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Especial

Chegou a sua vez

Já se pegou pensando que algum assunto daria uma matéria muito legal? Se já, não perca tempo e envie sua sugestão para o e-mail daniele.marzano@otempobetim.com.br.

Talento

Eduardo Almeida, de 30 anos, é professor de biologia e ciências. Ele usa o dom artístico para criar artes digitais ligadas ao conteúdo e as compartilha nas redes sociais. “A motivação vem da convicção de que isso pode ser transformador na vida de um aluno”, explica o educador.

Conectado

Para o professor

Eduardo Almeida, as redes não podem ser obrigação no ensino.

“Porém, um professor que sabe usar as redes sociais para promover sua didática, seu conteúdo, consegue despertar interesse nos alunos”, afirma.

Guilherme Gurgel

Especial para o Tempo Betim

Não tem mais volta: seja na rede pública, seja na privada, professores têm travado um cabo de guerra na disputa pela atenção dos alunos, que se distraem facilmente ao terem nas mãos smartphones com múltiplos recursos, como o acesso às redes sociais e às plataformas de áudio e vídeo. Porém, cansados de competirem com cliques e likes, educadores antenados têm transformado as novas tecnologias em aliadas do ensino.

Para despertar o interesse do aluno, vale se apropriar das ferramentas típicas do universo digital para produzir conteúdos didáticos que educam e divertem ao mesmo tempo. Produção de podcasts, criação de artes digitais e vídeos divertidos nas redes são apenas alguns exemplos do que tem sido desenvolvido por docentes mineiros para inovar em sala de aula.

Em Betim, o professor Gabriel Mendes Carvalho, de 31 anos, entendeu que adotar a linguagem descontraída da internet o ajudaria a despertar o interesse da turma de adolescentes do curso técnico de automação e mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG). A parceria entre os alunos e o educador rendeu, inclusive, vídeos que viralizaram nas redes sociais.

Carvalho defende que sua forma de trabalhar torna a sala de aula um ambiente mais produtivo. “A gente motiva os alunoscom umaaula maisdinâmica, e eles nos motivam com o retorno”, defende. Ex-aluno de Carvalho no IFMG, o estudante Lucas Morais, de 20 anos, comenta que a metodologia do docente o ajudou, inclusive, a fixar melhor as matérias. “Um ano depois, eu ainda me lembrava do conteúdo”, comenta.

A visão é compartilhada pe- lo professor Lucas Gonçalves, de 28 anos, que grava áudios em forma de podcasts e os disponibiliza para que alunos de uma escola de BH revisem o conteúdo aprendido na escola. Para ele, as novas gerações forçam o educador a pensar fora da caixa. “Temos a tecnologia chegando, várias coisas novas para essa galera. Eles ficam incomodados com o modelo antigo de educação”, diz.

Viralizou

Influencer. Além de melhorarem a dinâmica em sala de aula, os vídeos com temática escolar produzidos para o Instagram e TikTok garantiram ao professor Gabriel Carvalho uma segunda carreira, como influenciador.

Apoio. Somente no Instagram, Carvalho já tem mais de 100 mil seguidores: “Não sei explicar o que aconteceu. Foi surpreendente”.

Professor. Gabriel Carvalho acredita que a tecnologia torna a aula mais dinâmica e motiva os alunos

Nós, professores, competimos com vários atrativos, como o celular. Abordar a aula de uma forma criativa pode ser um diferencial capaz de prender a atenção dos alunos.”

Eduardo Almeida, de 30 anos

Inspiração

Para o professor Lucas Gonçalves, o segredo para levar inovações até a sala de aula é ser observador. Ele diz que, até nas férias, consegue ter inspirações de atividades para a escola.

Uso das redes em sala exige equilíbrio, orienta especialista

Ainda que o uso de plataformas digitais no ambiente escolar venha se firmando como importante estratégia para deixar as aulas mais dinâmicas, o especialista em educação Eduardo Calbucci pondera que é preciso ter equilíbrio na hora de usar as redes sociais como ferramenta de ensino.

Para o pesquisador, a escola deve ser encarada como um local de aprendizado profundo, que coexiste com a realidade acelerada das redes sociais.

Acesse o QR Code e confira o trabalho dos professores

“Eu não preciso ensinar uma coisa em 20 segundos, porque esse é o tempo normal de duração de um vídeo do TikTok ou Instagram. A gente vai mostrar para os alunos que essa realidade do mundo digital não é a única possível”, reforça. (GG)

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