6 minute read

COSTA DA CAPARICA Parque de campismo recolhem equipamentos

Munícipes do Montijo desafiados a fazer enfeites de Natal

A Câmara do Montijo desafia, a partir de hoje e até o próximo dia 17, os munícipes a produzirem enfeites natalícios, para serem divulgados a 23 deste mês nos canais digitais do município. “Com recurso a diferentes expressões artísticas e a diversos materiais que tenha por casa, elabore em família uma peça de Natal. Pode ser um enfeite para a Árvore de Natal, para a porta de entrada, um centro de mesa, um desenho, um presépio ou outro objecto alusivo a esta época”, desafia a autarquia. Os interessados devem enviar fotografia do trabalho para museu. se@mun-montijo.pt até dia 17. “Identifique o(s) trabalho(s) com o nome que representa a sua família, um título para a peça e uma frase que descreva o significado desta quadra tão especial”, conclui a autarquia.

Advertisement

DR

ALMADA

Parque de Campismo da Caparica fecha para obras e alarga prazo para utentes retirarem equipamentos

O Parque de Campismo Inatel Caparica, em Almada, fechou na segunda-feira as suas portas para obras de requalificação, mas foi alargado até 13 de Janeiro o prazo para os utentes retiraram os seus equipamentos.

Inicialmente, o prazo para os utentes retirarem os seus equipamentos terminava no passado dia 30.

“O Parque fecha as suas portas hoje [dia 30]. Estará aberto, apenas, entre as 09h00 e as 18h00, exclusivamente para que, nos casos em que ainda não retiraram os equipamentos o possam fazer, impreterivelmente, até 13 de Janeiro”, refere a Fundação Inatel, numa resposta enviada à agência Lusa.

De acordo com a mesma fonte, o parque apenas estará “aberto para aquele efeito”, acrescentando que os utentes foram informados da data limite, frisando que “uma parte significativa já retirou os equipamentos”.

Segundo a Inatel, as obras vão insistir em infra-estruturas de ordenamento do espaço, linhas de distribuição das águas, redes de esgotos, redes de ataque a incêndios, recuperação de espaços comuns e implementação dum projeto turístico.

As obras serão feitas de forma a estarem terminadas antes da época balnear de 2021.

No final de Setembro, cerca de 100 utentes não tinham condições financeiras para retirar os equipamentos do parque de campismo, como exigido, havendo 18 famílias que temiam ficar desalojadas.

“Há cerca de 50 famílias a residir no parque. Eu represento 18. Todos têm enorme receio de ficar sem local para residir, pois não têm residência alternativa nem meios financeiros para o suportar”, relatou à Lusa, na ocasião, o advogado Pedro Proença, que representa 200 utilizadores deste parque de Almada.

Segundo o responsável, a Fundação Inatel, que gere a infra-estrutura, notificou os utentes para retirarem os seus equipamentos até 30 de Novembro, para que seja possível encerrar o parque e iniciar obras de requalificação.

No entanto, indicou, “há vários utentes que há largas dezenas de anos mantêm no local a sua residência habitual, tendo ali o seu domicílio legal e fiscal”.

Além disso, das 200 pessoas que representa, “quase metade vai ter enormes dificuldades financeiras em remover equipamentos instalados há muitos anos”, assim como em suportar os custos do seu armazenamento noutro local.

De acordo com Pedro Proença, os utentes não pretendem criar uma situação de litígio, mas apelaram à fundação para suspender as obras até haver condições de saúde pública ou que as mesmas decorram sem a remoção dos equipamentos instalados no parque”, disponibilizando-se a “pagar a quota mensal durante a realização das obras”, caso os equipamentos se possam manter no local.

Ainda assim, adiantou, se a situação for para a frente, os utentes equacionam o “recurso aos meios judiciais” e até mesmo “assumir outras formas de luta, acorrentando-se aos equipamentos e instalações”.

Na altura, e quando confrontada com a hipótese de algumas pessoas estarem em risco de ficarem desalojadas, a Fundação Inatel disse estar em articulação com a Segurança Social, “de forma a encontrar as soluções, com as entidades que têm essas responsabilidades, mas somente em casos absoluta e imperativamente justificados de indigência”.

Lusa

OPINIÃO

Maria João de Figueiredo

Elogiar vs criticar – A nossa cultura e o impacto das redes sociais

Quem gere e lidera equipas, sabe que o elogio é a ferramenta que alimenta a motivação necessária para que determinado grupo ou elemento do mesmo, siga alinhado e com o foco naquilo que é mais importante, atingir os objetivos a que a equipa de propôs.

No entanto, é igualmente importante para o crescimento dos elementos e do grupo, as chamadas críticas construtivas, em que são identificados os pontos que falharam ou que precisam de ser melhorados.

Estas são premissas que parecem simples e por isso fáceis de colocar em prática, logo todas as equipas, sejam elas de que natureza forem, deviam ser produtivas e estarem altamente motivadas. Sim, deviam, mas não acontece.

Portugal, um país que culturalmente se habituou a criticar muito mais que elogiar, quando o faz, é porque se conseguiu um resultado, que pela sua conquista é impossível não elogiar.

Esta forma de ser que está tão enraizada na nossa forma de ser, potenciou-se com a chegada das redes sociais, onde atrás de um ecrã todos nós somos entendidos e conhecedores nas mais diversas matérias. Infelizmente, usamos esse “conhecimento” apenas para criticar e deitar a baixo, ao invés de valorizar o trabalho dos outros.

Pegando nas recentes vitórias e conquistas do nosso Miguel Oliveira. Que orgulho tão grande ver a nossa bandeira, ouvir o nosso hino, que espetáculo de miúdo, dizemos todos nós.

E quando pensamos nisto tudo, quantos de nós valorizaram o trabalho que vem sendo feito há tantos anos, os sacrifícios que o Miguel teve que fazer, ter que optar em deixar de viver as coisas normais que todos os jovens vivem, para se dedicar de corpo e alma a esta paixão. Tudo isto foi valorizado por quem aplaudiu e partilhou a fotografia do nosso Miguel com a nossa bandeira? E agora, quando o Miguel não ganhar, continua a ser o nosso orgulho? Ou passamos a criticar e a acusar que não ganha porque não quer, tal como fizemos recentemente com a nossa seleção de futebol?

Temos uma das melhores seleções nacionais do mundo, temos o melhor jogador do mundo, mas mesmo assim, quando não ganhamos, conseguimos ler as maiores barbaridades sobre os nossos jogadores e selecionador. Para quem tem na sua natureza criticar, não dá valor ao esforço e dedicação de um jogador profissional, do tipo de vida regrada que os mesmos e a família têm que ter. E logo de seguida ouve-se: “Ganham para isso, eles que corram”.

Certo, são privilegiados nessa matéria, mas não nos dá o direito de não valorizar a parte humana de cada uma daquelas pessoas que faz parte daquela equipa. Até porque se o direito a criticar fosse proporcional ao salário ao final do mês, não tínhamos críticas às equipas que jogam numa divisão distrital, onde aqueles jogadores vivem o amor ao futebol em estado puro. Mas ainda assim, são criticados por pessoas sentadas num sofá e atrás de um ecrã, que nunca praticaram qualquer desporto, e nem sabem os sacrifícios que cada um destes jogadores tem que fazer para ali estar a representar a equipa da cidade.

Conseguir criticar alguém que vive o futebol de forma pura, que treina à noite, em vez de estar com a família depois de um longo dia de trabalho, onde a recompensa financeira todos sabemos ser simbólica, e mesmo assim, conseguirem criticar, só mostra que esta estranha forma de ser e estar, não tem a ver se estamos a falar de desportistas com todas as condições materiais para conseguir atingir o objetivo, ou não.

Esta estranha forma de ser está enraizada na nossa cultura, e é pena, porque hoje em dia com toda a informação disponível, todos sabemos o esforço e dedicação que está por trás de cada conquista do Miguel, do Cristiano, do Nelson, do Nuno, da Telma, da Ticha, da Rosa, do Carlos, do Vítor e do Luís.

Temos tanto talento português para elogiar, vamos aproveitar?

This article is from: