R$ 2,00 (outros Estados R$ 3,00) - www.otempo.com.br - Belo Horizonte - Ano 24 - Número 8558 - Quarta-feira, 20/5/2020
Live do Tempo Roberto Haro Nedelciu, da Braztoa, aposta na liberação dos cassinos no Brasil. Página 8
CORONAVÍRUS > PANDEMIA INTERVENÇÃO SOBRE FOTO DE SANDRO PEREIRA/FOLHAPRESS
“Conta-Covid”
Socorro a empresas fará luz ter tarifa extra em 2021 ¬ Empréstimos a distribuidoras
de energia, que perdem receita com queda no consumo e inadimplência, podem chegar a R$ 12 bilhões. Custos serão divididos entre setor e consumidores. Aneel vai definir os valores. Página 9
Universidades
Enquete com alunos definirá adiamento ou não do Enem ¬ Abraham Weintraub afirmou que os inscritos serão consultados na última semana de junho. As opções serão, segundo ele, manter a data, adiar o exame por 30 dias e suspender a realização das provas até o fim da pandemia. Página 7
Causa indefinida MORTES POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE AUMENTAM SEIS VEZES EM MINAS GERAIS. Página 3
Nem trânsito, nem câncer, nem doenças cardíacas. A principal causa de mortes no Brasil hoje é a Covid-19. Foram 1.179 óbitos registrados em 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Nos 83 dias desde que o primeiro caso foi notificado, quase 18 mil brasileiros já morreram, e 271.628 testaram positivo
para a doença, que apavora o mundo. “Pensa na tristeza que estamos passando”, desabafa o irmão de uma das vítimas. Enquanto não há remédio, a prevenção é o isolamento. Segundo estudo do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, a medida pode salvar uma vida por minuto. PÁGINAS 4 E 5
SUPER.FC Jogadores do Atlético voltam a treinar no CT Divididos em cinco grupos, mascarados e longe uns dos outros, eles chegaram já uniformizados. Página 23
ENTREVISTAS Cemitério Parque de Manaus, no Amazonas, cuja rotina era de 30 enterros por dia, agora faz mais de 120
Rádio Super 91,7 FM recebe candidatos à presidência do Cruzeiro. Página 24
BRAZTOA/DIVULGAÇÃO
Funcionalismo. Não há previsão de pagamento a quem ainda não recebeu. Página 12
2 | O TEMPO BELO HORIZONTE | QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020
7 Cobertura especial
Coronavírus
Por causa do avanço da doença provocada pelo novo coronavírus, O TEMPO criou uma editoria especial para tratar do assunto. Acompanhe também a cobertura no portal O Tempo e na rádio Super 91,7 FM.
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PANDEMIA
Justiça suspende flexibilização do isolamento em Nova Lima RAMON BITENCOURT
Prefeitura acatou decisão e vai adotar plano estadual para nova reabertura ¬ LARA ALVES ¬ Uma liminar da Justiça
de Minas suspendeu a reabertura do comércio e o afrouxamento das medidas de isolamento social em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. A decisão publicada na última segunda-feira responde a uma ação movida pelo Ministério Público contra a cidade, que tem o sexto maior número de casos de coronavírus em todo o Estado. Procurada, a Prefeitura de Nova Lima informou, por meio de nota, que não vai recorrer da decisão judicial. Porém, o Executivo vai aderir ao plano Minas Consciente, criado pelo governo estadual, que setoriza as atividades econômicas em quatro ondas a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva. O texto afirma ainda que a cidade está hoje na onda branca, quando apenas os serviços de baixo risco estão autorizados a funcionar.
funcionar seguindo uma série de regras, como a abertura apenas entre 11h e 15h e o respeito ao distanciamento. Mas cenas registradas por O TEMPO três dias após o decreto mostraram o desrespeito a algumas das regras, como clientes circulando pelos restaurantes sem máscaras e grupos muito próximos. Em sua decisão, a juíza Maria Juliana Albergaria Costa cita que veículos de comunicação mostraram que a cidade não tem capacidade de fiscalização suficiente para impedir a lotação em bares e restaurantes. Balanço oficial
Fiscalização Nova Lima. A prefeitura informou que desde o início da pandemia, mais de 2.000 ações educativas e de notificação foram realizadas pelo poder público municipal.
do Estado mostra que a cidade tem 110 moradores diagnosticados com a Covid-19. Além disso, ela argumenta que o número de casos aumentou após a reabertura. “Revelou-se, também, que o município já contava com um dos maiores números da doença da região metropolitana e que tal número se fez crescente após a decretação do ato”, declarou. O número de leitos em Nova Lima também foi apontado como uma justificativa para impedir a reabertura da cidade. Segundo a juíza, há 27 leitos clínicos e 14 leitos de UTI disponíveis na rede municipal. Frente a essas justificativas, a magistrada acatou o pedido da promotoria, proibiu serviços não essenciais de funcionar no município enquanto durar o estado de calamidade pública e impôs uma multa diária de R$ 100 mil caso a prefeitura não cumpra a determinação. (Com Gabriel Moraes) RAMON BITENCOURT - 18.5.2020
Belo Horizonte
Barreiras sanitárias flagram 65 pessoas com sintomas do vírus No primeiro dia de instalação das barreiras sanitárias em Belo Horizonte, na segunda-feira, 5.433 veículos e 11.284 pessoas foram abordados pelos agentes da secretaria de Saúde e da Guarda Municipal, e 65 delas foram paradas com sintomas do novo coronavírus – 0,5%. A prefeitura não informou os dados de ontem.
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ENTENDA. Em 5 de maio, o
prefeito Vitor Penido (DEM) decretou a reabertura do comércio na cidade – o Executivo municipal criou um plano próprio de reabertura baseado em dados epidemiológicos e “conhecimento do comércio local”. No caso dos bares e restaurantes, eles poderiam
Nova Lima. Até ontem, município seguia um plano próprio de flexibilização do isolamento social
Nas barreiras, pessoas são orientadas e têm temperatura aferida
Ao serem abordadas, as pessoas respondem a um questionário e têm a temperatura aferida. Quando alguém com sintomas é identificado, ele recebe um encaminhamento para uma unidade de saúde da capital. Dez das 18 barreiras previstas já foram instaladas. Até o fim da semana, a prefeitura vai avaliar o resultado do tra-
balho para definir sobre sua continuidade. Confira os dez pontos de barreiras em www.otempo.com.br. SANTA LUZIA. A cidade da região metropolitana começou ontem o mesmo trabalho em três pontos de acesso à cidade. A ação deve se estender pelos próximos dias. (Gabriel Moraes)
ALEX DE JESUS
Bambuí recua e fecha praça
Flagrante de desrespeito
Procon fiscaliza ônibus
Centro-Oeste. Quinze dias após a reabertura do comércio em Bambuí, a prefeitura interditou uma das principais praças da cidade, a Coronel Tôrres, para reduzir aglomerações. Nesta semana, o local está passando por uma desinfecção. A prefeitura informou que, se as regras de isolamento não forem respeitadas, outras medidas podem ser tomadas.
BH. A reportagem de O TEMPO flagrou moradores retirando as grades que impediam o acesso à praça da Assembleia, na região Centro-Sul de BH. Muitos ficaram sentados nos bancos, outros passeavam ou se exercitavam, vários deles sem máscaras. A Guarda Municipal informou que todo seu efetivo (2.064 agentes) atua em vários pontos da cidade para coibir o desrespeito ao isolamento.
BH. O Procon faz até o fim desta semana uma série de ações de fiscalização para verificar se os ônibus que circulam na capital estão seguindo as regras de isolamento, como não levar passageiros de pé. O objetivo da operação, segundo o promotor Paulo de Tarso Filho, é discutir com a BHTrans melhorias que podem ser adotadas para minimizar os riscos.
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA REPRODUÇÃO TWITTER
Síndrome mata seis vezes mais neste ano em MG De janeiro a maio, houve 1.086 óbitos, contra 170 do mesmo período de 2019 ¬ GABRIEL RODRIGUES ¬ O número de mortes por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentou pouco mais de seis vezes em Minas até meados de maio de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. Dados da Secretaria de Estado de Saúde revelam que, neste ano, houve 1.086 mortes por SRAG – o número pode ser ainda maior, pois a tabela de dados do último boletim vai até a segunda semana de maio. Em 2019, foram 170 óbitos. O número de notificações da síndrome também disparou: o boletim mais recente indica 8.787 registros de SRAG neste ano, contra 1.344 em 2019, um aumento de cerca de 6,5 vezes. O percentual de pacientes que morreram foi similar nos dois períodos, girando em torno de 12%. A SRAG pode ser provo-
cada pelo novo coronavírus, mas isso não quer dizer que todos os casos se devem a ele. Isso porque a SRAG também pode ser consequência do vírus da influenza e até de problemas crônicos, como bronquite. SEM DADOS. Em Minas, a cau-
sa exata de pelo menos 7.892 das ocorrências de SRAG não é especificada, o que representa desconhecimento de cerca de 90% do motivo da síndrome, seja porque os exames clínicos e laboratoriais não permitiram mostrar a causa, seja porque eles ainda estão sendo executados. Outra possibilidade levantada pela SESMG é que parte dessas ocor-
Pico será dia 9 MG. O secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, afirmou que o pico da doença deve ser em 9 de junho. “A nossa mensagem à população é que se mantenham atentos”.
rências se deve a fatores não infecciosos – aí entram asma e câncer, por exemplo –, mas o boletim não especifica quantos se enquadram nessa categoria. A Covid-19 é apontada como causa de 148 óbitos, enquanto diferentes tipos de influenza causaram 13. Outras 51 mortes constam como sendo investigadas. Atualmente, o Estado contabiliza 167 óbitos por Covid-19, e, segundo a SES-MG, nem todos são notificados como SRAG antes. A pasta também explica que todos os casos de SRAG devem ser testados para Covid-19. Minas Gerais é o terceiro Estado do país com mais hospitalizações pela síndrome, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo dados do Ministério da Saúde – que avaliam um período mais curto que o analisado pela Secretaria de Estado de Saúde, até o começo de maio. Ao mesmo tempo, de acordo com o ministério, Minas é o segundo Estado com menor taxa de mortes notificadas como Covid-19.
Causas
O número de notificações da síndrome também disparou: de 1.344, em 2019, para 8.787 neste ano
Sensibilização e falhas em testes são hipóteses ¬ O infectologista Estevão Urbano, membro do comitê de enfrentamento ao coronavírus em BH, afirma que a alta nas mortes por SRAG não se deve necessariamente à falta de testes, mas à imprecisão deles. Segundo ele, não é fácil fazer o diagnóstico, por questões técnicas.
Outra possibilidade é a sensibilização de médicos sobre o diagnóstico. “Nossa cabeça está sendo martelada diariamente por alguns nomes, como Covid-19 e SRAG. Isso tem impacto na hora de fazer os atestados de óbito”, diz. O infectologista Carlos Star-
Ampliação
Respiradores
Diagnóstico não é 100% preciso Falta de material dificulta testagem 7 Os pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são um dos casos em que médicos podem prescrever exame de detecção da Covid-19. Por isso, o infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) e membro do comitê de enfrentamento ao coronavírus em BH, diz que o número de mortes por SRAG sem explicação não se deve necessariamente à falta de testes. “Não é fácil fazer diag-
nóstico 100% preciso para a Covid-19”, diz. Ele explica que, na primeira fase da doença, até sete dias, o exame ideal é o PCR. Na segunda fase, afirma, é a sorologia. “Os exames são feitos, mas a identificação (dos vírus) em laboratório pode ser um pouco falha, seja porque se pediu o exame certo na hora errada, porque o laboratório não fez a técnica ideal ou porque os exames oferecidos têm sensibilidade abaixo da ideal”, relata o infectologista.
Para contornar esse fenômeno, Urbano recomenda insistência nos processos de avaliação: “Temos que ir às últimas consequências para fazer o diagnóstico da causa de SRAG. É preciso que isso seja uma obsessão”, avalia. Outra justificativa para a alta de óbitos relacionados à SRAG seria a sensibilização de médicos. “Nossa cabeça é martelada diariamente por nomes como Covid19 e SRAG. Isso impacta na hora de fazer os atestados de óbito”, diz Urbano. (GR)
Dados da doença em Minas Gerais
4.977
é o número de casos confirmados do novo coronavírus
167
é o total de mortes confirmadas pela doença no Estado
2.546
é a quantidade de pessoas que venceram a Covid-19 em Minas
A escassez de reagentes no mercado e seus custos elevados desde o início da pandemia de coronavírus no mundo são duas das explicações apontadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para a dificuldade de ampliação da testagem de pacientes em Minas Gerais. Se por um lado os laboratórios públicos habilitados para diagnóstico da Covid-19 têm capacidade para testar centenas de amostras por dia, por outro o número real de pessoas testadas precisa ser bem menor justamente pela limitação da quantidade de material disponível para a coleta. Um dos instrumentos imprescindíveis, por exemplo, deixou de custar R$ 0,56 em agosto do ano passado e, es-
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ling, também membro do comitê da capital, concorda com o colega. Por observações próprias, como médico, ele estima que entre 30% e 40% dos casos de SRAG possam ser Covid-19, mas lembra que o número não está cravado em pesquisas. (GR)
tando mais escasso hoje no mercado, subiu para R$ 4,50 por unidade. Esse aumento estratosférico refere-se ao “swab rayon”, uma espécie de cotonete usado para coletar secreções de pacientes que apresentam sintomas suspeitos de coronavírus. O equipamento é considerado indispensável para um tipo específico de teste da Covid-19, considerado padrão ouro no diagnóstico da doença. Além de custar caro, o produto não é encontrado com facilidade no mercado. Apesar do cenário conturbado, não há registro de falta do swab rayon no Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias. (Lara Alves)
0 Conserto. O governo do Estado já recebeu 428 respiradores que estavam estragados em unidades de saúde e clínicas mineiros para serem recuperados. Desse total, 187 foram reparados, e 75 foram devolvidos às unidades de saúde e já estão em funcionamento. Hoje, segundo o Estado, Minas tem 4.654 ventiladores registrados no SUS – desse total, 2.100 aparelhos estão nas UTIs da rede pública. Os outros estão em ambulâncias, clínicas, policlínicas e UPAs. 0 Compra. Para combater o coronavírus, o Estado adquiriu 1.047 respiradores em uma compra que soma R$ 51 milhões, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. A previsão é que esses novos equipamentos cheguem até o mês que vem ao Estado.
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA
1.179 MORTES Coronavírus é a maior causa de óbitos diários no Brasil, superando as doençascardiovasculares ¬ SÃO PAULO. O Brasil rompeu on-
tem a marca de mais de mil mortes por Covid-19 em 24 horas. O país registrou 1.179 novos óbitos nesse período de tempo, segundo o Ministério da Saúde. Ao todo, são 17.971 mortes por coronavírus e 271.628 casos confirmados. Neste momento, é possível afirmar que o novo coronavírus é a maior causa de mortalidade hoje no Brasil, superando o conjunto de todas as doenças cardiovasculares, como infartos e AVCs, que matam 980 brasileiros por dia. Também ficaram para trás as mortes diárias por câncer (624) e aquelas por causas externas, como acidentes e violência (424). O recorde de óbitos até então havia sido computado na terça-feira passada, dia 12 de maio, quando foram contabilizadas 881 mortes. Os picos têm sido nesse dia da semana porque, entre sábado e domingo, os dados não são registrados no sistema na mesma velocidade que nos dias úteis, segundo a pasta. No mundo, apenas Estados Unidos, Reino Unido e França também registraram mais de mil mortes por coronavírus por dia, conforme dados da Universidade Johns Hopkins. Os EUA levaram 70 dias desde o primeiro caso confirmado para atingir a marca; o Reino Unido, 68 dias; a França, 69; e o Brasil, 83 dias. Esses países, porém, já vivem uma desaceleração da pandemia – na segunda, por exemplo, os EUA registraram cerca de 700 novas mortes. Também ontem São Paulo ultrapassou a marca de 5.000 mortes desde o início da pandemia, com um total de 5.147 vítimas. O Estado mais populoso do país tem agora 65.995 casos confirmados do novo coronavírus. O Rio de Janeiro já registrou 3.709 óbitos ao todo. Na sequência, em relação ao número de mortes, aparecem Ceará (1.856), Pernambuco (1.741) e Amazonas (1.519). No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de mil mortes em 24 horas em decorrência da Covid-19, o Ministério da Saúde escalou para sua tradicional entrevista coletiva no Palácio do Planalto profissionais para falar de uma campanha de doação de leite materno e de um serviço de teleatendimento psicológico e psiquiátrico para profissionais da saúde. O total de mortes diário causado pela pandemia no país também é muito maior do que o de grandes tragédias da história re-
Registro no país em 24 horas é recorde NELSON ALMEIDA/AFP
cente do país. Em 25 de janeiro de 2019, centenas de pessoas foram atingidas pela lama com o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, que resultou em 259 mortos e 11 desaparecidos. Outros acidentes marcantes foram o do voo 3054 da aérea TAM (hoje Latam), que matou 199 pessoas em São Paulo, em 2007. Em 2013, um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), deixou 254 pessoas mortas. Numa matemática macabra, as três tragédias somadas dão um total de mortos ainda menor do que a atual perda diária para a Covid19. Uma grande catástrofe que praticamente equivale a um dia de pandemia no país foi aquela provocada por chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro em janeiro de 2011. Mais de 900 pessoas morreram, e milhares ficaram desabrigadas. Outra pandemia que devastou o Brasil e o mundo foi a gripe espanhola, logo após a Primeira Guerra Mundial. No mundo, o total de mortos pode superar 50 milhões; no país, calculam-se 35 mil óbitos.
Pandemia
Estudo prevê pico no país para esta semana esperado pico da pandemia de Covid-19 deve ocorrer nesta semana no Brasil, de acordo com um modelo matemático feito por pesquisadores da Coppe/UFRJ, Marinha do Brasil e Universidade de Bordeaux, na França. Ainda segundo o modelo, o número de registros deve começar a se estabilizar no fim do mês de julho, quando alcançar um patamar de 370 mil. A projeção tem por base o quadro atual de isolamento social, medidas de higiene e capacidade de testagem. Ou seja, se tudo continuar como está, alcançaremos a fase de platô da pandemia daqui a mais ou menos um mês. “Depois do pico, o número de casos acumulados continua crescendo, mas o país vai reportando cada vez menos casos, e a curva começa a mostrar uma tendência de queda”, explica o pesquisador Renato Cotta, professor titular da Coppe/UFRJ.
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Alarmante. Brasil registrou ontem um óbito por coronavírus a cada 73 segundos; total de mortes até agora é de 17.971
RIO DE JANEIRO. O
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA ALEX DE JESUS
Estudo
BH. Cemitério da Paz, na capital mineira; enterros estão sendo realizados com a presença de poucas pessoas como prevenção contra o novo coronavírus
‘Cicatriz que não vai se fechar nunca mais’ ¬ TATIANA LAGÔA ¬ Durvalina Pereira, 75, saiu do
interior de Minas e criou quatro filhos sozinha. Antônio Palhano, 72, atravessou a fronteira dos Estados Unidos, onde fez família e conseguiu uma vida estável. No auge dos 41 anos, Luciano Peres Alvim, planejava ver a filha, de apenas 3, crescer. Três mineiros que, assim como outros 17.971 brasileiros, tiveram as vidas interrompidas pela Covid-19. A doença alcançou um marco histórico ontem, quando, pela primeira vez, matou mais de mil pessoas em 24 horas no país. Foram 1.179 histórias destruídas em um dia. Os dados se tornaram públicos poucas horas depois de o irmão de Luciano, João Neto, 45, desabafar: “Pensa na tristeza que estamos passando. A dor po-
de até ser amenizada, mas é uma cicatriz que não vai se fechar nunca mais”. Quando encontrou o irmão caçula, em 1º de maio, João Neto não imaginava que o enterraria 15 dias depois, com caixão lacrado, sem direito ao adeus, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde Luciano vivia. A mãe e o pai deles, de 65 e 67 anos, sofrem a dor da perda, enquanto a mulher de Luciano está confinada em casa, ao lado da filha do casal que sequer sabe que o pai “virou estrela”. Quando o mineiro Antônio Palhano, 72, morreu de Covid-19, nos EUA, há cerca de três semanas, o Brasil estava muito longe de ser “destaque” entre os países com maior número de casos. De Belo Horizonte, o sobrinho Harry Palhano, 43, recebeu a notícia do falecimento por telefone e lamentou o enterro de uma parte da história da família. “Meu tio vinha sempre aqui, era muito próximo do meu pai”, conta. O tio deixou duas filhas, três netos, uma espo-
Luciano, 41, deixou uma filha de 3 anos que ainda não sabe de sua morte
sa e o sonho de viver a tranquilidade plantada em anos de trabalho. Ninguém sabe ao certo como Durvalina contraiu coronavírus. Em questão de poucas horas, ela teve o quadro clínico agravado e morreu. O resultado do teste com a confirmação da Covid-19 saiu al-
Consenso de médicos
Pressão sobre médicos
Cloroquina. Após análise de estudos, documento com diretrizes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda a não utilização de hidroxicloroquina, cloroquina e de suas associações com azitromicina na rotina de tratamento da Covid-19.
Denúncia. Médicos das redes pública e privada se dizem pressionados pela crescente recomendação para que prescrevam a cloroquina a pacientes com Covid-19. A pressão aumentou após a demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde, na última sexta-feira. Ele deixou a pasta por discordar do presidente Jair Bolsonaro sobre a prescrição do remédio.
Até esta quarta-feira (20), 424 vidas terão sido salvas pelo isolamento social no Brasil – 268 delas só nos Estados do Sudeste. Se o isolamento for mantido nos níveis atuais, deve haver uma morte a menos a cada minuto, aproximadamente, durante as próximas duas semanas no país – chegando a 3.827 vidas poupadas até o dia 1º de junho. A estimativa é de um estudo de pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), que reúne pesquisadores de instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp). Eles calculam o ritmo da pandemia desde a adoção de medidas de isolamento no Estado de São Paulo, no dia 24 de março, atualizando a informação diariamente em um site. O que já notaram é que, depois que as pessoas passaram a ficar em casa, a aceleração do contágio diminuiu. Um dos indicadores para essa conta é a quantidade de pessoas que alguém infectado contamina. No começo da pandemia, eram 2,2 novas contaminações por doente, mas, agora, esse número é de 1,5. No Sudeste, caiu de 2,3 para 1,4 – o que ainda está longe do ideal, que é abaixo de 1, segundo um dos autores da pesquisa, o físico Tiago Pereira da Silva. (Gabriel Rodrigues)
7 REPRODUÇÃO FACEBOOK
Covid-19interrompe vidase destrói famílias; mineiroscontam como perderamentes queridos
Isolamento pode salvar uma vida por minuto
guns dias depois da morte dela. “É importante que as pessoas saibam que a doença é grave. A gente vê os números, mas só acredita na gravidade quando acontece uma perda na família. Não é uma gripezinha”, afirma Weniton Arruda, 34, sobrinho de Durvalina. STR / AFP
Testes com vermífugo Anitta. O ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) anunciou que o governo vai iniciar um segundo protocolo de testes com o antiparasitário nitazoxanida (Anitta) que, segundo o titular da pasta, é promissor para o tratamento do novo coronavírus. O ministro não deu previsão sobre quando os estudos devem ser finalizados.
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA
Trump cogita banir voos do Brasil, 3° no ranking da Covid BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
Presidente dos EUA afirmou que não quer pessoas doentes em seu país
Ministério
Interino nomeia militares na Saúde
¬ SÃO PAULO. O
presidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem que cogita proibir a entrada de viajantes do Brasil, que tem o terceiro maior número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Covid-19) do mundo. “Estamos considerando isso”, disse Trump a repórteres na Casa Branca, segundo a agência Reuters. Os EUA ocupam a primeira posição em número de casos e de mortes. “Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o nosso povo. Também não quero pessoas doentes lá. Estamos ajudando o Brasil com respiradores. O Brasil está com alguns problemas, sem dúvida”, acrescentou Trump. Não é a primeira vez que o presidente dos EUA fala em banir voos do Brasil para o país. No dia 28 de abril, ele já havia apresentado essa sugestão. “O Brasil tem um surto sério, como vocês sabem. Eles também foram em outra direção que outros países da América do Sul. Se você olhar os dados, vai
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BRASÍLIA. O ministro inte-
rino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, nomeou ontem nove militares para postos do Ministério da Saúde. Além de nomeações para assessoramento do ministro, os militares ocuparam cargos na área de finanças do Fundo Nacional de Saúde e na área de avaliação do Sistema Único de Saúde. Pazuello, que era secretário executivo do ministério antes da saída de Nelson Teich, ocupa o cargo de chefia da pasta enquanto o presidente Jair Bolsonaro
não define novo gestor para o órgão. A chegada de militares ao Ministério da Saúde ainda durante a gestão de Nelson Teich foi um dos elementos que causaram o isolamento do ex-ministro dentro da pasta. A nomeação desses quadros para postos de chefia gerou desconfiança no corpo técnico do Ministério da Saúde. Nas últimas semanas, ao menos sete militares já haviam sido nomeados para cargos no Ministério da Saúde. JOSÉ DIAS/PR
Segunda vez. Donald Trump já havia proposto isso em 28 de abril: ‘O Brasil tem um surto sério’, disse
ver o que aconteceu, infelizmente, com o Brasil”, disse Trump naquele dia. O governador da Flórida, Ron DeSantis, estava na reunião com Trump e afirmou que ainda não via necessidade de suspender de vez os voos de Miami e Fort Lauderdale ao Brasil. Porém, o presidente insistiu:
Uso obrigatório de máscara Projeto. A Câmara dos Deputados aprovou ontem o texto-base do projeto que obriga a população a usar máscaras em ruas, em prédios e no transporte público para conter a pandemia do novo coronavírus. A proposta prevê que a multa em caso de descumprimento será definida por Estados e municípios. Os deputados, agora, apreciam mudanças no projeto. Na sequência, a proposta segue para o Senado. Se houver mudança, volta à Câmara, antes de seguir para sanção ou veto presidencial. ALEX DE JESUS - 11.5.2020
“Se precisar (interromper voos), nos avise”. Trump também ameaçou, na noite de anteontem, interromper permanentemente os pagamentos para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e reavaliar a permanência dos Estados Unidos na organização em meio à pande-
mia do novo coronavírus (Covid-19). O líder norte-americano, em carta direcionada ao diretor geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, publicada numa rede social, deu o prazo de 30 dias para que a OMS faça “melhorias significativas” ou então concretizará as ameaças.
General Eduardo Pazuello nomeou ontem nove militares na Saúde
Região metropolitana
Fé em Deus
Betim confirma 4ª morte pela Covid; são 41 casos na cidade A Secretaria de Saúde de Betim, na região metropolitana, confirmou ontem a quarta morte em decorrência da Covid-19 no município. Segundo nota da prefeitura, o paciente era um homem de 23 anos que morava no bairro Vila Cristina. “Ele deu entrada no Hospital Mater Dei Betim/Contagem no último dia 5, realizou exames, incluindo o teste para a Covid-19, e foi medicado. No dia seguinte, ele deu entrada na UPA Teresópolis com quadro grave de insuficiência respiratória. O paciente foi transferido no mesmo dia para o Cecovid – Centro de Cuidados Intensivos, mas não re-
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sistiu e morreu na tarde de ontem. A Secretaria de Saúde está acompanhando o caso e já está em contato com os familiares para prestar apoio”, diz nota da prefeitura. Segundo o secretário municipal de Saúde, Guilherme Carvalho, o paciente M.A.C.L estava internado em um leito com todos os equipamentos necessários e foi tratado com todos os medicamentos preconizados para Covid-19, mas não resistiu”. M.A.C.L não tinha nenhuma comorbidade. Procurada, a Rede Mater Dei disse que não divulga informações sobre pacientes. De acordo com a Secreta-
ria de Saúde de Betim, 41 pessoas foram diagnosticados com a Covid-19 na cidade, sendo que 27 estão recuperadas. Outras dez estão em acompanhamento. Quatro óbitos foram contabilizados pelo município, sendo que dois deles não aconteceram na cidade, mas foram computados para Betim porque as pessoas têm residência fixa no município. Para Carvalho, a situação epidemiológica do município está estável. Além disso, Betim apresentou até agora baixa ocupação dos leitos destinados a pacientes com a Covid-19. (Flávia Jardim/José A. Alves)
Garoto peruano. A imagem do pequeno Alen Castañeda Zelada, 6, ajoelhado no meio de uma rua escura de Guadalupe, no Peru, sozinho, em preces para que a pandemia de Covid-19 acabe e ele possa enfim abraçar os avós, viralizou nas redes sociais. “Eu fiquei com um sorriso no rosto, com a fé e a esperança a mil, mas, sobretudo, encantada de testemunhar o amor e a confiança desse menino em Deus”, escreveu Cláudia Mora Abanto, que fez a foto e a postou em uma rede social. REPRODUÇÃO
O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020 | 7
CORONAVÍRUS
PANDEMIA
MEC admite que pode adiar Enem Ministro diz que pasta fará pesquisa para ouvir a opinião dos inscritos ¬ RIO DE JANEIRO. O ministro
da Educação, Abraham Weintraub, afirmou no Twitter que fará uma enquete entre os inscritos do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para decidir se adiará a prova. Ela ocorrerá, segundo ele, na última semana de junho. Haverá, ainda de acordo com o ministro, três
opções: “Vamos manter a data? Adiar por 30 dias? Suspender até o fim da pandemia?”, disse. “O governo Bolsonaro quer saber a opinião dos brasileiros! Democracia é isso!”. Defensores do adiamento alegam que a suspensão das aulas presenciais por conta do coronavírus prejudica alunos das escolas públicas. Um levantamento exclusivo do jornal “O Globo” aponta que 6,5 milhões de estudantes não têm acesso à internet – a maioria deles na rede pública. Weintraub, no entanto, de-
fendeu até agora a manutenção da prova presencial na data prevista. Ele chegou a argumentar que ficou difícil para todo mundo e que desigualdades educacionais já existiam. O ministro anunciou ainda que 4 milhões de pessoas já se inscreveram para o Enem. As provas presenciais estão marcadas para ocorrer em 1º e 8 de novembro. Novidade de 2020, a prova virtual, por sua vez, tem previsão de ser aplicada nos dias 22 e 29 de novembro. As inscrições vão até a próxima sexta-feira –
mas as vagas para a versão digital já foram preenchidas. “Há um debate sobre seu adiamento. Nosso posicionamento é saber a opinião dos principais interessados, perguntando diretamente aos estudantes inscritos”, afirmou o ministro ontem. De acordo com a pesquisadora Thaís Barcellos, da consultoria IDados, 17% dos alunos de escolas públicas (cerca de 6,5 milhões de estudantes) não têm acesso à internet. Na rede privada, apenas 1,7% das crianças e adolescentes matri-
culadas (155 mil) não possuem conectividade. Os dados são da Pnad 2019. Embora o presidente Jair Bolsonaro já tenha admitido que pode adiar o Enem e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, tenha emitido comunicado afirmando que a possibilidade é considerada, o governo listou quatro motivos para manter a data da prova. Em uma publicação nas redes sociais, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Se-
com) argumentou que a manutenção da prova é uma questão de liberdade. A Secom afirma ainda que o adiamento traria “consequências indesejadas” para os estudantes, como o atraso no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no Prouni e no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A Secom alega ainda que há condições para a realização da prova, uma vez que 98,6% dos candidatos que pediram isenção de taxa de inscrição têm celular e 75% têm internet em casa.
MARCOS CORRÊA/PR - 4.2.2020
Parlamentares
Rodrigo Maia pressiona por suspensão ¬BRASÍLIA. A postagem de Abraham Weintraub ocorreu horas após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), ter afirmado que não vai esperar o governo tomar uma decisão sobre o adiamento do Enem e que deverá pautar o tema na Casa. Para Maia, essa é uma demanda que vem de todo o Brasil. Se a Câmara e o Senado aprovarem um Projeto de Decreto Legislativo (PDL), não há necessidade de a proposta ir à sanção presidencial e ela pode ser promulgada pelo próprio Congresso Nacional.
Mobilização. Os parlamentares têm destacado a dificuldade que diversos alunos pelo país têm para se preparar para o exame durante a pandemia. Deputados já apresentaram um projeto de decreto legislativo para suspender a prova neste ano e, no Senado, há um projeto de lei que adia as provas neste ano.
Debate na Justiça Questionamentos. Anteontem, a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região pedindo que a decisão de manter o exame seja revista. Em abril, o órgão conseguiu liminar favorável ao adiamento da prova, mas a medida foi derrubada. Ministro cede. Abraham Weintraub disse que fará enquete entre os candidatos inscritos para ver se eles aceitam o adiamento ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/FOLHAPRESS
Minas Gerais
Suspensa liminar que impedia redução de salário de professor Após impedir por tempo indeterminado a redução de salários e da carga horária de professores que atuam nas escolas e nas faculdades particulares em Minas Gerais, a Justiça do Trabalho determinou ontem a suspensão da medida no Estado. De acordo com a desembargadora Ana Maria Amaral, a decisão anterior foi tomada antes da criação da Medida Provisória 936, do governo federal, que permite a suspensão de parte dos pagamentos ou até dos contratos com a justificativa de preservar empregos em meio à pandemia. “Cumpre observar que a decisão liminar, ao determinar a preservação da remuneração de forma integral,
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levou em conta a inexistência, na data em que foi proferida (16.3.2020), de autorização legal para alteração de jornada e salário ou suspensão contratual”, afirmou na decisão. Foi marcada uma audiência de conciliação entre os sindicatos que representam as entidades privadas e os professores para discutir a questão no próximo dia 26. Para o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (SinproMinas), a redução da jornada de trabalho é uma prática fora da realidade para a maioria dos profissionais. “Mesmo remotamente, eles têm uma carga horária a ser cumprida no ano letivo. Não tem como reduzir, é uma situação que precisa ser discutida caso a caso”, enfatiza a presi-
dente da entidade, Valéria Morato. Segundo ela, foi entregue uma defesa, com o apoio do Ministério Público do Trabalho, que pede a continuidade da liminar até a audiência. A presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis, defende que a suspensão da liminar é importante para preservar empregos dos professores e outros profissionais, principalmente das instituições que atuam com a educação infantil. Sem a possibilidade das reduções, que é complementada pelo seguro-desemprego do governo federal, diz Zuleica, o único instrumento que os diretores das escolas tinham antes da decisão era a demissão. (Lucas Morais)
Informações sobre o Exame Nacional do Ensino Médio estão no portal do Ministério da Educação
Manifestante morre em AL
Diretor da Anvisa com Covid
Sem máscara. O professor Angelo Antônio Cavalcante Martins, que foi sem máscara a uma manifestação a favor de Jair Bolsonaro em Maceió (AL), em 19 de abril, morreu no último domingo com suspeita de Covid-19. Amigos relataram que ele adoeceu há uma semana, mas só procurou o hospital quando os sintomas se agravaram.
Teste positivo. Cerca de dois meses após participar de manifestação ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o diretor presidente substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, foi diagnosticado com o novo coronavírus. Barra Torres anunciou que testou positivo para a doença ontem.
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA
Pacotes de viagens terão boas promoções na retomada REPRODUÇÃO/LIVE
G
Roberto Haro Nedelciu Presidente da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TURISMO (BRAZTOA)
Confira entrevista no portal O Tempo
Representante do setor acredita que cassinos serão liberados em breve no país para que turismo seja reaquecido após a pandemia
Entrevista A pandemia afetou muito o setor de turismo. Na retomada, o que o consumidor pode esperar? Com certeza vamos ver muitas promoções pela frente. Já tem várias que você pode procurar pela internet, pelos operadores e agentes de viagens. O tempo que vai ser, depende. Vai ser o mercado nacional que vai ser a bola da vez. Roteiros nacionais vão estar muito em alta. Roteiros próximos. Tem hotéis com promoções boas já para o segundo semestre. Consultores são unânimes em afirmar que as viagens vão mudar muito. As operadoras vão ter que adaptar o seu portfólio a uma nova realidade? Ninguém imaginava o que ia acontecer. Dizem que no Brasil tudo acontece depois do Carnaval. Realmente, a pandemia esperou o Carnaval para vir atacar a gente.
“O mercado nacional que vai ser a bola da vez. Roteiros nacionais vão estar muito em alta”
Fomos todos pegos de surpresa. Eu acredito no seguinte: quem trabalha com turismo sempre vende aglomerações, seja no destino, seja no avião, no ônibus, parques temáticos. Agora, até ter uma vacina, uma solução definitiva, isso vai ficar para segundo plano. Ninguém vai querer entrar num avião lotado, com 300, 400 pessoas, ou então em um ônibus. Realmente, esse tipo de viagem vai ficar em segundo plano. No segundo semestre deste ano, serão viagens mais próximas, onde a pessoa sai da bolha onde está vivendo, a casa dela, entra na bolha que é o carro dela ou então num grupo pequeno de familiares e sai para um local próximo, a no máximo 500 km. Vocês estimam que ocorra um rombo perto de R$ 4 bilhões nas receitas do setor. Como trabalhar com um revés tão grande? São R$ 3,9 bilhões referentes a perdas que tivemos em março. Um mês sem vender é mais do que R$ 1 bilhão de perdas. Então, nesses R$ 4 bilhões já aumentaram mais R$ 1 bilhão. É um grande problema porque, dentro desses valores, teve boa parte que foram os reembolsos já feitos. A crise começou para os operadores em fevereiro, março. Vai faltar dinheiro. Quando começou a crise, começamos a nos preparar. O primeiro movimento que fizemos junto com o Ministério do Turismo foi fazer uma contenção. Hoje, numa agência ou operadora, cerca de 60% dos custos são salários. Então, começamos a ver uma medida provisória que nos ajudasse a reduzir salários, colocasse o pessoal em home office. Depois dessa fase, outras medidas provisórias nos ajuda-
ram na parte dos reembolsos, dos custos. Nesse momento, estamos tentando ver linhas de crédito com o governo. O Ministério do Turismo liberou o valor de R$ 5 bilhões para o setor de turismo há cerca de 15 dias, mas isso até agora não chegou na ponta. Apenas 3% dos operadores conseguiram pegar essa linha de crédito até agora. E qual o problema para pegar essa linha de crédito? Você chega para os bancos, e os gerentes nem sabem que tem essa linha de crédito. Normalmente, está sendo disponibilizada via Caixa, mas o gerente não sabe como faz para pegar. Alguns estão prevendo um recuo da economia de 5% neste ano. Projeções mais pessimistas chegam a 10%. Como isso vai afetar o setor? Estamos vendo se as empresas vão sobreviver, se todos vão voltar. Quem for voltar, vai voltar menor, com uma estrutura mais enxuta.
“A previsão é que voltaremos (ao nível) de janeiro de 2020 só em outubro de 2021”
Outros vão começar até a adotar o home office como quase definitivo. Se você for olhar, o turismo foi o primeiro a entrar nessa crise e provavelmente será o último a sair. Até ter uma vacina, vai ser muito difícil as pessoas quererem se aglomerar de novo. Mas existe um estudo que mostra que o turismo vai crescer mais lento, e a previsão para voltar a que estávamos em janeiro de 2020 vai ser só em outubro de 2021. Vamos ter quase 18 meses para recuperar. Fizemos uma pesquisa com os associados da Braztoa, e cerca de 50% estão fazendo vendas, não como era antes, mas está havendo vendas nacionais e internacionais. Porque existem muitas promoções que estão valendo a pena mesmo com o dólar tendo aumentado quase 50% em relação ao final do ano passado. Está havendo várias reduções na jornada de trabalho, demissões também. Houve quase 800 demissões nos nossos associados. A recuperação vai ser lenta, mas esperamos que seja gradual e que em pouco tempo esteja voltando ao normal. Vão abrir cassinos para impulsionar o turismo? É uma saída para uma crise como essa? Acho que vai ter uma liberação, sim, em algumas áreas restritas, alguns resorts. Não vai ser liberado para todos os locais do Brasil, mas algumas áreas que necessitam e até que podem ter cassinos. Você falou das três medidas que o governo editou para socorrer o mercado de turismo. Essas medidas garantem a sustentabilidade do setor por quanto tempo? Estamos fazendo alguns levantamentos, mas a
gente precisa agora pegar essa linha de crédito o mais rápido possível. Como as viagens estão sendo canceladas e adiadas, o setor precisa de no mínimo seis meses para sobreviver. Muitos operadores já estão procurando produtos nacionais e diferenciados. Na minha operadora, estamos procurando pacotes daqueles lugarzinhos especiais, como São João del-Rei. É uma cidade que fica próxima a Belo Horizonte, ao Rio de Janeiro e São Paulo também. Se você descobrir aquela mulher que faz aquele pãozinho de queijo, naquele forninho a lenha, aquela comidinha mineira, aquele cafezinho, aquela cachacinha, que você vai ser tratado com afeto. As pessoas vão estar procurando esse tipo de pacote. Isso é que vai manter as empresas. Você acha que o pacote que envolva o transporte rodoviário vai ser aquecido? Acho que as pessoas não vão querer entrar no ônibus com 40 pessoas e se sujeitar a viagens longas. Mas acho que, se você conseguir fazer em ônibus menores, você consegue colocar seus familiares e amigos, com bastante protocolo sanitário. Você acha que Minas vai ser um produto bom de ser vendido neste primeiro momento? Com certeza. Vocês têm produtos muito bons para comercializar. A rota do café, por exemplo. Vários produtos que podem ser feitos. Uma coisa que seria feita, em curto prazo, a Estrada Real precisa melhorar um pouquinho. Tem muitos produtos em Minas que podem ser desenvolvidos. Precisa pegar aqueles roteiros especiais, segredinhos que cada cidade tem, e começar a divulgar isso.
Live do Tempo Programação. A live está disponível às 14h no portal O TEMPO e nas redes sociais do jornal. 8 Convidado de hoje: Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo
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CORONAVÍRUS
PANDEMIA
Energia terá tarifa extra em 2021
KIKO SIERICH/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 17.10.2015
Custo de socorro ao setor será repartido entre distribuidoras e consumidores ¬ BRASÍLIA. O governo publi-
cou, no fim da noite de anteontem, um decreto que define as regras de um empréstimo bilionário para socorrer as distribuidoras de energia elétrica, por conta dos efeitos do coronavírus. Os custos do financiamento serão divididos entre o setor elétrico e os consumidores. O empréstimo terá um impacto na conta de luz a partir de 2021, com custo sendo avaliado para cada distribuidor e que vai depender de como o governo vai implementar a medida. O decreto não estipula o valor do empréstimo, que será fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O socorro deve ficar entre R$ 10 bilhões e 12 bilhões, segundo fontes do setor. Isso é menos que o valor previsto anteriormente, de R$ 17 bilhões. O objetivo do socorro é cobrir o rombo financeiro no setor elétrico, gerado pela queda no consumo de energia e pelo aumento da inadimplência, reflexos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. É necessário socorrer diretamente as distribuidoras porque elas arrecadam os recursos que sustentam todo o setor elétrico. Além do empréstimo, as empresas poderão pedir a revisão dos contratos, num
processo chamado de reequilíbrio econômico-financeiro. Isso também será avaliado caso a caso e pode levar a aumentos extraordinários nas contas ou redução de investimentos, por exemplo. CONSUMIDORES. A partir de 2021, os consumidores vão passar a pagar o empréstimo por meio da cobrança de uma tarifa adicional nas contas de luz. O valor será parcelado em 60 meses, ou seja, a quitação deve ocorrer apenas em 2025. Cada distribuidora receberá uma parcela diferente do empréstimo. Por isso, ainda não é possível calcular o impacto da medida, que será avaliada separadamente para cada distribuidora. O impacto na conta de luz também vai depender de outras medidas que o governo ainda deve tomar para evitar que a tarifa suba de mais. Todas as receitas e despesas serão contabilizadas num só fundo, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O governo estuda, por exemplo, “descarimbar” receitas do setor para irrigar esse fundo, o que reduziria os impactos na conta de luz. O texto prevê que os valores das operações vão compor a “Conta-Covid”, gerida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O BNDES vai coordenar a operação, que deverá contar com a participação de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BTG e Citi. Juros e spread estão em negociação e devem ficar em torno de CDI mais 2% a 2,5%.
Rombo. Setor elétrico pediu socorro ao governo federal após queda no consumo de energia e aumento da inadimplência em todo país
Com a pandemia, a receita das empresas despencou por causa da queda na demanda e do aumento da inadimplência. No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que a inadimplência no setor saltou de 3% para 12%. O empréstimo vai cobrir o custo da sobrecontratação de energia, resultante da queda na demanda; o adiamento dos reajustes tarifários de algumas distribuidoras até 30 de junho; e a postergação de pagamento de grandes consumidores, para que possam pagar a energia consumida, e não a contratada.
Queda de faturamento
Comércio contabiliza prejuízos O comércio de Minas Gerais ainda não tem dados exatos de perdas e demissões, mas já consegue medir o tamanho do impacto após dois meses de lojas fechadas. Desde o começo da pandemia, as projeções pioraram. No dia 3 de abril, uma pesquisa da Fundação João Pinheiro (FJP) estimava uma queda média de 6,8% para o ano. Em um mês, essa estimativa já subiu para uma retração de 9,4% –
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considerando-se o fim do isolamento até 15 de julho. Só em março, as vendas caíram 4,64% na capital, segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) mostra que, até abril, 38% dos empresários registravam perdas entre 80% e 100%.
CAMPANHA. A reabertura do
comércio em Belo Horizonte está prevista para começar a partir da próxima segunda-feira. E para ajudar na consolidação do plano de retorno, a CDL-BH pretende instalar mil faixas educativas para ajudar a prefeitura da capital na conscientização da sociedade a adotar procedimentos de segurança, como uso de máscaras, além de evitar aglomerações. (Queila Ariadne)
FLÁVIO TAVARES
Auxílio emergencial
Ford sem data
Caixa paga primeira parcela a 700 mil A fila dos atrasados no pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial começou a diminuir. Ontem, a Caixa liberou 700 mil auxílios dos 8,3 milhões que ainda não haviam sido pagos. Segundo o banco, o pagamento vai acontecer até o dia 29 de maio, de acordo com a data do nascimento. “Nesta terça-feira (19), por exemplo, só poderão receber aqueles que nasceram em janeiro. Caso os nascidos em janeiro não consigam ir hoje (19), eles poderão, sim, receber em data posterior. O
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benefício ainda estará disponível”, explica o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A autônoma Edineuza Santana, 38, conseguiu sair da fila depois de quase um mês tentando sacar o auxílio de R$ 1.200 (para mães solteiras). “Meu dinheiro estava lá desde o dia 28 de abril, e não me deixavam sacar. Primeiro, me disseram que eu teria que renegociar uma dívida antiga do cartão de crédito, depois falaram que era outro problema”, relata ela. A retenção do auxílio emergencial por débitos antigos é proibida. (QA)
Atividades. A Ford anunciou que não vai retomar as atividades nas plantas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP). “Assim que for definida nova data de retorno das atividades, estaremos informando antecipadamente a toda a nossa base de fornecedores”, informou a empresa.
Atrasados. Caixa Econômica pagou primeira parcela do auxílio emergencial a 700 mil pessoas ontem
De volta. Já a General Motors (GM) e a Volkswagen (VW) retomaram, na última segunda-feira, a produção em uma fábrica de cada grupo. A GM reabriu um turno de trabalho na unidade de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Já a VW retomou as atividades em São José dos Pinhais, no Paraná, com dois turnos.
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A.PARTE
aparte@otempo.com.br
Prefeitura
Eleições I
João Monlevade aluga grades pelo dobro do preço de compra
Maia indica que disputa deve ser adiada, sem prorrogar mandatos
A Prefeitura de João Monlevade, na região Central de Minas Gerais, contratou por seis meses o aluguel de gradis para cercar as praças da cidade como medida para evitar aglomerações por conta da pandemia de coronavírus. No entanto, com o valor do aluguel, a prefeitura poderia comprar quase o dobro de grades e utilizar em outras ocasiões e eventos. Segundo extrato do contrato publicado no “Diário Oficial dos Municípios Mineiros” do dia 15 de maio de 2020, o aluguel foi feito mediante dispensa de licitação em razão da situação de calamidade pública decretada por conta da Covid-19, e o valor total al-
cança R$ 202,5 mil. Ainda conforme o documento, o objetivo é “o isolamento das praças Domingos Silvério, Lindinho, 7 de Setembro, Igreja Central ao lado do restaurante Búfalo Bill, Supermercado EPA, Policlínica (rua Duque de Caxias), Luiz Prisco, Bela Roma, Supermercado Fraga, Castelo Branco e bairro Belmonte”. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, foram contratadas 675 peças de gradil “a R$ 50 por peça, por mês” – o que totaliza R$ 33.750 mensais. Ainda conforme a assessoria, o valor é faturado mensalmente, e “a utilização será conforme a necessidade, ou seja, se a situação
da pandemia for controlada antes, haverá o encerramento contratual”. No entanto, se tivesse comprado os gradis, a prefeitura teria economizado, no mínimo, R$ 70 mil. A média de preço das peças varia de R$ 129 a R$ 189. Ainda que o Executivo adquirisse os 675 gradis pelo preço mais alto, o valor total da compra não chegaria a R$ 130 mil, ou seja, mais barato que o aluguel das peças por seis meses. Se fosse pelo preço mínimo, compraria mais que o dobro de grades locadas. A denúncia foi feita pelo jornal local “A Notícia”, e, a partir da reportagem, o advogado Gleidson Caetano levou o caso ao Ministério Público. No documento que
protocolou junto ao MP, Caetano afirma que “o mesmo tipo de grade pode ser comprado pelo valor de aproximadamente R$ 140, o que daria para comprar, aproximadamente, 1.450 grades”. “Entendo que, em vez de alugar as grades, poderia ter havido a compra, pois é um objeto que pode ser usado em outras ocasiões”, completou. Ao final, o advogado pediu a apuração da prática de improbidade administrativa por parte da prefeita Simone Carvalho (PTB). O caso já foi encaminhado a um titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de João Monlevade, que deve avaliar se aceita ou não a denúncia. (Thaís Mota)
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou ontem que a data das eleições municipais deste ano deve ser adiada em razão do novo coronavírus. Maia afirmou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai montar um grupo de deputados e senadores na próxima semana para debater o assunto. A tendência, de acordo com o presidente da Câmara, é postergar a data do plei-
to, marcada para o dia 4 de outubro. Entretanto, segundo ele, há o entendimento de que a medida não deve compreender a unificação com a eleição de 2022. Para que haja a mudança na data, os parlamentares precisam alterar a Constituição. A Carta Magna determina que a votação de primeiro turno seja realizada no primeiro domingo do mês de outubro e que o segundo turno ocorra no último domingo de outubro. MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Cabo Daciolo se filia ao PL e deve disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro Maia disse que a ideia é adiar a eleição sem prorrogar os mandatos
O ex-candidato à Presidência da República Cabo Daciolo, 44, deixou o Patriota e se filiou ao PL. O intuito dele é se candidatar, nas eleições deste ano, à Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo o site do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), a troca se deu no dia 30 de março. Pastor e bombeiro militar, ele cumpriu mandato como deputado federal na última Legislatura ao ser eleito pelo PSOL, em 2014. O ex-parlamentar foi expulso por “infidelidade partidária” após defender propostas contrárias ao Estado laico, como de incluir a frase “Todo poder emana de Deus” na Constituição. Depois disso, ele migrou para o Avante (antigo PTdoB) e, posteriormente, para o Patriota. Daciolo ganhou notoriedade nacional nas eleições de 2018 por conta de pérolas em debates pela cadeira do Palácio do Planalto, o que fez com que ele se tornasse alvo de memes nas redes sociais. Sempre carregando uma Bíblia, o militar bradava “Glória a Deus” e outras expressões religiosas durante os debates.
GUILHERME BERGAMINI / ALMG - 12.5.2020
Agostinho Patrus Presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Eleições II
Financiamentos coletivos ficam em segundo plano com a pandemia
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“A luta pela compensação das perdas da Lei Kandir foi uma das grandes bandeiras assumidas pela Assembleia. Mesmo sendo distante do valor a que o Estado tem direito, trata-se de uma conquista importante.”
Homologação
Rosa Weber quer mudanças em delação de Eike A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, determinou ajustes no acordo de delação premiada do empresário Eike Batista antes de validar. A ministra devolveu o processo para que a defesa do empresário e a Procuradoria Geral da República, se quiserem, reformulem alguns pontos na colaboração. O acordo de delação premiada está sob sigilo e prevê o pagamento de R$ 800 milhões de multa.
Desde a última sexta-feira, pré-candidatos a prefeito e a vereador podem lançar na internet campanhas de financiamento coletivo para arrecadar recursos visando às eleições municipais deste ano. No entanto, apesar da previsão legal, partidos e candidatos devem postergar o financiamento coletivo por causa do novo coronavírus. Qualquer pessoa pode abrir um financiamento coletivo para arrecadar recursos para a campanha eleitoral. Os recursos só serão repassados depois que a candidatura for registrada na Justiça Eleitoral, com CNPJ e conta própria. Caso não o façam, o dinheiro é devolvido para os doadores. O limite para doação por pessoa é de R$ 1.064 por dia. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições de 2018 os candidatos arrecadaram R$ 20 milhões por meio dos financiamentos coletivos. O candidato que mais arrecadou foi Fernando Haddad (PT), com R$ 1,5 milhão. O TSE já homologou 14 empresas que podem ofere-
cer a plataforma para os pré-candidatos nas eleições municipais deste ano. Outras oito estão em processo de análise. Até a publicação deste texto, havia 339 campanhas de arrecadação lançadas em todo o Brasil, conforme levantamento feito nos sites aceitos pelo TSE. Cinquenta e nove delas estão em Minas. O total arrecadado pelos pré-candidatos do Estado é de R$ 2.472. O pré-candidato que mais arrecadou até agora é André Ferreira (PSB), com R$ 1.180. Aluno do RenovaBR, ele quer ser vereador em Divinópolis. O candidato do Novo à Prefeitura de Belo Horizonte, Rodrigo Paiva, lançou o financiamento coletivo e arrecadou R$ 200 até agora. Apesar da existência de algumas campanhas de financiamento coletivo, elas ainda não estão estruturadas a nível partidário. Com a pandemia, as legendas afirmam que estão focando o combate ao coronavírus. (Pedro Augusto Figueiredo)
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Política
TEL: (31) 2101-3915 Editor: Ricardo Correa ricardo.correa@otempo.com.br e-mail: politica@otempo.com.br twitter: http://twitter.com/OTEMPOpolitica Atendimento ao assinante: 2101-3838
7 TRF-6 adiado I
Foi adiada para a primeira semana de julho a apreciação do projeto que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) em Minas Gerais. O relator do texto, Fábio Ramalho (MDB), pediu ontem a retirada do texto de pauta por conta da visão de uma derrota iminente na Casa.
7 TRF-6 adiado II
Ramalho mudou a redação do projeto para deixar claro que os deputados iriam aprovar agora a implantação do TRF-6, mas com a instalação em 2021. Mas muitos líderes se mostraram contrários a votar remotamente um texto que não tem qualquer relação com a pandemia da Covid-19.
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Crise fiscal. Estado não vai conseguir repassar R$ 770 milhões dos duodécimos para os Poderes no prazo
“Não há dinheiro para pagar todo mundo”, afirma secretário Encontro pode definir a data de pagamento dos servidores de Minas ¬ LUCAS HENRIQUE GOMES E THAÍS MOTA
¬ O governo do Estado não
tem previsão de pagamento dos salários dos servidores que ainda não receberam o mês de abril. A situação é tão crítica que os duodécimos para os outros Poderes, totalizando R$ 770 milhões que deveriam ser transferidos até hoje, não serão repassados no prazo. “Não há dinheiro para pagar todo mundo. Portanto, alguém não vai receber”, sintetiza o secretário geral do Estado, Mateus Simões. Amanhã, está agendada uma reunião com os representantes de todos os Poderes para discutir a situação. Do encontro, pode até sair a data de pagamento do restante do funcionalismo – os servidores da saúde e da segurança receberam integralmente no último dia 15. “O governador está aguardando a reunião com os Poderes para poder fazer a escala do pagamento. Sem a conversa com os Poderes, não é possível se falar em escala de pagamento neste momento. A reunião será decisiva para a formação da escala. Imagino que tenhamos uma data depois da reunião”, afirmou Simões. “O governo já admite que não há dinheiro para fazer os dois pagamentos (salários do Executivo e duodécimos) integrais no mês. Pagar integralmente a folha do Executivo e os duodécimos é impossível por uma questão matemática. Esse dinheiro não existe”, completou o secretário geral do Estado. Na última sexta-feira, o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, explicou em coletiva a situação fiscal de Minas Gerais. Em maio, a previsão é que a arrecadação caia 40%. Com isso, na ponta do lápis, faltariam
GIL LEONARDI /IMPRENSA MG
R$ 1,2 bilhão para o governo honrar todos os pagamentos previstos para o mês. O saldo nas contas do Estado até o dia 14 de maio era de R$ 2,6 bilhões, e a receita líquida a realizar até o fim do mês é de R$ 752 milhões. Já as despesas somavam R$ 4,6 bilhões. E, para junho, o rombo acumulado deve ultrapassar R$ 3,2 bilhões, conforme estimativas da Secretaria de Estado da Fazenda. Reação. Os dados foram apresentados por Barbosa, na coletiva convocada pelo governador Romeu Zema para responder à Assembleia sobre o projeto que prevê crime de responsabilidade em caso de atrasos ou parcelamento dos duodécimos. Após a repercussão da medida, alguns deputados protocolaram um requerimento junto à Casa pedindo a “anulação do referido trecho” que aprovou a medida, sob alegação de que o substitutivo aprovado não foi lido na íntegra pelo relator. Assinam o documento, os deputados Sargento Rodrigues (PTB), Heli Grilo (PSL), Coronel Sandro (PSL), Delegada Scheilla (PSL), João Vítor Xavier (Cidadania), Oswaldo Lopes (PSD), Cleitinho Azevedo (Cidadania), João Leite (PSDB) e Bruno Engler (PRTB). Ainda que a medida seja vetada ou a votação seja anulada, a Constituição Estadual, no artigo 162, parágrafo 2º, diz que “são vedados a retenção, a restrição ao repasse e o emprego dos recursos atribuídos aos órgãos mencionados no caput do artigo sob pena de crime de responsabilidade”.
Destinação Verba. Barbosa mostrou na coletiva todo o recurso que o Estado dispõe de receita vinculada, ou seja, dinheiro que não pode ser utilizado para quitar salários. “Apesar de estar no caixa, o governo não tem acesso a esse recurso”, disse o secretário.
Quitação do 13º 0 Esforço. De acordo com o secretário geral de Minas Gerais, Mateus Simões, o governador Romeu Zema (Novo) já autorizou o pagamento do 13º salário para 17% do funcionalismo que ainda não recebeu a bonificação natalina do ano passado. 0 Prazo. A Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag), entretanto, não informou a data do pagamento.
Prazo. Simões acredita que reunião com os Poderes pode definir a data de pagamento dos servidores
Frases “Não há dinheiro para pagar todo mundo. Portanto, alguém não vai receber. Ou fazemos um esforço conjunto ou obviamente alguém vai ficar mais sacrificado. Até aqui, o sacrifício foi o parcelamento dos salários dos servidores do Executivo. Não temos condição de manter. Então alguém vai ficar sem receber. Pode ser uma proporção de todo mundo? Pode.”
Caminhos
Parcelamento, reformas e novas receitas seriam as soluções O secretário geral Mateus Simões (Novo) falou sobre as expectativas para a reunião de amanhã e chegou a apontar alguns caminhos para resolver o problema. Ele afirma, entretanto, que não é mais o momento de apresentar o cenário atual, já que os Poderes estão “carecas de saber” qual é a situação do Estado.
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“Neste momento, o que temos que discutir é: ou teremos que fazer parcelamentos, diferimentos, reduções de pagamento; ou teremos que buscar receitas extraordinárias; ou teremos que promover reformas estruturantes. Receitas extraordinárias o Executivo não vê mais de onde tirar neste momento, pode ser que os Poderes veGIL LEONARDI /IMPRENSA MG
“O Estado está fazendo o pagamento das contas que ele tinha em atraso exatamente por perceber que estamos chegando a um ponto de inviabilidade financeira. Estamos fazendo igual qualquer pessoa que está em débito: trocando as dívidas mais antigas e tentando saldar.” Mateus Simões
SECRETÁRIO GERAL DO ESTADO
0 Saldo. Segundo o Estado, em março, 47 mil servidores que tinham direito a receber de R$ 2.501 a R$ 3.000 tiveram o pagamento quitado. Dessa forma, 83% já receberam o benefício.
Zema vai se encontrar com os representantes dos outros Poderes
jam. Seria ótimo”, afirmou. Sobre as reformas estruturantes, Simões disse que podem ser a solução, embora não resolvam o problema deste mês. “Mas, como estamos falando de um problema que vai durar meses, talvez seja uma solução. Vamos ver o que cada Poder traz para a mesa e, diante do que trouxerem, qual é a solução matemática para o problema. Não é mais um problema político a essa altura, neste momento ele é matemático”, ponderou. “Então, nós teremos de fazer um sacrifício que pode ser parcial em tudo, integral em um dos repasses. Como é que vai ser? Pra isso tem a reunião com os Poderes. Até aqui, o sacrifício veio sendo sempre com o pagamento dos servidores do Executivo. O que mudou? Não vamos dar conta de pagar dentro do mês. Isso muda completamente a situação”, completou Simões. (LHG)
O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020 | 13
POLĂ?TICA
PF no Rio. Diretor Executivo da corporação afirma que Ramagem tratava da troca da chefia antes de ser nomeado
Delegado diz ter sido sondado em 2019 Oliveira quis ser reinquirido, mudou versĂŁoe citou reuniĂŁo com Bolsonaro ÂŹ BRASĂ?LIA. O diretor executi-
vo da PolĂcia Federal, Carlos Henrique Oliveira de Souza, disse em novo depoimento, ontem, que o diretor geral da AgĂŞncia Brasileira de InteligĂŞncia (Abin), Alexandre Ramagem, jĂĄ tratava da troca da chefia da superintendĂŞncia da PF no Rio antes de ser nomeado para a Diretoria Geral da Corporação. O comando do ĂłrgĂŁo no Rio estĂĄ no centro do inquĂŠrito que apura se o presidente Bolsonaro tentou interferir na PF para proteger sua famĂlia e aliados. Oliveira era o superintendente no Rio e assumiu recentemente a Diretoria Executiva, segundo cargo na hierarquia da PF. Ele prestou depoimento na semana passada, mas pediu para ser reinquirido. Na primeira oitiva, questionado
REPRODUCAO / PF
se havia sondado para o cargo que ocupa atualmente, ele disse que nĂŁo. Ontem, afirmou que, “na verdadeâ€?, foi procurado por Ramagem em 27 de abril, o qual lhe perguntou se aceitaria ser o Diretor Executivo em sua gestĂŁo. Oliveira afirmou ter aceitado o convite. Ramagem foi nomeado no dia seguinte por Bolsonaro, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou o ato por indĂcios de desvio de finalidade. A troca do comando na superintendĂŞncia ĂŠ alvo de polĂŞmica desde agosto, quando Bolsonaro fez a primeira investida por mudança. Oliveira narrou tambĂŠm outro episĂłdio nĂŁo citado no primeiro depoimento. Disse que, no segundo semestre de 2019, Ramagem o chamou para uma reuniĂŁo com Bolsonaro no Planalto. Na ĂŠpoca, ele chefiava a PF em Pernambuco e era cotado para o cargo no Rio. O encontro foi fora dos padrĂľes, uma vez que nem o entĂŁo diretor geral da PF MaurĂcio Valeixo nem o
Furna da Onça
Bolsonaro cobra provas de ex-aliado O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ontem que o empresĂĄrio Paulo Marinho, seu ex-aliado, terĂĄ que provar a acusação que fez de suposto vazamento de uma investigação da PF ao senador FlĂĄvio Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho. “Ele vai ter que provar quem foi o delegado que teria dito para um assessor do meu filhoâ€?, disse em entrevista ao jornalista Magno Martins, do Blog do Magno. “NĂŁo e assim, nĂŁo. VocĂŞ estĂĄ mexendo com a honra das pessoasâ€?, afirmou. Bolsonaro negou que a operação Furna da Onça tenha sido adiada para nĂŁo prejudicar sua eleição, lembrando que a decisĂŁo foi dos investigadores.
7 Depoimento. Delegado mudou versĂŁo em nova oitiva na sede da PolĂcia Federal em BrasĂlia, ontem
entĂŁo ministro da Justiça Sergio Moro, compareceram. Ele contou que Bolsonaro fez uma explanação de sua trajetĂłria. Questionado se o mandatĂĄrio fez algum questionamento sobre investigaçþes no Rio, Oliveira disse que nĂŁo e que nenhum objetivo especĂfico para a audiĂŞncia foi citado por ele. FURNA DA ONÇA. Os investiga-
dores perguntaram sobre o possĂvel vazamento da Ope-
ração Furna da Onça, denunciado pelo empresĂĄrio Paulo Marinho. No contexto desse assunto, perguntado se saberia de algum policial que seria prĂłximo da famĂlia Bolsonaro, Oliveira citou o delegado MĂĄrcio Derenne. Ele relatou que Derenne, atualmente a serviço da Interpol, no exterior, seria prĂłximo dos filhos do presidente. (Renato onofre e FĂĄbio Fabrini/Folhapress)
Frases “Ele vai ter que provar quem foi o delegado que teria dito para um assessor do meu filho.â€? “NĂŁo e assim, nĂŁo. VocĂŞ estĂĄ mexendo com a honra das pessoas.â€? Jair Bolsonaro
BRASĂ?LIA.
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14 | O TEMPO BELO HORIZONTE | QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020
Editorial
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O.PINIAO
O BEM PÚBLICO O mundo começa a avançar no sentido de produzir uma vacina contra o coronavírus. Os bons resultados dos testes iniciais da vacina genética nos EUA animaram mercados e pesquisadores. Em outro caso, na China, os testes em humanos estão em estágio avançado. Em todo o mundo, a eficácia de mais de cem medicações está sendo avaliada. Mas a cura chegará para todos? Para garantir que sim, líderes de governo e autoridades sanitárias reunidos na assembleia virtual da Organização Mundial da Saúde (OMS) fizeram o apelo que vacinas contra a Covid-19 sejam consideradas “bem público”. Assim, mesmo países sem dinheiro para investir no campo científico poderão ter acesso a um bem tão caro. A empresa de biotecnologia Moderna gastou mais de US$ 580 milhões (algo em torno de R$ 3,3 bilhões) no desenvolvimento da vacina genética anunciada nesta semana. E o governo norte-americano garantiu a compra de pelo menos 300 milhões de doses. A China, por sua vez, aplicou US$ 2 bilhões (mais de R$ 16 bilhões) nos esforços contra a pandemia. Somas muito além do esforço da maioria das nações. No Brasil, por exemplo, o Ministério da Ciência e Tecnologia disponibilizou R$ 100 milhões para pesquisa no início da pandemia e outros R$ 352 milhões após a Marcha para a Ciência, do dia 7 de maio. São de se louvarem os esforços desenvolvidos no país, inclusive em Minas Gerais, para participar dos estudos diante de uma desigualdade de condições tão acentuada. Infelizmente, a defesa da vacina como “bem público” sofre objeções na OMS, alvo de desconfiança e ameaças de cortes de recursos. Diante de um cenário de cerca de 5 milhões de infectados e mais de 300 mil mortes, criar obstáculos para que a cura esteja disponível a todos não é só injusto, mas um ato contra a própria vida.
FUNDADOR PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE DIRETOR EXECUTIVO
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OPINIÃO
Duke
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OBSERVATÓRIO DAS ELEIÇÕES 2020 DOS EUA
MARIZE SCHONS Socióloga e professora dos cursos de relações internacionais e direito do Ibmec BH
Caso eleito, o que muda na agenda de política externa de Trump? Isolacionismo, intervenção e a questão chinesa
O
momento de consolidação da agenda de política externa no debate presidencial norte-americano ocorreu no início do século XX, quando os EUA passaram a comandar a maior economia industrial do mundo. Durante a década de 40, a crescente retórica pró-guerra de Roosevelt (Partido Democrata) ganhou apoio popular, e a ala isolacionista do Partido Republicano existente na época perdeu sua influência política. Após a derrota do senador Robert Taft (isolacionista republicano) em 1952 e a partir da emergência da Guerra Fria, tanto republicanos quanto democratas apostaram no investimento do complexo industrial-militar e em posições intervencionistas no plano internacional, apesar das sucessivas promessas de paz durante campanhas. Assim como Barack Obama, Donald Trump conquistou as eleições presidenciais dizendo que colocaria um fim nas “guerras sem fim” das quais os EUA estavam envolvidos no plano internacional. Porém, diferentemente do seu antecessor, Trump propôs um isolacionismo que, de certa forma, lembrava a tradicional agenda do Partido Republicano. Paradoxalmente, também se comprometeu a combater o terrorismo internacional e de expandir gradualmente o contingente militar.
Com o fim do seu primeiro mandato e em um contexto de reeleição, a posição da política externa de Trump continua indefinida, apesar de diferente de Obama em alguns aspectos. E essa diferença não se refere apenas à retirada do acordo nuclear do Irã. Quanto ao Afega-
Após anos de disputa comercial, críticas públicas aos chineses e apoio a Hong Kong, a epidemia acirrou ainda mais as relações entre os EUA e a China nistão, Trump conseguiu assinar um acordo de paz com o Talibã no começo de 2020 e prevê a retirada das tropas até 2021. Contudo, o cronograma não exclui a continuidade (mesmo que reduzida) da presença da inteligência norteamericana no país, tendo em vista que essa atuação contempla um dos maiores interesses da agenda de política externa do presidente Trump: o combate ao Estado Islâmico (EI). Contudo, apesar das promessas em relação ao combate ao terrorismo e dos apelos internacionais por mais envolvimento norte-americano, Trump se mantém ambíguo em relação a uma inter-
venção significativa na Síria e no Líbano, demonstrando pouca disposição para se envolver em conflitos no Oriente Médio. Esse posicionamento sofre críticas de seus próprios correligionários que consideram que o isolamento norte-americano fortalece a Rússia, a Turquia e o EI. O cenário para 2021 promete maior turbulência no âmbito internacional, principalmente, envolvendo a China. Após anos de disputa comercial, críticas públicas aos chineses e apoio a Hong Kong, a epidemia do coronavírus acirrou ainda mais as relações entre os dois países, a ponto de Trump prometer cortar completamente as relações com a China. Esse é um cenário improvável, mas é possível, caso haja a reeleição, que o republicano promova uma política mais rígida em relação ao país asiático em comparação ao que seria a proposta democrata. Por outro lado, a estratégia do adversário é convencer que Trump é fraco diante o seu maior concorrente geopolítico, afirmando que o presidente “conversa muito e age pouco”. Entretanto, apesar de qualquer antagonismo político, Trump permanecerá, caso eleito, com o mesmo dilema em relação ao isolacionismo e à intervenção, pois, mesmo que em 1930 os EUA já comandassem a maior economia do mundo, ainda não tinham a influência militar e diplomática que hoje possuem.
O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020 | 15
OPINIÃO
x entre
aspas
“A previsão é que façamos 30 mil testes por milhão (de habitantes).” Jackson Machado Pinto
“Infelizmente, errei. Gostaria de pedir perdão a todos os prejudicados.” Fernando Collor
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE (BH)
EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Acerca de programa de testagem rápida
Sobre o confisco da poupança em 1990
Thiago Camargo
Trabalho, diálogo e compromisso com a vida
Advogado; sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos
Não temos tempo a perder
T
emos assistido nos últimos anos uma crescente radicalização de setores da sociedade. O fenômeno, de natureza aparentemente global, tem sido observado no Brasil de uma maneira até certo ponto surpreendente. A ideologia extremada cega as pessoas dificulta a tomada de decisões e tem influenciado enormemente o governo do atual presidente da República. No primeiro ano de mandato, independentemente de discordâncias, ideologias e opiniões que cada brasileiro possa ter em relação ao governo, tínhamos algum rumo, e o núcleo ministerial parecia relativa-
mente estruturado e comprometido com um projeto liberal na economia. Apesar das frases e dos comportamentos irresponsáveis do presidente e de sua família, da existência de alguns ministros sem qualquer preparo para o cargo e de resultados ainda incipientes na economia, era inegável que havia muita esperança, ainda que misturada a certo ceticismo e uma boa dose de preocupação com os rumos do país. Sempre foi necessário que o presidente rompesse com a radicalização e cessasse com as falas autoritárias. Sempre foi e é imprescindível dialogar, governar para todos e en-
tender que o Brasil é um país complexo, no qual federalismo, presidencialismo e sistema eleitoral com representação proporcional convivem num sistema de pesos e contrapesos, próprio das democracias liberais representativas. A limitação ao poder do presidente – e de todos os governantes – é natural, saudável e parte essencial do sistema político a que estamos submetidos. A pandemia agravou muito a situação e suas consequências. A troca de ministros, as ofensas gratuitas, a falta de coordenação política e o choque com o Poder Judiciário e com os demais entes federados impactaram
Luiz Antônio F. Paulino
Equilíbrio ao lidar com a pandemia
sobremaneira o governo, no momento em que mais precisávamos de liderança, coordenação e capacidade decisória. Os danos são reais e profundos. Os perigos de uma convulsão social e de desorganização da economia aumentam de maneira preocupante. Nada do que acontece na democracia brasileira é muito diferente do restante dos países e segue as mais bem-sucedidas democracias representativas do mundo. Aperfeiçoamentos são, obviamente, necessários, mas a saudade de um passado que nunca existiu é uma grande ilusão. As experiências autoritárias já
Tempo de sincronia e sinergia
Médico
A dimensão humana
O
período da epidemia Covid-19 é algo absolutamente desafiador. Vivemos todos numa expectativa de adoecer, um pânico generalizado. O distanciamento social, até pelo nome, já demonstra que é uma medida alienadora e cada vez mais alimentada pelas manchetes diárias – aterrorizantes. Em verdade, apesar de ser uma doença potencialmente grave, a mortalidade não é muito elevada e não há motivo para pânico. A morte é destino certo para todos. Algumas de suas causas são tão banais que nos acostumamos a elas: mortes no trânsito (mais de 40 mil ao ano) ou por dengue, zika e outros flagelos esquecidos e massificados. O que diferencia a atual epidemia é sua globalização, são as manchetes que alardeiam seu crescimento nos diversos cantos do mundo. Não nos esqueçamos de que no Brasil, por sua dimensão continental, estamos em situação relativamente boa em comparação com paí-
ses superdesenvolvidos e com estrutura hospitalar maior. Não podemos desconsiderar o risco, mas é preciso que todos eles sejam considerados. A sociedade funciona ao modo de um organismo vivo. A divisão de tarefas é sua base e, qual uma engrenagem complexa e integrada, ela precisa girar, senão perece. A interdependência é a norma, não a exceção. Embora muitos saibam, é preciso lembrar que a economia, apesar de lidar com números, é uma ciência humana, e não há motivo para vergonha de, nesse contexto, considerarmos os impactos de todas as medidas adotadas na saúde da economia. O isolamento acaba por gerar a paralisação de um sem-número de atividades e se torna um motivo de extrema privação para aqueles que trabalham por produção, sem vínculos estabelecidos, ou mesmo para aquelas empresas que se inserem no universo mais afetado. A repercussão disso nas pessoas é grave – para se ter uma
demonstraram à exaustão os desastres que causaram – e ainda causam – aos países, às sociedades e aos cidadãos. Não é hora para aventuras. Não existe caminho que não seja dentro dos cânones da democracia representativa, da garantia dos direitos individuais e da normalidade institucional. Só iremos superar os desafios atuais com muito trabalho, diálogo e compromisso com a vida, dentro de uma sociedade aberta, plural, democrática e para todos. Ainda temos tempo para salvar muitas vidas. Não temos tempo a perder.
Amauri Meireles Ex-comandante da Região Metropolitana de BH e coronel veterano da PMMG
A saúde do Estado
ideia, nos últimos 45 dias o cartório de Venda Nova, em Belo Horizonte, registrou apenas quarto mortes por Covid, e, no mesmo período, oito suicídios. As formas de transmissão da doença são conhecidas. Uso de máscara e a correta higiene pessoal – posto que o vírus também habita o trato gastrointestinal – são as armas que temos. Cada um tem que se responsabilizar por sua segurança e saber que, se não aderir aos cuidados, se expõe ao risco de morrer. Os municípios tiveram tempo para se preparar, adequando suas estruturas de saúde. Assim, é preciso que o retorno ao trabalho ocorra, de forma planejada, impedindo principalmente que nos meios de transporte ocorra superlotação. Que possamos todos superar o momento e entender que a dignidade não se encontra na reclusão em nossas casas; está na coragem de enfrentar mais uma doença, dando a ela o devido peso específico e usando as armas preventivas de que dispomos.
V
ive-se uma crise mundial, em razão da pandemia da Covid-19. Vários países, proativamente, já pensam em como será a vida após este terrível desastre. Por aqui, o pensamento positivo se altera de “nas piores crises surgem as melhores oportunidades” para “nas crises surgem as melhores oportunidades para crises piores”. Prevalece aquele comportamento rasteiro de um pôr e outro tirar, um elogiar e outro criticar. Vigora a máxima inversa de que interesses grupais são maiores que interesses nacionais. Como alguns integrantes dos Três Poderes, políticos de carreira ou os que devem a carreira a políticos, são tão insensíveis? Não se preocupam com o bem-estar social, mas priorizam interesses de seus respectivos grupelhos? Nestes tempos de pandemia, não dão a mínima ao sofrimento de quem está interna-
do, à angústia de quem não pode ver o parente sob cuidados médico-hospitalares ou, ainda, à dor de quem nem mesmo pode enterrar seu ente querido? São as modernas vivandeiras? Aquelas que, antigamente, acompanhavam e ajudavam soldados em marcha, vendendo-lhes bebidas e comestíveis? Que passaram a pernoitar em dormitórios, vendendo seus corpos aos soldados? Que, atualmente, políticos em pele de bondosos, querem destruir o soldado? Interesses escusos ou radicalismo ideológico? É tempo de dar um basta na conspiração, é chegado o momento de conjuração. Tempo de sintonia, sincronia e sinergia. Hora de mitigar pandemias e radicalismos. Hora propícia a correções de rumo, à busca de oportunidades de interesse comum, a um grande movimento sinérgico, a uma necessária reflexão. Em relação à Covid-19, inicialmente prio-
rizou-se o microfoco, a saúde do povo brasileiro. Após análises objetivas, surgem recomendações de que, sem abandonar a prioridade ao microfoco, urge um trabalho nacional voltado para um macrofoco: a saúde do Estado brasileiro. Convém minimizar divergências quanto aos caminhos a percorrer, para que o fim seja um só: impedir que o Estado brasileiro adoeça, não apenas no aspecto médico, mas também, nos campos econômico político, psicossocial, científico e tecnológico. Que nosso país ressurja desse desastre mais fortalecido, incrementando práticas de ética, honestidade, cidadania, nacionalismo, de união. Quem alavancará essa transformação somos nós, que devemos levar nossas aspirações aos verdadeiros políticos, que são o veículo, não o boleeiro.
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Política cultural Secretário Leônidas Oliveira anuncia medidas emergenciais para incentivar a cultura e o turismo no Estado
Construção coletiva SECULT/DIVULGAÇÃO
¬ BRUNO MATEUS ¬ O Secretário de Estado de Cul-
tura e Turismo de Minas Gerais (Secult), Leônidas Oliveira, anunciou, em entrevista exclusiva ao Magazine, que a pasta vai lançar um pacote de medidas emergenciais para auxiliar profissionais dos dois setores em tempos de pandemia. Desde a formação até o fomento da cadeia produtiva da arte e do turismo, a Secult aposta em editais, cursos de capacitação, estudos de conjuntura e a criação de um centro de operações, em local a ser definido, para concentrar as articulações. Algumas ações já entram em vigor na semana que vem, como o lançamento de um edital no valor de R$ 2,5 milhões para a realização de lives com artistas apresentando seus trabalhos nas mais diversas expressões. “A verdade sobre esse projeto é que ele é uma construção coletiva e já está acontecendo. O que estou fazendo como poder público é organizar as demandas e impulsioná-las”, ele diz. Abaixo, Oliveira fala, entre outros assuntos, sobre parcerias para implementar as ações, comenta as dificuldades em se trabalhar com orçamentos reduzidos e o motivo pelo qual aceitou o convite de Romeu Zema para chefiar a Secult.
ENTREVISTA Na próxima semana, o senhor vai lançar um pacote de medidas emergenciais para dar aporte aos setores da cultura e do turismo em tempos de pandemia. Como foi a elaboração do projeto? Esse projeto nasceu a partir das conversas que tenho mantido com a classe artística, com o Fórum de Cultura. Fiz reuniões com várias entidades, coletivos que estavam fazendo trabalhos de atendimentos emergenciais aos artistas. O objetivo é dar assistência, neste primeiro momento da crise da Covid-19, ao público do circo, aos artistas, aos guias de turismo... É bom frisar que essa ideia já estava acontecendo com os coletivos da cultura e as associações de turismo. Quais serão as ações? Vamos lançar, na próxima semana, um edital no valor de R$ 2,5 milhões para premiar artistas. É um edital emergencial da Secult. Vamos pagar mil lives de R$ 2.500 para bandas, artistas de todo o Estado, desde circos, violeiros, artesãos, en-
também na próxima semana. Estamos buscando patrocínios e parceiros também na iniciativa privada, colocando nossa estrutura à disposição, abrindo editais. A ideia é que a gente junte forças, a coisa estava muito desconectada. Posso te afirmar que temos mais de 20 parceiros. Junto com os Conselhos de cultura e turismo, buscamos parceiros na iniciativa privada, estamos conseguindo adesão. São vários parceiros, não vou nem citar porque não lembro de todos, mas vários estão abraçando o projeto. Já conseguimos 15 mil cestas básicas. Acredito que até segunda-feira (25) vamos ter tudo isso montado. No turismo, nossa equipe está debruçada no protocolo de abertura. São 1.600 guias turísticos, e estamos elaborando políticas para essa retomada.
fim, todo o espectro da cultura, para que eles possam apresentar seus trabalhos. Acredito que é um pontapé. Estamos montando um centro de operações em parceria com o Mineirão, pela Minas Arena, e várias outras empresas da cidade e fazedores de cultura, artistas, para realizarmos outras 200 lives. Ainda não sabemos se esse centro vai funcionar no próprio Mineirão ou na Serraria Souza Pinto, mas ele será usado para auxiliar o projeto, articular doações, centralizar as operações. Na próxima semana, já pretendemos lançar esse local central nessa articulação para ajudar os dois setores nesse momento dificultoso. Em outro momento, vamos fazer um edital de manutenção de espaços culturais, pontos de cultura. Já estamos trabalhando nesse mapeamento e na simplificação do edital. Conseguimos a liberação de R$ 19 milhões do Fundo Estadual de Cultura e, paralelo a isso, vamos lançar outro edital na próxima semana. Será disponibilizada uma linha de crédito para o turismo? Sim. E também vamos levar formação, sobretudo para essa cadeia produtiva, para que eles possam entender melhor a linha de crédito de R$ 5 bilhões que foi disponibilizada pelo governo federal. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai estar conosco nessa empreitada, ensinando as pessoas como acessar os fundos. O momento é realmente de emergência, e é obrigação do Estado intervir nessa situação. Reunimos parte dessas demandas da sociedade civil e começamos a estruturar um programa de governo com três objetivos. (O primeiro é) atender emergencialmente, junto com as demais secretarias do Estado e junto com a sociedade civil, para
“
Mesmo em um tempo difícil, fiquei animado. Se a gente puder conversar com todo mundo, a gente constrói.
”
criar um movimento de assistência de alimentação. Num segundo momento teremos a capacitação – estamos desenvolvendo plataformas de formação com universidades para oferecer cursos para os dois setores. E, depois que tivermos essa questão emergencial equalizada, começaremos a estudar especificamente procedimentos para a abertura gradual do turismo e da cultura. Como viabilizar essas medidas tendo um cenário de cortes de orçamentos no Estado e um caixa que
enfrenta sérias dificuldades? O diálogo e a busca de parcerias é a receita para todos os momentos. Ouvir as pessoas também é muito importante. Quando 70% do povo está falando a mesma coisa, é hora de intervir para atender, e o diálogo tem que ser uma constante nessas parcerias com artistas, empresas, coletivos, ONGs e municípios. Para essas medidas, temos mais de 20 parceiros, entre secretarias, a Minas Arena, a Cruz Vermelha, a UFMG, que trabalhou junto com a UFRJ na plataforma de cursos de formação, que deve ser lançada
Em tempos de crise e com os cofres do Estado em extrema dificuldade de investimentos, por que o senhor aceitou o convite do governador Romeu Zema para chefiar a cultura e o turismo de Minas? Quando cheguei a BH, na pandemia, as pessoas e vários coletivos começaram a me chamar para conversar. Quando fui conversar com o governo, o Paulo Brant me disse que o diálogo da Secult com todos os setores seria amplo e aberto, ele disse que eu poderia conversar e escutar todo mundo. Mesmo em um tempo difícil, fiquei animado. Se a gente puder conversar com todo mundo, a gente constrói. Tenho uma paixão profunda por Minas Gerais, fui diretor do Museu Histórico Abílio Barreto, sou do interior, sei que o interior precisa da presença do governo. Não é segredo que o Estado está em recuperação, mas existem mecanismos conquistados ao longo do tempo, como o Fundo Estadual de Cultura. O governador tem essa sensibilidade, ele sabe e me disse que as áreas mais afetadas foram o turismo e a cultura. Não vi nenhuma coisa dentro do governo que não fosse objetiva e técnica, pensando nos resultados, além da possibilidade de ter uma conversa ampla com a sociedade e fazer parcerias sem discriminação ideológica. É uma honra para a minha alma e o meu coração poder contribuir nesse momento. E ter um ministro mineiro em uma das áreas ajuda muito na construção de parcerias. Leia a entrevista completa em www.otempo.com.br
O TEMPO BELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020 | 17
MAGAZINE
#ficaadica
Astrologia Previsões por OSCAR QUIROGA quiroga@astrologiareal.com.br
A PREGUIÇA DE PENSAR Data estelar: Sol ingressa em Gêmeos, Vênus e Netuno em quadratura; Lua míngua em Touro.
N
unca o conhecimento esteve tão disponível a tão massiva quantidade de pessoas e, por isso mesmo, nunca ficou tão clara e evidente a preguiça que o ser humano tem de construir uma percepção clara e lúcida da realidade. Ler, investigar, questionar os próprios questionamentos: se isso fosse levado a sério como tarefas importantes do dia a dia, não teríamos chegado a este momento, em que a verdade foi relativizada, a transformando em ponto de vista, e achando normal que um pensamento distorcido seja considerado uma verdade objetiva. Tu podes fazer isso e receberás o apoio de milhares de pessoas cuja modernidade da relativização da verdade se baseia na preguiça de pensar, mas, não sabem distinguir uma opinião de uma verdade objetiva.
Áries (21/3 a 20/4)
Opte por tomar decisões objetivas e práticas, para se contrapor às fantasias que as pessoas tentam fazer passar por verdades. Você precisará se posicionar no lugar da resistência, para evitar trapalhadas e problemas.
Touro (21/4 a 20/5)
Mantenha o leme firme e coloque em prática suas iniciativas. Tenha em mente que tudo isso terá de acontecer num cenário no qual a maioria das pessoas anda muito desorientada. É tentativa e erro, o velho sistema. Gêmeos (21/5 a 20/6)
O momento atual exige muito de você. Afinal, é tudo muito novo, e as articulações que você usaria em outros tempos não se aplicariam bem agora. Ou, se aplicadas, não dariam bons resultados. Continue tentando. Câncer (21/6 a 21/7)
Nada pode ser mais importante do que seguir em frente, apesar dos pesares e da torcida contrária. Não é hora de tentar agradar ninguém, mas de seguir a orientação que a voz interior oferece, no meio de tantas vozes.
Leão(22/7 a 22/8)
A colaboração entre as pessoas é fundamental. Mas ela não dará as caras naturalmente. Precisará ser elaborada, desenvolvida e consolidada perante os acontecimentos, e como efeito da força de vontade.
Virgem (23/8 a 22/9)
O que era antes, não é mais. A perspectiva que se abre não é de diminuição, mas de diversificação de seus interesses. Porém, isso não acontecerá por inércia, você a terá de arrancar da teoria.
Libra (23/9 a 22/10)
Você não saberá antecipadamente se as suas tentativas serão bem ou malsucedidas, isso advirá da própria experiência. Por isso, se faz necessária uma dose de ousadia inusitada, uma que você preferiria não adotar.
Escorpião (23/10 a 21/11)
Antes de colocar em prática suas iniciativas e intenções, meça o impacto que essas causariam nas pessoas com que você desenvolve relacionamentos significativos. Assim, você ganhará equilíbrio e harmonia. Sagitário (22/11 a 21/12)
Esperar racionalidade das pessoas não seria sábio de sua parte, porque você se decepcionaria. É hora de se dispor a ajudar, dentro do possível, para amenizar as trapalhadas que acontecerem. Capricórnio (22/12 a 20/1)
Não importa quão difíceis pareçam as tarefas que você precisa cumprir nem a pouca ou nenhuma boa vontade que elas infundirem em você. O que importa é que você cumpra essas tarefas e nada mais.
Aquário (21/1 a 19/2)
Agradar ou não agradar, esse é um dilema que, apesar de atual e natural, acabaria obscurecendo as decisões que você precisa tomar. Infelizmente, não há como saber por antecipado o resultado das decisões. Só na prática.
Peixes (20/2 a 20/3)
Chegar até aqui é um sinal de vitória. Observe todos os passos que você deu, os bem-sucedidos e também os fracassos, porque tudo se compõe num cenário maior, com sua alma conectada ao universo.
EDU VIANA/MULTISHOW
Papo sobre concerto A pianista Celina Szrvinski é a convidada de hoje da live “Dando Corda”, da Orquestra Sesiminas Musicoop. Na transmissão, Celina vai trazer discussões acerca do tema “Formação de público para a música de concerto”. A live tem apresentação do maestro Marco Antônio Maia Drumond e começa às 21h30, no Instagram @orquestrasesiminasmusicoop.
Live do Grupo Galpão
Estreia no Multishow
O Grupo Galpão também entrou na onda das lives. A primeira transmissão ao vivo acontecerá hoje no perfil @grupogalpao, no Instagram, a partir das 19h. Na live, o diretor Marcio Abreu e o ator do Galpão, Eduardo Moreira, vão falar sobre o espetáculo “Nós” – primeira parceria do diretor com o grupo – e também sobre a situação da arte neste período.
Tom Cavalcante e Fabiana Karla retornam hoje ao Multishow na segunda temporada do seriado de humor “Dra. Darci”. Entre as novidades da história está a chegada de personagens inéditos no elenco, interpretados por Lucas Veloso e Cridemar Aquino. “Dra. Darci” vai ao ar no Multishow de segunda a sexta-feira, às 22h30.
Cruzadas diretas
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Raposa. Clube ainda não recebeu todos os resultados dos exames realizados e precisou mudar a programação
Cruzeiro adia volta aos treinos na Toca II BRUNO HADDAD/CRUZEIRO - 18.5.2020
¬ DA REDAÇÃO ¬ O Cruzeiro in-
formou na noite de ontem que ainda não recebeu todos os testes de detecção do coronavírus realizados em seus atletas no início desta semana. Com isso, o clube adiou o retorno aos treinos, que estava programado inicialmente para acontecer hoje. A primeira leva de testes, aplicada na última sexta (15), não teve nenhum caso positivo detectado. Ao todo, 55 pessoas foram testadas, dentre funcionários, comissão técnica e demais colaboradores. Os testes ainda sem todos os resultados prontos foram realizados na última segunda-feira com um grupo de 42 pessoas, dentre elas todo o elenco da Raposa. O Cruzeiro precisa dos resultados para avaliar e programar a retomada às atividades. “O Cruzeiro informa que ainda não recebeu todos os
Duke
resultados dos testes do Covid-19, feitos pelos atletas e comissão técnica. Desta forma, a previsão é de que os treinos sejam retomados na manhã da próxima quintafeira, na Toca 2, atendendo a todos os protocolos de prevenção”, explicou o clube em nota na noite de ontem.
Série B
Raposa terá seis pontos a menos ¬ DA REDAÇÃO ¬ O Cruzeiro viu o seu dra-
RETOMADA. Algumas diretri-
zes serão seguidas na tentativa de preservar a segurança dos atletas quando os trabalhos recomeçarem. Em entrevista à rádio Super 91,7 FM, o preparador físico do clube, Edy Carlos, detalhou a situação. “Dividremos os atletas em quatro grupos por horário. Creio que cada semana será uma semana. Para esta, dividimos em grupos e por setores específicos, por exemplo, defesa com defesa, ataque com ataque. Isso para pensar em um trabalho mais geral que possa abarcar todos os atletas e cumprindo o protocolo”, apontou ele.
Comissão técnica está tomando todo o cuidado para evitar o risco de contaminação pelo coronavírus
www.dukechargista.com.br
Bastidores Reforço. O Cruzeiro busca um lateral-direito e tem Daniel Guedes, do Goiás, no radar. Mas a diretoria do clube estrelado tem tido cautela na negociação e espera o julgamento do atleta em um caso de doping no ano passado para saber se pode ou não avançar no negócio.
O caso. O lateral de 26 anos foi flagrado em maio de 2019 e deu positivo para a substância higenamina. Ele foi suspenso pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e chegou a pedir contraprova, mas o segundo exame testou mais uma vez a substância. O julgamento não tem data.
ma aumentar na noite de ontem. O clube vai começar a Série B do Campeonato Brasileiro com seis pontos a menos na tabela de classificação. A perda de pontos é resultado de uma punição da Fifa pelo fato de a diretoria celeste não ter quitado uma dívida de R$ 6 milhões junto ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, pela negociação do volante Denilson. Na noite de ontem, o clube soltaria uma nota explicando toda a situação. Leia no www.otempo.com.br. A punição torna ainda mais complicado o processo de reconstrução do Cruzeiro e sua luta para retornar à elite do Campeonato Brasileiro na próxima temporada. Esta não era a única pendência na Fifa. O clube deve ainda cerca de R$ 4 milhões do zagueiro Kunty Caicedo, ao Independiente Del Valle, do Equador, além de mais R$ 11 milhões do atacante Willian Bigode, com o Zorya, da Ucrânia.
Eleições
Comparação
Com eleições presidenciais em meio à pandemia do novo coronavírus, a comissão eleitoral definiu algumas regras e orientações para os conselheiros para a eleição de amanhã. O pleito vai se estender de 9h às 16h. A eleição será realizada no ginásio do clube do Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Os conselheiros vão entrar pela rua Guajajaras, com saída pela rua Ouro Preto. Cada um vai receber uma caneta e duas cédulas, correspondentes ao votos para presidente e para a mesa diretora do conselho deliberativo do clube estrelado.
O Corinthians enfrenta problemas financeiros e tem dívidas com altos valores. Questionado se a situação do clube se assemelha à do Cruzeiro, que passa por uma gravíssima crise financeira, o presidente do clube paulista, Andrés Sanchez, disse que os cenários não se comparam, em entrevista ao portal Uol Esporte. “Não são comparáveis. Aconteceram coisas absurdas no Cruzeiro, coisas que estão sendo investigadas. Aqui o problema é que gastou mais e arrecadou menos. Faltou dinheiro. Os títulos não dão um tempo de paz”, disse ele.
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SUPER.FC
Mascarados na Cidade do Galo PEDRO SOUZA/AGÊNCIA GALO
Atlético. Atletas do clube já chegaram de uniforme e foram separados em grupos de cinco para manter o isolamento ¬ THIAGO
NOGUEIRA
¬ Divididos em
grupos e separados em horários de uma em uma hora, os jogadores do Atlético voltaram aos treinos na manhã de ontem na Cidade do Galo. A imprensa não teve autorização para entrar no centro de treinamento. Da porta de entrada, foi possível observar a chegada do primeiro grupo, com atletas do setor defensivo: o goleiro Victor, o zagueiro Igor Rabello e os laterais Guga e Guilherme Arana. O dia marcou o retorno aos treinamentos esportivos dois meses depois da interrupção das atividades devido à pandemia do novo coronavírus. Os jogadores chegaram já com o uniforme de treinamento para trabalhos físicos. Como é comum em uma pré-temporada, os treinamentos técnicos e táticos deverão ocorrer nos próximos dias. Para voltar ao CT, o Atlético aplicou testes de Covid-19 em atletas e funcionários e todos apresentaram resultados negativos. Neste primeiro momento, o elenco alvinegro foi dividido em cinco grupos. Na chegada ao CT, o goleiro Rafael celebrou o retorno aos
O zagueiro Gabriel foi um dos primeiros a aparecer no centro de treinamento para a retomada dos treinos
treinamentos. “Estava com saudades. Estou feliz de estar voltando a treinar, esperamos que dê tudo certo e fico feliz que o Atlético está cumprindo tudo para voltarmos aos treinos com a maior segurança possível. Já estamos vindo trocados, não vamos usar as áreas comuns (do CT) e eles passaram uma cartilha bem grande de procedimentos e condutas que temos que ter”, destacou. Não há uma definição sobre quando as competições irão recomeçar. O Atlético é o terceiro colocado do Campeonato Mineiro. Restam duas rodadas para concluir a primeira fase. Eliminado nas copas do Brasil e Sul-Americana, o Galo tem ainda o Campeonato Brasileiro a disputar, embora a competição também não tenha perspectiva para começar.
Distanciamento
Protocolo foi seguido à risca para evitar contaminação ¬ O Atlético adotou todos os protocolos médicos para evitar o risco de contaminação do novo coronavírus. Os jogadores fizeram atividades físicas no campo 1, com acompanhamento individualizado. Será mantido o distanciamento recomendado e os atletas já chegarão uniformizados para o treino, assim, eles não irão utilizar as dependências internas do centro de treinamento. Cerca de 120 pessoas, entre atletas, comissão técnica e funcionários fizeram testes de Covid-19, mas todos de-
ram negativo. Foram realizados dois tipos de exames. O primeiro, por meio da análise de secreção do nariz e garganta, verificou se havia a presença do vírus no organismo. O segundo, feito a partir de análise sanguínea, verificou se alguém já teve contato e seu curso, verificando a presença de anticorpos no organismo. Antes dos testes, a Cidade do Galo passou por uma desinfecção ambiental, para eliminar micro-organismos patogênicos, como bactérias, ácaros, fungos e vírus. (TN)
JOÃO GODINHO
Bar do Peixe perto de fechar as portas prio Mineirão, o tradicional Bar do Peixe, na alameda das Palmeiras, bem ao lado do estádio, foi colocado à venda e pode fechar as portas. O local faz parte da história belo-horizontina, ponto de encontro para resenhas de boleiros e “esquentas”
Clubes podem ser responsabilizados se o jogador pegar ¬ Alguns times de futebol já começam a retomar os treinamentos mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. Qual a responsabilidade dos clubes ao tomar a decisão de voltar às atividades? Quais os direitos dos atletas que, por ventura, forem contaminados pela Covid-19? O advogado e professor Davidson Malacco, especialista em direito trabalhista e esportivo, explica que é de responsabilidade da entidade desportiva tomar todas a medidas sanitárias de prevenção da doença. “Essa doença pode responsabilizar o empregador caso ele não tenha tomado as medidas de segurança sanitárias adequadas. O clube tem que manter a assistência porque está na Lei Pelé”. ex-
plica o especialista. Os clubes estão retomando os treinamentos com autorização das autoridades de saúde, respeitando os protocolos indicados, como evitar aglomeração, evitar ambientes fechados, uso de máscaras, disponibilização de álcool em gel e, principalmente, de testes. Se no decorrer de treinos e na retomada dos jogos, um atleta contrair o vírus, ele deve ser colocado em quarentena. O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que a Covid-19 é um acidente de trabalho. Em caso de sequelas por conta da doença ou até morte, além do seguro de vida contratado, os familiares podem acionar a Justiça do Trabalho e exigir danos morais e materiais. (TN)
Curtinhas
Surpresa
¬ THIAGO NOGUEIRA ¬ Mais antigo do que o pró-
Coronavírus
pré-jogos no Gigante. O bar, fundado por Geraldo Leal em 1953, foi aberto 12 anos do Gigante da Pampulha, inaugurado em 1965. Uma série de situações comerciais, agravadas pela crise do coronavírus, levou o proprietário Ely Leal, filho de Geraldo, a decidir encerrar o negócio.
Local é um tradicional ponto de encontro de torcedores em BH
Três positivos na Premier League
Solidariedade em campo
A Premier League anunciou que seis pessoas de três clubes testaram positivo para a Covid-19 durante os 748 exames realizados no domingo e na segunda-feira. A liga manterá em sigilo o nome das pessoas e disse que elas ficarão completamente isoladas até se recuperarem. Ainda não há data prevista para o retorno do Inglês.
Real Madrid, Bayern de Munique e Internazionale anunciaram ontem que organizarão a “Copa Europeia de Solidariedade”, um torneio beneficente em 2021. As três equipes vão se enfrentar em um triangular, jogando em seus respectivos estádios, e a arrecadação sendo revertida para hospitais e outros estabelecimentos.
Alerta. Advogado diz que clubes podem ser responsabilizados se atleta se contaminar. Página 23
SUPER.FC
Página 23 VVVV otempo.com.br
O TEMPO BELO HORIZONTE QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2020 TEL: (31) 2101-3921
Galo já está de volta aos treinos no CT.
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CARTAS NA MESA
CRISTIANE MATTOS - 18.12.2019
LÉO FONTES - 20.12.2019
ELEIÇÕES NO CRUZEIRO
Candidato à presidência do Cruzeiro, Ronaldo Granata participa de live às17h na rádio Super 91,7 FM
Sérgio Rodrigues, que também concorre à vaga, participa da live às 13h na rádio Super 91,7 FM
¬ DA REDAÇÃO ¬ A rádio Super 91,7 FM vai receber os
dois candidatos à presidência do Cruzeiro hoje, véspera das eleições no clube. Sérgio Santos Rodrigues e Ronaldo Granata participarão para falar de suas propostas e expectativas para o pleito do clube estrelado. Sérgio, da chapa “Centenário”, participará de live no programa Super FC 1ª edi-
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LOTERIA
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Lotomania
Dupla Sena
concurso 2.080
1º sorteio
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2º sorteio
04 13 20 26 44 46
ÍNDICE
u Caderno A
Coronavírus Aparte
ção, às 13h. Ele foi da candidatura oposta a Wagner Pires em 2017 e retorna para o pleito no clube. Aos 37 anos, é advogado e já atuou dentro da Raposa como assessor jurídico da presidência, superintendente de gestão e estratégia, superintendente de negócios internacionais e superintendente de futebol. Já Granata, da chapa “Cruzeiro Primeiro”, estará na live no Super FC 2ª edição,
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Política Opinião
às 17h. O candidato, de 46 anos, esteve na chapa de Wagner Pires de Sá na eleição de 2017, mas rompeu com o ex-presidente ainda em dezembro daquele ano. O agropecuarista seguiu como segundo vice-presidente na gestão de Wagner, renunciando no fim do ano passado. O eleito ficará no clube para um mandato-tampão, até dezembro. Os candidatos
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Lotofácil
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Federal
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Magazine Super FC
vão comentar sobre propostas a serem implementadas caso eleitos, sobre o momento delicado da Raposa, expectativas para a eleição e diversos outros assuntos. Os torcedores que quiserem participar podem enviar perguntas pelo telefone (31) 9-8810-0917, por meio do aplicativo de WhatsApp, ou pelas redes sociais do jornal O TEMPO e da rádio Super 91,7 FM.
u Caderno
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Mega Sena 07
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Atendimento ao assinante Capital e Grande BH 2101-3838 Interior 0800-703-4001
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O TEMPO publica diariamente o resultado das loterias. Fique atento ao número do sorteio. * Até o fechamento desta edição, a Caixa não havia divulgado o resultado do sorteio.