O Transcendente - No.14

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ANO IV - Nº14 AGO / SET 2010

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s valores da paz e da harmonia constituem patrimônio comum das religiões. As sementes da violência não pertencem ao seu código genético. Por isso, a harmonia entre as religiões é o contexto necessário para que haja paz entre os povos.

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linguagem da violência, empregada por facções e grupos militantes, interfere negativamente em nossas relações humanas e nos faz crer que o extermínio do outro é a condição da nossa sobrevivência. Sendo as religiões as grandes formadoras das consciências e dos valores, não nos espanta que uma leitura simplista do 11 de Setembro e a subsequente guerra do Afeganistão, se vejam associados a uma cruzada que volta a opor o lslã ao Cristianismo. Como sair deste impasse? A verdade é que a guerra religiosa ou, numa acepção mais ampla, o confronto intercultural, sobe de tom nos mais diversos pontos do planeta: em Caxemira, no Oriente Médio, no Tibete ou em Chiapas (México). Lembremos as palavras sábias de João Paulo II: “Pretender impor aos outros com violência aquilo que se presume ser a verdade, significa violar a dignidade do ser humano e, em última instância, ultrajar a Deus, de quem aquele é imagem. Por isso, o fanatismo fundamentalista é um comportamento radicalmente contrário à fé em Deus, pois, através da prática do terrorismo, instrumentaliza não somente o homem, mas também Deus, acabando por fazer d’Ele um ídolo de que se serve para os seus próprios fins.

INDULGÊNCIA ZERO Diante disso, nenhum responsável de uma religião pode ser indulgente para com o terrorismo e, muito menos, pregá-lo ou proclamar-se terrorista em nome de Deus. Cometer violência em nome de Deus é profanar a religião, pois a violência terrorista é contrária à fé no Deus Criador do homem, no Deus que cuida, ama e se comunica com suas criaturas impulsionando-as para o diálogo. A religião autêntica preocupa-se ainda em formar seus adeptos de modo a exercerem um juízo crítico sobre a guerra, a refletirem sobre as condições para se obter a paz mundial e transformarem o resultado dessa formação em tema e conteúdo de preces para que os fiéis rejeitem globalmente a guerra e todas as formas de contendas, clamem contra o armamento das nações e utilizem a mídia para exigir negociações e não soluções violentas.

CONVICÇÕES COMUNS O amor, como experiência quotidiana, é o princípio maior enunciado por Jesus. O “Amai-vos uns aos outros” ou o “Amai os vossos inimigos” são dois modos de enunciar a proposta para outro viver. De maneiras diferentes, isso é enunciado também em outras religiões, como, por exemplo, no Judaísmo, em que a noção de “shalom” enfatiza a harmonia entre os seres vivos. Assemelha-se à ênfase budista da nãoviolência. Do mesmo modo, no Islã, o autêntico sentido da “jihad” sempre foi o da luta espiritual pelo bem.

A HISTÓRIA ENSINA Ao longo da História, nem sempre a atitude das diferentes religiões seguiu aquilo que era genuíno na sua fé, chegando a deturpar violentamente sua proposta original. Guerras e violências têm sido, ao longo da História, graves e condenáveis erros das religiões. Um exemplo claro disso foram as Cruzadas promovidas pelos cristãos contra os muçulmanos. Trata-se de uma triste realidade que, ainda hoje, é um empecilho no relacionamento entre essas duas religiões. Conclui-se, portanto, que em nenhuma religião, seja no Cristianismo, Islamismo ou Judaísmo existe justificativa para a violência e o aniquilamento dos outros. Não há teologia para o terror.

PERCURSOS DE PAZ Vale a pena recordarmos nomes significativos de pessoas que promoveram a paz. O político Mahtama Gandhi, hindu, conseguiu conquistar a independência da Índia sem nunca ter usado violência alguma. O Dalai-Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, sempre insiste na prática da não-violência, mesmo para resolver questões políticas graves como a ocupação chinesa do Tibete. Dom Hélder Câmara, grande figura de bispo brasileiro, abria os braços inteiros para dizer que todos têm direito a ser incluídos. Dom Oscar Romero, bispo de El Salvador, morreu mártir por defender a paz e os mais pobres.

UM ENCONTRO PELA PAZ O local foi a cidade de Assis-Itália. Ela não foi escolhida ao acaso. Assis é a cidade de Francisco, o profeta da paz. Francisco é amado não apenas por cristãos, mas por muitas pessoas, independente de religião. Seu modo de vida, sua proposta de reconciliação universal - não só entre os seres humanos, mas com toda a natureza - permanece até hoje como um ideal a ser buscado. Durante uma cruzada contra os muçulmanos. Francisco foi recebido pelo sultão muçulmano Malik al-Kamil. Naquela época já havia pessoas, tão diferentes, capazes de promover um encontro de paz. Em 1986, sempre em Assis, o Papa João Paulo II convidou líderes das diversas religiões para uma oração pela paz e um convite para que juntas, embora rezando segundo as várias formas e respeitando as tradições religiosas dos outros, promovessem a paz. Foi um gesto profético que impressionou o mundo. Como bem colocou o pontífice, “o gesto de ouvir-se mutuamente seria já, por si só, um grande gesto em favor da paz, um gesto que fala por si mesmo”.

Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME - Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13 - Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E. - Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 - Redator: Abrão Iuskow / Roseli Cassias - Diagramação: Fábio Furtado Leite

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visita à Meca é uma obrigação para todo o muçulmano. O peregrino deve vestir apenas uma túnica branca, simbolizando o desapego a valores e bens. Com essa peregrinação, afirma o peregrino Hammadeh, tudo muda na vida e experimenta-se uma satisfação incrível, de retorno ao espiritual.”

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No artigo anterior introduzimos a questão

oferecendo um quadro histórico das provas da existência de Deus. Desde os tempos antigos muitos pensadores procuraram provar a existência de Deus partindo de algum fenômeno constatável. Santo Anselmo, no século 11, ao invés, quer provar a existência de Deus a partir da idéia mesma de Deus. À sua argumentação dá-se o nome de prova ontológica. A palavra ontológica significa aquilo que se refere ao ser, isto é, à sua essência e à sua existência. A palavra ontologia tem sua raiz no grego e tem o seguinte significado: “onto” que significa “o Ser”e logia, “estudo ou conhecimento”. Assim, Ontologia significa “estudo ou conhecimento do Ser, dos entes ou das coisas tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente”. Santo Anselmo parte da essência de Deus, isto é quem mesmo é Deus.

Quem é Santo Anselmo? Anselmo d´Aosta, nasceu no ano de 1033, em AostaItália, e faleceu no dia 21 de abril de 1109, em Canterbury, na Inglaterra. Mesmo nascendo numa família nobre italiana, optou pela vida monástica, entrando para o mosteiro beneditino. Em 1066 foi escolhido para prior, transformando o monastério de Bec, na França, num importante centro de aprendizado monástico. Anselmo foi um dos maiores latinistas de seu tempo. Várias vezes visitou a Inglaterra, ganhando a simpatia dos reis Guilherme 1º, o Conquistador, e Guilherme 2º, o Ruivo. Aceitou a nomeação para o arcebispado de Canterbury, Cantuária, com o objetivo de reformar a Igreja na Inglaterra. Anselmo é chamado de “pai da escolástica” por causa de suas colocações, defendidas posteriormente pelos filósofos escolásticos medievais. Canonizado em 1163, foi declarado doutor da Igreja pelo papa Clemente 11º em 1720.

anselmo o filósofo místico “Deus, eu vos rogo, quero conhecer-vos, quero amarvos e poder gozar de vós. E se nesta vida não for capaz disso plenamente, que pelo menos cada dia eu possa progredir até chegar à plenitude. Fazei, Senhor, que eu sinta com o coração o que toco com a inteligência” (Proslogion, cap.14).

Esta oração nos permite compreender a alma mística deste grande santo da época medieval, fundador da teologia escolástica, a quem a tradição cristã deu o título de “doutor magnífico”, porque cultivou um intenso desejo de aprofundar nos mistérios divinos, na plena consciência, no entanto, de que o caminho da busca de Deus nunca termina, pelo menos nesta terra.

o argumento ontológico Santo Anselmo aborda as provas da existência de Deus em dois livros: “Monologium” e “Proslogium”. No “Monologium” trata das argumentações tradicionais, baseadas na contingência dos seres finitos e nos graus de perfeição. Estas são conhecidas como provas da 2ª e 4ª vias. Santo Anselmo conclui que a existência de Deus já está incluída na própria idéia de Deus. Mas, é no “Proslogium” que ele expõe a sua argumentação ontológica. Suas principais idéias podem ser resumidas assim: Deus é, por definição, o máximo, o maior de todos e nada pode ser concebido como maior do que Ele. Mas, para isto, Ele deve necessariamente existir. Por isso, quem pensa Deus, se quiser ser coerente, não pode deixar de pensálo como existente. Vale a pena transcrever as suas próprias palavras: “A idéia que todos temos de Deus é a de um ser em relação ao qual não se pode pensar nada que seja maior do que ele (= “id quo maius cogitari nequit”). Esse máximo não pode existir apenas no intelecto, pois então esse pensamento já seria algo maior que o máximo. Certamente contraditório. É impossível. Portanto, não há dúvida: “id quo maius cogitari nequit” tem que existir na realidade. É chamado Deus.” (Proslogium, cap. 3). Seu argumento chama-se ontológico, porque trata da essência do ser. Podemos resumir o argumento de Santo Anselmo em princípios: a) aquilo que existe de fato é maior e mais perfeito do que aquilo que existe apenas no pensamento; B) afirmar que não existe, na realidade, aquilo que é pensado como maior, implica uma contradição. Pois, significa admitir e não admitir ao mesmo tempo, que se pode pensar em algo maior.

a reação O argumento de Santo Anselmo é brilhante e é perfeito para muitos filósofos. Mas nem todos pensam assim. Alguns não o entenderam, não conseguiram en-

Depois de Jesus de Nazaré, o Apóstolo Paulo é o personagem mais influente do cristianismo nascente. Sua vida e sua ação evangelizadora podem ser encontradas em suas cartas e no livro dos Atos dos Apóstolos. Para motivar as pessoas a conhecê-lo melhor e por ocasião do Ano Paulino, a Equipe do jornal Missão Jovem, preparou o livro, em forma de desenho em quadrinhos, “O MISSIONÁRIO PAULO - 2000 anos: Vivo como nunca!”. Seus conteúdos, estilos e ilustrações, estão ao alcance de todos.

tender a pura lógica, o puro raciocínio especulativo. Dentre eles o monge Gaunilão, seu contemporâneo, Emmanuel Kant e Santo Tomás de Aquino. Muitos pensadores ficaram entusiasmados com a argumentação de Anselmo d`Aosta e aplicaram-na, mesmo usando outros termos. São estes os principais seguidores: São Boaventura (1221-1274), professor de filosofia e teologia em Paris, superiorgeral dos franciscanos, bispo e cardeal, proclamado “Doutor da Igreja” e apelidado de “Doutor Seráfico”, aplica a prova ontológica ao conceito de Essência. Duns Scoto (1266-1308), o “Doctor Subtilis”, aplica-a ao conceito de Infinito. René Descartes (1596-1650), ao conceito de Perfeito. Gottfried W. Leibniz (1646-1716) ao conceito de Possível. Antônio Rosmini

(1797-1855), cônego e

filósofo italiano, ao conceito de Ser. O procedimento de todos é o mesmo. Partem da idéia de Deus, definido como máximo, o perfeito, o infinito, o ser e evidenciam sua realidade objetiva, subsistente. Santo Tomás de Aquino, no entanto, apresenta uma outra prova ontológica, bem diferente daquela de Santo Anselmo. Sua argumentação é dedutiva. Mas, isto nós iremos apresentar no próximo número.

PARA REFLETIR

1. O que se entende por prova ontológica? 2. Qual o argumento de S. Anselmo para provar a existência de Deus? 3. Você aceita esta argumentação de Santo Anselmo? Sim ou não. Explique-se?

A Boa Notícia de Jesus chama ainda mais atenção quando ilustrada com figuras expressivas, como as que foram elaboradas pelo autor deste livro, ressaltando detalhes de cada episódio narrado no Evangelho de Marcos. A Tradição da Igreja atribui a Marcos a redação do primeiro Evangelho. É o primeiro de todos os Evangelhos. Na leitura deste livro sobre o Evangelho de Marcos, contemplemos a pessoa e a prática de Jesus. Ele é “o caminho que nos leva ao Pai, a Verdade que nos liberta e a Vida que nos enche de alegria”.

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Colocar as fotos dos personagens nomeados no artigo

Educar pela Paz

O Islã é uma religião que busca a harmonia do ser humano através da veneração a Deus e busca do conhecimento. A educação dada aos muçulmanos transmite valores universais de justiça, paz e igualdade. Esta igualdade está no cerne da própria religião ao pregar o amor aos profetas anteriores e suas mensagens como um artigo da própria fé islâmica. Não há sobrevalorização da doutrina islâmica em detrimento das demais doutrinas reveladas. A paz, buscada pelo Islamismo entre os povos e adeptos das demais religiões é decorrência da afirmação desse pilar da fé de todo muçulmano:

ESCOLAS DE JURISPRUDÊNCIA ISLÂMICA As escolas mais tradicionais, frequentadas pelos muçulmanos são as escolas de jurisprudência islâmicas remanescentes que, entre os Sunitas, aqueles que consideram os sucessores diretos do profeta Maomé são: Hanafi, Shafi, Maliki e Hanbali. Entre os xiitas, fiéis que consideram Ali, genro de Maomé, como seu seguidor direto, existe uma quinta escola, chamada Zaidi. A Escola Hanafi (sunita), foi fundada pelo Imam Abu Haneefah (702-767 EC) - Ele apresentava, para seus alunos, um problema legal, para debate e discussão e convidava-os para registrarem a solução quando chegassem a uma posição unificada. Por esse método, Abu Haneefah e seus estudantes ficaram conhecidos como Ahl ar-Ra-i - pessoas da opinião ou do raciocínio. A Escola Maliki (sunita), foi fundada pelo Imam Malik (717-801 EC) - Seu método era baseado na narração de Ahadith - corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, e na discussão de seus significados no contexto dos problemas da época. Ele evitava especulação e hipóteses. Por isso ele e seus seguidores eram conhecidos como Ahl al-Hadith ou, pessoas do Ahadith. A Escola Shafi (sunita), foi fundada pelo Imam Ash-Shafi (769-820 EC) - Ele combinou o pensamento Maliki com o pensamento Hanafi e criou uma nova escola que ditou para os seus alunos na forma de um livro chamado al-Hujjah - A Evidência. Ele foi distinguido por ser o primeiro imam a sistematizar os princípios fundamentais de Fiqh - jurisprudência islâmica. A Escola Hanbali (sunita), foi fundada pelo Imam Ahmad Hambal (778-855 EC) - Sua maior preocupação era a coleção, narração e interpretação de Hadith. Seu método de ensino consistia em ditar Ahadith e os aplicar aos vários problemas existentes. Se ele não pudesse encontrar um hadith, ou opinião adequada para resolver um problema, ele daria sua própria opinião, proibindo

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todos são iguais perante Deus, e a mensagem transmitida aos demais Profetas deve ser respeitada, respeito este devido a quem segue seus Livros. Tudo que atenta contra a paz e a igualdade entre os povos e as demais religiões é contrário ao Islã. Não há nada no Livro Sagrado do Islamismo que justifique a violência sectária contra a vida e aos princípios de igualdade e solidariedade entre as pessoas, os governos ou as nações. Sheik Amin Alkaram Centro Islâmico de Florianópolis/SC

seus alunos de registrarem suas próprias soluções. Como resultados disso os ensinamentos de sua escola não foram compilados por seus alunos, mas pelos alunos dos seus alunos. A Escola Zaidi (xiita), foi fundada pelo Imam Zaid (700-740 EC) - Ele ensinava em círculos de aprendizado nas cidades de Medina, Basrah, Kufah e Wasit e, portanto, tinha um grande número de alunos. O método usado por ele era narrar Ahadith e ensinar a arte da recitação do Qur’an – livro da orientação. A sua escola não foi ditada ou registrada por ele, mas por seus alunos.

MUÇULMANOS NAS ESCOLAS DO MUNDO Um dos grandes desafios para os muçulmanos, na atualidade, é, sem dúvida, a formação e a formação familiar islâmica, especialmente nos países em que estes sejam minoritários e vivam em sociedade não-islâmica Formar uma identidade islâmica, e mantê-la em tais condições adversas, é uma tarefa nada fácil, sobretudo na França onde as escolas públicas preconizam o laicismo. Ao contrário, é nas escolas católicas que muitos muçulmanos recebem acolhida. É o caso da Escola Saint Mauront que, dentre

o seu quadro de alunos matriculados, 80% são muçulmanos. Nesta escola, ao meio-dia, os alunos passam respeitosamente pelo crucifixo de madeira exposto no corredor da escola e seguem para um ambiente onde fazem suas orações muçulmanas. Os próprios alunos testemunham quanto ao respeito que a escola de confissão católica tem pela liberdade religiosa dos muçulmanos. As próprias meninas são livres para usar o véu da sua religião. Deste modo, na França, quase nove mil escolas católicas acabam por acolher os muçulmanos que buscam o que a escola pública não mais oferece: os valores e a vivência da espiritualidade. Como garantir o lema revolucionário: Liberdade, Igualdade e Fraternidade? O fato de os alunos optarem por escolas pagas indica o quanto se tornou difícil para as escolas públicas francesas, cumprirem a tradicional promessa de oportunidades iguais proclamada pelo lema revolucionário da Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O Imam Soheid Bencheikh, fundador do Instituto Superior de Estudos Islâmicos, que tem uma de suas filhas numa escola católica, desabafa: “o secularismo tornou-se a religião do estado, e a escola republicana é o seu templo”. E complementa: “é uma ironia, mas a Igreja Católica de hoje é mais tolerante com o islamismo e o entende mais do que o Estado francês”. O Estado francês, por sua vez, defende-se com as palavras do seu ministro da Educação que argumenta: “O lenço de cabeça é um símbolo sexista, a discriminação entre os sexos não tem lugar na escola republicana. Este é o motivo básico pelo qual somos contrários ao uso do lenço.” Perguntando aos pais por que escolheram a escola católica, a resposta é rápida: “Deus é o mesmo para todos!”.

ste livro apresenta, de forma clara e completa, as várias manifestações religiosas tradicionais e as tendências atuais. É indicado para escolas e para todo aquele que busca conhecer melhor as religiões, tendo como horizonte um diálogo sincero e aberto ao Ecumenismo e à realidade inter-religiosa. São inúmeras as escolas que o adotaram para trabalhar o Ensino Religioso com seus alunos.

256 pág. - em cores

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lá pessoal, como irão para o Paraíso por toda a eternidade e, os maus, estão vocês? por sua vez, arderão no fogo do inferno para sempre. Nesta edição, Todos os ensinamentos e preceitos contidos com muita alegria, vamos no nosso livro sagrado, o Alcorão, são consiconhecer melhor a religião derados verdades absolutas e infalíveis. Ele Islâmica, que foi fundada é organizado em 114 suras (capítulos), dispelo profeta Maomé, 570 anos após o nascimento de Jesus Cristo. postos por tamanho. Mas, quem vai nos falar melhor sobre o Islamismo é o A maior sura contém 286 versos. Imam Jafar. Além do Alcorão, nós temos também a Imam é um título que significa líder de oração ou de Suna, livro que traz um conjunto de ensiuma comunidade. namentos extraídos dos pronunciamentos Olá, amigos, vou contar para vocês um pouco soe práticas de Maomé. bre o Islamismo, uma religião, como muitas outras, riquíssima em fé e preceitos para a vida. O Islamismo tem muitos seguidores a ponto de ser, atualmente, a segunda religião do mundo. Os adeptos que professam a religião, no mundo, somam mais de 1.300 milhões. Saiba mais lendo a seguir:

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Islamismo é uma religião monoteísta, pois acredita num único Deus – Alá. Ela foi fundada pelo profeta Maomé, que nasceu na cidade de Meca - na Arábia Saudita. A expressão “islã” significa “submissão” , que significa manter obediência absoluta às regras e aos desejos de Alá. Os seguidores do Islamismo são também chamados de muçulmanos – que quer dizer: devoto, sincero, resignado, obediente e submetido a Deus. Conta, nossa tradição, que Maomé obteve das mãos do próprio anjo Gabriel, enviado divino, os preceitos que constituem o Islã. Trata-se de orientações de ordem religiosa, doutrinária e moral. Tudo isso se encontra no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. Maomé, aos quarenta anos de idade, foi enviado a anunciar os ensinamentos sagrados a todas as pessoas e, para realizar sua missão, o profeta Maomé contou com a ajuda de sua esposa Khadija. Em sua pregação, ele enfrentou muitas adversidades e foi perseguido em sua própria cidade. No ano de 622 ele fugiu para Medina. Este exílio em Medina ficou conhecido como Hégira, fato que se tornou histórico e marcou o ponto zero do calendário muçulmano até os nossos dias. O Islamismo, além de se fundamentar na revelação recebida por Maomé, foi influenciado por várias religiões, congregando elementos do Judaísmo, como o rito da circuncisão, e sua crença num só Deus ( monoteísmo). Da doutrina judaico-cristã, agregou também a crença no Juízo Final, deixando claro que os justos

• Os Xiitas são discípulos de Ali, marido de Fátima, filha do Profeta. Os Xiitas consideram-se os sucessores espirituais de Maomé. O Islamismo se expandiu muito pelo mundo, no entanto, grande parte dos seus fiéis encontrase ainda nos países árabes do Norte da África e do Oriente Médio. Alguns dos preceitos religiosos islâmicos estão traduzidos na Sharia, que é um código de leis do islamismo. Ela nos guia, em nosso dia-a-dia: em nosso comportamento e ações e também em nossa alimentação. A Sharia determina que, além dos deveres já citados, o fiel pague o zakat - um recurso para auxiliar os pobres, e jejue no Ramadã, mês sagrado do Islã. Neste mês comemoramos a revelação divina transmitida a Maomé. Para nós, muçulmanos, tudo já está traçado por Alá e, portanto, os homens não têm muita escolha a não ser andar pelo caminho que lhe está predestinado, ou seja, tudo o que um muçulmano faz ou comete já está previamente traçado por Alá. Maomé sempre reza: “estava escrito”.

O Islã, para nós, além de seu teor religioso, é também uma doutrina moral e política. Por este motivo, nós temos várias obrigações a cumprir em nosso cotidiano e a oração é uma delas. Mesmo durante o trabalho, várias vezes por dia paramos e escolhemos um lugar

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reservado para ajoelhamos sobre um tapete e, voltados para Meca, fazermos nossas orações. Outra obrigação dos muçulmanos é visitar Meca, a cidade mais sagrada, onde nasceu o Profeta Maomé. As cidades de Medina e Jerusalém também são sagradas para nós. Medina é a cidade onde nosso Profeta Maomé se exilou e Jerusalém é a cidade que acreditamos ser o local de onde ele ascendeu aos céus para permanecer junto com Jesus e Moisés, que nós acreditamos serem os profetas que antecederam Maomé. Os muçulmanos realizam suas cerimônias religiosas dentro de templos chamados de mesquitas. Quem coordena as orações é o Imam. Os muçulmanos se dividem em dois blocos maiores – Sunitas e Xiitas. • Os Sunitas são herdeiros da tradição de Maomé que teve continuidade através de seu tio AllAbbas.

Pois bem, amigos, espero que vocês, com a explanação do “Imam Jafar”, tenham adquirido um bom conhecimento. Respondam, agora, os questionamentos a seguir e avaliem o que aprenderam nessa lição. • Quem fundou o Islamismo?

• Qual a atribuição exercida pelo Imam? • O que significa Hégira? • O que contém o livro da Suna? • O que ordena a Sharia aos fiéis muçulmanos? • Quem são os sunitas e os xiitas?

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ntre as bênçãos e favores que Deus concedeu à humanidade, está a de Ele nos ter agraciado com uma habilidade inata para identificar e reconhecer Sua existência. Deus imprimiu essa consciência de forma profunda em nossos corações, como uma disposição natural que não foi

O significado : Islã ou “Islã”, é

uma palavra derivada da palavra “Salam” em árabe, que significa “paz”, “submissão”, “pureza”, aceitação e compromisso. Como uma religião, o Islã pede a completa aceitação dos ensinamentos e lideranças de Deus.

alterada desde que os primeiros seres humanos foram criados. Além disso, Ele reforçou essa disposição natural com os sinais que colocou na Criação e que testificam a Sua existência. Essa consciência, no conceito islâmico, chama-se “Fittrah”. E ela é a essência do Islã.

1. a crença em Deus; 2. nos seus Anjos; 3. nos Livros Sagrados; 4. nos Mensageiros; 5. no Dia do juízo final; 6. na predestinação.

Deus disse: “O Mensageiro crê no que foi revelado, para ele, de seu Senhor, e, assim também, os crentes. Todos creem em Allah e em Seus anjos e em Seus Livros e em Seus Mensageiros. Nós não fazemos distinção entre nenhum de Seus Mensageiros. E dizem: Ouvimos e obedecemos. Rogamos Teu perdão, Senhor nosso! E a Ti será o destino.” Alcorão 2:285.

uma contribuição fixa de 2,5% do patrimônio e finanças do muçulmano. O Zakat é destinado aos pobres e necessitados, e para o bem comum da sociedade em geral; 5. Fazer peregrinação à Kaaba (Hajj), na cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que a pessoa tenha meios para isso. Esta prática vivifica a viagem interior para o centro de si mesmo, para a “Kaaba do coração”.

Como surgiu? No ano de 570 da era Cristã, no nobre clã dos “Coraix”, uma das tribos que habitava a cidade de Makkah (Meca), na Arábia, nasce Muhammad, da descendência de Ismael, o filho de Abraão, que foi enviado como um mensageiro para suceder Jesus (que a Paz de Deus esteja com todos Eles). Aos 40 anos de idade, Ele recebeu a profecia e transmitiu a mesma Mensagem e Religião que os Profetas e Mensageiros anteriores seus ritos e práticas receberam e transmitiram: “O Islã”. Toda ação tomada com a certeza de porquê o Islã? que irá corresponder à Vontade de Deus é conTodas as Mensagens Divinas vieram para siderada como um ato de adoração no Islã. Mas fazer com que a vida das pessoas fosse de sub- são os atos de adoração especificados nos Pilares missão voluntária a Deus, e que todos adorem do Islã que dão formato à vida espiritual do muo mesmo Deus, Soberano, Criador e Zeloso. çulmano. São estes: Por essa razão, todas elas compartilham o 1. A declaração de fé (Shahada): “Eu testemunome “Islã”, ou “submissão”. nho que não há deus a não ser Deus (Allah) e Islã, nesse sentido, foi e é a Religião de toque Mohammad é seu Mensageiro”. dos os profetas e Mensageiros.

quem é o muçulmano Um muçulmano é aquele que, de livre e espontânea vontade, aceita o supremo poder de Deus e luta para organizar sua vida em total acordo com os Seus ensinamentos revelados ao último Mensageiro, ensinamentos estes que reafirmam a verdade das mensagens anteriores. Assim, nós temos que aqueles que se chamam muçulmanos hoje não seguem uma religião nova; ao contrário, eles seguem a religião e mensagem de todos os profetas e mensageiros que foram enviados à humanidade pelo comando de Deus, também conhecida como Islã.

seus objEtivos Com base nisso, o Islã, a exemplo das revelações divinas anteriores, tem os mesmos objetivos sublimes que estas, que são: 1. Afirmar a Unicidade de Deus, o Criador louvado e glorificado, em Sua essência e Seus atributos; 2. Afirmar que somente Deus deve ser adorado, e que nenhum outro ser merece ser adorado junto com Ele ou ao invés Dele; 3. Proteger o ideal de bem-estar e a condição humana, bem como se opor à corrupção e ao mal. Assim, tudo que reforça e beneficia a fé, a vida, a razão, a fortuna e a linhagem é 2. A prática diária das cinco orações (Salat). Deus disse: “Cumpre a oração. Por certo, a oração coíbe a parte desse bem-estar humano que a religião obscenidade e o reprovável. E, certamente, a lembrança idealiza e protege; de Deus é maior.” Alcorão, 29:45; 4. Convidar as pessoas a esse alto nível de vir3. O Jejum (Sawm) durante o mês de Ramadan tude, valores morais e costumes nobres. (nono mês no calendário islâmico). sua fé O jejum consiste na abstenção de comida, beO conceito da crença no Islã abrange vários artigos que formam a visão do muçulmano bida e sexo da aurora ao pôr do sol. Ele ensina o sobre o mundo, as criaturas e seu Criador. Os amor, a sinceridade e a devoção; principais artigos são: 4. Pagar a caridade obrigatória anual (Zakat). É

jesus e maria na crença islâmica A visão islâmica de Jesus reside entre dois extremos: aquela dos judeus, que rejeitaram Jesus como um profeta e o chamaram de impostor; e aquela dos cristãos, que o consideraram o filho de Deus e o adoram como tal. O Islã considera Jesus um dos maiores, mais pacientes e tolerantes dos profetas, em adição a Noé, Abraão, Moisés e Muhammad, que Deus os exalte! Em conformidade com a visão islâmica da Unicidade de Deus, assim o Alcorão se expressa sobre Jesus: “O Messias, filho de Maria, não é senão um Mensageiro; antes dele outros Mensageiros já passaram. E sua mãe era sinceríssima. Ambos comiam alimentos como os demais. Olha como tornamos evidentes, para eles, os sinais; em seguida, olha como se distanciam.” Alcorão, 5:75. “Por certo, o exemplo de Jesus, perante Allah, é como o de Adão. Ele o criou de pó, em seguida, disse-lhe: “Sê”, então foi.” Alcorão, 3:59.

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Os ritos, na religião, existem para expressar a ligação entre a humanidade e a divindade. Como o rito organiza tempo e espaço, as pessoas se preocupam para que eles sejam condizentes com suas ocasiões. Sua eficácia depende da sua sistematização e perfeita repetição. Pela mística que o envolve, o rito torna sempre presente e atualizado o evento que lhe originou.

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mesquita e pode acontecer de diversas maneiras, islamismo ou Islam é uma religião de dependendo da cultura e da região onde este é fidelidade a Deus e está presente em celebrado. todos os estágios da vida de seus seAs mulheres muçulmanas não podem caguidores. No islamismo não há distinção entre sar fora de sua religião, embora os homens muo espiritual e o temporal. Ele é praticado como çulmanos o possam fazer. um modo de vida que inclui instruções que se De acordo com a tradição antiga, muitos relacionam com todos os aspectos da atividade casamentos são determinados pelos pais, que humana, sejam eles políticos, sociais, financeitentam encontrar parceiros adequados aos seus ros, legais, militares ou interpessoais. filhos. Vivenciar os preceitos religiosos e Um homem pode ter até quatro espomanter a fé em Alá perpassa todas as sas, de acordo com o Corão, mas, na instâncias da vida de um muçulprática, muitos casamentos são Vivência dos cinco pilares que estruturam a vida dos muçulmanos: mano, em todas as atividades monogâmicos, como ocorre na do cotidiano. Vamos entender Turquia e na Tunísia. melhor:

NA VIDA ADULTA

Na morte e no sepultamento

NO NASCIMENTO Azán e Igámah: O nascimento de uma criança é uma dádiva de Deus que deve ser recebida com boas palavras. Assim, logo após o nascimento, a criança muçulmana recebe Azán no ouvido do lado direito e Iqámah no ouvido do lado esquerdo. São preces de chamado à oração, afirmando que “Deus é grande”. O objetivo é incutir na criança a recordação da grandeza de Deus, convidando-a para a Unicidade de Alá. Tahnik e Dua: Tanik significa mastigar um pedaço de tâmara ou algo doce como açúcar, colocá-la na boca do recém-nascido e efetuar o Dua – uma prece para a criança. Este rito é realizado pelo Raçulullah – mensageiro de Deus, para que a primeira coisa a entrar pelo estômago da criança seja sua saliva.

Nome da criança: Todo recém nascido recebe um “bom nome”, preferencialmente até o sétimo dia do seu nascimento. O nome deve ter um importante significado, pois a criança receberá as bênçãos relacionadas ao mesmo. Não são permitidos nomes vinculados a idolatria, pomposos, que indiquem auto-glorificação e nem escolher nomes compostos, associados a nomes de personagens de novelas ou jogadores de futebol. Rapar o cabelo: No sétimo dia do nascimento é aconselhável rapar o cabelo da criança que deverá ser enterrado ou jogado ao mar. Este gesto tem como finalidade fortalecer as veias, a visão, a audição e as narinas do recém-nascido. Ao mesmo tempo, este ato proporciona benefício aos pobres e necessitados pois, o equivalente ao peso do cabelo será ofertado em ouro, prata ou dinheiro. Circuncisão: É um rito iniciático, de mais de 5 mil anos, que traz o sentido da aliança divina. É aconselhável que ela seja feita no sétimo dia após o nascimento da criança. Em vários países africanos, a circuncisão, assim como o uso da barba, é considerada como um elemento de adesão ao culto maometano.

NO CASAMENTO

Segundo o profeta Maomé, depois da morte apenas três coisas podem auxiliar o falecido: sua caridade em vida, o conhecimento que transmitiu e as orações que recebe de um filho virtuoso. Quando um muçulmano morre, seu corpo é lavado em uma cerimônia geralmente realizada por um membro da família. Em seguida é envolvido por um pano branco – ihran e levado até a mesquita, onde são feitas preces fúnebres. Em seguida, o morto é colocado num túmulo simples e coberto com terra. O enterro acontece o mais rápido possível após a morte, em sinal de respeito ao falecido. Os muçulmanos creem também no dia do juízo final, na ressurreição, no paraíso e no inferno. Segundo a fé islâmica, quando um muçulmano morre, sua alma é visitada por anjos que julgam as boas e as más ações realizadas pelo falecido, durante a sua vida.

1. Você já conhecia a espiritualidade vivenciada pelos muçulmanos? 2. Em sua comunidade e escola têm pessoas que professam esta religião? 3. Caso você conheça alguém que seja muçulmano (a), converse com ele (a) para saber mais sobre o modo como professam a sua fé e procure também falar-lhe sobre a sua religião. 4. Faça anotações sobre esta conversa e leve para sua sala de aula, compartilhando com seus amigos este novo conhecimento adquirido.

A cerimônia religiosa é realizada por um Imam – na casa de um dos noivos ou na

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a dolescência é um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais, que separa a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

acolha, entenda, oriente e sirva de modelo. Como esperar deles um comportamento mais adequado? Além de ser comum que nesta fase da vida se faça tudo por impulso, sem pensar nas consequências, quando não se tem orientação, aumenta ainda mais o número e a possibilidade de ocorrer uma gravidez na adolescência.

A adolescência não é o melhor período da vida para engravidar

Grávida, a jovem precisa lidar com as tarefas de se tornar independente, já que tem um dependente sob sua responsabilidade. Não é fácil de uma hora para outra, num “mega susto”, ter sua vida virada de “cabeça para baixo”. O que parecia um sonho, torna-se um pesades adolescentes, além de serem “bombar- lo. Deixam de serem apenas filhas para serem mães; deados” pelas transformações fisiológicas, aparece a dificuldade de contar e, muitas vezes, liprecisam aprender a lidar com os sentimentos que dar com a incompreensão dos pais; a culpa por ter tais mudanças produzem em si mesmos e a se relaengravidado e ter traído a confiança deles cionarem com tudo isso. Nesta situação, entra em aliada ao medo de perder o afeto dos cena a auto-estima e a auto-imagem. mesmos, fazendo com que as adolesConseguir admirar-se; perceber-se como centes sintam-se desamparadas e uma pessoa que merece atenção; cuidar-se; gostar de si mesmo; são ingredientes fundamentais para cheias de conflitos. Há ainda o receio de perder um desenvolvimento saudável. Porém, isso só o namorado e a ideia de que, esacontecerá mediante a existência de uma família tando grávidas, perderão toda a que apoie o adolescente; estimule e incentive suas atitudes positivas e o deixe fazer e agir sozinho, beleza e o encanto. Por outro lado, surge a mantendo a segurança de que se precisar de ajuda, dificuldade em não se reele terá. Esta descrição é o ideal desejado, mas a reali- conhecer naquele corpo dade vivenciada é bem outra. A maioria dos ado- que está ganhando lescentes vive de outra maneira, que resulta numa novas formas. Alimagem pobre e frágil de si mesmos, onde tentam gumas adolescentes se auto-afirmar, mas encontrando uma sociedade sofrem tanto com com alguns valores invertidos. Uma adolescente, este fato que deimesmo não querendo ou não estando preparada xam de estudar, antes mesmo do bebê nascer. para iniciar sua vida sexual, Há aquelas que se casam anabre mão de sua virgindade A cada ano cerca de um milhão de tes do nascimento do bebê e o para ser aceita pelas “amigas” adolescentes engravidam no Brasil que, aparentemente, era a cone não ser mais chamada de “cacretização de um lindo sonho, reta”. acaba se complicando, pois muitos casamentos prematuros também chegam ao fim prematuramente, Os pais precisam saber mais após dois ou três anos de existência. para orientar melhor

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A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade na adolescência, com sérias conseqüências para a vida das adolescentes envolvidas, de seus filhos que nascerão e de suas famílias. A cada ano, no Brasil, cerca de um milhão de adolescentes engravidam. Para muitas dessas adolescentes não há perspectivas de futuro, não há projetos ou mesmo planos de vida. Atribui-se isso à falta de orientação sexual adequada. Os meios de comunicação social, que passam aos adolescentes e jovens a intenção de sensualidade, de erotismo, libido, beleza e liberdade sexual, exagerando na erotização do corpo feminino, são também responsáveis por estas informações distorcidas sobre a sexualidade. A falta de conhecimento dos pais dos adolescentes é um fator fundamental, pois, não havendo em casa quem os

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A vida real não é “brincar de casinha” As responsabilidades, as contas a pagar, a falta de tempo para se divertir e o trabalho que dá cuidar e educar uma criança termina fazendo com que aquele casal, adolescente, entenda que a vida real não é “brincar de casinha”. Nesta dura realidade é preciso perceber que a adolescente grávida deve ser vista, entendida e acolhida como uma pessoa única, que alterna sensações e sentimentos. Ao mesmo tempo em que se considera adulta, pronta para ter uma vida sexual, é uma criança para fazer a maternagem, ou seja, manter relação amorosa, amiga e de responsabilidade com um filho (a), o que é muito mais que apresentar condições biológicas para ter um bebê.

• Objetivo: Trabalhar com o grupo as questões relacionadas com a maternidade/paternidade precoce e com a responsabilidade de suas ações. • O que será preciso: Sala ampla e confortável; um ovo cru de galinha por participante; canetas hidrográficas.

• Tempo:

Quinze minutos em sala de aula e cinco a sete dias no cotidiano – após a aula

• O que o (a) professor (a) deverá fazer: 1. Marcar os ovos previamente: vermelho

para o sexo feminino, azul para o sexo masculino, duas marcas para os gêmeos e uma estrela para alguma necessidade especial (deficiência).

2.

Distribuir um ovo por participante ou dois ovos com a marca de gêmeos e explicar que ele simboliza um recém nascido que será cuidado pelo garoto (pai) e pela garota (mãe).

3. Estimular os adolescentes a personaliza-

rem seu “bebê,” pintando um rosto e fazendo-lhe um ninho.

4.

Estabelecer o compromisso de levarem seu “bebê-ovo” a todos os lugares a que forem, pelo prazo de tempo estipulado pelo facilitador.

5. Solicitar aos alunos que tragam seus “bebês” no último dia do encontro ou do curso, ou na próxima aula.

6. Anotar os depoimentos e as histórias ocorridas

com o “bebê” e com o participante. • Pontos para a discussão: a) Como o “bebê-ovo” interferiu na vida diária de cada adolescente? B) Que sentimentos surgiram? C) Que dificuldades apareceram durante o processo? D) Como foram interpretadas as quebras dos ovos? E) Por que há pessoas sem filhos? F) Que aprendizado resultou dessa dinâmica? Resultado Esperado: • Os participantes terão vivenciado o sentimento de responsabilidade que envolve a maternidade e a paternidade precoce (ter filhos) e o cuidado com os filhos.

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testemunho de solidariedade e de paz que aqui trazemos vem de um personagem que vive distante de nós, no Paquistão. Estamos acostumados a ouvir notícias muitas vezes negativas a respeito deste país, sobretudo no que se refere ao conflito Índia-Paquistão, e a preconceitos religiosos, etc. Mas, lá também, há coisas boas, como o extraordinário testemunho de Abdul Sattar Edhi. OBRAS INCONTÁVEIS Para contar a vida e a obra de Abdul Sattar Edhi, bastaria elencar os números das fundações que levam o seu nome. Em meio século de trabalho, Edhi construiu o maior sistema de assistência social que se registre no Terceiro Mundo. Calcula-se que tenha socorrido dez milhões de pessoas, entre as quais mais de vinte mil recém-nascidas. Dois mil voluntários não conseguiram resistir ao fascínio de seu testemunho, e hoje o ajudam em suas obras. Quinhentas ambulâncias, cinco helicópteros e cinco pequenos aviões atravessam seu País para curar os doentes, levar socorro a terremotados e comida aos pobres. Duzentos e quarenta Centros Edhi, em todo o território, ajudam os esquecidos e marginalizados a não se deixarem levar pelo desespero. Edhi ganhou a Prêmio Balzan para a humanidade, a paz e a fraternidade entre os povos. Mas isso não explica sua força de atuação.

A sensibilização para esta nobre missão surgiu portanto na própria família: “ Minha mãe me fez entender a total falta de cura que havia com muitas pessoas. Decidi então investir minha poupança adquirindo um dispensário de remédios que teria vendido por um preço bem menor em Mithadar, um dos bairros mais populosos de Karachi. Foi a tomada de consciência das péssimas condições, em que viviam aquelas pessoas, que me fez empenhar no setor da saúde, dedicando minha vida por aqueles que sofrem. E escolhi os últimos do Paquistão, os mais pobres dos pobres”.

RAZÃO DE VIDA: A SOLIDARIEDADE Transferido para o Paquistão com a família, de religião muçulmana, depois da separação da Índia, ele fez da solidariedade sua razão de vida. Ainda hoje, com 69 anos de idade, continua com estilo de vida simples e austera. Vive com a mulher numa pequena casa perto de Karachi e ocupa seus dias arrecadando ajudas, guiando ambulâncias, enterrando mortos e ajudando os órfãos. Sua aventura começou em 1951, quando decidiu investir suas poupanças para comprar uma loja, transformada depois em farmácia, na qual vendia remédios a um preço bem inferior às demais. Na frente da farmácia colocou um letreiro: “Os que fazem caridade são abençoados, e também os que não a fazem”. A todos os doadores dava um recibo: se não ficassem satisfeitos com a maneira através da qual o dinheiro era gasto, poderiam se dirigir à Fundação para o reembolso. Mas isso, em 50 anos, nunca aconteceu.

A FAMÍLIA Ele mesmo conta: “Quando menino, minha mãe me dava duas moedas e me dizia que pelo menos uma poderia doá-la a quem tivesse mais necessidade do que eu. Este gesto me infundiu, desde pequeno, o espírito de caridade e a capacidade de ajudar aos outros”.

A família de Edhi foi se formando e crescendo naquele trabalho voluntário: “Conheci Bilquis quando ela fazia treinamento como enfermeira nos Centros de assistência para as mães solteiras. Quis ter a certeza de que ela estivesse assumindo a minha mesma missão. Ela se tornou minha mulher e, com quatro filhos, começou a desenvolver uma atividade na Fundação. Hoje coordena todos os serviços que dizem respeito às mulheres”.

Se aceitássemos financiamentos do Governo ou outras instituições estrangeiras, poderíamos ter interferências em nossas atividades. Por isso, ainda hoje, lançamos apelos pela coleta de fundos nas encruzilhadas das estradas. Eu mesmo vou pedindo com o chapéu nas mãos para angariar fundos para os doentes”, afirma Edhi.

UMA INSPIRADORA Quando perguntado sobre sua religião, Abdul Sattar Edhi deixa evidente: “Minha religião é a solidariedade, um elemento que está na base de todas as religiões. Trabalhamos sem barreiras: as calamidades naturais, a pobreza, a doença atingem todos, indiferentemente de raça, religião ou sexo...”. Sobre exemplos que devem ser seguidos, Edhi não esconde que tem um símbolo especial e uma inspiradora: “Madre Teresa de Calcutá que dedicou sua vida no serviço às pessoas pobres. Ela é o símbolo do empenho para com os pobres”. O povo em geral chama Edhi de Moulana, que quer dizer líder religioso, mas, os meninos e meninas dos orfanatos o chamam de Naná, avô. Pessoalmente, prefere considerar-se um humilde trabalhador social que aceitou um desafio.

A FORÇA DA GENEROSIDADE Todos os recursos que Edhi consegue para manter este verdadeiro batalhão de voluntários e ajudar tantas pessoas vêm de doações espontâneas. Ele sempre contou com o empenho social de muitas pessoas e organizações. Muitos são os que contribuem com roupa, comida, remédios. Diversas organizações contribuem até com o fornecimento de aparelhos para hospitais. O que é muito interessante é que os que usaram da assistência da Fundação, nunca se esquecem disso e, quando podem, enviam suas ofertas. Portanto, a força da Fundação está na generosidade das pessoas: “A Fundação trabalha em prol de pessoas comuns e, das pessoas comuns, ganha sua força.

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inha religião é a solidariedade, um elemento que está na base de todas as religiões. Trabalhamos sem barreiras: as calamidades naturais, a pobreza, a doença atingem todos, indiferentemente de raça, religião ou sexo...”. Abdul Sattar Edhi

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1. O que mais lhe impressiona do testemunho de Abdul Sattar Edhi?

2. Você conheceu outros testemunhos

deste tipo em sua vida? 3. Quais os atos de solidariedade que você realiza realizar habitualmente?

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s estatísticas apontam: os jovens estão entrando, cada vez mais cedo, no vício do Álcool. Nas décadas de 80 e 90, era comum o jovem provar qualquer tipo de bebida alcoólica entre 14 e 15 anos, porém, nos dias atuais, o que se vê é lastimável. Muitos préadolescentes, entre 10 e 11 anos de idade, período em que o organismo ainda está em plena fase de formação, experimentam bebidas alcoólicas, tornando-se, deste modo, sujeitos ao vício, não só de álcool, mas também, por consequência, de outros tipos de drogas.

O que é o alcoolismo Do ponto de vista médico, o alcoolismo “é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, tornando o usuário progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolvendo sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada”. A Organização Mundial da Saúde, desde 1967, reconhece o alcoolismo como doença, no entanto, há quem pense que parar de beber é questão de opção. Estudos realizados por meio de imagens do cérebro revelam, entretanto, que a dificuldade de se livrar do vício é muito mais resultado de falhas do cérebro do que de falta de determinação. Tomografias e ressonâncias magnéticas mostram que a bebida, em demasia, dá um novo formato nas conexões cerebrais, destruindo, deste modo, a capacidade que a pessoa tem de sentir prazer sem beber e de agir conscientemente.

Alcoolismo e a família

Atualmente, as bebidas alcoólicas podem ser consideradas uma das drogas mais utilizadas no mundo ocidental. Grande parte das pessoas já experimentou seus efeitos. O que mais preocupa os especialistas, porém, é que, cada vez mais cedo, os jovens experimentam o primeiro “porre”. Eles alertam: o consumo de bebidas alcoólicas, em festas de família, é um dos principais motivos de os jovens começarem a beber. Nem sempre a primeira experiência de ingestão de bebida alcoólica é por vontade do próprio

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adolescente. Em grande parte dos casos, a iniciação ao mundo das bebidas alcoólicas, até por parte de crianças, é por iniciativa da própria família ou sociedade que, “sem noção”, oferece sutis “golinhos” para os menores. É o caso também das festinhas em casas de família, onde “rolam” bebidas à vontade, quer seja em churrascada de final de semana ou nas ditas baladas noturnas, quando há concentração de adolescentes e jovens. Muitos adolescentes bebem um coquetel de frutas porque é fraco e doce, uma batida de limão porque refresca e, aos poucos, vão evoluindo para outras bebidas, avaliam alguns especialistas. No primeiro momento, a família mal percebe, ou finge que não percebe que seu (sua) filho (a) está bebendo além da conta. No segundo momento da doença, a família é atingida em cheio, pois surgem os problemas paralelos como: pouco rendimento escolar por parte do usuário, perda de emprego, decadência social e acidentes de trânsito, entre outros. Tais problemas levam a família, como um todo, a ser considerada também enferma no processo. Afinal, inevitavelmente, ocorre envolvimento e transtornos em todas as instâncias, gerando desajustes e mazelas na dinâmica familiar.

O jovem é presa fácil do álcool Como os adolescentes e jovens, muitas vezes não tem opinião formada sobre o assunto, tornamse presas fáceis, pois, o álcool age no cérebro produzindo euforia, analgesia, relaxamento e sono. No início o indivíduo até sente bem-estar e desinibição. Porém, na medida em que a concentração de álcool aumenta na corrente sanguínea, a pessoa começa a apresentar falta de coordenação motora, diminuição do senso crítico e dos reflexos, o que torna perigoso, por exemplo, o ato de dirigir. Além disso, ela começa a ter confusão mental, náuseas e sonolência. Uma intoxicação alcoólica pode evoluir chegando ao coma alcoólico e até levar a pessoa à morte por depressão respiratória.

Um fato que chama muito a atenção dos especialistas nos tempos atuais é a incidência de casos de alcoolismo entre as mulheres adolescentes e jovens.

A Lei Seca A Lei nº 11.705 – “Lei seca” - segundo esta lei brasileira, é ilegal conduzir veículo com qualquer concentração de álcool no sangue. Dirigir alcoolizado é considerado infração gravíssima. Quem descumprir esta determinação terá suspensão da carteira de habilitação por um ano, além de pagamento de multa de R$ 955,00, retenção do veículo e a detenção do motorista de seis meses a três anos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente Em 13 de julho de 1990 a Lei Federal 8069 aprovou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que estabeleceu a faixa etária de 12 a 18 anos como o período da adolescência. O ECA define que crianças e adolescentes são indivíduos em desenvolvimento que necessitam de atenção especial e garantias de defesa. Isto significa dizer que também a questão do alcoolismo na adolescência é um problema da família, da escola, de toda a sociedade, do estado. Conversar sobre o mal que o álcool causa na saúde das pessoas, esclarecer os fatos, mostrar resultados de pesquisas e estatísticas e discutir abertamente a problemática é a melhor forma de promoção do desenvolvimento dos pensamentos do jovem, a fim de que ele seja agente consciente de suas próprias escolhas.

1. O que leva um adolescente a experimentar bebida alcoólica?

2. Você já experimentou bebida alcoólica? Com que idade?

3. Que conselhos seus pais lhe dão a respeito do uso do álcool?

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m Mestre Sufi contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu significado. - Mestre, – perguntou um deles, certo dia – tu contas-nos contos mas nunca nos explicas o que significam. - As minhas desculpas. – disse o Mestre – Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego. - Obrigado, Mestre – disse o discípulo, comovido. - Mais ainda: como prova do meu afeto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?

- Sim, muito obrigado. – disse o discípulo. - E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse o pêssego em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo? - Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, Mestre… - Não é um abuso; sou eu que estou me oferecendo. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de oferecê-lo a você. - Não, Mestre! Não gostaria que fizesses isso! – queixou-se o discípulo, surpreendido. O Mestre fez uma pausa e disse: - Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos de comer a fruta já mastigada.

O sufismo foi um movimento místico que surgiu no Islã. Os sufistas praticavam a reclusão e a meditação para manter relação intima com Deus e observar a sua lei. O nome sufismo vem de suf que, em árabe, significa lã. Normalmente os seguidores do sufismo usavam vestes de lã. Os sufistas possuem rituais que envolvem música, dança, exercício de respiração e canto para alcançar as virtudes da humildade e da ajuda ao próximo. Tanto os sunitas como os xiitas são adeptos do sufismo. O sufismo é organizado em ordens, cada qual com um líder espiritual. Uma ordem bem conhecida é os “dervixes” que, ao rodopiar dançando, chegam ao transe para estar em comunhão com Alá.

MAIS DE

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repletas de ensinamentos

A “Coleção Educação” é um dos melhores subsídios para os educadores e todos aqueles que se preocupam em oferecer uma educação integral às futuras gerações.

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isando subsidiar os professores, em particular, os de Ensino Religioso, e as demais pessoas que trabalham na formação de crianças e jovens, O Transcendente, o jornal do Ensino Religioso, apresenta a ”Coleção Educação”. Com a Coleção Educação, estamos ajudando todos aqueles que estão engajados na educação como meio de transformação social.

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ontar e ouvir histórias nos faz recordar fatos que nos transportam emocionalmente de volta à nossa infância, a momentos agradáveis em nossa vida.

Os bons educadores descobriram essa maravilhosa maneira de educar e se utilizam das histórias para prender a atenção e despertar o interesse de seus educandos.

Pensando nisso, a Equipe do jornal “O TRANSCENDENTE” criou a “Coleção Histórias”, contendo quinhentas belas histórias que proporcionam uma leitura agradável que ajudam a todos em seu crescimento pessoal, extraindo conclusões e ensinamentos de como viver com mais sabedoria no cotidiano da vida.

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