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Candidatos estiveram ontem ao vivo, no último dos 14 debates promovidos na Península de Setúbal e Litoral Alentejano p12 e

Vitória FC quer estar na luta pelos primeiros lugares da 1.ª Divisão Distrital p14

MARIA MARTINS

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corre à edilidade pelo PAN, interligou o tema “às questões ambientais”. “Das oito mil pessoas que precisam de ser realojadas, a maior parte está alojada nas zonas que vão ser afectadas pela subida do mar. Com as alterações climáticas, o que estamos à espera que aconteça nas próximas décadas?”, questionou.

A partir da sua própria interrogação, explicou que “o PAN olha para a habitação de duas formas: a social e a de custos acessíveis”. “Na realidade, realojar pessoas que têm habitações precárias no Monte de Caparica afecta a classe média e os jovens. A Câmara tem de ser um actor interveniente no mercado imobiliário, para modelar os preços. Isso faz-se adquirindo imóveis no centro da cidade”, garantiu.

O candidato à presidência da autarquia pelo Chega, Manuel Matias, relembrou que “em 47 anos, este problema foi sempre aumentando”. “Há que ter coragem de enfrentar o poder central. É um flagelo e não há dinheiro. Nós achamos que os bairros sociais não podem ser guetos. Tem de haver respostas transitórias, de forma

Em destaque estiveram igualmente os serviços da Flexibus e do comboio turístico Transpraia, vistos por todos como uma solução necessária

a que as famílias possam resolver e elevar-se socialmente”, realçou.

Já Bruno Coimbra, cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL), que se expressou “arrepiado” nesta matéria, começou por levantar uma questão: “A habitação é que está cara ou nós é que ganhamos pouco?”.

No entanto, reconheceu que “a habitação social é uma questão crónica”, não sem antes ‘lançar farpas’ ao candidato do PAN, ao perguntar: “Mas nós queremos que a habitação seja uma Remax? Vou construir casas para depois meter rendas acessíveis para os jovens?”.

Metro Sul do Tejo à Costa consensual entre cabeças-de-lista Conhecidas também as propostas dos sete cabeças-de-lista, focadas na proximidade à população e em questões como a educação, cultura, desporto e alterações climáticas, o jornalista de O SETUBALENSE Humberto Lameiras introduziu o tema da mobilidade e transportes, focado na expansão do Metro Sul do Tejo à Costa de Caparica, projecto consensual entre os candidatos.

Depois de destacar que “das 34 novas linhas [de transportes rodoviários], 22 é que são, de facto, municipais”, Maria das Dores Meira (CDU) afirmou que o concelho “continua a não ter frequência”. “Estava no nosso [gestão CDU] Plano de Urbanização de Almada Nascente a questão do túnel de Cacilhas. O Metro Sul do Tejo devia continuar de Cacilhas até à outra margem”, comentou.

Enquanto isso, Inês de Medeiros (PS) disse querer “que o metro estivesse inserido no PRR”. “O Governo considerou que o prazo de execução era muito curto e decidiu colocá-lo no Plano Nacional de Investimento. Nós continuamos a insistir que não apenas deve e vai chegar até à Costa de Caparica, mas que também não se esgote aí”, sublinhou.

Para Nuno Matias (Almada Desenvolvida), vereador que diz não querer ser deputado em mais lado nenhum a não ser em território almadense, “não há dúvida de que o metro tem de chegar à Costa”. O cabeça-de-lista considera, contudo, que “aquilo em que não devia de ter havido dúvida era na sua implementação”.

“Nós sabemos que a Costa é fundamental, mas é também fundamental haver uma interligação para a Charneca. Tem de haver uma rede de mobilidade integrada, que articule os diferentes modos de transporte”, refere.

A bloquista Joana Mortágua, candidata pela terceira vez ao município, começou por relembrar que o projecto do Metro Sul do Tejo “vem de 2002” e que “não se sabe como é que vai ser financiado”. “Não sabemos nós, porque a candidata do PS disse ter garantias do primeiro-ministro / secretário geral do PS de que o metro era para avançar”, disparou.

No entender de Vítor Pinto, “a incapacidade de fazer chegar o metro de superfície até à Costa de Caparica impossibilita o centro da cidade de receber um milhão de pessoas que a Costa recebe em Agosto por cada fim-de-semana”.

“De facto, o PAN defende uma transição entre a mobilidade individual e a colectiva, entre a mobilidade rodoviária e a ferroviária, e o metro de superfície tem uma palavra muito importante a dizer”, realçou.

Sobre esta matéria, Manuel Matias (Chega), cujo principal objectivo é “combater a corrupção através de uma auditoria às contas dos dois últimos mandatos”, comentou ser necessário “que se retome a luta e que se exija que o projecto se concretize”.

Ainda sobre a mobilidade em Almada, o candidato, que desempenha actualmente a função de assessor de André Ventura na Assembleia da República, destacou uma terceira travessia sobre o Tejo.

Ao nível do transporte rodoviário, Inês de Medeiros salientou o “aumento significativo do número de novas carreiras, intermunicipais e municipais, e o aumento do número de frequências”, afirmando ainda ter ficado “surpreendida quando a CDU criticou a proposta”. “As pessoas vão ficar certamente surpreendidas por saber que uma força política que acha que ter autocarros de 5 em 5 minutos é algo de muito prejudicial”, disse.

Maria das Dores Meira (CDU) explicou a crítica, ao afirmar que aumentar a frequência “cria estrangulamento no centro da cidade, ao invés de criar espaços intermodais”.

Em destaque estiveram igualmente os serviços da Flexibus e do comboio turístico Transpraia, vistos por todos os candidatos como uma solução necessária para a mobilidade da população.

Com este encontro em Almada, O SETUBALENSE concluiu o ciclo de debates entre os candidatos da Península de Setúbal e do Litoral Alentejano (ver texto página 2). Estes contaram com a parceria da Rádio Sines, Rádio M24, Popular FM, jornal ‘O Leme’ e a empresa Morning Panorama, responsável pela cobertura e transmissão em directo das emissões.

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