ANO 4 MARÇO / ABRIL 2011 - Nº 10
Subsídio Religioso • Jornal O TRANSCENDENTE • Serv. Missão Jovem, 1079 • Florianópolis • SC • 88020-001 • Fone: (48) 3222.9572
Olá, Educador e Educadora do Brasil. Que alegria inaugurarmos um novo ano e, cheios de vontade, retomarmos as atividades pedagógicas. Temos muito por fazer! Por isso, cabe aqui uma motivação: Planeta terra, nossa terra mãe! Enquanto deste lado do planeta, no Brasil, vivemos a estação do verão rumo ao outono, do outro lado do planeta, no Japão, acontecem os prenúncios da primavera. Tudo está em constante movimento no Planeta Terra, nossa terra mãe! É uma alegria só, tanto cá, quanto lá!
eados de fevereiro, M os ventos frios da
Sibéria desaparecem, um forte vento vindo do sudoeste chamado Haru-ichiban, ou o primeiro vento da primavera, brisa sobre a paisagem de Fukushima, no Japão, anunciando o fim do inverno. Nos dias seguintes com a floração das cerejeiras (sakura), as pessoas sentem o real início da primavera. O tempo de floração é especialmente acolhido pelo povo japonês que não se cansa de contemplar as flores, fazer arranjos e obras de arte inspirados nelas. As flores das árvores começam a brotar e as montanhas a recuperar suas cores quentes naturais. A neve, no Monte Azuma-Kofuji, próximo a cidade de Fukushima, começa a derreter e um desenho aparece lembrando orelhas de lebre, que os japoneses tomam como um sinal promissor para começar o ano da agricultura.
Continuemos imaginando.... viajando... Março, o primeiro mês da primavera, também marca o final do ano letivo e o final do ano fiscal para o governo japonês. Escolas de toda a província Fukushima realizam as cerimônias de graduação. Porém, antes das cerimônias, estudantes do terceiro ano das escolas secundárias, juniores e seniores, realizam exames de admissão para colégios e universidades.
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Abril, para muitos japoneses, é um mês para assumir novas responsabilidades e formalmente entrar na sociedade. Acontecem cerimônias de entrada em escolas e empresas, bem como mudanças pessoais são feitas neste momento. Como flores da primavera, os calouros começam um novo tempo, sob a orientação dos veteranos. Abril e maio, para a agricultura e outras atividades de cultivo, é época de colheita. Pessegueiros, pereiras e macieiras estão em plena floração, e, nas zonas rurais, as pessoas vão para os campos para iniciar a plantação do arroz.
Enquanto isso, no Brasil... Os meses de fevereiro e março marcam a estação do verão rumo ao outono. É um tempo muito concorrido, quando, datas importantes são festejadas, dentre elas a Páscoa, em abril. A Páscoa é a maior Festa dos Cristãos. Devido a elevada temperatura, as pessoas ficam mais tempo fora de suas casas: nas praias, nos campos, nos ambientes coletivos abertos, divertindo-se ou trabalhando. Também em nosso continente é tempo de plantar e de colher. A terra é generosa, as chuvas são abundantes, o ar é quente e a semente é fértil. Nas escolas, florescem esperanças, surgem novos sonhos e novas promessas de vida. Educadores preparam-se para mais uma jornada, conscientes da sua missão, enquanto as famílias levam seus filhos para a Escola, entregando-os aos cuidados dos professores, como quem entrega uma jóia para um rei, uma rainha. É neste momento que se estabelece uma profunda relação de confiança e parceria:
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E todos precisam uns dos outros para cumprir sua missão, atingir suas metas, e conquistar seus sonhos. A escola é, antes de tudo, mais do que uma empresa ou um negócio, é espaço onde que se promove vida; é local que une e valoriza as pessoas pelos seus talentos, conhecimentos e anseios de desenvolvimento. Ao chegar na escola, cada um traz um pouco de si e, com certeza, ao sair, leva muito mais do que trouxe. Amigo(a) professor(a), vamos iniciar bem este novo tempo. Comece seu trabalho com confiança e com muita humildade, afinal, no processo de ensino-aprendizagem, não são somente os alunos que aprendem, mas, também você, enquanto educador(a), pois tudo na vida muda, e está sempre em constante movimento, assim como “aqui e também no Japão”. O planeta gira e, lembre-se sempre... noite lá, dia aqui, dia aqui, noite lá...!
COMEÇANDO BEM O ANO ESCOLAR Comece o ano conversando com seus alunos sobre: movimentos, mudanças, transformações. Leve para a sala de aula folhas verdes, folhas secas e sementes, e fale da vida que está em cada um desses elementos, como, também, em cada um de nós. É preciso plantar para colher. Então: • O que estamos fazendo aqui? • Onde queremos chegar?
a escola precisa dos professores e dos alunos;
os professores precisam da escola e dos alunos; • os alunos, por sua vez, precisam da escola e dos seus professores.
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lá, Professor (a) A religião Xintoísta está inserida no dia a dia do povo japonês. Eles vivem sua espiritualidade em todos os momentos da vida, tendo como princípio o zelo pelas suas crenças e comunhão com a natureza.
É importante que nossas crianças conheçam esta cultura milenar e saibam conviver bem com essa religiosidade e aprendam as dádivas e amor para com a natureza. Além do que, vários ritos praticados pelo povo japonês, bem como alguns dos seus costumes, estão inseridos também na cultura brasileira. Vamos conhecer melhor!
1. Observe esta imagem em que quatro crianças, de etnias diferentes, frequentam a mesma sala de aula. Dê um nome para cada criança e escreva sobre quais etnias cada uma delas pertence:
2. Observe as imagens abaixo, reflita e complete as quadrinhas:
A. Issao é um menino muito especial. Ele mora com seu pai e sua mãe próximo ao Monte Fuji, a montanha mais
alta e símbolo do Japão. Para os xintoístas, as montanhas são sagradas, por isso, diante dela, Issao reza e pede às divindades que habitam as montanhas, bênçãos para:
B. Jiro gosta de jogar ping-pong e comer sushi. Ele também gosta de pescar. Depois de ter pescado, Jiro eleva preces aos kamis - seres divinos do rio. Jiro pede para não faltar comida em sua casa e também...
C. Ryu é amigo de Issao e Jiro. Eles estudam na mesma escola.
No Japão, as árvores, assim como todas as coisas da natureza, são consideradas sagradas. Diante de uma árvore, Ryu contempla e faz orações aos seres divinos que nela habitam. Ryu convida você para escrever uma bonita oração pelo meio ambiente.
D. Naoto, Issao, Jiro e Ryu gostam muito de brincar na chuva, mas eles sabem que a chuva e os trovões são sagrados, por isso, sempre que chove, depois de brincar, eles contemplam a natureza. Naoto faz sua meditação diante da chuva e pede aos kamis pelas crianças do mundo inteiro. Elabore, de acordo com sua religiosidade, uma linda prece pelas crianças que passam fome e não têm onde morar.
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aber lidar com as diferenças é saber se relacionar com a realidade que nos cerca. Não somos únicos neste mundo. Precisamos uns dos outros e temos muito a aprender com todos.
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Faça uma pesquisa e busque conhecer melhor os valores ensinados pela sua religião. Escreva sobre eles e compartilhe sua pesquisa com seus colegas de turma nas aulas de Ensino Religioso.
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P
rofessor, professora,
A cultura japonesa é rica em artes que alcançam o mundo todo. No Brasil, conhecemos muitas destas técnicas que são usadas, inclusive como práticas terapêuticas, uma vez que trabalham todas as dimensões da pessoa humana: física, psíquica e espiritual. Vamos conhecer algumas técnicas japonesas!
O Origami tradicional é praticado desde o Período Edo (1603-1897) - um período de divisão da história do Japão. Trata-se de uma arte tradicional japonesa de dobrar o papel criando determinados seres ou objetos com dobras geométricas sem cortar ou colar. Geralmente parte-se de um pedaço de papel quadrado cujas faces podem ser de cores ou estampas diferentes O Conta a história que Sadako Sasaki, uma garota japonesa que foi vítima da bomba atômica (lançada em 1945), ouviu de uma amiga que foi visitá-la no hospital que quem fizesse dobraduras de mil garças - Tsuru – ave símbolo do Japão, teria direito a um desejo. Sadako, então, passou a fazer diariamente um origami de Tsuru. Porém, antes que alcançasse o número desejado, veio a falecer (1955). Sadako conseguiu fazer 646 garças de papel e, após sua morte, seus amigos fizeram mais 354, para que ela fosse enterrada com as mil garças. Seus amigos ergueram ainda um monumento em sua homenagem com a frase: “Este é o nosso grito, esta é a nossa oração, Paz na terra!”.
Assim como os amigos de Sadako, faça origamis de Tsuru e distribua-os aos seus amigos com desejo de paz e saúde!
Os kanji ou ideogramas foram criados na China há mais de 3500 anos. No início, não passavam de desenhos que, com o tempo, foram esquematizados em imagens pictográficas – cenas figuradas por símbolos complexos. Há diversas teorias sobre como e quando os kanji foram introduzidos no Japão. O mais provável é que os japoneses tenham conhecido os kanji, já evoluídos até os formatos atuais, por volta do século IV a V, e os tenham adaptados para transcrever a sua língua, criando leituras próprias. Dessa forma, um único kanji possui várias leituras. O kanji mais usado é o , que significa “vida, nascimento, vigor, pureza”. Por se tratar de representação gráfica de idéias, existem milhares de kanji, porém, como são combinações de dois ou mais caracteres básicos, não são letras tão difíceis. Por exemplo: os radicais que representam o elemento semântico do kanji, basicamente são em torno de 250 ou pouco mais. Alguns exemplos:
a) Complete as frases a seguir incluindo ideogramas que correspondam às palavras sugeridas: constrói. Só o é uma dádiva de Deus. A todos os dias e viva melhor. Beba B) Crie outras frases e use os ideogramas de acordo com a sua criatividade.
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Haikai é uma forma poética, de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo, na primeira e na última, cinco caracteres japoneses (isto é, sílabas), e sete caracteres na segunda linha. Em japonês, Haikai são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical; em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo. O principal haicaísta foi Matsuô Bashô (1644-1694), que se dedicou a fazer desse tipo de poesia prática espiritual.
Veja o exemplo de Haikai escrito pelo poeta Shuhei Uetsuka (1876-1935), em sua primeira produção, momentos antes de chegar ao Brasil como imigrante no porto de Santos. A nau imigrante chegando: vê-se lá do alto a cascata seca. a) Inspirado (a) neste poema elabore seu próprio Haikai com o tema amor!
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aros alunos, É chegado um novo ano e, com ele, renovam-se nossos sonhos, nossos planos e nossa vontade de fazer o melhor. Vamos aproveitar esta energia positiva e, de fato, planejar um ano especial, afinal, você é o protagonista da sua própria história e responsável por construir um mundo melhor para todos. Já pensou nisto?
Nesta edição de OT, o tema trabalhado faz com que “viajemos” até o Japão e aprendamos, de modo simples, um pouco sobre o povo japonês, sua cultura milenar e cheia de mística. Vamos “viajar” com o texto abaixo que narra uma curiosa história mitológica sobre o povo da Terra do Sol Nascente.
Em seguida, o casal divino fez descer um enorme pilar até aquela ilha. Aquele pilar possuía significado mágico, e o kami Izanagui convidou a companheira Izanami a girar-se em torno do mastro, enquanto ele girava em sentido oposto. Depois da primeira volta encontraram-se, puderam ver seus corpos e se admiraram mutuamente. Daquele feliz acasalamento entre os deuses Izanagui e Izanami, nasceram: as demais ilhas que formam o Japão, os espíritos majestosos da terra, do mar, das estações, dos ventos, das árvores, das montanhas, dos pântanos e do fogo.
“Imagine um lugar onde existiam apenas o mar e algumas formas indefinidas”. Acima desse lugar, havia o Takama-no-hara, ou a “Alta Planície do Céu”, onde habitavam os kami (deuses). Foi passeando por uma ponte celestial que um casal de kami olhou para baixo e viu aquele lugar. Os dois ficaram curiosos e mergulharam uma lança no mar que, ao ser retirada, respingou algumas gotas d’água. A primeira gota dessa água salgada coagulou-se, formando a primeira ilha do Japão, Ono-goro-jima.
1. Trabalhando com os elementos da natureza
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ob a ótica da mitologia, o texto sugere o surgimento das ilhas do Japão e, também, dos espíritos que habitam os elementos naturais: ar, água, terra e fogo. Para os ocidentais, esta forma de crer parece fantasiosa, porém, é por meio do mistério da fé que as pessoas constroem e mantém suas religiões.
• A partir dos conhecimentos que você tem sobre a sua cultura religiosa, elabore um texto literário a exemplo do texto acima, abordando a origem das coisas.
• Em folha A4, escreva os nomes dos elementos da natureza apresentados no texto.
2. Fazendo um pedido
É
comum entre os xintoístas a confecção de “emas”, que são oferendas votivas ilustradas que podem ser encontradas nos centros religiosos do Japão. Trata-se de pequenos cartões, em pergaminho ou papel vegetal, onde as pessoas escrevem seus pedidos aos deuses, ou frases de sabedoria, e penduram em lugares de visibilidade. Após o pedido ter sido atendido, as emas podem ser queimadas, ritualmente, simbolizando que o pedido foi atendido.
• Embora seja da religiosidade japonesa, a tradição das emas pode
ser usada por todas as pessoas, com respeito, como sinal de valorização cultural e de interculturalidade.
• Nas emas os jovens pedem para passar nas provas e até para alcançar graças de saúde para a família.
• Para cada nome associe um desenho, conforme sua criatividade, e • Confeccione sua ema e, juntamente com seus colegas de turma, escreva frases sobre a preservação ambiental a partir do elemento desenhado.
• Os textos e desenhos poderão ser apresentados para toda a turma e expostos em varal literário no pátio da escola.
dediquem um momento especial para a apresentação das produções.
• O (a) professor (a) pode realizar um momento de congraçamento
entre a turma e pedir que cada um confeccione sua ema com frases de sabedoria. Em seguida, promover a troca desses cartões entre os alunos.
“Quando o vento do leste sopra. Permite que ele espalhe tua fragrância Ó, flores de ameixeira. Embora teu mestre tenha partido,não esqueças a primavera.” (Michizane) As ameixeiras auspiciosas
O Santuário de Dazaifu, no Japão, é famoso por suas ameixeiras. As Ameixeiras, ou ume, têm sido um motivo popular na poesia japonesa desde o século VIII. Junto com o bambu e o pinho, as ameixas são usadas durante a celebração de ocasiões especiais. Responda: Em sua religião, qual símbolo da natureza é tratado como sinal de bons presságios?
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