Cine-Caravana, a nova "marca" do cinema português [PT]

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Cine-Caravana, a nova "marca" do cinema português dn.pt/cultura/cine-caravana-a-nova-marca-do-cinema-portugues-13999740.html 3 de agosto de 2021

Da programação do Cine-Caravana destacam-se filmes como Recordações da Casa Amarela, de João César Monteiro; Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes ou Technoboss, de João Nicolau.

Vinte sete cidades em 18 distritos ou a volta a Portugal em cinema. Cinema português, apenas. É esse o mote da Cine-Caravana, iniciativa que começou na semana passada e que até 15 de setembro dá a ver em todo o país a diversidade do nosso cinema em sessões gratuitas ao ar livre. Cada cidade, um filme, com algumas sessões a contar com a presença de cineastas e atores. Uma festa que está a ter uma adesão tremenda e que visa promover o ato de vermos cinema em coletivo e com distância recomendável. Filmes imperdíveis de Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, Rita Nunes, Jorge Cramez, José Fonseca e Costa ou João César Monteiro são projetados com o apoio do Ministério da Cultura, do ICA e dos CTT em locais como praças e jardins. À frente desta iniciativa duas programadoras com experiência em cinema móvel, Vanessa Alvarez e Julita Santos. "A Cine-Caravana é a concretização de uma vontade de sempre - da Vanessa e minha que trabalhamos em cinema há quase duas décadas - de se promover o cinema itinerante, criar uma alternativa complementar às salas, apostar na formação de públicos, chegar a várias regiões do país com uma oferta cultural diferente, móvel, para todos os públicos. A pandemia veio potenciar a materialização da iniciativa e chamar a atenção para a necessidade de reinventarmos a forma como consumimos cultura e como poderemos assegurar a circulação da cultura quando a das pessoas se torna impossível ou mais restrita. Com a Cine-Caravana vamos nós até às populações e num formato que permite a organização do evento com todas as condições de segurança", salienta Julita.

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E é na mistura que pode estar o ganho. Quem seguir o rasto da caravana pode encontrar propostas como Singularidades de Uma Rapariga Loura, de Manoel de Oliveira, mas também divertimentos puros como O Pátio das Cantigas, de Leonel Vieira. Contrastes que ajudam a derrubar a ideia feita e errada de que o cinema português é uma massa sempre uniforme. Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão. Nos próximos dias, o destaque vai para o subtil Ramiro, de Manuel Mozos, dia 5 em Sernancelhe, e Variações, de João Maia, dia 6 em Santa Maria da Feira, provavelmente o melhor biopic do cinema português. Nesta ideia de seleção de filmes expõe-se um desejo de consagrar sucessos mas também recuperar filmes maltratados pela distribuição. No site dos CTT toda a programação vai sendo atualizada e em breve será divulgado o dia para o curioso Linhas Tortas, de Rita Nunes, entretanto adiado em Foz Coa devido a um surto do vírus. Sobre as condições desta sala que desfila em formato de tour, Julita Santos garante qualidade: "Trata-se de uma sala de cinema móvel. Transporta um ecrã de alto rendimento e a projeção é em full HD. O ecrã é insuflável de cinco metros, levamos projetor, sistema de som e plateia pop up (entre 50 e 200 pessoas sentadas). Tudo com um equipamento ágil que se instala e desinstala em trinta minutos em qualquer praça sem interferir com a organização dos espaços ou com o património e preparada para garantir um evento organizado com todas as condições de segurança". Não equacionámos o drive-in porque neste caso a iniciativa pretendia-se mais intimista."

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Da programação do Cine-Caravana destacam-se filmes como Recordações da Casa Amarela, de João César Monteiro; Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes ou Technoboss, de João Nicolau.

Dia 15 de setembro, em Lisboa, a organização promete uma sessão de encerramento com retrospetiva da digressão e a promessa de muitos convidados.

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"Muitas das cidades congratularam-nos por termos a coragem de exibir cinema português e não cedermos à habitual passagem de blockbusters americanos", revela ainda a organizadora. Afinal, não é só Bem Bom, com 50 mil espectadores a ser o único fenómeno do cinema português neste verão... Já agora, dia 11 de setembro Portimão recebe as Doce nesse tal filme de Patrícia Sequeira. dnot@dn.pt No Diário de Notícias dezenas de jornalistas trabalham todos os dias para fazer as notícias, as entrevistas, as reportagens e as análises que asseguram uma informação rigorosa aos leitores. E é assim há mais de 150 anos, pois somos o jornal nacional mais antigo. Para continuarmos a fazer este “serviço ao leitor“, como escreveu o nosso fundador em 1864, precisamos do seu apoio. Assine aqui aquele que é o seu jornal

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