é da autoria do saudoso Mário João Sargedas que, com o propósito de revitalizar a poesia sesimbrense, acolheu a proposta da autarquia e criou uma parábola com o personagem do Evaristo. Esta peça foi apresentada nos Santos Populares, no Largo Eusébio Leão e teve logo um enorme sucesso, pelo seu humor com crítica social e pela caricatura desta personagem (a barriga saliente, o bigode falso que cai devido a estar sempre com os lábios encharcados na pipa do vinho). Após o desapa-
São catorze os funcionários da Câmara Municipal de Sesimbra que de “vez em quando”, sobem ao palco e mostram a essência do teatro tradicional. Carlos Silva, um dos mentores do grupo, contou ao Sesimbrense o que os move e o fascínio e o convivo que as peças trazem à população.
recimento do nosso “Márinho” achei que a Festa vai à Praça nunca mais seria retomada, porém a Laura Correia, que integrava o grupo de então, teve sempre a ideia de prestar uma homenagem ao nosso amigo e revitalizar o grupo. Assim, em 2010 a Laura escreve aquela que seria a primeira peça a ser apresentada no cineteatro. Quantas pessoas compõem o grupo? Atualmente somos 14 pessoas, todos funcionários da Câmara Municipal de Sesimbra. Por vezes costumo brincar e dizer que é condição sine qua non deste grupo, mas o facto é que somos apoiados pelos Serviços Sociais e pela autarquia em termos de produção dos espetáculos. Muitas pessoas nos têm contactado, ao longo das várias peças que apresentamos, com o objetivo de integrarem o grupo. Nós gostaríamos de poder acolher toda a gente porém não temos condições para tal. Quantas peças já apresentaram e qual o formato? Começámos em 2010 com 4 sessões da Festa vai à Praça, sempre com sala cheia e com pessoas a lamentarem o facto de não conseguirem arranjar bilhete, então aquando da segunda sessão resolvemos fazer mais duas prologando os espetáculos até Julho e tem sido sempre assim. Contabilizamos cerca de 40 sessões de vários peças de teatro entre elas a Festa vai à Praça, os teatros infantis de Natal, uma peça sobre a cidadania a convite da Dr.ª. Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal e uma outra a convite da vereadora Dr.ª. Felícia Costa para adaptação de contos de Andersen. Têm sido formatos diversificados, uns cómicos, outros mais virados para o público infantil mas todos com o propósito de divertir e entreter as pessoas gen-
tilmente enchem a sala das nossas atuações.
do pelo Mário João e desenvolvido por mim. Começou por ser varredor da câmara, depois taberneiro, candidato a Tem prestado um apoio social presidente da república e mais tarde na comunidade louvável, de que emigrou e ao longo da sua vida foi forma o executam? conhecendo e convivendo com persoTemos todos, o mesmo objetivo nagens que acabam por marcar a sua – fazer teatro e divertirmo-nos envida e interferir na sua atuação. quanto grupo. O nosso maior retorno Ele é um patusco, bonacheirão que são os aplausos e elogios que recebeleva a vida descontraída e que adora mos. Temos consciência que somos a sua Francelina (ou a sua leitaria), amadores mas que enchemos salas estando sempre presente o seu fiel e porque nos dedicamos ao nosso papel incondicional amigo, o tintol. e, uma vez que as receitas não são Quando criei o personagem com a para o grupo, porque revertem para barriga, os óculos, o bigode e a voz, os Serviços Sociais da autarquia para que algumas pessoas dizem que fazerem face às comparticipações de se parece à do grande artista Vasco todos os sócios, nada Santana, e com melhor que nos asalgumas exsociarmos a causas. pressões do Contribuímos para a também famoso causa da Maria Inês, António Silva, Temos todos, para a Conferência não tinha ideia Vicentina de Santiago se iria resultar, o mesmo objetivo: o que é certo, e agora vamos contribuir para a causa da é que caiu em – fazer teatro e Catarina Santos. graça e o nome Evaristo está asdivertirmo-nos Quais as novisociado a essa dades para Este imagem e às enquanto grupo Natal? suas graçolas. As peças de NaNo decorrer tal trazem sempre dos vários esmuita magia e transportam-nos para o petáculos não há um que seja igual nosso imaginário infantil. São sempre ao outro, porque para além do texto diferentes quer nos textos, figurinos, do autor e conforme a inspiração do cenários, etc. momento existe muito improviso o que Nos dias 19 e 20, às 15.30 estaretambém torna o personagem mais dimos no cineteatro para receber miúvertido. dos e graúdos para apresentar a peça Naturalmente que o personagem Como o Grinch Roubou o Natal. Esta deve muito de si a todo o excelente peça é uma adaptação da história elenco que com ele contracena e original e conta com cenários magníque é motivo de grande orgulho. Até ficos feitos pela carpintaria da autarporque para além de um grupo de quia, com muita música e dança. Na teatro, também queremos ser e somos segunda parte, o Tinóni, o Piolho e o uma família, um grupo de amigos. Trambolho vão fazer muitas palhaçaE por fim, não poderia deixar de das. Cada teatro é um desafio para referir o nosso público, que nos enche nós porque nos propomos sempre a de orgulho e motivação com a sua preultrapassar metas e esta, esperemos sença e pelas palmas e gargalhadas, que também o seja. pois sem “ele” não poderíamos existir. Iremos continuar com este registo O Evaristo é uma imagem de maraté que o público assim o queira. ca tal como a peça de natal. Conteme a sua história? O Evaristo foi um personagem criaFátima Rodrigues
“
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Chutneys e Geleias pelas mãos de uma designer
Sabores & Aromas Como surgiu a ideia do projeto Sentidos? A ideia de começar a empresa surgiu pela paixão pela cozinha e o gosto por combinar sabores, que dão novos sentidos a um prato. Veio numa altura em que queria mudar o rumo da minha carreira profissional e aliar novas experiências à minha vida pessoal. De que forma pretende desenvolver os seus produtos no concelho? Queremos dentro do possível ter produtos provenientes da nossa região, pois temos legumes e frutas excelentes de produtores locais. Já temos alguns contactos feitos com lojas e pastelarias da zona para no próximo ano venderem os nossos produtos. Que produto tem para oferecer a quem a procura e como adquirir? Vendemos Chutneys e Geleias. O chutney assemelha-se a uma compota na sua textura, sendo salgado, agridoce e por vezes picante. Destaca-se pela mistura de frutas, legumes, ervas e especiarias. É comum usar o chutney como condimento e a acompanhar pratos de carne, peixe e massas. Como aperitivos são excelentes com queijo, saladas e até mesmo sobremesas. As geleias são conservas de fruta ou vegetais obtidas a partir da polpa da fruta e açúcar podendo ser aromatizadas com especiarias, ervas aromáticas e bebidas alcoólicas. A sua textura é gelatinosa. São excelentes para “devorar” sobre fatias de pão, torradas ou bolachas. Podem ser servidas como sobremesas, com
iogurtes, crepes, gelados ou para rechear e cobrir bolos. Também acompanham muito bem pratos salgados, como assados de diversos tipos. Neste momento não temos os produtos à venda em estabelecimentos, esse será o objectivo para 2015. Vendemos por encomenda ou em alguns mercados em Lisboa, como no CCB. De que forma faz a divulgação no mercado? Tivemos recentemente duas publicações na Revista Cozinha Fácil e na Revista Doces & Co, onde conseguimos chegar aos amantes da cozinha. Estamos presentes em mercados onde podemos ter um contacto mais direto com o público e receber o feedback dos produtos. De todos os meios de comunicação temos usado o facebook e o website para conseguir ter contacto diário com os nossos clientes e poder divulgar novos produtos. Os seus produtos são uma imagem de marca da sua criatividade? Os produtos são todos originais e aliando o facto de ser designer de pro-
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Os sentidos são na verdade uma das características fundamentais de cada um de nós. Rita Gomes pegando nos sabores e nos “Sentidos” deu asas à sua criatividade e revelou através da cozinha de fusão e a essência de cada produto. Um toque de criatividade e uma pitada de paixão fazem deste projeto único.
fissão, consigo dar uma imagem gráfica simples e atraente para o nosso públicoalvo. Como jovem acredita que o nosso país precisa de pessoas que arrisquem e apostem no empreendedoris mo? Para ser empreendedor é preciso poder capital, muita dedicação e empenho pois levamos às costas um projeto nosso. Há que ser inovador e fazermo-nos visíveis num mercado de
muita oferta. Os dias parecem ter menos de 24 horas para tanto trabalho, burocracia, falta de informação e de apoios que por vezes atrasam alguns processos. Os passos que damos parecem ser sempre pequenos, mas gratificantes. Como jovem acredito que há muita oportunidade para ser explorada, mas há que trabalhar bastante para contrariar a situação económica e de fraco poder de compra do povo português. Na minha opinião temos que ser empreendedores, mas não necessariamente trabalhar por contra própria. Essencialmente temos que fazer aquilo que gostamos e sermos bons no que fazemos!
“Todos os produtos são desenvolvidos com muita emoção”
Artesanato & Design Como surgiu a ideia do projeto? O projeto, denominado “Emocionante”, surgiu pela minha paixão pelo artesanato e pelo design e também pela necessidade pessoal que senti de oferecer presentes personalizados
que despertassem emoções (daí o nome do projeto) em quem os recebia, ao contrário de muitos dos presentes impessoais que vemos no mercado. É um projeto relativamente recente, mas é algo que me entusiasma e me
Raquel Gomes é uma jovem design com espirito criativo e corajoso, que recentemente desenvolveu um projeto “Emocionante” que trás até nós memórias da nossa infância e alegrias da modernidade. Um aventura no mundo empresarial que se perspetiva um futuro promissor.
motiva muito e que reúne de forma perfeita a minha formação em design e em empreendedorismo. De que forma pretende desenvolver os seus produtos no concelho? Durante alguns anos participei na Feira de Artesanato de Sesimbra com algumas peças de artesanato, no entanto, ainda não tive oportunidade de apresentar o projecto “Emocionante” na Feira, é algo que pretendo fazer em breve. Que produtos, tem para oferecer a quem a procura e como adquirir? Maioritariamente, a marca “Emocionante” desenvolve artigos de decoração personalizados, nos quais se unem o artesanato e o design. Este caráter de personalização torna estes artigos ideais para oferecer em ocasiões como aniversários ou como presentes de Natal. Os produtos preferidos são molduras nas quais está representada uma nova abordagem ao ponto cruz, aliada a componentes de design. Quem usualmente os procura são pessoas que têm crianças na família e que os oferecem como presente. Como se tratam de artigos personalizados, são realizados através de encomenda através de e-mail
(emocionante.design@gmail.com) ou através de pedidos directos. De que forma faz a divulgação no mercado? A divulgação dos produtos é feita de várias formas: através da venda directa em lojas colaborativas em vários pontos do país (lojas colaborativas são lojas que possuem pequenos espaços expositivos que cada artesão pode alugar para que possa lá colocar os produtos para venda), através de revistas de artesanato como a revista “Nova Gente Soluções”, através de catálogos que mostram os produtos da marca que são distribuídos pelos meus amigos e família e através do blog da marca - http://designemocionante.blogspot.pt/. Os seus produtos são uma imagem de marca da sua criatividade? Penso que tudo aquilo que fazemos com amor e dedicação revela a nossa imagem e aquilo que somos verdadeiramente. Em cada produto que faço consigo ver um pedaço da minha criatividade, todos os produtos são desenvolvidos com muita emoção. Como jovem acredita que o nosso país precisa de pessoas que arrisquem e apostem no empreendedorismo? Num país onde tantos negócios têm fechado portas, penso que é essencial arriscarmos em mostrar a nossa criatividade, investindo em negócios novos. Não tem de ser uma etapa negativa para o país, é uma etapa na qual as pessoas estão a renascer, apostando no empreendedorismo e nelas próprias.
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POLÍTICA
Orçamento dá continuidade às obras das vias e urbanismo
Orçamento 2015
Valor dos objetivos Educação - 1,8 milhões Cultura, Desporto e Tempos Livres – 2,5 milhões Ação Social – 381 mil euros Saúde – 56 mil euros Habitação/Urbanização – 2,7 milhões Saneamento e Salubridade – 1,9 milhões Proteção Civil – 445 mil euros Desenvolvimento Económico e Abastecimento Público – 2,6 milhões Comunicação e Transportes – 2,4 milhões Defesa do Meio Ambiente – 325 mil euros Atividades Meio – 3,3 milhões
OPINIÃO
O Orçamento para 2015, foi aprovado em Assembleia Municipal de Sesimbra com cinco votos favoráveis e duas abstenções. O orçamento ronda os 47 milhões, menos 10 milhões em relação ao ano que agora termina. A rede viária, abastecimento público e urbanismo são as áreas que a autarquia considerou que as áreas prioritárias e para as quais irá concentrar o maior investimento. Dando continuidade à requalificação, também as vias são uma das prioridades. Através da pavimentação de estradas e caminhos em localidades da freguesia do Castelo intervencionadas pelas obras de construção de saneamento básico, principalmente de vias que se encontravam em terra batida. Nesta área
a autarquia prevê realizar um investimento de cerca de 2,4 milhões de euros. Também na área do urbanismo, bem como, a melhoria da rede de abastecimento de água e renovação do parque de máquinas foram consideradas pelo executivo, áreas prioritárias. A área cultural, dando continuidade ao desenvolvimento das atividades da Fortaleza de Santiago irá contemplar o projeto de musealização e a reabilitação da envolvente do Santuário do Cabo Espichel, terminando na reabilitação do Mercado Municipal de Sesimbra. Sem obras previstas no parque escolar para 2015, a educação continua a ser um plano reforçado no orçamento e plano de atividades. Outra preocupação será a contenção de custos, tanto nas despesas de capital como nas despesas correntes que são desenvolvidas pelos serviços da autarquia, querendo desta forma o executivo racionalizar e até economizar principalmente na diminuição dos consumos e aquisição de bens e serviços. Em 2015 a Câmara Municipal continuará a dar prioridade à redução da dívida e do prazo médio de pagamento, seguindo a tendência verificada em 2013 e 2014.
No passado dia 14 de Outubro de 2014 realizou-se um seminário participativo no auditório Conde de Ferreira em Sesimbra, com o contributo de académicos, técnicos e alguns testemunhos de munícipes sesimbrenses e outros abrangidos pelo PNA. Esta foi a 1ª reunião pública sobre a discussão do Parque Natural da Arrábida, anteriormente tinha decorrido uma reunião da Assembleia Municipal de Sesimbra a 11 de Julho no presente ano em que a população sesimbrense esteve em peso e demonstrou as preocupações e dificuldades que diariamente enfrenta com as proibições e limitações impostas pelos regulamentos dos Parques (Arrábida e Luiz Saldanha). Coincidência ou não, que no dia do seminário, o parque marinho comemorava os seus 16 anos de existência. Assistimos à apresentação dos trabalhos relacionados com os parques, quer na envolvente terrestre e quer na envolvente marítima, respectivamente 12000 ha e 5000 ha , por parte de académicos de várias universidades portuguesas e que desta forma contribuiu para um maior conhecimento por parte do publico presente, da raridade que é a região da Arrábida e os municípios que a compõem: Setúbal, Palmela e Sesimbra, claramente é um activo estratégico que deve ser analisado globalmente, mas que forçosamente deverá ser observado localmente, isto porque cada concelho tem as suas especificidades, tradições e costumes que existem há séculos e que simplesmente não podem de deixar de existir de um momento para o outro, pondo em causa as suas próprias raízes e a sua organização socioeconómica em termos de comunidades e além do mais, um dos objectivos do POPNA é promover simultaneamente o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das populações de forma sustentável. Passados alguns anos desde a implementação do parque marinho surge o momento, com algum atraso e com a distância devida, de se promover uma consulta pública relativamente ao Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida. Estamos perante um diamante em bruto que tem sido sistematicamente delapidado por diversos intervenientes, sejam eles as pedreiras, a cimenteira, as indústrias pesadas na região de Setúbal, a poluição, o fogo e o próprio homem etc. erros cometidos no passado e que têm e terão consequências no presente e no futuro ao nível ambiental, cultural e socioeconómico da região em questão. João Silva
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CULTURA
Mais de duas dezenas de portas e janelas a concurso
Arte alegra ruas de Sesimbra
Vinte e duas portas e janelas do núcleo urbano antigo de Sesimbra estão decoradas com obras inspiradas no peixe, naquela que é a 2.ª fase do concurso “Sesimbra é Peixe e Arte na Rua”. Na primeira fase, um dos projetos saiu além-fronteiras e teve projeção internacional, tendo sido apontado como uma das 50 portas mais bonitas do mundo. A apresentação da segunda fase deste projeto, da responsabilidade da Autarquia de Sesimbra, decorreu no dia 15 de novembro, no Posto de Turismo, na Fortaleza de Santiago, e incluiu uma visita guiada às várias obras na presença do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, bem como membros do júri do concurso e autores.
A primeira fase do concurso, que desafiou os artistas a decorarem uma porta ou janela do núcleo urbano antigo da Vila, com motivos relacionados com o tema sugerido, decorreu entre maio e agosto. O sucesso desta iniciativa e o resultado “espantoso”, com um dos projetos a ser mesmo incluído na lista das 50 portas mais bonitas do mundo, publicada pelo site www.boredpanda.org, levou a autarquia a avançar para uma segunda fase. Octopus, um polvo que espreita de uma janela na Travessa Cândido dos Reis, foi o vencedor da primeira fase do concurso “Sesimbra é Peixe e Arte na Rua”. A escolha do melhor projeto da segunda fase resultará de
uma votação online, que decorre de 16 de novembro a 31 de dezembro, com um peso de 45 por cento dos votos, e da escolha do júri com 55 por cento. O júri é composto por um representante do Turifórum, um da Casa das Artes, um da Associação de Armadores de Pesca Artesanal Local do Centro e Sul e por quatro técnicos da autarquia das áreas da Cultura, Turismo, Pesca e Comunicação e Informação. O concurso está integrado na campanha da autarquia “Sesimbra é Peixe”, direcionada para a promoção do pescado de Sesimbra e para a promoção dos fatores históricos, culturais, étnicos, paisagísticos e ambientais ligados à pesca.
Marina – Abaixo da Linha de Água
De 15 a 30 de novembro esteve patente na Sala Multiusos da Fortaleza de Santiago, a exposição de fotografia Marina – Abaixo da Linha de Água, da autoria de José Au-
gusto Costa, com o apoio do fotógrafo Hugo Silva. A mostra reúne vinte imagens captadas na marina do Clube Naval de Sesimbra, ao longo de vários meses, dando
a conhecer algumas espécies de invertebrados marinhos minúsculos que têm o seu habitat naquela zona. As espécies vão desde, os corais de cores variadas a pequenos crustáceos. José Costa especializou-se em fotografia macro de natureza, tendo no seu currículo diversas exposições sobre insetos, fauna maior (répteis, aves e mamíferos) e, mais recentemente, uma sobre a fauna que se pode encontrar entre marés, desde a praia da Foz, a norte do Cabo Espichel, e a praia da Comenda, próximo de Setúbal. É ainda autor do livro Insectos, editado pela Câmara Municipal de Sesimbra.
S. Martinho Faz um belo dia de sol! Dirão os que guardam memórias mais vivas de outros tempos, é pois o Verão de S. Martinho. É verdade que cada época do ano tem as suas características próprias. Depois dos longos, belos e soalheiros dias de Verão, vem o período das colheitas e em seguida os cinzentos e pequenos dias de Outono. E tudo parece voltar à normalidade. As escolas a funcionar, bem ou mal. As manifestações prosseguem contra as severas medidas do des)governo, dos partidos que se dizem da social democracia e democrata cristão. Continuam as reivindicações, de alguns extractos da população, (função pública, professores, trabalhadores dos transportes, algumas empresas com ameaças de despedimentos e/ou de encerramento de empresas) a reclamar melhorias de condições de vida. E uma muito grande parte da população portuguesa assiste impávida e serena aos deslumbrantes (que de deslumbramento não tem nenhum) programas de entretenimento, dos talk shows, das telenovelas a quase todas as horas o dia. Mas porque hoje é S. Martinho, vamos recordar esse acontecimento, contando a história, que alguns saberão mas que muitos desconhecem, certamente. A lenda reza assim: Cavaleiro bem agasalhado em rodado manto, seguia o jovem Martinho, num dia frio dum Outono já adiantado. Era o dia 11 de Novembro de 338. A chuva desabava do céu a jarros, o vento era de nortada e o frio fazia tiritar até os ramos despidos das árvores. À margem do caminho enlameado, um pobre mendigava: uma côdea, para alminha de quem lá tem! Martinho não levava pão nem dinheiro. Mas levava a bela capa desbruada. Dava bem para agasalhar duas pessoas. Não há que hesitar! Com a espada afiada parte ao meio o manto e fica com uma metade deixando o pobre agasalhado sem a si se desagasalhar. Mais adiante outro mendigo! Mais esfomeado e roxo que o anterior estende a mão, sem dizer palavra. Martinho ali mesmo se desagalhou para cobrir o mendigo com a metade de clâmide que lhe restava. E lá seguia caminho, batendo com os dentes uns nos outros, tiritando de frio. Eis senão quando, de improviso, o céu se abre, as nuvens dispersam e os raios de sol aquecem o frio de Inverno. Jesus em pessoa se lhe juntou em viagem, em forma de menino que pela rédea, foi retirando o cavalo e o cavaleiro do enlameado e agradecendo a Martinho por ele O ter coberto com as duas metades do manto, quando apareceu disfarçado naqueles dois mendigos. O sol não cessou de brilhar durante três dias a começar por esse 11 de Novembro. E esses três dias passaram a chamar-se o Verão de S. Martinho, que costumava ter fama e proporcionar o proveito aos desagasalhados, ainda hoje em dia. José Manuel Vieira
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ECONOMIA
Na data solene de 2 de Novembro, a delegação de Sesimbra da Liga dos Combatentes evocou todos os militares falecidos que lutaram por Portugal e tomou lugar especial no ofício religioso na Igreja Matriz de Santiago. No altar-mor situou-se o estandarte da delegação, empunhado por J. Zegre e ladeado por dois elementos da marinha com clarins para intervenção no momento solene da missa. O presidente, Florindo Paliotes, com os seus colaboradores da direcção, colocou-se na primeira fila e recebeu a saudação elogiosa do Padre Manuel Martins. No final do ofício houve a já clássica romagem ao cemitério para deposição de uma coroa de flores no talhão dos combatentes, cerimónia a que se associou o presidente do município, arq. Augusto Pólvora. Depois, num restaurante da vila, seguiu-se um belíssimo almoço convívio com uma vintena de participantes, incluindo o presidente da C.M.S., o padre Manuel, o comandante Manuel Henriques e oficial general Albuquerque Gonçalves, o mais graduado dos combatentes associados na delegação de Sesimbra. Uma boa confraternização e uma única alocução alusiva à data de sentida memória – a do Comandante Manuel Henriques apelando à coesão e exemplar companheirismo, os necessários alicerces da organização.
LEITURA DO MÊS
Almoço convívio da Liga dos Combatentes
Com o objectivo de valorizar, preservar e promover a Arrábida e o seu património, a AMRS , na sequência do processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial, considera necessário continuar a aprofundar o conhecimento sobre este território e a divulgar amplamente os valores patrimoniais nele existentes. E se muitos julgam conhecer a Arrábida e os mistérios que ela encerra, este livro pretende iluminar um mundo feito de escuridão e dar a conhecer uma pequena parte do tesouro que constituem as grutas da Arrábida e que poucos têm a sorte de conhecer. Cada uma das imagens registadas pelo NECA - Núcleo de Espeleologia da Costa Azul mostranos um pequeno pedaço deste tesouro, permitindo-nos continuar a afirmar que estamos perante um património único e excepcional que urge continuar a estudar e a proteger. A AMRS , dando resposta ao compromisso assumido de publicar os trabalhos que permitiram a sustentação técnica e científica da candidatura, contribui para o aprofundamento do conhecimento da Arrábida, esperando aumentar o número daqueles que se apaixonam por este território habitado por uma multiplicidade de valores patrimoniais naturais e culturais de grande relevo.
“Cote d`Azur é uma imobiliária que age localmente, mas pensa globalmente”
Sesimbra é um local escolhido para viver primazia a um mercado em relação a outro, no entanto, tanto pelo nome, como pela nossa ligação ao mercado internacional, somos muito procurados por estrangeiros que querem fixar residência em Portugal. Conhecemos os procedimentos técnicos, e temos relação profissional com outros players que nos ajudam e canalizam clientes para a nossa agência. Porque escolheu Sesimbra para desenvolver o seu negócio? Estou muito ligado a Sesimbra, conheço bem o mercado local e tenho muitos contactos profissionais e pessoais. Considero ser uma mais valia estar localizado na Vila, onde o contacto é feito cara a cara, onde as pessoas reconhecem e valorizam quem trabalha de forma honesta.
As imobiliárias defendem que o sector alcançou novas metas, com os preços de mercado a serem reajustados e um ligeiro facilitismo da banca. A Cote d`Azur é uma imobiliária que age localmente, no concelho de Sesimbra gerida por um jovem empresário, Rachid Timchara que falou ao Sesimbrense, sobre a forma com que vê a evolução dos mercados atualmente e quais os resultados alternativos de sucesso no campo imobiliário. O ano 2014 era visto com um ano de retoma e evolução do mercado imobiliário, isso veio a acontecer? O Ano de 2014, em termos imobiliários trouxe uma realidade mais tangível, os clientes
procuraram essencialmente bons negócios, sem recurso a crédito e com características mais viradas para o investimento. Essencialmente muitos negócios foram feitos com pronto pagamento. 2014 foi um ano de alinhamento de preços dos imoveis, face ao período homologo, que se encontravam sobrevalorizados, revitalizando assim a procura. A vossa empresa aposta nos investidores internacionais, esse é um mercado a explorar aqui em Sesimbra? A Cote d`Azur é uma imobiliária que age localmente, mas pensa globalmente. Pela sua génese e localização, somos muito procurados por estrangeiros, mas não privilegiamos
um mercado em detrimento de outro. Com a participação da Cote d`Azur em feiras internacionais, nomeadamente Leon e Paris, a nossa cota de mercado alargou-se e expandiu-se para o mercado francófono, mas essencialmente o objetivo primário da nossa apresentação em mercados fora de portas, tem como primazia levar o nome de Sesimbra alem fronteiras. O ano de 2015 será um reforço da nossa presença nas feiras internacionais, desta vez com uma mais-valia, a presença do departamento de Turismo da Camara Municipal de Sesimbra, que nos ajudará a levar Sesimbra além-fronteiras. A atualização do preço dos imóveis e a banca mais fa-
cilitadora são uma forma de minimizar a estagnação de 2013? A atualização de preços não foi mais do que o reflexo do alinhamento do mercado em relação a um valor que era especulativo e sobrevalorizado. Hoje, o mercado apresenta preços alinhados com a realidade da procura. Felizmente hoje, em relação a 2013, temos mais capacidade de negociação, e apesar da tímida abertura da banca em relação ao crédito habitação, conseguimos realizar mais negócios. A vossa empresa trabalha mais no mercado estrangeiro, qual o motivo? A Cote d`Azur, não dá mais
Sesimbra é uma riqueza ambiental que leva a uma maior procura, quem quer comprar aqui o que lhe podemos oferecer? Sesimbra, pela sua localização, oferece a que a procura todo um manancial de opções, com uma riqueza natural incomparável, com uma costa marítima de excelência, e com uma gastronomia rica, presenteia quem quer fixar residência na Vila, uma indiscutível qualidade de vida. A nossa parceira com o Turismo de Sesimbra, indiscutivelmente ajuda quem procura Sesimbra, a uma ambientação mais rápida e agradável. O Turista sente-se parte da família, uma vez que o acolhimento é feito sempre ao melhor nível.
SOCIEDADE
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Vamos falar sobre a morte assistida? Sesimbrenses pelo Mundo
Nome: Mário Rapaz Idade: 46 anos Local: Frankfurt am Main Alemanha A fazer o quê? Técnico profissional de água e gás. Há quanto tempo? Desde 1991 Qual o principal motivo que te levou a partir? Simplesmente o amor por uma mulher… Exceptuando a família, claro, de que sentes mais saudades? Sol e praia, peixe fresco De que forma te manténs atento ao que se passa em Sesimbra? Uma das formas foi através do jornal Sesimbrense, pelo contacto com família e amigos residentes em Portugal e pela Internet. Outra das formas e quando visito o país, normalmente em período de férias. De que forma olhas agora para a tua terra a partir daí? Apesar das grandes dificuldades económicas que atravessa, e um país cheio de coisas maravilhosas. Como matas as saudades? Mantenho o contacto com familiares e amigos através da internet e telefone. Outra forma é através da TV Satélite que me dá acesso aos canais televisivos portugueses. Em casa tentamos manter os costumes portugueses. O projecto é voltar? Dificilmente, pelo menos num futuro próximo. A Alemanha é o país onde os meus
filhos nasceram e cheio de oportunidades para o futuro deles. No meu caso e da minha esposa, mantemos um estilo de vida que não seria possível encontrar, neste momento, em Portugal. O que te fará voltar? Apesar do meu grande amor pelo meu país, neste momento não encontro motivos para regressar mas só o futuro dirá. Talvez na idade da reforma consiga passar mais tempo em Portugal. O que dirias ou que conselho darias a quem hoje está de partida? É sem dúvida uma experiência muito enriquecedora, a Alemanha é um país muito diferente do nosso em termos de organização e ética de trabalho. O povo alemão é muito rigoroso e disciplinado e penso que a adaptação inicial a este modo de vida pode ser difícil. E a quem fica e vê alguém próximo partir? Apesar das saudades, é preciso ser compreensivo e apoiar este tipo de situações. Os que ficam devem ficar contentes, com aqueles que partem e conseguem realizar os seus objectivos. Hoje em dia, a distância já não é uma barreira tão difícil de suportar como antigamente. Com os fáceis acessos e melhores preços torna-se mais fácil manter o contacto. O que custa mais? Não podermos estar pre-
sentes e juntos daqueles que gostamos em todos os bons e maus momentos. O que te atrai mais e menos nesse país? Admiro a organização e planeamento com que os alemães gerem o seu dia a dia. Penso que neste aspeto somos completos opostos. Por outro lado, o que atrai menos é a falta de espontâneidade e penso que no fundo acabam por viver menos a vida. Nós, os portugueses, damos valor a pequenas coisas que no fundo é aquilo que nos dá alegria. O que custou mais no processo de adaptação? Sem dúvida, a língua. Foi uma aprendizagem difícil. De resto, foi uma adaptação fácil pois a minha esposa já vivia na Alemanha.
Primeiro vamos a apresentações: sou a Maria João e tenho 23 anos. Sou uma pessoa normal e consigo tomar decisões por vontade própria. Ah! Sou humana! Mas sabem? Também sou “doente”. Doente de uma doença rara e (ainda) sem cura. A minha doença pode ou não provocar dores aos seus portadores. E quando provoca... Posso dizer que saiu-me a lotaria e sofro de dores que me matam por dentro. Dores d-i-á-r-i-a-s. “Ah, existem medicamentos que controlam as dores.” Não venham dizer isso a uma pessoa que toma medicação d-i-á-r-i-a desde 2006 e pasmem-se, continua a ter dores que ninguém (NINGUÉM!) consegue imaginar. Talvez por isso, seja totalmente a favor da eutanásia. Adoro viver, adoro as minhas pessoas e os meus amigos, adoro estar aqui mesmo quando a Vida já me roubou tanto. O sorriso. O choro. A audição. E sim, também me deu. Deu e dá. Muito! Continuo a Acreditar, não julguem o contrário. A Acreditar na Vida. Na cura. Em mim Estou e estarei grata aos meus médicos, enfermeiros, terapeutas (e existem muitas mais pessoas) por TUDO (e só eu e os meus pais sabemos o quanto tem sido este tudo) o que tem feito por mim ... No entanto, chega uma altura em que viver com dores angustiantes, não é viver. É sobreviver. E é por esse motivo, que entendo, na perfeição, quem escolhe acabar com o seu sofrimento. “Mas essa decisão vai deixar a família e amigos devastados!” Eu, que pouco ou nada sei da Vida, pergunto:
Mas a família não irá sofrer sempre? Quer a pessoa que amam escolha a eutanásia e assim deixe de sofrer ou escolha viver suportando todas as dores, todos os tratamentos que pouco ou nada irão ajudar, todas as esperanças que já nascem mortas e pior: ver diariamente a dor no rosto do núcleo familiar e amigos. Enumerei SÓ ALGUNS exemplos mas digam-me: chamam a isto viver? Sejam realistas, isto é sobreviver! Isto é desumano! Escolher morrer com dignidade, a meu ver, não é desistir! Escolher morrer para pôr fim ás dores e ao sofrimento, é acto de coragem! Ninguém tem o direito de julgar quem tome a dura e cruel decisão de pôr um fim à Vida. Aqui, na Terra. É algo extremamente pessoal e que só pode ser decido por uma única pessoa. A pessoa que vive, na própria pele, em sofrimento constante durante anos, meses, dias, horas e segundos. Evidentemente que cada um tem direito à sua opinião, no entanto não podem julgar. Podem fazer uma coisa muito simples: respeitar. Dêem valor ao que tem no vosso Mundo. Principalmente a algo que não se vê mas que é o mais importante da Vida: à Saúde.
Onde levas quem te vai visitar aí? Em primeiro lugar gosto de mostrar a Skyline de Frankfurt, depois costumamos ir a um restaurante típico alemão para provar as especialidades aqui da zona (vinho de maçã) Quando regressas a Sesimbra, o que te apetece logo fazer? Comer um bom peixe fresco, como diz a publicidade a vila de Sesimbra « Sesimbra é peixe » e eu adoro peixe ! Já a minha esposa e os meus filhos, a primeira coisa que eles gostam de fazer é ir para a praia !
Maria João Inocêncio
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DESPORTO
HORÓSCOPO
Alfarim soma e segue
A Direção do Grupo Desportivo de Alfarim vai inaugurar no próximo dia 8 de dezembro pelas 14:30h as novas bancadas do seu complexo desportivo, bem como a requalificação dos balneários e zona do bar. Esta é mais uma obra da responsabilidade do clube situado na freguesia do Castelo. No de correr dos seus 38 anos de história, o Alfarim, que teve inicio numa sede alugada na aldeia, tem vindo a desenvolver-se prestando um serviço de qualidade de desporto à população, bem como colo-
cando ao seu dispor um conjunto de infraestruturas, que o colocam ao nível de outros rivais do Distrito de Setúbal. Numa aldeia com cerca de 760 habitantes, segundo os últimos censos de 2011, o Grupo Desportivo de Alfarim consegue movimentar nas suas instalações, mais de 320 atletas, distribuídos pelas diversas modalidades colocadas ao serviço da população, havendo ainda a acrescentar todos os que utilizam o pavilhão e o relvado para praticar Futsal ou Futebol Amador.
PADEL
Clube Escola de Ténis de Sesimbra
Dário Santos é campeão nacional
Torneio Aniversário Integrando a comemoração do seu 15º Aniversário, o CETS levou a efeito a realização de diversos torneios, contemplando vários escalões etários, com especial realce para o Campeonato Absoluto do Concelho de Sesimbra, prova aberta a todos os naturais ou residentes no nosso concelho . Abaixo registamos portanto, as classificações dos atletas que este ano alcançaram os resultados mais significativos.
Classificações
Campeão – Fábio Rocha; Vice- Campeão – André Aldeia; Semi – finalistas – Marco Pires e J. Pina
Dário 1º a contar da esqª. Dário Santos, desde muito jovem sesimbrense por adopção e ex-aluno do Clube Escola de Ténis de Sesimbra, sagrou-se campeão nacional de Padel, nos campeonatos nacionais de nível II da modalidade, realizados no Clube de Padel CNN em Lisboa. O Padel, sendo uma variante do ténis, é no entanto um desporto diferente, que está em grande expansão no nosso país, sendo um dos desportos de raquete mais praticados em Espanha. Neste jogo, embora se utilize uma bola de ténis, as raquetes são diferentes bem como o espaço de jogo, o qual permite uma acção muito lúdica e dinâmica.
(1ºs Classificados) Veteranos +35 - Marco Pires; Vet. +45 - José Pina; Vet. + 55 – João Aldeia; Vet. + 65 - António Marques; Pares Livres - Marco Pires/Fábio Rocha; Femininos Andreia Leal; Sub – 8 (participantes) André Silva - Beatriz Reis - Guilherme Silva - Gustavo Faria - Joana Tareco - Martim Pereira - Rita Mendes - Simão Santos; Sub 10 - Diogo Aldeia; Sub 12 - Afonso Almeida; Sub 14 - Duarte Costa; Sub 16 - João P. Gegaloto; Sub 18 - Leonardo Maricato João Pedro Aldeia
João P. Aldeia
Tiago Lopes
PROMOÇÃO DE NATAL
30% DESCONTO IMAGENS, LIVROS, TERÇOS E VELAS COPO
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Grupo Desportivo União da Azoia
Sesimbra no mapa da Orientação
O Sesimbrense esteve à conversa com Jorge Baltazar e Noel Cabeça, dirigentes e técnicos do Grupo Desportivo União da Azoia. Falaram sobre as atividades do Clube, mas principalmente sobre a Orientação Pedestre, que se destaca pela sua importância no concelho. Relembramos que é já no próximo dia 20 de Dezembro, que o GDU Azoia organiza a 2ª edição do Trail do Cabo Espichel / Sportlife. Quais são atividades que existem atualmente no clube? Orientação (federados) e BTT. Temos atividades recreativas, como as danças de salão (5ª feira) e o Zumba (2ª e 6ª). Ainda celebramos algumas festas, bailes e garraiadas (na altura da festa do cabo). Como surgiu a orientação no Azóia? O GDU Azoia fazia atividades de orientação, mais direcionadas à escola, nomeadamente com o desporto escolar. No final de uma dessas atividades, o antigo vereador Cristóvão Rodrigues, desafiou-me (Jorge Baltazar) a realizar orientação. Corria então o ano de 2006, Ranking 2014 atletas GDU Azoia Orientação Pedestre
quando decidimos abrir uma secção de orientação no GDU Azoia. Como conseguiu atrair pessoas para a orientação? Primeiro com pessoas que conhecia mos, que são do concelho e que já praticavam orientação esporadicamente. E depois com os jovens, com os meus filhos (Jorge Baltazar) e com alguns miúdos da Azóia, que também foram lá iniciar-se. Começamos a fazer uma atividade regular de treino e de formação dos jovens a partir de 2007. Quais são as suas perspetivas para a orientação aqui no concelho de Sesimbra? Temos algum potencial, mas por outro lado já está muito usado para competições, torna-se um pouco difícil fazer competições de alto nível no concelho, porque muitas áreas já foram utilizadas em competições internacionais. No entanto, se tivermos uma oferta de mapas e percursos podemos atrair muitos turistas, É um local que os atletas estrangeiros procuram para treinar durante o inverno. É o único país onde se consegue fazer orientação nos meses de inverno, na europa, e Sesimbra oferece condições de excelência. O primeiro mapa de Sesimbra, é dos primórdios da orientação, no início dos anos 90, na zona da apostiça. Em 1998, a zona da Lagoa e do Meco, tiveram uma competição internacional muito importante e que neste momento trás 1500 estrangeiros a Portugal (POM - Portugal O Meeting). Desde que abrimos a secção atualizamos alguns mapas antigos, como por exemplo o do Meco, foi o sítio onde fizemos a primeira prova de orientação pedestre, e fizemos o mapa da vila, que tem sido utilizado pelo desporto escolar e por associações que nos pedem apoio. Em 2010, com o campeonato nacional
O GDU Azoia nasceu como um clube de futebol, mas ao longo da sua história foi integrando outras modalidades. Tudo começou quando um grupo de jovens decidiram juntar-se nas eiras e terras de vizinhos para jogar futebol. Conseguiram juntar algum dinheiro e adquiri camisolas, numa campanha das pastilhas elásticas “Pirata”, motivo pela qual surgiu o seu primeiro nome: Clube de Futebol Os Piratas. As primeiras reuniões realizaram-se numa sala do café do “Pingareta” (Domingos Pinhal). No dia 25 de Abril de 1971, foi fundada a associação, pelas mãos de Armando José Mateus Costa, Armindo Almeida Diogo, Amândio do Carmo Santos, Adelino Lopes Graça Jesus, Armindo Ribeiro Santos, Joaquim Jorge Marcelino, Vitor Afonso Almeida Diogo, Rogério Ricardo Cruz Pereira, Dinis Moreno Santos Diogo e Joaquim Artur Miguel Sabino. Segundo uma declaração de João Paulo Cancella de Abreu, datada de 30 de Março de 1976, o terreno onde se encontram as instalações do GDU Azoia foi cedido gentilmente pela Casa Cadaval. Ao longo da sua história, a coletividade foi integrando várias modalidades, das quais se destaca, a secção de Orientação, que tem vindo a elevar o nome do clube em campeonatos nacionais e ibéricos, em que conta já com alguns títulos nas várias vertentes da modalidade (Pedestre, BTT e Corridas de Aventura). Já neste ultimo ano, foi ainda criada uma secção de BTT, que conta com várias participações em Maratonas e provas de XCO. O clube tem ainda uma vertente social importante, na medida em que as suas instalações constituem um polo de convívio e ali se presta apoio médico à população local, além de outras atividades como Zumba Fitness, Ginástica Sénior e Danças de Salão. absoluto de orientação pedestre, fizemos mais dois mapas, Serra da Achada e Fornos - Facho da Azoia. Em orientação em BTT, temos praticamente todo concelho cartografado. Esses mapas são essencialmente utilizados pelo GDA? Sim. Na modalidade o primeiro clube que cartografou a zona, é o proprietário do mapa. Se quisermos usar depois temos que fazer protocolos ou entrar em acordo com os clubes. O primeiro clube que realizou mapas aqui no concelho, foi o Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação. Inicialmente utilizavamos os mapas deles, mas fomos atualizando-os com alguma regularidade por causa de caminhos, cortes de árvores, etc… as coisas acabam por se modificar. Mas os mais recentes são mapas feitos pelo clube, em novas áreas. O que acha necessário para que a orientação do GDU tenha mais impacto aqui no concelho de Sesimbra? A divulgação é sempre importante e o facto de termos notícias regularmente na comunicação social. No entanto acabamos por não ter condições financeiras para suportar a vinda de jovens que po-
deríamos atrair através do desporto escolar. E que condições são essas? Não temos estrutura financeira, para suportar os custos inerentes aos transportes, equipamentos, entre outros. O que acha que pode ser feito em relação a parcerias com vista a ajuda à orientação e com quem? Para a prova que estamos a preparar para 2015 (prova da Taça de Portugal de Orientação Pedestre), se a hotelaria aderir a este projeto eles podem receber parte dos participantes. Nesta altura, eles tão sempre cheios, holandeses, suecos, etc. Que procuram conhecer um pouco mais de Sesimbra e esta seria uma boa oportunidade, principalmente se tivermos o apoio de empresas direcionadas para o turismo ativo. Quem quiser praticar orientação, o que é preciso, com quem tem de falar? O melhor é vir ter connosco ao clube à terças e quintas a partir das 19h00 e aos domingos, quando não estamos em prova. Podem contactarem-nos, para os contactos que tão no site. Jovita Lopes
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