“O Filme do Bruno Aleixo”: À procura da história perfeita visao.sapo.pt/visaose7e/ver/2020-01-26-o-filme-do-bruno-aleixo-a-procura-da-historia-perfeita 26 de janeiro de 2020
A melhor garantia que se pode dar sobre O Filme do Bruno Aleixo é a de que os inúmeros admiradores do “boneco” digital, conhecido em canais alternativos de televisão e de rádio, não se vão sentir defraudados. Todo o espírito subversivo, original e, por vezes, subtil dos programas sobrevive na transposição para uma longa-metragem. E não seria assim tão óbvio que resultasse. Bruno Aleixo, personagem criada por João Moreira e Pedro Santo, popularizada na SIC Radical, mas que já teve muitas vidas, funciona sobretudo através de uma lógica de sketch. Na transformação para o cinema, levantou-se a dúvida se resistiria à extensão no tempo. A dupla de realizadores resolve bem essa questão através do argumento, ao fazer um filme sobre o filme que se quer fazer. As quatro personagens – Bruno Aleixo, Busto, Homem do Bussaco e Renato Alexandre – participam numa espécie de brainstorming, em que todos apresentam ideias, e esse mecanismo acaba por desmultiplicar a longa–metragem em pequenas cenas, recuperando a economia dos sketches televisivos. Em O Filme do Bruno Aleixo, encontramos, pois, as quatro personagens, sentadas à mesa, em busca de uma história para o filme. Cada ideia (sempre bastante disparatada) é convertida em cinema. Atores tomam o papel das personagens – e é bastante engraçado ver Adriano Luz e Rogério Samora com as vozes dobradas por Bruno Aleixo e o Homem do Bussaco. Os filmes são, eles próprios, desconstruções e paródias ao cinema de género, apostando, sobretudo, no thriller e encontrando por aí afinidades com a série de culto portuguesa Duarte & Companhia. 1/2
O resultado é uma boa dose de gargalhadas. Claro que, cinematograficamente, o filme não aspira a muito nem tenta fugir demasiado do contexto televisivo original. Fazê-lo, de resto, não seria fácil nem eficaz. O Filme do Bruno Aleixo > De João Moreira e Pedro Santo, com Adriano Luz, Rogério Samora, Fernando Alvim, Gonçalo Waddington > 91 minutos
2/2