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Mineirices

Quando morei em São Paulo, me intrigava a rápida descoberta entre os paulistas de que eu era mineira. Bastava eu dizer um simples “oi”, que logo vinha a pergunta:

– Você é mineira, não é?

Como assim? Como essas pessoas em questão de segundos sacavam minha origem? Pensava, curiosa.

– Adoro o jeito que vocês falam! –era o que mais escutava.

Foi por isso que não me espantei ao ler sobre uma pesquisa feita pela Preply comparando o jeito de pronunciar as palavras em todos os Estados do país. O Brasil é quase um continente, com suas várias culturas, gostos e costumes. E a maneira de falar, naturalmente, mereceu uma pesquisa. Em relação ao sotaque mais marcante, o carioca ficou em primeiro lugar, seguido pelo baiano. Realmente, o X no lugar do S é a marca registrada de quem nasceu no Rio de Janeiro e, venhamos e convenhamos, é extremamente charmoso.

Segundo os resultados da enquete, os mineiros têm o jeito mais sexy de pronunciar as palavras, muito graças à mania de aplicar o diminutivo. Por exemplo, o “pertinho” na boca do mineiro vira “pertim”, assim como “cafezim”, “jeitim”... Isso para não dizer do usual castra-letras mineirês; o “você”, que vira “ocê” ou, simplesmente, “cê”. O “vamos embora”, que vira “vão bora”. E, naturalmente, entendemos tudo, né? Quero dizer, não é?

Saiba Mais

Lembro quando trabalhei ao lado de um baiano vindo de Salvador. Vira e mexe, ele começava a rir sozinho. Até que um dia perguntei o porquê disso. Descobri que a culpada era eu:

– Laurinha, você é engraçada demais... a maneira que você fala, o sotaque, as expressões, sei lá... Você é muito mineira!

Até hoje não entendi se isso foi um elogio ou não, mas, se fazia as pessoas rirem, devia ser, né?

E rir de mim foi o que um grupo de cariocas mais fez durante umas férias que passei no Rio com uma amiga que morava lá. Como se não bastasse o mineirês carregado, ainda ficava com o rosto pendurado aguardando por um época , ele chegou a apresentála para a homenageada, que se emocionou, segundo Juquinha. “Depois, guardei a letra. Mas, agora, quero lançar oficialmente e gravar um clipe no Salão do Encontro”, diz. A ideia, segundo ele, é fazer o registro na casa onde dona Noemi morou e que se transformará em um memorial para contar a história da professora.

Paixão pela música terceiro beijinho que nunca vinha. Coisa de mineiro, logo descobri!

Juquinha tem 65 anos e é autodidata: aprendeu a tocar sozinho. É é autor de outras músicas, todas divulgadas no canal dele em: youtube.com/@carlosaugusto366.

Confira a composição: Lápelosanos70,aquiem nossacidade,nasciaoSalãodoEncontro,commuita capacidade. Para atenderopovo,commuitasinceridade,umagrandeprofessoracomeçavaatrabalhar.DonaNoemiGontijo, dágostoagentefalar.OSalãosófoicrescendo,diaa diasemparar.FalardedonaNoemiéamelhorcoisa quetem.Pessoahonestae direita, sempre ajudando alguém.OSalãoteagradeceportudoqueeletem.Salão e seus funcionários, que trabalham pra valer. Trabalhando todos os dias,fazendooSalãocrescer, com a ajuda das empresas,coisaboadesever Seu nome é conhecido, nesse Brasil inteiro, com suacapacidade,jáestáaté no estrangeiro. Seu nome éSalãodoEncontro,orgulhodopovomineiro.

– Laurinha, pelo amoooor de Deus, aqui, no Rio, na hora de cumprimentar as pessoas, são só dois beijinhos, e não três, como em Belo Horizonte.

– Tá bom – repetia pra mim mesma, até me ver pela quinquagésima vez com o rosto pendurado no nada e, para piorar ainda mais, completava com um “três pra casar!” Sim, porque naquela época, além dos três beijinhos, tinha a bobajada do tal três pra casar! Por essas e outras, virei a diversão da turma.

É nas viagens fora de Minas que descobrimos palavras próprias do mineirês: “arreda aí” é uma delas. Não vou falar do “trem” e do “uai”, porque são quase um “comprovante de endereço”. Como disse um amigo: a maior estação do mundo é a boca do mineiro, de onde saem trens toda hora e de todo jeito. Só rindo!

E, para finalizar, meu “hors-concours” do mineirês: uma tia paulista, hospedada em minha casa, comentou: – Laurinha, outro dia ouvi uma expressão que não entendi. O fulano disse que eu peguei o boi. Como assim, pegar o boi?

Depois de pensar um pouco... – Uai, tia! Pegar o boi é o mesmo que lavar a égua! – respondi para a tia, que, com cara de ET, me olhava.Espantadíssima!

Sertanejo

Israel & Rodolffo agitam a Violada Porcão, no Expominas

No dia 21 de julho, sexta-feira, a partir das 22h, a Arena Expominas, em Belo Horizonte, será o palco para muita animação com a Violada Porcão Mangalarga Marchador, que vai trazer dois grandes nomes do sertanejo atual, Israel & Rodolffo e Rick & Nogueira.

Os ingressos estão à venda pelo site www.violadamarchador.com.br !

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