O Transcendente - No.3

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ANO I - Nº 3 OUTUBRO/NOVEMBRO - 2007

O Transcendente • Av. Hercílio Luz, 1079 • Florianópolis • SC • 88020-001 • Fone: (48) 3222-9572 • www.otranscendente.com.br

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Meus caros amigos e amigas, Quero me dirigir sobretudo aos professores e professoras de Ensino Religioso, a quem queremos ajudar em sua árdua missão. Esta é última edição de 2007 do jornal O TRANSCENDENTE e, por ser a última, podemos nos considerar vitoriosos e firmes na esperança de continuarmos no próximo ano com mais eficiência. O trabalho não foi fácil, mas muito nos ajudou o incentivo dos coordenadores de Ensino Religioso das prefeituras e dos mais de cinco mil professores e professoras que nos prestigiaram usando este nosso subsídio. Não faltou quem nos escrevesse enviando elogios, incentivos e ótimas sugestões. TESTEMUNHO DO ASSINTEC Ficamos particularmente honrados e fortalecidos com o prestigioso testemunho da Equipe Pedagógica da ASSINTEC, do Paraná, entidade que trabalha para a promoção do Ensino Religioso. Eis as considerações daquela Equipe:

Precisa-se de formação A Equipe da ASSINTEC nos incentivou também a oferecermos conteúdos ligados à ética para serem trabalhados em outras áreas. Sábia a sugestão, pois, se as religiões não levarem à vivência da ética, teriam falido em sua finalidade. A propósito disso, cito uma entrevista que a Tribuna da Imprensa fez com Dalmo Dallari, grande lutador pelos direitos humanos. Entre outras, foi-lhe dirigida a seguinte pergunta: De que forma o senhor define as crises políticas no Brasil de hoje? Dalmo Dallari - “Acho que há carência de um conjunto de fatores, entre eles o componente ético. Há pessoas, situadas nos diversos poderes do governo, que abrem mão de padrões éticos, que são fundamentais na sociedade brasileira, perdendo a vergonha de agir de maneira imoral. Estamos vivendo uma fase de materialismo exacerbado, da supervalorização dos bens materiais, em que as pessoas se preocupam com o ter, com o ganhar..., dando pouco valor à pessoa humana, à sua dignidade e à exigência de justiça nas relações humanas. Verifica-se assim um grave empobrecimento ético da humanidade. Precisamos cultivar mais as idéias e os fundamentos que estão na base da convivência humana”.

O que fazer?

Se esta é a situação, devemos nos perguntar: quem deveria recuperar e fortalecer estes valores tão essenciais e, infelizmente, um tanto esquecidos? Sem dúvida, concluiremos: a família, pois é a primeira e mais importante célula da sociedade. E quem mais? Logo depois vem à mente a escola, pois é aos seus professores, e não só aos do ER, que os pais entregam seus filhos, na certeza de que eles continuarão a sua instrução, oferecendo uma educação e formação integral, fruto de competência,

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APRESENTAÇÃO

“Queremos parabenizar ao senhor Pe. Paulo e sua equipe pela excelente elaboração do Jornal Pedagógico para o Ensino Religioso O TRANSCENDENTE, uma formidável fonte de apoio pedagógico que faltava para as escolas do Brasil. A indicação da bibliografia e a abordagem de temas que tratam do conteúdo específico do Ensino Religioso vêm ao encontro das necessidades dos professores de ER Escolar, bem como os temas ligados à ética podem ser trabalhados na transversalidade não só no ER, mas em outras áreas do conhecimento (...). Como estamos sob a mesma bandeira, que é a promoção do ER, com base no respeito à diversidade cultural religiosa, nós da Equipe Pedagógica da ASSINTEC gostaríamos de compartilhar experiências e, quem sabe, estabelecer parceria”. Assinam: Borres Guiloski - Diná Raquel D. da Costa - Emerli Schlögl Ótimo, amigos da ASSINTEC. Quanto à proposta de estabelecer uma partilha de experiências, é o que mais queremos, e não só com vocês, mas com outras entidades que se interessam pelo assunto. Isso ajudará a todos para avançar nesta empreitada!

Hoje, os ocidentais estão aprendendo com os orientais uma maneira diferente de viver e de ver o mundo. Estamos assimilando muitas de suas virtudes e conceitos, dentre os quais, podemos citar a busca pela harmonia, pelo equilíbrio entre corpo e mente e, especialmente, a arte da meditação. Para nós, isso não se constitui em perda de identidade, mas sim em um enriquecimento mútuo.

Um livro completo e pedagógico que a equipe de “O TRANSCENDENTE” preparou para os professores de Ensino Religioso e seus alunos. Nele estão todas as religiões antigas e atuais previamente corrigidas por representantes das diversas religiões. Indicamos este livro para os educadores e, particularmente, para os professores de Ensino Religioso.

mas, sobretudo, de um grande amor e paixão pela sua nobre missão. Nada melhor se continuarem a fazê-lo juntos. Mas como isso é difícil de acontecer!

Encontro de líderes religiosos Uma notícia que nos interessa muito. De 21 a 23 de outubro, em Nápoles, haverá um grande encontro de líderes religiosos. O encontro tem como slogan «Religiões e culturas: diálogo por um mundo sem violência». Está prevista a presença, entre outros, do Papa Bento XVI, do Patriarca de Constantinopla, o Patriarca de Moscou, representantes do Islamismo, do judaísmo e das grandes religiões asiáticas. Que bom gente! Enquanto as religiões se encontrarem, dialogarem e rezarem juntas, há esperança de que a humanidade se entenda e construa a fraternidade e a paz que todos almejamos. Vamos torcer para que o encontro traga muitos frutos de fraternidade.

Religiosidades orientais Como estão vendo, na edição que têm em mãos, apresentamos as religiosidades de matriz oriental. Uma grande responsabilidade para nós, pois é no enorme continente asiático, de maior índice populacional, que nasceram e se desenvolveram as maiores e mais antigas religiões do mundo. Foi na Ásia que nasceram, entre outros, Buda, Maomé, Confúcio e Jesus Cristo. Todos eles e as religiões por eles fundadas muito contribuíram na construção das mais famosas e milenares civilizações do mundo. Portanto, a todos vocês um bom trabalho e continuem nos enviando suas preciosas sugestões e os trabalhos (concursos) desenvolvidos pelos alunos, que propomos na edição passada. Até após as férias.

O TRANSCENDENTE continua sendo cada vez mais aceito e apreciado por milhares de professores(as) de Ensino Religioso de todo o Brasil. Finalmente, nos escrevem: temos um subsídio que nos ajuda em nossa difícil missão! Infelizmente, somente agora, muitos professores estão descobrindo este novo jornal pedagógico. Diante disso, estamos lançando uma promoção. Os professores que quiserem adquirir as primeiras 4 edições de “O TRANSCENDENTE” de 2007 poderão adquiri-las por somente R$ 10,00. (Obs.: O preço individual da assinatura para 2008 continuará sendo o mesmo do CUPOM da página 11. Aproveite a PROMOÇÃO e realize já a sua assinatura para 2008!) * PROMOÇÃO + ASSINATURA PARA 2008 = R$ 30,00 *

Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13

Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E. Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 - Redatores: Sandro Liesch / Volnei Lazzari Revisor: Mauri Heerdt - Diagramação: Fábio Furtado Leite - Ilustração: Victor Conceição Marketing: Patrícia Hoffelder - Atendimento ao Assinante: Miriângela Paim / Lenir Lazzari e Ediany F. Gomes da Rosa - Financeiro: Jocimare Gomes da Silva

Endereço DO JORNAL “O TRANSCENDENTE”: SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão Jovem PARA CORRESPONDÊNCIA: Cx. Postal 3211 / 88010-970 / Florianópolis / SC FONE: (48) 3222-9572 / FAX-automático: (48) 3222-9967

ASSINATURA ANUAL Ano I - Nº 3 - OUTUBRO/NOVEMBRO - 2007 •Individual: •Assinatura Coletiva (no CUPOM da página 11) •Assinatura de apoio: •Internacional:

R$ 20,00 R$ 35,00 R$ 55,00

Site: www.otranscendente.com.br E-mail: ot@otranscendente.com.br

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O ENSINO RELIGIOSO

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odos nós temos uma certa curiosidade sobre o surgimento da religião, como foi compreendida e vivida pela humanidade, desde a pré-história, até os nossos dias. Em todas as culturas de todos os tempos foram encontrados sinais de religiosidade. No mundo moderno também encontramos a religiosidade presente sob vários aspectos: festas, símbolos, nomes de ruas, de lojas, de cidades...

O religioso subsiste no mundo moderno Muitos acham que religião é coisa do passado, sem sentido para o mundo moderno. Quem pensa assim demonstra pouco conhecimento do ser humano e de sua história. Numa época em que cresce o secularismo e o ateísmo, vemos sinais de que a pessoa humana é religiosa, pois, jamais houve tanta busca de experiências místicas, secretas, mágicas... Em todos os países há grupos de estudos místicos, astrológicos e esotéricos. Todos procuram compreender a vida e o sentido da existência através de explicações filosóficas e religiosas, baseadas nas religiões antigas, em ritos secretos e nas forças misteriosas de crenças milenares. Amuletos, talismãs, duendes, palavras e fórmulas secretas estão virando objetos de consumo. Acontecem congressos mundiais de bruxarias e de feiticeiros... Na Antigüidade era admissível a recorrência ao transcendente e ao sagrado, também porque não existiam meios científicos para solucionar os vários problemas e impasses naturais e humanos. Hoje, a ciência e a tecnologia explicam os principais problemas da sobrevivência humana, mas, mesmo assim, não consegue descartar o sagrado. O século XIX caracterizou-se pela influência de cientistas ateus que descartaram todas as concepções de fé. Para eles, quando surgiu a ciência, a religião não teria mais necessidade de ser. Um exemplo é Albert Einstein. Educado na fé judaica, abandonou o judaísmo e a crença no Deus criador, quando deparou-se com a força escondida no interior da matéria. Porém, quando suas descobertas sobre o átomo foram usadas pelos norte-americanos, para a construção da bomba atômica, ele teve uma grande decepção com a pequenez e a incapacidade que o homem tem em usar as novas tecnologias em favor da vida. Então voltou novamente à fé e a prática religiosa, convicto de que, além da ciência, há um ser superior que pôs em ordem o universo.

A religião é tão antiga quanto a humanidade A arqueologia moderna constata a concepção da transcendência como um dos primeiros sinais da consciência humana. No início da história, a comunicação com o transcendente era feita através da magia. As primeiras ma-

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nifestações mágicas constatadas pelos arqueólogos são as pinturas em paredes de cavernas feitas na era paleolítica. Foi neste período que os seres humanos começaram a viver em grupo. Os estudiosos chamam estes homens paleolíticos de homens “homens mágicos”, isto porque o homem mágico só entende a sua existência enquanto participante de uma infinita cadeia de causas e efeitos que engloba a natureza, o clã, os seres transcendentes e os espíritos. Os objetos, para ele, têm personalidade e significação religiosa e podem desencadear efeitos ameaçadores e destruidores. Para serem protetores, requerem o uso e o respeito a eles devido, e a observância incondicional de todos os tabus que os envolvem. Para haver uma desgraça ou destruição basta que alguém viole algum dos tabus. Em seu livro “Os filhos da terra”, a antropóloga norte-americana Jean M. Auel narra como Ayala, a jovem Cro-magnon, que foi criada por um clã de Neandertal, quebrou o tabu da funda de caça, fazendo uso dela para matar uma fera que estava para atacar um bebê. As mulheres não podiam tocar em qualquer arma. Ayala, desde então, tornou-se morta para o clã. Todos passavam por ela e a ignoravam. A pessoa que violasse um tabu recebia do chefe do clã uma maldição de morte e tinha que abandonar o convívio social para sempre, vagando errante até ser eliminada por uma fera, ou pelas intempéries da natureza. Muitos sinais da mentalidade mágica dos ancestrais são presentes ainda hoje. Citamos o exemplo colhido, há menos de um século, pelo enólogo Hyatt Verril na Guiana Francesa. Um nativo carregava na mão uma lanterna a pilha, sem nunca separar-se dela, não permitindo que alguém a tocasse. Ele observou que os brancos usavam a lanterna e concluiu que se tratava de um objeto mágico protetor.

O espírito dos animais protetores A magia dos clãs foi a primeira tentativa de comunicação com o transcendente. Mas este Transcendente era uma espécie de espírito protetor pessoal. Cada pessoa nascia com seu totem protetor pessoal. Cabia ao feiticeiro do clã descobrir e revelar o totem de cada pessoa, em uma cerimônia onde a criança recebia o nome. O totem era um animal, ou melhor, o espírito de um animal que tinha como dever proteger a pessoa contra os perigos, dar-lhe filhos, e, após a morte, guiálos para o mundo feliz dos espíritos. Caso fosse quebrado algum tabu ou a pessoa ao morrer não fosse sepultada, o espírito poderia se zangar e deixar seu protegido vagando para sempre sem chegar ao mundo transcendente dos espíritos.

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Os seres transcendentes eram identificados como o espírito dos animais por serem estes muito mais poderosos e fortes do que as pessoas. No entanto, não chegavam a ser misteriosos, porque as pessoas viam os animais e até sabiam dominar muitos deles. Os espíritos mais comuns eram dos bisontes, ursos, leões, mamutes e gatos, por serem animais fortes e ágeis. Até hoje, nas religiões dos povos indígenas, podemos constatar o totemismo. A onça, para algumas tribos brasileiras, não é um animal e sim um espírito, um totem. A magia paleolítica não tinha deuses. Tinha somente espíritos. Os totens esculpidos surgem somente na Era Neolítica, transformando-se posteriormente em ídolos. As pessoas, então, já não veneram os espíritos, mas a estátua de pedra, de cerâmica ou madeira. Quando as pessoas deixam de viver em clãs e se organizam em famílias autônomas, não habitando mais em cavernas mas em casas, também os espíritos protetores pessoais se transformam. A deusa–terra, simbolizada pela lua, é a responsável pela vida.

As religiões naturais existem até hoje Quando os totens passam a ser representados por esculturas, temos os ídolos. Depois, com a evolução social, surgem as pequenas imagens portáteis que serviam de amuletos protetores e que se transformam em colossais estátuas de ouro, bronze, prata, madeira ou pedra, passando a habitar em grandes santuários. No mundo, temos muitas destas estátuas como as misteriosas cabeças de pedra da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico. Os índios brasileiros que habitam o Xingu fazem periodicamente a festa do Quarup, na qual veneram a memória dos mortos e facilitam o caminho deles até o sol que é a morada de Maíra, o Deus criador. No Quarup, celebra-se a crença de que Maíra, ao criar os seres humanos, esculpiu-os em troncos durante a noite. Pela manhã o sol iluminou-os e deulhes vida, mas os troncos continuavam enraizados à terra. Maíra os soprou e os ajudou a moverem-se. Então, saíram andando tornando-se homens e mulheres como nós hoje. Esta é a concepção totêmica da origem da vida humana. (continua no próximo número)

1. Enumere alguns sinais de religiosidade nas culturas primitivas. 2. A cultura moderna também apresenta sinais de religiosidade? Quais? 3. Como julgamos o totemismo?

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or ocasião do VI Fórum do Ensino Religioso, promovido pelo CONER-RS, no qual a Equipe do jornal O TRANSCENDENTE esteve presente, entrevistamos o professor e teólogo Henri Fuchs que fez interessantes reflexões a respeito do ER. Repassamos sua sábias reflexões para todos os professores de ER do Brasil. O TRANSCENDENTE: Professor Henri, o senhor disse que o professor de ER precisa “trocar os óculos”, isto é, começar a ver o mundo que o cerca de maneira diferente, ver que à sua frente há uma enorme diversidade de religiosidades, de culturas, enfim, uma inigualável riqueza. Na prática, o que significa “trocar os óculos”?

CONVERSANDO COM O EDUCADOR

professor. Se nós estamos aqui, hoje, para discutir a diversidade, este é o primeiro passo, para muitos, de ter acesso a esta área do conhecimento e até a começar a pensar que a educação que ocorre na escola também precisa contemplar a dimensão religiosa. Mas esta dimensão religiosa sempre esteve na escola. Ela nunca deixou de estar, mas até hoje os alunos não têm uma segurança para dizer o que eles são. Então para que nós possamos descobrir, tirar o que está encobrindo esta identidade do aluno, nós, enquanto professores, precisamos fazer um exercício muito grande para rever o nosso posicionamento, as nossas opções políticas, a nossa forma de entender a escola e a sociedade como um todo. OT: Muitos pais vêem a escola como a única responsável pela educação. Delegam à escola a formação ética, moral e religiosa de seus filhos, inclusive a educação para a diversidade. Neste contexto, como o senhor vê o papel da família?

OT: Após dez anos da aprovação da lei 9394, o ER já fez muitos progressos. O que mais precisa ser feito e qual é o caminho a ser percorrido?

Henri Fuchs: A troca de óculos tem a ver com a forma didática de atuar na educação. A forma com que nós professores fomos formados, nos colocou numa posição de “eu sei o conteúdo, a matéria...”. Hoje, esta “mudança de óculos” nos desafia a começar a pensar assim: “eu tenho os conhecimentos acumulados, construídos, que eu preciso disponibilizar. Justamente estamos na escola para isso”, mas também considerar que o próprio aluno traz o conhecimento junto. Isso significa que nós precisamos aprender a fazer este processo dialógico da construção do conhecimento. OT: E como “trocar estes óculos”? Henri Fuchs: Conversando mais com os alunos sobre as questões pertinentes à educação, à sala de aula, à vida. Dialogando com os demais professores, as direções, a comunidade escolar e com os alunos mesmos, que são o foco da escola. Isto não é tão simples e tão fácil, porque estamos vivenciando um momento em que as pessoas têm cada vez menos tempo e estão menos dispostas e abertas para dialogar. OT: Se a escola pode vir a “matar” a criatividade do aluno, o que a escola e o professor precisam fazer para que o aluno se interesse mais pela aula, pela escola e para que esta seja um ambiente no qual o aluno venha a desenvolver suas potencialidades? Henri Fuchs: Aparentemente a resposta é simples, mas esta simplicidade de resposta não coincide com a profundidade teórica necessária. Aparentemente é simplesmente trocar a forma de compreender a escola, os conteúdos, o papel do professor e do aluno. Agora, o que está por detrás desta opção pedagógica, de fato precisa acontecer na formação do

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famílias trabalham com estes elementos, mas o que está faltando, para nós, é fazer esta ponte entre o aluno, a família e a escola. O ER, para que ele possa de fato ser desenvolvido na escola, precisa iniciar trazendo os pais para perto do professor e da sala de aula, senão o professor de ER não vai conseguir trabalhar, porque os pais têm uma experiência religiosa e exigem que o filho tenha esta como a “única verdade”. Agora, o aluno que nasceu num contexto diverso, plural, ele já capta esta diversidade no cotidiano. A escola precisa provocar este aluno a aprofundar este conhecimento que “está no ar”, que está na sociedade. E neste processo, se não houver uma parceria mais efetiva, mais forte da família com a escola, na área do ER, em especial, nós vamos ter muitos problemas porque nós estamos mexendo com problemas de princípios e as famílias, hoje, têm medo de que seus filhos não sigam os seus princípios.

Henri Fuchs: Nós precisamos entender que, hoje, a configuração familiar é totalmente diferente. Não temos mais aquela “família padrão”. O que temos hoje são vínculos afetivos, e este vínculo afetivo é fundamental para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Infelizmente, devido a esta concepção cartesiana de conhecimento e de sociedade, não se deu muita atenção para a família nestes últimos anos. Na realidade está se dizendo assim: “é a escola quem vai resolver todos os problemas de formação”. Esta concepção não está ajudando a escola, nem a família, muito menos a sociedade como um todo. O desafio, e isso o ER vai fazer, é trabalhar a partir da identidade do aluno. Algumas famílias não têm uma identidade religiosa construída. Pode não tê-la organizada, esquematizada, ritualizada, mas ela tem princípios que a regem: princípios de bem, de justiça, tem aspectos do que é sagrado e do que é profano. O que pode e o que não pode fazer, etc. As

Henri Fuchs: Considerando que a Câmara de Educação Básica incluiu o ER como a décima área do conhecimento somente a partir de 1998, podemos afirmar que, desde então, tivemos muitos avanços. Hoje, praticamente todos os sistemas de ensino trabalham com o ER, com raras exceções devido ao desconhecimento da legislação. O desafio é conseguir avançar na formação dos professores. Nós não temos no Brasil, com raríssimas exceções, uma formação específica para o professor de ER, há praticamente apenas dois estados do país que lidam com esta formação específica. Além disto, devem ser trabalhados melhor a questão da revisão curricular, os eixos temáticos, a organização curricular e os conteúdos. Outro desafio muito grande é a questão da contratação de professores. Nós temos inúmeras situações em que os governos ainda não se “antenaram” para esta área do conhecimento.

PARA DEBATER:

1.

Você concorda com os conteúdos aqui colocados pelo professor Henri Fuchs? Por quê?

2. A seu ver e na opinião dos alunos, a escola precisa “trocar de óculos”?

3.

Sua escola está valorizando o Ensino Religioso?

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lá amigos, tudo bem com vocês?! É muito bom estar novamente com vocês e, nesta nossa última edição deste ano, é um prazer, para mim, poder apresentar o fenômeno religioso de matriz oriental. Para isso, trouxe meu amigo Kenichi, que, em Japonês, significa: sábio. Ele vai percorrer o oriente apresentando um pouco a diversidade e a riqueza religiosa que há neste lado do mundo. Kenichi: Então amigos, vamos começar pela Ín-

dia. Foi ali que surgiu, há milhares de anos, a religião que conhecemos hoje por Hinduísmo.

A História é cíclica

Um aspecto muito comum, não só da Índia, mas de outros lugares do oriente, é a crença de que a história é cíclica (se repete). Para eles, a história está dividida em eras: a Era de Ouro, a Era de Prata, a Era de Cobre e a Era de Ferro. A Era de Ouro é quando tudo é felicidade, conceito um pouco parecido com o “paraíso”. Depois o homem vai afastando-se e chega à Era da Prata, uma era durante a qual as coisas já estão mais difíceis. E assim, até chegar a era Kali Yuga (Era do Ferro), na qual o homem afasta-se totalmente dos valores. Acredita-se que a próxima será a Era de Ouro, na qual todos retornam ao paraíso perdido, mas esse retorno só existirá para aquelas pessoas que se prepararam para esse momento. Para isso, os hindus esforçam-se para evoluir até chegar ao Nirvana, que se dá através de um ciclo de nascimento, vida, morte e renascimento.

JUDAÍSMO

UNIVERSO RELIGIOSO

HINDUÍSMO

CONFUCIONISMO

O Hinduísmo, na verdade, é constituído de muitíssimas tradições culturais e religiosas. Literalmente, Hinduísmo significa “afastado do caminho da violência”. Mas, na Índia, esta religião é chamada de Sanathana Dharma, que significa “Sistema de Leis Eternas”. Trata-se da religião mais antiga do mundo e que não possui um fundador. O Hinduísta acredita num Deus único, que se manifesta de diversas formas, as mais conhecidas são: Brahma, Vishnu e Shiva.

Na China, Confúcio, preocupado com as pessoas que se afastavam dos bens morais e éticos e sendo que não havia mais respeito pelas tradições, tenta resgatar a moral do povo chinês a partir de um princípio filosófico religioso. Nasce assim o Confucionismo. Confúcio disse muitas vezes: “Não faças aos outros o que não queres que façam a ti” - “Encontrar a chave central de nosso ser moral, que nos une à ordem universal, é a verdadeira realização, a mais elevada do homem”.

BUDISMO A Índia é berço também de outras religiões. Siddharta Gautama, um príncipe criado em um palácio totalmente afastado do mundo, sem conhecer a fome, a pobreza, as doenças e o sofrimento, em sua adolescência depara-se com isso e decide partir para o mundo em busca de uma resposta para o seu questionamento: Por que sofremos? Certo dia Siddharta Gautama obtém a tão procurada resposta e passa a ser conhecido como Buda, que significa “aquele que acordou”, traduzido também por “O Iluminado”. Assim surgiu o Budismo. Muitas outras religiões nasceram e se ramificaram a partir do Hinduísmo: Jainismo, Sikhismo, entre muitas outras.

TAOÍSMO Da China vem também o Taoísmo. A busca pela harmonia entre os opostos e a contemplação da natureza é a sua principal característica. Para o Taoísta, o dia precisa da noite, o bem precisa do mal, o amor precisa do ódio. Sem a concepção do mal, jamais se poderá entender e valorizar o bem.

Na região do atual Iraque, havia uma cidade chamada Ur. Ali vivia um homem piedoso chamado Abraão, que, por ordem de Deus, assim está escrito na BíXINTOÍSMO blia, abandona sua terra e se dirige à Canaã, atual Esta religião nasceu no Japão. O Termo Palestina. Deus promete que ele se tornará o pai de um “Shintô” significa “Caminho dos deuses”. Ela está grande povo, o povo Hebreu. Assim nasceu o judaísmo. Desde a Antigüidade, o oriente é um referencial. Nós até usamos intimamente ligada à cultura étnica japonesa, a ponto de ser a religião nacional. a palavra “orientar”, não é mesmo? Os Xintoístas vêem na natureza a expresIsso porque todos os povos primitivos impressionavam-se com o são do sagrado. O sol é visto como fonte de desaparecer do sol e, ansiosamente, esperavam o seu retorno que se dava no horizonte “Leste”, ou seja, no “Oriente”. Esta direção passou a vida e de alegria e o monte Fuji como um santuário natural. O Seicho-No-Iê também nasceu neste país. É uma filosofia que ser conhecida como lugar onde nasce o sol, a luz. A título de curiosidade, os cristãos, antigamente, costumavam rezar combina entre si elementos do budismo e de outras expressões do sagrado de origem oriental. voltados para Belém, para o oriente, onde Jesus nasceu. Construíam templos, cujo altar era posicionado nesta direção. Assim os muçulmanos, ainda hoje, rezam voltados para Meca, para o oriente. Ambos oram nesta direção, em busca de sua “luz”. Ufa!!! Geninho: Nossa, que legal! - Geninho, este é apenas um pequeno esboço, uma pequena demonstração de quanto o Eu vou começar hoje mesmo a praoriente é rico em culturas e expressões do sagrado. ticar a meditação. Isso faz bem para Para as religiões de matriz oriental, o homem, o mundo e a divindade constodos. tituem uma grande rede de energia. A pessoa deve procurar se Bem, queridos amigos, espero sintonizar com Deus e se encontrar com ele. que tenham gostado e aprendido Os “mantras”, fórmulas sagradas recitadas ou cantadas que, muito daquilo que eu trouxe para segundo os adeptos, produzem vibrações que colocam a pessoa em sintonia com a energia presente no universo. vocês neste ano. No ano que Mas, o que mais me impressiona, é o valor que vem tem muito mais. os orientais dão ao exercício da meditação e do recoTchau e até a próxima! lhimento interior, tido como vital para o cultivo da espiritualidade e o desenvolvimento do ser.

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ESPIRITUALIDADES

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ealmente o oriente é fascinante, provocante e intrigante, especialmente para nós ocidentais. Como é impossível abordar tanta diversidade e tantas manifestações do sagrado que provém desta região, o jornal O TRANSCENDENTE traz para vocês, professores e alunos, trechos de alguns textos sagrados que podem ser traduzidos, de certa forma, no modo de ser e de viver de cada pessoa.

Dentro do princípio doutrinal do Taoísmo, o dia precisa da noite, o bem precisa do mal, o amor precisa do ódio. Para o Taoísmo, sem a concepção do mal, jamais se poderá entender e valorizar o bem. Essa característica reflete-se dentro do símbolo do Taoísmo, o T’ ai chi, que simboliza a união dos opostos, pois os opostos não se excluem, mas, se harmonizam, se completam.

DOS OPOSTOS, A UNIÃO

“Os homens nascem suaves e flexíveis; mortos, tornam-se rígidos e inflexíveis”. “As plantas nascem tenras e maleáveis; mortas, tornam-se quebradiças e secas”, “assim, aquele que é rígido e inflexível é um discípulo da morte”, “aquele que é suave e maleável é um discípulo da vida”. “Rigidez e inflexibilidade serão rompidos. Suavidade e flexibilidade prevalecerão” (Tao te Ching).

A Sanatana-dharma, cuja tradução quer dizer “a ordem eterna”, é a mais antiga tradição religiosa do mundo, conhecido no Ocidente como “hinduísmo”. Ela nos traz mensagens de paz, esperança, fé e amor. As Escrituras Sagradas da Índia transmitem o pluri-milenar conhecimento espiritual do mundo. Qualquer um, independente da sua crença religiosa, dele pode beneficiar-se espiritualmente.

O SER SUPREMO Verdadeiramente, não há nada mais puro neste mundo do que o conhecimento do Ser Supremo. Portanto, focalize a sua mente em Mim e deixe a sua inteligência residir apenas em Mim, através da meditação e da contemplação. Desde então, você certamente Me alcançará. (Bhagavad-gita 12.08) O fogo intenso da devoção por Deus queima todos os Karmas, purifica e ilumina a mente e o intelecto, como a luz do sol ilumina a Terra (Bhagavata Maha Purana 11.03.40). Quando percebemos o Ser Supremo em todas as pessoas, então não se odeia, e nem se ofende a ninguém (Isavasya Upanisadd 060).

A paz eterna faz parte daqueles que percebem a existência de Deus dentro de todos como espírito (Katha Upanisadd 5.13). Aqueles que têm uma experiência transcendental tornam-se perfeitos (Rigveda 1.164.39). Tudo se torna conhecido quando o Ser Supremo é escutado, refletido, meditado, visto e conhecido (Brihadaranyaka Upanisadd 4.05.06). Conduz-me da irrealidade para a Realidade Conduz-me das trevas para a Luz Conduz-me da morte para a Imortalidade. Om Paz, Paz, Paz ! (Brihadaranyáka Upanishadd, 1.3.28)

O Alcorão é a palavra de Allah, revelada a Mohammad nos seus últimos vinte e três anos da vida. Os versículos e as suratas revelados em Mecca abrangem as normas da crença em Allah, enquanto que os que foram revelados em Madina dizem respeito aos rituais e à jurisprudência.

AL FÁTIHA – A ABERTURA Em nome de Allah, o Clemente, o misericordioso. Louvado seja Allah, Senhor do Universo, o Clemente, o Misericordioso, Soberano do Dia do Juízo.

Só a Ti adoramos e só de Ti imploramos ajuda! Guia-nos à seta reta, à senda dos que agraciaste, não à dos abominados, nem à dos extraviados. (1ª Surata)

Entre os ensinamentos de Jesus, destacamos as “Bem-aventuranças”, consideradas a Carta Magna do Cristianismo. Ela mostra o caminho, indicado por Jesus, para a verdadeira felicidade, pois a verdadeira alegria é uma conquista, que não pode ser obtida sem uma luta longa e difícil. O próprio Gandhi considerava as “Bem-aventuranças” como uma das páginas mais bonitas e sábias já escritas.

AS BEM AVENTURANÇAS Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Felizes os aflitos, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.

Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu. (Mateus 5, 1-12)

Fundado pelo guru Nanak Dev, o Sikhismo tem como livro sagrado o Granth Sahib, este também é considerado um guru. Ele é constituído por uma seqüência de hinos compostos pelos primeiros grandes gurus do Sikhismo.

UMA VIDA DE BONDADE E DE PUREZA Ame os santos de todas as fés: Jogue fora seu orgulho. Lembre-se da essência da religião:

É submissão e simpatia, não roupas finas, Não a vestimenta ou as cinzas que cobrem o Yogi, Não o soprar cornetas

Não o raspar a cabeça, Não longas orações, Não recitações e torturas,

Não o caminho asceta, mas uma vida de bondade e pureza, entre as tentações do mundo. (Guru Nanak Dev)

O (a) professor (a) distribui esta página para os alunos. Em silêncio, cada aluno anote: Em seguida, em círculo, criando um ambiente de profunda reflexão, o(a) professor (a) organiza a partilha de sentimentos sugeridos pelos trechos apresentados das diversas religiões. Permitir que todos se expressem.

• as citações que mais lhe chamaram a atenção, • o porquê de sua escolha • o que isto significa para a sua vida e a sua espiritualidade. PAG 06.indd 1

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T

odos os anos, na primeira lua da primavera do calendário hindu, milhares de sikhs se reúnem na cidade santa de Anandpur Sahib para o Hola Mohalla, um ritual de fé e coragem. Empenhados em lutar pela virtude, os cavaleiros chegam a esquecer que se trata de uma simulação e, no calor dos combates, por vezes acabam feridos. Para o evento, a maioria treina o ano inteiro e encara a disputa com muita seriedade. Fora do campo de batalha, no entanto, os Sikhs se destacam pela hospitalidade e, em suas mesas, nunca falta comida para os visitantes. Além da cidade santa de Anandpur Sahib, cerca de três milhões de fiéis sikhs peregrinam anualmente a Amritsar, cidade onde está o templo dourado.

Um pouco de história “Hoje quero uma cabeça. Que venham alguns dos meus sikhs verdadeiros. Minha espada exige sangue.” Os cinco mais bravos atenderam ao apelo e ofereceram o pescoço, um após o outro, no interior da tenda do grande mestre. Mas, graças à sua coragem, foram poupados e, trajando belíssimas roupas novas, reconduzidos à assembléia. Assim começou há três séculos, na Índia, a tradição do Hola Mohalla, um ritual de bravura e fé criado pelo guru Gobind Singh. Para os Sikhs, a ocasião é perfeita para reforçar a fama de bons guerreiros. Os fiéis chegam de todos os lugares com suas barbas gigantescas e turbantes coloridos, adagas, cavalos e lanças, dispostos a lutar. Sem jamais esquecer, no entanto, que se batem pela

O

Navjote é uma cerimônia de iniciação obrigatória destinada às crianças zoroastrianas que deve acontecer entre os sete anos de idade. As crianças começam a ser preparadas desde os cinco anos de idade pelos pais. Esta educação dada pelos pais prepara as crianças para o dia da celebração do Navjote. Após a celebração as crianças estão aptas para iniciar a educação secular. Caso a criança não esteja apta o suficiente para entender o significado da cerimônia e conhecer suas responsabilidades, é permitido que a cerimônia seja feita mais adiante, até os quinze anos de idade. É importante que a criança já conheça as principais orações da religião. E assim, como todos os fiéis, reza várias vezes por dia, in-

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RITOS E VIDA

virtude. Esta certeza os investe de incrível segurança e obstinação, que os distinguem dos outros guerreiros. Nanak Dev (1469-1539), o fundador, o primeiro de uma linhagem de dez gurus, condenava a violenta dominação de seu povo pelos muçulmanos e a exploração pelos sacerdotes hindus de tantas divindades. Em resposta, ele criou uma crença monoteísta, igualitária, que pregava o fim do sistema de castas. Todos eram iguais perante Deus e deviam buscar a tolerância. Dessa forma, Nanak ganhou fiéis entre os inimigos e, ao morrer, deixou para seus herdeiros o trabalho de desenvolver a religião. Esta tarefa envolveu muitas perseguições e mortes. A mudança mais radical aconteceu durante o reinado de Hargobind, que, para proteger o Templo Dourado de Amritsar, sede da fé Sikhs, começou a carregar duas espadas. Ele foi o primeiro a afirmar que o emprego das armas se transformaria em lei alternativa. Inspirado nisto, outro mestre, Gobind, criou o Hola Mohalla e uma nova irmandade composta de fiéis escudeiros - os Nihangs.

O ritual

Os soldados nihangs observam os cinco k sagrados: não cortar os cabelos (kesha), nem a barba; utilizar um pente para segurá-los (kangha); usar sempre um bracelete de aço (kara), que significa seu voto de pobreza; vestir calças largas e curtas (kashera) para melhor movimentar-se na luta, e nunca abandonar a espada (kirpan). Todas estas recomendações são rigorosamente seguidas nesta ocasião especial. E, apesar de tudo,

não passando de uma simulação, é comum ver soldados perdendo um ou dois dedos no calor dos combates.

Deveres dos novos discípulos Ser sikh implica ser discípulo e adotar a obediência. Os adeptos sabem disso e se esforçam para manter as tradições. Entre elas está a alimentação. Uma vez em uma roda sikh, você é convidado a comer lentilha, arroz e leite. As refeições são preparadas em utensílios de ferro, que, segundo eles, são recomendáveis para a pressão sanguínea. Todas estas tradições podem ser comprovadas no Holla Mohalla, que inclui uma longa procissão. Os cavaleiros passam com sabres na cintura e pistolas na mão diante do livro sagrado, o Granth Sahib, escrito pelos profetas. Na semana do Holla Mohalla há torneios e duelos entre os nihangs. Para isto treinam durante todo o ano. Cada disputa é iniciada com gritos de guerra criados há alguns séculos. “Um único homem pode lutar contra uma legião”, bradam os cavaleiros. Os contendores usam khandas - os símbolos da religião - no alto de seus turbantes. A época é dedicada também ao batismo de novos defensores da fé, que acontece ao som de tambores e a repetição incansável da ladainha dos guerreiros. Os jovens aspirantes, vestidos de amarelo, branco e azul, repetem o ritual criado pelo décimo profeta, para logo se juntarem aos três milhões de nihangs. Exatamente como naquele 13 de abril de 1699, a cerimônia se encerra com o mestre molhando seu punhal numa taça contendo néctar, que é bebido em seguida pelos novos guerreiros. Com a ajuda de Deus e dos gurus, eles aprenderão a ser fortes e a deixar os erros para trás.

vocando a grandeza de Ahura Mazda. As orações são feitas perante uma chama de fogo. Antes de começar a cerimônia, a criança toma um banho de purificação (Naahn) e, durante a cerimônia, conduzida pelo mobed e na qual estão presentes familiares e amigos, a criança recebe o sudreh, uma veste branca de algodão e o kusti, um cordão feito de lã que ata na sua cintura. A partir deste momento, o novo membro do Zoroastrismo deve usar sempre o sudreh e o kusti. A importância da cerimônia está no fato que, após a performance, as crianças passam a ser responsáveis pelos seus atos, oferecer orações e observar os ritos e costumes como um zoroastriano.

VAMOS REFLETIR:

1. Quais os aspectos que mais lhe chamaram a atenção nestes dois ritos?

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O

território da China supera o do Brasil em mais de 1 milhão de Km2 ; sua população chega a 1,3 bilhão de pessoas, isto é, 20% da população mundial; sua história passa dos 3 milênios e a economia tem crescido espantosamente, chegando a ameaçar às potências dominantes. Quanto à geografia, possui desertos, montanhas e bacias hidrográficas férteis, assim como possui alguns dos pontos mais altos e mais baixos da Terra. As artes visuais se desenvolveram ali como em nenhuma outra parte do mundo, a música já era praticada desde a pré-história e a ópera surgiu ali quase um século antes da ocidental. A literatura é a mais antiga de que se tem registro. O pensamento filosófico é rico e está presente no dia-a-dia, seja nos provérbios, seja na intensa simbologia.

PROGRESSOS E PROBLEMAS Nos últimos 25 anos, a economia chinesa cresceu mais de 9% ao ano e, em termos de poder de compra, a economia do país chega a dois terços do tamanho da americana e, caso mantenha o ritmo, ultrapassará a dos EUA em 2014. À parte a degradação ambiental e a corrupção desenfreada, o crescimento econômico confuso e descontrolado, vem afetando profundamente a estabilidade interna: existe uma enorme população flutuante sem emprego e moradia fixos, e uma lacuna no desenvolvimento e renda entre as áreas costeiras e internas. Quanto ao meio ambiente, a China tem seis das dez cidades mais poluídas do mundo e a chuva ácida afeta um terço do país. Os custos da degradação ambiental estão entre 8% e 10 % do PIB chinês.

UMA LACUNA A SER PREENCHIDA Se o sistema econômico chinês parece ter-se aberto ao mercado, o seu sistema político arrasta estruturas totalitárias inamovíveis. Assim, a realidade observada no interior da China é outra bem distinta. Marcado pelo comunismo, o país não fornece liberdade à imensa população. O governo ainda persegue intelectuais, jornalistas, advogados, e ativistas religiosos dissidentes. Milhares são enviados para prisões, campos de reeducação e centros de detenção.

ATUALIDADES

Pequim e Xangai são cidades que se aproximam dos 15 milhões de habitantes. A quantidade de gente, a confusão dos cruzamentos entre os carros, milhares de bicicletas e motocicletas procurando um espaço para passar: é uma multidão de gente como não é fácil observar em outro país. As pessoas comem apressadamente na rua e pelo seu trabalho recebem uma miserável remuneração. OS analfabetos são cerca de 200 milhões e grande parte da população tem apenas a instrução primária. Segundo estimativas, 30% da força de trabalho urbana na China, o que corresponde a 200 milhões de pessoas, estão desempregadas ou sujeitas a subempregos.

SITUAÇÃO DESOLADORA

A vida da maioria do povo pobre sem trabalho e sem esperança é difícil. A China é o país que registra maior número de suicídios, especialmente de mulheres jovens e idosas. A vida está regulada por um governo policial, invisível, mas onipresente. As famílias devem ter apenas um filho e geralmente moram em casas de 35 m2. Os empregos são poucos e o salário é baixo. Os guias turísticos esquivam-se de perguntas embaraçosas e fazem crer que tudo está bem no país. Dizem que é preciso limitar os nascimentos para evitar uma futura tragédia. A política do filho único é rigorosa e pouco importa se a criança for homem ou mulher: um segundo filho faz perder o apartamento e acarreta, automaticamente, uma diminuição de salário.

A CULTURA CHINESA FASCINA Ao visitar a China, não se pode esquivar-se do fascínio dos grandes monumentos construídos ao longo de 2.500 anos. Ainda que o estilo arquitetônico se repita demais nos templos e nos palácios reais, a grandiosidade e os espaços ocupados por estas obras, talvez, sejam os maiores do mundo. Não dá pra esquecer a imponente muralha da China, a maior construção jamais erguida pelo homem e a única que é visível do espaço. Na China, entre os anos 551–479 a.C., viveu o filósofo Confúcio. Sua doutrina, apesar de duas gerações de doutrinação materialista e marxista, está profundamente presente na vida do povo chinês, sendo manifestada, especialmente, nos círculos familiares onde os pais partilham com os filhos as idéias gerais ensinadas por Confúcio.

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N

o Tibet os horizontes são infinitos: paisagens de cortar o fôlego se estendem através do planalto que fica no topo do mundo, a mais de 4.000 metros de altitude. Ao longe, as montanhas do Himalaia, com suas neves eternas e o monte Everest. Mas o horizonte de um tibetano vai apenas de uma barreira policial a outra. Os chineses, que ocupam militarmente esse país do centro-leste da Ásia há mais de 50 anos, construíram bases com soldados armados e controlam tudo e todos que passam. Um tibetano precisa de uma espécie de passaporte interno para andar no próprio país, dando explicações para a burocracia chinesa de aonde vai, como, quando e por quê. Desde 1950, quando invadiram o país alegando que o Tibet era apenas uma província chinesa. Praticamente todos os templos e mosteiros foram profanados, destruídos, incendiados e até demolidos a golpes de picaretas, pedra por pedra. Dos 6 mil que existiam, apenas oito escaparam. Mesmo colocando de pé os templos que eles próprios destruíram, ainda que re-fazendo caricaturas em gesso, os chineses limitam o número de monges, impondo quotas. Até os maiores mosteiros, como Drepung, que já chegou a ter dez mil religiosos, hoje têm menos de 400. No interior do país, o limite chega a ser de apenas cinco. Uma verdadeira catástrofe cultural, já que ser monge é o único modo de alfabetização na língua local. A liberdade religiosa é quase que desconhecida na China e, em particular, no Tibet. Os guias turísticos afirmam que todas as religiões são livres e que cada um pode praticar a que quiser. Contudo, um turista afirma: “Tudo tão livre, mas não consegui visitar nenhuma igreja porque não tinha licença dos responsáveis”. “O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que vocês o pratiquem bem é o meu único pedido.” (Dalai Lama, O Livro de Dias, Sextante)

Leia o texto e responda as questões “caçando as palavras”

1. Religião praticada pela maioria dos chineses. 2. A ........................... da China é uma construção que pode ser vista do espaço. 3. Duas cidades chinesas super-populosas: ...................................... e .......................................... 4. Forma de governo que marcou o país: ......................................................................................... 5. O crescimento econômico tem trazido........................................................................................... 6. País tomado pela China em 1950: ................................................................................................ 7. A ............................................. chinesa é a mais antiga de que se tem registro. 8. A China divide com o Nepal a posse do pico mais alto da terra, o................................ 9. A China localiza-se no continente............................, no lado ..................... do mundo. 10. Partido criado em 1921 por Mao Tse-tung: ................................................................ 11. A civilização chinesa nasceu ao lado de grandes rios. Por isso foi e tem sido uma civilização....................................................................................................... 12. A história da China passa dos três............................................................................ 13. Principal dialeto chinês: ...........................................................................................

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NOSSO COMPROMISSO

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Fé Bahá’í é uma religião mundial independente que possui suas próprias escrituras, leis, mandamentos e instituições. Seus ensinamentos foram revelados por seu fundador Bahá’u’lláh, em meados do século XIX, como a expressão da vontade de Deus para a humanidade da era atual e em cumprimento das profecias de todas as religiões do passado. A Fé Bahá’í é supranacional, inteiramente apolítica, não partidária e diametralmente oposta a qualquer política ou escola de pensamento que visa enaltecer alguma raça, classe ou nação em particular. O enfoque progressista da Fé Bahá’í, com relação à sociedade humana, origina-se na ênfase que Bahá’u’lláh colocou sobre o tema da unidade. Eis algumas de suas afirmações: “O bem-estar da humanidade, sua paz e segurança são inatingíveis, a menos que, e até que, sua unidade esteja firmemente estabelecida.” “Que não se vanglorie quem ama seu próprio país, mas sim, quem ama o mundo inteiro.” “A Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos.” A Comunidade Mundial Bahá’í procura vivenciar a unidade na diversidade através do poder transformador da manifestação de Deus. Seu padrão é uma fé comum. Sua palavra de ordem é a unidade da humanidade e seu objetivo o estabelecimento da paz entre os homens e do reino de Deus na Terra.

Alguns princípios Igualdade de Direitos e oportunidades para Homens e Mulheres “Enquanto as mulheres forem impedidas de atingir suas mais altas possibilidades, os homens não estarão habilitados a alcançar o máximo de sua capacidade e grandeza.” (Abdu’l-Bahá) Harmonia da Religião com a Ciência e a Razão “Religião e ciência são duas asas sobre as quais a inteligência do homem pode pairar nas alturas e com as quais a alma humana pode progredir. Não é possível voar com uma asa apenas! Se um homem tentasse voar unicamente com a asa da religião, cairia imediatamente no pântano da superstição, enquanto, por outro lado, somente com a asa da ciência, também nenhum progresso faria, antes, afundar-se-ia no lodaçal desesperador do materialismo.” (Abdu’l-Bahá)

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Não aos Preconceitos e Superstições

“Todos os preconceitos, sejam de religião, raça, política ou nação, devem ser repudiados, pois têm causado a enfermidade do mundo.” (Abdu’l-Bahá)

Paz Universal

“Semeai nas mentes maleáveis das crianças as sementes da paz.” (Abdu’l-Bahá) Adoção de uma Língua Auxiliar Internacional “Um dos grandes passos na direção da paz universal será o estabelecimento de uma língua universal... Um idioma auxiliar universal possibilitará a intercomunicação com todas as nações.” (Abdu’l-Bahá)

Unidade e Concórdia

“A religião deve unir todos os corações e fazer desvanecerem-se da face da Terra as guerras e as disputas”. (Abdu’l-Bahá)

Comunidade Universal

“A unidade do gênero humano, assim como Bahá’u’lláh a concebeu, compreende o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações, raças, credos e classes estejam estreita e permanentemente unidos, e em que a autonomia dos estados que a compõem, e a liberdade e a iniciativa pessoal dos seus membros individuais, sejam garantidas de um modo definitivo e completo.” (Shoghi Effendi)

Educação Obrigatória e Universal

“Considerai o homem como uma mina rica em jóias de inestimável valor. A educação, tão somente, pode revelar seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum benefício.” (Bahá’u’lláh)

Atividades Bahá’ís

Envolvem quatro atividades básicas: aulas para crianças, grupos de pré-jovens, círculos de estudo e reuniões devocionais. São abertas a toda a comunidade e buscam o desenvolvimento de valores éticos e espirituais.

Mensagem aos Professores:

“Que o professor seja um médico para o caráter da criança, de modo a curar os males espirituais dos filhos dos homens”. (Abdu’l-Bahá) Para conhecer um pouco mais: www.bahai.org.br

Baha’i: não coloque em ninguém um peso que você não gostaria que fosse colocado em você, não deseje para ninguém aquilo que você não desejaria a si mesmo. Cristianismo: tudo o que gostaria que os outros fizessem a você, faça a eles: esta, de fato, é a lei dos profetas.

Judaísmo: não faça ao próximo aquilo que não gostaria que fosse feito a você: esta é toda a Torah, o resto é discurso. Vai e estuda. Jainísmo: você deve tratar todas as criaturas do mundo como você gostaria de ser tratado. Sikhísmo: não sou estranho a ninguém e ninguém me é estranho. Na verdade sou amigo de todos.

Como desenvolver a atividade proposta: Primeiramente os alunos deverão dialogar com os demais a respeito das frases, vivenciando a riqueza que cada uma traz como também as semelhanças. O segundo passo da atividade será pesquisar e relacionar o símbolo de cada religião com a frase correspondente.

Islã: nenhum de vocês é crente se não deseja para o irmão aquilo que deseja para si mesmo. Taoísmo: considera o ganho do teu vizinho como se fosse o teu e sua perda como tua mesma perda. Hinduísmo: Esta é a síntese do dever: não fazer aos outros aquilo que lhe causaria dor. Budismo: não trate os outros de maneira que você mesmo considere danoso. Confucionismo: uma palavra resume a boa conduta: a bondade. Não faça aos outros aquilo que você mesmo não gostaria que fosse feito a você. Xintoísmo: tem como virtudes particulares: o senso de honra, a fidelidade, a obediência e o auto-controle.

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Atividade extraída da revista Mondialitá

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DINAMIZANDO

O

(a) professor (a) pode realizar esta atividade na própria sala de aula, ou num outro ambiente. Esta dinâmica é ótima para os alunos manifestarem seu apreço pelos demais colegas, ajudar na auto-estima e na percepção das qualidades dos outros e de si mesmo. Necessita-se para a realização desta atividade apenas: uma folha de papel, que deverá estar colada nas costas de cada aluno, e de uma caneta. Ao som de música ambiente, com a folha colada às costas e uma caneta em mãos, os alunos circulam livremente pela sala. De maneira muito espontânea, eles deverão escrever nas costas (no papel) as qualidades do colega e frases que expressem afeto. Ao final, cada um retira o papel que está em suas costas e lê as qualidades que lhe foram atribuídas.

Objetivo: Melhorar a confiança mútua. Grupo: Aproximadamente 10 duplas. Tempo: 30 minutos. Ambiente: Uma sala suficientemente ampla que possibilite a locomoção fácil por entre vários obstáculos

previamente colocados. Processo: É um exercício não-verbal muito útil, se for feito seriamente.

1.

O (a) professor (a) inicia explicando o objetivo do exercício e a técnica. Um aluno irá conduzir o outro por entre os obstáculos. 2. A seguir, uma vez formadas as duplas, inicia-se o exercício da confiança. O aluno que for conduzido pelo colega fica com os olhos fechados. (o uso de vendas é recomendado) 3. Quem conduzir coloca seus braços sobre o ombro do colega e durante oito minutos conduzirá, em silêncio, o seu colega por entre os obstáculos. 4. Quem está sendo conduzido ficará atento às próprias sensações e reações. 5. Após os oito minutos, trocam-se os papéis e o exercício prossegue por mais oito minutos. Ao final da atividade, realiza-se a troca de idéias. Cada um expressa seus sentimentos e sensações, procurando responder: O que sentiu quando foi conduzido? E quando foi o condutor? Como percebeu a reação e o desempenho do colega nas duas situações?

O

(a) professor (a) lança para os alunos o desafio de decifrar o enigma. Pode-se fazê-lo em forma de competição: divide-se a turma em grupos, sendo que cada um deve decifrar as quatro frases o mais rápido possível. O (a) professor (a) pode trabalhar a resolução do enigma da maneira que melhor lhe convier. Ao término da atividade, é importantíssimo que as frases sejam comentadas e que todos os alunos possam participar. Algumas questões para ajudar:

1. Qual o pensamento que mais me Olá amigos, sou Marco Pólo, um italiano aventureiro que viajou muito pelo oriente. Nele descobri uma cultura riquíssima e muito diversificada. Decifre o enigma e encontre algumas pérolas que são verdadeiras fontes de sabedoria.

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chamou a atenção? Por quê? 2. Qual pensamento que “mais serve” para a nossa turma? Para a nossa escola? Sugestão: fazer cartazes com estas frases e fixá-los na escola.

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SABEDORIA / ASSINATURAS

ouve um tempo em que todos os homens eram deuses. Mas eles abusaram tanto de sua divindade que Brahma, o mestre dos deuses, tomou a decisão de lhes retirar o poder divino. Resolveu então escondê-lo em um lugar onde seria absolutamente impossível reencontrá-lo. O grande problema era encontrar um esconderijo. Brahma convocou um conselho dos deuses menores, para juntos resolverem o problema. - Enterremos a divindade do homem na terra! Esta foi a primeira idéia dos deuses. - Não, isso não basta, pois

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o homem vai cavar e encontrá-la. Então os deuses retrucaram: - Joguemos a divindade no fundo dos oceanos. Mas Brahma não aceitou a proposta, pois achou que o homem um dia iria explorar as profundezas dos mares e a recuperaria. Então os deuses concluíram: - Não sabemos onde escondê-la, pois não existe na terra ou no mar lugar que o homem não possa alcançá-la um dia. Brahma então se pronunciou: - Eis o que vamos fazer com a divindade do homem: vamos escondê-la nas profundezas dele mesmo, pois será o único lugar onde ele jamais pensará em procurá-la. Desde esse tempo, conclui a lenda, o homem deu a volta na terra, explorou, escalou, mergulhou e cavou em busca de algo que se encontra nele mesmo.

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PARTILHA

O

mundo em que sonhamos viver é um mundo sem corrupção, sem violência e sem drogas. O mundo em que sonhamos viver é como uma vila onde todos se conhecem como vizinhos. Todos conversam não para contar fofocas, mas para arrumar um jeito de ajudar os outros. Um mundo mais humano, sem mentiras e sem traição. Um mundo onde crianças possam sempre ser crianças e que possam viver como pássaros libertados, correndo e pulando nas ruas. Sonhamos um mundo com muita união, compreensão, solidariedade, paz, vontade de viver e muitas outras coisas que para nós fazem a grande diferença. Nosso mundo de sonho é assim: sem violência, sem poluição, sem queimadas, sem desmatamento, mas com rios transparentes e animais não sendo caçados, sem armas, mas com bexiga d’água para brincar. Que pena que tudo isso é só um sonho, não podemos contar todos os detalhes porque são infinitos, mas um dia sonhamos com isso e veremos como será bom. O mundo! Uma coisa só nossa e só nós podemos fazer tudo! Se já existiu um mundo sem guerras é porque houve paz. Então podemos ressuscitá-lo e assim viver fraternalmente. Alunos do Centro Educativo Itaiópolis / Itaiópolis - SC

Parabéns pela iniciativa, sou professor de ensino religioso. A escola em que trabalho recebeu o jornal. Só elogios pela qualidade do trabalho. Sucesso.... Genildo Batista de Oliveira / genildobatista@hotmail.com.br

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ueria poder viver num mundo em que não houvesse poluição.

Esse mundo seria mais limpo, mais humilde e sem ganância . Mas o que eu posso fazer para conseguir que esse mundo se torne realidade? Fazer que ele fique do jeitinho que eu sonhei numa noite estrelada e tranqüila? Não jogando lixo nos rios, nem nas ruas, respeitando as pessoas, assim como elas merecem. Não precisar passar por cima das outras pessoas para ter o que quer. Esse é o mundo em que quero viver, vou lutar para tê-lo. Marcelo Arnhold - Série: 8º Escola Estadual de Educação Básica Barão Homem de Melo Alto Alegre - RS

A partilha enriquece

Prezados editores do jornal “O Transcendente”: Parabenizo-vos pela brilhante iniciativa de abordar o tema da diversidade religiosa com o espírito de união. Precisamos de iniciativas como esta. Chegou até minhas mãos através da secretaria de educação do Acre um exemplar de “O Transcendente”, em Cruzeiro do Sul – AC, Extremo Ocidental do Brasil e da Amazônia, onde apesar do isolamento em meio à floresta, já existe um certo clima de “guerra religiosa” entre as diferentes manifestações aqui presentes. Que o vosso jornal possa ajudar a criar um clima de convivência e aceitação nas nossas crianças. Mais uma vez, parabéns. Leandro Altheman / Jornalista

Lançamos uma grande proposta a todos os professores e escolas: enviem-nos suas melhores histórias (contos) e dinâmicas. Este material, com a devida autorização, poderá ser publicado no jornal e, futuramente, fará parte do nosso próximo livro de dinâmicas e de histórias. Os materiais poderão ser enviados através do Correio ou do e-mail: volnei@ missaojovem.com.br. Quem nos enviar o maior número de histórias ou dinâmicas receberá:

Meu Nome é Osnildo Voltolini, sou professor de Ensino religioso na Rede Estadual de Educação de Joinville - SC, e aluno do 3º ano do Curso de Ciência da Religião da Univille, gostaria de resaltar a importância de um informativo voltado aos professores de Ensino Religioso, e para nós que estamos nos formando na academia, o Ensino religioso é uma disciplina de muita importância na grade curricular, e penso que através do Jornal o Transcendente teremos a oportunidade de divulgá-lo cada vez mais, pois o conhecimento do universo religioso é importantíssimo para a formação do cidadão de hoje e do futuro, contem com o nosso apoio e divulgação, abraços a todos. Prof. Osnildo Voltolini / ovltolini@ig.com.br

Participem!

Coleção Educação. • 1º2º 03A nossa Livros da mesma à escolha. • 3º 03 Camisetas da Paz. •

“Se eu pudesse deixar algum presente para você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito por aquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída. As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto.”

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