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Hospital de Setúbal inova com capacetes anti-covid São Bernardo foi primeiro hospital do País a receber os novos equipamentos que filtram 99,9% do ar, incluindo o contaminado pelo vírus p5 MÁRIO ROMÃO
“Só o PSD pode mudar o imobilismo em Palmela" Paulo Ribeiro Candidato em entrevista p8 e 9
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 657| ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO
“Poder do PCP no Seixal vai chegar ao fim"
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HOMÍCIDIO Homem com cerca de 40 anos mortalmente esfaqueado na Quinta do Conde Bruno Vasconcelos p12 e 13 p3 LISNAVE Ministro do Mar vê renovação com bons olhos p4
PALMELA Centro de saúde de Quinta do Anjo é para estar pronto em 2023 p6 PUBLICIDADE
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2 O SETUBALENSE 6 de Julho de 2021
Abertura
DR
FIGURAS HISTÓRICAS DA REGIÃO
Óscar Pacheco, ilustre jornalista setubalense Luís Carvalho Um redactor monárquico, num jornal republicano com um chefe de redacção marxista. Acontecia no O SETUBALENSE, em 1922. O tal redactor monárquico era um jovem chamado Óscar Pacheco. Dava os seus primeiros passos numa carreira profissional que o levaria a trabalhar na rádio, na televisão e em grandes títulos da imprensa portuguesa, como o Diário de Notícias, O Século e o Comércio do Porto. I. Óscar Pacheco nasceu em Setúbal, em 1904. Além do labor na comunicação social, publicou vários livros de cariz histórico, entre os quais uma biografia do papa Pio XII e outra do rei D. Carlos. Ainda há poucos anos foi reeditado um livro seu, de entrevistas com promotores do golpe militar que instaurou a ditadura (em 28 de Maio de 1926). Na história da sua cidade natal, foi fundador, em 1924, do jornal Ecos da Cidade (órgão do “Núcleo das Juventudes Monárquicas Conservadoras de Setúbal”). E, com o apoio do republicano Luís Faria Trindade, então proprietário e director do O SETUBALENSE, foi também fundador, em 1926, da revista ilustrada Cetóbriga. Publicou de sua autoria o livro Setubalenses: homens ilustres da Igreja. E foi ele quem organizou e prefaciou a edição (em seis volumes) das obras do fundador do jornal O SETUBALENSE, João de Almeida Carvalho, sob o título de Acontecimentos, lendas e tradições da região setubalense. Quando faleceu, em 1970, Óscar Pacheco foi aqui recordado como um profissional dedicado e versátil, que ti-
Óscar Pacheco
nha feito do jornalismo “um autêntico sacerdócio e não apenas uma profissão”, que “com o mesmo à-vontade escrevia um artigo, uma reportagem, uma notícia, mas era também escritor, polemista e investigador” (O SETUBALENSE, 18/02/1970, p.1). A título de curiosidade, refira-se que um jovem sobrinho dele viria mais tarde a ser conhecido como líder do PSD e depois ministro das finanças num governo do PS: António Sousa Franco. II.De jovem monárquico e católico conservador, Óscar Pacheco tornou-se um activo apoiante de Salazar. Trabalhou aliás durante muitos anos para o Secretariado da Propaganda Nacional, ao serviço da ditadura do “Estado Novo”. Salientou-se na história do sindicalismo português, em 1934, como um dos organizadores e primeiros dirigentes do Sindicato Nacional dos Jornalistas. Fê-lo directamente sob a liderança de António Ferro, o chefe do Secretariado da Propaganda Nacional e então um dos mais próximos colaboradores de Salazar. III. Há concepções e práticas de sindicalismo bem diferentes e até antagónicas. Uma distinção fundamental é entre um sindicalismo de classe, dos trabalhadores, independente do Estado e do patronato. E o contrário disto. Em 1933, Salazar decretou a dissolução forçada dos antigos sindicatos livres. E um dos primeiros a ser encerrado foi o sindicato dos jornalistas de Lisboa. Vários dos seus dirigentes foram presos políticos, como Gustavo Matos Sequeira e Julião Quintinha, ou António Pinto Quartim e Jaime Brasil. No lugar dos sindicatos livres, a ditadura criou os chamados “sindicatos nacionais”, como o que Óscar Pacheco ajudou a fundar. Além da falta de liberdade de expressão e da proibição do recurso à greve, eram estruturas sob tutela do Estado, cujos associados nem sequer tinham livre direito a eleger os seus dirigentes, pois só chegavam a tomar posse se fossem “homologados” pelo governo – que a qualquer altura os podia demitir e até prender, como fez amiúde. E houve pelo menos um que acabou torturado até à morte, pela PIDE: Germano Vidigal. Investigador
O alerta foi dado às 13h25, tendo sido o óbito declarado no local pelo médico da VMER
SESIMBRA
Homem com cerca de 40 anos esfaqueado mortalmente na Quinta do Conde após desentendimento DR
Óbito foi declarado no local. Presumível agressor foi detido pela GNR e caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária de Setúbal Um homem com cerca de 40 anos foi, durante a tarde de ontem, mortalmente esfaqueado na Quinta do Conde, em Sesimbra, na sequência de desentendimento com um outro homem. O alerta foi dado às 13h25, tendo sido o óbito declarado no local pelo médico da VMER. Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, o cadáver foi transportado para a morgue do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. No local estiveram “os Bombeiros Voluntários de Sesimbra, o INEM, a
A agressão ocorreu no Largo do Mercado
Polícia Judiciária [PJ] e a Guarda Nacional Republicana [GNR]”, num total de 21 operacionais. O presumível agressor, que terá cometido o crime no Largo do Mercado,
na vila quintacondense, por razões que ainda estão por apurar, foi detido pela GNR. O caso está a ser investigado pela PJ de Setúbal.
Com GR / Lusa
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Câmara de Setúbal destaca hoje papel das farmácias comunitárias em webinar
A Câmara Municipal de Setúbal coloca hoje em destaque “O papel das Farmácias Comunitárias na promoção da Saúde da população”, naquele que é o “primeiro webinar de um novo ciclo no âmbito do Fórum de Saúde” “Setúbal a Pensar em Si”. Em comunicado, a
autarquia explica que o encontro, agendado para as 16 horas em formato online, terá início com o tema “O contributo das farmácias no suporte à população”, “a cargo de Duarte Santos, farmacêutico e também representante da ANF”. Em seguida, é tempo de abordar
“As farmácias em articulação com os cuidados de saúde primários”, “Setúbal: exemplos de acção” e “Luz Verde – Projeto de despensa de medicamentos hospitalares”. O webinar termina com o tema “Diabetes: Intervenção das Farmácias”.
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BALANÇO DOS PRIMEIROS CINCO MESES DE 2021
Porto de Setúbal movimenta 2,8 milhões de toneladas e regista crescimento de 4,1% DR
Segmentos da carga geral “apresentaram o desempenho mais positivo", com aumentos na carga fraccionada, roll-on rolloff e contentorizada
INVESTIMENTO DE 50 MIL EUROS
Nos primeiros cinco meses de 2021, o Porto de Setúbal movimentou 2,8 milhões de toneladas, resultando num crescimento de 4,1% face a igual período do passado ano. Em comunicado, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) explica que “os segmentos da carga geral apresentaram o desempenho mais positivo, com a carga fracionada a registar mais 29%, com 644 mil toneladas, a carga roll-on roll-off a atingir os 20%, com 118 mil unidades e a carga contentorizada os 13%, com 76,5 mil TEU”. No que diz respeito “às mercadorias carregadas”, o porto sadino, de Janeiro a Maio, viu os valores alcançarem os 11%, “para um total de 1,5 milhões de toneladas, um dado significativo que reforça a vertente exportadora e é um sinal de recupe-
Requalificação dos campos de ténis de Azeitão dá resposta à crescente procura pela modalidade Empreitada no equipamento da Urbanização “Águas de São Lourenço” resultou de uma parceria entre o Belcamp Tennis Club e a autarquia de Setúbal Crescimento foi transversal aos terminais de serviço público e aos terminais de uso privativo
Estes números demonstram a tendência de consolidação da recuperação de carga no Porto de Setúbal, e que o mês de Junho acentuará APSS
ração sustentada que contribui para a evolução positiva da economia nacional”. “O crescimento foi transversal aos terminais de serviço público e aos terminais de uso privativo. Os primeiros, com cerca de 4,3%, com destaque para o Terminal Ro-Ro, 13%, para o TMS-2, concessionado à Sadoport, 12,2%, assente no aumento da carga contentorizada, e para o TMS-1, concessionado à Tersado, com um aumento de 2,4%, com o aumento da carga geral fracionada movimentada. Os segundos, de 3,6%, sendo de destacar o Terminal Secil, 15%, Praias do Sado, 17% e Tanquisado/ Eco-oil, 40%”.
Ao nível do “número de navios que escalou o porto”, a infra-estrutura contou com “um aumento de 9%, 700 no total, e de 13% da dimensão média dos navios, com 13 mil e 252 toneladas de GT”. Para a APSS, “estes números demonstram a tendência de consolidação da recuperação de carga no porto, e que o mês de Junho acentuará, e a certeza de que o esforço dos seus parceiros está a produzir um resultado positivo no desenvolvimento das suas atividades, criando confiança para continuar a apostar na modernização e na competitividade do porto e consequentemente da região”.
Os dois campos de ténis existentes na freguesia de Azeitão, em Setúbal, foram recentemente requalificados, com o objectivo de “dar resposta à crescente procura pela modalidade” na freguesia, referiu a Câmara Municipal sadina em comunicado. Os renovados campos de ténis da Urbanização "Águas de São Lourenço", cuja empreitada simbolizou um investimento de cerca de 50 mil euros, foram inaugurados no passado “sábado pelo Belcamp Tennis Club, no âmbito de um protocolo” celebrado com o município. Na cerimónia de inauguração, onde marcaram presença “o vereador com o pelouro do Desporto, Pedro Pina, e a presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves”, realizou-se “o Primeiro Torneio Belcamp, que contou com a participação de
meia centena de atletas de vários escalões”. A partir da parceria, “a associação, mediante o usufruto das instalações desportivas, ficou incumbida de efectuar um conjunto de melhoramentos nos dois campos de ténis e no edifício de apoio à actividade, que inclui uma área de serviços administrativos e balneários”. De acordo com Tomás Pacheco, presidente da direcção, as intervenções “contemplaram a substituição integral do piso de um dos campos que ainda se encontrava em terra batida por um pavimento em botão poroso, pinturas e a construção de dois telheiros no exterior do edifício de apoio". Já no interior do equipamento, “os trabalhos incluíram a substituição do piso, de portas e de janelas, pinturas, renovação das infra-estruturas de água e de electricidade e novo mobiliário, além da renovação das instalações sanitárias”. Com os espaços requalificados, o Belcamp Tennis Club poderá agora “desenvolver a sua actividade na área da formação, com uma oferta de aulas de ténis para todas as idades, bem como alugueres de campos e aulas de pilates ao ar livre”.
4 O SETUBALENSE 6 de Julho de 2021
Setúbal
ENTREVISTA RICARDO SERRÃO SANTOS
“A reparação naval tem que ser acarinhada porque gera riqueza não só para Setúbal” Ministro do Mar vê com bons olhos a renovação da concessão da Lisnave. Diz que sector tem que ser acarinhado Francisco Alves Rito (Texto) Vitor Hugo (Fotografia) No dia em que veio à Lisnave visitar o novo navio de cruzeiro de Mário Ferreira, o ministro do Mar deu uma entrevista a O SETUBALENSE. Como vê o trabalho de reconversão do navio Vasco da Gama na Lisnave? Fiquei até emocionado com o que vi aqui e muito orgulhoso pelo trabalho que esta empresa está a fazer, com o engenho e a capacidade nacional. O estaleiro da Lisnave empenhouse em encontrar as soluções que eram necessárias para reconverter este navio. É um navio que não é novo mas que neste momento está nos patamares superiores das exigências ambientais e de emissões e, ao mesmo tempo, trabalhou com outra empresa portuguesa, a Tecnoveritas, que está a trabalhar nas questões da transição energética. É um navio que neste momento pode navegar em todos os tipos de mar. O que foi aqui feito subiu muito a fasquia de exigência e foi feito em três meses. As conversões, quer no tratamento de águas e resíduos quer no tratamento das emissões de gases, foram feitas com engenharia e inteligência nacional. Outra coisa que me fascina neste projecto é que o equipamento, nas suítes, nos bares e outros interiores, é todo feito com a indústria portuguesa, desde as carpetes às camas e aos tecidos. É uma aposta que mostra que existe engenho, capacidade e vontade de realizar, com riscos que tiveram de ser assumidos. Mas
estavam cá inspetores noruegueses que vieram verificar as emissões e, de facto, estão nos níveis superiores de exigência da organização marítima internacional. O projecto cumpriu com todas as exigências da transição energética e também da transição digital. A Lisnave está a pensar na renovação da concessão, que termina daqui a seis anos. O que lhe parece? A administração da empresa esteve a falar-me nessa situação e também nos investimentos que está a fazer na modernização dos estaleiros, do ponto de vista digital. A reparação naval vai ser mais exigente, uma vez que as tecnologias tem que estar mais adequadas às grandes exigências ambientais e de emissões. Este é um estaleiro que está aqui instalado desde 1973, que exige investimentos de modernização e que obviamente
tem que ser planeados a muito mais longo prazo. Portanto, a administração este a pôr-me a par destas questões, das condições que terminam dentro de seis anos e que, obviamente desejaria encontrar um acordo relativamente ao futuro. À partida vê alguma objecção à renovação da concessão? Não está nas minhas mãos mas obviamente, que estou atento a essas questões. A reparação naval é importante para o país? Sim, sim. Não só aqui. Tenho visitado os estaleiros de Viana do Castelo, já tinha visitado os pequenos estaleiros no Algarve, e agora este grande estaleiro que, no fim de contas, é a memória da reparação e construção naval nacional. A Lisnave está a fazer um trabalho excelente, está com contratos e com clientes que são rentáveis e tem encomendas de vários clientes.
As dragagens não podem ser diabolizadas. Têm que ser feitas No sector do Mar que potencialidades vê na região de Setúbal? O que destaca, da estratégia em curso? Na Estratégia Nacional para o Mar, há questões relacionadas com a aquacultura que aqui são importantes. Há também questões relacionadas com a protecção
do ambiente e do estuário que são muito relevantes e que tem interesse, não só ambiental como para a protecção dos ecossistemas e do capital natural, e temos toda esta área dos estaleiros da construção naval. A reparação é uma aposta que tem que ser acarinhada porque é um factor de riqueza não só para Setúbal como para o país. Do que já teve oportunidade de perceber das dragagens, acha que houve algum problema ambiental? Não. Acho que não. Não estou céptico e não comungo das perspectivas mais negativistas que têm sido avançadas. Porque todas as operações de que tenho tido conhecimento foram acompanhadas de estudos de impacto ambiental, quer previamente, quer durante a realização, quer à posterior. Houve correcções que tinham que ser feitas porque as agências [APA] e os institutos [ICNF] estavam a acompanhar, em diálogo, também com os próprios utilizadores do estuário. A perspectiva que tenho é que estas dragagens são necessárias e foram feitas de uma forma que não afectou as condições naturais que era preciso preservar, como as pradarias marinhas, a ocorrência das populações de cetáceos [golfinhos]. Acho que o trabalho foi acompanhado devidamente, quer do ponto de visto técnico quer do ponto de vista científico e terá, sempre, que ser feito da dessa forma. Lembro-me quando, há um ano e tal, foram propostas correcções a algumas das localizações dos depósitos das dragagens e essas correcções, que era necessário fazer, foram realizadas. As dragagens não podem ser diabolizadas, têm que ser feitas. Há uns anos, quando havia receio dos sedimentos contaminados, isso não se confirmou.
6 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 5
Biblioteca Municipal homenageia escritora Matilde Rosa
Entre contos para crianças e poemas, a Biblioteca Municipal de Setúbal acolhe até ao dia 30 de Julho uma exposição em homenagem à vida e obra da escritora e professora Matilde Rosa Araújo. A mostra, intitulada “O Destino
das Fadas”, conta com mais de uma dezena de publicações, “colocadas em duas vitrines criadas para o efeito”, entre as quais está presente “A Infância Lembrada”, “Os Quatro Irmãos”, a “História de um Rapaz” e “O Cantar da Tila”, referiu a autarquia em comunicado.
COVID-19
Profissionais do Centro Hospitalar sadino mais protegidos com capacetes inovadores no País DR
Ao todo, foram adquiridos 35 equipamentos, que filtram 99,9% do ar, incluindo o contaminado pelo vírus Maria Carolina Coelho
A segurança dos profissionais de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal, que diariamente estão em contacto com doentes infectados com a covid-19, foi recentemente reforçada com a aquisição de capacetes portáteis, inovadores no País, em substituição das máscaras FFP2. Ao todo, foram adquiridos 35 novos equipamentos para o Hospital de São Bernardo, os primeiros a ser implementados a nível nacional, "cujo valor unitário ronda os mil euros, em que o sistema, além da filtragem de ar, cria uma pressão positiva dentro da cogula [ou capacete], de forma a evitar que o ar filtrado entre”, explicou Jorge Santos, técnico hospitalar da MBA Portugal, empresa intermediária na compra dos capacetes, a O SETUBALENSE. Esta segurança é garantida graças ao sistema do equipamento, “constituído por uma unidade portátil com capacidade de filtragem de ar de 99,9%, através de um filtro HEPA e por uma cogula (“headtop”), que pode ter dois formatos: um mais longo que desce até aos ombros e outro mais curto em forma de capuz”. Os capacetes, designados ‘PeRSo’, foram desenvolvidos “por profissionais de saúde da Universidade de Southampton, em Inglaterra”. “Estão certificados para uso por parte de profissionais de saúde, socorristas e outro pessoal envolvido nos esforços para controlar a covid-19 e evitar a sua propagação”, garantiu Jorge Santos. O 'PeRSo' funciona a bateria, com uma duração estimada entre oito e 14 horas, “devendo a mesma ser verificada antes de qualquer utilização”. Já o filtro HEPA poderá ser utilizado “durante cerca de um ano”, com a sua
Equipamentos inovadores chegaram ao Hospital de São Bernardo há cerca de um mês
condição a aparecer no ecrã presente no equipamento. As cogulas são reutilizáveis, “mas são pessoais e intransmissíveis”, enquanto que “só os motores e filtragem de ar podem ser utilizados por todos, após a devida desinfecção”. “Cada profissional ficará responsável pela sua cogula, assim como ficará à sua responsabilidade a desinfecção do material no fim do trabalho, ou esterilização caso se aplique, como acontece, por exemplo, em contexto bloco operatório”, explicou o técnico hospitalar. A sua colocação requer “a ajuda de um segundo elemento”, assim como o processo de retirar. “O 'PeRSo' privilegia a segurança, a protecção efectiva e um conforto sem precedentes para os profissionais em contacto com doentes de risco e em situações de variada índole, em que a segurança seja crucial”. Ao contrário das máscaras FFF2 e FFF3, as habitualmente utilizadas em contexto hospitalar, os novos equipamentos permitem aos profissionais de saúde “trabalharem com conforto”. “As caras em ferida estão hoje a voltar, com o número crescente de casos de internamento. Com as máscaras desconfortáveis, eles não deixam de estar protegidos, mas o desconforto que sentem é muito grande”, referiu. Assim, com esta aquisição, implementada há cerca de um mês, os profissionais passam a puder trabalhar com mais comodidade, com os equipamentos a
possuírem “um sistema reutilizável, de capuz que não requer ajuste à cara e que permite uma melhor qualidade no atendimento, com os pacientes a puderem ver o rosto do utilizador”. Depois da sua entrega, “foi realizada uma formação, para que todos aprendessem a utilizar o material”. Além das 35 unidades, o Centro Hospitalar de Setúbal reforçou o pedido “com a compra de 200 consumíveis, que são as cogulas”. No que diz respeito ao reforço do número de 'PeRSo', Jorge Santos refere que “só a evolução da pandemia poderá ditar essa necessidade”. PUBLICIDADE
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ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
6 O SETUBALENSE 6 de Julho de 2021
Palmela
Palmela Wine Jazz decorre no próximo fim-de-semana
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Vários concertos e a habitual feira de vinhos marcam a 7.ª edição do “Palmela Wine Jazz”, que vai decorrer nos dias 10 e 11 de Julho no Parque Venâncio Ribeiro da Costa e no Castelo da vila palmelense. Os concertos vão ter lugar no
anfiteatro do parque, ao ar livre, “com as sonoridades de Elisa Rodrigues & Isabel Rato, Gonçalo Sousa Quarteto e do Trio Beatriz Nunes/Paula Sousa/Mário Franco, entre outros”, anunciou a Câmara de Palmela.
FIG REGISTOU 4 MIL ESPECTADORES
Pinhal Novo agigantou-se a promover a cultura em segurança
Luís Pisco e Álvaro Amaro assinaram o protocolo para a nova USF de Quinta do Anjo
OBRAS DEVEM ARRANCAR PARA O ANO
Novo centro de saúde de Quinta do Anjo é para estar pronto em 2023 Câmara Municipal e Administração Regional de Saúde em sintonia. Acordo de colaboração foi rubricado no Espaço Fortuna Mário Rui Sobral
A construção da nova Unidade de Saúde Familiar (USF) de Quinta do Anjo é para arrancar já no próximo ano e estar concluída em 2023. Esta é, pelo menos, a expectativa da Câmara Municipal de Palmela que, na passada quinta-feira, formalizou com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) um acordo de colaboração tendo em vista a edificação do equipamento. O protocolo foi rubricado por Álvaro Balseiro Amaro, presidente da autarquia, e Luís Pisco, que preside ao Conselho Directivo da ARSLVT, no Espaço Fortuna, localizado naquela freguesia. A futura USF vai nascer
num terreno, cedido pelo município, com “2.885 metros quadrados” na Avenida Dr. António Matos Fortuna. Vem servir a “terceira freguesia com maior número de utentes inscritos e em rápido crescimento demográfico (11 mil e 865 habitantes, segundo os Censos 2011)”, sublinha a autarquia, ao mesmo tempo que lembra que o equipamento é reivindicação antiga. A parceria assumida por ambas as entidades é reveladora do “espírito de cooperação sem reservas que tem caracterizado o município e a ARSLVT nos últimos seis anos”, considera Álvaro Amaro, citado numa nota de Imprensa da autarquia. O autarca referia-se a colaborações recentes com a ARSLVT que culminaram com a construção da USF Pinhal Saúde, na zona sul de Pinhal Novo, ou a Unidade Móvel de Saúde, este ano implantada no concelho para rastreios de despiste à covid-19. Segue-se a USF de Quinta do Anjo, um “projecto estratégico para o território”, já que as condições das actuais instalações de saúde não permitem aos profissionais de saúde “fazer melhor”. Por isso o edil manifesta total abertura para
que o equipamento possa ser uma realidade. “Estamos disponíveis, tecnicamente, para esboçar tudo o que for necessário para lançar o concurso para projecto”, garante. Já Luís Pisco também realçou a “experiência de trabalho conjunto” com o município, até porque a obra está à vista. E o mais importante são “os interesses comuns”, na procura “do melhor ao nível de condições de saúde para a população local". A nova USF de Quinta do Anjo foi inscrita pelo município e pela ARSLVT no Plano de Recuperação e Resiliência, indica a autarquia que admite ainda a possibilidade de, num futuro próximo, vir a celebrar uma outra parceria com a ARSLVT “quando estiverem definidas questões como os montantes exactos do investimento a realizar e o faseamento para a elaboração do projecto e obra”. Durante a celebração protocolar de quinta-feira, as duas entidades aproveitaram ainda a oportunidade para assinar um protocolo para disponibilização gratuita de testes rápidos de antigénio destinados a trabalhadores municipais.
Durante três dias, Pinhal Novo agigantou-se no panorama cultural. Além de animar a vila, a 11.ª edição do Festival Internacional de Gigantes (FIG), que arrancou na última sexta-feira e se estendeu até domingo, revelou-se, segundo o município, “um sucesso” e comprovou ser “possível continuar a promover” a cultura “na actual situação de grande adversidade, cumprindo todas as condições de segurança para espectadores, artistas e trabalhadores que tornaram o festival possível”. Em jeito de balanço, a autarquia salienta que, não obstante as lotações limitadas, “os espectáculos esgotaram, contando com quatro mil espectadores em lugares marcados”. Foram realizados “25 espectáculos, três exposições e um debate, com entrada gratuita”, iniciativas repartidas por “nove recintos”, numa opção descentralizada inédita para dar resposta às limitações provocadas pela conjuntura pandémica. Ao todo, participaram “181 artistas de várias
companhias de artes circenses e tradicionais, músicos e bailarinos”, além de “cerca de 70 trabalhadores e uma dezena de voluntários”. A abertura do evento ficou marcada pela evocação a Rui Guerreiro, “um dos pensadores e criadores quer dos Bardoada quer do Festival”, recentemente falecido, e o encerramento destacou-se pela “actuação musical do grupo Criatura” para uma plateia “com 400 lugares marcados”, salienta o município. “A responsabilidade é não só a de quem ousa fazer, provando que é possível fazer em segurança e em respeito pelas normas sanitárias em vigor, mas também de quem não quer deixar desvanecer as artes e a cultura”, disse Álvaro Amaro, presidente da Câmara, logo na abertura do festival. O FIG foi organizado em conjunto por Câmara Municipal, grupo Bardoada, Acção Teatral Artimanha (ATA), Projectos de Intervenção Artística (PIA) e Associação Juvenil COI.
M.R.S.
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Os artistas, 181 no total, foram "gigantes" no evento
6 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 7
Mário Dolores desvincula- -se do MIM na Assembleia de Quinta do Anjo
Mário Dolores, eleito em 2017 pelo Movimento Independente pela Mudança (MIM) à Assembleia de Freguesia da Quinta do Anjo, anunciou a desvinculação do movimento. O anúncio foi feito no passado dia 29 de Junho. “Após o início da reunião da
Assembleia de Freguesia de hoje estarei desvinculado do MIM por não me rever mais no actual projecto e forma de trabalho deste movimento”, revelou o autarca, que adiantou ter decidido, em Fevereiro de 2020, abandonar o movimento no final do actual
SÓ PSD/CDS VOTOU CONTRA
Assembleia Municipal ratifica contas da Câmara DR
Autarquia destaca “níveis de execução e aumento do investimento”. Receita situou-se nos 103,7% e a despesa nos 85,3%
A Câmara Municipal arrecadou 50,2 milhões de euros em 2020
O impacto da pandemia levou a edilidade, através de várias medidas adoptadas, a prescindir de um total “superior a 1 milhão de euros”, em “isenções ou reduções nas taxas e tarifas, apoios covid”. Apesar disso, o município reforça que foi capaz de “manter o equilíbrio financeiro, de reforçar a contratação de pessoal para assegurar o serviço público, de lançar
novas empreitadas e projectos em todo o concelho e de estar ao lado da população, do tecido económico e das associações e agentes locais” através da atribuição de benefícios. A Assembleia Municipal é composta por 15 eleitos da CDU, nove do PS, três do PSD/CDS-PP, dois do BE, um do MIM e um independente (Mário Baltazar).
Aprovada Moção do PS defende NUTS para a região Aprovada ainda na mesma sessão, pela esquerda, foi uma moção apresentada pela bancada socialista a manifestar apoio “à diferenciação estatística da Península de Setúbal, e a consequente (re)constituição da respectiva NUTS III”. Intitulado “Justiça para a Península de Setúbal no acesso aos Fundos Comunitários”, o documento que apresenta 20 pontos introdutórios defende ainda que a tutela “incentive a discussão, na âmbito da União Europeia e com os Estados Membros, acerca da utilidade de passar a ser o nível das NUTS III aquele a partir do qual se procede à categorização regional ou sub-
regional para efeitos de alocação de fundos estruturais após 2027”. Defende também que “seja efectuado um estudo de avaliação da utilidade de impacto da constituição de duas NUTS II” na Área Metropolitana de Lisboa – Grande Lisboa e Península de Setúbal –, “sem colocar em causa a composição e atribuições político- administrativas desta”. A moção defende ainda que “as alterações propostas sejam concluídas e apreciadas em tempo de entrarem em vigor para a definição dos apoios a prever no quadro imediatamente seguinte ao Portugal 2030”.
INVESTIMENTO
Autarquia pede 1 milhão FERNANDO PÓ de euros para Rastreios gratuitos à covid comprar três na quinta-feira imóveis A Unidade Móvel de Saúde de Palmela vai realizar, entre as 10 e as 12h00 da próxima quintafeira, rastreios gratuitos de despistagem à covid-19 na localidade de Fernando Pó. A viatura vai estar estacionada junto ao apeadeiro. Os testes são dirigidos a munícipes não vacinados, com idades compreendidas entre os 20 e os 60 anos. Os interessados apenas têm de apresentar o Cartão de Cidadão para realizarem este teste rápido.
Mário Rui Sobral A CDU contou com as abstenções de PS, BE, MIM e o independente Mário Baltazar (ex-MIM) para fazer passar na Assembleia Municipal a prestação de contas de 2020 da Câmara. A bancada do PSD/CDS-PP foi a única a votar contra o documento que, segundo a autarquia, “confirma os bons níveis de execução e o aumento crescente do investimento no território”, ao mesmo tempo que realça a “capacidade de investimento próprio, sem recurso a fundos comunitários ou outros”. “A taxa de execução da receita situou-se nos 103,7%, com 50,2 milhões de euros arrecadados, e no capítulo da despesa foi de 85,3%, tendo sido efectuados pagamentos no valor de 50,1 milhões de euros, dos quais 28,6 milhões afectos directamente às Grandes Opções do Plano”, lembra a edilidade, que classifica também de “bastante positiva” a execução da despesa. Ainda assim, a Câmara lembra que a rúbrica da despesa saiu “prejudicada pelo contexto de pandemia, que criou grandes dificuldades às empresas no cumprimento de planos de obra ou entrega de material ou equipamento”. O prazo médio de pagamentos a fornecedores, no final de 2020 era de 19 dias – quando o limite máximo estabelecido por lei é de 90 – e “não existia qualquer valor de facturas em atraso”. Segundo a análise da autarquia, foi realizado “o maior investimento patrimonial do quadriénio” e mantido “um excelente rácio de endividamento”, que permite ao município “continuar a contratar empréstimos bancários para alavancar investimento”.
BREVES
mandato. Uma decisão que justificou com a “falta de apoio e de interesse pela freguesia de Quinta do Anjo por parte do vereador do MIM na Câmara Municipal de Palmela e da vereadora substituta tal como dos eleitos na Assembleia Municipal pelo MIM”.
POCEIRÃO
Parque Mário Bento recebe sessão de câmara O executivo municipal de Palmela volta a reunir-se já amanhã, a partir das 21h00, numa sessão pública descentralizada a ter lugar no Parque Mário Bento, integrada na Semana da Freguesia de Poceirão. A ordem de trabalhos engloba, entre os 12 pontos que a compõem, uma proposta de alteração ao Plano Director Municipal na área do Espaço Canal da Via Variante à EN 252, em Pinhal Novo.
PINHAL NOVO
Pinhalnovense inaugura sala multiusos O Clube Desportivo Pinhalnovense tem uma nova sala multiusos. O espaço foi inaugurado no passado dia 30. A obra de requalificação foi comparticipada em €3.500 pela Câmara Municipal de Palmela, o equivalente a 57% do valor total da empreitada.
Mário Rui Sobral
Um milhão de euros é o valor do empréstimo a médio e longo prazo que a Câmara Municipal de Palmela vai contratar à banca para adquirir o edifício da Pluricoop sul e a antiga sede do Clube Desportivo Pinhalnovense, em Pinhal Novo, assim como o terreno da bomba de gasolina no Largo do Chafariz, em Palmela. A decisão foi ratificada, por unanimidade, na sessão do passado dia 28 da Assembleia Municipal. A aquisição dos imóveis assenta num objectivo comum – “dar sequência à reabilitação urbana dos principais núcleos do concelho, salvaguardando edifícios de interesse patrimonial e contribuindo para a melhoria da imagem urbana”, explica a autarquia, em nota de Imprensa. De acordo com o município, “o edifício da antiga Pluricoop sul, em Pinhal Novo, será adaptado para acolher serviços municipais, bem como associações culturais e desportivas”, no sentido de se assumir”como espaço multifuncional”. Quanto ao edifício-sede do Pinhalnovense, “será reabilitado para ceder ao clube, como parte do seu património histórico, através de contrato-programa”. Já a aquisição do terreno em Palmela “permitirá desmantelar a bomba de gasolina e valorizar uma das entradas nobres da vila”, para onde a edilidade tem prevista a criação de “estacionamento ordenado” e uma intervenção de requalificação paisagística. A Câmara Municipal de Palmela sublinha, a concluir, que “o equilíbrio financeiro do município e a sua elevada capacidade de endividamento permite-lhe continuar a recorrer a empréstimos bancários para investimento no território”.
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Entrevista PAULO RIBEIRO CANDIDATO A PALMELA
“Só o PSD pode mudar o imobilismo de 45 anos” Cabeça-de-lista social-democrata afirma que a CDU abandonou o concelho e que o PS é apenas continuação Francisco Alves Rito (Texto) Mário Romão (Fotografia)
Advogado há quase 30 anos, nasceu em Moçambique, mas vive em Setúbal há muitos anos. É líder da distrital do PSD, foi diretor do Centro de Emprego de Setúbal, há umas décadas, e, mais recentemente, deputado à Assembleia da República. Tem 52 anos, é casado, tem três filhos, e candidata-se à Câmara de Palmela pela terceira vez. Nas outras duas eleições não ganhou, porque acredita que desta vez vai ser diferente? Ou ser eleito vereador já é um bom resultado? Das duas vezes que me candidatei, foi numa situação diferente. A primeira vez, o PSD não tinha sequer representatividade na Câmara de Palmela. Foi um episódio que aconteceu em 2009, por vicissitudes várias. Recuperámos em 2013, um ano difícil para o PSD em termos autárquicos, até porque estávamos em plena ‘troika’, e conseguimos depois reeleger e subir os resultados em 2017. Várias pessoas no concelho e do PSD, desafiaram-me a voltar a ser candidato, porque entendem que o projecto não está terminado e acham que posso ajudar a construir a mudança que se reclama em Palmela. Como costumo dizer, não há duas sem três e, como diz o povo, à terceira é que é. Acredito que 2021 pode marcar essa mudança, que ficou a meio em 2017, com a perca da maioria absoluta. Acho que agora é a altura dos palmelenses darem o cartão vermelho final à CDU. Nas últimas eleições concorreu coligado com o CDS-PP; este ano isso não acontece. Por que razão? Nós estivemos disponíveis para
manter a coligação. Houve uma mudança da liderança local do CDS aliás, não queria deixar de reconhecer o trabalho que a Dra. Rosa Pinto fez enquanto líder da bancada na Assembleia Municipal, um trabalho de grande abnegação, de apresentar propostas e de fazer a oposição, que fez uma boa participação da bancada durante estes oito anos - que também fez mudar a forma como encaravam a coligação com o PSD, e pronto, não foi possível. Mas isso não nos traz um drama acrescido. Mas não receia que o fim de aliança possa pôr em risco a eleição como vereador? Não. Acredito que as pessoas compreenderão, por um lado, o trabalho que temos feito ao longo destes oito anos, por outro lado as propostas que vamos apresentar, e, quando verificarem as equipas que vamos apresentar nos diversos órgãos autárquicos, perceberão que muitas das pessoas que estiveram connosco nestes oito anos, continuam, e que há uma abertura
O laxismo é muito grande, vê-se na recolha de lixo e na rede viária
aos vários espectros partidários. Estou convencido que teremos um bom resultado nestas eleições. O PSD tem dito que é a “solução para o concelho que a CDU abandonou”. Porque é que a solução é o PSD? Veja-se os últimos quatro anos. Pela primeira vez, a CDU perdeu a maioria absoluta e deixou de poder fazer a política que sempre fez, do “quero, posso e mando”. A CDU deveria ter um diálogo mais aprofundado com as outras forças políticas. O que é que se verificou? Por um lado, verificou-se que o Movimento Independente pela Mudança (MIM) estava, e está, muito mal preparado para enfrentar uma oposição, uma vereação. Porque não basta dizer meia-dúzia de coisas. O PS, que tinha obrigação de fazer uma oposição mais afoita, mais exigente, não o fez. Nós percebemos que o PS teve que fazer alguns acordos com a CDU para ter um pelouro para um vereador, isso é perceptível e, portanto, teve que ter uma posição mais colaboracionista. Houve uma coisa que me espantou logo desde o início e que deu para perceber o que ia ser a postura do PS neste mandato: o presidente da Câmara pediu uma delegação de competências para adjudicar determinadas obras e prestações de serviços, até determinado valor - em 2013/2017, em maioria absoluta, essa delegação de competências era na ordem dos 280 mil euros -, e, agora em maioria relativa, pediu para os 500 mil. O PS deu-lhe essa delegação, ou seja, desresponsabilizou a Câmara. Não fazia sentido que a delegação de competências fosse aumentada, estando o presidente em maioria relativa, quando o valor anterior, com que estava confortável, foi fixado quando tinha maioria absoluta. Isto diminuiu o escrutínio público do
presidente da Câmara. Na altura, fiz questão de explicar o erro e confirmou-se. É por isso que diz que o PS se colocou ao lado da CDU e que é uma força de bloqueio? Digo-o porque o PS deixou de aprovar coisas que antigamente aprovava. O PS deixou de apresentar a proposta para a redução da comparticipação municipal no IRS que, tal como o PSD, apresentava todos os anos, e que a CDU reprovava porque tinha maioria absoluta. Estranhei que o PS não aprovasse essa proposta. Com desculpa de mau pagador, diz que o PSD não fez as contas. E estão feitas ou não? Sempre estiveram feitas. Aliás, ainda ontem [dia de reunião de Câmara] as apresentei, quando discutimos a prestação de contas. A receita da Câmara ao nível de impostos directos foi superior à receita prevista, e, sendo superior, havia margem para reduzirmos. Do IRS cobrado no concelho, a Câmara fica com 5% e a minha proposta era que ficasse só com 4,5%. Correspondia a uma redução de receita de quanto? Com números que ontem
[reunião de prestação de contas] pudemos confirmar, e que eu tinha apresentado, 369 mil euros. E podiam ser devolvidos às pessoas, o que bem ajudava num ano de pandemia. Em 2019, eu tinha apresentado as contas para os mesmos valores e andava nos 420 mil euros, uma redução de 10% que é acomodada, porque, felizmente, com algum crescimento e dinamismo económico, as receitas dos impostos sobem. E os impostos estão muito altos em Portugal. Não tinha concluído a resposta anterior. É por o PS não oferecer uma verdadeira alternativa que a solução é o PSD? Percebe-se que o PS será, no fundo, a continuação da política da CDU. Como se percebeu neste mandato, não farão muito diferente. Nós provámos que podemos fazer diferente, com as propostas que apresentámos e a forma como fizemos oposição, faz pressupor que só nós poderemos fazer uma política de verdadeira mudança face a estes 45 anos de imobilismo comunista. Porque diz que a CDU abandonou o concelho? Álvaro Amaro (CDU) diz que há mais obra do que nunca.
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Veja a entrevista completa, em vídeo, no site ou nas redes sociais d'O Setubalense
É verdade. Há uma coisa que ele tem que explicar. Várias obras repetem-se todos os anos nos orçamentos. Todos os anos o presidente da Câmara, quando apresenta o orçamento, diz “este ano é decisivo para fazer esta, aquela e aqueloutra obra”. Depois, a meio do mandato, a Câmara vai fazendo revisões ao orçamento, tirando obras e pondo obras. No final, todos os anos sobram, à volta de 10 milhões de euros, o chamado saldo de gerência. Os milhões não se perdem, vão é para o ano seguinte, mas é obra que deixou de ser feita. Apesar de haver esse saldo também nas contas que já foram aprovadas este ano, há obra no terreno. Há obra, mas não tanta quanto podia ter havido. Porque as obras vão correndo devagar, com uma inércia enorme da Câmara, com problemas administrativos, falta de antecipação de soluções e problemas. O laxismo é muito grande. O grande abandono vê-se no espaço público, nos aceiros, na recolha de lixo e na rede viária. Isso significa que nas outras áreas não há abandono? As funções primordiais da autarquia são a água e saneamento, limpeza e higiene urbana e o espaço público.
O saneamento não chega. Sei que o concelho é muito grande, mas alguém o deixou crescer assim, e não fui eu de certeza, porque nunca governei a Câmara. Foram sempre os mesmos, o mesmo partido. No abastecimento de água, nunca como este ano de 2020 houve tanta ruptura, tanto problema de distribuição e pressão da água, por exemplo, na freguesia do Pinhal Novo, que é onde vive mais gente. Era raro o dia em que não recebia queixas de munícipes a dizer que não tinham água, não avisaram do corte, a água não chega ao terceiro andar, coisas assim. Porque é que esses serviços funcionam mal e como podem passar a funcionar bem? Em primeiro lugar, porque há falta de liderança e de estratégia interna. Confesso que às vezes fico sem perceber se os vereadores têm alguma estratégia para os seus pelouros ou se vão reagindo aos humores do presidente. Na recolha de lixo, a minha proposta é uma estratégia muito clara, de juntar a AMARSUL, os serviços da autarquia e as juntas de freguesia. Temos que ser mais exigentes com a AMARSUL, definir os pontos de recolha, as voltas dos veículos, a periodicidade… A Câmara de Palmela tem sido das que mais protesta pelo serviço da AMARSUL. Pode fazer mais? A Câmara de Palmela é conhecida por protestar muito. É preciso protestar mas também dialogar no sentido de encontrar soluções, e isso não tenho visto. Na recolha dos monos, tem que haver maior fiscalização, e, em alguns pontos mais críticos, eventualmente, videovigilância. Isso tem que ser estudado. No resíduo indiferenciado, que é recolhido pela Câmara, é onde vemos mais problemas, porque a recolha não é diária, em muitos locais. Nalguns sítios, faz a junta, noutros faz a Câmara, noutros faz a empresa contratada. Isto provoca uma confusão de competências e uma desresponsabilização. Fui o único que votei contra o actual concurso de recolha de lixo, em Fevereiro de 2020, porque a recolha não era suficiente. Por exemplo, esse concurso prevê que, nas Cabanas, sejam feitas duas recolhas por semana, e três na Quinta do Anjo. São locais que estão a crescer e, se não é recolhido diariamente ou, pelo menos, cinco a seis dias por semana, o lixo vai-se acumular. Depois, nas estratégias de promoção e educação ambiental, nas escolas e junto de toda a comunidade, temos de usar todos os meios. Em 2020, e foi uma das razões por que votei contra na prestação de contas, verificámos que uma das áreas em que houve pior
execução foi na promoção ambiental, onde executaram 13% daquilo que tinham orçamentado. Assim é difícil termos um concelho limpo, porque a autarquia não faz o seu papel. Propõe uma feira internacional de vinhos da Península de Setúbal. Mas a Festa das Vindimas não é já uma grande feira de promoção dos vinhos? A Festa das Vindimas é diferente. Nós queremos uma feira feita com outros municípios, que seja um grande marco da região. Não há dúvida que um dos sectores que afirmam Palmela no contexto nacional e até internacional é o dos vinhos. Temos de aproveitar essa visibilidade para trazer uma feira internacional. Os nossos produtores continuam a produzir e a exportar bem - e isso é uma coisa com que nos devemos regozijar – e não precisam da autarquia para fazer isso. O problema é que a marca de Palmela nesta área vai-se perdendo. Por exemplo, como é possível que a Comissão Vitivinícola da Península de Setúbal, que nos enchia de orgulho, tenha deixado de estar sediada em Palmela? O município não fez o que podia para segurar a sede da CVRPS? Não fez o que podia e o que devia. Até porque o maior número de produtores está no concelho de Palmela, e vão ter que se deslocar ao concelho vizinho para certificar os seus vinhos. Falamos muito de termos sido Capital Europeia do Vinho em 2009, fazemos monumentos para assinalar essa data, mas o facto é que deixámos sair a CVRPS do concelho. A agência Invest in Palmela é outra das suas propostas. Que modelo é que propõe? Tem que ser uma agência que, por um lado, procure investimento, no exterior, fora do concelho e do país, não estarmos só à espera que seja o governo a que, na atracção de investimento, se lembre que aqui em Palmela há espaço. Por outro lado, agilizar os procedimentos para ajudar os investidores e, a seguir, dar condições, baixar a fiscalidade, como a derrama, e criar vias de acesso a determinados parques industriais. Isto tem a ver com a facilitação do direito de superfície, amarrando as empresas durante algum tempo ao município. Têm sido apresentados grandes projectos, sobretudo centrais fotovoltaicas, mas também um investimento para o audiovisual, no Vale do Alecrim. Isto não prova que a atractividade já existe? Esses investimentos são bemvindos, mas também não podemos atapetar o concelho com centrais fotovoltaicas. Muitos investimentos
Depois da perda da maioria absoluta, agora é altura dos palmelenses darem o cartão vermelho à CDU têm vindo para Palmela só por termos um território grande, com disponibilidade de terrenos. Mas, se calhar, poderiam ter sido mais agilizados, se tivéssemos serviços expeditos para responder a quem nos procura. Temos queixas diárias de empresários que esperam anos pelos seus alvarás e licenças de construção ou de ocupação da via pública. Isso não pode ser. O funcionamento do Departamento de Urbanismo tem sido apontado como uma das fraquezas da gestão municipal. Partilha dessa ideia? Sim, sem dúvida. O presidente da Câmara tem procurado justificar que tudo se deve à covid, porque as pessoas estão em teletrabalho e uma série de razões. A covid não justifica tudo, pelo contrário, veio foi agravar problemas que já existiam. Os projectos desaparecem, não têm resposta, os serviços municipais pedem os elementos em falta aos poucos e, com isto, as pessoas vão perdendo oportunidade de investimento, e muitas vezes, põem em causa a sua vida. Nós apresentámos um projecto muito virado para a digitalização dos processos, com benefício fiscal, menos taxas, para quem trate por esta via e um assistente designado para o acompanhamento. Tem de se investir em melhor hardware e software. Das linhas gerais do seu programa eleitoral, o que destaca mais? Vamos continuar a falar na área fiscal. Em 2023 propusemos o IMI familiar e foi chumbado pela maioria
absoluta. Em 2017, quando a maioria passou a ser relativa - felizmente aí o PS manteve o que pensava - foi possível não só criar o IMI familiar, como colocarmos a taxa de IMI nos 0,35. Achamos que ainda podemos descer mais porque, por força da actualização das matrizes e dos valores da escala patrimonial, é possível baixar a taxa sem ferir a receita municipal. Propomos que, no final do mandato, cheguemos aos 0,30, que é a taxa mínima do IMI, e a manutenção do IMI familiar. E mantemos a proposta do IRS. Na taxa de resíduos sólidos, que é cobrada na factura da água, propomos que passe a estar associada à produção de lixo indiferenciado. Isso permite baixar esta factura e, simultaneamente, promover a reciclagem e o ambiente. Sobre os outros candidatos, quer referir alguma coisa? Há uma grande repetição e uma grande profusão de candidatos. São todos bem-vindos na perspectiva de as pessoas terem mais alternativas. Há uns que não são bem alternativas. O meu amigo Carlos Sousa que me desculpe, mas ele é um dos responsáveis pelo estado de Palmela. É um candidato bem-vindo, porque tem todos os seus direitos políticos para ser candidato, mas não se pode esquecer é que os 45 anos de abandono de Palmela também têm o seu dedo durante 12 anos. O importante é que todos os candidatos possam trazer propostas, ideias diferentes, para que possamos ter uma maior participação activa das pessoas no dia-a-dia do município e também nas eleições. Diz que a abstenção é a sua principal preocupação para estas eleições. Está a fazer alguma coisa diferente nesta campanha? Agora, se calhar, temos que usar outro tipo de argumentos. Acho que já resultou, em 2017, em que, quando desceu a abstenção, a maioria absoluta do PCP esfumou-se. Se a abstenção descer ainda mais, estou certo de que até a maioria relativa se esfumará, e o PCP perderá as eleições. Se não houver uma maioria absoluta, admite aceitar pelouros? Acho que a questão aqui não se coloca, ainda é muito cedo. Não sou candidato nem para fiel da balança, nem para resolver problemas pessoais. Felizmente, tenho uma vida profissional sucedida, que gosto e que me permite ter o desafogo financeiro para viver com tranquilidade com a minha família. Apoio à produção: Adrepal - Espaço Fortuna, Artes e Ofícios
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Seixal
Concerto sobre centenário de Amália no Fórum Cultural
“Uma história de Vida” – Centenário de Amália, uma actuação dos Vox Angelis, no Auditório do Fórum Cultural do Seixal, no sábado, às 20h30. O concerto assinala o centenário do nascimento do maior nome do Fado, e inclui temas famosos da fadista. Em multimédia
COMEMORAÇÃO
DESCONCENTRA
Corporações receberam quatro viaturas no Dia Municipal do Bombeiro
Artes contemporâneas saltam para as ruas do concelho DR
Joaquim Santos deixou a promessa de a Câmara reforçar apoios aos bombeiros no próximo ano José Augusto A corporação de bombeiros da Amora vai ter uma Equipa de Intervenção Permanente. O protocolo para a sua constituição foi assinado entre o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos, e a presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Amora, Lúcia Soares, no último dia da comemoração da V Semana Municipal da Protecção Civil, 29 de Junho. Este último dia, em que se assinalou o Dia Municipal do Bombeiro, decorreu no Parque Urbano das Paivas, altura em que a Câmara Municipal assinalou a data também com a oferta de quatro viaturas às duas corporações do concelho. Aos Bombeiros do Seixal foi atribuída uma ambulância e um veículo de comando, e aos Bombeiros de Amora um veículo de comando e um veículo florestal. Além da contribuição com viaturas e apoio financeiro para a construção de instalações, a autarquia dota, anualmente, as duas unidades de bombeiros voluntários do concelho com cerca de um milhão de euros. A Câmara Municipal, promotora da Semana Municipal do Bombeiro, “vai estar ao lado dos bombeiros nos desafios presentes e futuros”, na “luta por melhores equipamentos, melhores condições e melhores salários”, afirmou Joaquim Santos que garantiu que, “para o ano, a transferência vai ser aumentada”. Manifestando sentir “orgulho” na festa do Dia Municipal do Bombeiro, mais ainda quando realizada neste quadro pandémico de “difíceis condições”, o autarca referiu que as corporações “responderam a quase 18 mil emergências médicas”, tendo actuado, por vezes, em “situação limite”. Por isso, realçou, terem sido agraciados com a “Medalha de Honra do Município, como reconhecimen-
Joaquim Santos frisou que é preciso zelar pelos direitos dos bombeiros
to do seu trabalho extraordinário de apoio à população”. Referindo-se ainda à Semana Municipal da Protecção Civil, Joaquim Santos apontou que a mesma é “mais do que merecida pois os profissionais e os voluntários que encontramos nestas organizações são os mesmos que encontramos em todas as linhas da frente que visam garantir a nossa segurança e bem-estar, por isso há que zelar para que os seus direitos sejam protegidos e para que lhes sejam proporcionadas todas as condições necessárias para continuarem a desenvolver o seu trabalho em prol das populações". Sobre os apoios que a Câmara Municipal presta aos seus bombeiros, o presidente da Assembleia Municipal, Alfredo Monteiro, afirmou que a au-
vai passar o histórico-musical que revisita alguns dos fados icónicos de Amália e também uma retrospectiva histórica da sua vida com a apresentação de 200 fotografias inéditas. Num passatempo vão ser oferecidos dez bilhetes duplos para assistir ao concerto.
tarquia seixalense “é uma das primeiras do País no apoio aos bombeiros”, como reconheceu recentemente um estudo elaborado por uma instituição oficial. O contributo que os bombeiros do concelho recebem, foi também assinalado pelo 2.º comandante operacional do Distrito de Setúbal. Disse Manuel Lima que “têm sido inúmeros os benefícios que a Câmara tem atribuído aos bombeiros do Seixal e Amora. Crítico das autoridades nacionais foi o vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Santos, ao dar a conhecer que aquela instituição “entra em contacto, quase diariamente com as entidades oficiais, mas estas olham para o lado e nada fazem”.
Humberto Lameiras Durante este mês as ruas do concelho do Seixal são palco de artes contemporâneas, com performances oriundas de vários pontos do País. Trata-se da segunda edição do Desconcentra, que começa já esta sexta-feira, 9 de Julho, às 21h30, podendo ser ajustado em função da pandemia, com o espectáculo de dança “Musculus”, no Parque Urbano do Seixal, com entrada gratuita, mas de inscrição obrigatória. O Desconcentra integra projetos de dança-performance, dança-teatro, instalação artística e performance, teatro físico e formas animadas, música e circo contemporâneo. Sendo um programa de artes contemporâneas na rua, vão acontecer em diversos espaços exteriores do concelho, levando propostas artísticas mult-diciplinares a todas as freguesias, “afirmando assim como um projecto de descentralização da oferta cultural municipal”, refere a autarquia. “Os espaços públicos são olhados como lugares de fruição cultural, assumindo novos sentidos
e transformando-se em palcos para as mais diversas manifestações artísticas”, acrescenta. Os espectáculos desta edição vão passar pelo Parque Urbano de Fernão Ferro, pela Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços, Jardim da Quinta do Mirante, em Aldeia de Paio Pires, Parque Municipal do Serrado, em Amora, Moinho de Maré de Corroios, Jardim Mártires da Liberdade e os antigos espaços da Mundet, no Seixal. O espectaculo de sexta-feira, “Musculus” é a primeira criação a solo de Beatriz Dias, performer na WBMotion Kulturverein (Lutherstadt Wittenberg, Alemanha) e bailarina da Companhia Olga Roriz. Nesta performance questiona-se sobre como voltar a ser uma mulher Neandertal no século XXI. Procura o ser ancestral, a voz antiga e o carácter primitivo do corpo num lugar de suspensão e de embate com o tempo. Incorpora a mulher ancestral, ao voltar às origens do género feminino, para perceber que elementos comportamentais ficaram perdidos no tempo. Este espectáculo contém nu integral e será, por isso, limitado a maiores de 16 anos. DR
Critica “Há dinheiro para tudo, menos para os bombeiros” Depois de elogiar a abnegação profissional dos bombeiros das duas corporações do concelho, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, Brázio Romeiro, ‘condenou’ a política governamental relativamente aos bombeiros, pois “há dinheiro para tudo, menos para os bombeiros”. Comportamento oposto tem a Câmara do Seixal, apontou
Brázio Romeiro, que com o seu apoio em “instalações, viaturas e equipamentos de limpeza”, para que os soldados da paz “possam cumprir a sua missão”. A necessidade de os bombeiros serem “dotados de todas as condições”, pelo que “precisam do apoio do poder central”, foi também apontada pelo presidente da Junta de Amora, Manuel Araújo.
"Musculus", de Beatriz Dias, abre o Desconcentra
6 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE
ANSELMO TAVARES D´OLIVEIRA (1937 – 2021)
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A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Anselmo Tavares D´Oliveira. Mais se informa que o corpo se encontra em câmara ardente a partir das 09:30 de 07-07-21 na capela de Nossa Senhora da Ressurreição em Setúbal, realizando-se o funeral pelas 15:00 para o crematório de Setúbal
cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?
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Entrevista BRUNO VASCONCELOS CANDIDATO AO SEIXAL
“2021 ficará marcado pelo fim do poder do PCP no concelho” O candidato do PSD coloca como prioridades alargar a Ponte da Fraternidade e lançar uma alternativa à nacional 10 José Augusto (Texto) Bruno Miguel Machado Vasconcelos, 37 anos, casado, pai de um filho de três meses, é licenciado em Gestão de Sistemas de Informação pela Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal, onde é assistente convidado, é ainda consultor sénior SAP, e profissionalmente, está ligado à área da informática. Membro do PSD desde 2004, é actualmente líder da concelhia do partido no Seixal. Eleito à Assembleia de Freguesia de Amora, passou pela vereação da Câmara do Seixal. Pertence, actualmente, aos corpos dirigentes do Amora FC. Coloca matérias como o mobilidade, segurança, saúde e emprego como principais vectores das propostas do PSD para o concelho. Sobre a governação da CDU, diz que não tem sabido lidar com a democracia e deixa muitas promessas por cumprir. O que o move para entrar nesta batalha eleitoral? Ser representante da população do concelho do Seixal. O PSD tem feito um bom trabalho no levantamento e tratamento de questões, que depois faz chegar aos órgãos competentes. Em que bases assenta a sua campanha? Poderemos dizer que assenta em quatro vectores principais: mobilidade, segurança, saúde e emprego. No que respeita à mobilidade, há problemas factuais que existem no concelho: congestionamento da Ponte da Fraternidade e ausência de alternativa à Estrada Nacional 10. Comprometemo-nos a dar solução a estes dois problemas no primeiro ano
do nosso mandato. Quanto à segurança, não nos conformamos que o concelho do Seixal continue a ser o 5.º a nível de criminalidade, em termos distritais. Queremos aparecer nas notícias pela nossa capacidade inovadora e qualidade de vida, nada que tenha a ver com criminalidade. Há que alterar a estratégia do município nesta área. Em vez de se exigir tudo ao Estado, colaboraremos com a polícia e criaremos uma Polícia Municipal. Temos de lançar, também, uma rede de guardas-nocturnos e reforçar o policiamento de proximidade. No que diz respeito à Saúde, há muito que o PSD defende uma aposta nos cuidados de saúde primários. O nosso compromisso é acordar com o Ministério a criação de centros de saúde nos Foros de Amora e em Paio Pires. Sabemos que não é esta uma competência do município, mas queremos avançar com a iniciativa, à semelhança de outros municípios. Vamos garantir que funcionem com os recursos humanos adequados, bons equipamentos e horários alargados, para desafogar as urgências do Hospital Garcia de Orta. E sobre o último vector: o emprego? Criaremos condições para que empresas se deslocalizem para o nosso concelho, na perspectiva de emprego de qualidade. Tal só é possível desde que haja condições de mobilidade, saúde e baixa criminalidade. O concelho tem de tornar-se atractivo. Há que criar mais espaços públicos de lazer, não esquecendo a manutenção dos já existentes. Com a nossa gestão da Câmara, será feita a manutenção destes espaços de três em três meses, pelo menos, e não a seis meses das eleições.
Que modelo de desenvolvimento advoga para o Seixal? Um modelo claramente assente no da criação de emprego: criação de postos de trabalho de qualidade, e não apenas emprego sazonal, mal pago, alicerçado em supermercados e centros comerciais. Queremos que as empresas se instalem no nosso concelho, como impulsionadoras do desenvolvimento local, que tragam mais famílias com olhos postos no futuro. Temos a certeza que isto só acontecerá com uma mudança de rumo político. “É Agora!”, como diz o nosso slogan. Se Novembro de 1989 ficou na história pela queda do Muro de Berlim, Setembro de 2021 ficará marcado pelo fim do poder autárquico do Partido Comunista no concelho do Seixal. Queremos transformar o Seixal numa smart city: ser uma smart city não é comprar apps avulso, que na maioria do tempo nem funcionam. É montar uma rede de serviços interligados e recolher dados
Queremos aparecer nas notícias pela nossa qualidade de vida, nada que tenha a ver com criminalidade
para gerar informação, é mudar comportamentos e ajustar serviços em tempo útil. Exemplo: a recolha de resíduos, tráfego e transportes (dos tempos de chegada à reorganização de carreiras). Discorda da actual estratégia de Ambiente da Câmara? No capítulo do Ambiente, queremos um concelho que acompanhe as melhores práticas e se torne uma referência nas políticas ambientais com uma estratégia de adaptação às alterações climáticas que promova uma melhor coordenação entre agentes privados e públicos, evitando males maiores a prazo, maiores investimentos de correcção e medidas coercivas. Queremos reduzir o desperdício de água através do reaproveitamento da mesma nos edifícios municipais, hortas e jardins. Outro exemplo: não podemos continuar a gastar milhares de euros em coisas só para saírem em fotografia na página paga do Facebook do Joaquim Santos, como aconteceu com a "ciclovia"... O PSD quer uma ciclovia que ligue os vários pontos de interesse do concelho, que realmente permita a utilização da mobilidade suave como meio de transporte e lúdico. Acrescento, ainda, que serão prioridades do nosso executivo assegurar água de qualidade e
saneamento em todo o concelho, prevenir as pragas de ratos e baratas, prevenir as situações graves de escoamento de águas que todos os anos redundam em cheias e organizar uma recolha de resíduos mais eficaz. Em sua opinião, quais os males deste mandato? Deixe-me dizer que este mandato começou com uma grande vitória da democracia, quando o Partido Comunista perdeu a maioria absoluta. E o executivo do PCP não soube lidar com a democracia. Falta ainda cumprir Abril no concelho do Seixal, nomeadamente, a transmissão online das assembleias, a abertura do Boletim Municipal, a falta de resposta às perguntas que o PSD coloca ao executivo, as eternas promessas por cumprir, a propaganda e culto ao líder. Tudo isto nos custa milhares de euros e tem contribuído para o crescimento da dívida municipal, que é a quinta maior do País. Sentimos que as coisas são feitas ou programadas para a manutenção do poder, e não para o bem da população. Veja-se o caso do recente buraco da Ponte da Fraternidade: desde a primeira hora, o PSD propôs que se avançasse com a resolução do problema, enviandose depois a respectiva factura à Infraestruturas de Portugal. Esta proposta foi rejeitada em Assembleia
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O PSD é um partido presente, que faz política e apresenta propostas
Municipal, mas passado três meses tomaram-na como se fosse deles. Que razões encontra para esta longa permanência da CDU ao leme dos destinos do município? A única razão é a abstenção eleitoral, que apenas favorece quem está no poder. O combate à abstenção e aproximação dos eleitores aos eleitos deveria ser um desígnio de todos os partidos. Nas eleições autárquicas de 2017, a taxa de abstenção baixou um pouco, e o PCP perdeu a maioria absoluta que detinha desde sempre. Lembre-se que o PSD tem feito a aproximação de que falei anteriormente, mantendo a porta da sede aberta para receber a população e organizando programas semanais online, onde se discutem os problemas mais prementes do concelho do Seixal. São apenas dois exemplos. Que medida ou medidas tomará a curto prazo, caso venha a ser eleito? Como disse há pouco, as prioridades são o alargamento da Ponte da Fraternidade e o lançamento de uma alternativa à Estrada Nacional 10. Há sempre um sonho na cabeça de um homem, mesmo que o saiba irrealizável. Em termos autárquicos, quer confessar-nos o seu? Eu tento ser pragmático, até em matéria de sonhos. Contudo, o que me deixaria pleno de satisfação
O hospital no Seixal tem servido meramente para fins eleitoralistas era ver resolvido a contento de todos, o mais rapidamente possível, os problemas que representam o Bairro da Jamaica e o de Santa Marta. É inqualificável que, às portas da capital, ainda existam estes dois bairros que nos envergonham. E é também uma vergonha que os responsáveis locais, que nos governam há mais de quarenta anos, nunca tenham resolvido o problema. Quando se fala do Seixal, é incontornável não vir à baila a construção do hospital, cujo processo tanto parece andar para a frente, como quedar-se bloqueado. Como iria encarar esse desafio? Eu creio que o hospital no Seixal tem servido meramente para fins eleitoralistas. O projecto começou
por ser o de um grande hospital, que se tem reduzido ao longo dos anos para se converter num equipamento de retaguarda do Garcia de Orta, com poucas camas e valências. Por conseguinte, o problema não está na construção, mas na manutenção. Daí, a nossa aposta nos cuidados de saúde primários, onde o município poderá tomar a iniciativa de construir centros de saúde, sem os estar sempre a reivindicar ao Estado Central. Tudo isto, evidentemente, enquadrado nos recursos existentes. Como analisa a ascenção de formações da extrema-direita? Vejo o crescimento dos extremos com algum receio, porque cresci em liberdade e em liberdade quero continuar a viver, sem limitações de liberdade individual, nem de liberdade de pensamento. A extrema-direita e a extrema-esquerda alimentam-se uma à outra, e podem acabar por destruir a nossa democracia. A retirada de confiança política ao vereador Manuel Pires poderá ter salpicado, de uma maneira ou outra, a imagem do PSD a âmbito local? Jugo que não. Creio, até, que é ao contrário. A continuação do vereador não estava de acordo com as expectativas das pessoas que votaram em nós. É o exemplo perfeito de que o PSD não está à venda. Além disso, colocamos sempre o interesse dos munícipes à frente dos cargos. É por isso que acreditamos que o concelho merece uma política mais independente. Nas últimas eleições, o PSD alcançou cerca de 12% dos votos, contra os 36% da CDU e os 31% do PS. Este fosso não o assusta? O PSD tem sido um partido presente, que faz política e apresenta propostas durante todo o mandato, embora não haja profissionais políticos na nossa estrutura. Trabalhamos para merecer a crescente confiança dos nossos munícipes. É preciso dar mais força ao PSD, e sendo nós a única alternativa ao socialismo, seja ele radical ou democrático, cremos que esse fosso vai ser reduzido, já que a população reconhece o nosso trabalho. Está realmente confiante? Muito confiante. O feedback que vamos recebendo das pessoas é positivo, há uma grande vontade de mudança. Que poderão esperar de si, caso seja eleito, os trabalhadores da Câmara Municipal? Respeito. Os trabalhadores da Câmara Municipal são excelentes profissionais. E ao verem o PSD a trabalhar com a população, eles colocar-se-ão nosso lado.
OPINIÃO Francisco Ramalho
Gente da nossa terra a fazer coisas interessantes
F
elizmente não faltam pessoas talentosas e socialmente empenhadas com interessantes iniciativas de caráter recreativo, ambiental e cultural, na nossa região. Hoje destacamos duas delas: Manuel Lima e Carla Rodrigues, responsáveis por dois recentes e brilhantes eventos em Corroios. Quem é que, sendo natural ou residindo na região, minimamente interessado em conhecê-la, nomeadamente os concelhos do Seixal e Almada, não conhece, ou pelo menos não ouviu já falar, no professor Manuel Lima? Autor de uma rica e extensa obra sobre a geologia, mineralogia, fauna, flora e do edificado histórico e cultural dos dois concelhos. Dizer ainda que o prof. Manuel Lima, é neto de pescadores da Costa da Caparica, onde passou a sua infância e a juventude na Trafaria, deu aulas em diversas escolas dos concelhos referidos, organiza caminhadas didáticas, dá gratuitamente conferências em coletividades, escolas, juntas de freguesia e em qualquer lado para onde o convidem e, também à borla, leciona a disciplina de Património Histórico e Natural na Universidade Sénior do Seixal. A Câmara Municipal do Seixal, organizou a exposição, “Há Vida no Sapal de Corroios”, inaugurada dia 29 do passado mês, e patente no Ecomuseu/Moinho de Maré de Corroios. Para comentar este interessante evento, diríamos que, com toda a lógica, convidou o prof. Manuel Lima. Quem, como nós, teve oportunidade de assistir à referida inauguração, ficou com uma noção muito completa do enorme interesse daquele riquíssimo ecossistema. Da sua característica vegetação, da importância dela para a avifauna, peixes e invertebrados e da sua importantíssima função de, através da fotossíntese, transformar dióxido de carbono em oxigénio. Neste tempo de alterações climáticas com os seus terríveis efeitos bem
Neste tempo de alterações climáticas é fundamental o combate à poluição evidentes, é fundamental o combate à poluição e a preservação destas zonas húmidas. Esta, com os seus 143 hectares de extensão. Sendo para isso decisivo, as estações de tratamento de águas residuais (ETARS), e a divulgação e defesa das mesmas, como exemplarmente o faz, Manuel Lima. Em relação a Carla Rodrigues, teve a gentileza de nos convidar para a estreia da peça “ A Rosa Louca do Amor, Presa à Copa do Chapéu”. Textos de diversos autores incluindo da Carla, levada à cena no auditório do Pavilhão Municipal do Alto do Moinho, dia 26/6, interpretada por gente da casa; o Grupo de Teatro Artes e Magias. Coordenação e encenação de Carla Rodrigues. Coreografia de Adriana Santos. Apoio de luz som e imagem: Sandra Lopes, Sandra de Carvalho e Pedro de Carvalho. Convidados: o cantor/ fadista Tiago Conceição e Diogo Carias da Classe Talentos sem Fronteiras. Carla Faria, encenadora e apresentadora, dirige ainda o grupo de teatro infantil também do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho e é uma competente apresentadora. Por exemplo, fez esse trabalho no principal palco da Festas de Corroios em 2018 e 2019 e em diversas inciativas da JF de Corroios e da CM do Seixal. Ex-bancário, Corroios
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Desporto
SAD CONTA APRESENTAR SUCESSOR DE ALEXANDRE SANTANA NAS PRÓXIMAS HORAS
Prioridade máxima à contratação do novo treinador do Vitória FC MÁRIO ROMÃO
Objectivo é arrancar nova época no Estádio do Bonfim ainda esta semana Ricardo Lopes Pereira O Vitória Futebol Clube pretende anunciar nas próximas horas o novo treinador da equipa principal de futebol. Depois de na quinta-feira o clube ter anunciado que Alexandre Santanta, técnico que comandou os destinos do clube na temporada transacta no Campeonato de Portugal, não iria continuar em funções, a administração da SAD setubalense procura encerrar o dossier treinador o mais rápido possível. A questão do novo timoneiro dos sadinos ganha relevo no Bonfim porque vai permitir preparar mais atempadamente a equipa nas semanas que antecedem o arranque oficial da Liga 3, previsto para meados do mês de Agosto. A menos de mês e meio do arranque oficial da prova urge definir quem será o homem do leme encarregado da missão de subir o Vitória à II Liga em Portugal. Numa altura em que vários nomes têm sido apontados como possíveis para o cargo, a realidade é que, à hora do fecho da presente edição, não há fumo branco. A única certeza que existe para já sobre o futuro treinador, matéria que tem por estes dias alimentado muitas discussões entre os adeptos vitorianos nas redes sociais, é o perfil que foi apontado por Hugo Pinto, novo investidor da SAD, como ideal para orientar a equipa. “Numa época que será extremamente difícil, vai ser alguém com experiência de ligas profissionais. Procuramos alguém que tenha a capacidade de agarrar na actual equipa e nos nossos jovens e potenciá-los”, disse o empresário de 34 anos na entrevista publicada por O SETU-
Hugo Pinto e Francis Obikwelu, novos administradores da SAD, juntamente com Carlos Silva, presidente do clube
BALENSE na passada semana. Na ocasião, Hugo Pinto reconheceu a importância de arrancar para a nova época já esta semana. Refira-se que além do ex-treinador Alexandre Santana, o Vitória prescindiu também dos serviços de Tiago Teixeira, que exerceu as funções de director desportivo em 2020/21.
Os responsáveis do clube deixaram uma mensagem de reconhecimento a ambos os profissionais. “A Vitória FC SAD agradece o trabalho desenvolvido, ao longo dos últimos anos de colaboração”, escreveram sobre Alexandre Santana. Sobre Tiago Teixeira o teor da mensagem foi Idêntica. “A Vitória
FC SAD agradece ao Tiago Teixeira o trabalho desenvolvido durante o período de colaboração mútua”. Em ambos os casos, os dirigentes deixam a porta aberta a uma futura colaboração. “Não sendo uma mensagem de despedida, mas de agradecimento, o Vitória Futebol Clube SAD deseja as maiores venturas – a Alexandre
Modalidades Vitória promoveu futsal inclusivo Depois de garantir no domingo a subida à 3.ª Divisão Nacional, a equipa de futsal masculina do Vitória participou numa iniciativa que merece ser realçada, apesar de já terem passado alguns dias sobre a realização da mesma. Juntamente com a equipa feminina do clube, os campeões sadinos juntaram-se no Pavilhão Municipal Antoine Velge para um Encontro que teve também como protagonistas vários atletas de futsal adaptado do União
Desportivo para a Inclusão (UDI). Segundo o texto publicado pelo Vitória nas redes sociais, o Convívio surgiu na sequência da parceira entre a UDI e o futsal dos sadinos, após a criação da equipa feminina. “Aquando da criação da equipa de Futsal Feminino, oito elementos que representam a UDI integraram a equipa sénior feminina, e estabeleceuse, ainda, a possibilidade de integrar utentes da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais
e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) no Projecto da Secção de futsal”, lê-se no texto. Segundo os promotores, os grandes objetivos desta vertente do Projeto do Futsal do Vitória são: “Promover e divulgar o desporto como forma de competição e inclusão social; valorizar e dignificar as pessoas com deficiência, no sentido da alteração de atitudes/mentalidades e dar uma oportunidade real para que todas as pessoas possam praticar desporto”.
Santana e Tiago Teixeira – para o seu futuro profissional e pessoal”. O SETUBALENSE sabe que no caso do treinador e da respectiva equipa técnica, a desvinculação foi uma surpresa, uma vez que dias antes de lhe ser comunicada (passada quarta-feira) a decisão de que não iria continuar como homem do leme sadino, Alexandre Santana tinha reunido com o empresário Hugo Pinto, cujos negócios estão ligados ao ramo imobiliário e hoteleiro [grupo Four Points by Sheraton que tem unidade hoteleiras em Sesimbra e Lagos, por exemplo]. A acompanhar Hugo Pinto na administração da SAD vão estar Carlos Silva, presidente do clube desde Dezembro de 2020, e o antigo atleta olímpico Francis Obikwelu, que terá a missão de estar mais próximo da equipa sénior de futebol que tem como objectivo ascender esta época à II Liga. “Será a pessoa que vai estar com a equipa principal, vai ser um aditivo de força e motivação. Dispensa apresentações, é um campeão por natureza e vai mostrá-lo”, explicou Hugo Pinto.
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CRIAR-T subiu à 2.ª Divisão Nacional de Hóquei em Patins
O Grupo Desportivo CRIAR-T (Seixal) ao vencer o Hóquei Clube de Ponta Delgada, por 6-1, em jogo a contar para a 20.ª jornada, sagrou-se vencedor da Zona Sul B do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, conquistando assim de forma directa a subida ao escalão superior no ano
em que estreou a equipa sénior em competições oficiais. Apesar de faltar disputar ainda uma jornada, o primeiro lugar já está assegurado porque dispõe de seis pontos de vantagem sobre o Marítimo dos Açores, segundo classificado. A equipa comandada por Eduardo
Marques revelou ser de facto a mais competente ao longo de todo o campeonato onde conquistou até ao momento 16 vitórias e apenas por uma vez conheceu o sabor amargo da derrota. O último jogo desta fase realiza-se no próximo domingo, no Seixal, com o Sesimbra.
SEIXAL CLUBE 1925
Tiago Correia abandona cargo de treinador mas fica como coordenador da formação DR
Treinava a equipa sénior desde a sua fundação, levando-a da segunda à primeira divisão, mas abdicou das suas funções no final desta época por opção própria José Pina Tiago Correia representou o Seixal Futebol Clube enquanto jogador na formação, mais tarde jogou pela equipa sénior e passou também por outros clubes. Aos 33 anos, seguindo as pisadas do pai [Manuel Correia, que treinou o Desp. Chaves, Penafiel, Vizela, entre outros], abraçou a carreira de treinador no Seixal Clube 1925 onde permaneceu, desde a sua fundação, até ao dia 27 de Junho. Para trás ficaram quatro anos de trabalho que culminaram com a subida à 1.ª Divisão Distrital. A notícia sobre a intenção de sair causou alguma surpresa por isso impunha-se ouvir Tiago Correia, que conta actualmente com 36 anos. Estás na origem da criação da equipa de futebol sénior do Seixal mas agora abdicas das funções de treinador. Porquê? É verdade. Foi um convite que surgiu há alguns anos atrás, ainda eu jogava futebol. Deixei de jogar para abraçar este projecto e construímos uma equipa a partir do zero, feita com atletas praticamente que vieram dos juniores e outros que regressaram a casa e que já não jogavam há algum tempo, construímos uma equipa e foi assim que começou a história do Seixal Clube 1925, novamente em seniores. No final destes quatro anos decidi parar porque tudo tem o seu tempo. Entendi que chegou a altura de parar no Seixal a nível de
equipa sénior e não por nenhuma razão específica, foi o fim de um ciclo. Portanto, a saída nada teve a ver com resultados? Não, de forma nenhuma. O Seixal subiu o ano passado à 1.ª divisão distrital, este ano fizemos o campeonato possível, se é que se
pode chamar a isto campeonato. Nós tivemos um jogo em Outubro e outro em Novembro, quando veio o confinamento tínhamos apenas dois jogos feitos e depois fizemos quatro jogos em 10 dias, é uma coisa absurda. Estivemos um ano a treinar para fazer 10 jogos e no caso do Seixal foram quase
Crescer passo a passo Gente da terra tem grande paixão pelo clube Tiago Correia é um homem da casa que vive o Seixal Clube 1925 como poucos. Neste sentido, quisemos registar a sua opinião sobre a forma como está a sentir a sua evolução e até onde pode chegar com este projecto. “Nos últimos tempos tem mostrado que é capaz de crescer todos os anos. O clube tem crescido na formação e também nos seniores, acredito que pode continuar a crescer
mas passo a passo, com calma e sem grandes pressas para que o crescimento seja sustentável. É importante que não se coloque em grandes aventuras. O clube está a ser gerido por gente da terra que jogou muitos anos no Seixal, gente que tem uma grande paixão e vive o clube de forma intensa. Por isso, é natural que todos queiram que o clube venha a ter o maior sucesso”.
todos realizados no mesmo mês. Foi um campeonato atípico mas o Seixal acaba por ficar no meio da classificação misturado com outras equipas que já estão na 1.ª divisão há bastante tempo. Portanto, a nível de resultados não foi um campeonato excelente mas foi o campeonato possível dentro das circunstâncias. A classificação é positiva mas se calhar ainda poderia ter sido melhor… Os atletas que faziam parte do plantel estavam ali só por amor à camisola, mesmo assim conseguimos formar uma excelente equipa. Os jogadores estavam sempre presentes nos treinos e deram tudo o que tinham. Se fosse um campeonato normal poderíamos ficar um pouco mais acima, mas no futebol o se não existe. Para a época de estreia na primeira divisão creio que não foi mau. Não havia descidas de divisão mas se houvesse o Seixal estava livre disso. Ou seja, o objectivo estaria cumprido. Apesar de teres deixado o cargo
de treinador da equipa sénior vais continuar ligado ao clube? Sim, é verdade. Vou continuar como coordenador da formação. O assunto foi conversado com a direcção e foi uma decisão tomada por mim. Continuo ligado ao clube pelo menos na próxima época, depois logo se verá. Sou professor e treinador e o que mais gosto de fazer é treinar mas, neste momento não. Foi apenas um ciclo que se fechou, ninguém se zangou com ninguém. E a prova disso é que foste homenageado pelo clube no último jogo realizado em casa… A minha decisão já estava tomada há algum tempo mas eu quis deixar passar aquela sequência de quatro jogos em 10 dias, optei por deixar correr o tempo para sair na altura certa. Na semana anterior ao jogo com o Barreirense informei a direcção da minha intenção e eles fizeram-me uma bonita homenagem, que agradeço. A nossa ligação continua porque para além da relação que tenho com o clube, que é de muitos anos porque fui atleta na formação, em sénior e agora treinador, também tenho uma relação de amizade com as pessoas que estão à frente do clube. Por aquilo que disseste há pouco fica a ideia de que estás receptivo a convites que possam surgir… Não vivo obcecado com isso, até porque tenho familiares que estão no futebol profissional, como é o caso do meu irmão [Rui Correia, defesa-central do Nacional] e sei muito bem como as coisas no futebol funcionam. Como disse, não estou obcecado em treinar, muito sinceramente neste momento só iria treinar se fosse com um projecto diferente e de maior ambição. Não me faz qualquer confusão estar parado, senão, não tinha tomado a decisão de sair.
00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
ALMADA
00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar
SESIMBRA
01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar
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