‘Diários de Otsoga’. Realidade e ficção numa carta de amor ao verão espalhafactos.com/2021/08/19/diarios-de-otsoga-realidade-e-ficcao-numa-carta-de-amor-ao-verao Cinema Kenia Sampaio Nunes·19 Agosto, 2021
19 de agosto de 2021
Diários de Otsoga, filme veranil realizado por Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, estreia esta quinta-feira (19) nas salas de cinema portuguesas. O filme teve a sua estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e tem presença marcada em vários festivais nos próximos meses. Filmado durante o confinamento no verão do ano passado, Diários de Otsoga acompanha a rotina estival de três pessoas, Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro, que se deixam levar pela vida vagarosa numa casa de campo. Passeios pelos pomares que fazem lembrar velhos clássicos de Éric Rohmer, tardes ociosas e a construção de um borboletário são as principais atividades que ocupam este trio ao longo dos 25 dias registados neste diário. Há, no entanto, um pormenor. A ordem cronológica em Diários de Otsoga é invertida: a ação começa no 25.º dia, ao som de ‘The Night‘, de Frankie Valli and the Four Seasons (que tem lugar marcado na banda sonora deste verão), e acaba no primeiro. Quando toca a mesma canção, fecha-se o ciclo, mas na última (ou primeira) festa, percebemos que o trio não está sozinho.
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Watch Video At: https://youtu.be/mPa33edrME0
“É um filme sobre estar com outras pessoas”, afirmou Miguel Gomes em entrevista à agência Lusa. Inicialmente, assola-nos a solidão. Os três sozinhos numa casa grande, com pouco para fazer durante um verão escaldante. A sensação arrebatadora das imagens é firme, mas as ações são ociosas e lentas e o trio fecha-se em si, dando pouco a conhecer a este lado. Mas, à medida que o tempo passa, elementos vão sendo adicionados. Vamonos apercebendo, pelos intertítulos, que o tempo é traiçoeiro – Otsoga é, afinal, Agosto ao contrário. O filme ganha ritmo e, à medida que os dias retrocedem, o borboletário vai se desconstruindo. Mas Diários de Otsoga chega ao cume quando é convocada uma reunião de equipa onde os guionistas (Mariana Ricardo junta-se, neste trabalho, aos realizadores), técnicos de som e operadores de câmara, cozinheiras, realizadores e três cãezinhos discutem o futuro da produção em tempos de pandemia. Lê também: Pedro Penim será o novo Diretor Artístico do Teatro Nacional D. Maria II
À primeira vista, as máscaras e os pedidos de distanciamento e cautela causam estranheza. A velha questão de incorporar a realidade indesejada na fuga da ficção colocase, mas apenas nos primeiros momentos. Após o baque inicial, constatamos que Diários de Otsoga só faria sentido assim. O que se discute na mesa comprida altera as filmagens dos dias seguintes (as decisões tomadas que já vimos, na verdade, e é engraçado perceber porque é que aconteceu isto e não aquilo). O filme ganha uma dimensão mais profunda quando Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, sob a proteção de um guarda-chuva ou por chamadas telefónicas, decidem os próximos passos da rodagem. Situações do dia-a-dia, como uma consulta da realizadora, são incorporadas no filme, acabando em filmagens hilariantes que lhe dão brilho. “É um filme sobre uma velha questão que existe agora, com Covid ou sem Covid, esta coisa de vivermos juntos, de sermos uma comunidade“, disse Miguel Gomes à Lusa. E Diários de Otsoga é precisamente isso. Um filme divertido sobre as idiossincrasias de uma equipa de produção em confinamento, as suas dinâmicas, confusões sobre papéis e 2/5
questões logísticas – que não seriam muito diferentes noutra altura. Fresco, esteticamente belo e, por vezes, hilariante, Diários de Otsoga é uma carta de amor às memórias do Verão. Veja também
A estreia de Diários de Otsoga dá-se no Cinema Ideal, em Lisboa, com a presença dos realizadores e da ministra da Cultura, Graça Fonseca. No dia 22 de agosto, os realizadores estarão presentes numa sessão especial no Cinema Trindade, no Porto. 3/5
O playoff de acesso à Liga dos Campeões, que opôs o SL Benfica ao PSV Eindhoven, foi o programa mais visto desta quarta-feira (18), tendo liderado do início ao fim da partida. O futebol catapultou a TVI para a liderança diária das audiências. A partida, que culminou na vitória da equipa portuguesa, foi acompanhada em média por um milhão e 881 mil telespectadores, registando 19,9% de audiência média e 40,5% de quota de mercado. A emissão da SIC, habitual líder do horário, ficou em segundo lugar frente à Liga dos Campeões, com o Jornal da Noite (8,8% / 17,8%) a fidelizar, aproximadamente, 828 mil telespectadores. Na RTP1, o Telejornal (5,1%/ 11%) manteve-se na terceira posição e Pôr do Sol (3,2%/ 6%), série analisada no Fita Isoladora desta semana, marcou os valores mais baixos desde a estreia. Amor Amor recupera a liderança Após o final do jogo da Liga dos Campeões, a SIC voltou ao primeiro lugar e Amor Amor regressou ao posto de telenovela mais vista. A trama protagonizada por Ricardo Pereira fidelizou, em média, um milhão 217 mil telespectadores, o que se traduz em 12,9% de rating e 26,1% de share. Na segunda posição, ficou Festa é Festa (12,2%/ 25,1%), que se ficou pelo um milhão e 152 mil telespectadores. A restante noite foi também de vitória para a estação de Paço de Arcos, com A Serra (10,4% / 25,8%), Quem Quer Namorar com a Agricultora? (7,7% / 23,6%), Tempo de Amar (5,7% / 20,8%) e a repetição de Quem Quer Namorar com o Agricultor? (3,7% / 18,9%) a vencerem as apostas da TVI, Bem me Quer (9,2% / 23,4%), Amar Demais (6,4% / 21,3%) e a reposição de Mulheres (3,6% / 17,7%). A estação pública continua com grandes dificuldades durante a noite, com as repetições de O Atentado (0,7%/ 2,5%) e Em Casa d’Amália (0,4%/ 2,2%) a baterem, sucessivamente, recordes negativos. Cristina Ferreira consegue momentos de liderança À semelhança de segunda-feira (16), Cristina ComVida (5,5% / 17,1%), que incorporou o diário de O Amor Acontece, voltou a conseguir liderar durante os últimos 15 minutos, altura em que a SIC emitia Orgulho & Paixão (5,6% / 17,4%). Antes disso, ficou na segunda posição frente à telenovela Viver a Vida (6,1% / 19,6%). Em seguida, Quem Quer Namorar com o Agricultor? (6,7% / 17,9%) liderou até bem perto do início da partida de futebol, deixando O Preço Certo (6,5%/ 17,3%) na segunda posição e O Jornal Das 8 (6,4%/ 17,3%) na terceira. Nas contas totais do dia, a TVI liderou as audiências, com 21,6% de share, um valor bem acima da sua média anual (17,3%). Na segunda posição, a uma distância de 2,3 pontos percentuais da líder ficou a SIC com 19,3% de share. Longe das privadas, ficou a RTP1
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com 8%, um dos números mais baixos deste ano. Outros destaques do dia: Casa Feliz (4% / 19,6%) distanciou-se de Dois às 10 (3,6% / 17,7%), apesar de ter perdido durante a primeira hora do programa. Na terceira posição, 7 Maravilhas (1,5% / 7,3%) continua a somar maus resultados. À hora de almoço, o Primeiro Jornal (8,6% / 28,1%) continua a ser o favorito dos portugueses, vencendo o Jornal da Uma (6,8% / 21,9%) e o Jornal da Tarde (3,5% / 11,3%). Hernâni Carvalho contou com um Linha Aberta – Especial (5,1% / 21,4%), que superou A Única Mulher (3,9% / 16,2%). Júlia (4,5% / 18,2%) reuniu a preferência dos telespectadores e deixou Goucha (3,8% / 15,3%) na segunda posição. A emissão a tarde de 7 Maravilhas (1,4% / 5,7%) marcou os valores mais baixos, desde a estreia. Dados de audiência Total Dia (Live+VOSDAL) da responsabilidade da GfK/CAEM para o dia 18 de agosto.
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