O Tempo 13-5-2020

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Live do Tempo Trabalho remoto será mantido, diz Ana Karina Bortoni Dias, CEO do BMG. R$ 2,00 (outros Estados R$ 3,00) - www.otempo.com.br - Belo Horizonte - Ano 24 - Número 8551 - Quarta-feira, 13/5/2020

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Vídeo da polêmica. Conteúdo solicitado pela defesa de Sergio Moro confirma depoimento dele à Polícia Federal

Bolsonaro vinculou mudança na PF a proteção da família Imagens mostram ministros pedindo a prisão de membros do STF, de governadores e de prefeitos ¬ Três fontes que assistiram à

exibição a investigadores do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril confirmam que o pre-

sidente Jair Bolsonaro defendeu trocas no comando da Polícia Federal do Rio para evitar que familiares e amigos dele fossem “preju-

dicados”. Segundo os relatos, o presidente disse que, caso não pudesse trocar o “segurança” do Rio, trocaria o diretor geral ou o pró-

prio ministro. Bolsonaro afirmou, à imprensa, que não mencionou as palavras “Polícia Federal”, “superintendente” e “investigação” e

que a interpretação “vai da cabeça de cada um”. Ministro Celso de Mello decidirá se o conteúdo será tornado público. Página 15

CORONAVÍRUS > PANDEMIA FLÁVIO TAVARES

Câmara Federal

Maia deve adiar votação da criação de um TRF em BH

Autonomia para definir regras

Academias e salões seguem fechados em BH, mesmo com decreto federal

¬ Proposta de criação da nova

Corte em Minas, que desafogaria o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, entraria na pauta hoje. Página 13

¬ Por entendimento do Supremo, é atributo de Es-

tados e municípios definir abertura de estabelecimentos. Decisão de Bolsonaro, porém, deve excluir essas categorias do auxílio emergencial. Página 3

SUPER.FC

Triste recorde

FUTEBOL

Brasil contabiliza 881 mortos em 24 horas; são mais de 12 mil vítimas

Decisão de voltar será dos clubes, diz governo

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Boletim diário do Ministério da Saúde mostra ainda 92.593 pacientes em acompanhamento e 72.597 já recuperados. País se torna a sétima nação mais afetada. Página 8

Secretário de Estado de Saúde libera equipes, mas lembra que evento com mais de 30 pessoas está proibido. Página 23

Interior de Minas QUASE UM QUARTO DAS CIDADES DE ATÉ 10 MIL HABITANTES JÁ TEM COVID.

MAGAZINE

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#VIREARTE

Tratamento em estudo

Pessoas comuns dão seu toque a obras de grandes artistas.

CLOROQUINA E AZITROMICINA SERÃO TESTADAS POR PESQUISADORES EM BH.

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Empresas e pessoas GOVERNO FEDERAL ADIA O PAGAMENTO DE R$ 9,6 BILHÕES EM IMPOSTOS. Página 9

Protesto silencioso. No Dia Internacional da Enfermagem, praça Sete recebe 98 cruzes, cada uma com o nome de um profissional morto por Covid-19 no Brasil. Página 4

COLUNISTA ADRIANO CERQUEIRA Eleição presidencial nos EUA e a formação da agenda Página 16

DIVULGAÇÃO/BMG

CP2. Douglas Melo lidera pesquisa na corrida pela Prefeitura de Sete Lagoas. Página 14


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Coronavírus

Cobertura especial

Por causa do avanço da doença causada pelo novo coronavírus, O TEMPO criou uma editoria especial para tratar do assunto. Acompanhe também a cobertura no portal O Tempo e na rádio Super 91,7 FM.

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PANDEMIA

Em MG, 22,5% das cidades com Covid têm até 10 mil habitantes

PREFEITURA DE SENADOR AMARAL

Hámunicípios com 17 casosconfirmados, e prefeiturassofrem impactos da doença ¬ NATÁLIA OLIVEIRA ¬ “A gente dorme e levanta

sem saber como vai ser o dia”. É assim que Belarmino Luciano Leite (PDT), prefeito de São Sebastião do Oeste, cidade com 6.775 habitantes no Centro-Oeste de Minas Gerais e que já soma 17 casos de Covid-19, exprime o sentimento da disseminação da doença nos menores municípios mineiros. Sem hospitais e muito menos Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), as cidades com menos de 10 mil habitantes sofrem com a disseminação do vírus. De acordo com o boletim epidemiológico publicado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas tem 248 municípios com casos confirmados da doença e, desse total, 56, ou seja 22,5%, são cidades com menos de 10 mil moradores. Ao analisar as taxas relativas à população dos municípios mineiros com casos de Covid-19, verifica-se que cinco das seis com taxas superiores a cem casos por 100 mil habitantes são registradas em cidades com menos de 10 mil habitantes. Além de São Sebastião do Oeste, essa situação mais crítica é vista no Sul do Estado, em Senador Amaral, que tem 5.356 habitantes e sete casos; em Wenceslau Braz, com 2.553 moradores e três confirmações; em Senador José Bento, com 1.868 pessoas e quatro ca-

sos, e na Zona da Mata, na cidade de Estrela Dalva, com 2.343 moradores e três confirmações. Com 36.225 habitantes, Extrema, no Sul, é a sexta cidade. Além desses municípios, outros com menos de 10 mil habitantes também registram um número mais alto de casos de coronavírus como

Cana Verde, no Centro-Oeste de Minas, com seis casos, Dionísio, no Rio Doce, com cinco infectados, e Toledo, no Sul de Minas também com cinco confirmações da Covid-19. Essas cidades não têm hospitais próprios, e os pacientes precisam procurar atendimento na região. Para quem mora nas cida-

des pequenas, a chegada da doença é motivo de muita apreensão. O aposentado Geraldo da Silva, 66, morador de Dionísio, conta que vive com medo. “Se tiver que ficar internado, tem que ir para outra cidade. Ficamos ainda mais longe da família. É bastante complicado para todo mundo”, concluiu. EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

RAIO X DO CORONAVÍRUS EM MINAS Total de cidades com coronavírus em Minas

248

Cidades com menos de 10 mil habitantes com casos da doença

56*

isso representa

11,91%

das cidades do Estado com menos de 10 mil habitantes ESSE MUNICÍPIOS TÊM NO MÍNIMO 1 E NO MÁXIMO 17 CASOS

Cidades com menos de 10 mil habitantes e mais casos de coronavírus:

Cidades com menos de 10 mil habitantes e maiores taxas da doença TAXA POR 100 MIL HABITANTES

Senador José Bento São Sebastião do Oeste Senador Amaral Estrela Dalva Wenceslau Braz

São Sebastião do Oeste Senador Amaral Cana Verde Dionísio Toledo Marliéria Senador José Bento

17 7 6 5 5 4 4

6.775 5.356 5.589 8.739 5.764 4.012 1.868

F A C

* AO TODO, MINAS TEM 470 MUNICÍPIOS COM MENOS DE 10 MIL HABITANTES

E

G B

FONTES: SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE E IBGE

250,92 130,69 128 117,55

Estrutura precária

Sem hospital, o jeito é transferir doentes Com o maior número de casos de coronavírus entre as cidades de até 10 mil habitantes em Minas, São Sebastião do Oeste tem um posto de saúde funcionando 24 horas. Não há hospital, e os casos mais graves precisam ir para Divinópolis, no Centro-Oeste. “A situação é preocupante. Estamos tomando todas as medidas de prevenção, como desinfetar as ruas, exigir o uso de máscaras. Estamos fazendo os testes rápidos e distribuindo cestas básicas para as famílias”, diz o prefeito Belarmino Luciano Leite (PDT). Em Senador Amaral o prefeito Ademilson Lopes da Silveira (PMDB) conta que as pessoas que apresentam a doença também são levadas

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CASOS HABITANTES

A B C D E F G

266,31

Em Senador Amaral prefeitura faz a desinfecção das ruas

D

para Pouso Alegre, no Sul de Minas. “Não temos hospital na cidade, então os doentes são levados em carros e ambulâncias da prefeitura para Pouso Alegre. Não tivemos ninguém grave, e os sete infectados na cidade estão se recuperando muito bem. Não precisaram de UTI”, diz. Em Cana Verde, também no Sul, o prefeito Eduardo Cardoso Garcia (PP) conta que o comércio está fechado, funcionando somente os serviços essenciais. A prefeitura, segundo ele, está bancando cestas básicas para a população com dinheiro da merenda escolar, já que as aulas estão suspensas, e também com outros recursos da cidade. (NO)

NICOLAS ASFOURI/AFP

Falta ambulância

UFMG projeta 56 mil casos

Planos macrorregionais

Sul de Minas. O prefeito de Wenceslau Braz, Geraldo Magela Eloi (PTB), conta que a situação está controlada. “Tivemos três casos e só uma pessoa precisou ir para o hospital, mas já teve alta. Os três estão curados. Não temos ambulância”, diz. Quem precisa de atendimento médico, relata, é levado para outras cidades.

Subnotificação em Minas. Estudo divulgado ontem pela UFMG conclui que o Estado pode ter cerca de 56 mil pessoas infectadas pelo coronavírus. O número é 16 vezes maior que os dados oficiais do governo – o último balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta 3.435 registros positivos da doença e 127 mortes.

Resposta do governo. A Secretaria de Saúde de Minas informou que o governo que está elaborando uma nota técnica para orientar a estruturação dos serviços nas cidades menores. “Também estão em fase de consolidação os Planos Macrorregionais de Contingência para Enfrentamento à Covid-19”, explicou.


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA RAMON BITENCOURT

Academias e salões ainda não podem abrir em Belo Horizonte Apesar de decreto de Bolsonaro, decisão continua a cargo dos prefeitos ¬ GABRIEL RODRIGUES ¬ O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que academias, barbearias e salões de beleza foram incluídos na lista de atividades essenciais, que podem permanecer em funcionamento durante a pandemia de coronavírus. Mas, por entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão de permitir a abertura desses estabelecimentos permanece a cargo de cada Estado e município. Em Minas Gerais, tanto o governador Romeu Zema (Novo) quanto o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, reiteraram a autonomia municipal. Por enquanto, portanto, o decreto de Belo Horizonte permanece inalterado, e essas atividades continuam suspensas, segundo a prefeitura. Assim que o decreto presidencial foi noticiado pela imprensa, funcionários do salão de beleza gerenciado por Geraldo Magela o procuraram para saber se abririam as portas já nessa terça-feira. “Seria interessante abrir, mas sei que depende do prefeito Kalil”, diz Magela. A mulher dele também é dona de salão, e, hoje em dia, a renda da família vem dos serviços de consultorias comerciais prestados por Magela. Ele costumava receber cerca de 40 clientes por dia no Meu Salão, no bairro Santo Agostinho, e agora o lucro do estabelecimento foi a zero. Ainda assim, Magela destaca que manter as portas fechadas é a melhor alternativa por ora. “Não acho que seja um serviço essencial. Existe a questão da higiene e da saúde, mas eu faria a mesma fisionomia do ministro da Saúde quando ele ouviu essa história”, brinca. Ele faz referência ao ministro Nelson Teich, que só soube da

decisão de Bolsonaro durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira. De qualquer forma, Geraldo afirma estar ansioso para retomar as atividades e pensa que a reabertura vai ajudar na recuperação econômica do país. O argumento do presidente é que são atividades relacionadas à higiene e à saúde, o que a dona de salão Jaqueline Ferreira também defende. “A gente fala o tempo todo da questão da higiene, e cortar o cabelo e manter a barba higienizada faz parte disso. É muito mais fácil organizar a clientela em um salão de beleza do que em um supermercado, porque as pessoas agendam os horários”, diz Jaqueline. Ela tem um salão de dois andares no centro de Belo Horizonte e diz que está pronta para abrir as portas caso seja permitido, dividindo clientes e equipe nos dois andares. A reportagem percorreu ruas das regiões Centro-Sul, Oeste e Pampulha na manhã de ontem e não localizou academias nem salões de beleza em funcionamento. Ela ouviu relatos, porém, de salões que têm permanecido em funcionamento por demanda, recebendo clientes a portas fechadas após agendamento de horários. A prática está proibida em Belo Horizonte e pode render interdição do comércio ou perda do alvará de funcio-

namento, além de multa de até R$ 17.614,57, em caso de descumprimento da interdição, segundo a prefeitura. ACADEMIA ONLINE. Com a impossibilidade de manter as portas abertas, a rede BH Fitness é uma das que reinventaram as atividades. Ela promove lives diárias no Instagram com instrutores da academia, proposta que também é utilizada por outras grandes redes da cidade. Além disso, iniciou um serviço de aluguel de aparelhos. “Já alugamos mais de cem bikes de spinning e quase cem kits com anilha, estepe e colchonete”, detalha Fabiana Almeida, proprietária da rede, que reúne 8.000 alunos em quatro unidades. O personal trainer Leo Gontijo é um dos responsáveis pelas lives e tem tomado gosto pela modalidade. “Acho que vou até sentir falta quando acabar. O lado negativo é não ter contato, mas consigo transmitir essa conexão nas aulas digitais”, diz. A Associação Brasileira de Academias (Acad) elaborou uma cartilha com orientações para o retorno às atividades, quando for possível, incluindo uso obrigatório de máscara, distância de 1,5 m entre os alunos e fechamento por meia hora de cada ambiente para limpeza, de duas a três vezes durante o funcionamento. RAMON BITENCOURT

Online. O personal Leo Gontijo faz lives de treinos para alunos enquanto a academia está fechada

Profissionais da beleza

“Autoritários”

Auxílio será vetado para as categorias

Governadores e prefeitos são criticados

O presidente Jair Bolsonaro deve vetar o auxílio emergencial de R$ 600 para manicures e pedicures, barbeiros, esteticistas, depiladores, maquiadores e demais profissionais da beleza. São justamente as categorias que ele incluiu no decreto publicado na segunda em que ampliou a lista de serviços essenciais, dizendo que salões de beleza e barbearias poderiam voltar a funcionar no Brasil. O Congresso aprovou em abril um projeto de lei de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que ampliou as categorias que poderiam receber o auxílio emergencial do governo. E incluiu os profissionais da beleza na lista. O governo, no

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SÃO PAULO.

entanto, diz que essas categorias já estão contempladas na primeira lei sancionada por Bolsonaro, em 2 de abril. E o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, já avisou aos senadores que o presidente vai vetar a nova lista feita pelo Congresso. Segundo ele, apenas dois grupos do projeto do Congresso serão sancionados por Bolsonaro: o de mães menores de idade e o de pais monoparentais. O anúncio foi feito por ele na sexta (8), numa audiência da comissão que acompanha a crise da Covid19. Os parlamentares discordam. Eles dizem que a lei de Bolsonaro fala de regras gerais, como idade e renda, e não contempla as particularidades dos profissionais de beleza, entre outros. ALEX DE JESUS

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou ontem governadores e prefeitos que declararam que não vão cumprir o decreto federal que incluiu como atividades essenciais academias, salões de beleza e barbearias. “Os governadores que não concordam com o decreto podem ajuizar ações na Justiça ou, via congressista, entrar com projeto de decreto legislativo”, escreveu no Facebook. “Afrontar o Estado democrático de direito é o pior caminho, aflora o indesejável autoritarismo no Brasil. Nossa intenção é atender milhões de profissionais, a maioria humildes, que desejam voltar ao trabalho e levar saúde e renda à população”, concluiu.

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BRASÍLIA.

AGU pode agir Bolsonaro ameaça. O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça podem agir caso governadores não queiram cumprir o decreto que liberou uma série de atividades essenciais, entre elas academias de ginástica, durante a pandemia de covid-19.

Geraldo Magela espera decisão de Alexandre Kalil para abrir salão


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA Falta de EPIs

é a 5ª Luto na linha de frente: BHcidade com mais país perde 98 enfermeiros denúncias Reivindicaçõese homenagensmarcam oDia Internacional daEnfermagem ¬ DANIELE FRANCO LARA ALVES

¬ A pandemia de Covid-19

já matou cerca de cem profissionais de enfermagem que atuam na linha de frente no combate ao novo coronavírus no país. Ao todo, 3.355 trabalhadores da área já contraíram a infecção. O levantamento organizado pelo Conselho Federal de Enferma-

gem (Cofen) aponta ainda que o número de enfermeiros afastados por Covid-19 aumentou cerca de 48 vezes em um mês – entre 5 de abril e 5 de maio. Doze mil trabalhadores precisaram deixar suas funções temporariamente sob suspeita de infecção. Os números foram divulgados como um alerta nas celebrações do Dia Internacional da Enfermagem, ontem. Em Belo Horizonte, os profissionais se reuniram no centro da cidade para homenagear os 98 colegas mortos no país. Cruzes com os nomes e

as cidades desses enfermeiros foram espalhadas pela praça Sete como símbolo da atuação da categoria contra a doença. Uma das vítimas homenageadas foi a técnica de enfermagem Maria Aparecida de Andrade, 53, que morreu no dia 20 de abril em Contagem, na região metropolitana de BH. Segundo o enfermeiro Hud Ruela Rodrigues, diretor do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), a categoria reivindica a valorização das atividades e

a atenção às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o exercício da profissão. Uma das reivindicações é o reajuste no valor pago por insa-

Protesto em BH Sem aglomeração. Cerca de 20 profissionais participaram do ato na praça Sete. O sindicato optou por não mobilizar mais pessoas devido às recomendações de isolamento.

lubridade a esses profissionais. “O pagamento de insalubridade hoje em Belo Horizonte é de R$ 71,20. É um valor muito irrisório para aqueles profissionais que estão na linha de frente”, argumenta. A Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão de BH informou que paga conforme a legislação vigente e enquadra a maioria dos serviços de enfermagem do município em grau médio. O grau máximo, informa, é pago apenas às equipes que trabalham permanentemente em atendimento a pacientes em isolamento. FLÁVIO TAVARES

Atendimento psicológico Medos. A separação da família por segurança, o medo de ser infectado e a preocupação com a escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são algumas das maiores aflições de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Com a pandemia, o Coren-MG passou a oferecer atendimento psicológico para enfermeiros, técnicos e auxiliares.

Papa agradece ‘heroísmo’ Vaticano. O papa Francisco rezou pelos enfermeiros e enfermeiras, um exemplo de “heroísmo” no combate à pandemia de coronavírus que atinge o mundo. “Que o Senhor os abençoem. Nesta época de pandemia, dão o exemplo de heroísmo e alguns deram sua vida. Rezemos pelas enfermeiras e pelos enfermeiros”, disse durante a missa matutina.

Distribuição de ‘mimos’ Voluntariado. Para mostrar que médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais administrativos das unidades de saúde não estão esquecidos, voluntários promovem semanalmente, em BH, ações de carinho e afeto. Distribuindo lanches e doces feitos com o apoio de 42 pessoas, o grupo Mimo com Afeto já levou a iniciativa a seis unidades da capital. Ontem, eles estiveram no hospital Odilon Behrens.

Mobilização. Ato na praça Sete, em BH, em protesto pela morte dos 98 profissionais de enfermagem com Covid-19

A Associação Médica Brasileira (AMB) criou uma plataforma online para receber denúncias da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por parte de profissionais de saúde de todo o país. Minas é o terceiro Estado com o maior número de denúncias (352), atrás do Rio de Janeiro (379) e de São Paulo (1.248). Já Belo Horizonte é a quinta cidade. São Paulo (384) lidera o ranking, seguido por Rio (189), Porto Alegre (134) e Brasília (83). Desde 19 de março, a capital mineira teve 76 denúncias. Entre as unidades que mais tiveram reclamações está o Hospital Municipal Odilon Behrens, onde funcionários denunciaram a falta de máscaras especiais que evitam o contágio pelo coronavírus, de óculos, luvas, gorros, capotes impermeáveis e álcool em gel 70%. Outros hospitais que se destacam são os da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), como o Eduardo de Menezes, referência no tratamento a paciente com Covid-19. Neles, há denúncias de falta de óculos de proteção, máscaras, gorros e capotes. Entre os hospitais particulares, um que recebeu denúncias pela falta de todos os EPIs citados acima é o Complexo Hospitalar São Francisco, com unidades no bairro Concórdia e Santa Lúcia. Procurados, a Fhemig, a Secretaria Municipal de Belo Horizonte e o Complexo Hospitalar São Francisco não retornaram até o fechamento desta edição. (Gabriel Moraes)

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GUILHERME BARROS/ARQUIVO PESSOAL

‘A gente está deixando de ser invisível’, afirma profissional

RAMON BITENCOURT

Mensagem projetada na lateral do Edifício JK, na região central de Belo Horizonte

¬ “Com a pandemia de coronavírus, as pessoas estão começando a entender como somos necessários. A gente está deixando de ser invisível”, diz Carla Prado, presidente do Conselho Regional de Enfermagem em Minas Gerais (Coren-MG). “A pandemia de coronavírus é uma situação para a qual ninguém estava preparado. Nem os profissionais nem a população em geral”, afirma

Carla. “Todas as homenagens que a gente puder fazer a esse profissional ainda serão mínimas”, defende. Na noite de anteontem, uma projeção no Edifício JK estampava cinco palavras para destacar a importância desses trabalhadores: “Sem enfermagem, não tem Brasil”. “É uma forma de apontar para a sociedade que ele precisa ser valorizado”, diz Carla. (LA)


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA

Barreira sanitária divide público ALEX DE JESUS

Previsão é que os bloqueios sejam iniciados na próxima semana ¬ GABRIEL RODRIGUES ¬ O prefeito de Belo Hori-

zonte, Alexandre Kalil (PSD), propôs a adoção de 13 barreiras sanitárias em entradas da cidade. A previsão é que elas sejam implantadas na próxima semana. Em entrevista coletiva na última segunda-feira, o presidente da BHTrans, Célio Bouzada, adiantou que um desses pontos deve ser na avenida da Civilização, no limite entre Justinópolis, em Ribeirão das Neves, e Belo Horizonte. Ontem ainda não havia movimentação para a criação do bloqueio na via. A avenida amanheceu movimentada ontem. A maioria das lojas foi abrindo ao longo da manhã, e feirantes também armaram barracas nas calçadas, vendendo toucas, temperos e frutas. Nenhuma das pessoas com quem a reportagem conversou sabia da proposta de construção das barreiras sanitárias, mas a maior parte aprovou a medida. A ideia é que todos que atravessem o limite até BH tenham a temperatura medida e respondam a perguntas sobre o estado de saúde – a prefeitura e a BHTrans não deram mais detalhes sobre a operação. A recepcionista de hotel Raiane Santos, 21, vai de ônibus para a área hospita-

No Estado

Pico da pandemia deve exigir 1,6milleitos No pico de casos de coronavírus em Minas Gerais, estimado para 8 de junho, 1.647 pessoas devem demandar leitos de terapia intensiva, de acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Em coletiva de imprensa ontem, ele disse que o Estado tem “capacidade operacional e assistencial” significativa e que, atualmente, 6% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. “Hoje, entendemos que teríamos em torno de 3.005 casos no Estado, sendo que casos com necessidade de terapia intensiva (seriam) em torno de 1.647. O que está parecendo é que temos mantido uma tendência de estabilizar essa necessidade de demanda de casos próximo de 3.000 ou de 1.600 leitos de terapia intensiva”, afirmou Amaral. Segundo o secretário, 63% dos leitos de terapia intensiva e 66% dos leitos clínicos estão ocupados atualmente em Minas Gerais. (Rafaela Mansur)

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Limites. Divisa entre Ribeirão das Neves e Belo Horizonte deve ser um dos 13 pontos a receber barreiras sanitárias na próxima semana

lar todos os dias e vê a proposta com bons olhos. “Acho interessante (haver controle), por BH ser a capital. Não me sinto segura na rua, e está havendo superlotação dos transportes”, disse. Ribeirão das Neves permitiu a reabertura do comércio em 22 de abril, diferentemente de BH, onde a maior parte dos pontos continua fechada. O uso de máscaras na cidade da região metropolitana também é obrigatório, e a maioria dos comerciantes e dos transeuntes vistos pela reportagem utilizava o item de segurança, embora alguns feirantes e pedestres estivessem

Comércio abre as portas Denúncias. A Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH) já recebeu 20.960 denúncias sobre estabelecimentos comerciais ilegalmente com portas abertas na capital desde o dia 9 de abril, quando a prefeitura, por meio de decreto municipal, determinou o funcionamento apenas de atividades essenciais na cidade. Segundo a corporação, mais de 11.500 lojas foram fechadas em BH. FLÁVIO TAVARES - 7.5.2020

sem o equipamento ou com ele pendurado no pescoço. A comerciante Verlaine Braga, 41, que trabalha em uma loja de material elétrico na avenida, rechaça a possibilidade da barreira sanitária. “Esse Kalil é ridículo. Não me sinto confortável com isso (precisar medir a temperatura e responder a perguntas sobre a saúde). É um desrespeito ao direito de ir e vir”, disse, também preocupada que a movimentação de pessoas vindas de BH diminua na loja se elas tiverem de passar pela barreira. Ela mora em BH e atravessa o limite de carro todos os dias.

Minas chega a 127 mortes e quase 3.500 casos confirmados ¬ O governo de Minas Gerais confirmou mais seis mortes por coronavírus em 24 horas – entre a manhã da última segunda-feira e ontem. Balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) aponta que já são 127 óbitos ocorridos na região em decorrência da Covid-19. O número de casos também aumentou de um dia para outro: são 115 a mais nesse curto período. Até agora, 3.435 mi-

neiros já receberam diagnóstico positivo para o coronavírus. Enquanto isso, outros 101.496 aguardam testes. As seis mortes confirmadas no relatório de ontem da SES não aconteceram de um dia para o outro, mas sim entre 2 de maio e a última segunda. Os óbitos foram registrados em Betim (a jovem da cidade faleceu em SP), Juiz de Fora, Muriaé, Santa Luzia, São José da Lapa e Uberlândia. (Lara Alves)

Crédito

Efeito devastador

BDMG vai receber aporte de R$ 100 mi para ações no Estado O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai receber um aporte de R$ 100 milhões da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que vai permitir a ampliação da carteira de crédito da instituição em cerca de R$ 1 bilhão. O anúncio foi feito ontem pelo governador Romeu Zema e pelo diretor-presidente do banco, Sérgio Gusmão. “O que nós queremos com esses R$ 100 milhões é que eles sejam direcionados para os setores que estão afetados pela crise”, afirmou Zema. “O banco em breve terá mais linhas de crédito, tanto para o setor privado quanto para as prefeituras e as entidades públi-

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cas. Em um momento como este, em que a arrecadação de todos os entes públicos está reduzindo, nada melhor do que ter acesso a essas linhas de crédito”, completou. De acordo com Sérgio Gusmão, o aporte veio em boa hora. “Esse tipo de aporte não é muito frequente e demonstra a confiança do acionista no BDMG como uma plataforma eficiente para dar sustentação à economia mineira, aos empreendedores e aos municípios neste momento de enormes desafios”, disse. Ele informou também que o BDMG alcançou R$ 274 milhões em crédito contratado via edital de municípios do biênio 2019/2020,

valor 37% superior ao previsto inicialmente, de R$ 200 milhões. No total, o banco atingiu R$ 302 milhões em crédito contratado para os municípios mineiros neste ano. Conforme Gusmão adiantou em entrevista na Live do Tempo na última segunda-feira, em abril, o desembolso do banco superou os R$ 193 milhões, o que representa um aumento de mais de 90% em relação ao mesmo período de 2019. “De janeiro até hoje, desembolsamos mais de R$ 520 milhões, recurso que está nas mãos dos empreendedores e das prefeituras, irrigando e dando sustentação à economia mineira neste momento de pandemia”, pontuou. (RM)

Comparação. Em Minas, o novo coronavírus ultrapassou, ontem, o número de mortos registrados durante todo o período chuvoso no Estado nos últimos cinco anos. Enquanto 126 pessoas perderam suas vidas desde 2015 em decorrência dos temporais no Estado, em um período de apenas 43 dias, desde a confirmação do primeiro óbito, a Covid-19 causou 127 mortes. UARLEN VALÉRIO - 26.1.2020


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA HOSPITAL MADRE TERESSA/DIVULGAÇÃO

Hospitais de BH realizam testes para tratar Covid Pesquisadores e médicos aguardam autorização da Conep para estudos ¬ QUEILA ARIADNE ¬ Um grupo de infectologis-

tas, pneumologistas e outros médicos e pesquisadores da capital aguarda resposta da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) para testar o uso de cloroquina e azitromicina no tratamento de pacientes com Covid-19. Enquanto esperam retorno da Conep, alguns hospitais de BH fazem testes nos pacientes, com autorização – ainda não há lista oficial das unidades de saúde. “Serão dois estudos, um voltado para pacientes graves e outro para pacientes com sintomas leves, desde que façam parte do grupo de risco, como cardiopatas e diabéticos, por exemplo”, afirma o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano. Segundo Urbano, o objetivo é tentar avaliar se essas drogas, combinadas ou

não, serão capazes evitar que os casos graves evoluam para o óbito e que os casos leves se agravem e precisem de internações, reduzindo a possibilidade de saturação do sistema de saúde. Após aprovação da Conep, pacientes serão selecionados em postos de saúde e hospitais privados ou públicos. Urbano destaca que um grupo de cem pessoas já é suficiente para dar respostas sobre a eficácia do tratamento. Todos precisam dar o consentimento para participar. “É importante ressaltar que não há garantia de cura ou de que essas drogas sejam milagrosas. Por isso, o isolamento, o uso de máscaras e a higiene das mãos continuam sendo as principais medidas no combate à Covid-19”, diz. “O estudo pode beneficiar pacientes graves ou com sintomas leves que estejam no grupo de risco, mas é apenas um plano B. O distanciamento social continua sendo a pedra angular”, completa o médico, que coordena o serviço de infectologia do Hospital Madre Teresa. Ele salienta que a clo-

Oração global amanhã Convocação. Em um vídeo distribuído em várias línguas, o Alto Comitê para a Fraternidade Humana, presidido pelo cardeal Miguel Angel Ayuso Guixot, convoca todas as religiões a dedicarem, amanhã, um momento de oração, jejum e súplicas para que Deus ajude a humanidade a enfrentar os desafios da pandemia da Covid-19. “Acolhi a proposta do Alto Comitê para a Fraternidade Humana para que os crentes de todas as religiões se unam espiritualmente, em um dia de oração, jejum e obras de caridade, para implorar a Deus que ajude a humanidade a superar a pandemia do coronavírus”, disse o papa Francisco no site do Vaticano.

“Lembrem-se: no dia 14 de maio, todos os crentes juntos, crentes de diversas tradições, para rezar, jejuar e fazer obras de caridade.” Papa Francisco

roquina, usada no tratamento do lúpus e da malária, e a azitromicina (antibiótico) serão controladas com rigor para evitar que haja indiscriminado dos medicamentos. A resposta da Conep deve sair em duas semanas.

Alerta “Estudo pode beneficiar pacientes graves ou do grupo de risco com sintomas leves, mas é um plano B. Distanciamento social continua sendo a pedra angular.” Estevão Urbano

Segundo Estevão Urbano, testes poderão combinar cloroquina e azitromicina em pacientes com Covid

Pesquisas pelo mundo apresentam resultados controversos ¬Existem várias pesquisas se-

melhantes no mundo, com resultados controversos, lembra o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estêvão Urbano. Um dos maiores estudos feitos até o momento, mais uma vez, não encontrou redução de mortalidade por Covid-

19 entre pessoas que foram medicadas com hidroxicloroquina (em associação com azitromicina ou não). A pesquisa, realizada com 1.438 pacientes, foi publicada na última segunda-feira, na revista “Jama” (“Journal of the American Medical Associa-

tion”), um dos principais periódicos médicos do mundo. Isso significa que o estudo passou por revisão de outros cientistas não envolvidos nas análises em questão. Na semana passada, outra grande pesquisa, com 1.376 pacientes de Nova York, publica-

Comemorações virtuais

Saiba mais

Dia de Nossa Senhora de Fátima é celebrado em casas no mundo inteiro Fiéis do mundo inteiro vão celebrar hoje o Dia de Nossa Senhora de Fátima de uma maneira diferente: nada de romarias ou idas à igreja em decorrência da pandemia da Covid-19. Ainda assim, milhares de católicos mantêm inabalável a fé na santa, que revelou à humanidade três grandes segredos há mais de um século. A mensagem enviada por Maria, conforme explica dom Geovane Luís da Silva, bispo auxiliar metropolitano de BH, permanece presente nos dias atuais. “A aparição de Nossa Senhora em Fátima é marcada por um grande convite do ser humano à conversão e à oração. E essa mensagem é sempre nova, ela nunca vai cair”, salienta. E as igrejas que têm Nossa Senhora de Fátima como padroeira se esforçam para viabilizar missas virtuais. Na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em

da no “The New England Journal of Medicine”, outro respeitado periódico científico, também apontou a ausência de eficácia do uso da hidroxicloroquina para a redução de mortes ou de intubações pelo novo coronavírus. (QA com agências)

REPRODUÇÃO YOUTUBE

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0 Anjo. Em 1916, um ano antes das aparições da santa, as crianças Lúcia, Jacinta e Francisco teriam vislumbrado um anjo enquanto pastoreavam ovelhas na cidade de Fátima, em Portugal. As visitas do anjo eram para ensinar a elas orações a Maria. O mensageiro também indicou que, no dia 13 de maio do ano seguinte, elas deveriam voltar ali.

Comemorações virtuais em paróquia de Viçosa estão marcadas para as 18h

0 Retorno. Em 13 de maio de 1917, os pastorinhos foram ao local indicado e viram a “luz mais brilhante que o Sol”. Maria teria lhes dito que deveriam orar pelo mundo e retornar ali sempre no dia 13.

Viçosa, na Zona da Mata, que encerra amanhã seu jubileu e comemora 45 anos, as comemorações virtuais começam às 18h, pelo site www.parfatima.com.br. Nas contas do pároco padre Lu-

0 Mensagens. Em cada um dos encontros, Maria mostrava às crianças imagens diferentes, interpretadas como mensagens.

cas, já tem mais fiel acompanhando a missa online do que na paróquia: “Há uma média de 2.000 a 3.000 visualizações em cada missa. E a igreja só comporta 800 pessoas”, explica. (Paula Coura)


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 7

CORONAVÍRUS

PANDEMIA

Executiva do BMG diz que o home office veio para ficar REPRODUÇÃO DA LIVE

G

Ana Karina Bortoni Dias CEO do BANCO BMG

Confira entrevista no portal O Tempo

Líder do banco mineiro disse que meios remotos ganham força com pandemia e que em cinco semanas vivemos transformações de um ano

Entrevista O banco BMG está completando 90 anos agora em junho. Como é o desafio de liderar um banco em tempos de pandemia? O que acontece agora é que as decisões precisam ser muito mais tempestivas. Você tem que olhar não só o médio prazo, mas o que que vai acontecer agora. Temas novos surgem, e você tem que tomar decisão muito rápido. O banco já tinha evoluído muito na sua governança, e esse modelo de tomada de decisão da diretoria e o papel do CEO foram fundamentais neste momento. A gente tem passado por grandes desafios nas últimas semanas, mas esse modelo de gestão tempestiva faz a diferença. A pandemia deve acelerar mudanças, como a presença marcante dos canais digitais na relação com os

“Mais que triplicou o número de clientes entrando em contato com a gente via WhatsApp”

clientes. Como o BMG está se portando diante disso? Nas últimas semanas, temos vivido uma transformação de um ano em cinco semanas. Assim que surgiram as primeiras discussões sobre a Covid-19 no Brasil, durante o Carnaval, a gente já criou um comitê de crise para trabalhar em duas frentes importantes. Uma era como proteger nossos colaboradores, e a segunda é exatamente esse ponto, como conseguir uma forma de o cliente chegar até nós sem ser pela forma física. Nós já havíamos desenvolvido – por outros motivos e até pela evolução digital – ferramentas de formalização remota, tanto o cartão consignado como o empréstimo consignado. Temos uma presença física muito forte nas lojas Help, principalmente para o produto de crédito pessoal. Ali, a gente tinha um desafio de conseguir fazer com que esses produtos também tivessem a formalização remota. Hoje, posso te dizer – por isso que eu falo numa transformação de um ano em cinco semanas – que todos os produtos do banco já funcionam com formalização remota. Um canal que tem crescido muito é o WhatsApp. Mais que triplicou o número de clientes entrando em contato com a gente via esse canal. O cliente consegue, hoje, fazer uma operação de crédito, como pegar um empréstimo, totalmente de forma digital? Eu falo remotamente porque combinamos diferentes tecnologias: digital, telefone, SMS. Você combina as tecnologias para funcionar, mas a gente ainda conta com apoio humano. Tem sempre apoio humano ajudando o

cliente a fazer a contratação. O banco encerrou o primeiro trimestre do ano com 822 lojas Help. E esse crescimento da rede se dá pelo meio de abertura dessas lojas. Quem pode abrir uma loja Help? É uma rede de franqueados. Qualquer pessoa que seja empreendedora, que tenha a vontade de abrir uma franquia, está apto a abrir uma loja Help. Nós temos treinamentos que permitem que a pessoa abra a franquia mesmo que não conheça o setor. A quantidade de apoio do banco é muito grande para ajudar a pessoa a ter uma franquia. Como vocês pretendem crescer? A gente também tem aprendido muito sobre essa formalização remota. Quando a gente pensa na volta, no novo modelo, esse de crescer a formalização remota mesmo via loja, faz com que não precisemos cres-

“Você combina as tecnologias para funcionar, mas a gente ainda conta com apoio humano”

cer tanto o número de lojas. Vamos combinar muito bem junto com os nossos franqueados as ferramentas tecnológicas com o espaço físico. Vocês têm uma forte atuação no crédito consignado, que abrange um público grande de aposentados, de pessoas com um pouco mais de idade. Como é trabalhar esse novo normal com esse tipo de cliente? Pessoas com mais idade às vezes têm mais dificuldades com as ferramentas novas? Falo que a estratégia do BMG é muito “digital”, e não “digital”. O “figital” é combinar o apoio humano e as ferramentas digitais. Para o nosso cliente, esta deve ser a estratégia, você tem que ter esse apoio humano, exatamente para ajudar o cliente a usar o aplicativo, clicar nos links, tirar provas de vida. E esse já era o diferencial da Help, do BMG. Como fica a questão da inadimplência? A pandemia pode agravar isso? Esse é o tema para todos os bancos. No consignado, logo no início da pandemia, foi tomada a decisão de ampliar o tempo e diminuir a taxa, tanto do empréstimo consignado quanto do cartão, então as taxas caíram, e os prazos foram estendidos. Além disso, todos os bancos estão abertos à discussão caso a caso. Os juros caíram para 1,7%, e o do cartão, para 2,7%. O prazo foi alongado de 74 para 82 meses. Como é a migração para o home office? É uma tendência no banco? Tem sido uma experiência muito boa. Desde o início, nossa preocupação foi em proteger os colaboradores. Esse era um banco sem expe-

riência em home office, e conseguimos em até duas semanas colocar 97% dos colaboradores em home office. Ainda temos um grupo muito pequeno indo ao banco. Rodamos uma pesquisa interna de satisfação, e temos 80% realmente gostando e 91% dizendo que tem o necessário para funcionar. E isso se reflete na produtividade, o trabalho está intenso, e a motivação também. Demos apoio com cadeira, enviamos desktop para quem não tinha notebook em casa. O home office veio para ficar, e, na volta, a ideia é propor que permaneça até três dias por semana. Estamos desenhando um novo modelo de trabalho no banco à luz da boa experiência com o home office. Quando eu falo dessa transformação de um ano em cinco semanas, falo sobre a experiência de formalização remota com cliente, a experiência do home office. Essas duas experiências nos permitiram realmente repensar muita coisa. Qual é o impacto do home office nos custos? Tem economia se fizer bem-organizado, porque podemos reduzir espaço físico de fato. Não é fechar agência, é no próprio corporativo. Temos mais de mil funcionários no corporativo e, a partir do momento em que temos alguns em home office, podemos reduzir espaço físico. Até que ponto a pandemia mudou as projeções do BMG para o ano, em termos de ganhos e desempenho financeiro? Ainda está muito cedo para ver todos os impactos. Tem impacto, sim. Acontece que todos precisam ser estudados e ver a oportunidade em custos. (Helenice Laguardia e Karlon Aredes. Com a colaboração de Daniele Franco)

Live do Tempo Programação. A live está disponível às 14h no portal O Tempo e nas redes sociais do jornal. 8 Convidado de hoje: Geraldo Ribeiro, presidente do Sicoob


8 | O TEMPO BELO HORIZONTE | QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020

CORONAVÍRUS

PANDEMIA Testes no país

Brasil registra novo recorde: 881 mortes MICHAEL DANTAS / AFP - 7.5.2020

Ministério da Saúde aponta que país tem 12.400 óbitos e mais de 177 mil infectados ¬ BRASÍLIA. O último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado hoje, aponta 12.400 mortes pelo novo coronavírus no Brasil, com 881 óbitos registrados desde ontem, o maior número em um dia desde o início da pandemia. Até então, o recorde no país era de 751 mortes em 24 horas, registrado na última sexta-feira. Do total de óbitos confirmados, 206 ocorreram nos últimos três dias – há outros 2.050 em investigação. O balanço da pasta também contabiliza 177.589 casos confirmados da Covid-19 no país. De segunda-feira para ontem, foram 9.258 novos diagnósticos de pessoas infectadas pelo vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, há 92.593 pacientes em acompanhamento (52,1% dos casos) e outros 72.597 já recuperados (40,9%). Com mais 9.258 infecções pelo novo coronavírus identificadas nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil deixou para trás a Alemanha no ranking dos países com mais casos da Covid-19 e agora é a sétima nação mais afetada pela pandemia. No total, 177.589 pessoas já testaram positivo para o vírus no Brasil, número que é de 170.508 na Alemanha, de acordo com o Instituto Robert Koch. Entre segunda-feira e ontem, a Alemanha registrou mais 933 infecções, quase dez vezes menos do que o Brasil. Considerando somente as 24 horas, o Brasil teve o segundo maior número de óbitos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos,

São Paulo No topo. Em São Paulo foram 47.719 casos novos e 3.949 mortes em decorrência do novo coronavírus. O Rio de Janeiro tem 18.486 casos e 1.928 mortes.

Exames. O Brasil realizou até o momento 482.743 exames para o novo coronavírus, dos quais mais de 145 mil ainda aguardam a análise por laboratórios oficiais ou a divulgação dos resultados, informou ontem o Ministério da Saúde. Segundo o secretário substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, os chamados laboratórios centrais processaram até o momento 337.595 testes, enquanto 95.144 aguardam a análise e outros 50.004 estão esperando recebimento nos laboratórios.

Ação com Lewandowski Relator. O ministro Ricardo Lewandowski foi sorteado relator do pedido do jornal “O Estado de S. Paulo” para que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, que desobrigou o presidente Jair Bolsonaro de apresentar exames feitos para detectar o coronavírus. O jornal recorrerá também ao próprio STJ contra a decisão monocrática de João Otávio de Noronha. NELSON JR./SCO/STF - 3.3.2020

Avanço. Número de infectados no Brasil supera 177 mil e país ultrapassou Alemanha no ranking de nações com mais casos

que registrou mais 1.064 vítimas fatais do coronavírus e chegou a 80.820 mortos, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) norte-americano. Os EUA têm o maior número contingente de mortos pela Covid-19.

Novo epicentro

Gestores

Opas demonstra preocupação com avanço da Covid-19 no país

Rejeição a diretrizes do governo

SANDRO PEREIRA/FOLHAPRESS

CASOS ANTIGOS. O Ministério

da Saúde identificou 39 casos suspeitos de Covid-19 que teriam surgido no país antes do dia 26 de fevereiro, data em que foi confirmado oficialmente o primeiro caso da doença no país. A informação foi dada ontem pelo secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário. Segundo ele, o ministério enviou ofícios aos Estados para investigar esses casos. Esta é a segunda vez que o Ministério da Saúde admite a possibilidade de que os primeiros casos da Covid-19 tenham surgido no Brasil antes do dia 26 de fevereiro, quando o caso de um homem de 61 anos de idade em São Paulo se tornou o primeiro caso oficial da doença no país. De acordo com Macário, dos 39 casos suspeitos, 25 teriam ocorrido em São Paulo e o restante em outros oito Estados.

Organização pede que Brasil reforce medidas de isolamento

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) manifestou ontem preocupação com o avanço dos casos de coronavírus na região das Américas, em especial o Brasil. O continente americano ultrapassou o europeu e, com 1,74 milhão de casos, é o epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde

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SÃO PAULO.

(OMS). As mortes na região já ultrapassam 104 mil. “O Brasil tem um dos maiores números de casos hoje, tem transmissão comunitária, as fronteiras são porosas”, afirmou Marcos Espinal, diretor do departamento de doenças transmissíveis e análise da saúde da Opas, braço da OMS nas Américas. “O Brasil é um país federal,

os governadores dos Estados têm o poder de implementar medidas de contenção e mitigação. O aumento dos casos (de Covid-19) no Brasil nos últimos dias é uma preocupação”, completou. “Estamos profundamente preocupados com a rapidez com que a pandemia está se expandindo. Nossa região levou três meses para atingir 1 milhão de casos, mas menos de três semanas para quase o dobro desse número”, afirmou a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne. Na última semana, a região teve 266 mil novos casos e quase 20 mil mortes, aumento de 18% nos casos e de 23% nas mortes em comparação com a semana anterior. Espinal ressaltou que é importante que as medidas sejam implementadas e reforçadas no país. “É preciso reforçar medidas de distanciamento social, aumento de provas diagnósticas, conscientizar a população”, disse.

Os conselhos de saúde dos Estados e municípios rejeitaram a nova diretriz do Ministério da Saúde sobre distanciamento social. Pela proposta federal, os gestores regionais teriam de fazer um levantamento de uma série de dados – da capacidade dos leitos até o número de mortos. Com base nessas informações, haveria uma pontuação, que definiria qual seria a medida mais apropriada, que poderia ir de um isolamento parcial até o lockdown. Segundo gestores regionais ouvidos pela reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o argumento mais forte para não dar apoio às regras federais é que seria inoportuno lançá-las em meio ao aumento de casos e mortes pela doença. O risco é causar dubiedade sobre a mensagem de isolamento social, ou seja, incentivar a população a sair de casa, disseram estes gestores.

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BRASÍLIA.


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 9

CORONAVÍRUS

PANDEMIA ALEXANDRE MOTA / 17.2.2020

Vencimento de parcelamentos da Receita e da PAGN é adiado Medidaprorrogadata de pagamento por até cinco meses; juros continuam valendo ¬ BRASÍLIA. O governo federal adiou o pagamento de R$ 9,6 bilhões em impostos de empresas e pessoas físicas por causa da pandemia do novo coronavírus. O anúncio feito ontem tem como objetivo dar mais tempo aos contribuintes para honrar os compromissos com a União. A medida adia o vencimento por até cinco meses das prestações dos parcelamentos administrados pela Receita Federal e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Tributos estaduais e municipais não entram na prorrogação. Os parcelamentos acontecem, por exemplo, quando uma pessoa ou empresa tem uma dívida com a União e não consegue pagar. Então, ela faz um parcelamento desse débito e paga ao longo de um período determinado. Agora, tanto os parcelamentos or-

dinários, que têm previsão em leis normais, e os especiais, que têm condições específicas, como os Refis, ficam postergados. As prestações que venceriam em maio poderão ser pagas até agosto. As de junho, até outubro, e as de julho, até dezembro. O pagamento será feito no último dia útil de cada mês. A prorrogação não engloba parcelamentos no âmbito do Simples Nacional. Segundo o ministério, a decisão teria de ser feita pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. A próxima reunião do comitê será esta sexta-feira e deve deliberar sobre o assunto. A medida também não afasta a incidência de juros. Ou seja, se uma empresa tem uma dívida com a União que acabaria em maio e decidir aderir ao adiamento para agosto, pagará o juros de maio, junho, julho e agosto. Segundo o advogado Luciano Bernart, presidente executivo da Academia Brasileira de Direito, o governo não pode eliminar os juros previstos em lei, só alterar a data de pagamento. “Os ju-

ros vão incidindo normalmente, a menos que o sujeito pague antes. Digamos que a pessoa ou o negócio não foi afetado pelo Covid-19, se entrou dinheiro, é melhor pagar agora porque ele não paga os juros até agosto”, diz. ESTADOS E MUNICÍPIOS. O mi-

nistério também suspendeu as retenções do Fundo de Participação dos Estados e Municípios no período de maio a julho deste ano. Essa suspensão é necessária porque, com a prorrogação dos pagamentos, tributos que ficam retidos na fonte deixariam de ser pagos em determinado período. Com isso, certos tributos vinculados ao fundo deixariam de ser repassados. Bernart explica que, se a União não recebe esses recursos, não é possível repassar para os fundos. “Digamos que uma empresa ia pagar R$ 1 milhão neste mês. Seria retido 25% desse valor e repassado para o fundo de participação. Se o valor não entra, não tem como fazer a retenção dos 25%, porque na verdade foi jogado para frente”, afirma.

Em baixa. Aeroportos operados pela Infraero tiveram queda de 90% da demanda de passageiros

Queda de 90% na demanda

Setor de serviços cai 6,9%

Infraero. A pandemia do coronavírus trouxe um cenário complexo para os aeroportos operados pela Infraero. O presidente da empresa, Tenente-Brigadeiro Paes de Barros, afirmou que a demanda de passageiros caiu 90% no período de fevereiro a maio deste ano, na comparação com igual período de 2019. A Infraero está projetando perda de receita na ordem de 35% em 2020 na comparação com 2019.

Março. O volume de serviços apresentou queda de 6,9% no mês de março, o primeiro com medidas restritivas impostas pelo país, informou o IBGE. O resultado foi o pior desde 2011. O principal tombo se deu no segmento de serviços prestados às famílias, que recuaram 31,2% em março. Os principais afetados foram restaurantes e hotéis. Em fevereiro, o setor havia recuado 1%.

MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Entes federativos

R$ 5,86

Câmara aprova MP que libera R$ 8,6 bi

Dólar bate mais um recorde de cotação

¬ BRASÍLIA. A Câmara dos De-

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putados aprovou ontem a medida provisória que irá liberar o saldo remanescente do Fundo de Reservas Monetárias (FRM), de cerca de R$ 8,6 bilhões, para a compra de materiais de prevenção ao novo coronavírus. O texto prevê que o dinheiro seja repartido na proporção de 50% para Estados e 50% para municípios de acordo com regras estipuladas pelo governo federal. Entre os critérios que deverão ser considerados está o número de casos de

coronavírus em cada local. O projeto condiciona o repasse ao cumprimento pelos entes das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à doença. Metade dos recursos do fundo será distribuída aos Estados e a outra, para os municípios. Os recursos deverão ser usados no exercício de 2020, com o objetivo de dar suporte a uma eventual reabertura de estabelecimentos comerciais. Estados e municípios só poderão receber os recursos se obedecerem às regras estabelecidas pela OMS.

Deputados votaram texto que reparte valor entre Estados e municípios

Após uma segunda tensa, a terçafeira começou com pouco mais de otimismo no mercado financeiro. Mas, durante a tarde, os investidores voltaram a ficar apreensivos. O dólar, que operava em queda, chegou a bater R$ 5,88, e ainda assim fechou no maior patamar da história, cotado a R$ 5,86, alta de 0,86%. Já o Ibovespa, da B3, registrou queda de 0,55%, a 78.631 pontos. O estresse nos mercado é causado em torno do vídeo no qual o presidente Jair Bolsonaro teria defendido trocas RIO DE JANEIRO.

na Polícia Federal. Segundo Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais, a alta do dólar e a queda na Bolsa ganharam força após o advogado do ex-ministro da Justiça Sergio Moro defender a divulgação na íntegra do vídeo. “Isso gerou uma volatilidade no mercado”, disse Bandeira. Analistas destacaram a ata da reunião do Comitê de Política Monetária publicada nesta terça-feira. Eles pontuaram a indicação de uma retomada gradual da economia no terceiro trimestre.


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA

Marca mineira de semijoias lança outra empresa em meio à crise CRISTIANE MATTOS - 4/9/2019

Motoboys

Serviço de entrega é forte aliado para venda O conceito de revender semijoias está fortemente ligado à venda nas ruas, seja no trabalho, seja nas universidades ou até mesmo entre os vizinhos. Como a atual conjuntura tornou esse modelo inviável, além das redes sociais, a J’adore e a Sal & Luz (SL Semijoias) têm contado com outro aliado: a entrega. “Tomamos todos os cuidados. Aqui, na empresa, todos trabalham de máscaras, seguindo os protocolos de segurança. Higienizamos todas as peças com vapor quente, e as revendedoras não podem mais subir para pegar. Então, contamos com um serviço de motoboy, que também atende as revendedoras”, explica a proprietária do grupo, Danny Utsch. A mudança na rotina, tanto para as revendedoras como para as clientes, fez o negócio de Lucas Fernandes, 30, praticamente triplicar. O motoboy atendia sozinho a J’adore, mas, depois da criação da SL, precisou chamar reforços. “O aumento foi assustador. Contratei mais três para me ajudar e acabei de tirar uma moto nova. A antiga eu pretendo repassar para mais um rapaz me ajudar”, comemora ele. Antes, Fernandes fazia cerca de 30 entregas da empresa por dia. Agora, os pedidos variam entre 80 e 90. “A gente trabalha em média 12 horas por dia”, conta o motoboy. (QA)

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Empreendorismo. Dona da J’adore, Danny Utsch resolveu enfrentar a pandemia do novo coronavírus lançando nova marca de semijoias com preços mais acessíveis FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Negócio já gerou oportunidade de renda a 118 pessoas em duas semanas ¬ QUEILA ARIADNE ¬ No meio da pandemia, a

empresária Danny Utsch teve uma ideia que já está ajudando muita gente a conseguir renda. Dona da J’adore, empresa de semijoias que produz mais de 50 mil peças por mês, ela resolveu enfrentar a crise lançando uma marca com preços mais acessíveis e, portanto, mais fáceis de vender. Apenas duas semanas após o lançamento, a Sal & Luz (SL Semijoias) já tem 118 revendedoras cadastradas. A meta é terminar maio com 300. “Com tudo fechado, muitas pessoas vão perder o emprego. Então, pensei numa alternativa que pudesse gerar renda com zero de investimento. A revendedora pega um kit em consignação e só faz o primeiro acerto 30 dias depois”, explica ela. São três tipos de kits, que variam de 23 a 55 pe-

ças, com preços de custo de R$ 500 a R$ 1.500. “A margem de lucro pode chegar a 100%. Por exemplo, temos peças de R$ 50 que podem ser vendidas por R$ 100”, detalha a empresária. Lorena Oliveira, 23, trabalha no departamento comercial de uma escola de inglês. Por causa da pandemia, ela teve o contrato de trabalho suspenso por dois meses. “Eu já trabalhava revendendo as peças da J’adore e, quando tudo começou, fiquei preocupada, porque a venda das semijoias responde por dois terços da minha renda. Essa ideia de lançar uma linha com preços mais acessíveis foi muito boa, pois dá para comprar e presentear gastando pouco”, comemora. Mesmo com o isolamento, Lorena conseguiu vender R$ 3.972 em dez dias. “Como estou em casa, tenho focado mais as vendas pelo Instagram e pelo WhatApp”, conta. Surpresa com o resultado positivo, ela ainda terá chance de ganhar mais, pois vai liderar um grupo de revendedoras e receber comissão sobre o trabalho delas.

“Pensei em algo que pudesse gerar renda com zero investimento. A revendedora pega um kit em consignação e só faz o primeiro acerto 30 dias depois.” Danny Utsch

Lorena apostou na marca e se tornou revendedora

Motoboy Lucas (primeiro à direita) chamou reforços

Revendedoras recebem suporte para venda online ¬ Para enfrentar a queda no consumo, a empresária Danny Utsch adotou a estratégia de trabalhar com preços mais baixos. Já para ajudar as revendedoras a chegarem às clientes em um momento em que a ordem é não sair de casa, ela tem usado a ferramenta das redes sociais. “Nós damos todo o suporte, desde consultoria para a elaboração da marca, a montagem do perfil e o uso das redes

Linha tem três tipos de kits Opções. O mostruário Ônix tem 23 peças, com o preço máximo de R$ 50 cada; o Quartzo possui 40 peças, ao custo máximo de R$ 70; e o Ametista, 55 peças, por, no máximo, R$ 100 cada. Os valores variam de R$ 500 a R$ 1.500, em consignação. Interessados podem entrar em contato pelo WhatsApp (31) 97139-8253, pelo Instagram @saleluzsemijoias ou pelo site www.slsemijoias.com.br.

sociais para a venda”, explica a gerente de marketing do grupo J’adore, Carol Meira. Ela ressalta que, nestes tempos de isolamento, o Instagram acaba sendo o ponto de encontro das pessoas. “Por isso, é fundamental abastecê-lo bem, postar várias vezes ao dia e usar os Stories para conversar com as clientes”, destaca. A empresa produz fotografias dos produtos, faz catálo-

gos digitais e disponibiliza tudo para as revendedoras usarem. Até mesmo um aplicativo foi criado para facilitar a transmissão das informações. “Também converso com as revendedoras o tempo todo, ainda mais nestes dias. Acho importante lembrá-las, todos os dias, da importância do trabalho delas”, salienta a fundadora da J’adore, Danny Utsch. (QA)

CRISTIANE MATTOS - 4.9.2019

Experiência com crises Histórico. A empresária Danny Utsch tem experiência em semijoias e também em crises. Ela lançou a J’adore (foto) há cinco anos. Na época, deixou um cargo executivo na área de tecnologia após ter sido uma entre as várias pessoas demitidas em 2015. Agora, nesta pandemia da Covid-19, Danny usou sua dupla experiência para lançar a nova marca: JL Semijoias.


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CORONAVÍRUS

PANDEMIA

Desconfinamento gera dúvidas Países ensaiam volta à ‘normalidade’, mas novas contaminações levantam questões ¬ PARIS, FRANÇA. O planeta

continua com seu lento retorno à normalidade, apesar da disseminação do coronavírus, com um número de casos diário menos preocupante nos Estados Unidos, mas sob o aviso da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda extrema vigilância durante o desconfinamento. Anteontem, pelo segundo dia consecutivo, os EUA, país mais afetado, registraram menos de 900 mortes

(830), conforme contagem da Johns Hopkins University. É muito cedo, porém, para determinar se é uma tendência. Usar máscara em público se tornou comum para muitas pessoas em todo mundo. Desde ontem, por exemplo, essa proteção e luvas serão obrigatórias no transporte público em Moscou, na Rússia. A capital russa é um dos lugares do mundo em que o confinamento populacional é a norma, enquanto outras regiões do país realizam um levantamento gradual e “muito consciente” das restrições – nas palavras do presidente Vladimir Putin. Também ontem, Singapura passou a permitir que algu-

mas lojas e empresas reabram, incluindo salões de beleza. “Sei que algumas pessoas não conseguem cortar o cabelo há algum tempo, mas não há necessidade de correr para o salão”, disse o ministro do Desenvolvimento Nacional, Lawrence Wong. No Estado de Nova York, o desconfinamento começará a partir de sexta-feira, salvo em uma cidade – a metrópole homônima. A Covid-19 continua causando estragos no país, com mais de 80 mil mortes. Segundo estudo publicado anteontem, o sobremortalidade em março e em abril mostra que os números estão provavelmente abaixo da realidade em alguns milhares.

NO ESCURO. Na tarde de on-

tem, o mundo passava de 4,3 milhões de casos de contágio e 291 mil mortes, segundo o site Worldometer. Para Michael Ryan, do programa de Emergências de Saúde da OMS, na ausência de tratamento e de vacina, “é necessário vigilância”.

Mais cautela EUA. Anthony Fauci, conselheiro de Trump, alertou que um desconfinamento precoce pode ter consequências sérias. Segundo ele, um equívoco pode causar “mortes evitáveis”.

Segundo ele, “alguns países”, não mencionados na coletiva virtual, optaram por “fechar os olhos e avançar às cegas” para o desconfinamento, sem ter identificado focos de contágio ou preparado suficiente capacidade hospitalar. A experiência dos primeiros afetados na Ásia incentiva cautela. Apesar da implantação de recursos consideráveis para rastrear o coronavírus e das precauções da população, Wuhan, na China, (onde a epidemia começou) relatou novos casos no domingo e segunda-feira, mas nenhum nessa terça. Já a Coreia do Sul está lutando contra um surto de infecção em Seul, que come-

çou com um homem de 29 anos que frequentava bares e discotecas. Anteontem, dezenas de parisienses, no primeiro dia sem restrição de movimento, improvisaram lanches às margens do Sena. Como consequência, a prefeita proibiu o consumo de álcool nos locais até novo aviso. No Reino Unido, o segundo país em número de mortos, o plano de desconfinamento do primeiro-ministro Boris Johnson provocou uma enxurrada de críticas. Os professores, por exemplo, não querem ouvir falar em retomada das aulas “até que seja seguro”, afirmaram representantes.

HECTOR RETAMAL / AFP

Impactos no cérebro e rins Sobreviventes. Segundo a National Kidney Foundation, dos EUA, entre 3% e 9% dos pacientes da Covid-19 desenvolvem insuficiência renal aguda e em alguns casos necessitam de diálise. O período de internação também pode dar origem à síndrome pós-cuidados intensivos, que gera alterações físicas, cognitivas e psiquiátricas.

Wuhan testará 11 milhões China. Autoridades de Wuhan traçaram um plano para testar, em dez dias, todos os 11 milhões de habitantes da cidade chinesa considerada o berço da Covid-19. Depois de mais de um mês sem registrar novas contaminações, Wuhan confirmou seis casos no último fim de semana. Cada um dos 13 distritos terá dez dias para aplicar testes em todos os habitantes. Saindo de casa. Cidade de Wuhan, epicentro da China e “berço” da Covid-19, já ensaia saída do isolamento, apesar dos seis novos casos no fim de semana

Incêndio deixa 5 mortos São Peterburgo. Cinco pessoas morreram ontem em um incêndio em um hospital de São Petersburgo, na Rússia. Quatro das vítimas estavam internadas na UTI da unidade de saúde. Segundo uma fonte, o foco do incêndio foi na área onde estavam localizados os pacientes com Covid-19. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido causado por um respirador que pegou fogo. OLGA MALTSEVA / AFP

ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

Espanha

Mulher de 113 anos se recupera após contrair Covid-19 em asilo 7

MADRI, ESPANHA. Uma mu-

lher de 113 anos se recuperou da Covid-19 em um lar de idosos na Espanha em que vários residentes infectados com o coronavírus morreram. “Ela superou a doença e está indo muito bem”, afirmou à AFP a responsável pela comunicação da residência. Maria Branyas contraiu uma forma leve da doença em abril no asilo onde vive há vinte anos, na cidade de Olot, a 100 km de Barcelona. Os sintomas foram discretos. “A única coisa que foi detectada foi uma infecção do trato urinário e um pouco de febre associada, mas depois

ela foi submetida a um teste de triagem (para o coronavírus) que deu positivo”, explicou a responsável. “Agora ela está se sentindo bem e teve um teste negativo na semana passada”, acrescentou. A centenária permaneceu confinada por várias semanas em seu quarto. Apenas uma funcionária, vestida com roupas de proteção, mantinha contato com Maria, de acordo com a TV regional TV3, que transmitiu imagens de Maria Branyas. Nas imagens, ela explica que “as pessoas são muito amigáveis, muito atenciosas” com ela no estabeleci-

mento. Sobre o segredo da longevidade, ela diz que tem sorte de ter “boa saúde”. Sua filha Rosa Moret não foi autorizada a visitá-la durante o confinamento, mas concluiu na TV3: “Agora ela está bem, está em boa forma, com vontade de falar, de explicar, de fazer suas reflexões, voltou a ser o que era”. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Maria voltou dos EUA para a Espanha a bordo de um navio. Ela também sobreviveu à pandemia da gripe espanhola, em 1918, e à Guerra Civil Espanhola, que ocorreu entre 1936 e 1939.

Porta-voz russo infectado Kremlin. A Rússia anunciou ontem a internação do porta-voz de Vladimir Putin, Dmitri Peskov. Ele é visto com um dos mais próximos auxiliares do líder. Não há detalhes sobre sua condição. Além dele, o primeiro-ministro Mikhail Michustin, os ministros Vladimir Iakuchev e Olga Liubimova e o chefe de gabinete adjunto Serguei Kirienko já tiveram Covid-19.


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 13

A.PARTE

aparte@otempo.com.br

Demanda antiga

Eleições

Maia evita colocar em pauta projeto que cria o TRF-6 em Minas O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai tentar até o último minuto evitar que seja colocada em pauta, nesta quarta-feira (13), a proposta que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), em Belo Horizonte. Ele tem recebido pressões de diversos setores para barrar a apreciação do texto. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) protocolou o projeto na Casa, em novembro do ano passado, com a ajuda da maioria dos membros da bancada mineira. Mas, mesmo com diversas promessas de que iria ser apreciado, ele foi deixado para escanteio. Essa nova Corte seria criada para desafogar o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, que é responsável por 14 Estados e 80% do território brasileiro. Do total de demandas, 40% se refe-

rem a Minas Gerais. Ao defender a ideia, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, tem insistido na tecla de que o novo tribunal não vai criar custos para o país. O intuito é que magistrados, servidores, contratos e imóveis sejam realocados do TRF-1 para o TRF-6. Por mais que, publicamente, Maia considere o projeto do STJ “justo e legítimo”, nos bastidores ele tem sido pressionado. Segundo pessoas próximas ao presidente, entre outros fatores, grandes escritórios de advocacia temem esse desmembramento do TRF-1, uma vez que os clientes mineiros são os que mais demandam. Além disso, há agora um novo incômodo: o fato de que o texto somente iria para a pauta por conta de uma insistência do centrão, a pedido e por conta da articulação feita pelo Palácio do Planalto. E, curiosamente, esse tex-

to pode entrar em pauta, nesta quarta-feira (13), após Noronha suspender, na última semana, a liminar do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentasse seus exames da Covid-19. Se essa proposição for colocada em pauta, vai ser a primeira que não trata de uma proposta para lidar com a pandemia do novo coronavírus a ser votada no Legislativo durante esse período de surto da doença. Também tramita na Câmara dos Deputados um texto com o objetivo de instalar a Procuradoria Regional da República da 6ª Região (PRR-6) em Minas Gerais. Para atender essa nova estrutura, a proposição prevê a criação de 111 cargos que, segundo o órgão, vão gerar um impacto de R$ 21 milhões ao Orçamento anual do Ministério Público da União (MPU). KAROLINE BARRETO/CMBH - 4.7.2019

Dessa quantia, R$ 10,8 milhões seriam destinados para bancar o gasto de pessoal com apenas 18 procuradores regionais. O valor é maior que os R$ 10,1 milhões previstos para custear a folha de outros 93 servidores – 57 cargos efetivos (39 técnicos e 18 analistas), 18 comissionados e 18 funções de confiança. O procurador geral da República, Augusto Aras, ressalta no texto que, em virtude das limitações impostas pela emenda do teto de gastos públicos, a opção é por essa “estrutura mínima” para o desenvolvimento do trabalho na sede do órgão em Belo Horizonte, com atribuição para atuar em todo o Estado. Na proposta, Augusto Aras ressalta que a existência do TRF-6 no Estado vai demandar uma unidade correlata do Ministério Público Federal (MPF). (Fransciny Alves)

Nome de André Quintão ganha força no PT para disputa pela PBH O PT mineiro está inclinado a escolher o nome do deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) André Quintão para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte deste ano. Dentro da legenda, também foi ventilado o nome do deputado federal Rogério Correia para concorrer à cadeira do Executivo. Ele, no entanto, tem uma interlocução boa com André Quintão e poderia a abrir mão da dis-

puta. Isso porque, hoje, ele tem conseguido um bom espaço nacionalmente. A simpatia pelo nome de Quintão ocorre pelo papel que ele tem desempenhado à frente do bloco de oposição na ALMG: além de desempenhar o papel de enfrentamento, consegue conversar com parlamentares de diferentes vertentes. A última vez em que o PT esteve à frente da PBH foi com Fernando Pimentel, entre 2001 e 2008. JOAO LEUS - 18.2.2020

André Quintão pode ser o indicado pelo PT para disputar a PBH

Ministro

ALMG

O juiz Márcio Lucio Falavigna Sauandag, da 22ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou denúncia do Ministério Público e colocou no banco dos réus dois manifestantes acusados de ameaça, injúria e difamação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Um dos denunciados é o engenheiro Antônio Carlos Bronzeri, da Frente Brasileira Conservadora.

bleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV), anunciou ontem pelas redes sociais que, a partir de hoje, os deputados estaduais vão começar a votar dez vetos do governador Romeu Zema (Novo) que travavam a pauta legislativa. As reuniões, entretanto, continuarão de forma remota. O primeiro texto analisado vai ser o que negou a autorização para o Poder Executi-

MP descarta infração eleitoral de vereador, mas apura crime contra ordem econômica ¬ O Ministério Público Eleitoral decidiu que não abrirá uma investigação sobre os sorteios de carros realizados pelo vereador de Belo Horizonte, Bim da Ambulância (PSDB). No entanto, a representação foi encaminhada para a Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária para que seja avaliada a existência de crime contra a ordem econômica. Questionado sobre a decisão do Ministério Público

Eleitoral, Bim da Ambulância disse que desvinculou seu nome dos sorteios. “Não estou vinculando mais meu nome justamente por causa dessa duplicidade de interpretação. Não quero correr esse risco”, disse. Atualmente, os sorteios estão sendo realizados em outra conta na rede social, sem vinculação aparente com a conta do vereador. Em parecer emitido no dia 20 de abril, o promotor eleitoral Marcelo de

Oliveira Milagres indeferiu a instauração de um Procedimento Preparatório Eleitoral, pois entendeu que os sorteios não configuram propaganda extemporânea. O promotor remeteu o caso para a Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária. De acordo com Milagres, Bim pode ter violado o artigo 4º da Lei 5.768/1971, que disciplina os sorteios no Brasil. (Pedro Augusto Figueiredo)

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO - 7.10.2018

Justiça coloca no Agostinho Patrus anuncia votação de vetos de Romeu Zema banco dos réus manifestantes O presidente da Assem- vo realizar compensação de dívidas vencidas com crédito tributário. Em contato com o Aparte, Agostinho Patrus disse que o veto será discutido na parte da manhã de hoje. Deputados ouvidos pela coluna afirmaram que o “início do destravamento” da pauta se deve à chegada iminente da Lei de Diretrizes Orçamentárias à Casa e que, para isso, precisam limpar a pauta.

Hamilton Mourão Vice-presidente

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“Temos de buscar uma coalizão programática (com o centrão). É óbvio que cargos e emendas fazem parte da negociação. Não adianta querer tapar o sol com a peneira.”


14 | O TEMPO BELO HORIZONTE | QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020

Política

7 Fraude nas eleições I

A Advocacia Geral da União (AGU) afirmou à Justiça que as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre supostas “fraudes” nas eleições de 2018 fazem parte da democracia e da dinâmica eleitoral. A posição foi apresentada em ação civil pública.

7 Fraude nas eleições II

A AGU afirmou que “não há qualquer indicativo de que houve ilegalidade ou ofensa à moralidade” nas declarações do presidente”. “Ora, claudicante seria a democracia incapaz de lidar com questionamentos sobre suas instituições”, afirmou a defesa do governo.

TEL: (31) 2101-3915 Editor: Ricardo Correa ricardo.correa@otempo.com.br e-mail: politica@otempo.com.br twitter: http://twitter.com/OTEMPOpolitica Atendimento ao assinante: 2101-3838

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CP2. No levantamento estimulado, deputado estadual alcança 33,8% das intenções de voto dos eleitores

Douglas Melo lidera pesquisa para a Prefeitura de Sete Lagoas Administração de Duílio de Castro é reprovada por 60% dos entrevistados ¬ LUCAS HENRIQUE GOMES ¬ Pesquisa mostra os cená-

rios da disputa pela Prefeitura de Sete Lagoas, na região Central do Estado. De acordo com o levantamento estimulado, quando são apresentados os nomes dos pré-candidatos, o deputado estadual Douglas Melo (MDB) lidera a disputa. Já na espontânea, quando os nomes não são apresentados, há um empate técnico entre os pré-candidatos. A pesquisa foi contratada pela Sempre Editora. As entrevistas foram realizadas com a utilização de um questionário estruturado, aplicado via telefone, com questões gravadas abertas e fechadas. Pouco mais da metade dos entrevistados, 50,9%, era de homens, e 49,1% eram mulheres. No cenário estimulado, o deputado Douglas Melo registrou 33,8% das intenções de voto. Já Emílio Vasconcelos, que ficou em segundo lugar no pleito de 2016, também ocuparia a mesma posição neste ano, segundo a pesquisa, com 18,2%. O atual prefeito, Duílio de Castro (Patriota), contabilizou 12% das pretensões de voto. Saulo Calazans (Novo) tem 3,2%, e Dóris Andrade, 2,4%. Na pesquisa, 22,5% dos eleitores disseram que vão votar branco/nulo ou em nenhum dos pré-candidatos, e 7,9% não souberam, não responderam ou estão indecisos.

Registro Dados. A pesquisa ouviu 601 eleitores entre os dias 1º e 12 de abril. O nível de confiabilidade é de 95%, e a margem de erro é 4%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número MG06548/2020.

Em uma simulação da disputa com apenas dois candidatos, Douglas Melo vence por 45,4%, contra 25,2% do atual prefeito, Duílio de Castro, por 42% a 32,2% contra Emílio Vasconcelos e por 45,2% a 28,3% contra o atual presidente da Câmara Municipal da cidade, Cláudio Caramelo (PRB). No levantamento espontâneo, ou seja, sem a apresentação dos nomes dos postulantes, há um empate técnico considerando a margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o levantamento, Duílio de Castro tem 8,5% (varia de 4,5% a 12,5%), Douglas Melo tem 7,3% (varia de 3,3% a 11,3%), Emílio Vasconcelos tem 4,3% (flutuando de menos de 1% a 8,3%) e Cláudio Caramelo registrou 2,7%, podendo ir de menos de 1% até 6,7%. Entre os nomes colocados, o do atual prefeito é o com maior rejeição. Quase um terço dos entrevistados, 28,9%, afirmou não votar no atual chefe do Executivo. Já Caramelo tem rejeição de 22,3%. Melo registrou 21,4% de reprovação. GOVERNO. A pesquisa mediu a percepção dos eleitores sobre a gestão de Duílio de Castro. Quase metade dos entrevistados, 49%, avaliou como ruim ou muito ruim a administração. Outros 27,1% avaliaram como regular, e 18,6% caracterizaram como boa ou muito boa a gestão. Pouco mais de 5% não responderam. Já quando a pergunta era se o entrevistado aprovava ou não a administração, 60% disseram reprovar. Entre os principais motivos de reprovação estão administração, infraestrutura e saúde. Dos que citaram problemas na administração, 37,7% avaliaram o prefeito como mau gestor, e 36,4% alegaram falta de melhoria na cidade. Já em relação à personalidade de Duílio de Castro, 44,2% dos entrevistados disseram que o prefeito não cumpre promessas ou não é comprometido com o povo.

EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

PESQUISA Intenção de voto para prefeito em Sete Lagoas ESTIMULADA COM CENÁRIOS POLARIZADOS*

ESTIMULADA Douglas Melo

33,8%

Emílio Vasconcelos

25,2%

12,0%

Douglas Melo Branco/Nulo/Nenhum

3,2%

22,5% NS/NR/Indeciso

Dóris Andrade

45,4%

18,2%

Duílio De Castro

Saulo Calazans

CENÁRIO 1

7,9% 2,4%

B/N/nenhum NS/NR

Duílio de Castro 22,2% 7,2%

B/N/ = Branco /nulo CENÁRIO 2 42,0% 32,2%

ESPONTÂNEA Duílio de Castro Douglas Melo Emílio Vasconcelos

Cláudio Caramelo Duílio de Castro

2,7% Outros (abaixo de 1%) 6,0% Ninguém, branco ou nulo 12,8% NS/NR 58,4% Cláudio Caramelo

8,5% 7,3% 4,3%

B/N/nenhum NS/NR Douglas Melo

22,3%

Branco/Nulo/Nenhum

7,9% NS/NR/Indeciso

45,2%

REJEIÇÃO

28,3% Emílio Vasconcelos

AVALIAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

27,1%

49,0%

Douglas Melo 5,3% NS/NR

Muito bom/bom

CENÁRIO 3

7,9% 11,7%

18,6%

19,3% 6,5%

B/N/ = Branco /nulo

21,4% 28,9%

Douglas Emílio Melo Vasconcelos

Regular

Muito ruim/ruim

FONTE: PESQUISA CP2, CONTRATADA PELA SEMPRE EDITORA, REGISTRADA NO TSE SOB O NÚMERO MG-06548/2020. A MARGEM DE ERRO É DE 4% E O NÍVEL DE CONFIANÇA É DE 95%. O LEVANTAMENTO OUVIU 601 PESSOAS ENTRE OS DIAS 1º A 12 DE ABRIL

B/N/nenhum NS/NR

Cláudio Caramelo 19,5% 7,0%

B/N/ = Branco /nulo *levantamento levou em consideração apenas dois candidatos no pleito


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 15

POLÍTICA

Crise. Em vídeo de reunião, presidente teria relatado preocupação em ser prejudicado por investigações

Bolsonaro defendeu troca na PF para a proteção da família Chefe do Executivo rebateu, dizendo que não falou sobre a Polícia Federal ¬ BRASÍLIA. No vídeo da reunião do conselho de ministros do dia 22 de abril, exibido ontem para os investigadores, o presidente Jair Bolsonaro defendeu trocas no comando da Polícia Federal do Rio para evitar que familiares e amigos seus fossem “prejudicados” por investigações em curso. Segundo o relato de três fontes que assistiram ao vídeo, Bolsonaro disse que gostaria de substituir o superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro e que demitiria até mesmo o

então ministro da Justiça Sergio Moro caso não pudesse fazer isso. Ao deixar o cargo, Moro acusou o presidente de interferir politicamente na PF. Em resposta, Bolsonaro afirmou que não disse as palavras “Polícia Federal”, “superintendente” e “investigação” durante o encontro. Segundo fontes que assistiram ao vídeo, Bolsonaro afirma durante a reunião que precisava “saber das coisas” que estavam ocorrendo na Polícia Federal do Rio e cita que investigações em andamento não poderiam “prejudicar a minha família” nem “meus amigos”. Ainda de acordo com essas fontes, Bolsonaro fez essa referência à Superintendência da PF usando o termo

“segurança” quando discursou sobre a necessidade de proteger familiares de eventual perseguição ou ameaças no Rio, sem entrar em detalhes sobre os motivos da preocupação. Segundo os relatos, o presidente citou que já havia tentado substituir o “segurança” no Rio, e que desta vez finalmente efetivaria essa substituição. Na mes-

Divulgação Análise. O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello determinou que a perícia da PF transcreva as declarações do vídeo, para depois decidir sobre sua divulgação.

ma fala, Bolsonaro teria dito que, caso não pudesse trocar o “segurança” no Rio, trocaria o diretor geral ou o próprio ministro. Ainda no mesmo vídeo, Bolsonaro faz diversas críticas e reclamações direcionadas a Moro, afirmando que ele não defendia o governo nos momentos de derrotas jurídicas e pedindo mais engajamento. Após a exibição aos investigadores, Bolsonaro afirmou, em entrevista à imprensa, que não disse as palavras “Polícia Federal”, “superintendente” e “investigação” durante a reunião ministerial. O presidente ressaltou, contudo, que a interpretação sobre o que foi dito “vai da cabeça de cada um”.

Questionado sobre se comentou algo sobre seus filhos, Bolsonaro disse que a sua preocupação é com a “segurança” deles. “A preocupação sempre foi, de forma bastante direcionada, para a segurança minha e da minha família. Em Juiz de Fora, o Adélio cercou o meu filho. A segurança da minha família é uma coisa. Não estou e nunca estive preocupado com a Polícia Federal. A PF nunca investigou ninguém da minha família”, afirmou Bolsonaro. De acordo com presidente, o vídeo é uma “última cartada” contra ele, porque, de acordo com eles, os depoimentos de Moro e do ex-diretor geral da PF Maurício Valeixo não trouxeram elementos.

Depoimento 0 Versão. Em depoimento ontem à Polícia Federal, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, afirmou que não ouviu Jair Bolsonaro mencionar interesse na troca do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro e corroborou a versão do presidente sobre a reunião ministerial de 22 de abril. 0 Calma. Braga Netto disse ainda que, ao lado dos ministros Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos, tentou “acalmar” Sergio Moro no dia 23 de abril, quando o ex-ministro da Justiça pediu demissão. PEDRO LADEIRA/FOLHAPRESS

Gravação

Divulgação de exame foi associada a impeachment O presidente Jair Bolsonaro teria afirmado, na reunião ministerial de 22 de abril, que não iria divulgar a “porcaria” de um exame de novo coronavírus, sob o argumento de que isso poderia, eventualmente, levar até mesmo a um processo de impeachment. O relato sobre as afirmações do presidente foi feito por pessoas que acompanharam ontem, a exibição do vídeo com o registro daquele encontro. O jornal “O Estado de S. Paulo” entrou na Justiça para obter o resultado dos exames de covid19, que Bolsonaro se recusa a divulgar. Ao retornar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro negou vinculação entre a divulgação do exame e qualquer processo contra ele. “Qual o

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BRASÍLIA.

“Fita” Imagens. Bolsonaro disse que o vídeo da reunião deveria ter sido apagado. “A fita era para ser destruída. Se eu tivesse falado que foi destruída, iam fazer o quê? Nada”, afirmou.

motivo do impeachment por causa de exame de coronavírus?”, perguntou. “Querer cassar um presidente que não tem mácula de corrupção não tem cabimento, meu Deus do céu”, completou. A reunião do dia 22 foi a última da qual o então ministro da Justiça Sergio Moro participou. O encontro faz parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga se Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal, como acusou Moro. Depois de questionar sucessivas vezes o Planalto e o próprio presidente sobre a divulgação do resultado do exame, o jornal entrou com ação na Justiça para obter acesso ao exame. A Presidência se recusou a fornecer os dados via Lei de Acesso à Informação. A Justiça Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) garantiram ao jornal o direito de ter acesso aos exames, mas a Advocacia Geral da União conseguiu barrar a divulgação no Superior Tribunal de Justiça. O caso aguarda uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal.

Respostas. O presidente Jair Bolsonaro respondeu perguntas da imprensa sobre a reunião ministerial na rampa do Palácio do Planalto

Moro 0 Posição. O ex-ministro Sergio Moro afirmou, por meio de nota, que o acesso ao vídeo da reunião ministerial de 22 de abril “confirma o conteúdo” do depoimento prestado por ele à Polícia Federal no último dia 2. 0 Trecho. “Defendo, respeitosamente, a divulgação do vídeo, preferencialmente na íntegra, para que os fatos sejam brevemente confirmados”, disse Moro na nota.

Damares e Weintraub

Ataques ao STF e a governadores 7

BRASÍLIA. O vídeo da reu-

nião ministerial do dia 22 de abril registra o ministro da Educação Abraham Weintraub dizendo “que todos tinham que ir para a cadeia, começando pelos ministros do STF” e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves defendendo a prisão de governadores e prefeitos. Esse é o relato de fontes

que assistiram ontem à peça chave no inquérito sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Também na reunião, Bolsonaro chamou o governador de São Paulo, João Doria, de “bosta” e pessoas do governo do Rio de Janeiro de “estrume”. Em nota, a assessoria da ministra Damares afirmou

que a fala dela foi no contexto de “punição de desvios de insumos durante a pandemia e violação de direitos, citando como exemplo atos truculentos contra idosos que não respeitarem as regras de isolamento”. Procurada, a assessoria de comunicação do Ministério da Educação informou que Weintraub não vai se manifestar”


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16 | O TEMPO BELO HORIZONTE | QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020

OPINIÃO

O.PINIAO

Editorial

Duke

PROTEGER QUEM NOS PROTEGE Não é à toa que são chamados de “linhas de frente” os serviços de saúde na pandemia do coronavírus, pois, como em um campo de batalha, o risco é o mais alto e, às vezes, não se sobrevive à luta. No caso dos enfermeiros, pelo menos 98 já teriam morrido por causa da Covid-19 e outros 11 mil estariam contaminados, segundo levantamento realizado pelo Conselho Federal de Enfermagem. E ainda há médicos, auxiliares, laboratoristas e um sem-número de profissionais essenciais para fazer funcionar o sistema de saúde brasileiro em seu mais crucial teste. Os números tão altos de contaminação não são gratuitos. De acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em hospitais por todo o país. Em 705 municípios pesquisados até o último dia 8 de maio, havia quase 3.500 denúncias de ausência desse recurso indispensável. Oito em cada dez não possuíam máscaras do tipo N95, sete em cada dez não contavam com óculos de proteção, e um quarto deles não tinha sequer luvas para atuar. Sem os EPIs, o perigo da contaminação é uma realidade efetiva para esses profissionais, que cumprem jornadas de 12 horas a 24 horas – às vezes mais – em contato permanente com os pacientes. Um temor que agrava o estresse de tratar uma doença da qual pouco se sabe, enfrentando o número crescente de mortes diárias, a escassez de leitos de UTI e de respiradores e a responsabilidade de amparar e consolar doentes e suas famílias. Pelo risco do contágio, muitos desses profissionais se isolam até dos pais, dos cônjuges e dos filhos. Sem a tão necessária segurança, não há como esses profissionais vencerem a luta contra o coronavírus. É preciso que EPIs, recursos e apoio psicológico cheguem até eles, senão, em pouco tempo, em vez de linha de frente, teremos no sistema de saúde uma imensa “terra de ninguém”.

FUNDADOR PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE DIRETOR EXECUTIVO

Vittorio Medioli Laura Medioli Marina Medioli Heron Guimarães

GERENTE COMERCIAL

EDITORES EXECUTIVOS

Alessandra Soares

Renata Nunes Cândido Henrique Silva Juvercy Júnior

GERENTE DE ASSINATURA

Fernanda Rodrigues GERENTE INDUSTRIAL

Guilherme Reis GERENTE DE CIRCULAÇÃO

Isabel Santos GERENTE ADMINISTRATIVO

Rômulo Lima

COORDENAÇÃO DE JORNALISMO

Flaviane Paixão EDITORES

Primeira: Marina Schettini Política: Ricardo Corrêa Opinião: Frederico Duboc Economia: Karlon Aredes Brasil/Mundo/Interessa: Aline Reskalla Super.FC: Frederico Jota Magazine: Marília Mendonça Fotografia: Daniel de Cerqueira

www.dukechargista.com.br

OBSERVATÓRIO DAS ELEIÇÕES DOS EUA

ADRIANO CERQUEIRA Doutor em história, professor de relações internacionais do Ibmec BH

Eleição presidencial nos EUA e a formação da agenda Desafios de democratas e republicanos para mobilizar eleitores

A

s eleições presidenciais nos EUA são um longo processo dominado por dois partidos que mobilizam a maioria do eleitorado com temas fortes. Assim, o índice de comparecimento de eleitores, nas últimas eleições presidenciais, foi de 54% em 2000; de 61% em 2004; de 62% em 2008; de 58% em 2012 e de 59% em 2016 – uma média de 59%. Esse processo é identificado na teoria política como “formação da agenda”, um tratamento político de questões que atraiam o interesse do eleitorado – não apenas o do partido, como também o que não é cativo de nenhum partido, chamado de “eleitor independente”. São dois os desafios eleitorais dos partidos Democrata e Republicano: o de mobilizar o maior número de eleitores fiéis e o de atrair o maior número de eleitores independentes. Conseguir esse feito é atingir o “eleitor médio”, algo muito difícil, pois geralmente os temas que mobilizam o eleitorado fiel não são os mais atraentes para o eleitor independente, e vice-versa. Para atingir o eleitor cativo, os dois partidos têm desafios distintos na formação de suas agendas. O Republicano, mais conservador, mantém mais constante a agenda, centrada nos temas do nacionalismo, da superpotência militar, da defesa dos valores tradicionais do país (individualismo, em-

preendedorismo, religiosidade) e do objetivo de ser a nação industrial do mundo. Esses temas lhe dão identidade partidária (“issue ownership”). O conservadorismo predominante na agenda eleitoral Republicana facilita a aproximação do eleitor independente, pois ele já conhece a identidade do partido. Logo, quando a conjuntura fortalece temas tradicionalmente tratados pelo Partido Republicano, ele conseguirá atrair a atenção do eleitor independente e, assim, assegurar a vitória eleitoral. O Partido Democrata, por outro lado, tem mostrado um caminho diferente na formação de sua agenda. Muitos militantes, como o candidato derrotado nas primárias Bernie Sanders, têm pressionado para que o partido assuma uma feição mais “progressista”, como nas questões relacionadas às minorias (étnicas e de gênero), em questões sobre desigualdade de renda e, até mesmo, temas que se aproximam de um ideal socialista. Logo, as questões identitárias do Partido Democrata têm sido alteradas nas últimas eleições, alargando a identidade tradicional de defesa das questões sociais e dos direitos humanos. De um lado, a maior abertura do Partido Democrata para as minorias – um caminho que foi indicado pelo filósofo Saul Alinsky, que se dedicou ao estudos das “organizações comunitárias” e de seu potencial para a luta política – possi-

bilita que o partido tenha uma agenda mais flexível para que possa, em momentos críticos do país, mobilizar tanto seu eleitorado cativo como o independente. Mas, por outro lado, essa flexibilidade gera inconstância nos seus temas e tende a dificultar a adesão da maior parte dos eleitores do partido (dividido em vários temas), bem como do eleitor independente (que terá dificuldade de reconhecer a identidade do partido). Em 2020, o republicano Donald Trump tem o desafio de manter sua vitoriosa agenda de 2016 com o enfrentamento da pandemia. Nesta situação, não há dificuldades para ele manter seu eleitorado cativo. Porém, o desafio será conseguir mobilizar a maioria do eleitor independente, tendo em vista os efeitos da pandemia (na saúde e na economia). No lado democrata, o provável candidato, Joe Biden, mais conservador se comparado a Sanders, tem o maior desafio de mobilizar o eleitorado fiel do partido, pois uma parte dele é mais progressista e pode não se sentir representada – e, assim, deixaria de votar. Por outro lado, os efeitos da pandemia podem facilitar a adesão do eleitorado independente para sua candidatura. Há, ainda, o papel proeminente do carisma em uma eleição presidencial, pois um candidato carismático pode enfrentar os desafios da agenda para vencer a disputa. Mas essa é outra história...


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 17

OPINIÃO “Belo Horizonte está se tornando um importador de doentes.” Alexandre Kalil

x entre

aspas

“Eleições são um rito vital para a democracia, e não gostaríamos de adiá-las.” Luís Roberto Barroso

PREFEITO DE BH

Acerca da criação de barreiras sanitárias

MINISTRO QUE ASSUMIRÁ A PRESIDÊNCIA DO TSE

Sobre os pleitos municipais deste ano

Marcelo Szuster

Fazer a transformação digital e investir ainda mais

Chief executive officer da DTi

A necessidade de ser ágil

E

m meio à enorme incerteza causada pela pandemia de Covid-19, ouvimos um tema recorrente sobre como as empresas se adaptarão ao “novo normal”: certamente deverão investir muito no “digital”, intensificando ainda mais um movimento que foi iniciado pela chamada “transformação digital”. Mas o que é exatamente essa transformação? E o que significa, concretamente, investir ainda mais no “digital”? Dito de forma simples, a transformação digital é simplesmente a constatação de que nenhum negócio, em nenhum segmento, escapa de utilizar as tecnologias digitais como parte de seus principais ativos para geração de valor. Como veremos hoje e ao longo das próximas colunas, as implicações disso são muito mais amplas do que se pode avaliar à primeira vista, pois requerem profundas mudanças nas organizações. Mas por quê? “Ficar digital” não é uma simples questão de comprar e usar as tecnologias digi-

tais? Comprar novos softwares, apps, computadores é suficiente para uma empresa se tornar digital? Para entender por que isso não é verdade, precisamos entender o novo contexto de negócios definido pela transformação digital. Esse contexto é, em grande parte, resultado da famosa “Lei de Moore”, uma previsão realizada na década de 60 por Gordon Moore, cofundador da Intel, de que a capacidade de processamento de circuitos integrados dobraria a cada dois anos. Essa lei vem se mostrando verdadeira em diversos aspectos da tecnologia digital, e a forma mais fácil de entendê-la é simplesmente olhar para nosso dia a dia: usamos celulares mais poderosos que supercomputadores de antigamente, estamos continuamente conectados à internet e assistimos a filmes em alta resolução como se isso fosse algo totalmente trivial! Estamos, portanto, em um ambiente em que a tecnologia digital fica cada vez mais acessível e mais barata – o que tende a acelerar. E

isso causa efeitos dramáticos, tanto do lado das empresas quanto dos consumidores. Do lado das empresas, não é mais possível ter o conforto de se ter acesso a uma determinada tecnologia simplesmente por se ter mais dinheiro. Peguemos um exemplo simples: o processamento de imagens. Hoje, qualquer celular novo já vem com funcionalidades que permitem tirar a fotografia de um produto, reconhecê-lo e procurá-lo em algum site da internet. Há alguns poucos anos, uma ideia dessas, para ser levada à frente, demandaria um enorme investimento e possivelmente um projeto de pesquisa com alguma universidade. Hoje, essa capacidade de reconhecimento de imagem pode ser consumida, por centavos, como algum serviço disponibilizado na nuvem. Isso significa que essa incrível capacidade de reconhecimento de produtos está virtualmente disponível para todo tipo de empresa, independentemente de ta-

manho e localidade, não havendo nenhuma possibilidade de que qualquer empresa possa considerar que esse será um diferencial somente dela e de longo prazo. Qualquer vantagem que seja somente dessa natureza vai se esvair rapidamente, pois o ambiente agora é de hipercompetitividade: as fronteiras entre os negócios borram, há competidores inesperados, e é virtualmente impossível ter sossego. Do lado dos consumidores, podemos dizer que qualquer um, nessa era digital, está, de fato, muito mais empoderado, pois ele tem acesso instantâneo a muito mais informação e nunca está sozinho! Fica, portanto, cada vez mais difícil para as empresas simplesmente “empurrarem” seus produtos para seus clientes finais, uma vez que agora eles têm uma enorme capacidade de fazer comparações, saber o que é real e, ainda, impactar diretamente as marcas com avaliações e comentários em redes sociais. A empresa olha menos para o próprio umbigo,

sendo obrigada a colocar o cliente verdadeiramente no centro de suas atenções e de sua estrutura. Fica claro que prosperar nesse ambiente significa muito mais do que simplesmente comprar tecnologia digital. Significa entender que a hipercompetitividade e a centricidade no cliente criam um ambiente muito mais volátil, instável ambíguo e complexo – o famoso “ambiente Vuca”. E que, para prosperar nesse ambiente, cada empresa deve virar um tipo de animal diferente. Um animal que compreenda e saiba muito bem usar as ferramentas digitais, mas, mais do que isso, um animal adaptável, capaz de sentir e responder rapidamente às mudanças que vai encarar continuamente – acima de tudo, ágil. Fazer a transformação digital – e investir ainda mais no digital –, portanto, significa, na prática, se tornar ágil. É sobre isso que falaremos neste espaço: sobre agilidade nos negócios.

Luciano Beraldo

Adaptação ao cenário atual, ensinamentos e perspectivas

Gerente sênior da área de notebooks da Samsung Brasil

Mês do trabalho “tecnológico”

M

aio é um símbolo no calendário nacional em que profissionais relembram conquistas trabalhistas. Neste ano, porém, está diferente, com muitas pessoas trabalhando remotamente. Esse cenário atípico, naturalmente, provoca uma série de reflexões. E a tecnologia é ponto focal desse debate permeado por questionamentos pessoais e coletivos, atuando como facilitadora e sendo o principal componente para os meios de adaptação do mercado. Ágeis, intuitivos e facilmente encontrados, os recursos tecnológicos, seja um equipamento ou um aplicativo, encurtaram caminhos e conectaram pessoas. Reuniões em salas espaçosas, com os companheiros de equipe senta-

dos lado a lado, deram lugar a um número maior de chamadas por videoconferência. Uma apresentação formal, em muitos casos, foi substituída por um email detalhado e um arquivo compartilhado na nuvem. As conversas de alinhamento entre colegas, assim como os momentos de descontração, passaram a ser por mensagem de texto ou áudio. O notebook, peça que já era fundamental para assegurar a produtividade no ambiente corporativo, ganhou ainda mais destaque durante esse período de trabalho em casa, sendo o ponto de convergência de variados tipos de soluções. Em algumas áreas, inclusive, é a ferramenta que proporciona a continuidade do desempenho da profissão. O setor educacional é um dos mais nítidos

exemplos pela expansão do ensino a distância (EAD), com professores dando aula por videoconferência a alunos de diferentes faixas etárias, de crianças na pré-escola a adultos na universidade. Intrinsecamente conectados ao universo de desenvolvimento tecnológico, os canais de televisão, fontes historicamente primordiais de informação dos brasileiros, também desenvolveram alternativas para manter programas ao vivo. Se há poucas semanas era indispensável a presença de apresentadores no estúdio, agora é possível realizar debates com os profissionais conectados cada um de sua casa, posicionados em frente às câmeras dos notebooks e interagindo fluidamente. Dois elementos fundamentais do ambiente jornalístico

são preservados: a argumentação em tempo real e a informação ao vivo. O exemplo de maior alcance, contudo, talvez não venha do ambiente corporativo tradicional, e sim da indústria do entretenimento. Artistas acostumados a realizar performances para milhares de pessoas em estádios, casas de shows, parques e até mesmo autódromos, passaram a cantar de suas casas, diante de plateias que superam até 2 milhões de pessoas conectadas simultaneamente em frente ao notebook, smartphone ou televisão. Aqui, o notebook não é só um meio para desfrutar do momento de lazer, como também é um equipamento essencial no sistema de transmissão, permitindo a interação com os fãs e auxiliando na distribuição das imagens

captadas pelas câmeras utilizadas no local. As alternativas encontradas por diferentes setores do mercado, como educação, comunicação e entretenimento, rompem paradigmas do mundo corporativo e reforçam a possibilidade de modernização de algumas práticas. Em outros casos, mostram novos caminhos a serem explorados e aperfeiçoados a partir da tecnologia. Valores humanos, como criatividade, empatia e resiliência, além da nossa incrível capacidade de adaptação, são as peças-chave que compõem este processo de transformação. E a tecnologia tem cumprido um papel catalisador, sendo o elo entre as pessoas e as novas práticas trabalhistas.

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Reinvenção Milhares de pessoas em todo o país aderiram ao projeto #virearte e protagonizaram, com criatividade e humor, a releitura das obras de grandes mestres da pintura e de fotografias icônicas FOTOS INSTAGRAM/REPRODUÇÃO

¬ ANA CLARA BRANT ¬ A garotinha Maria Luiza Casti-

lho se transformou em Frida Kahlo. Já o professor Dado Rocha fez a sua versão de uma tela importante do artista plástico alemão Otto Dix. Assim como os alunos de uma escola municipal de Belo Horizonte, que também recriaram obras marcantes da humanidade. As releituras fazem parte do #virearte, projeto criado pelo Canal Arte1, comandado pelo diretor executivo Caio Carvalho e pela editora-chefe Gisele Kato. As recriações estão sendo postadas diariamente nas redes sociais do canal e ao longo de sua programação na TV. Gisele Kato ressalta que essa ideia de reinventar obras não é novidade, mas que o objetivo da emissora foi fazer uma provocação, aproximar as pessoas da arte e torná-la uma companhia nesses tempos de isolamento social. “Essa quarentena está sendo difícil para todos, e, neste momento, a arte serve como um respiro; uma maneira de lidar com os próprios sentimentos, de compreender o mundo e de nos fortalecer”, acredita. Foi a própria Gisele quem iniciou a “brincadeira”. No dia 29 de março, a jornalista postou a primeira montagem da campanha, quando fez a sua releitura de “A Japonesa”, do pintor francês Claude Monet. “A intenção é cada um dar a sua versão com um certo humor, criatividade. Não precisa ser tão literal. Querendo ou não, a pessoa acaba assumindo uma certa autoria”, pontua. Desde que o projeto foi lançado, o Arte1 ganhou mais 29 mil seguidores no Instagram e 2.500 no Facebook. Até o momento, a organização contabiliza cerca de 3.000 montagens. “Mas não é um número preciso porque não param de chegar novas imagens,

No Canal Arte 1. A garotinha Maria Luiza Castilho se transformou em Frida Kahlo no projeto #virearte

do com seus alunos da Escola Municipal Dom Orione, em Belo Horizonte, justamente para aproximá-los de algo que parece ser tão distante. “Eu e a professora de história decidimos trabalhar em sala de aula artistas de vários estilos e pedimos para que os estudantes criassem algo com o corpo com a obras com que se identificavam. Além de ficarem mais próximos da arte, eles pesquisaram mais, aprofundaram o conhecimento”, conta Daniela. Assim que viu a campanha #virearte, ela enviou para lá algumas das montagens recriadas na escola (que já contavam com autorização dos alunos e das famílias para serem veiculadas). “O envolvimento deles foi muito bacana. E fica uma coisa muito democrática. A arte tem esse poder de transcender espaço, tempo, e isso é muito bacana”, opina. Também professor, o baiano Dado Rocha é outro que fez questão de dar a sua contribuição ao projeto e criou a sua versão de “Retrato da Jornalista Sylvia Von Harder”, do pintor expressionista alemão Otto Dix. “Eu gosto muito daquela obra; é emblemática. Facilitou muito, pois eu tenho a camisa da mesma estampa”, se diverte. Para Dado, a experiência foi também um aprendizado. “As leituras que cada participante faz ao reproduzir, da sua maneira, uma obra de arte estão relacionadas com as diferentes manifestações artísticas de cada um. É maravilhoso e estimulante o que essa campanha fez, pois possibilita às pessoas elevarem a sua compreensão de arte e cultura. O canal é um tesouro em meio a esse caos por que estamos passando, uma fonte de cultura e conhecimento para tanta gente”, enfatiza.

A arte como respiro

Aluna da escola municipal Dom Orione, em Belo Horizonte, reproduz a obra “A Bailarina”, do artista Paul Gustav Fischer

e nem tudo, infelizmente, conseguimos publicar. A adesão nos surpreendeu. Gente de todas as idades, inclusive, muitas crianças. E tem até recriações que utilizam bichinhos de estimação, plantas. Está bem interessante”, observa Gisele Kato. O sucesso foi tamanho que os organizadores decidiram retribuir o carinho. O projeto segue até a próxima sexta-feira. Depois disso, entre os dias 20 e 30 de maio, o Arte1 abre uma votação popular para que, dentre

cem criações finalistas, se elejam as dez melhores. Estas ganharão, cada uma, uma assinatura anual do Arte1 Play. ADMIRAÇÃO POR FRIDA. Maria Luiza Castilho, a Malu, tem apenas 8 anos e, mesmo com a pouca idade, é apaixonada por artes. A garota fez várias montagens, como a que imita sua “heroína, com quem divide o aniversário, a pintora mexicana Frida Kahlo, e a do quadro “A Menina com Flor”, do artista italiano Inos Corradin. “Gostamos muito de fazer passeios culturais com ela, já a levamos a diversos museus aqui e fora do país. Queremos que a nossa filha tenha as melhores experiências nesta vida. E virou uma diversão em família. Eu brinco de produtora, e meu marido, de fotógrafo. Ela (Malu) fica com a parte mais difícil, porque presta atenção na posição, no olhar, na boca para se colocar igual, e fica fantástico, na minha opinião”, destaca a mãe, Mariângela Castilho. Ela diz que um dos aspectos

mais interessantes do #virearte foi o fato de que, em nenhum momento, foi ressaltado o fato de que Malu tem síndrome de Down. “Não temos problema algum com isso, mas vemos a síndrome como mais uma das características dela. E foi o que essa campanha fez. Vemos o projeto, uma obra, uma menina, e ponto”, salienta. Antes mesmo de o projeto do Arte1 ser lançado, a professora mineira Daniela Tonidandel já desenvolvia um trabalho pareci-

A editora-chefe do canal Arte 1, Gisele Kato, recriou a pintura “A Japonesa”, do pintor francês Monet


O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 | 19

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#ficaadica

Astrologia Previsões por OSCAR QUIROGA quiroga@astrologiareal.com.br

Marte, Vênus e Terra Data estelar: Marte ingressa em Peixes

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ingresso de Marte em Peixes estimula o espírito brutal da guerra, o oposto do que nossa humanidade precisa agora, que é inteligência colocada ao serviço da cura e do restabelecimento da economia. Não podemos nos esquecer de que neste momento da história, os cargos mais importantes do mundo são ocupados por pessoas pequenas, que não estão à altura das decisões que devem tomar, e isso complica muito. No entanto, a partir deste momento, em que Vênus inicia retrogradação, até o dia 3 de junho próximo, quando Vênus dará um beijo na Terra, se aproximando dela, lado a lado da brutalidade cega de muitos humanos andará também a lucidez, o esclarecimento científico e, também, a disponibilidade dos necessários recursos espirituais para administrar essa loucura toda.

Áries (21/3 a 20/4)

O que há de ser feito é exata e fielmente o que seja conversado e acordado. Improvisar não seria bom nesta parte do caminho, provocaria retrocessos desnecessários, além de gerar discórdias contraproducentes. Melhor não.

Touro (21/4 a 20/5)

Não há mapa para orientar você neste território completamente novo pelo qual deverá transitar no futuro. Isso, no entanto, não há de ser tratado com angústia, porque representa a perspectiva de novas conquistas. Gêmeos (21/5 a 20/6)

As complicações são boas, mesmo que emocionalmente sejam estressantes. As complicações são boas porque nutrem o funcionamento de sua inteligência, que se vê desafiada a simplificar o que é complicado. Assim sim. Câncer (21/6 a 21/7)

Dar o braço a torcer não é aceitar derrota, é abrir um espaço para as negociações que vão se tornando essenciais. Dar o braço a torcer não é você abrir mão de razões consolidadas e embasadas, mas ouvir as diferentes.

Leão(22/7 a 22/8)

Complicações? Você não seria humano se não as percebesse ou sentisse responsabilidade de fazer alguma coisa a respeito. Ofereça o melhor de si, isso sim, em vez de gastar tempo buscando culpados ou se ressentindo.

Virgem (23/8 a 22/9)

Nada é culpa dos outros, nada é culpa sua, o ambiente pelo qual você precisa transitar é complexo o suficiente para não comportar esse vício da busca de responsáveis para culpar. Esse castigo saiu de moda, não serve mais.

Libra (23/9 a 22/10)

De ideias maravilhosas e esforços não tão grandiosos assim, o caminho novo será construído. Procure ter paciência com sua própria alma, que ainda levará bastante tempo para despertar ao novo panorama que se instalou.

Escorpião (23/10 a 21/11)

Sua alma sempre terá dificuldade de se desapegar de suas próprias razões, até mesmo quando percebe estar errada, o que é bastante absurdo. Mas isso não importa, o que interessa é que agora tudo é diferente. Sagitário (22/11 a 21/12)

Toda pessoa vai, ao longo da vida, construindo uma malha de relacionamentos que lhe serve de referência. Com você isso não é diferente, porém, a diferença consiste em que essa malha está em processo de transformação. Capricórnio (22/12 a 20/1)

O que outrora parecia pouca coisa, agora adquire relevos maiores e se torna importante. Essa percepção veio para ficar e ajudar você a fazer escolhas mais sábias. Foque sua atenção no que precisa ser feito.

Aquário (21/1 a 19/2)

É importante manter uma vida de desejos intensos e claros, porém, tão importante quanto isso é você preservar a cabeça no lugar, de modo a satisfazer seus desejos com estratégias, sem precipitações indevidas.

Peixes (20/2 a 20/3)

Muitas coisas que acontecem dão pano para manga para você pensar e repensar diversos assuntos que eram dados por sabidos. Tudo mudou, não adianta se apoiar no que você achava saber, procure abrir a mente e se transformar.

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Encontros virtuais O músico, compositor e maestro Francis Hime vai promover encontros virtuais durante o isolamento social. A ideia partiu do livro escrito por Francis, “Trocando em Miúdos: As Minhas Canções”, no qual o maestro conta histórias por trás das músicas e das parcerias. O primeiro encontro será transmitido hoje, às 19h, no Instagram @francishimeoficial.

‘Terra de Minas’ em reprise Live de Chico Amaral A partir deste sábado (16), a Globo Minas vai reprisar matérias de edições antigas do programa “Terra de Minas” no “Terra Relembra”. O programa deste sábado vai reexibir reportagens sobre locais que foram construídos a partir de perspectivas religiosas. O “Terra Relembra” vai ao ar aos sábados, às 13h55, após o “Jornal Hoje”.

Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Tom Jobim. Esses são alguns dos compositores presentes no repertório que o músico e compositor Chico Amaral apresenta hoje, dentro do “Praça Sete Instrumental Live”, novo projeto de transmissão ao vivo do Cine Theatro Brasil Vallourec. A exibição gratuita é às 20h no youtube.com/CineTheatroBrasilVallourec.

Cruzadas diretas


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SUPER.FC www.superfc.com.br - Belo Horizonte - Quarta-feira, 13/5/2020

Eleições. Conselheiros que disputam a presidência do clube estrelado no dia 21 se reuniram ontem no Barro Preto ¬ ISABELLY MORAIS

¬ Encerrado

o prazo de registro de chapas para as eleições no Cruzeiro, a comissão eleitoral se reuniu ontem com os candidatos para acertar os últimos detalhes do pleito do próximo dia 21 de maio. Estiveram presentes no encontro realizado na sede do clube no Barro Preto os postulantes à presidência do clube, Sérgio Santos Rodrigues e Ronaldo Granata, além dos conselheiros que tentam alcançar a presidência do conselho deliberativo, Paulo Pedrosa, Paulo Sifuentes, Luiz Carlos Rodrigues e Giovanni Baroni. Em entrevista à rádio Super 91,7 FM, o presidente da comissão eleitoral, Gilvan de Pinho Tavares, disse que o clima foi bastante tranquilo no encontro de ontem pe-

Duke

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Clima tranquilo no encontro de candidatos WASHINGTON ALVES/LIGHT PRESS/CRUZEIRO - 21.2.2017

la manhã. “O balanço que fizemos da reunião é o melhor possível. A reunião ocorreu no ambiente mais democrático e mais tranquilo possível. Os candidatos de todas as chapas em confraternização. Houve o consenso para que levemos isso em bom termo até depois das eleições.”, explicou o ex-presidente do clube celeste.

Impugnação

Chapa sem irregularidade ¬A

TAMPÃO. Os candidatos elei-

tos permanecerão para um mandato-tampão até o fim de 2020. Para outubro, são previstas novas eleições, seguindo o curso normal para definir o mandatário do triênio 2021-2023. “Todos os conselheiros devem continuar irmanados para trazer o melhor para o clube e acabar com tudo isso de ruim que andou acontecendo”, completou Gilvan de Pinho Tavares.

Ex-presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, coordena a comissão eleitoral do Cruzeiro

www.dukechargista.com.br

comissão eleitoral do Cruzeiro já analisou e deu seu parecer sobre o pedido de impugnação da chapa de Paulo Roberto Sifuentes, um dos quatro candidatos à presidência do conselho deliberativo do clube no pleito do próximo dia 21. A candidatura do conselheiro não apresenta nenhuma inconsistência. A informação foi dada pelo presidente da comissão eleitoral da Raposa, Gilvan de Pinho Tavares, à rádio Super 91,7 FM ontem. O pedido foi feito por um grupo de torcedores do clube. (IM)

UFC

Sem público, mineiro Glover Teixeira volta hoje ao octógono

ETHAN MILLER/AFP

¬ FERNANDO MARTINS Y MIGUEL

¬ Assim como o mundo, o lu-

tador mineiro Glover Teixeira vem sofrendo com as mudanças por conta da pandemia do novo coronavírus. O lutador do UFC, que enfrentaria Anthony Smith, em 25 abril, em Nebraska, nos Estados Unidos, se viu obrigado a interromper o treinamento e mudar toda sua preparação. Mas chegou a hora deste mineiro de Sobrália, no Sudoeste de Minas, voltar ao octógono. A luta de hoje, às 22h, marca definitivamente o retorno do UFC. O primeiro evento aconteceu no último sábado, em Jacksonville, na Flórida, local onde Glover enfrentará Anthony Smith. A entidade ainda fará outro card de luta, no próximo sábado, na mesma cidade.

Lutador de Sobrália enfrenta Anthony Smith às 22h, no EUA

“A gente tem que ter muita força mental. A mudança da data, do local, fez com que a gente se preparasse psicologicamente para a luta. Estou sendo forte para encarar isso tudo”, disse. Um fato curioso será a ausência de público, uma vez que, apesar do estado da

Flórida ter permitido a realização do evento, é proibido a presença da torcida para evitar a aglomeração. Oitavo colocado na categoria meio-pesado, Glover Teixeira quer vencer Anthony Smith, atual terceiro da categoria, para se tornar um postulante ao cinturão, no ano que vem.


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SUPER.FC

Atlético. Funcionários do clube foram afastados e aguardam em casa o resultado dos exames que deve sair hoje

Galo tem três com suspeita da Covid-19 PEDRO SOUZA/ATLÉTICO - 11.5.2020

¬ THIAGO

Matar a saudade

¬ Depois de rea-

Conquista. O torcedor atleticano que está ansioso para ver a bola rolando novamente pode matar saudade de um momento especial do clube neste final de semana. Domingo, às 16h, a TV Globo transmite a final da Libertadores 2013 contra o Olímpia, que foi disputada no Mineirão.

NOGUEIRA

lizar testes da Covid-19 na última segunda-feira, três funcionários do Atlético apresentaram sintomas que podem ser da doença e, por isso, foram afastados das atividades. A informação foi dada pelo presidente Sérgio Sette Câmara ontem, em entrevista à TV Band Minas. Os resultados dos primeiros exames devem sair hoje. “Combinamos com o Rodrigo (Lasmar, chefe do departamento médico do clube) de receber todos os dias o relatório dele. Ele me liga, me passa ou me manda mensagem. Ele me passou que foram feitos exames em 67 pessoas, e o total será de cento e poucos. Estão sendo feitos alguns exames. E foram detectadas ali três pessoas com alguns sintomas que poderiam ser de Covid-19. Elas foram prontamente afastadas, colocadas em quarentena para observação”, explicou o mandatário alvinegro. PRECAUÇÃO. Procurada, a assessoria de imprensa do clube esclareceu que os casos não são tratados como suspeitos. Na parte da manhã da última segunda, quando funcionários foram submetidos a uma triagem antes dos testes, três deles apresentaram um quadro de tosse. Eles fizeram os testes e, depois, foram instruídos a ficar em casa e esperar o resulta-

Volta aos treinos

Departamento médico realizou exames em todos os funcionários e jogadores na última segunda-feira

do do exame. Os jogadores estiveram no CT na parte da tarde para fazer os testes. “Passamos por esses testes, tudo controlado e muito rigoroso, com horários prédeterminados justamente pa-

Foram detectadas três pessoas com alguns sintomas que poderiam ser de Covid-19.

Sérgio Sette Câmara PRESIDENTE DO GALO

ra não haver aglomerações dentro do clube. Já que considerou-se essa possibilidade de retorno aos treinamentos, acho que toda segurança não só para os atletas, mas para funcionários, comissão técnica e o staff é importante para se assegurar de que ninguém está infectado para não expor os demais”, explicou o goleiro Victor, em entrevista à TV Galo. O Atlético ainda não confirmou se vai divulgar o resultado dos testes quando eles ficarem prontos, assim como fez o Flamengo. Isso ainda será definido pelo departamento médico.

Secretário da Saúde de MG deixa decisão na mão dos clubes ¬ RAFAELA MANSUR ¬ O secretário de Estado de

Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, disse ontem que os clubes de futebol têm condições de definir protocolos para a realização de atividades internas, mas ressaltou a necessidade de observância da deliberação 17 do Comitê Extraordinário Covid19, que estabelece a suspensão de eventos de qualquer natureza com público superior a 30 pessoas. “Nós entendemos que o que for de responsabilidade dos clubes, que seja para públi-

co interno e não envolva aglomeração, (que) os clubes têm equipes médicas qualificadas, profissionais que têm condições de definir protocolos com muita clareza, com acompanhamento dos jogadores, das pessoas que estão envolvidas, com o isolamento adequado, com a testagem adequada. Dentro desse contexto, nós entendemos que essas atividades devem seguir a deliberação 17”, afirmou o secretário. “Nessa deliberação 17, temos que aglomeração não deve ser maior do que 30 pessoas. De forma geral, o que se

entende por atividades de público interno dentro de empresas ou comércios, ficaria por conta do proprietário”, disse Amaral, ressaltando que “eventos que envolvam grande público não devem ser realizados”. Na última segunda-feira, o presidente em exercício do Cruzeiro, José Dalai Rocha, afirmou, em entrevista à rádio Super 91,7 FM que vem tratando com a Prefeitura de Belo Horizonte a possibilidade de retomada dos treinamentos na Toca da Raposa e encaminhou um ofício ao Executivo municipal.

Patrocínio Alívio. A diretoria do Atlético e os torcedores alvinegros receberam uma boa notícia ontem, principalmente em tempos de crise agravada ainda mais com a pandemia do coronavírus. Durante live de O TEMPO de ontem, Ana Karina Bortoni Dias, presidente do Banco BMG, patrocinador master do Atlético, garantiu que a empresa vai cumprir seus contratos com todos os clubes de futebol que estão em vigor. O BMG também patrocina Corinthians e Vasco.

História. O time comandado pelo técnico Cuca sagrou-se pela primeira vez campeão da maior competição do continente. O Gigante da Pampulha lotado viu a equipe de Ronaldinho Gaúcho, Jô, Diego Tardelli, Bernard e Cia fazer 2 a 0 e levar a disputa do título inédito para as penalidades


Cruzeiro. Encontro de candidatos à presidência ocorre em clima de tranquilidade. Página 22

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Página 23 PEDRO SOUZA/ATLÉTICO - 11.5.2020

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Três funcionários do Galo estão com suspeita de Covid-19.

Editor: Frederico Jota - frederico.jota@otempo.com.br e-mail: superfc@otempo.com.br twitter: @supernoticiafm Atendimento ao assinante: (31) 2101-3838

Equipe SUPER.FC projeta futuro do América em 2020 Profissionais dos jornais O TEMPO e Super Notícia e da rádio Super 91,7 FM opinam sobre o que esperar do América pós-pandemia. O Coelhão vinha fazendo um ótimo início de temporada com Lisca à frente Atuações seguras de Airton, protagonismo defensivo de Eduardo Bauermann; Alê, Rodolfo e Ademir dando a cara de Lisca ao time em vários momentos do jogo. O América do início de 2020 se mostrou promissor até a paralisação. Acredito que o América poderia entrar na briga pelo acesso, mas há ressalvas: a média de idade próxima dos 25 anos – e sabemos que a série B exige muita experiência – e o limite de alternativas no banco de reservas.

Por mais que a paralisação das competições tenha quebrado o ritmo da equipe americana, acredito que o Coelho seguirá forte na sequência da temporada. Todos os jogadores sabem bem o que precisam fazer. Na minha opinião, o América é candidato ao título no Campeonato Mineiro e um dos favoritos a conseguir o acesso à Série B.

Gabriel Pazini Repórter dos jornais O TEMPO e Super Notícia

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rofissionais dos jornais O TEMPO e Super Notícia e da rádio Super 91,7 FM dão sua opinião sobre o que esperar do América pós-pandemia. Nos dois primeiros dias, nossa equipe analisou o Atlético e o Cruzeiro, e agora chegou a vez do Coelhão. O time bateu na trave no ano passado e esteve muito perto de retornar à elite do futebol nacional. A vaga escapou na última partida da Série B do Brasileirão com a derrota em casa por 2 a 1 para o rebaixado São Bento. Os americanos sentiram o golpe, mas não se abateram. A equipe saiu do Independência aplaudida. Para esta temporada, a diretoria manteve a base e o treinador. Só que Felipe Conceição trocou o Coelho pelo Bragantino no início do ano. Lisca Doido ocupou a vaga, deu sequência ao trabalho e colocou o América na liderança do Mineiro, missão que o time tenta dar prosseguimento quando a bola voltar a rolar. RAMON BITENCOURT - 9.2.2020

Pedro Abílio Narrador e apresentador da rádio Super

O trabalho deixado por Felipe Conceição teve sequência nas mãos do técnico Lisca nesses primeiros meses do ano. A pandemia interrompeu o Campeonato Mineiro com o América na liderança. Depois de bater na trave no ano passado (quinto lugar), o Coelho vai entrar na Série B como um dos postulantes às quatro vagas. Chegar às fases finais da Copa do Brasil também é uma realidade.

Thiago Nogueira Repórter dos jornais O TEMPO e Super Notícia

Para disputar as fases decisivas do Estadual e lutar para ficar no G-4 da Série B, vai precisar de mais opções no elenco e de ser mais efetivo em momentoschave e evitar perda de pontos importantes, como no caso do jogo contra o Boa, no Horto. Lisca tem experiência suficiente na disputa da Série B, sabe como motivar um elenco e pode dar a energia necessária para o acesso. Mas precisa de um elenco mais recheado de opções.

Fred Jota Editor e coordenador de esportes dos jornais O TEMPO e Super e da rádio Super

2 12/5

2 12/5

Lotomania concurso 2.077

1º sorteio

02 03 10 12 21 40

2º sorteio

03 13 21 24 28 32

ÍNDICE

u Caderno A

Coronavírus Aparte

concurso 2.073

05

08

12

14

17

20

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42

51

26

29

30

59

64

70

71

76

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92

00

2 a 12 13

Política Opinião

2 18/3

Lotofácil

concurso 1.965

01

02

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23

24

14 e 15 16 e 17

Fernando Martins Y Miguel

Isabelly Morais Repórter dos jornais O TEMPO e Super Notícia e da rádio Super

Apesar de ter perdido o técnico Felipe Conceição no início do ano, a diretoria americana agiu rápido e trouxe Lisca para o lugar. Ele chegou ao Lanna Drumond e deu sequência ao trabalho que vinha sendo bem feito por Conceição. Acredito que com a chegada de alguns reforços para a Série B, o time tenha condições de brigar novamente por uma vaga na Série A. Ano passado bateu na trave. Mas antes precisa dar sequência ao bom trabalho no Mineiro.

O América mostrou um futebol simples e eficiente no início da temporada e poderá recolocá-lo em prática com menos dificuldade quando a bola voltar a rolar.

Gláucio Castro

Lélio Gustavo

Geremias Sena Redator dos jornais O TEMPO e Super Notícia

Matheusinho continua sendo o principal jogador. E tem o “fator Lisca Doido”. Espero que o América esteja entre os quatro primeiros e suba de divisão.

25

2 9/5

Federal

concurso 5.477

1º prêmio 2º prêmio 3º prêmio 4º prêmio 5º prêmio

50.411 64.624 92.652 44.129 78.488

Magazine Super FC

u Caderno

18 e 19 22 a 24

Dos três clubes, o América é quem deve voltar mais tranquilo. Todos serão afetados pela parada, pela interrupção do ritmo, mas o clube é quem tem o melhor ambiente. Antes da paralisação, liderava a tabela com um futebol legal de assistir. O Lisca vinha dando liga ao time e, ao meu ver, isso será um ponto positivo no retorno.

Redator e repórter dos jornais O TEMPO e Super Notícia

Redator dos jornais O TEMPO e Super Notícia

2 11/5

LOTERIA

Dupla Sena

Lisca chegou e conseguiu manter o padrão do time

Lisca manteve o trabalho de Felipe Conceição, que quase subiu para a Série A ano passado. É o time com melhor ambiente entre os três de BH. Com menor pressão e o mais entrosado. A chance de subir não escapa este ano, mas o elenco precisa ganhar opções, já que a Série B é longa.

Mega Sena 12

14

concurso 2.260 34

2 12/5 Timemania 02

asdasd

09

14

35

37

47

Comentarista da rádio Super

2 12/5 Quina 16

concurso 5.267 39

40

59

60

O TEMPO publica diariamente o resultado das loterias. Fique atento ao número do sorteio.

concurso 1.483 28

32

37

53

Atendimento ao assinante Capital e Grande BH 2101-3838 Interior 0800-703-4001

* Até o fechamento desta edição, a Caixa não havia divulgado o resultado do sorteio.


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