Jornal ubatubense 04

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Ubatuba, 09 de Março de 2015 – Jornal Ubatubense – Com fatos & fotos da Ubatuba Antiga – editor Silvio Cesar Fonseca – Ed. 04 – 2015 – Contato via E-mail: silcefon@gmail.com

ORIGEM DO NOME IPEROIG Em Ubatuba (aldeia de Yperoig, ou Rio das Perobas), ficou cativo o Abaré - Padre José de Anchieta, pioneiro na catequese dos índios Tupis e um dos primeiros homens a produzir literatura no Brasil. Nóbrega e Anchieta foram incumbidos de difícil missão: fazer as pazes com os índios tupinambás e colocar fim na Confederação dos Tamoios que ameaçava destruir São Vicente e a hegemonia do território Português no Sudeste do Brasil. Ambos os Padres, segundo a tradição, levados no barco de José Adorno, se dirigiram até Ubatuba (Yperoig) e ali chegando, Anchieta, dirigindo palavras de paz e amizade aos Índios, conseguiu aportar e dar início aos trabalhos de pacificação. Confira a sequência na pagina 03... CONHEÇA A EQUIPE DE VOLLEI DE UBATUBA Jogos Regionais do Vado Paraiba 1961


Ubatuba, da pré-história aos dias de hoje A história de Ubatuba é mais antiga do que se pensava até há pouco tempo. Pesquisas arqueológicas, realizadas na Ilha do Mar Virado e na Praia do Tenório, comprovaram que os primeiros habitantes de Ubatuba pertenciam a uma etnia indígena que os arqueólogos chamam de “homens pescadores e coletores do litoral”, que ocuparam a região por volta do primeiro século da Era Cristã, muito antes da chegada dos tamoios e dos tupinambás, sociedades indígenas do tronco lingüístico tupi que dominaram grande parte do litoral brasileiro por centenas de anos. Na história colonial do nosso País, Ubatuba se destaca por um episódio que se tornou preponderante para a unidade nacional. Tal episódio – que ficou conhecido como a “A Paz de Iperoig” – contribuiu, de forma inequívoca, para evitar que o Brasil fosse dividido em três regiões distintas, com os extremos norte e sul católicos, falando a língua portuguesa e rezando pelo catecismo de Roma; o centro, calvinista e de língua francesa. A Paz de Iperoig – que contou com a participação decisiva dos esplêndidos padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega na negociação da paz com as tribos que integravam a Confederação dos Tamoios – explica, e mais do que justifica a legenda "Conservou a Unidade da Pátria e da Fé", gravada em latim no brasão de armas de Ubatuba. E foi sobre a tropical aldeia de Iperoig – localizada exatamente por onde passa a linha imaginária do Trópico de Capricórnio – que se estabeleceria o pequeno povoado que, em 1637, alcançaria a condição de vila, recebendo o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba. Nome esse que, por si só, demonstra a ligação íntima entre a fé católica e a origem colonial da cidade. No quarto final do século XIX, no auge do ciclo econômico cafeeiro, Ubatuba chegou a ser o município mais rico da Capitania de São Paulo, graças a seu porto. Após esse período de extrema pujança econômica – que durou muito pouco tempo – a cidade enfrentaria quase um século de estagnação, com o grosso da população caiçara sobrevivendo da roça familiar e da pesca de subsistência. Na Ubatuba tropical do século XXI tudo é superlativo. Dos quatro municípios que formam o Litoral Norte, Ubatuba é a maior em termos de território, em extensão da orla marítima, em número de praias e ilhas, e, verdadeira dádiva, em espaço territorial preservado. Em Ubatuba concentra-se a maior porção de áreas protegidas da região, remanescentes da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta mas que, em nossa cidade, terá sua preservação assegurada para as gerações futuras, graças à existência de Unidades de Conservação da Natureza e ao tombamento da Serra do Mar. De Ubatuba resta não só a história, mas, sobretudo, a cultura caiçara – postada no mais alto grau de preservação em nossa região –, mostrando que o maior patrimônio da cidade é e sempre foi sua gente, que pode ser representada pelas comunidades tradicionais caiçara, quilombola, indígena e, agora, por milhares de migrantes que aqui começaram a chegar em grande quantidade a partir da década de 1980.


A Ubatuba dos dias de hoje tem como principal atributo a qualidade de vida e tornouse um pólo especialmente atrativo para aqueles que amam a natureza, com destaque para os praticantes do surfe, para os quais a cidade tornou-se a verdadeira capital. Nivaldo Simões........................fonte: Jornal Canal Aberto -Lit. Norte Pta.

ORIGEM DO NOME IPEROIG ....Sequência da matéria da Capa Diz a tradição que Anchieta costumava gravar seus poemas nas areias das praias de Ubatuba, dentre eles o poema da Virgem. Nóbrega por sua vez, retornou à São Vicente, levando consigo Cunhambebe (filho) para acertar o primeiro Tratado de Paz das Américas, o Tratado deYperoig, enquanto Anchieta, ficaria cativo dos Índios Tupinambás de Yperoig (Ubatuba atual)......Fonte"Wikipedia"

GRANDES UBATUBENSES..............DONA MARIA ALVES Foi D. Maria Alves quem cedeu este terreno onde se ergueu Ubatuba a Jordão Homem da Costa, conferindo-lhe direito de dar sesmarias e datas a todos quantos o pedissem. Foi este, pois o primeiro passo dado para a ereção do povoado, primitivamente denominado Iperoig. O ato de desprendimento de D. Maria Laves, deu ensejo à formação do núcleo social e à criação da cidade que hoje se intitula a pérola do litoral norte do Estado de São Paulo. Os arquivos da cidade e as crônicas dos historiadores não fornecem dados precisos sobre a relevante individualidade de D. Maria Alves, impedindo assim um conhecimento mais profundo de tão insigne figura feminina. -UBATUBA E O CICLO DO CAFÉ........ Em 1787 o presidente da Província de São Paulo decreta que todas as mercadorias da capitania deveriam ser embarcadas por Santos(Édito de lorena), medida que ocasionou a decadência da economia da cana e do porto de Ubatuba. A situação só iria melhorar com a abertura dos portos em 1808 e o comércio ganharia novo impulso com o cultivo do café no município e no Vale do Paraíba, que tornou-se economicamente próspero na segunda metade do século. Ubatuba passa aser o porto exporatdor da região cafeeira, chegando a receber anualmente cerca de 600 navios transatlânticos. Pela "rota do café" entraram nesse perído áureo mais de 70 mil escravos. A Vila de Ubatuba passa em 1855 à categoria de cidade. O urbanismo alcança o município, são criados o cemitério, novas igrejas, um teatro, água encanada, mecador municipal e residências para abrigar a elite local. Ubatuba constava entre os municípios de maior renda da província, tendorecebido através de seu porto a primeira máquina de tecelagem do Estado, destinada a Taubaté. Nela circulavam viajantes, negociantes, tropeiros e aventureiros, companhias de teatro e ópera; havia festas e bailes nos solares e o Ateneu Ubatubense dispunha de biblioteca de mais de 5000 volumes doada pelo Imperador D. Pedro II.


O cultivo do café traz modificações profundas na paisagem física e urbana de Ubatuba: as áreas planas crescem de valor e são devastadas ; a demanda por construções mais complexas (embarcações, casas e mobiliário, carros de boi) vai ocasionando o fim da madeira de lei e aumenta a população negra. Em 1836 a população negra supera a branca e ocorrem revoltas nas fazendas de café, que chegaram a ter cerca de 12.000 escravos. A partir de 1870, antecipando-se ã deflagração da guerra franco-prussiana, dezenas de famílias nobres francesas instalaram-se em Ubatuba, comprando grandes extensões de terras e organizando fazendas onde se cultivou o café, fumo, cana-de-açucar, frutas tropicais e especiarias. também montaram olarias e mansões senhoriais. FONTE : http://www.ubatubacity.com.br/hist.html

ANTIGO FORUM DE UBATUBA Talvez, se morássemos em um município com estrutura turística, encontraríamos um guia local em frente aos nossos prédios antigos relembrando histórias de um passado glamouroso. Então, todos conseguiriam reconstituir em suas memórias um passado pouco distante do nosso dia-a-dia e que fizeram parte da construção de nossa realidade... boa ou ruim... Imaginem a cena em frente ao Largo do Programa, posteriormente foi denominado Largo do Teatro e hoje praça Nóbrega... Em 20 de maio de 1886, foi inaugurado um chafariz que, na ocasião, jorrava Vinho do Porto para todos os presentes. No largo, eram centrados todos os eventos de repercussão popular: folia de reis, danças, carnaval, movimentos políticos, enfim... pois ali também ficava o Teatro Ubatubense com capacidade para 1.200 pessoas.


Anúncios no jornal local da época atraíam o público, como, por exemplo, este editado no Echo Ubatubense - Anno I - Ubatuba, 6 de junho de 1897 - Nº 35, com os temas teatrais: “Os Pupilos do Escravo - drama em 3 atctos”; “O Boiadeiro - canção cômica por um amador”; “Por um oculo - comédia em 1 acto, jocosa e cheia de peripécias”; “O levantar da primeira Cruz em Ubatuba por Anchieta, fé, esperança e caridade quadro-vivo representado por gentis meninas”. Uma das peças chega a ser folclórica. Ubatuba já tinha passado por duas decadências, então se falava da construção de uma ferrovia que ligaria Ubatuba ao Vale do Paraíba. Em nome do progresso, resolveram alguns homens importantes da época como Thomas Galhardo, Dr. Esteves da Silva, Cel. Gonçalves Pereira e o ator amador Gabriel Costa uniram-se para fazer uma peça que se chamava “Ubatuba nasce de novo!”. Chamaram toda a elite da cidade e convidados e, em um dos atos “um cesto em formato de uma concha gigante trazia em seu interior uma criança com uma faixa escrita Ubatuba, representando a cidade. Quando abriram a concha, em pleno palco, Ubatuba (a criança) estava dormindo”. Posteriormente, o mesmo prédio veio a sediar simultaneamente o cinema, que tinha intervalos para trocarem o filme (supõem-se que o aparelho usado era o “super oito”). O tempo foi passando e, em 1957, o prédio foi demolido e construído o Fórum de Ubatuba, que funciona até os dias de hoje. Os antigos contam que o Fórum sofreu de uma grande sabotagem, uma verdadeira queima de arquivo, literalmente. O prédio sofreu um incêndio que queimou todos os documentos, pois antes funcionava o cartório de notas e imóveis e registro civil. Assim, os grileiros não tinham como provar suas posses nas terras, que logo foram apossados por outros, “possíveis interessados” (isto é o que dizem as más línguas). Hoje o Fórum tem duas Varas e junto ao poder judiciário funciona também o Ministério Público. Os outros encargos foram desmembrados e estão localização em pontos distribuídos pela cidade. Existe um projeto de remoção do Fórum, pois o prédio já não comporta mais todo o movimento do judiciário......... OBSERVAÇÃO : Hoje o FORUM de Ubatuba funciona no bairro da Estufa 2, num predio moderno .


1787....PRIMEIRA DECADÊNCIA ECONÔMICA..........UBATUBA ENTRA EM DECADÊNCIA ECONÔMICA....... Em 1787, o presidente da Província de São Paulo, Bemardo José de Lorena, através de um Édito (Lei) decretou que todas as embarcações com mercadorias a serem exportadas do litoral paulista seriam obrigadas a descarregar no porto de Santos, onde os preços obtidos pelas mercadorias eram mais baixos. A partir do Édito de Lorena, Ubatuba entrou em decadência e muitos produtores abandonaram ou destruíram os canaviais. Os que ficaram passaram a cultivar apenas o necessário para sua sobrevivência.

ASSIM ERA UBATUBA........AVENIDA IPEROIG 1952

Avenida Iperoig, sem as calçadas, sem as arvores, o ano da foto é 1950, a direita da foto, aparece o prédio da antiga Cãmara Municipal. Assim era Ubatuba.....


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1950........OS TURISTAS DESCOBREM UBATUBA.. No início da década de 50, com a abertura da SP55: Ubatuba-Caraguatatuba, itensifica-se o turismo e a especulação imobiliária. Em 1967, Ubatuba foi elevada à Estância Balneária. Aos poucos, Ubatuba começou a desenvolver a sua vocação turística que foi reconhecida no final da década de 60 (Séc. XX) por Francisco Matarazzo Sobrinho, um industrial e mecenas das artes de São Paulo que foi eleito prefeito da Cidade, a reestruturou administrativamente e efetuou muitas melhorias. Graças a Matarazzo, Ubatuba ficou muito conhecido e recebeu um grande impulso progressista com a construção da rodovia BR-101 (Rio-Santos) em 1972. O turismo é a maior fonte de renda do Município de Ubatuba. Atualmente, é desenvolvido o Turismo Ecológico-Arnbiental, de Aventura e Cultural, pois Ubatuba possui um vasto Patrimônio Natural e Histórico-Cultural: fauna e flora da Mata Atlântica, mais de 80 praias (Continente e Ilhas), cachoeiras, ruínas de antigas fazendas (entre as primeiras do Brasil), antigas construções no centro do Município, sua História e sua Cultura Popular, além do Patrimônio Humano: caiçaras quilombolas e índios Guaranis.

A HISTÓRIA

DO BLOCO DA CAXORRADA

Em Ubatuba, na década de 70 existia uma rivalidade no futebol entre o Esporte Clube Itaguá e o Brasília Atlético Clube (BAC), esta rivalidade se estendeu para o carnaval. Depois da criação da Escola de Samba GRES “Mocidade Alegre do Itaguá”; nasceu GRES “Brasília”(centro). No futebol a disputa era acirrada, um ano ganhava o Itaguá, no outro, o Brasília.No carnaval, em apenas dois anos de competições entre as duas escolas, o Itaguá por ser mais experiente e por saber explorar os quesitos do enredo, num carnaval mais técnico, faturou o bi-campeonato. Naquele ano o Brasília, segundo a opinião do público, deveria ter ganho, pelo banho de luxo que deu no Itaguá.

O Brasília não se conformou com essa derrota, achando que houve “cachorrada” por parte dos jurados. Nasceu aí a Caxorrada. Um Bloco formado a principio apenas pelos componentes da Escola de Samba Brasília, que numa marchinha, satirizaram de forma irreverente os jurados que deram a conquista do carnaval para o Itaguá. Eram homens vestidos de mulheres e mulheres vestidos de homens. Mais uma derrota do Brasília, e mais uma cachorrada dos juízes, e o Bloco foi crescendo. A principio um estandarte, depois uma alegoria. Um fusquinha transformou-se num grande caXorrão


e a cada moda social ou cada fato político e econômico que acontecia no decorrer do ano, o caXorrão vinha com cara nova e assim era batizado: CÃOmisinha, CÃOcruzado, choCÃO de verão, CÃOmeta DE HALLEY e tantos outros. Ano passado tivemos o BARACÃO, em homenagem a Barack Obama.O Bloco da Caxorrada completa 32 anos de existência e vamos ver qual será o tema e o nome do caxorrão neste carnaval de 2010. FONTE : http://www.ubatubaemrevista.com.br/

O CAIÇAPIRA DE UBATUBA.................. Criador do termo CAIÇAPIRA, Luiz Ballio - ator, contador de histórias e causos, é um artista brincante - e um incansável preservador da cultura caiçara. Iniciou suas atividades teatrais em 2001, para tentar curar uma crônica timidez, Ballio conta hoje em seu currículo, com montagens de drama, cenas de cunho regionalista e comédia – já completamente despido da antiga timidez!Um dia, ao ser visto interpretando uma cena, no evento “Pirão Geral”, foi convidado a ingressar no grupo O Guaruçá, onde estreitou seus laços estéticos com a arte caiçara. Com o andamento desse trabalho, percebeu proximidades entre elementos da cultura Caiçara e da cultura Caipira. Deu-se conta de sua ligação, também, com a caipirice, já que seus avós maternos eram roceiros do bairro Bela Vista.Criou, em 2007, os personagens Cumpadre Ballio (Caiçara) e Zé Hernales (Caipira), com os quais se apresenta em eventos importantes de Ubatuba, como a Caiçarada e a Festa de São Pedro Pescador e, principalmente, em escolas infantis, levando à platéia a riqueza artística de nossas raízes.Em seu show para as crianças, procura falar de animais próprios da fauna local, adaptando fábulas (brasileiras ou não) a esses bichos, para que haja maior identificação do público com as histórias contadas. A partir de sua pesquisa constante, percebeu que o Caiçara e o Caipira são como irmãos gêmeos, ou primos muito próximos, que moram vizinhos um do outro. É bem apropriada essa leitura, a julgar por exemplo, a concepção espacial que ambos têm, na construção de suas casas e se lembrarmos de fatos históricos que comprovam esse estreito contato, como a constante vinda da tropa de Cipriano, trazendo, do interior paulista, bois para o abate no antigo matadouro de Ubatuba.Fatos, histórias e proximidades culturais que hoje estão expressas na arte do nosso CAIÇAPIRA....Escrito por Heyttor Barsalini FONTE : www.ubatubaemrevista.com.br




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