Filme "Diários de Otsoga", de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, premiado na Argentina

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O filme “Diários de Otsoga” valeu aos cineastas Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes o prémio de melhor realização no Festival de Cinema Mar del Plata, que terminou no domingo na Argentina. Os dois realizadores receberam o prémio “pela coragem da narrativa, pela inclusão da deriva, pela rutura dos limites, pelo regresso ao cinema, pelos enquadramentos, pela luz, que nos levam ao cinema mais puro”, justificou o júri. O filme tinha sido selecionado para a competição internacional do festival argentino, arrecadando um dos principais prémios. “Diários de Otsoga”, que teve estreia mundial em julho no festival de Cannes, é a primeira longa-metragem coassinada por Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro. O filme foi rodado em agosto de 2020, em plena pandemia da Covid-19, num registo diarístico, com os atores Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro fechados numa casa com um jardim, onde decidem construir um borboletário. “Diários de Otsoga” não é um filme sobre a pandemia ou sobre o confinamento. “Tem qualquer coisa de antídoto a este tempo. É um filme sobre estar com outras pessoas”, afirmou Miguel Gomes, em entrevista à agência Lusa, em agosto passado, aquando da estreia nos cinemas portugueses.

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Segundo o festival Mar del Planta, Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes “apropriam-se de forma inteligente da confusão temporal que reinou naquele ano, organizando [no filme] uma estrutura reversível e circular, na qual a sucessão dos dias não segue uma lógica”. O argumento do filme é de Mariana Ricardo, Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, e todos eles — técnicos, atores, duas cozinheiras e outros elementos da produção — entram no filme, discutindo e construindo coletivamente a narrativa à medida que ela foi sendo feita. Os dois realizadores “experimentaram a odisseia de filmar durante uma pandemia com todas as particularidades que acarreta: Protocolos apertados, medos, conflitos internos na equipa técnica e as situações hilariantes próprias de um presente utópico”, escreveu o festival. O 36.º festival decorreu de 18 a 28 de novembro e da programação também fez parte o filme “No táxi do Jack”. No percurso internacional, o filme “Diários de Otsoga” já foi exibido numa vintena de festivais e mostras de cinema, nomeadamente em Sydney (Austrália), Toronto (Canadá), Karlovy Vary (República Checa), Chicago e Nova Iorque (Estados Unidos), Busan (Coreia da Sul) e São Paulo (Brasil). O filme integra ainda o festival de cinema de Singapura, que decorre nesta cidade-Estado até 5 de dezembro. Este mês, Miguel Gomes recebeu o prémio especial do Festival de Cinema Independente de Madrid – Márgenes, em Espanha.

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