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Novo treinador do Vitória FC em entrevista

Desporto

MICAEL SEQUEIRA TREINADOR DO VITÓRIA

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“Temos que correr o dobro e ter atitude máxima para podermos ganhar os jogos”

“Estou aqui com toda a motivação possível e acredito muito, juntamente com o peso da cidade que vamos conseguir o nosso objectivo”, diz

Ricardo Lopes Pereira

O novo treinador do Vitória, Micael Sequeira, que em 2021 esteve ao serviço do Lokomotiv Tashkent (Uzbequistão), assinou contrato válido por um ano na tarde de segunda-feira. Logo após a formalização do vínculo, o técnico, de 48 anos, ex-adjunto de Rúben Amorim no Sp. Braga, concedeu ao jornal O SETUBALENSE, no balneário principal do Estádio do Bonfim, a primeira entrevista enquanto homem do leme dos sadinos, cargo que representa, “sem dúvida”, o maior desafio da sua carreira.

Esta entrevista decorre no balneário onde vai estar com a equipa em 2022/23. O que sente neste momento por ser o treinador do Vitória FC?

Tive um sentimento diferente dos que tive quando fui apresentado noutros clubes. O Vitória é, de facto, enorme e ao entrar aqui sentimos a grandeza do clube.

Depois de um período no Uzbequistão, quais as razões que o levaram a querer voltar a Portugal?

A família pesou bastante. Ao sair do Uzbequistão dei preferência ao regresso a Portugal. A minha vontade era regressar ao País e, felizmente, consegui. Também consegui resistir às propostas que tive do estrangeiro. Quando surgiu a hipótese de vir para o Vitória, esse facto facilitou bastante a minha decisão de regressar.

O SETUBALENSE

De que forma?

Não fiquei à espera das outras decisões e abracei este projecto. Estou aqui com toda a motivação possível e acredito muito, juntamente com o peso da cidade, dos nossos adeptos, a envolvência de todos e os jogadores com a mentalidade certa, que vamos conseguir o nosso objectivo.

Como surgiu a oportunidade de treinar o Vitória?

A possibilidade surgiu por intermédio do Bruno (Sousa) [n.d.r.: novo director do futebol profissional] e, mais tarde, através do Hugo (Pinto) [n.d.r.: investidor da SAD]. Por se tratar de um clube histórico e com esta dimensão, imediatamente levou-me a pensar aceitar. Independentemente da divisão em que se está, o importante é reajustarmo-nos à realidade e termos consciência daquilo que temos que fazer. Não podemos entrar a pensar que somos os melhores do mundo, bem pelo contrário, temos que entrar sempre com muito cuidado porque toda a gente vai querer ganhar ao Vitória. Por isso, temos que correr o dobro e ter atitude máxima para podermos ganhar os jogos.

Quais as razões que o levaram a aceitar o convite?

A dimensão do clube. Pela sua

O compromisso de todos com a vitória é obrigatório aqui e quem não tem essa mentalidade não pode fazer parte deste plantel. Se eu não tivesse essa mentalidade também não estaria cá

história e também pelo presente, pelas pessoas que estão envolvidas no projecto, levou-me a tomar esta decisão. O peso do clube, a dimensão e a história querem dizer pouco porque os clubes são orientados pelas pessoas e é muito importante para mim ter a noção de quem são as pessoas que estão à minha volta. Quando me apercebi de quem se tratava não hesitei em avançar com muita vontade de poder ajudar.

Falou com alguém antes de tomar a decisão ou tomou-a sozinho?

Não falei com ninguém. Acredito que foi a melhor decisão que podia ter tomado. Felizmente as coisas têm corrido muito bem onde tenho estado e acredito que ter vindo para aqui vai ser uma viragem na minha carreira.

É o maior e mais aliciante desafio da sua carreira?

É, sem dúvida. Traz mais responsabilidade porque tenho perfeita noção do que é o Vitória. Nunca me preocupo muito como chego ao clube. A minha principal preocupação é sempre como é que eu saio do clube. Acredito que vou sair daqui de cabeça levantada, com boas relações com todos e que vamos passar uma boa imagem do nosso futebol. Espero que seja um futebol de acordo com aquele que o Vitória sempre teve.

Em termos de objectivos, o que lhe foi pedido pela administração da SAD?

É sempre complicado falar de objectivos. A prioridade é sempre ganhar o primeiro jogo e, à medida que o campeonato vai decorrendo, vamos reformulando os objectivos de acordo com o momento que estamos a passar.

Os adeptos do Vitória são conhecidos pela sua exigência e não anseiam por outra coisa que não a subida de divisão…

Isso é inerente à história deste clube. Quem representa o Vitória tem que ter essa mentalidade de vir para cá para suportar essa pressão. É uma pressão positiva. Complicado é não ter adeptos nas bancadas e felizmente aqui isso existe e só tem de nos servir de motivação. O compromisso de ganhar está enraizado neste clube. Agora, o importante é não estarmos obcecados, mas sim conscientes da realidade para conseguirmos atingir os nossos objectivos. O compromisso de todos com a vitória é obrigatório aqui e quem não tem essa mentalidade não pode fazer parte deste plantel. Se eu não tivesse essa mentalidade também não estaria cá. O compromisso que existe aqui é de enorme responsabilidade e espero poder ajudar os jogadores que vamos ter e que vão ser mentalmente muito fortes e conseguir devolver a mística do Vitória.

Gonçalo Cruz (ex-Águas de Moura) é o novo treinador do Barreirense

Gonçalo Cruz, que esta época orientou o Águas de Moura, vai ser o treinador do Futebol Clube Barreirense na próxima temporada. O anúncio foi feito pelo clube no dia imediato ao término do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão. Gonçalo Cruz, de 29 anos, é licenciado em Ciências do Desporto e diplomado com o curso de treinador UEFA B. Como jogador representou o Vitória FC, Belenenses, U. Montemor, Marítimo, Sesimbra, Peimari United (Finlândia), Pinhalnovense, Barreirense e Comércio Indústria onde deu início à sua carreira de treinador, passou depois pelo Pinhalnovense, como treinador adjunto no Campeonato de Portugal. Da equipa técnica fazem parte também João Cacela, João Bagão e António Gonelha como treinadores adjuntos e ainda João Silva que será o treinador de guarda-redes.

BARREIRENSE

Equipa de futebol feminino à espera de ser promovida à 2.ª Divisão Nacional

José Pina

A equipa sénior de futebol feminino do Barreirense terminou o Campeonato Nacional da 3.ª Divisão em terceiro lugar, atrás do Famalicão B e do Sintrense que foram promovidos, mas no Barreiro reina a esperança que a formação alvi rubra pode vir a subir também à segunda divisão.

Segundo Rafael Costa, existe de facto essa possibilidade através do artigo 12.º do regulamento da competição mas a situação terá que ser confirmada pela Federação Portuguesa de Futebol.

“O que se passa é o seguinte: o Atlético Clube de Portugal que esta temporada disputou a Liga BPI desceu à segunda divisão e, em comunicado nas redes oficiais do clube, anunciou o fim da sua equipa sénior abrindo assim uma vaga na mesma. Ora, segundo os regulamentos da FPF a vaga deverá ser ocupada por um

DR

clube da 3.ª Divisão que ficou no lugar abaixo da subida de divisão. Como o nosso campeonato tinha duas séries de fase de subida, Norte e Sul, subiam os dois primeiros de cada série. Assim sendo, será o melhor terceiro classificado a ser promovido e nessa situação o melhor terceiro classificado é o FC Barreirense. Mas esta situação carece de confirmação por parte da FPF e ainda de um comunicado oficial do Atlético CP a informar que não vai inscrever a sua equipa na 2.ª Divisão Nacional”.

De referir entretanto que a coroar a excelente temporada que está a realizar a equipa garantiu no passado sábado a sua presença na final da Taça AF Setúbal (que está marcada para o dia 16 de Junho), após vitória alcançada no Campo do Pragal sobre o Almada, por 6-4.

GRUPO DESPORTIVO FABRIL

Campeões distritais de futebol foram recebidos na Câmara Municipal

O Grupo Desportivo Fabril que se sagrou Campeão Distrital da 1.ª Divisão e assegurou o regresso às competições nacionais, neste caso concreto ao Campeonato de Portugal, foi homenageado pela Câmara Municipal do Barreiro, em cerimónia realizada na sala de sessões dos Paços do Concelho.

No final do jogo com o Águas de Moura, disputado no último domingo, no Estádio Alfredo da Silva, onde recebeu o troféu relativo à prova mais importante da Associação de Futebol de Setúbal, a equipa sénior de futebol e todo o staff, onde se incluíam jogadores, treinadores e dirigentes, dirigiu-se aos Paços do Concelho onde foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal, Frederico Rosa, e pela vereadora do pelouro de desporto, Sara Ferreira.

“Foi uma época difícil mas o resultado está à vista e nós enquanto Barreiro temos muito orgulho em vocês “, referiu a propósito a vereadora do desporto.

“Este sonho que alguém vos passou, hoje também vocês o passaram a muitos miúdos que ficaram a saber que, com trabalho e dedicação, é possível vencer. Direcção, equipa técnica, jogadores e restante staff, estão todos de parabéns”, salientou por sua vez o presidente da autarquia.

Melhor Marcador O confronto entre Fabril e Águas de Moura tinha também como aliciante o facto de se defrontarem os dois melhores marcadores da competição que se encontravam separados apenas por um golo. Como cada um marcou dois nesta partida, o artilheiro-mor acabou por ser Tiago Rosário (Águas de Moura) com 27 golos, contra 26 de Ivan Reis (Fabril).

OPINIÃO

Nelson Melo

O direito da criança à prática desportiva

Comemorou-se na semana passada o Dia Mundial da Criança. A este propósito, recordo que na Declaração Universal dos Direitos da Criança, proclamada pelas Nações Unidas, em 1959, se estipulou o princípio de que “a criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos.”

Recordo a Declaração Universal, com mais de seis décadas, e olho para a realidade desportiva, do nosso distrito e do país. Ora, o que constatamos é que uma grande maioria das crianças e jovens pagam para fazer desporto. Na prática, o acesso da criança à prática desportiva continua a ser uma fonte de desigualdades.

É certo que hoje a qualidade dos serviços prestados no futebol e futsal é indiscutivelmente maior, em parte devido ao papel desempenhado pelas entidades formadoras na certificação dos clubes. Se compararmos com um passado não muito distante, é notório que a qualificação dos treinadores, por norma, é superior, e que as instalações desportivas têm atualmente maior qualidade. No entanto, a qualidade paga-se e nem todos dentro do movimento associativo têm as mesmas condições. Inevitavelmente, alguns ficam para trás, com prejuízo evidente para as crianças e jovens.

O leque de despesas a suportar pelos clubes é vasto: energia, transportes, equipamentos, alojamentos, inscrições, seguros e taxas de organização de jogos. Nalgumas modalidades, trata-se de um valor excessivo para a realidade do movimento associativo. Por isso, sem as mensalidades suportadas pelos pais de crianças e jovens, dificilmente o movimento associativo resistiria em Portugal. Sem esse contributo, nenhum clube sobreviveria apenas com o apoio prestado pelo IPDJ, federações e associações das modalidades, ou pelas autarquias.

Nada tenho contra aqueles que encontram na formação uma forma de angariar receitas para as suas despesas. Isto dito, todos devemos assumir a imperiosa necessidade de garantir que nenhuma criança deixe de praticar desporto pelo facto de o seu agregado familiar não possuir, de forma comprovada, meios para pagar a respetiva mensalidade. Até lá, o direito da criança à prática desportiva continua a ser uma meta básica por salvaguardar de forma universal. Esta é a dura realidade.

P.S. – Os meus os parabéns ao G.D. Fabril do Barreiro pela conquista do título distrital de futebol, onde teve uma forte oposição do União Futebol Comércio e Indústria, apurado para a edição da Taça de Portugal da próxima época. Felicito igualmente o Portugal Cultura e Recreio pela conquista do título distrital de futsal, que junta ao título distrital de futsal feminino. Por último, mas não em último, uma palavra de elogio ao G.D. de Sesimbra, pela organização do colóquio “A arbitragem, o fair play e a ética no desporto”, integrado nas suas comemorações oficiais das suas “Bodas de Diamante - 75 Anos.”

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