‘Um Animal Amarelo’ vai a Biarritz e Gramado cultura.estadao.com.br/blogs/p-de-pop/um-animal-amarelo-espreita-biarritz-e-gramado
Rodrigo Fonseca Coladinho ali com San Sebastián, charmosa capital dos pintxos (acepipes ibéricos) no norte da Espanha, a umas duas horas de carros mais ou menos, fica Biarritz, cidade francesa onde, ano a ano, realiza-se uma celebração do cinema latino-americano em forma de uma competição de longas e curtas-metragens na qual o Brasil sempre é bem recebido. A cidadezinha espanhola aí do início do texto tem também um festival… só que festivalzão… do mesmo timão no qual estão Roterdã, Berlinale, Cannes, Locarno e Veneza. E esse começa nesta sexta-feira, com uma projeção hors-concours do novo Woody Allen: “Rifkin’s Festival”. Já o evento de Biarritz abre alas pro mundo latino no dia 28 de setembro, tendo entre seus concorrentes um dos longas de ficção nacional de maior Higor Campagnaro é um badalação lá fora de janeiro até agora: “Um Animal diretor brasileiro em errância Amarelo”, de Felipe Bragança. Em terras francesas, pelas terras ligadas ao seus adversário na caça a prêmios são: “Chico Ventana passado colonial de nosso también quisiera tener un submarino”, de Alex Piperno país em “Um Animal Amarelo”: domingo no Canal (Uruguay / Argentina / Brasil / Holanda / Filipinas); Brasil “La Fortaleza”, de Jorge Thielen Armand (Venezuela /Colômbia / França / Holanda); “La Verónica”, de Leonardo Medel (Chile); “Lina de Lima”, de María Paz González (Chile / Peru/ Argentina); “Los Fantasmas”, de Sebastián Lojo (Guatemala / Argentina); “Ofrenda”, de Juan Monaco Cagni (Argentina); “Selva trágica”, de Yulene Olaizola (México / França / Colômbia); e “Se escuchan aullidos”, de Julio Hernández Cordón (México). Exibido e bem resenhado em telas holandesas, em Roterdã, no início do ano, o estudo de Bragança sobre ranços coloniais va ainda pra vai pra Odessa, na Ucrânia, e Brisbane, na Austrália, no mês que vem. Domingo agora, o longa vai ser exibido no 48º Festival de Gramado, em edição online e na TV, via Canal Brasil, às 20h. “Vai se especial o Amarelo invadindo a casa das pessoas”, diz Bragança, que, há dez anos, representou o Brasil em Cannes com “A Alegria”, codirigido por Marina Meliande.
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Na ficha de Gramado, Marina assina a montagem de “Um Animal Amarelo”, com colaborações de Karen Black e do próprio Bragança. Na trama, Fernando (vivido por Higor Campagnaro) é um cineasta brasileiro falido de 33 anos que mergulha em uma jornada entre seu país, Portugal e Moçambique, em busca de pistas sobre o passado violento de seu avô. Descrito por seu diretor, o mesmo de “Não Devore Meu Coração” (2017), como “uma tragicômica fábula tropical”, esta produção vem angariando críticas elogiosas pela potência de sua narrativa, que conta com Isabel Zuaa em seu elenco. “O AMARELO é um filme sobre as ruínas coloniais que vivem dentro de cada um de nós”, diz Bragança ao P de Pop. “Neste ano dolorido, em que Brasil tem sofrido muito com males incrustrados na nossa violenta história, a jornada do filme pelos festivais tem trazido ao menos a possibilidade de diálogos, de encontros, de oxigénio”. Rodrigo Fonseca Conterrâneo de Alfonso Cuarón, Alejandro González Iñárritu e Guillermo Del Toro, a trinca oscarizada do cinema mexicano, Michel Franco, 41 anos de vida, 22 de carreira, recebeu o Leão de Prata, correspondente ao Grande Prêmio do Júri do 77º Festival de Veneza, por seu novo longa-metragem, “Nuevo Orden”, e dirigiu-se à presidenta do júri, Cate Blachett, com um convite: “Vamos trabalhar juntos”. A estratégia dele é velha… mas cola: em 2012, ao ganhar o troféu Un Certain Regard, em Cannes, ele virou para o cabeça do time de jurados, o ator Tim Roth, e convidou-o para filmarem juntos. O resultado foi “Chronic”, pelo qual ele recebeu o prêmio de melhor roteiro na Croisette, em 2015. “Eu tento fazer estudos de personagem, buscando entender a relevância do movimento em um contexto onde as relações não são facilmente mapeáveis. Robert Bresson é um deus pra mim e aprendi com a ele a entender a finitude”, disse Franco em Cannes. Seu “Nuevo Orden” será exibido nesta sexta no 68º Festival de San Sebastián. Nele, uma festa de casamento é interrompida por uma manifestação que sugere um conflito político em um México distópico.
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Cena de “Nuevo Orden”
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