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Todi
Câmara de Setúbal mantém ligação ao fórum europeu de prevenção da criminalidade
A Câmara Municipal de Setúbal mantém a sua ligação ao Fórum Europeu de Segurança Urbana, depois de ter sido reeleita para o comité executivo “da rede destinada a fortalecer as políticas de prevenção da criminalidade”, explicou a autarquia em comunicado. A decisão foi “tomada a 15 de Março, por ocasião da Assembleia-Geral do organismo”, estando o concelho sadino representado “pela presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, e pelo vereador com o pelouro da Protecção Civil, Carlos Rabaçal”. “Enquanto membro, Setúbal tem como objectivos promover projectos do Fórum Europeu e da rede europeia noutras cidades portuguesas e em cidades geminadas com o concelho e organizar a Conferência Internacional sobre Riscos, Segurança e Cidadania”.
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GRÂNDOLA
O Núcleo Museológico de São Pedro, em Grândola (Setúbal), é inaugurado no sábado como local de investigação e divulgação da memória colectiva e de salvaguarda do património histórico e arqueológico do concelho, anunciou ontem a câmara.
Resultante da recuperação da antiga Igreja de São Pedro, edifício dos finais do século XVI, e da antiga Central Elétrica, no centro tradicional da vila, o Núcleo Museológico de São Pedro envolveu um investimento global de 900 mil euros, incluindo um financiamento europeu na ordem dos 600 mil euros.
“Trata-se de um núcleo dedicado à arqueologia e à história de Grândola e faz parte de um conjunto de museus polinucleados que queremos ter neste concelho”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, que considerou este investimento como “uma mais-valia do ponto de vista cultural e uma forma de mostrar a história” local.
De acordo com o autarca, o espaço museológico pretende “acolher exposições de longa duração e temporárias, assim como as reservas museológicas do município”.
O público vai poder observar “peças arqueológicas, fotografias, desenhos e textos que vão contar a história” deste concelho alentejano, “desde as Ruínas Romanas de Tróia à actualidade”, frisou Figueira Mendes.
A abertura ao público vai “contar com uma pequena surpresa que ainda não pode ser revelada, relacionada com uma peça da actualidade”, afirmou o presidente da câmara.
Durante este ano, “não serão co-
DR
Núcleo envolveu investimento global de 900 mil euros
bradas entradas” no museu, que “vai implementar todas as medidas de segurança” devido à pandemia de covid-19.
O núcleo museológico tem uma área total de 200 metros quadrados, onde foi construída uma zona de exposições, “que ocupa a antiga nave e o altar-mor e duas salas laterais dedicadas à exposição de longa duração, onde serão retratados lugares e exibidos artefactos datados desde o Paleolítico ao século XX”, explicou a autarquia, em comunicado.
Numa terceira sala lateral, dedicada a exposições temporárias, ficarão patentes, numa primeira fase, fotografias da coleção Martins & Máximo. O espaço alberga ainda um pequeno auditório para a projecção de um filme alusivo à história do concelho de Grândola.
No interior, “o visitante é convidado a empreender uma viagem sem precedentes ao longo dos diferentes períodos históricos, por vestígios materiais deixados por comunidades de antanho, desde os antigos caçadores recolectores até aos tempos do Llugar da Gramdolla”, assinalou o comunicado.
O autarca realçou à Lusa que, nos próximos anos, a câmara pretende “criar vários núcleos [museológicos] com temáticas diversas”.
“Este museu é dedicado à arqueologia e à história, mas temos um outro projeto em curso dedicado à etnografia, num edifício histórico que está a ser remodelado, e queremos ainda criar um outro núcleo ligado ao 25 de Abril”, revelou Figueira Mendes.
O presidente da câmara lembrou que, já “há dois anos”, que está aberta a Casa dos Produtos Endógenos, que “é a recriação e o aproveitamento de uma adega”, e admitiu “que a cortiça, ligada à história do desenvolvimento” local, “possa vir a ser uma outra vertente” a musealizar.
TRÓIA
GNR apreende armas em processo de violência doméstica
A GNR anunciou ontem ter apreendido diversas armas no âmbito de um processo de violência doméstica, na localidade de Tróia, no concelho de Grândola, que tem como suspeito um homem, de 73 anos.
Segundo o Comando Territorial de Setúbal da GNR, em comunicado divulgado ontem, militares dos postos de Tróia e de Comporta apreenderam, na quinta-feira, três espingardas, um pinhal, seis canivetes e diversas munições de calibres variados, após darem cumprimento a um mandado de busca domiciliária. “No decorrer de uma investigação por violência doméstica, os militares da Guarda apuraram que o suspeito, de 73 anos, infligiu maus-tratos verbais e físicos à vítima, sua companheira, de 64 anos”, disse a GNR, explicando ainda que os factos foram remetidos para o Tribunal Judicial de Setúbal.
OPINIÃO
Francisco Ramalho
Divergências e demagogia
Há muita demagogia na posição dos partidos de direita e até do Presidente da República em relação ao reforço dos apoios sociais aprovados na Assembleia da República que o Governo contesta considerando-os mesmo anticonstitucionais. Diz António Costa que a AR aprova o Orçamento do Estado, mas quem o gere é o Governo.
De maneira que os três diplomas embora aprovados por toda a oposição e que Marcelo promulgou, o chefe do Executivo enviou-os para apreciação e parecer do Tribunal Constitucional. Trata-se do reforço de medidas de apoio social, alargadas a sócios-gerentes e trabalhadores independentes, aos profissionais de saúde e a pais em teletrabalho com filhos em casa, que terão um custo de 38 milhões de euros por mês.
Aparentemente todos têm razão, mas alguns têm muito mais que outros. É caso parecido com o daquelas pessoas que não se lembrando do dia de amanhã e que tendo possibilidade de amealharem algum, vão gastando conforme ganham.
O chamado, chapa ganha, chapa gasta. Depois, em altura de apertos, é que se lembram da sua anterior vida de cigarras.
Em sentido contrário, também quase se poderia aplicar aqui o velho aforismo; casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Só que neste caso, há pão. Está é muito mal distribuído e não foi poupado.
Foi distribuído apenas a alguns. A uma ínfima minoria. Distribuição essa, da responsabilidade dos partidos da direita onde se inclui, evidentemente, o de Marcelo.
Daí, a demagogia referida, ao aprovarem tais medidas, embora sendo justas. Ainda por cima, grande parte desse tão mal distribuído “pão” (privatizações), como alguns bancos, a TAP, etc. ter saído caríssimo a quem só teve direito a migalhas.
Claro que o partido que apoia e de onde emana o Governo, é também um dos principais, se não mesmo o principal responsável por essa tão injusta distribuição.
Com este precedente, a relação idílica Marcelo/Costa, foi chão que deu uvas.
O actual PR, como está no último mandato, não quer ficar mal visto pelo seu partido, sendo acusado de favorecer o principal rival e alternante, o PS.
Veremos quais as consequências deste provável confronto. Veremos se será um potencial motivo para que a actual legislatura não chegue ao seu normal fim.
Veremos também se essas divergências serão positivas para o povo e para o País, mas não cremos. Nenhum dos dois partidos tem como principal objectivo, longe disso, esses superiores interesses.
O papel destes (e de outros) “socialistas” e “social-democratas”, é o de gerirem o capitalismo tentando dar-lhe algum rosto humano.
Até isso não conseguem, porque quem manda não são eles. São os homens e as mulheres do grande capital indígena e, sobretudo, transnacional.
Portanto, a ver vamos, como diz o cego. Mas nem é preciso enxergar-se muito bem, para se saber que o guardião supremo dos referidos superiores interesses do povo e do País, deve ser ele próprio; o povo.
E para isso, sim, deve ter os olhos bem aberto no momento da escolha dos seus representantes.