ANO V - Nº 16 MAR / ABR 2011
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fanático é geralmente definido como aquele que tem uma visão de mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia bem/mal, sendo que o mal sempre reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar. Isso leva-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem, inclusive, chegar a extremos perigosos, como o recurso à violência para impor seu ponto de vista. A realidade atual nos mostra que não existe somente o fanático religioso ou do futebol, mas muitos outros e graves são os fanatismos, cujos autores nos rodeiam, fazendo de nós objetos de joguetes, usando, para isso, os próprios modernos meios de comunicação social. Neste editorial citamos dois que nos parecem mais frequentes e prejudiciais ao convívio humano. O fanatismo político. Não há dúvida de que este tipo de fanatismo é um dos mais tristes pelas suas consequências deletérias. Até as comunidades religiosas são levadas a vivenciar as chagas da divisão, do ódio e da inimizade que perduram na sociedade também depois dos pleitos eleitorais. O Fanatismo religioso. Em tempos em que a exigência de diálogo deu passos relevantes, autoridades religiosas continuam evidenciando o mal que provoca o fanatismo de caráter religioso. Dom Anuar Battisti, bispo de Maringá, escreveu: “Não é de hoje que assistimos a ver-
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dadeiras guerras promovidas pelo fanatismo religioso. Como entender que, pelo fato de eu crer de modo diferente, de cultivar um sentido religioso que foge às convicções de outros, eu tenha que ser exorcizado da face da terra? Como entender que, ainda hoje, em nome de Deus prevalece o “matar ou morrer? No meu entender, o fanatismo surge e se alimenta por uma visão obtusa da verdade, onde não há espaço para o valor da pessoa e o sentir o outro como gente, como irmão. Só teremos um mundo sem fanatismos quando a cultura da vida, promovida e vivenciada por corações abertos, triunfar sobre a cultura da morte. Nascerá, assim, a sociedade tão desejada onde poderemos conviver melhor, aceitando-nos, sem preconceitos, e amando-nos de verdade”.
TAREFAS DO ENSINO RELIGIOSO
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conhecimento, não há dúvida, é o melhor antídoto contra os fanatismos. Nas religiões, como também nas outras entidades ou pessoas, pode haver aspectos que nos chocam e desagradam, mas bem maiores são os valores que
nelas se encontram e que nos encantam. É isso que os educadores devem passar para as crianças e adolescentes, para que se preparem para uma nova maneira de olhar o universo religioso e cultural que os cercam. Mas isso tudo deve acontecer, primeiramente, no professor de Ensino Religioso. Ele deve se despojar de todo tipo de fanatismos e olhar os outros, a começar pelos seus alunos, embora eles provenham de uma sociedade cada vez mais diversificada, com total compreensão e estima.
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cesse o site da webradio Missão Jovem e acompanhe a discursão dos
conteúdos do jornal O TRANSCENDENTE da edição de Março/Abril de 2011.
O TRANSCENDENTE 2011
ossa viagem, pelo mundo das culturas e religiões, continua nas edições deste ano. Com esta edição, O TRANSCENDENTE embarcou, decididamente, para a Ásia, continente rico em culturas milenares e por religiões que se destacam pelo misticismo e pela preocupação com o viver civil. Isto se vê
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claramente no Xintoísmo, religião que apresentamos nesta edição. É impossível compreender as culturas e as políticas asiáticas sem conhecer os fundamentos religiosos e filosóficos que fundamentam o viver dos povos deste continente.
om esta 16ª edição, O TRANSCENDENTE entra em seu 5º ano de atividades ajudando milhares de professores de Ensino Religioso e disciplinas afins de todo o Brasil. Em grande parte, isso se deve à participação concreta de centenas de Secretarias de Educação que vem realizando assinaturas coletivas para atender a todos os professores de ER de sua rede escolar. A Equipe de OT agradece por esse apoio, esperando que muitas outras Secretarias Municipais e Estaduais sigam esse exemplo. Trata-se de um pequeno investimento para um serviço de grande importância. Portanto, quem já conhece e assinou OT, procure difundi-lo entre os professores das escolas de sua região. Valorizando o Ensino Religioso toda a sociedade sai ganhando! Um grande abraço a todos e todas que comungam com os nossos ideais e se empenham para construir um Brasil melhor.
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ossa capa é um convite para adentramos no místico mundo do Xintoísmo e, com ele aprendermos um pouco sobre as expressivas lições de ética, de espiritualidade e vivência da religião Xintoísta, praticada pelo povo japonês. O torii é um portal japonês que atenta para a entrada ou proximidade de um Santuário. É composto por dois pilares verticais, unidos por uma trave horizontal. Nos tempos atuais, os torii são construídos em meio às grandes e modernas obras arquitetônicas, além do que, também podem ser integrados ao tamagaki - paisagismo local. Normalmente são construídos com madeira ou pedra, porém, com o avanço de novas técnicas, outros materiais têm sido usados para a edificação de torii. Não há consenso acerca da origem dos torii. No entanto, eles simbolizam claramente tanto a separação como também a proximidade entre o mundo dos homens e o mundo dos kami (seres divinos).
www.webradiomissaojovem.com.br Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13 Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E. Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 Redatora: Roseli Cassias Diagramação: Fábio Furtado Leite / Juliana Lourenço
Endereço DO JORNAL “O TRANSCENDENTE”: SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão Jovem PARA CORRESPONDÊNCIA: Cx. Postal 3211 / 88010-970 / Florianópolis / SC FONE: (48) 3222.9572 / FAX-automático: (48) 3222.9967
ASSINATURA ANUAL Ano V - Nº 16 - MARÇO/ABRIL - 2011
•Individual: •Assinatura Coletiva (no CUPOM da página 11) •Assinatura de apoio: •Internacional:
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Caros amigos, hoje vamos conhecer duas pessoas muito especiais: Shin e Naomi. Eles são irmãos e de origem japonesa. Mas vou deixar que eles próprios se apresentem para vocês.
Shin: Olá, amigos, meu nome é Shin, que signi-
fica amoroso, de bom coração. O nome da minha irmã é Naomi, que significa aquela que agrada. Somos muito felizes com os nomes que nossos pais nos deram, pois eles revelam o sentido do amor. Bom, vamos agora apresentar para vocês um pouco da origem do nosso povo e da religião japonesa a qual pertencemos, o Xintoísmo. E para começar é bom sabermos que a religião, no Japão, é uma rica trama de tradições e religiões entrelaçadas. Algumas correntes são nativas, outras foram introduzidas ao longo da história. Assim como o povo chinês, também o povo japonês não faz opção entre as diferentes religiões do nosso país. Nós, em ocasiões diferentes, participamos de várias delas e com diferentes propósitos. O comum, entre todas elas, é a ênfase em encontrar o sagrado na natureza, o respeito pelos ancestrais nas fortes relações familiares, a importância aos cultos sagrados e celebrações, a unidade entre a religião e a nação japonesa. Naomi e eu pertencemos ao Xinto, religião cuja origem perdeu-se na pré-história e emergiu das tradições e práticas das religiões populares japonesas. O Xintoísmo é uma religião étnica, que pertence a um único povo, o japonês. Nela, formamos uma unidade com a cultura, com a história e a mentalidade. Como não possui fundador ou conjunto de regras sagradas que constituem suas escrituras, assim como nenhum sistema de doutrina fixo, não tem dogmas, teologia
ou escritura sagrada, nem um código moral. A ética xintoísta se reduz a poucos preceitos fundamentais como: não prestar atenção às coisas falsas, não ver e não falar falsamente. Para nós, os livros da história do Japão são considerados livros religiosos e nossa prática de vida é preservar uma sociedade unida por valores e atitudes comuns, sendo os mitos e as práticas religiosas as linhas que costuram o todo. É importante saber que o Xintoísmo não conhece divindades personalizadas ou um só deus, mas reconhece a existência dos kamis, ou seres divinos, que podem se hospedar em tudo o que existe como: árvores, rios, montes etc. e, naturalmente, nos homens, em particular nos defuntos que foram pessoas importantes na vida do país, como os soldados mortos nas guerras, os heróis nacionais, os antepassados e, sobretudo, os imperadores. Gostamos muito de participar de ritos e festas tradicionais nos santuários e também nos lares onde fazemos nossas orações. Nossas preces são rezadas de modo simples e diretas. Em tempo de colheita, assim rezamos às nossas divindades:
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• taoísmo: nas crenças animistas e nas prá-
ticas mágicas.
O IMPERADOR DEUS
Nossos antepassados, no século passado, viram acontecer uma grande mudança por parte do imperador Meiji que reformou o Xinto, trazendo-o de volta à pureza primitiva. Nessa reforma, a preocupação não foi somente religiosa, mas também política, visto que se desejava fortalecer o poder do imperador. Criou-se, assim, um Xintoísmo de Estado com seus santuários (jinja), estritamente separado do Xintoísmo popular e de seus lugares de cultos (miya). O imperador foi assim deificado e definido como quem “integra, coordena, harmoniza, sintetiza, recupera a unidade e a tradição do povo japonês”. Em outras palavras, ele exercia uma função “divina” na qual realizava dois serviços: um para as divindades e outro para o povo. Isto significa dizer que a religião e a política fundiam-se numa coisa só. O imperador, no Xintoísmo, era a fonte da força que dava a vida eterna aos seus súditos, porque nele residia a vida eterna e a felicidade que lhe vinha diretamente da deusa do sol, Amaterasu O Mi Kami. Por conta dessa forte visão xintoísta, durante muito tempo, nosso povo demonstrou muita intolerância em relação às outras religiões não pertencentes à raça e ao culto ao imperador.
A GRANDE RENÚNCIA
Como não tem um fundador nossa religião foi se formando com a espontaneidade do povo e se reelaborando, mais tarde, pela vontade da classe imperial. O xintoísmo, durante os séculos, foi influenciado pelo:
• budismo: nos ritos e nas formas arquitetônicas dos templos, no conceito de oração e na teoria da reencarnação;
• confucionismo: no culto dos antepas-
Em agosto de 1945, o Japão rendeu-se ao exército americano e, pela primeira vez na história do país, o imperador Hiroíto falou ao povo pelo rádio, anunciando a rendição e sua renúncia ao caráter divino atribuído à realeza pelo Xintoísmo. A nova Constituição do país passou a defender a liberdade religiosa para todos os japoneses. Aquele momento foi muito triste para o nosso povo. Muitos japoneses cometeram suicídio e outros, por respeito, cobriram com um pano os aparelhos de rádio para manter a devida distância da voz sagrada do imperador. Com essa mensagem, encerrava-se, no Japão, não somente um período político, mas também uma milenar época religiosa. A religião, no Japão, permaneceu oficial de 1868 a 1946.
sados e no senso de pertença e de dever do indivíduo para com a sociedade;
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ste livro apresenta, de forma clara e completa, as várias manifestações religiosas tradicionais e as tendências atuais. É indicado para escolas e para todo aquele que busca conhecer melhor as religiões, tendo como horizonte um diálogo sincero e aberto ao Ecumenismo e à realidade inter-religiosa. São inúmeras as escolas que o adotaram para trabalhar o Ensino Religioso com seus alunos.
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MIKOSHI
H A R A E
São cerimônias de purificação em preparação ao culto, antes de entrar no templo, como: lavar as mãos e a boca com água cristalina.
O-MIKUJI
Por ocasião de várias festas, os kamis (espíritos) de um santuário, são carregados pelas ruas num santuário portátil chamado mikoshi. Esse ato simboliza uma visita dos kamis à comunidade protegida por eles. Tais procissões podem ser alegres e ruidosas: as pessoas que carregam o mikoshi podem gritar segundo a cadência dos passos, levantando e abaixando o santuário a fim de reanimar e fortalecer o kami.
CASAMENTO
São pequenas tiras de papel, O tradicional casamento japonês caracteriza-se por um ritual sereno e simultaneamente colorido. De acordo chamadas o-mikuji, muitas com a tradição tipicamente japonesa, tudo começa com visitas do noivo à casa da noiva, onde é convidado a compartilhar bolos de arroz. É este um sinal de aceitação e bênção por parte dos pais da noiva. vezes deixadas em santuários. Uma tradição importante é a do Yui-no, que consiste na reunião das famílias dos noivos, comElas contém presságios sobre partilhando alimentos e trocando oferendas, entre as quais, se encontra o saké que simboliza o o futuro ou pedidos dirigicarinho e a obediência. dos aos deuses. O acordo é selado num dia de sorte, selecionado no almanaque japonês. Os noivos também trocam presentes entre si, sendo que o noivo é geralmente contemplado com uma saia, símbolo de fidelidade. O xintoísmo prevê a realização da cerimônia num templo ou em casa. O casal veste quimonos de seda branca para as mulheres e negro para os homens, bem como os convidados. As FUDA E EMA mulheres mais jovens usam cores fortes e as senhoras idosas optam por cores mais escuras Uma oferenda em forma e sóbrias. de pintura é chamada de A noiva é toda pintada de branco e, juntamente com o quimono, os chinelos ema (“pintura do cavalo”), devido próprios e as meias brancas, usa uma peruca enfeitada com ouro, flores e à crença de que os cavalos eram (simbolizando boa sorte). pérolas mensageiros dos deuses. Enquanto se trocam os votos entre os noivos, as duas famílias Os amuletos fuda, com PROCISSÃO permanecem a olhar-se de frente. Numa fase posterior, o nome da divindade FÚNEBRE todos se dirigem ao templo a fim de fazer ou santuário, tamNo quadragésimo nono dia, após a OFERENDAS uma oferta aos deuses. bém são deixamorte, as cinzas do falecido são levadas para Parte importante do culto dos em oferenda. serem sepultadas na tumba da família. Atrás do sacerdoxintoísta é o ato da oferenda. Um fiel te, vestido de branco, segue uma procissão de parentes próximos. pode oferecer dinheiro ou objetos aos kamis na Na frente da procissão ostenta-se um retrato do morto, esperança de alcançar uma graça. seguido de suas cinzas, fechadas em uma urna, e de Outra forma de oferenda é uma dança cerimoPROCISSÕES uma placa memorial com seu nome gravado. nial chamada kagura, que serve para entreter Muitas vezes, as festas Essa placa, mais tarde, será colocada no alos kamis. xintoístas envolvem toda a tar budista da família e receberá oferendas de comunidade no culto e na celebracomida e água. ção. Procissões e desfiles integram O túmulo é visitado principalmente no hios festejos que incluem carros de des- gan, que ocorre duas vezes por ano nos equinófile e mikoshi coloridos como parte do cios de primavera e outono. Embora os rituais espetáculo. 1. Você percebeu quantos ritos variem, a cremação e o memorial de diferentes existem no xintoísmo? As procissões oferecem aos fiéis a oporpedra são universais. tunidade de uma experiência 2. Quais ritos são realizados em sua religião: religiosa comunitária. nascimento, juventude, casamento, procissões, funerais?
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ntes de iniciar uma breve exposição sobre a ética xintoísta, quero apresentar alguns conceitos importantes para que se possa entender a cultura japonesa e sua religião. Veja uma feliz definição do Xintoísmo: “A natureza é Kami (ser divino) e Kami é a natureza”. O Xintoísmo é uma religião que só existe no Japão e se identifica perfeitamente com a sociedade, com a história, com a cultura e com a mentalidade japonesa. Por essa qualidade, o Xintoísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não envia missionários para difundi-la entre outros povos. Mas, para não generalizar, podemos dizer que isso aconteceu na Coréia do Sul durante o período da ocupação colonial (1910-1945). No Xintoísmo não há mandamentos que digam como as pessoas devem ou não se comportar. O que vale é a autoconsciência, ou seja, o homem sabe, pela sua própria natureza, o que deve fazer e como se comportar. A vida, os instintos e tudo o que serve para conservar a vida e torná-la mais bela são avaliados de maneira positiva. A morte e tudo o que a ela conduz - como a doença, sofrimento, falta de sorte e infelicidade - são avaliados negativamente e devem ser evitados. Embora não exista pecado, quando há sentimento de culpa ou de perdão, no Xintoísmo, recorre-se às purificações por um sentimento de deferência a quem é mais justo e forte, como os kami sama, isto é, os seres divinos.
VIRTUDES PARTICULARMENTE CULTIVADAS NO XINTOÍSMO:
OS PORQUÊS DA VIDA
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O senso de honra, considerado até mesmo como um valor com fim em si mesmo.
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A fidelidade, especialmente ao Imperador e, em seguida, ao grupo a que se pertence e à nação.
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A obediência aos superiores e o respeito aos mais velhos.
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O sucesso nos estudos, na vida profissional e afetiva.
OS SAMURAIS
Morei e trabalhei no Japão como missionário alguns anos. Lembro-me como se tivesse acontecido hoje: uma vez, durante a aula de japonês, sem maldade, eu disse para a professora que a era dos samurais já tinha acabado. Para quê?! A professora logo me respondeu: “Mas o espírito dos samurais continua vivo!” Os samurais são personagens importantes na vida e cultura japonesa. Eram guerreiros japoneses, membros da casta militar, a serviço de um senhor feudal. O nome samurai significa, em japonês, “aquele que serve”. Os
samurais obedeciam a um código de honra, não-escrito, denominado budoshiô (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação. Havia uma máxima entre eles: a de que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa disso, esses guerreiros prezavam a honra, a imagem pública e o nome de seus ancestrais, acima de tudo, até da própria vida. A morte, para o samurai, era um meio de perpetuar a sua existência. Talvez o que mais impressiona, no estudo desses lendários guerreiros, é a determinação que eles tinham em escolher a própria morte, ao invés do fracasso. O filme de Tom Cruise “O Último Samurai” apresenta muito bem este aspecto.
O Xintoísmo não se preocupa com as questões que estão na base das outras religiões como os porquês da vida, o que é o homem, donde ele vem, para onde ele vai etc. Contudo, embora não se coloque esses questionamentos, o japonês tem três princípios que guiam sua vida no Xinto (caminho dos deuses): O Musubi é força misteriosa que está na origem de toda a criação e estabelece a relação entre o homem e os kamis, entre o ser e o não ser. O Musubi indica a solidariedade e a harmonia que deve unir entre si os membros de um grupo ou uma família. O Makoto é a atitude fundamental da pessoa quando, cheia de humildade e agradecimento, se encontra com os kamis e gera virtudes como o amor, a piedade, a lealdade e a fidelidade. O Tsunagari é o princípio da continuidade e da relatividade. Como todos dependem dos pais para nascer e, por sua vez, geram outros descendentes, assim todos estão interligados e devem viver não apenas para si, mas doar as próprias energias para encontrar a heiwa (paz), o bem-estar, o progresso e a felicidade.
1. O que você entende por ética? 2. Você conhece pessoas que não prezam pela ética? 3. Como você vive a ética dentro de sua religião? PAG 05.indd 1
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epois de termos estudado as provas ontológicas vamos às chamadas provas antropológicas, isto é, àquelas argumentações que nos possibilitam chegar a Deus a partir da pessoa, e não do cosmo ou da própria ideia de Deus. Teremos presente o fenômeno da verdade, do dever, da cultura, dos valores, da autotranscendência, da história, da esperança e do amor.
O argumento da verdade
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anto Agostinho, no século IV, foi o primeiro a argumentar a existência de Deus baseado na verdade que existe em nós, mas que, ao mesmo tempo, nos supera infinitamente. Por isso, remete a uma verdade transcendente que se identifica com Deus. Grande mestre da interioridade, sugere procurar a verdade não fora, mas dentro de nós mesmos. Ele trata esta questão no seu livro “De libero Arbítrio”, onde apresenta a famosa “via da verdade”.
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O argumento do dever
ser humano se encontra diante de princípios fundamentais e universais: não dizer mentira, não matar, não roubar, respeitar os outros... E acaba impondo, como obrigações e deveres, essas normas morais. O dever que acompanha esta lei natural é um claro indício de submissão interior a Deus. Foi o filósofo alemão Immanuel Kant que mais compreendeu e sublinhou o dever como argumento para a existência de Deus. Ele afirmou ser impossível chegar à Deus com a razão especulativa, mas apenas com a razão prática, cuja missão é investigar os fundamentos da moral e do dever. Para Kant é impossível dar à lei natural e um fundamento sólido sem apelar para Deus”.
O argumento da autotranscendência
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ser humano distingue-se dos outros seres existentes na terra pela sua autotranscendência. Constantemente tenta se superar, crescer, sair das amarras do espaço e do tempo, avançar em direção do infinito e do eterno. Ele aspira uma realização de si mesmo que seja plena e definitiva, não tanto na ordem do ter, do prazer e do poder, mas na ordem do ser. Sto. Tomás de Aquino dizia que “o homem sente o ardente desejo de viver para sempre, de jamais morrer”. Max Scheler, por sua vez, disse que “o homem é um doente de Deus”. Nas raízes do nosso ser foram inscritas por Deus a necessidade de buscá-lo e nele encontrar a razão da vida. É o que escreve Sto Agostinho nas Confissões: “fizeste-me, Senhor, para ti, e nosso coração estará inquieto enquanto não repousar em ti”.
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O argumento da cultura
odas as grandes civilizações, com suas culturas, tiveram um caráter religioso impressionante. Basta estudá-las. Não só o homem é instintivamente religioso, mas a cultura, que é a expressão exterior do ser social, desempenha um forte indício do papel religioso da sociedade. A cultura mostra que Deus não é uma ilusão, uma invenção, mas uma realidade última que sustenta todo o dinamismo individual e social do homem.
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O argumento dos valores
e a cultura é a alma da sociedade, podemos dizer que os valores são a alma da cultura. “Por este motivo, a grandeza de uma cultura é sempre proporcional à grandeza de seus valores”, segundo João B. Mondin. Os valores fundamentais da vida, tais como, o respeito à vida, a verdade, o amor, a união, a sabedoria, a amizade, a liberdade, a justiça, a paz etc... são superiores a nós e não se originam em nós. Nós não criamos a vida, a bondade, a verdade, a justiça, a beleza. Participamos deles recebendo-os e assimilando-os. “A realidade de Deus não pode ser posta em dúvida porque ela é uma certeza imediata de que o maior, o mais belo, o mais rico de valor, não por ser puro pensamento; deve ser realidade, pois seria insuportável crer que o ideal não passa de uma representação forjada pelo pensamento e que não há existência, força e validade na realidade” (H. Lotze).
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O argumento da linguagem
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evento linguístico é criação, é invenção dos homens. Contudo, há algo na linguagem que nos remete a uma realidade superior ao homem, a Deus: o significado. Sabemos que a linguagem é simbólica e as palavras são sinais que veiculam um significado. Erich Coreth, a partir da linguagem, nos deixou uma prova da existência de Deus. Eis a sua argumentação:
1. O homem não pode ir adiante na vida sem um sentido superior que sustente a sua existência. 2. O fundamento desse sentido não pode ser encontrado no condicional ou no limitado. 3. Aquilo que ultrapassa a nossa contingência e dá sentido a ela, na impotência da linguagem humana, chamamos de Deus in Antropologia filosófica.
O argumento da dignidade humana
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pessoa é universalmente conhecida como portadora de uma dignidade altíssima, uma sacralidade inviolável, um valor absoluto. Por isso, ele é digno de respeito e de estima sempre e em todo lugar, por si mesmo, independente da raça, sexo, idade, lugar... Mas, ele não é um ser absoluto, um ser supremo, infinito ou imortal. Ele é frágil, finito, mutável, contingente, mortal. O homem é absoluto como valor não como ser. Conscientes do valor absoluto da nossa pessoa, vamos à procura do fundamento desse valor e descobrimos que o único fundamento desse valor só pode ser um valor absoluto subsistente, Deus. L. Kolakowski dizia que fundar o valor absoluto do homem em Deus é o único caminho para realizar plenamente as suas aspirações e assegurar um fundamento para a dignidade da pessoa.
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O ser humano como prova da existência de Deus
ser humano é o documento mais eloquente e explícito da realidade e da existência de Deus. Em seu próprio ser ele remete a Deus, é o dedo que aponta para o Criador. O homem precisa de Deus, e Deus é o único que o satisfaz plenamente. Nietzsche e Camus diziam que sem Deus o homem é uma criatura insensata, tudo se torna obscuro, angustiante, insensato, insignificante. O homem faz perguntas sobre si e sobre o mundo que o rodeia. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Só Deus é resposta ao anseio infinito do ser humano, ao sonho de uma justiça perfeita e de uma verdade eterna, ao amor pleno e total. Quem já encontrou Deus goza das primícias do seu Reino que é de alegria, de serenidade, de justiça, de amor e de paz.
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Concluindo
s provas da existência de Deus têm um valor de comprovações racionais de nossa experiência religiosa. Elas devem ser entendidas como uma possibilidade de se comprovar Deus. Os argumentos são tentativas para se chegar racionalmente a ele. O valor das provas é racional, diferente do experimental e do religioso. Não é através delas que chegaremos ao Deus professado em cada religião.
1. O que você pode salientar nesta argumentação?
2. Como os argumentos antropológicos valorizam a pessoa humana? 3. Esses argumentos produzem a existência de Deus?
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Transcendente conversa nesta edição com o Professor Sandro Liesch que trabalha com adolescentes na área do Ensino Religioso e sabe ocupar muito bem o espaço da sala de aula para promover atividades que conciliam o conhecimento da disciplina e sua aplicabilidade para a vida. Vivências, dinâmicas e debates fazem parte da sua metodologia de ensino.
1. Professor Sandro, o Ensino Religioso é uma discipli-
na rica em conhecimentos para a vida dos alunos. Como você entende esta riqueza? Essa disciplina é, por excelência, um grande canal de conhecimentos no que se refere às culturas e tradições religiosas, enfim, ao universo religioso. Porém, não deve ficar apenas no conhecimento, pois essa disciplina tem muito mais a oferecer. O Ensino Religioso deve estar conectado à vida dos alunos, à realidade deles. Por sua vez, o professor precisa de certa “sensibilidade” para perceber e tratar essa realidade, conhecer seus alunos e aproveitar ao máximo da riqueza que cada um traz consigo. Paralelo a isso, o professor deve apresentar os princípios, valores éticos, morais e religiosos que as culturas e tradições religiosas possuem. O objetivo disso, não é o de “converter” o aluno, mas conduzi-lo a aprofundar sua própria fé e a práxis da mesma. Acredito nesta combinação entre vida e religiosidade, cultura religiosa e prática, fé e vivência.
2.
O Ensino Religioso no Brasil tem avançado muito, porém, ainda vemos algumas concepções errôneas por parte de muitos professores. Como você percebe este fato no Brasil e no grupo de seus colegas professores?
Penso que, paulatinamente, a maioria dos professores de ER está se atualizando. A grande quantidade de cursos, oferecidos na área do ER, acusa essa procura pelo conhecimento. Há, porém, professores que estagnaram no tempo e que pensam o ER segundo concepções antiquadas. Por diversos fatores, não os condeno, mas gostaria que entendessem que estão perdendo seu espaço.
3. Diante de conteúdos tão expressivos e até, muitas
vezes, bem complexos, pela sua experiência, qual é a melhor maneira de fazer a construção desse conhecimento de modo que o aluno não receba o ER com indiferença? Questões que envolvem crenças, ritos, costumes, mitos, entre outras, já atraem, por si só, a curiosidade dos alunos. Basta observar, por exemplo, a lista dos livros e filmes mais “consumidos” pelos adolescentes e jovens. A maioria deles traz, em sua essência: mitologias, lendas, mistérios e enigmas. Atento a esses anseios, o professor do ER tem grandes chances de conquistar seus alunos, aprofundar os temas relacionados ao ER e, consequentemente, desfrutar das riquezas inerentes a eles.
É claro que ao abordar temas como a “vida”, a “morte”, a “natureza”, o “sagrado”, entre outros, o fenômeno religioso se torna mais “eminente”, mais perceptível.
5. Professor Sandro, ainda há uma discussão entre os professores do ER sobre o direcionamento desta disciplina. A seu ver, ele é restrito à área do conhecimento, não permitindo ao professor auxiliar o aluno em sua formação pessoal, ou podemos dizer que o ER, pela sua ampla proposta, colabora para com a formação humana dos nossos educandos e, consequentemente, de toda a sua família? Acredito que essa discussão perdurará por muito tempo ainda. No entanto, eu não consigo conceber o ER apenas como conhecimento, sem integrar fé e vida, religiosidade e a práxis. O ER deve ter implicações diretas na vida do aluno, seja na orientação de suas atitudes, seja nas percepções e nas discussões sobre a vida, valores e princípios. O ER não deve se omitir em colaborar com a formação humana do aluno. Assim, por exemplo, como o aluno estuda Matemática, porque os cálculos são úteis para a vida, para o dia a dia dele, da mesma forma, o ER tem sua importância e o seu valor.
6. Professor Sandro, com-
partilhe com os professores de ER do Brasil uma atividade ou dinâmica que você utiliza em sua prática pedagógica. Gostaria de partilhar uma atividade que realizei com meus alunos de 6º ano. Acredito que as atividades lúdicas contribuem para o aprendizado e a assimilação dos conteúdos propostos. Ela serve para introduzir uma discussão sobre drogas. Espero que todos façam um bom proveito!
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o diagrama abaixo, substitua os números pelas letras correspondentes e encontre as sequências numéricas que resultarão no nome de 05 drogas que atrapalham a vida. Converse com seus colegas a respeito. Escreva o nome das drogas aqui:
4. O objeto de estudo do ER, proposto pela LDB/96
é o “fenômeno religioso”. De que modo seus alunos percebem esse fenômeno acontecer em suas próprias vidas? Observo que, de certa forma, os alunos acabam percebendo “naturalmente” o fenômeno religioso em suas vidas. A própria “carência” intrínseca deles, em relação ao sagrado e ao transcendente, ajuda nessa percepção.
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lá! Sou Juliana, tenho 23 anos e sou estudante universitária de mídia. Hoje vou falar sobre algo do qual, desde pequena, sempre tive interesse, mas que, na verdade, não tenho descendência ou algo que me puxe para esse lado: a cultura japonesa. Meu interesse começou com o hoje, então, famoso no Brasil, “anime e mangá” (desenho animado que vem do Japão - quadrinhos). Creio que, atualmente, os jovens que estão cursando língua japonesa tenham se interessado primeiramente nesse lado “pop” e artístico da cultura oriental. Eu estudei japonês por quase quatro anos e, hoje, ainda que não faça mais o curso, continuo lendo e estudando, por mim mesma, e tentando aprender o máximo que consigo, com o claro sonho de um dia, quem sabe, morar no Japão.
A língua e a moda
A língua japonesa, coisa que muitos acham difícil, é apenas mais um passo para entender o modo de vida, respeito e formalidade daqueles que já enfrentaram catástrofes sem igual. Acho que aprender a língua me fez pensar, comportar e ter a disciplina de um japonês. A moda: Não só nos desenhos e animações o Japão vem conquistando o coração dos brasileiros, como também muito da cultura filosófica e gastronômica invadiu o espaço de uma forma exponencial já que cada vez mais aparecem casas de sushi, massagem e relaxamento oriental, dojos de artes marciais e, algo que não pode, de jeito nenhum, ficar de lado: a moda. Enfim, o que mais inspira o jovem brasileiro, que gosta da cultura nipônica, são a moda e o estilo usados pelos japoneses. Partindo disso, fui me interessando ainda mais pela gastronomia, estilo de vida que muito se diz saudável e também pela filosofia. A espiritualidade japonesa parece transmitir uma paz diferente, uma harmonia com a natureza e os seres viventes que passa calma e tranquilidade àqueles que se permitem participar de alguma cerimônia, seja budista ou xintoísta.
O Xintoísmo e a natureza
Pode-se dizer que a filosofia xintoísta é “amiga da natureza”, pois diz que o homem não pode conviver em confronto com a mesma, ainda que o arquipélago esteja repleto de vulcões e tenha uma grande incidência de tufões e terremotos.
Para o Xintoísmo, o homem é considerado um ser puro e de bom coração somente se estiver em harmonia com a natureza. É uma pureza espiritual politeísta, onde as divindades podem assumir diversas formas, sejam humanas ou naturais como: montanhas, rios e ventos. Com aproximadamente 120 milhões de seguidores, só no Japão, entender o Xintoísmo é entender o povo japonês e seu modo de pensar e viver, sua relação com o meio ambiente e com a natureza que o cerca, sabendo que deve se respeitar todos os seres: plantas ou animais. É muito comum, entre os xintoístas, a participação em retiros espirituais nas montanhas ou nas florestas. O Xintoísmo está presente não só em cultos ou ritos, mas também, na maioria das celebrações japonesas relacionadas com a natureza, maturidade e estações do ano, como, por exemplo, a celebração da maioridaquando, no dia 15 de janeiro, os jovens de 20 anos se reúnem nos templos para receber bênçãos e purificar suas almas para uma vida adulta próspera. As orações xintoístas se assemelham às orações ocidentais. Dirigindo-se a Deus, os japoneses fazem orações pedindo um benefício, o alcance de uma meta e a paz na família.
A arte japonesa
Outro quesito fundamental para tornar este país tão peculiar, além da cultura, é a arte, abrangendo uma enorme variedade de estilos e formas de expressão independente do material usado. Os primeiros contatos com a arte foram influenciados pela China e Índia e, em seguida, foram tomando complexidade pelo Budismo e Xintoísmo. É de se esperar, pois, que a caligrafia do Kanji seja de origem chinesa.
As pinturas, os poemas e o ideograma
A começar pela pintura Sumi-e (técnica com carvão) e Shodô (arte da caligrafia) que geralmente transmite antigas passagens da história, natureza, animais e também o tão famoso Haika, que é o poema tradicional japonês distribuído em três
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Para o Xintoísmo, o homem é um ser impuro e de coração ruim, que não vive em harmonia com a natureza. A caligrafia do Kanji é de origem latina. Sumi-e é uma técnica em pintura na água. O estilo de teatro Takarazuka é feito só por homens. O Xintoísmo é uma religião que nasceu no Paraguai.
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linhas de, respectivamente, 5, 7 e cinco sílabas métricas. A referência à natureza e às estações do ano são tão constantes quanto as exigências para uma escrita perfeita dos ideogramas. Geralmente, um poema Haika vem acompanhado de uma pintura no estilo sumi-e. Diferente do Brasil que gosta muito do calor das cores vivas, o estilo tradicional japonês tem cores sutis, monocromáticas ou pastéis, transmitindo calma, paz e pouca ostentação.
A arte teatral e seus estilos
A arte teatral japonesa já se mostra muito mais histórica e folclórica sendo dramática ou sátira, representando tanto personagens poderosos como o Xogum Tokugawa Ieyasu, quanto criaturas lendárias. Uma curiosidade: há estilos teatrais específicos como o Kabuki que é feito só por homens! Já o representado só por mulheres, chama-se Takarazuka. Em ambos, o aspecto dramático e nostálgico dos romances é acentuado de acordo com o período histórico, sendo capaz de transmitir, com perfeição, as limitações de cada era representada.
O delicioso chá, a ikebana e os origami: tudo é Perfeito!
Outras formas de representar o Japão é a arte do chá, as artes marciais, ikebana (arranjo floral), origami (dobradura em papel), bonsai (miniaturas de árvores), e muitas outras que com certeza influenciaram o mundo ocidental, assim como boa parte da arte moderna japonesa tem sofrido a influencia de cá. A relação entre o Brasil e o Japão é muito maior hoje. Mesmo depois de cem anos da imigração japonesa e com tantas diferenças culturais, o que se faz é aprender e cultivar ao máximo uma relação, no mínimo amigável, para com aqueles que têm um estilo de vida tão próspero e que buscam a essência da vitalidade em cada ação.
Sushi é uma iguaria criada em Portugal. Origami é uma técnica feita com areia. As orações xintoístas se assemelham as orações ocidentais. Haika é o poema tradicional japonês.
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A biodiversidade brasileira O Brasil é o país mais rico do mundo em biodiversidade, pois seu território é vasto e muito cheio de vida. É na Amazônia que se concentra o maior número de espécies nativas da fauna e da flora. É importante sabermos que a Amazônia é uma região natural da América do Sul, que está distribuída em nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Guiana Francesa, Suriname, Equador e Venezuela. A Floresta Amazônica é também chamada de Floresta Equatorial da Amazônia ou Hilea Amazônica – a qual possui 60% de sua cobertura em território brasileiro. Ela é a maior bacia hidrográfica do planeta terra. Os atalhos das águas vindas de grandes rios formam, na Amazônia, estreitos navegáveis por onde passam inúmeras embarcações, dentre elas, as canoas dos indígenas, povos que fazem parte da sabedoria da floresta.
O Greenpeace e a missão de cuidar
O Greenpeace alerta para o cuidado que devemos ter com este patrimônio verde. Segundo um dos coordenadores desta ONG, os bilhões de toneladas de CO2 – gás que provoca o aquecimento global – estocados nas árvores amazônicas, se liberados para a atmosfera, podem colocar todo o planeta em risco. O desmatamento tem sido responsável por 75% das emissões brasileiras de gases-estufa, portanto, acabar com esta prática aumenta muito a segurança global.
O desmatamento descontrola o meio ambiente Embora politicamente inaplicável, a tese de privatizar a Amazônia tem pelo menos um mérito: alertar o governo brasileiro e os brasileiros para a urgente necessidade de adotar medidas concretas para acabar com o desmatamento, conter a expansão do agrone-
gócio e da indústria madeireira predatória na região. Segundo revelam pesquisas, foi a expansão descontrolada dessas atividades, aliada à transferência de grande número de colonos para a Amazônia, que resultou na destruição contínua da região.
Sem dúvida, a queda do desmatamento atual deve-se às iniciativas do governo federal que criou áreas protegidas e reprimiu atividades ilegais.
Uma notícia promissora Novas espécies da Amazônia foram apresentadas em conferência sobre biodiversidade no Japão, em 2010, onde estavam reunidos dezenas de cientistas de museus e universidades do mundo todo. Trata-se de 1.200 novas espécies de plantas e animais descobertas na Amazônia entre 1999 e 2009. O ritmo do surgimento é de uma nova espécie a cada três dias, como:
• uma rã de cor diferente: cabeça vermelha e corpo azul; • um papagaio careca de cabeça laranja; • um bagre cego e minúsculo, vermelho vivo,
que pode viver em rios que cortam cavernas;
Atenção: Há quem comemore o desmatamento Muitas vezes oculto aos olhos da opinião pública, o resultado do desmatamento sempre é comemorado por investidores da região que, ao verem o aumento das exportações de soja e carne, celebram os saldos. Este “progresso capital”, porém, significa que mais áreas foram desmatadas para fazer o plantio de soja e pasto.
Uma notícia acalentadora Nos últimos anos a taxa anual de desmatamento da Amazônia caiu, revertendo uma tendência de alta que vinha desde 1997 e que teve seu pico no segundo ano do governo Lula, em 2004, quando 27.200 km2 de florestas foram postas abaixo.
• uma
nova espécie de sucuri, a primeira descoberta desde 1936;
• um
novo boto cor de rosa, encontrado somente na Bolívia.
Ao todo, foram identificadas 637 novas espécies de plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos, entre eles, sete novos macacos, seis descobertos no Brasil. E o coordenador do WWF diz ainda que há muito a ser descoberto na maior floresta tropical do planeta. “É um conhecimento muito ainda pouco usado e nós precisamos avançar nas pesquisas, fazer mais expedições para encontrar mais dessas plantas, porque são plantas e animais que só se encontram no local, ou seja, você precisa ir para a floresta para conhecer as novas espécies”, disse o coordenador do programa Amazônia Viva.
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Greenpeace alerta: a população brasileira, de modo especial os jovens pois, segundo ele, estudos revelam que as grandes obras de infra-estruturais na Amazônia podem levar à extinção de espécies ainda desconhecidas que poderiam gerar riquezas para o Brasil. “Aqui temos ativos para fazer medicamentos, para produtos que podem substituir vários outros produtos artificiais e com qualidade: sem dúvida nenhuma, isso vai ser um ativo no futuro”, afirma.
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aro professor, cara professora.
Nas edições deste ano dedicaremos esta página às questões do Meio Ambiente, tema emergencial que é discutido em todos os ambientes: nos meios políticos, empresariais, universidades, escolas e nas comunidades. Precisamos conversar muito sobre este assunto, conhecer as questões e criar planos de ações que venham ao encontro da sustentabilidade ambiental. A Escola, como bem sabemos, é espaço privilegiado para a construção do conhecimento e da prática da cidadania. Por isso mesmo, é um ambiente excelente para que nossas crianças e adolescentes aprendam a ser protago-
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em o rigor de textos acadêmicos, gostaria de falar um pouco de nós, de nossa casa e do planeta. Vou escrever como quem está conversando com pessoas amigas. Como em uma pesquisa antropológica, vou contar a história a partir de minha ótica crítica, conversando com o coração, e não com a razão, pois minha razão está no coração. Acredito que quando encontramos a bondade, a justiça e ética, a caridade,
A
s cidades são consideradas boas conforme a quantidade de parques naturais e de equipamentos para humanização dos espaços públicos encontrados. Os cidadãos são verdadeiros prisioneiros em seus edifícios, há pouco espaço para se mexer, pois estão presos aos controles remotos. Tenho a proposta de melhorar a vivência das pessoas idosas e crianças nos edifícios, pois não existe espaços para o contato do morador com a terra, não há troca de energia. Além de estarmos impermebializados com as calçadas e asfalto, estamos nos contaminando dia a dia com metal pesado,
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ormia-se com a casa aberta, no silêncio escutávamos o canto das corujas, agora trocado pelos alarmes, buzinas, tiros de foguetes, gritos de pessoas. Não durmo mais bem, o barulho e os medos nos levam ao estresse. Eu passeava na escuridão da noite com a luz dos vagalumes. Agora, não consigo descrever a velocidade das mudanças e das muitas informações. Minha memória não é treinada para tanta informação e o nosso biorritmo não consegue acompanhar a pressa da vida moderna, pois, hoje em dia, tudo se faz correndo. Corremos para cumprir agenda familiar, profissional e comunitária, isso é uma doença grave. Pergunto-me: sou preguiçoso ou tenho o ritmo dá natureza? Falta tempo para meditar, rezar e viver o amor. Embora eu pareça tão novo, com 60 anos, conheci a Lagoa da Conceição com vida total e hoje vejo a falência do ambiente natural e sinto o verdadeiro processo de degradação do ambiente natural.
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nossa casa, planeta, está cheia de feridas, precisamos ajudar a sarar. “Não à bomba atômica, não à energia nuclear”. Mas, por outro lado, existe uma família planetária morando na nossa casa, muito bonita, pregando a paz, o amor, a vida, a solidariedade, a natureza, a cura e a comunhão entre todos os seres. Vamos fazer a nossa parte dentro desta família, nossa atitude é que vai salvar o planeta. O verde que te quero verde, hoje é o dólar. Não acredite em revolução de governo, não acredite em mentiras ele-
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nistas de sua própria história e, portanto, agentes de transformação da vida comunitária e do planeta. A seguir, acompanhe, o Jogo de Palavras ditas pelo escritor desta página, professor Alésio dos Passos Santos, ambientalista, especialista em ervas medicinais e eterno enamorado da natureza. Alésio percorre os ambientes verdes da Grande Florianópolis e das cidades de Santa Catarina - escolas - fóruns de debates - procurando educar crianças, adolescentes e comunidades para a sustentabilidade do planeta a partir da casa que habitam, da escola onde estudam e do bairro em que moram.
a amizade, a paz em família, a comunidade e a felicidade, nos encontramos com Deus, independente de credo religioso. Deus está na natureza viva, nas plantas, nos animais. Muitas vezes o ser humano resolve brincar de Deus, criando alimentos geneticamente modificados, fato que está nos levando a passar do estágio natural - biológico, para um estágio artificial, de um ambiente natural para um ambiente criado com pouco verde e com pouca vida.
através da água tratada, das descargas dos carros, dos enlatados, da tinta de cabelo, do esmalte de unha. O que me assusta é a velocidade dessa transição. Na ilha de Santa Catarina, especificamente na Lagoa da Conceição, há pouco tempo se convivia com “as bruxas e com os lobisomens” (lendas da Ilha de Florianópolis). Não tínhamos luz elétrica, água encanada, fralda descartável, absorvente higiênico e nem mesmo papel higiênico. Hoje, não conseguimos viver sem essas modernidades. Na foto ao lado, o professor Alésio apresenta aos alunos uma muda de Garapuvu: árvore nativa, símbolo da Grande Florianópolis. Veja, não sei como entrei nessa dança maluca, produzir para ganhar dinheiro e acumular riquezas, se todos no mundo viverem como eu vivo, toda natureza irá se degradar. Aí vem aquela palavrinha mágica, desenvolvimento sustentável. Não existe desenvolvimento sustentável se não mudarmos nosso estilo de vida. Os desafios impostos pelos “doutores em Sustentabilidade” são incompatíveis com o nosso estilo de vida. Deixar de poluir é muito pouco, mas nem isso conseguimos fazer. Temos que, além de não poluir, recuperar o que já está poluído e ainda estamos poluindo. Precisamos minorar nossa pegada no planeta!
trônicas, que pregam a paz em suas programações, mas no fundo incitam à violência. A verdadeira e pura mudança vem do coração, está em cada um de nós e somente em nós. Com fé e organização, poderemos melhorar a nossa casa, pois temos um potencial muito grande que precisa ser valorizado, é a família do amor ao verde! Converse com o ambientalista:
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lá , Professor (a) Que alegria! O Transcendente traz uma nova oportunidade de interação para você e seus alunos do Ensino Religioso:
Concurso OT 2011 - Diversidade Religiosa!
A tarefa é a seguinte:
3. O trabalho poderá ser realizado individu-
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almente, em dupla ou em equipe com até quatro participantes.
Elaborar um pequeno álbum, com folhas de papel A4, cortadas ao meio, com um símbolo desenhado sobre cada religião já apresentada pelo Jornal O TRANSCENDENTE e sobre elas criar uma bonita frase:
4.
Os desenhos deverão ser coloridos ou pintados em grafite, esclarecendo, abaixo, o nome do símbolo, o seu significado e a religião à qual ele pertence.
5.
Na capa do álbum deverão constar: nome da Escola; nome do professor (a) de Ensino Religioso; nome completo do aluno (a) e/ ou os componentes da equipe.
• Hinduísmo • Budismo • Candomblé e Umbanda • Judaísmo • Cristianismo • Islamismo • Xintoísmo
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2.
Na última página do álbum, os participantes deverão escrever uma pequena conclusão sobre o trabalho realizado que poderá ser em forma de poesia, texto ou acróstico, contemplando a diversidade religiosa.
6. Os alunos que apresentarem os dez melhores trabalhos serão contemplados com prêmios especiais.
7. Os trabalhos deverão ser entregues (postados no correio) até 29/07 - final do primeiro semestre de 2011.
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á muito tempo atrás, em uma pequena aldeia do Japão, vivia um pobre velho e sua esposa. Um dia, próximo ao Ano Novo, a esposa olhou a caixa onde guardava seu arroz e percebeu que não havia mais nenhum grãozinho... Eles estavam sem dinheiro e não havia sequer uma migalha de comida em sua casa. Então, ela virou-se para o seu marido e lhe disse: - Precisamos fazer algo... pois não temos o que comer. Foi então que decidiram fazer chapéus. O pobre velhinho foi até a cidade vender os chapéus para conseguir um pouquinho de dinheiro para passar o fim de ano... Era uma longa caminhada até a cidade, mas sua força de vontade lhe dava ânimo para suportar aquele frio e a fina neve que caia. O velhinho, chegando à cidade, começou a gritar: - Olha o chapéu!!! Quem vai querer??? Ofereceu a um casal, mas a única resposta que ouviu foi: - Para que vou querer isto??? E assim, passou o dia... Nenhum chapéu foi vendido e o velhinho, triste por não ter conseguido nenhuma moeda sequer, começou sua caminhada de volta para casa. A neve estava começando a ficar mais forte... No caminho encontrou as Estátuas de Pedra de
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Jizo-Sama (deidade protetora dos gatos) com as cabeças já cobertas de gelo. O velhinho pegou sua toalha e, cuidadosamente, começou a retirar a neve de cada um deles, ao mesmo tempo em que lhes dizia: - Infelizmente não tenho dinheiro para comprar comida e dá para vocês nessa festa de Ano Novo, pois não vendi nenhum chapéu, mas vou deixá-los aqui para protegê-los da neve!!! O velhinho começou a cobrir a cabeça de cada um, mas eram seis estátuas e só tinha cinco chapéus... - Poxa, vai faltar um chapéu... Que vou fazer agora??? Não posso proteger a cabeça de apenas cinco e deixar um desprotegido!!! Ele, então, pegou a toalha com que havia limpado as estátuas, colocou-a na cabeça do sexto Jizo Sama e lhe disse: - Me perdoe, pois faltou um chapéu... Mas não posso partir e deixar você desprotegido, por isso colocarei essa toalha em sua cabeça. E continuou sua caminhada de volta para casa... Chegando em casa, a esposa viu que seu marido estava sem os chapéus e ficou feliz, achando que ele os havia vendido. O marido, meio sem jeito, disse: - Na verdade eu não vendi nenhum, apesar da cidade estar cheia de pessoas...
- Mas então, onde estão os chapéus??? - perguntou a esposa. - Eu encontrei as estátuas de Jizo Sama no caminho e, como a neve estava muito forte, deixei-os com eles para que se protegessem. A esposa ficou orgulhosa de seu marido e disse: - Que gesto nobre!!! Passaremos o Ano Novo sem comida, mas o mais importante é que, apesar de sermos pobres, temos uma casa para nos proteger do frio e vivemos com saúde!!! A noite chegou... Já estavam deitados, quando ouviram vozes: - Entrega especial de Ano Novo!!! Onde é a casa do vendedor de chapéus??? Abra a porta vendedor!!! Levantaram depressa e, ao abrir a porta, depararam com muitos sacos de arroz e comidas em abundância para passar o Novo Ano com a mesa farta!!! Havia um bilhete escrito: “Obrigado por seus chapéus. Nós estamos retribuindo sua boa ação com esses mantimentos. Feliz Ano Novo!!!” Olharam em volta e viram seis vultos caminhando sobre a neve... Eles estavam usando seus chapéus. O casal de velhinhos concluiu serem as estátuas de Jizo Sama. Com a mesa farta, felizes, eles exclamaram: - Obrigado Jizo Sama! Esse é o melhor Ano Novo de nossas vidas! Conto japonês
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