TCC ARQUITETURA - AQUA PARQUE TERMAL URBANO

Page 1

um projeto de Douglas Vieira Fernandes

uma cidade das ĂĄguas

Aqua

parque termal urbano

Universidade do Sul de Santa Catarina Curso de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de ConclusĂŁo de Curso I em Arquitetura e UrbanismoOrientador (a) Arq. Michelle Benedet, Msc.


parque termal urbano

Trabalho de Conclusão de Cursofundamentação e projeto, apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Tubarão, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo - Fundamentação e Projeto Acadêmico: Douglas Vieira Fernandes Orientador (a): Arq. Michelle Souza Benedet, Msc. Tubarão, novembro de 2018.

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

Aqua


Douglas Vieira Fernandes

ASSINATURAS Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo, elaborado pela acadêmico Douglas Vieira Fernandes e apresentado em dezembro de 2018 à banca avaliadora que segue:

Aqua

Prof. Arq. Michelle Souza Benedet, Msc. Orientador (a)

parque termal urbano

DADOS CADASTRAIS Acadêmico: Douglas Vieira Fernandes Endereço: Rua Manoel Serafim Fernandes, Bela Vista, Gravatal - Santa Catarina. Contato: (48) 99929-7940 E-mail: douglas.fer@outlook.com Orientador (a): Arq. Michelle Souza Benedet, Msc.

Professor Avaliador 01

Professor Avaliador 02

Universidade do Sul de Santa Catarina- UNISUL Tubarão, 2018


Agradecimentos

Primeiramente a quem criou todo o universo e que me guiou da melhor forma até o dia de hoje e com certeza me guiará para todo o sempre. Deus sempre foi uma figura presente em minha vida, nos momentos de solidão, nas madrugadas sem dormir, ele estava do meu lado e sussurrando em meu ouvido dizendo que eu conseguiria. A força da mulher agricultora e da mulher faxineira, da mulher que criou seus três filhos sozinha, que com a perda do marido, fez a função de ser o pai e a mãe ao mesmo tempo. Minha mãe, eu te agradeço por estar do meu lado e nunca deixar faltar nada, que com sua dificuldade você me ensinou a seguir o caminho da luz. A minha irmã, quem me espelho até hoje, a pessoa que foi o braço direito da mãe, a quem me cobrava as tarefas, a quem me dizia que a trilha do estudo era a chave do sucesso. Ensina aos teus filhos o que você me ensinou. Minha trajetória acadêmica não poderia ser a mesma sem meus agradecimentos a todo apoio e força. Ao meu irmão, que se tornou uma pessoa incrível a quem eu admiro muito, que nos momentos que eu sempre precisava estava do meu lado para ajudar. Às minhas amadas amigas que a faculdade me presenteou como irmãs do coração, Érica, Isadora e Renata. Uma parte desse mérito é de vocês também, meus amores, sou grato por encontrá-las em minha jornada. Compartilhamos risos, choros, alegrias e tristezas, porém, sempre tínhamos uns aos outros para poder abraçar, eu amo vocês. A minha maior inspiração durante toda a faculdade, aquela que os olhos bateram e que seria amiga, professora e, hoje, minha orientadora. Michelle, obrigado por todo incentivo durante esse período, você é merecedora de todo reconhecimento. A esta instituição, por sempre nos oferecer ótimos professores o qual abro meus agradecimentos ao corpo docente da UNISUL. E todos aqueles que de alguma forma contribuíram para minha formação, o meu muito obrigado.

Dedicatória À minha família, principalmente minha mãe Valmira Vieira Fernandes e minha irmã Daiane Vieira Fernandes, por tornar juntas a mim esse sonho possível, onde colocaram todo o amor e confiança no meu potencial. Ao timimi, que sempre entraram no barco nas minhas loucuras e sempre ver que no final seria gratificante o esforço.


RESUMO FERNANDES, Douglas Vieira. Aqua: Parque Termal Urbano em Gravatal- SC. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Arquitetura e Urbanismo). Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 2018. Os espaços públicos sempre fizeram parte da sociedade e do processo de civilização da humanidade. O ser humano, no decorrer de sua existência, passa por diversas transformações, e o meio que se apropriam do espaço é um processo de evolução, pelo quais os indivíduos expressam suas vontades, seus anseios e compartilham com outras pessoas seus momentos pessoais e coletivos. É através desses espaços que ocorrem processos culturais e funcionais e, também, contribuem na qualificação ambiental. A presença de espaços urbanos de qualidade é o que nos liga ao outro, através de manifestações em grupos, abrigo coletivo, espaços compartilhados para divertimento e outros, e a arquitetura e o urbanismo tem a função de qualificar esses lugares. Considerando que a implantação de um parque termal urbano na cidade de Gravatal, tem o intuito de oferecer um espaço de lazer aos moradores e aos turistas, valorizando a paisagem e os elementos naturais, principalmente no elemento em que fortalece o nome da cidade, a água termal, que hoje não tem uma exploração social, sabendo do seu grande potencial e podendo contribuir positivamente na vida de muitas pessoas, o ideial é justamente retornar aquilo que foi tirado. Objetiva-se nos conceitos- chaves abordados durante a apresentação desse trabalho são, espaços públicos e termalismo social. Para tando procede-se com base nesses itens foram analisados referências bibliograficas e referencias projetuais e um estudo de caso. Logo, apresenta-se um diagnóstico da cidade e do local de inserção, através da análise das Dimensões Morfológicas do Espaço Urbano, da utilização da técnica dos mapas mentais, embasado por Kevin Lynch, e da técnica de análise das visões seriais do espaço, elaborada por Gordon Cullen, objetivando conhecer as potencialidades, deficiências e condicionantes que serviram de base para a elaboração das diretrizes projetuais, o que permite concluir que são o resultado deste trabalho e que fundamentam o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso II. Palavras -chave: Água. Espaço público. Termalismo.

ABSTRACT FERNANDES, Douglas Vieira. Aqua: Parque Termal Urbano em GravatalSC. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Arquitetura e Urbanismo). Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 2018. Public spaces have always been part of society and the process of civilization of humanity. The human being, in the course of its existence, undergoes several transformations, and the means that appropriate space is a process of evolution, by which individuals express their wishes, their desires and share with others their personal and collective moments. It is through these spaces that cultural and functional processes occur, and also contribute to environmental qualification. The presence of quality urban spaces is what binds us to the other, through manifestations in groups, collective shelter, shared spaces for fun and others, and architecture and urbanism have the function of qualifying these places. Considering that the establishment of an urban thermal park in the city of Gravatal, aims to offer a space of leisure to the residents and tourists, valuing the landscape and the natural elements, mainly in the element in which it strengthens the name of the city, the water thermal, which today does not have a social exploration, knowing its great potential and being able to contribute positively in the lives of many people, the ideal is precisely to return what was taken. It is aimed at the key concepts addressed during the presentation of this work are, public spaces and social thermalism. To proceed is based on these items were analyzed bibliographical references and project references and a case study. Therefore, a diagnosis of the city and the place of insertion is presented, through the analysis of the Morphological Dimensions of the Urban Space, the use of the mental maps technique, based on Kevin Lynch, and the technique of analysis of the serial visions of space, elaborated by Gordon Cullen, aiming to know the potentialities, deficiencies and constraints that served as basis for the elaboration of the project guidelines, which allows to conclude that they are the result of this work and that base the development of the Work of Conclusion of Course II. Key words: Water. Public place. Thermalism.


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................0 1.1 PROBLEMÁTICA ...............................................................................................08 1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................09 1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 09 1.3.1 Objetivo geral.........................................................................................10 1.3.2 Objetivos específicos..............................................................................10 1.4 METODOLOGIA.....................................................................................................10 2 - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ÁGUA...........................................................................................12 2.1.1 Relação do homem com a água.....................................12 2.1.2 Rios ....................................................................................13 2.2 ESPAÇO PÚBLICO............................................................14 2.2.1 Parques urbanos ..........................................................15 2.2.2 Espaço público em frente de água..............................................16 2.3 TERMALISMO.............................................................17 2.3.1 Balneários públicos.............................................................................17 2.3.2 Crenoterapia.........................................................................................19 . . 3 - REFERENCIAL PROJETUAL 3 . 1 T H E R M E K O N S TA N Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 3.1.1 Contexto da inserção....................................................................22 3.1.2 Conceito do projeto...................................................................23 3.1.3 Acessos e circulações..............................................................23 3.1.4 Volume e massa.............................................................................25 3.1.5 Definição dos espaços....................................................................26 3.1.6 Sistema construtivo...............................................................27 3.1.7 Conforto ambiental ......................................................27

3.1.8 Relação do edifício com o entorno........................................28 3.1.9 Considerações para esse TCC...........................................................28 3.2 PARQUE FLUVIAL RENATO POBLETE..................................29 3.2.1 Dados históricos e gerais.....................................................................29 3.2.2 Inserção Urbana.....................................................................................30 3.2.3 Composição geral do traçado........................................................30 3.2.4 Acessos e circulações........................................................................31 3.2.5 Vegetações e materiais.....................................................................32 3.2.6 Equipamentos e mobiliário.............................................................33 3.2.7 Considerações para esse TCC........................................................33 3.3 BALNEÁRIO MUNICIPAL ÁGUA DE LINDÓIA..................................34 3.3.1 Contexto da inserção............................................................................34 3.3.2 Conceito do projeto...................................................................35 3.3.3 Acessos e circulações..............................................................35 3.3.4 Volume e massa..................................................................................36 3.3.5 Definição dos espaços.......................................................................37 3.3.6 Sistema construtivo ..............................................................38 3.3.7 Conforto ambiental ......................................................38 3.3.8 Relação do edifício com o entorno........................................39 3.2.9 Considerações para esse TCC ............................................................... 39 3.3.10 Estudo de Caso- Balneário Municipal Águas de Lindóia..39 3.3.11 Quadro 01 ..............................................................................................40 3.3.12 Quadro 02 ..............................................................................................41 3.3.13 Entrevistas..............................................................................................42 4 - ANÁLISE DA ÁREA 4.1 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA......................................44 4.2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.................................................44 4.3 DIMENSÃO SIMBÓLICA.........................................................................44


4.4 DIMENSÃO FUNCIONAL............................................................................46 4.4.1 Inserção urbana............................................................................46 4.4.2 Sistema Viário...................................................................................47 4.4.2 Sistema Viário e Transporte coletivo...........................................48 4.4.4 Mobiliário e equipamento.............................................................49 4.4.3 Legislação..........................................................................................50 4.5 DIMENSÃO BIOCLIMÁTICA.......................................................................50 4.6 DIMENSÃO ECONÔMICA ......................................................................... 51 4.6.1 Infraestrutura urbana.....................................................................51 4.6.2 Cheios e vazios..................................................................................52 4.7 DIMENSÃO CO-PRESENCIAL ...................................................................53 4.7.1 População envolvida.......................................................................53 4.7.2 Público x Privado..............................................................................53 4.7.3 Uso do solo.........................................................................................54 4.8 DIMENSÃO ESTÉTICA............................................................................... 55 4.8.1 Tipologia arquitetônica..................................................................55 4.8.2 Gabaritos .......................................................................................... 56 4.9 DIMENSÃO AFETIVA E TOPOCEPTIVA .................................................... 57 4.9.1 Entrevistas.........................................................................................57 4.7.2 Mapas mentais.................................................................................57 4.10 ANÁLISE DO TERRENO ........................................................................... 59 4.10.1 Quadro 1..........................................................................................60 5 - PARTIDO 5.1 MEMORIAL DE INTENÇÕES..................................................................... 61 5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADE- PRÉ DIMENSIONAMENTO............ 61 5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA.......................................................... 61 5.4 CONCEITO: A CURA................................................................................... 62 5.5 DIRETRIZES PROJETUAIS......................................................................... 63 5.6 ZONEAMENTO CONCEITUAL ..................................................................64

5.7 ZONEAMENTO FUNCIONAL ................................................................... 65 5.8 IMPLANTAÇÃO.......................................................................................... 66 5.9 ANÁLISES DE ELEMENTOS FUNCIONAIS............................................. 67 5.10 MATERIALIDADE E SISTEMA CONSTRUTIVO.................................... 68 5.11 EQUIPAMENTOS ARQUITETÔNICOS...................................................69 6- CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 70 7- REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 71 8- APÊNDICES ........................................................................................................... 74


1.

INTRODUÇÃO Tem como objetivo introduzir a contextualização do tema, a

problemática da área, os objetivos e a metodologia aplicada para o desenvolvimento do trabalho. Fonte: Bodensee-Therme Konstanz, 2008


8

1 INTRODUÇÃO Com a falta de espaço social interativo no município de Gravatal, a elaboração do projeto do parque termal tem finalidade de trazer uma necessidade antiga da população: um balneário municipal. Será abordada a utilidade de um espaço público como elemento articulador da cidade, além do uso da balneabilidade como geradora de cura, que pretende auxiliar na longevidade. A apropriação do elemento água foi se tornando obsoleta e elitizada, descaracterizando o intuito social e curativo dessa fonte hídrica, onde hoje na cidade beneficia apenas os turistas. A privatização se tornou muito frequente nos tempos atuais, mais produtos exclusivos a essa classe vem se tornando comum no município e a população que reside se sente desprovida desse bem natural. Gravatal é procurada por turistas por conta dos hotéis com águas termais que possui, já que elas são indicadas para vários tipos de tratamentos terapêuticos . Porém, apenas os turistas aproveitam esse potencial, já que nenhum espaço público oferece a oportunidade da população se apropriar desse elemento. Local provido de cura- esta é a sociabilidade que capta os temas centrais dos novos ambientes para o parque fluvial. À vista disso, o local da proposta se encotra do rio onde era o curso da água termal da cidade, entre o bairro Termas e o bairro Bela Vista. Desta maneira, ambos serão conectados por um parque urbano como elemento estruturador da cidade e um balneário municipal, para que ambos cumpram a função terapêutica, como também sirvam como espaço de descanso e relaxamento. Portanto, o presente trabalho terá como principal foco a implementação e a relação entre o espaço público e a balneabilidade com

caráter municipal, procurando-se assim criar uma base teórica de suporte à proposta final: o Parque Termal Urbano um espaço qualificado funcionalmente, ambientalmente e com usabilidade que faça com que a população se aproprie do espaço. 1.1 Problemática O progresso da cidade sempre foi por meio do elemento água, sendo ela um fator relevante na história do município. O transporte de alimentos e mantimentos entre a região serrana e Santo Antônio dos Anjos da Laguna (conhecida hoje pelo nome Laguna) era feito por intermédio de canoas. Assim, Gravatal era conhecida pelo seu porto fluvial, que levava o nome de Porto Gravatá. A história termal da cidade começou a surgir em 1942 com o imigrante italiano Pedro Zappellini que, ao ver que os índios se banhavam no rio e as águas eram quentes, comprou as terras da família Knaben, desviou o curso do rio e passou a explorar as águas termais. Com um espírito empreendedor, imaginava que a cidade pudesse se tornar um polo turístico pelo poder medicinal que as águas quentes poderiam oferecer, onde as primeiras pessoas a se banhar nas águas foram os amigos de Pedro, que chamavam o local de “poço da saúde”, pois ela aliviava e, muitas vezes, curava doenças. Com a vinda de homens que acreditam que o turismo viria ser a grande vocação do município, nasceu a Estância de Água Termo Mineral de Gravatal. Num vale belíssimo, cercado por uma natureza exuberante, onde brota uma água que passa por fraturas de rochas granitas emergindo na superfície a uma temperatura média de 37º C (isotermal), radiotiva na fonte (24,8 unidades Maches), escassa de sais minerais (oligomineral), levemente bicarbonatada e carbogasosa. (CIDADE, 2007).


9

Conforme Zappelini (2016), o "vale dos milagres" começava a se tornar realidade. Era o início de Termas do Gravatal. Os moradores da região começaram a divulgar curas quase milagrosas de moléstias consideradas como crônicas. Em 19 de julho de 1956, formou-se a Cia. de Águas Termais do Gravatal, para a construção de um hotel. Pretende-se analisar todas as questões de como a água sempre serviu como uso comum para todos e os benefícios que ela pode trazer para o ser. Também, o estudo vem para aprimorar pontos que a arquitetura e urbanismo podem ser influenciadores as condições de um espaço bem feito e que seja confortável e igual para todos. Com todo esse contexto, consegue-se identificar a falta de um espaço de usufruto da população local, com a finalidade de resolver dois problemas persistentes na cidade: a carência de espaço público de qualidade e o uso da água termal em prol da comunidade. Onde foram resgatados estudos sobre leis que itensificam o uso da água termal de mudo público e que foram condicionantes para elaboração desse tema. Portanto, observou-se a necessidade de relembrar o rio, trazer o contexto de um passado onde o uso da água era um fator de cura. Com o desvio do curso da água termal, a falta do termalismo social ficou evidente. Sem um espaço de uso público com a água, a classe baixa ficou sem poder usufruir desse elemento, é, importante destacar que a relevância do tema é para entender como esse objeto é um bem de todos onde o acesso deve ser livre. 1.2 Justificativa Inicialmente, a ideia era somente um parque termal urbano, com alguns pontos de águas termais e sem envolver profundamente o termalismo como experiência para a cidade. A busca incansável por necessidades que fossem

relativas ao tema geral, fez com que se descobrissem diretrizes importantes como eixos estruturadores para o Trabalho de Conclusão de Curso. A principal delas é a ideia de espaço público de um percurso dotado de experiências e sensações ao usuário. Outra, era a ligação entre dois bairros com classes distintas, sendo o equipamento como ampliação da rua. E, por fim, o uso da água termal como atrativo para o parque. O intuito com essas questões é potencializar o turismo, dar qualidade de vida às pessoas e retomar relações de afetividade com a área em análise. Considerações eram feitas a partir do momento que o autor ia passando o seu afeto com a água para as pessoas da cidade. Como justificativa pessoal, além de ser morador da cidade, a falta de um espaço público com o uso da água termal com fins terapêuticos, foi uma grande influenciadora para a busca do diferencial para o tema. Surge, então, a ideia de um anseio de uma área balnear como geradora da cura. A água e as suas potencialidades de urbanidade vão tornando-se a força motriz da estruturação de ideias. Desde modo, a pesquisa se inicia a partir de um entendimento de como se estruturam os balneários públicos (qual sua origem, e qual sua representatividade no mundo e no Brasil), o uso da crenoterapia e o espaço público que permeia a água. 1.3 Objetivos São componentes essenciais de um projeto de conclusão de curso os objetivos geral e específicos, responsáveis por apresentar o direcionamento dessa pesquisa e os resultados esperados com o trabalho apresentado a seguir.


10

1.3.1 Objetivo geral Elaborar o anteprojeto de um parque termal urbano, incluindo um balneário público como elemento articulador. 1.3.2 Objetivos específicos - Compreender historicamente o desenvolvimento dos espaços públicos, as diferentes funcionalidades e a sua inserção no meio urbano, tendo em conta os seus usos e valores para a sociedade por meio de referenciais teóricos; - Analisar a relação de cidade com as diferentes modificações do espaço público e sua influência como elemento estruturador por intermédio de referenciais projetuais. - Analisar a história e evolução do termalismo social, através da recolha de vários exemplos práticos. Entender a relação entre cidade e frente fluvial através da análise física da área e de revisão de bibliografia. - Relacionar os equipamentos instalados com a questão da água termal. - Utilizar espaços já inseridos no terreno e valorizar suas arquitetura. 1.4 Metodologia De início (referencial teórico), consistiu numa abordagem inicial ao tema, onde-se reunirá informações acerca dos temas fundamentais: Espaço Público; Balnealidade; Termalismo e Crenoterapia. Recorrendo a alguns dos autores mais relevantes para cada conteúdo, procurou-se encaixar o tema através de uma busca bibliográfica abrangente. Numa segunda fase, procedeu-se ao estudo de alguns referenciais projetuais de paisagismo e arquitetônicos presentes no Brasil e no mundo, utilizando uma base de análise para os referencias arquitetônicos:

inserção, conceito, acessos e circulações, volume e massa, definição dos espaços, sistema construtivo, conforto ambiental e relação com o entorno, considerações essas que influenciam na abrangência arquitetônica. Já como o tema aborda dois aspectos, no projeto de paisagismo tende a analisar referenciais cujo diagnóstico se dá por: composição geral e traçado urbano, acessos e circulações, inserção urbana, vegetação existente e equipamentos/ mobiliários. Dentro desta seleção inicial de um segmento, pretendeu-se fazer um estudo de caso guiado pela técnica walkthrough, de modo a enquadrar a situação da realidade in loco, onde apresenta critérios/ características que apontam pontos positivos e negativo acerca das suas relações com os temas principais deste trabalho. Numa terceira fase irá ser abordada uma análise física e histórica da cidade de Gravatal. A identificação e percepção de necessidades e potencialidades da cidade e do entorno da área proposta, mostraram-se como elementos que influenciam qualquer tipo de intervenção/projeto na fase seguinte. Para o domínio local, foi feito a Análise das Dimensões Morfológicas do Espaço Urbano, da utilização da técnica dos mapas mentais, embasado por Kevin Lynch, e da técnica de análise das visões seriais do espaço, elaborada por Gordon Cullen, objetivando conhecer as potencialidades, deficiências e condicionantes que serviram para a construção da proposta de projeto de caráter paisagístico e arquitetônico – quarta fase - recorreu-se ao contato com o local e sua observação direta, registros fotográficos e gráficos, de modo a recolher informação para a intervenção. Estas assumiram-se como ferramentas principais para o trabalho, que resultaram num proposta para um parque termal urbano juntamente com um balneário público.


2.

REFERENCIAL TEÓRICO No referente capítulo, buscamos discutir a água como elemento principal, os espaços públicos e o termalismo, bem como a importância e a evolução de cada um deles para contextualização e entendimento

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

do tema.


12

2.1 ÁGUA Bacci (2008) afirma que a água é um fator importante para a manutenção da vida no mundo e, assim, falar desse conceito, é falar da sobrevivência da espécie humana, da conservação da biodiversidade e das relações de dependência entre seres vivos e ambientes naturais. A história é escrita pela presença ou ausência da água, cria culturas e hábitos, determinando a ocupação de territórios, vence batalhas, extingue e dá vida às espécies, determina o futuro de gerações. Nosso planeta não teria se transformado em ambiente apropriado para a vida sem a água. Desde a sua origem, os elementos hidrogênio e oxigênio se combinaram para dar origem ao elemento-chave da existência da vida. (BACCI, 2008). Ora, toda esta importância biológica, histórica e econômica não passou desapercebida pelos homens da antiguidade. Assim, na própria Grécia antiga, a partir do filósofo Empédocles de Agrigento, constitui-se a teoria dos quatro elementos, em que a água, juntamente com o ar, o fogo e a terra, era considerada uma das quatros substâncias materiais fundamentais, irredutíveis e que participava na formação de todas as coisas. Esta teoria dominou a cultura ocidental por mais de dois mil anos. (BRUNI, 1993, p.57)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2018), no momento, 1,2 bilhões de pessoas não dispõem de água potável, e 80% das doenças e 30% das mortes ocorridas no mundo são causadas por água contaminada. Todos os seres vivos necessitam de água para continuar existindo. A água tem mil utilidades: consumo humano, irrigação, produção de energia elétrica, navegação, pesca, uso industrial, medicinal e lazer. Pero Vaz de Caminha, em sua famosa carta quando do descobrimento do Brasil, disse:

“Terra em que se plantando tudo dá, por causa das muitas águas que ela tem”. (TRATA BRASIL, 2015)

Bruni (1994), relata que toda a vida urbana necessita de um sistema de abastecimento de água. Em primeiro lugar, a água tem de ser captada dos mananciais, em seguida tem de sofrer todo um processo de tratamento pelo qual é purificada e tornada apropriada ao consumo. Depois passa por um sistema de distribuição e finalmente um sistema de esgoto conduz as águas servidas para estações de tratamento que as devolvem para rios ou mar. A média de água gasta por pessoa, em casa, é de cerca de 250 litros por dia. (BRUNI, 1994) Usufruindo desse elemento tão rico e tão construtivo para o futuro da geração, a água tem um papel fundamental no desenvolvimento humano, sendo ela um fator importante para a vida. O homem é um dos propagadores desse elemento, podemos dizer que é o que pode decidir o futuro desse recurso para nossa continuidade na terra, por isso a sua relação com esse bem precisa ter um conscientização muito além do que temos visto hoje. 2.1.1 Relação do Homem com a água Conforme o Ministério do Meio Ambiente (1998), desde as épocas passadas, as pessoas vivem onde há a presença de água, navegando pelos rios para as longas distâncias. No princípio, o uso de troncos de árvores eram usados para esse tráfego, deste modo, o surgimento das canoas toma partido desse método. Com o passar dos anos, a tecnologia começa a se disseminar entre os povos, onde o homem aprende a utilizar a energia do vapor d'água e inventou os navios a vapor.


13

Diante deste cenário, os grandes rios foram aproveitados como bacias, barragens artificiais e sistema de irrigação, conduzindo a água para lugares secos onde o desenvolvimento tomaria forma para a população. Com o descobrimento de todas as formas possíveis de utilização da água, foram inventados moinhos, rodas d´água e caldeiras como mecanismos para produção de energia. Os gregos contribuíram muito para a organização social e política da humanidade. Eles perceberam que era importante organizar e disciplinar o uso da água não só nas cidades, mas também no campo. Hipócrates (460-377 a.C.) observou as relações existentes entre o ambiente e os hábitos alimentares, a forma da habitação, a condição física e psíquica dos indivíduos, o meio social, político e religioso. Ainda constatou a relação entre a qualidade de água e a saúde da população. Platão (427347 a.C.) ressaltou a necessidade de disciplinar o uso da água. Prescreveu algumas formas de penalização para aqueles que causassem algum dano a um recurso por ele considerado essencial para a manutenção das plantações. (HAVENS E COELHO, 2014, p.18)

Para Havens e Coelho (2014), a industrialização que era concentrada na Europa e América do Norte, no século XIX, espalhou-se por todos continentes no século XX. Essa globalização da industrialização causou uma rápida degradação das águas continentais que passaram a sofrer muito com os impactos gerados por esse novo ciclo econômico, gerando uma crescente escassez de abastecimento de água pura. O século XXI foi inaugurado com uma perspectiva sombria em relação ao futuro dos recursos hídricos. Muitos dos problemas já relatados aparentam ter chegado a um ponto de irreversibilidade e já se fala em uma necessidade da humanidade em adaptar-se a esse novo cenário, por conta disso medidas para que o homem se torne ainda mais responsável por seu

papel junto a preservação da água, devem ser tomadas de imediato. (HAVENS E COELHO, 2014). Vimos por meio deste, que o homem tem uma relação desde os primórdios com a água e seus rios, tornar esse espaço ainda mais fortalecido é um papel significante para que ainda continuemos tendo meandros e assim formando outras relações de diferentes formas. Gravatal tinha uma relação muito forte com sua frente de água, pois o desenvolvimento da cidade se deu por conta do porto que se estendia por todo centro da cidade, onde se fazia a troca dos produtos para serem encaminhados para Laguna. Diante disso a cidade começou a se desenvolver as suas margens e o afeto com o rio foi dando ainda mais força para o fortalecimento e reconhecimento do município. 2.1.2 Rios Os rios urbanos desenvolvem um papel relevante nas cidades, é por intermédio deles que as civilizações começaram a fazer manifestações e as probabilidades de agrupamento, de construção e o desenvolvimento de uma consciência que ordenou e orientou as suas margens, pois é um elemento articulador da paisagem. '' Ao longo do tempo, os rios se tornaram espinhas dorsais das cidades por onde passam, estruturando o tecido urbano próximo a eles e tornando-se muitas vezes eixos de desenvolvimento do desenho da cidade.''(PORATH,2004, p.2) Para Melo (2005), sobre o ponto de vista ambiental e ecológico, os rios têm grande importância no tecido urbano das cidades, pois podem tornar-se elementos em que influenciam no crescimento do território. Nos cenários dos rios brasileiros, muitas vezes vemos intervenções sem conscientização e outras como depósito de lixo e esgoto, desta forma os


14 usuários costumam voltar as costas para os rios, sem haver uma ligação de ternura entre ambos. Esses fatores vêm a ponto pelo processo de urbanização sem estudos, sem análises, ações essas que o homem não manteve apresso. (MELO 2005). O projeto Aqua tem como objetivo tornaR esse espaço mais atrativo e que possa desenvolver não só urbanidade, mas também uma relação de prazer com o elemento rio. De acordo com Melo (2005), a presença dos rios nas cidades e a relação com às suas margens, servem de interface entre terra, água, ar e sol, possibilitando ser encontradas algumas das mais produtivas associações de espécies vegetais, além de que as vegetações ciliares existentes são o principal habitat das espécies aquáticas, de pássaros e outros pequenos animais. Também, as paisagens dos rios podem ter efeitos relaxantes e estimulantes, através do fluxo das suas águas e da vegetação das suas margens, assim como podem ser um lócus para atividades humanas. Para Costa (2016), as margens dos rios servem como jardins da cidade, fazem com que o ambiente se torne simpático e agradável para permanência. Além disso, a conscientização de que as áreas verdes que devem ser deixadas as margens dos rios conforme as leis ambientas, não é uma forma de atributo, mas sim, retomar o que era dele. Talvez a falha esteja no modo como se encara o relacionamento entre rio e cidade, pela “crença de que a cidade é uma entidade separada da natureza”. (SPIRN, 1995) Podemos pensar os rios urbanos como uma veia pulsante capaz de trazer uma imensa diversidade ecológica para dentro das cidades. Como já visto, os rios estão no centro de formação de muitas cidades. Além do resgate ambiental, a recuperação de rios urbanos significa também o resgate da história o resgate do lugar. (COSTA, 2016, p.103)

Devemos tornar as margens dos rios como espelho da cidade. Transformá-los em espaços públicos e com vigor para a comunidade, fazendo com que o interesse pela busca desses espaços se torne ainda mais frequente. 2.2 ESPAÇO PÚBLICO Para Alberto e Rodrigues (2018), na vida das cidades, os espaços públicos são elementos indispensáveis, servem como suporte para a vida urbana. Podemos perceber que, hoje, os locais que mais crescem como esses espaços, são os regulamentados por lei durante o processo de loteamentos do solo urbano, onde a doação de uma porcentagem dessas terras loteadas seja de utilidade pública. Compreendemos assim que para a estruturação de uma cidade a criação dessas áreas são coniventes com um estudo entre a legislação e viabilidade territorial. Sempre nos questionamos de como o espaço público pode interferir na qualidade de vida das pessoas. Além disso, como determinar que ele deve ser de todos? É difícil acharmos uma resposta concisa, é um termo complexo do ponto de vista de diversas análises que tornam sua configuração dinâmica. Apesar de tudo, ele é uma representação da vida urbana, expressão da relação de discussão dos espaços sólidos e as dinâmicas citadinas. De uso muito recente no urbanismo, a noção de espaço público não foi até hoje objeto de definição rigorosa. Considera-se espaço público a parte não construída de uma cidade, de domínio público, destinada a uso público [...]. Com presença marcante no urbanismo operacional dos últimos quinze anos, os debates atuais acerca das formas e dos significados do espaço público no ambiente urbano são ainda muito dependentes de referências históricas e morfológicas (MERLIN; CHOAY, 2000 p.120)


15

Na concepção de Leite (2004), para compreender o espaço público é preciso entender a relação entre espaço e sua construção social, estabelecer uma relação que concorra paralelamente para uma única direção: a construção social do espaço, enquanto produto e produtor de práticas sociais. Conforme Cerqueira (2013), entendendo a dinâmica no espaço público como consequência de relações culturais e sociais, pode-se entender a construção diferenciada desses espaços aqui no Brasil e em outros países que tiveram colonizações em termos diferenciados. Hoje conseguimos perceber que os espaços públicos são elementos articuladores da cidade como um refúgio da correria urbana, um espaço onde podemos nos desconectar e aproveitá-lo como privilégio. São espaços como esses, que os parques urbanos nos trazem como componentes pontuais , propiciando várias atividades e urbanidade para o público em geral. Por isso tem o intuito de implementar um parque urbano no terreno em analise pois 2/4 da área é um espaço de uso público para os moradores do bairro Bela Vista. 2.2.1 Parques Urbanos Para Macedo e Sakata (2003), o parque urbano é como um produto da era industrial, pois ele veio para atender a demanda do ócio para contrastar com a realidade densa e suja da vida urbana do séc. XIX. Os planos de Haussmann, em Paris, e de Cerdá, em Barcelona, também de meados do séc. XIX, já levavam em conta a criação de parques e espaços públicos. Olmsted acreditava que uma cidade com espaços abertos e com ofertas de área de recreação para a comunidade propiciaria um estilo urbano mais agradável. A população das cidades sempre sente necessidade de espaços públicos abertos, onde possa encontrar um cenário tranquilo que tenha a ação de um

antídoto conta as pressões e as tensões do trabalho.(...) Parte do esforço de Olmsted em educar o público norte-americano sobre a importância da existência dos parques foi mostrar os benefícios a todas as classes sociais indistintamente e também o seu papel como ponto de encontro para todos os cidadãos, independentemente da sua formação. (OLMSTED, 1875 apud, MACEDO E SAKATA, 2003, p.12)

Na concepção de Macedo e Sakata (2003), o uso desses ambientes pode nos dar dois propósitos: o ar puro e saudável servindo como pulmões da cidade e, os visuais que servem como terapia. Parque é como lazer da massa, tanto esportivo quanto cultural. Os parques modernos não fazem mais só o papel de contemplação como era a função dos primeiros parques, surgindo novas atribuições ao passar dos anos. (MACEDO E SAKATA 2003). Desta forma, independente do uso e da sua função, os parques devem contar com a presença de vegetação arbórea, pois é ela que incorpora efeitos positivos para o ambiente urbano, diferenciando os parques das demais áreas livres das cidades, como praças e jardins. Lugares propícios ao lazer e a recreação aos usuários é uma possibilidade das vantagens de um parque urbano, assim como a apropriação lúdica do espaço. Muitas vezes, os parques incluem pistas de caminhada, ciclovias, playgrounds, campos esportivos, aparelhos de ginástica, entre outros, eventualmente, também estão ligados a um conjunto de equipamentos de caráter cultural, como museus e centros culturais.


16

Toma-se como base para o desenvolvimento da proposta o Project for Public Spaces (PPS, 1975) é uma organização sem fins lucrativos dedicada a ajudar as pessoas a criar e manter espaços públicos que construam comunidades fortes. É o centro do movimento global placemaking, conectando pessoas a ideias, recursos, experiência e parceiros que vêem o lugar como a chave para enfrentar maiores desafios do dia a dia da cidade contemporânea. Ajudando comunidades e cidades a moldar seu futuro através de espaços públicos individuais, também defendem a criação de lugares e que envolvem as pessoas e movimentos afins para influenciar políticas, disciplinas, corações e mentes. Deste modo, compreende-se que os parques são refúgios verdes em meio à vida urbana, onde nos oferecem lazer, saúde e qualidade de vida a toda população usuária deste espaço. Portanto, a proposta viabilizará a elaboração de um equipamento desse porte na área em estudo em uma frente de água e com um espaço pouco aproveitado que já foi palco de grandes encontros e eventos na cidade de Gravatal. 2.2.2 Espaço público em frente de água As frentes de água são lugares ativos e de comunicação entre um limite terrestre e um limite aquático e, a longo da sua existência, sofreram várias modificações. As frentes de água pretendem sobretudo ser locais de acesso livre, possibilitando uma amplitude física e visual aos seus utilizadores. Neste aspecto, pretende-se que as frentes de água melhorem e proporcionem qualidade às cidades, integrando com os aspectos da vida urbana. (QUINAS, 2013).

É importante perceber o que aconteceu desde a II Guerra Mundial até ao presente, princípios que fizeram uma estrondosa revolução urbana. As zonas abandonadas (no período pós-industrial) começam a ser reorganizadas e revitalizadas, não só ganhando uma nova imagem física, como também funcional, trazendo vitalidade ao local e encontros de pessoas em um espaço de qualidade. (QUINAS, 2013). As frentes de água são espaços que têm vindo a sofrer grandes mudanças ao longo dos tempos. Abandonadas e tornadas obsoletas no período pós-industrial, aparecem recentemente como espaços revitalizados e utilizados para a construção de uma nova imagem das cidades, sofrendo intervenções nas vertentes do lazer, espaços comerciais, habitação, entre outros tipos de funcionalidades. Estes novos espaços públicos, integrados em diversos projectos de regeneração urbana, procuram oferecer às populações zonas de qualidade e de carácter multifuncional, bem como introduzir novas centralidades nas respectivas cidades. (QUINAS, 2013, p.15)

Os espaços de beira-rio residem no imaginário coletivo, seja nas formas mais bucólicas de ocupação, como nas vilas de pescadores, seja nas formas mais tradicionais da urbanização das margens de grandes rios que atravessam cidades. Nesse último contexto, emergem imagens clássicas das margens do Sena em Paris, do Tâmisa em Londres, de Florença, Sevilha e tantas outras cidades que carregam a inspiração morfológica dos espaços urbanos de beirario. (MELLO, 2015). Hoje, contudo, é proibida a constituição desse tipo de configuração nas cidades do Brasil. As margens de cursos d'água são definidas como Áreas de Preservação Permanente (APP) – pelo Código Florestal Brasileiro. (LEI Nº 12.651,2012)


17

Em virtude disso, os espaços a frente de água são mais cativantes quando se tem esse elemento da natureza, pois traz vitalidade e aproxima o usuário a esse recurso hidrico. Vinculando a isso podemos dizer que o termalismo vai proceder um papel muito importante na proposta, pois trata esse afeto com a água e também pela área da proposta estar margeada por um rio onde passava a água termal antes de ser desviada.

Ainda nas palavras de Helmann, (2017). Além da noção de saúde como direito, termalismo social, no SUS, vai além das abordagens individuais e coletivas de cuidado, que utiliza as águas termominerais como elemento terapêutico, abarcando a complexidade da prática dentro da ótica da promoção da saúde, alinhada aos princípios do SUS. A promoção vai muito além das aplicações terapêuticas, ela envolve a saúde e sua determinação social, requisitando uma abordagem interdisciplinar.

2.3 TERMALISMO Pires (2006) explica que no século XIX, por motivos econômicos e terapêuticos, desenvolveu-se na França o termalismo, com a criação de uma especialidade chamada hidrologia médica (crenologia), que teria a função de pesquisar e desenvolver métodos de tratamento com as águas termais. O desenvolvimento do mercado spa é de grande significado para as finanças e saúde pública de cidades que usam os spas tanto como atrativos turísticos como meios de cura. Na Polônia, os spas desempenham um papel muito importante no sistema de saúde, como destinos turísticos, especialmente para visitantes doentes e para o turismo de saúde e lazer (KAPCZY SKI e SZROMEK, 2007). Na Turquia, como consequência da política externa e interna de saúde, há um grande número de pacientes que procuram tratamento médico em centros da saúde (SAYILI et al., 2007). Por sua vez, termalismo refere-se ao uso das águas termais, minerais e naturais na recuperação, manutenção e ampliação da saúde; como lido em seu livro pode ser utilizado como sinônimo de Balneoterapia. No SUS, o termo não é um neologismo, o sentido de termalismo é ampliado. (HELMANN, 2017).

O termalismo social se configura como prática promotora de saúde, sobretudo pensado em termos de proteção ambiental, geração de emprego e renda, turismo e lazer, resgate de saberes e práticas populares em saúde. Mais do que em uma prática terapêutica, o termalismo social é um modelo de atenção à saúde sistêmico e complexo, multiprofissional, pautado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade, e condizente com os eixos fundamentais da perspectiva da clínica ampliada e compartilhada. (HELMANN, 2017, p.4)

Desse modo, o termalismo tem um papel muito significante no crescimento e no modo em que se direciona algumas cidades, notamos também que o seu papel social deve ser mais abrangente e que tome forma para o desenvolvimento desse recurso natural. Gravatal tem muito a desenvolver seu potencial termal quanto a termalismo social, pois a população carece de um espaço público onde possa usufruir desse bem. 2.3.1 Balneários públicos Termas (do latim Thermae), era o termo que designava os locais onde eram tomados os banhos Públicos na Antiga Roma. Os banhos públicos não eram nada chocantes para os civis, muito menos algo considerado obsceno. Na cultura daquela época, os banhos públicos eram considerados algo absolutamente comum.


18 Durante o período do império Romano (27 a.C – 476 d.C) os banhos públicos se tornaram parte do cotidiano do povo romano. Eles estavam presentes na maioria das cidades e em todas as províncias romanas, sendo frequentadas por pessoas de diferentes classes sociais. Informações retiradas do site (MINAS, 2016). Os Thermaes possuíam três entradas: uma para os homens, uma para as mulheres e outra para os escravos. Os homens ricos levavam sempre um escravo para atender as suas necessidades em todo o processo de banhos. As Termas republicanas possuíam espaços separados para homens e mulheres. Durante o primeiro século depois de Cristo, era comum homens e mulheres partilharem o mesmo espaço durante os banhos, mas, após a chegada do Imperador Adriano, a separação entre os sexos masculino e feminino foi restabelecida. (MINAS, 2016, p .1)

Para os romanos, o ato de frequentar as Termas poderia ser comparado ao nosso ir à praia de hoje em dia. Eles iam não apenas para se banhar, mas para além disso, socializar, conhecer novas pessoas, praticar esportes, conversar, negociar, ou apenas passar o tempo. Mas não bastavam as águas, se é que eram mesmo as águas o motivo da ida aos banhos; havia também os ares, o encanto dos lugares, os cenários, naturais e construídos, os jardins, as alamedas e os monumentais balneários, conforme a figura 2.1 e 2.2.

Figura 2.1: Ilustração artística da aparência das Temas de Caracalla.

. Fonte: Thearcheology, 2010. Figura 2.2: Temas de Caracalla atualmente. Fonte: Thearcheology, 2010.

Fonte: Thearcheology, 2010.


19

Existiam também os banhos privados, que poderiam ser usufruídos mediante ao pagamento de uma taxa de baixo valor. Mas ao contrário do que se pensa, os banhos públicos ofereciam mais luxo do que os privados. Algumas das Termas romanas eram tão grandes que chegavam a parecer palácios. Dentre os luxos oferecidos pelos banhos públicos estavam bibliotecas, espaços para a prática de esportes, calçadas e piscinas. (MINAS, 2016, p.1)

As explorações das propriedades medicinais de fontes de águas temais no interior também passou a ser responsável pela formação de povoados. As casas de banhos ou balneários instalados junto às fontes deram início a núcleos cuja organização diferenciava-se dos demais com o objetivo de atender as especificidades das funções de cura e da sociabilidade que se desenvolvera nesses locais. (HELMANN, 2017) Mais do que finalidade terapêutica, os balneários nessa época desempenhavam uma importante função social. As termas eram o principal local onde os cidadãos romanos praticavam o otium cum dignitate, ou seja, o ócio com dignidade, tempo livre liberado do trabalho, utilizado para o aperfeiçoamento pessoal, para a prática de atividades físicas, artísticas ou intelectuais, que dignificavam o indivíduo.Baseado no ideal romano mens sana in corpore sano, mente saudável em corpo saudável, que considerava a saúde uma consequência do equilíbrio perfeito entre as funções físicas e psíquicas, o tratamento termal buscava trabalhar a harmonia entre corpo e mente. Ao mesmo tempo em que tratava e purificava o corpo nas salas de banho e de exercícios físicos, dispunha de bibliotecas e de recintos destinados a reuniões, leituras e debates. (FRANCO 2014, apud HELMANN 2017, p.4)

Desta maneira, os romanos usavam as águas termais quentes para aliviar seu sofrimento de reumatismo e artrite, causados pelo excesso de comida e bebida. Hoje é muito comum termos balneários termais dentro de propriedades privadas e sem nenhum vínculo com a sociedade.

Esse cenário pode estar mudando, o conhecimento do poder terapêutico da água termal vem disseminando a ideia de tratamentos ortopédicos e muito comum para o relaxamento dos músculos e distensões, por isso a crenoterapia vem sendo uma aliada nesse quesito. 2.3.2 Crenoterapia Para Pires (2006) é empregada a designação de termalismo e crenoterapia quando nos referimos ao conjunto de atividades terapêuticas desenvolvidas no espaço de um estabelecimento balneário e que tem como agente terapêutico a água termal, com propriedades físico-químicas distintas das águas comuns. Foram encontradas citações do uso destas águas desde a antiguidade, entre os turcos e gregos. As obras de Homero descrevem situações sugestivas de banhos termais, mas foi o povo romano que as popularizou como fonte de cura e prazer. Durante a Idade Média, esta prática foi alvo de hostilidade por parte da Igreja Católica, sendo considerada infame e um atentado contra a castidade, sendo abandonada. (PIRES, 2006, p.161)

Após o período medieval, a Igreja reformulou sua posição, passando o clero a organizar peregrinações até as fontes, sobretudo na França, o que resultou na abertura de estabelecimentos termais, onde as águas eram consideradas curativas. As termas eram recomendadas como um epítome da natureza salutar e foram assim difundidas, com maior ênfase na saúde ou na doença, de acordo com o discurso médico, os interesses turísticos ou aos grupos a quem se dirigiam. (PIRES,2006)


20

Nos periódicos editados pela Academia Real de Medicina Brasileira, no século XIX, as primeiras notícias sobre águas minerais referiam-se às fontes termais de Goiás e à utilização da sua água para o tratamento da morféia, em 1839. A partir da segunda metade do século, com o desenvolvimento da química e da própria medicina, iniciou-se pesquisas sobre suas propriedades terapêuticas. (PIRES 2006, p.161)

Desta forma, puderam, inclusive, chegar à conclusão que água mineral seria aquela água natural que se diferencia de tal modo da média das águas que a hidroterapia se ocupa das suas aplicações externas sobre o corpo humano com finalidades terapêuticas. Relacionado a isso encontramos a crenoterapia um método terapêutico baseado no uso das águas mineromedicinais. No Brasil conta um número invejável de locais destinados não só à crenoterapia como também para a prática da balneoterapia.

Portanto, à medida que ia se fortalecendo a cura com a água termal, erguiam-se monumentais balneários a serviços da cura investigando, assim, o efeito que poderia trazer de melhoria para a vida das pessoas. No entanto, pelo que se observa na história do termalismo, existe uma relação de mais sentidos entre turismo e prática terapêutica. Muitas vezes, introduz-se o turismo para justificar a prática termal e o desenvolvimento econômico e em outros momentos defende-se as estâncias termais como locais apenas para doentes. Na última década, o processo de afirmação do turismo de saúde, no qual é integrado o termalismo, tem vindo a mediar esta relação, pela mudança de ênfase da doença para a saúde, da cura para a prevenção. (HELMANN, 2017) Faltam dados científicos consistentes sobre a eficácia do termalismo e trabalhos com metodologia precisa poderão no futuro esclarecê-la, porém, com base nos relatos da população que faz o suso da água termal na cidade, se observa o bem estar e melhora subjetiva de vários pacientes que frequentam balneários, pode-se ter na crenoterapia uma aliada da cura, ajudando no restabelecimento da qualidade de vida do paciente, tão valorizado na medicina atual. Apresentando essas discussões, pode-se tirar proveito de muitas informações que serão pontos norteadores para a elaboração de um equipamento público de qualidade e que ao mesmo tempo refloresça o uso do termalismo social para a cidade de Gravatal.


3.

REFERENCIAL PROJETUAL Com intuito de buscar inspirações que venham auxiliar no lançamento da proposta, este capítulo apresenta a análise de referenciais projetuais, sendo eles nacionais e internacionais. Contendo também

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

um estudo de caso como tipologia de pesquisa.


22

3.1 THERME KONSTANZ / ALEMANHA

Conforme BBA 09 (2008), ao criar uma arquitetura transparente, os arquitetos tornam o espaço balnear diversificado e abertamente estruturado, por ser uma paisagem com o elemento água presente, foi decisivo para a configuração do novo complexo termal e ao ar livre de Konstanz, de acordo com sua localização visto na figura 3.1.1.

Figura 3.1.1 Mapa de localização.

BADENWUNTTERMBERG

ALEMANHA

KONSTANZ

3.1.1 Contexto da inserção O terreno está localizado nas margens do Lago de Constança e impressiona principalmente pela vista que se tem. Como é uma cidade que faz divisa com a Suíça, nos dias claros, pode-se observar os Alpes suíços, valorizando ainda mais o contexto. O objetivo do projeto, portanto, é destacar essa qualidade especial dentro do banho. Portanto, abre-se o banho para o lago, trazendo as relações visuais tanto externas quanto internas. (figura 3.1.2) Figura: 3.1.2. Inserção

Therme Konstanz

Fonte: Google maps. Adaptado pelo autor

Fonte: google maps. Adaptado pelo autor.

Arquitetos: 4A ARCHITEKTEN Localização: Wilhelm-von-Scholz-Weg 2, 78464 Konstanz, Alemanha Origem: Companhia de Spa Konstanz mbH Data: 2007.. Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008


23

3.1.2 Conceito do projeto O objetivo dos arquitetos era transmitir a qualidade do ambiente e colocá-la no balneário. O campo, suavemente embutido no terreno crescente da margem do lago, se abre em direção ao lago, capta relações visuais especiais e as continua no interior (figura 3.1.3). Elementos formativos do ambiente, como a água e o espaço, bem como os veleiros, foram um princípio orientador e inspiração para o layout da instalação. (BBBA 09, 2008). As duas asas da sauna lembram a forma e a materialidade dos cascos enfeitados com madeira que picam no mar. A visão inferior do telhado trapezoidal do spa termal é dividida em campos triangulares e coloridos. Ele se abre para as bordas e flutua acima do salão de banho, como uma vela que um surfista colocou calmamente na água. O espaçoso salão de banhos pode ser experimentado em diferentes níveis. Escadas em espiral formam cilindros coloridos que definem detalhes marcantes e esculturais no interior. (4A-ARCHITEKTEN, 2008, p.01)

3.1.3 Acessos e circulações Os acessos ao edifício são dois principais, todos para áreas sociais ou de circulação, identificados na Figura 3.1.4. O primeiro, considerado como principal, se dá pela fachada frontal e tem sua marcação apenas por uma saliência na estrutura, chamando a atenção de quem passa pelo local, pois ele está marcado com cor diferente do restante, conforme a figura 3.1.5. Os demais acessos secundários são laterais e também marcados por uma sobreposição no plano, utilizados para mais rápido acesso de quem chega ao bloco por caminhos dos arredores do lago. As circulações são, em geral, superpostas aos ambientes e não possuem uma definição exata de onde elas se encontram, exceto quando delimitada por móveis. Isso mostra que foi apostado em algo mais livre e sem exatas demarcações. Figura :3.1.4. Implantação

Figura 3.1.3. Croqui elaborado pelo Arquiteto.

Planta baixa- Nível térreo Sem escala Legenda

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

Acesso principal Acesso secundário Circulação linear Circulação difusa

Circulação Vertical

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008. Adaptado pelo autor.


24

Figura: 3.1.5 Acesso

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008 Figura: 3.1.6. Circulação Vertical

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

acessos e circulações

As circulações com marcações definidas se encontram dentro de ambientes, que levam a pontos específicos e que têm a necessidade de serem mais direcionadas, como escadas em espiral que formam cilindros coloridos no qual definem detalhes marcantes e esculturais no interior, como é visto na figura 3.1.6. O edifício conta com grande quantidade de escadas, pois intenção de marcar essa circulação foi um ponto chave, trazendo uma dinâmica ao lugar.


25

3.1.4 Volume e massa A forma do edifício, mesmo possuindo mais de um pavimento, é horizontalizada. Ela combina o seu corpo decrescente de cobertura, com módulos internos que formam o pé direito duplo, gerando um desencontro de formas geométricas em balanço e planos de vidro. (Figura 3.1.7). Em conformidade com o grupo de arquitetos, a parte oeste se projeta, assim, como um imenso casco de navio no lago, quase acima do lago. O terraço panorâmico no primeiro andar da ala de painéis de madeira, com a grade de seu navio branco e a cobertura de piso semelhante a uma prancha, enfatiza ainda mais o caráter de navio da ala do prédio. As áreas de sauna localizadas no interior do edifício oferecem vistas sobre o lago. (BBA 09, 2008) O teto trapezoidal que se abre para as bordas, como uma vela que

Figura: 3.1.7 Volumes

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

um surfista pousou suavemente na água, flutua acima do salão de banhos. Ele foi separado de todos os corpos sólidos, dando à

Figura: 3.1.8. Massa

estrutura uma aparência particularmente leve. A vista de baixo é fragmentada em áreas de cor triangular, como nas imagens de navios de Lyonell Feininger, ou nos finos pináculos coloridos dos veleiros que passam. (4A-ARCHITEKTEN, 2008)

O grande uso de vidros faz com que o interior tenha um contato visual direto com o exterior. Contudo, o bloco é inserido de maneira bem fluída, com rasgos na edificação, trazendo essa característica de clareza a ele. Além do grande uso de vidro das fachadas, também é possível observar as superfícies opacas revestidas com madeira ou em concreto, apresenta-se na figura 3.1.8, sendo, estes, materiais que conversam entre si e com o ambiente natural. Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008


26

3.1.5 Definição dos espaços Suavemente locado no terreno afastado da margem do rio, a sauna e a ala do restaurante, bem como o setor de funcionamento e mudança, formam a parte de trás e parecem abraçar a zona balnear com as suas duas asas. Isso abre a extensão ampla em que a face de vidro proporciona. Os espaços internos possuem bastante comunicação. (Figuras 3.1.9 e 3.1.10) . Por conta da piscina central, os ambientes se tornam ligados por esse espaço, tanto visualmente, quanto fisicamente, com exceção para áreas mais privadas, como banheiros, banhos de imersão, saunas e depósitos e serviços. A troca de pavimentos não bloqueia essa integração, mantendo-a de forma mais criativa e diversificada, como mostra a figura 3.1.11. O fato de ser um bloco de balneários faz com que alguns ambientes se repitam como salas de banhos, banheiros e saunas. Porém, por existirem espaços diversificados, faz com que a monotonia seja quebrada com elementos que compõem os ambientes. Figura: 3.1.10. Planta baixa

Figura: 3.1.9. Planta Baixa

A

A

Planta baixa- Nível térreo Sem escala

A

A

Planta baixa- Nível inferior Sem escala Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008. Adaptada pelo autor.

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008. Adaptada pelo autor. RECEPÇÃO

ADM BALNEÁRIO

SAUNA

BANHOS ABERTOS

RESTAURANTE

PISCINAS INTERNAS

ADM RESTAURANTE

DEPÓSITO E SERVIÇOS

MEZANINO

BANHEIROS

MIRANTE

BANHOS DE IMERSÃO

PISCINAS EXTERNAS

BWCS

Figura: 3.1.11. Corte

Nível térreo Corte AASem escala Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008. Adaptada pelo autor.

Nível inferior Área técnica


27 3.1.6 Sistema Construtivo O vidro de filigrana¹ para o lado da água se estende por toda a altura do edifício. Ele foi projetado como uma construção em forma de barra e travessão com construção de aço com suporte interno e janelas de grande formato. Planos de aços verticais a uma distância de 8 m formam os elementos de sustentação da construção da fachada. Esses planos são inclinados para dentro em aproximadamente 9°, conforme a figura 3.1.12, reduzindo assim o volume de espaço na área superior da piscina. Entre os perfis verticais, vigas horizontais de aço plano são esticadas em uma grade de aproximadamente 1,25 m. A estrutura de suporte é precedida por uma construção de aço e filigrana feita de perfil T. O composto de vidros, plano e estrutura de suporte são feitas exclusivamente por hastes de empurrar/puxar as fitas de aço inoxidável que estão montados centralmente, a uma distância de 4 m para o membro transversal. (4A-ARCHITEKTEN, 2008) Figura: 3.1.12. Materialidade da construção

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

¹ Filigrana é um trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho.

3.1.7 Conforto ambiental Além do desejo de uma arquitetura de alta qualidade foi o principal objetivo do cliente trazer um conforto ambiental, e também o desejo de usar um conceito inovador de energia, esta baseia-se no uso da fonte de água mineral Hörnle, que representa a água enchendo a piscina e os chuveiros e o outro encontro em grande parte para o aquecimento do banho, conforme a figura 3.1.13. Cálculos no teste virtual mostraram que é possível com o novo plano de energia economizar cerca de 37% dos custos operacionais em comparação com um modelo de referência com compras de caldeiras de gás e eletricidade, as emissões de CO2 podem até ser reduzidas em cerca de 40%. Assim, o conceito de energia do Bodensee Therme tem um caráter de modelo e oferece soluções para futuros sistemas de outros banhos. Os sistemas de fornecimento e exaustão de ar são da Menerga Apparatebau². No bloco retangular, janelas em fitas superiores são dispostas para que o ar quente possa sair com mais facilidade e, também, prioriza a ventilação cruzada entre os ambientes. Figura: 3.1.13 Sistema de energia

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008

² São sistemas compactos multifuncionais para salas de piscinas privadas com ar condicionado. A combinação de componentes com sistemas precisos de controle e regulagem garante operação econômica em todos os momentos. (THERMOCOND, 2018)


28

3.1.8 Relação do edifício com o entorno O edifício não possui uma relação direta com o entorno consolidado da região de Constança. Contrapondo a isso, eles contam com uma relação direta com o rio e com o parque ecológico que ali os rodeiam. O local de inserção da área balnear é bastante agradável, seu entorno imediato é cercado por vegetações, como mostra a figura 3.1.14. As construções mais próximas do complexo são também relacionadas à água termal ou equipamentos urbanos, caracterizando essa área de lazer e bem estar para a população. Assim, o meio externo de vegetações e rio possuem grande conectividade com o interior dos blocos, como mostra a Figura 3.1.15. Os longos planos de vidro são em geral voltados para a paisagem circundante.

3.1.9 Considerações para esse TCC Para o parque termal urbano uma estratégia de um novo conceito para área termal, é reativar as relações com a frente de água e fortalecer a ligação entre comunidade e espaço público, de forma em que haja priorização do termalismo, para que a área da proposta volte a ser frequentada e utilizada pela população. Para tanto, serão adotadas como diretrizes, no parque em Gravatal, a forma em que a arquitetura respeitou o local, o uso de materiais de fácil manutenção, a composição dos volumes e a definição dos espaços. Além da readequação de espaços públicos de lazer e contemplação para que atendam as necessidades locais, e para eventos e atividades públicas, possibilitando a interação entre as pessoas.

Figura: 3.1.14 Relação com o entorno

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008 Figura: 3.1.15.Croqui do autor

Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008 Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008


29

3.2 PARQUE FLUVIAL RENATO POBLETE/ CHILE

Segundo Boza (2015), Renato Poblete é uma intervenção urbana sustentável de espaço público. O objetivo principal é valorizar as margens do Rio Mapocho e reabilitar uma zona industrial degradada que se integra através do canal de água.

Figura: 3.2.1 Mapa de localização.

SANTIAGO CHILE

PARQUE

QUINTA NORMAL

Fonte: Google maps. adaptado pelo autor.

Arquitetos: Boza Arquitectos Localização: Av Costanera Sur 3201, Quinta Normal, Região Metropolitana, Chile Origem: Governo de Chile-Ministério de Obras Públicas- MOP Data: 2015

3.2.1 Dados históricos e gerais Localiza-se na zona oeste da capital Santiago, no bairro Quinta Normal, inaugurado em 2015 em comemoração como parte do bicentenário legado. Segundo o site Padre Hurtado (2016) , o parque recebe esse nome em homenagem ao jesuíta Renato Poblete, um dos fundadores da instituição Hogar de Cristo, que tinha uma relação muito forte com o rio. (Figura 3.2.1). Depois de ver a remodelação do Rio Besós na Espanha, nasce a ideia do arquiteto de tornar a área atrativa. Boza (2008) se reúne com autoridades e se vincula ao presidenciável do Chile, onde mostra sua ideia sobre o Mapocho (nome dado ao rio da intervenção), desta forma se reúne com os idealizadores do rio Besós para analisar a possível implantação no Chile. Com a candidatura do filiado, a sua maior proposta era a vitalidade para o bairro Quinta Normal, sendo ele um dos lugares com menos área verde na cidade. Assim, o parque está localizado em um antigo aterro onde tinham alguns campos de futebol de terra batida e local para detritos, hoje a comunidade usufrui do parque urbano fluvial. (EMOL, NATIONAL, 2015)


30

3.2.2 Inserção urbana O local da intervenção está situado em uma zona denominada área industrial, enquanto seu entorno é designado área comercial predominante, conforme mostra a figura 3.2.2. Por se tratar de um uma área degradada, o local não era receptivo para as pessoas, desta forma a incorporação do parque traz novos olhares ao rio e a afinidade com o elemento água volta a florescer às suas margens. Está situada no eixo de ligação ao centro da cidade, local de grande fluxo e que favorece a vista dos usuários ao passar pelo local. Próximo do aeroporto internacional, o parque é um equipamento indispensável para cidade, sendo que nas redondezas a carência de espaços verde é grande. O local de intervenção é de domínio público e de responsabilidade da Prefeitura Municipal. Figura 3.2.2. Inserção urbana

Fonte: BOZA ARQUITECTOS, 2015

3.2.3 Composição geral e traçado Observa-se uma linha de composição muito clara no desenvolvimento do trabalho, composta por traçados lineares e geométricos na extensão do rio conforme a figura 3.2.3, no entanto, não se funde com a malha urbana, sendo eles, barrados por elementos consolidados, estes que são compostos para separar o parque das áreas industriais, criando elementos de passagem que busca direcionar as pessoas de volta ao rio, estimulando o uso do mesmo e reconectando esta ligação entre cidade e rio. Ao longo do parque, muitos espaços que estavam em estado de calamidade, como aterros de lixos e esgoto, foram reciclados e transformados em áreas de lazer e contemplação do projeto, criando atrativos inesperados no decorrer do percurso. Estas estratégias mostram o poder de intervir em lugares já em estado de calamidade feito pela ação do homem, que torna os componentes do espaço público, além de funcionarem também como como shows musicais, exposições artísticas, oficinas ambientais e conferências. Para proporcionar estas estratégias de reconexão da cidade com o rio e restabelecer uma ligação entre ambas as margens, o traçado se comporta como as curvas do rio, desvia sua água e rega sua vegetação. Conforme Boza (2008), de bicicleta ou de vários passeios com modais nas bordas, é possível ver a bacia do Rio Mapocho, sua relação com o Cerro Renca e o eixo que se forma até a Cordilheira. Suas paredes de contenção com taludes permite essa proximidade que tanto desejava a sociedade civil em suas inúmeras apropriações esporádicas de aproximação do rio canalizado.


31

Implementou-se uma rede cicloviária ao longo do parque que é capaz de conectar diferentes pontos da cidade. Além desta, criaram-se também caminhos percorrendo toda sua extensão e ligando os diversos Figura 3.2.4. Implantação equipamentos implantados.

A

C

A

Figura 3.2.3 Traçado regulador

Fonte: BOZA ARQUITECTOS, 2015 Legenda Acesso principal Acesso secundário Circulação linear Circulação difusa

C

3.2.4 Acessos e circulações Foram criados acessos através de pontes e acessos secundários permitindo corredores verdes de conexão entre cidade e rio para maior permeabilidade ao projeto. Estes, locados em toda a extensão do parque linear e que por vezes acontecem por passarelas elevadas, facilitam o acesso da população, que antes era impedida de chegar ao rio devido às rodovias. Através de uma diferenciação na pavimentação os caminhos do parque são elementos que trazem identidade ao projeto por ser facilmente perceptível aos usuários que, ao identificarem, saberão que se trata do parque até sua chegada ao rio, vistas nas figuras 3.2.4, 3.2,5, 3.2.6. Observa-se também uma preocupação quanto aos desníveis dos caminhos em toda a área projetada, priorizando a acessibilidade universal aos locais.

Figura 3.2.5. Corte

Figura 3.2.6. Corte

Fonte das figuras : Boza arquitectos, 2015


32

3.2.5 Vegetações e Materiais De acordo com Boza (2008), o local é um dos poucos do bairro com área livre e uma mancha verde, existindo apenas em pequenas lacunas da cidade e com pouca ou nenhuma permeabilidade por parte do usuário. A interligação entre estes fragmentos de área verde através da criação de um extenso parque às margens do rio é uma das principais propostas do projeto, que visa devolver a qualidade do ar e da água do rio à cidade. (Figura 3.2.7). Para tanto, foram preservadas no projeto as áreas de vegetações existentes e inseridas outras áreas com vegetações de diversos tipos e preservando o ecossistema local, conforme figura 3.2.8. A criação de um novo imaginário paisagístico foi disposta por todo o parque onde se diferencie de tudo o que se tem aos arredores e faça viver o novo. Destaca-se também a utilização de materiais que não causassem contraste com o ambiente natural, analisados na figura 3.2.9. Elementos porosos e permeáveis como madeiras, pisos drenantes, forrações e até caminhos em leito natural para uma maior permeabilidade do solo.

Figura 3.2.8. Vegetação ao longo dos equipamentos

Fonte: Boza arquitectos, 2015 Figura 3.2.9. Materialidade

G R A M A

Figura 3.2.7. Vegetações ao longo do lago criado.

PAVER

CONCRETO A PA R E N T E CONCRETO PERMÁVEL ESTRUTURA METÁLICA Fonte: Boza arquitectos, 2015

Fonte: Autor, 2018


33

3.2.6 Equipamentos e mobiliário 0 parque é o Paseo en el Cauce, que contempla uma zona de inundação, pensando nos invernos mais chuvosos onde o Mapocho aumenta o seu nível. O espaço público também tem um anfiteatro muito bem inserido dentro do parque onde se respeita os desníveis formado para as inundações. O parque e os campos de futebol são administrados pelo time de Santiago. Caiaque na lagoa ou qualquer outra atividade que você pode pensar quanto a utilização do rio é possível no parque por conta da utilização destina a esses. (BOZA ARQUITECTOS, 2015) O parque tem fechamento de perímetro e é dividido em dois setores, tem um anfiteatro ao ar livre 600 espectadores com grama sintética, dois pebolim, quadra de tênis com vestiários, jogos de água, parque infantil, áreas de piquenique e pontos de vista, conforme as figuras 3.2.10 e o quadro 3.2.11. (BOZA ARQUITECTOS, 2015).

3.2.7 Considerações para esse TCC O propósito de apresentar e analisar esse projeto, é mostrar o quão preservado resquícios de espaços públicos ainda se fazem necessários a meio de tanta urbanidade, onde este apresentado se introduz muito bem na cidade e atende as necessidades dos que circundam essa área, pois, promove diversas atividades culturais e socioambientais. Mudar a percepção que as pessoas possuem sobre o rio e torná-lo um elemento importante de suas vidas são diretrizes a serem seguidas. A intenção é de, como o referencial analisado, utilizar as margens do Rio Gravatal para a criação de um parque, permitindo que as pessoas se apropriem do lugar e reconheçam como ponto fundamental para a cidade. Figura 3.2.11 Quadro de imagens

Fonte: BOZA ARQUITECTOS, 2015. Adaptado pelo autor

Fonte: BOZA ARQUITECTOS, 2015

QUADRAS ESPORTIVAS

CENTRAL INFOS

ESGUICHOS DE ÁGUA

CICLOVIA

ILHAS

LAGUNA

BAHEIROS

JOGOS DE ÁGUA

PLAYGROUND

ANFITEATRO

Figura 3.2.10. Identificação equipamentos


34

3.3 PARQUE FLUVIAL RENATO POBLETE/ CHILE Figura 3.3.1: Mapa de localização.

SÃO PAULO

BRASIL

ÁGUAS DE LINDÓIA

O balneário de Águas de Lindóia é um dos precursores do termalismo e da balneabilidade no Brasil. É uma estância turística, renomada pelas propriedades terapêuticas de suas fontes naturais. O projeto do balneário é do arquiteto Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997), com projeto de paisagismo de Roberto Burle Marx (1909-1994). Sua construção teve início em 1954 e término em 1959, e é tombado pela lei de tombamento municipal desde 2010. 3.3.1 Contexto de inserção Localizado no extremo norte do estado de São Paulo, como mostra o mapa da figura 3.3.1, é designado como uma estância hidromineral. Dentro do balneário encontram-se três fontes que se classificam por: a fonte São Roque que abastece o balneário e o bebedouro público; a Fonte Beleza que fornece água para a comunidade local e a Fonte Glória que abastece o Hotel Glória que podem ser observadas na figura 3.3.2. Figura: 3.3.2: Foto do início do uso do balneário.

Fonte: google maps. adaptado pelo autor.

Arquiteto: Oswaldo Arthur Bratke Localização: Praça Francisco Tozi, 1 - Centro - Jardim Paraíso, Águas de Lindóia – São Paulo Origem: Prefeitura de São Paulo Data: 2015

Fonte: Balneário Municipal, 2010


35

3.3.2 Conceito do projeto Como a cidade é disposta em um vale, e sua paisagem é a grande protagonista do visual, todo o cuidado com a forma de inserção foi tomado. O cenário que ali rodeia e o terreno acidentado são os pontos chave para o desenvolvimento do projeto. A visão arquitetônica toma partido a esses condicionantes, respeitando o desnível natural e fazendo com que o edifício se assente sobre a área. (Figura 3.3.3). Figura: 3.3.3. Croqui elaborado pelo arquiteto

O edifício principal está entre as vertentes da gleba tornando ele uma ponte com o nível da rua. Se aproximando do edifício, percebe-se que há uma envoltura num nível inferior à lamina horizontal, formando um pátio interno que possibilita a circulação de todos os usuários. (SEWAGA, 1997) A diferença entre um pavimento e outro se funde em escadarias e alguns elevadores no bloco horizontal, tornando assim o local acessível para qualquer público. (Figura 3.3.4). Conforme Guilherme (2018), engenheiro da Prefeitura de Águas de Lindóia, com o projeto de restauração e remodelação de fluxos do prédio, algumas medidas de acesso serão tomadas, para que torne o espaço ainda mais acessível. Figura 3.3.4. Implantação

Fonte: Sewaga, 1997

3.3.3 Acessos e circulações O terreno tem forma a irregular, com configuração triangular e possibilita mais de um acesso, fazendo com que o usuário possa vivenciar todos os espaços do complexo. O local é de extrema relevância para a cidade, uma vez que parte das nascentes abertas ficam dentro do balneário. A convivência com a população ao redor é familiar e todos conseguem fácil acesso dentro da zona estudada.

Legenda Acesso principal Acesso secundário Circulação linear Circulação difusa

Circulação vertical

Fonte: Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia, 2018. Adaptado pelo autor.


36

Figura 3.3.5. Volumes

Fachadas e plantas retangulares, um marco da arquitetura modernista onde são características do objeto em análise. Sewaga (1997)cita que, o edifício é assentado perfeitamente no terreno, desta forma, não agride a paisagem. O arquiteto, junto com a vertente arquitetônica, projetou o balneário com volumes sólidos e precisos para valorizar o cenário circundante. (Figura 3.3.5). Desta maneira fica entendido que esse periodo ficou marcado principalmente no brasil, onde tiveram varios impulsionadores do tempo arquitetônico. No início dos anos 30 houve conflito entre o neo-colonial e arquitetura moderna. Um dos fatores predominantes para difusão do estilo modernista no Brasil foi o apoio do Estado Novo que via nesse estilo um símbolo de modernidade e progresso. (BRUAND, 1999)

Fonte: Acervo pessoal, 2018. Figura: 3.3.6. Massa

3.3.4 Volume e massa O volume ponte, como é dito por Sewaga (1997), é a forma mais pura da arquitetura já mencionada. Com ela, as cinco funções da modernidade são expressadas de uma maneira que se tornem encaixáveis ao programa de necessidades do balneabilidade. (Figura 3.3.6). A harmonização se fundamenta com o terraço verde, que é criado sobre a gleba. Ou seja: uma grande sacada para a composição da massa geral e para atenuar a depressão do terreno. Em vista geral, podemos perceber que o edifício mesmo acompanhando a forma do terreno, se mostra simétrico tanto em planta quanto em forma. Combinando com toda a iniciativa de estratégias de projeto que Bratke demonstra no decorrer dos desenhos dispostos.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.


37

Figura 3.3.8. Planta baixa nível inferior Fonte: Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia, 2018. Adaptado pelo autor.

3.3.5 Definição dos espaços Trata-se de dois planos dispostos, de maneira que os ambientes conversem por intermédio do pátio interno projetado por Roberto Burle Marx. Com intuito de fluir os espaços sobre o território, estes estão separados por tipos de banhos, alas e complexidade das curas terapêuticas. Os extensos muros decorrentes da necessidade de dependências fechadas (e também os pisos) foram animados com murais em mosaico vitroso elaborados por Lívio Abramo. (SEGAWA, 1997, p.201)

Ala feminina Ala masculina

A delimitação dos ambientes é sempre bem dividida entre alas femininas e masculinas. Na planta conseguimos definir com clareza, pois a forma simétrica facilita a distribuição das mesmas. Isso se concretiza com a forma da marcação das salas dos banhos. (Figura 3.3.7). Como forma de contemplação, o jardim serve de maneira que faça a junção da área externa e o pavimento de relaxamento. Lá, estão dispostas as salas de fisioterapia e as saunas, sendo elas também divididas em alas masculinas e femininas. (Figura 3.3.8). Situado em uma depressão do vale, o grande diferencial que o arquiteto teve, foi de moldar os espaços conforme o ambiente natural. Figura 3.3.7. Planta baixa banhos de imersão

RECEPÇÃO

JARDINS BURLE MARX

RESTAURANTE

CIRCULAÇÃO VERTICAL SAUNA

SALAS DEPÓSITOS E SERVIÇOS

SALA DE MASSAGEM

BANHEIROS

BANHOS DE IMERSÃO

DUCHAS TERAPÊUTICAS

Fonte: Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia, 2018. Adaptado pelo autor.


38

3.3.6 Sistema construtivo “form follows function”, do arquiteto proto-moderno Louis Sullivan, também traduzida como forma é função. Tal como o edifício é projeto no auge da arquitetura moderna no Brasil, a frase é vista como ideário da fase modernista: as construções deveriam ser econômicas, limpas e úteis. A edificação possui uma arquitetura clara e é sustentada por pilotis que fazem a função de tornar o plano como ponte ligando os dois extremos do complexo. Na medida em que há a troca de pavimento, podemos perceber que as características construtivas do modernismo se repetem e formam uma unidade em todo contexto. O terraço jardim, ](figura 3.3.9) traz uma ideia de proporcionar a continuidade do desnível, sendo ele a cobertura do nível inferior. Nas fachadas percebe-se a presença de materiais com baixo custo de manutenção e também planos de vidros como ditado no modernismo. Figura 3.3.9. Sistema construtivo

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

3.3.7 Conforto ambiental Por ser localizado em um vale, o conjunto está sujeito aos condicionantes naturais da localidade pois, não encontra barreiras e intempéries do tempo oscila mais durante o dia. O Balneário Municipal de Águas de Lindóia é um dos pioneiros na iluminação zenital como visto na figura 3.3.10, uma inovação na época. Ele é feito de domos de plásticos (posteriormente industrializados), dispostos sobre o plano horizontal e sobre a cobertura verde, onde a própria tem a função de resfriamento dos ambientes inferiores. No bloco retangular, janelas em fitas superiores são dispostas para que o ar quente possa sair com mais facilidade e, também, prioriza a ventilação cruzada entre os ambientes.

Figura: 3.3.10. Iluminação zenital

Fonte: Acervo pessoal, 2018.


39

3.3.8 Relação do edifício com o entorno O uso do solo no entorno do balneário é predominantemente hoteleiro e de alto padrão. Conforme Medeiros (2016), Francisco Tozzi tornase o grande proprietário de um local que, em pouco tempo, começa a tomar forma de uma cidade apta a receber visitantes. A relação harmônica com o ambiente natural faz com que o edifício se adapte bem à sua função e cumpra o papel de elemento estruturador do entorno. Rodeado por belezas naturais, conforme a figura 3.3.11, a intenção sempre foi de preservar a paisagem, não disputando com os arredores originais. Desta maneira, o projeto de Bratke está circundado por três ruas. Desse modo, ele cumpre um papel importante de relação com todas essas facetas, respeitando todas as condicionantes e facilitando assim a conexão com a vizinhança. Figura 3.3.11: Relação edifício com o entorno

3.3.9 Considerações para esse TCC O propósito de apresentar e analisar esse projeto é mostrar o quão inserido na paisagem ele está e como preserva as visuais do entorno. Consegue-se introduzir muito bem na função quanto equipamento urbano, pois promove diversas atividades relacionadas ao termalismo social. A divisão por alas e tratamentos chamou atenção por ter um cuidado com cada tipo de banho e também cada segmento da crenoterapia, ou seja, estudo relevante que pretende-se na prática desse TCC. Outra questão relevante é o fato de que o balneário é acessível financeiramente para todo o público, não restringido classes. Segundo o site oficial da cidade, em 2010, o estado de São Paulo doou para o município toda a parte do complexo, desta forma, passaram a usar o balneário em prol da comunidade e dos turistas. 3.3.10 Estudo de caso- Balneário Municipal Águas de Lindóia A visita ao balneário foi realizada em 15 de setembro de 2018, com a intenção de vivenciar e compreender os espaços de todo o circuito do balneário municipal e desta forma absorver percepções relevantes para o presente trabalho, portanto fez-se elemento essencial desta análise. Com este propósito, foi feita uma coleta de dados com base na técnica Walkthrought, a qual objetiva observar e avaliar a qualidade dos espaços do local, ou seja, combinada com a observação, entrevista e/ou aplicação de questionário, possibilita a avaliação do ambiente construído, levando em consideração a análise de potencialidades e problemáticas do local. (Quadros 3.11 e 3.12)

Fonte: Acervo pessoal.


42

3.3.13 ENTREVISTA COM O USUÁRIO- Avaliação Pós Ocupação- APO 1-Idade

2-Reside em Águas de Lindóia?

4-O local permite que desenvolva as atividades propostas de forma:

3-Renda Mensal

5-Você utiliza o balneário municipal com qual finalidade? Lazer e bem estar Cura de alguma enfermidade

7

5%

25/35

35/50 mais 50

Sim

88 %

61%

Não

1a2

2a4

4a6

88 %

Muito adequada

6a8

Adequada

A análise das entrevistas realizadas com os usuários, faz com que possa compreender modo como as pessoas iriam utilizando o espaço. Com isso, nesse contexto, podemos perceber que os indivíduos que mais utilizam o balneário possuem mais de 50 anos e não residem na cidade. Também consegue-se identificar que a maioria deles possuem uma renda maior que dois salários mínimos. Nos gráficos, percebe-se que o balneário cumpre com seu papel e que a maioria faz uso para lazer, porém preferem os banhos internos, muitos deles não têm o conhecimento no bem que a água termal pode fazer para a saúde humana. (Gráficos 1 a 9)

Balneário Interno Piscinas externas

1º Entrevistado 2º Entrevistado 3º Entrevistado 4º Entrevistado 5º Entrevistado 6º Entrevistado 7º Entrevistado 8º Entrevistado

9-Numere, por ordem de importância, os pontos que considera mais relevantes neste edifício: 1 a 9 Sendo que 1 é mais relevante e 9 o menos relevante

aparência externa aparência interna conforto facilidade de acesso localização limpeza segurança flexibilidade de uso manutenção outro (especificar):

1 4 5 2 3 6

9 4 5 7 9 3

9 8 4 3 5 2

5 3 4 1 6 7

7 6 3 2 1 5

8 7 5 2 3 4

6 7 9 8 2 3 4

7 8 6 8 8 1 1 8 2 7 2 4 9 6 9 6 9 9 9 6 9 1 1 ÁGUA

5%

7

8-Como você avalia a ambientação do espaço? muito regular ruim bom item muito bom ruim 25% 75% a) 62% 38% b) 88% 12% c) 37% 13% d) 50% 25% 75% e) 37% 38% 25% f) 37% 38% 25% g) 57% 43% h) 88% 12% i) 25% 62% 13% j) 13% k) 37% 50% 25% 75% m) 88% 12% n)

6-Você prefere as piscinas externas ou o balneário interno

7-Com qual frequência você utiliza o balneário?

Uma vez ao ano Mais de uma vez ao ano Toda semana

Fonte: Autor, 2018.


40 3.3.11 Quadro 01

13,46

PLANTA BAIXA Escala: 1:100

14

4,63

12 8,16

15

16

2

1 Sala de espera para sauna com pisos e paredes conservados, ambiente com sensação de aconchego .

Sauna seca com mobiliários desconfortáveis, ambiente frio e revestimentos em deterioração.

Iluminação natural por intermédio de claraboias. Não necessitando de luz artificial.

4

5

Sauna 2- Ambiente com infiltração, o piso em azulejo português tem um grande acúmulo de sujeiras.

20

Sauna 3- Madeira com sinais de bolor e inchaço, paredes em madeira dão sensação de conforto.

6

Banho StrangerLocal bem cuidado e com banheira em azulejos.

04

7

03

3.56

02

02

3.58

3.56 48.00

9

10

IMPLANTAÇÃO0

10

20 30

Pontos Positivos Pontos Negativos Ângulo Visual Área em análise

1

8 7

0

2,5 5

10

20 Escala gráfica

Ducha scott- Sala Banho e imersão relaxante- Muito isolada sem muito bem conservado e equipado para contato e infiltração PNE. no teto.

12

11

13

Hall de entrada- ambiente singelo- Piscinas externas e fonte- local J a r d i n s B u r l e M a r x c o r e s d a p a r e d e r e m e t e m à com acabamentos em pisos desenho que conversa com tranquilidade do local. a n t i d e r r a p a n t e s e j a r d i n s o contexto da edificação. drenantes.

4 3

6

5

14

ALA NÍVEL INFERIOR- TRATAMENTOS ESPECÍFICOS

10

9

2

11

LEGENDA

8

Box de massagem Corredor das alaslocal pouco usado e ambiente baixo para bem conservado. f a c i l i t a r a iluminação.

01

05

04

34.59

07

08

06

06

13

3

Acessos que conectam os dois espaços por intermédio do desenho do paisagista;

15

Apesar de não estar recebendo água e o jardim não ter suas plantas originais, o espaço é convidativo;

16

Edificação de apoio as piscinas externas não se encaixa no contexto do projeto, feita posteriormente;

17

Corredores entre alas amplo e com mobiliários por toda a sua extensão

18

Pátio interno com boa iluminação e com pisos originais do projeto e muito bem conservados.

EmanotórioE s p a ç o d e respiração e fonte da água.

19


41 3.3.11 Quadro 02

2

1

06

Fachada Nordeste sem circulação, praticamente não tem atrativos nessa face, por se encontrar em uma via de baixo movimento.

3

Pavimento de entrada com o mesmo material do passeio público, tornando assim convidativo o acesso.

6

5

Corredor que conecta os dois Vão central, com permeabilidade extremos da rua, fazendo assim onde consegue-se ver as alas de uma extensão da calçada, tratamento e as piscinas externas. servindo como uma ponte entres elas.

Sala médica bem equipada e os procedimentos atendem aos usuários, principalmente usuário do SUS.

Recepção sem muitas informações para os usuários e sem mobiliários para o público.

8

7 Fachada noroeste com apreciação para a rua e com caminhos que convidam para o passeio dentro do complexo.

9

Pisos no nível dos banhos de imersão com trabalhos de Libano, tornando o circuito mais interessante.

Corredores dos banhos em azulejo português propiciando ainda mais a propagação de sujeiras, como já citado.

06

15

4

2.50 0.80

2

0.27

6.30

D

6.30

D

0.27

5.36

04

Per = 6 m

Per = 8,3 m²

01

Per = 5,96 m

ELEVADOR

02

03

Per = 8,3 m

Per = 5,96 m

05

Per = 12,4 m

11.16 Per = 10,34 m

2.31

02

6

Per = 7,6 m

0.27

5.33

20 30

0.27

14 13 12

0.20

10

5

0.27

Telhado verde sem acesso dos visitantes, onde teria um grande fluxo de pessoas e tornaria mais atraente.

0

4

2.04

10

11

ALA COM BANHOS DE IMERSÃO - 2º PAVT

IMPLANTAÇÃO-

3

11.73

9

5.81

8

2.04

6.31

18

5.55

04

5.32 0.27

3.58

17

1

ELEVADOR

07

08

4.11

12.88

0.27

0.27

16

CORTE DD- PARA ENTENDIMENTO DO PAVIMENTO TÉRREO (POIS NÃO OBTIVE A PLANTA DESSE NÍVEL) 0

2,5 5

10

20 Escala gráfica

As claraboias cumpre a função de iluminação e o telhado verde cumpre quanto ao resfriamento do local.

Muitos pontos da área externa são feitos com escadas, dificultando o acesso de pessoas com necessidades especiais .

Localização privilegiada, área para estacionamento e fácil acesso.

Sala de apoio às salas de banhos, um ponto muito relativo quanto à privacidade.

Banheiras de imersão e sala de apoio Acabamento em granilite com ao lado servindo como vestiário, fácil absorção de sujeira, o importante esses dois espaços ambiente não remete a algo limpo. interligados.

Sala de produtos de banhos: Todos expostos, há produtos que precisam de refrigeração porém não tem esse cuidado.

Tubulação central para livre caminhamento nas laterais.

LEGENDA Pontos Positivos Pontos Negativos Ângulo Visual Área em análise

18

17

16

15

14

13

12

11

10

7


4.

ANÁLISE DA ÁREA

Neste capítulo apresenta-se o levantamento de dados e análises do local de inserção da proposta, tendo a finalidade de compreender as características gerais e espaciais que compreenderá a proposta projetual. Fonte: 4A-ARCHITEKTEN, 2008


44 Figura 4.1: Mapas de localização.

4.1 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA Neste capítulo será estudado o local de inserção da proposta, bem como aspectos relacionados ao contexto em que incorpora a malha urbana, desde a criação e desenvolvimento da cidade até a relação que os cidadãos possuem com a mesma. Com base nos estudos ao longo da academia, desencadeou uma vontade particular de analisar com base no método das Dimensões Morfológicas do Espaço Urbano elaborado por Maria Elaine Kolsdorf. Diante dessas dimensões será diagnosticada a estrutura atual da área da proposta.

Brasil

Santa Catarina Área da proposta Gravatal

4.2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Fonte: SIG-SC, 2018. Adaptado pelo autor,2018

CARACTERÍSTICAS GERAIS: População: 10.635 habitantes População estimada 2018: 11.423 habitantes Área: 164,752 km² Clima: subtropical úmido, com média de 20.1ºC Economia: baseada no turismo, hotelaria e comércio. Fonte: IBGE, (2010). Pertencente à região da AMUREL (Associação dos Municípios da Região de Laguna), o local adotado para o estudo da proposta de um Parque Urbano Termal e balneário municipal situa-se na cidade de Gravatal em Santa Catarina (figura 4.1). Gravatal está localizado a 158,8 km de Florianópolis e 20 km de Tubarão, na região sul de Santa Catarina, próximo à região litorânea do estado. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2010), a cidade é considerada de pequeno porte tipo 1, ou seja, possui menos de 20.000 habitantes.

4.3 DIMENSÃO SIMBÓLICA Com o intuito de identificar os aspectos importantes na ocupação do local e, também, na maneira com que a população vê a paisagem e o cenário urbano, esta dimensão relaciona-se com a evolução documentada da história da cidade. Situada em localização privilegiada, a 40 km do mar e há 80 km da serra, a cidade de Gravatal, conhecida por suas águas termais, tornou-se um dos locais destinos do turismo termal no Brasil. Segundo Duarte (2001), a cidade tem nome de origem indígena, Gravatá, que significa bromélia, planta encontrada em grande abundância na região. Gravatal era ocupada pelos índios da tribo Carijós até a chegada, em 1842, dos primeiros imigrantes, entre eles, um dos fundadores da cidade, o português João Martins de Souza. Estabelecendo-se na cidade, viveu um grande amor com uma das índias da tribo, que se tornou sua mulher e passou a usar o nome de Tomázia Martins de Jesus.


45

Auxiliado pelos índios, Souza plantou grandes lavouras de mandioca e cana-de-açúcar na região, além de construir alambiques, engenhos e várias estradas de carros de bois, que serviam para levar os produtos até Tubarão. Pelo rio, transportava-se a produção até Laguna. O porto era localizado às margens do lugar onde hoje está a rodovia SC-438, em frente à sede da prefeitura municipal. (SANTA, 2007)

Os primeiros negros foram trazidos pelos portugueses entre 1842 e 1875, e o processo de povoamento se deu principalmente pelos imigrantes italianos, que chegaram por volta de 1880 e 1885, e alemães, que vieram entre 1910 e 1920. O transporte de alimentos e mantimentos entre a região serrana e Santo Antônio dos Anjos da Laguna (conhecida hoje pelo nome Laguna) era feito por intermédio de canoas. Assim, Gravatal era conhecida pelo seu porto fluvial, que levava o nome de Porto Gravatá. Apesar da influência das etnias italiana e alemã, a tradição açoriana dos primeiros colonizadores ainda é marcante na cidade, tanto nos costumes quanto nos artesanatos, com os famosos acolchoados de lã de carneiro, travesseiros de pena e pluma de ganso, mantos e tapetes confeccionados em teares manuais, além das peças em cerâmica, tricô e crochê. A cidade passou por diferentes processos de colonização, assim como boa parte de nosso país. Segundo Duarte (2001), no processo de desenvolvimento histórico, o Brasil deixou de ser apenas uma paisagem contemplada e inventada. Assim, como qualquer cidade quando é desbravada, o processo de ensino começa em casa, e os pais que tinham mais condições pagavam professores particulares até ser fundada a primeira escola no ano de 1890 com o nome de Freguesia do Gravatá.

A história termal da cidade começou a surgir em 1942 com o imigrante italiano Pedro Zappellini, que ao ver que os índios se banhavam no rio e as águas eram quentes, compra as terras da família Knaben, desvia o curso do rio e passa a explorar as águas termais. Com um espírito empreendedor, imaginava que a cidade pudesse se tornar um polo turístico, com o poder medicinal que as águas quentes poderiam oferecer, onde as primeira pessoas a usufruir das águas foram os amigos de Pedro, que chamavam o local de poço da saúde, pois ela alivia e muitas vezes curava doenças. (DUARTE, 2001). Com a vinda de homens que acreditam que o turismo viria ser a grande vocação do município, nasceu a Estância de Água Termo Mineral de Gravatal. num vale belíssimo, cercado por uma natureza exuberante, onde brota uma água que passa por fraturas de rochas granitas emergindo na superfície a uma temperatura média de 37º C (isotermal), radiotiva na fonte (24,8 unidades Maches), escassa de sais minerais (oligomineral), levemente bicarbonatada e carbogasosa. (CIDADE, 2007).

Atualmente o turismo e o comércio são os principais responsáveis pelo desenvolvimento da cidade. As águas termais de Gravatal são consideradas uma das melhores do mundo, pelo segundo ano consecutivo (2018) nossa Água Termal é premiada entre as três melhores águas minerais do mundo no Termatalia (figura 4.2), com força de 40 litros por segundo a uma temperatura de 37° C, conforme a Feira Internacional de Turismo Termal (2018). Suas propriedades terapêuticas são um dos marcos para a atração de turistas do mundo inteiro aos oito hotéis hoje instalados na cidade.


46

Figura 4.2: Linha do tempo. COLONIZAÇÃO I TA L I A N A O processo de povoamento se deu principalmente pelos imigrantes italianos

1880

1842

01

I N Í C I O P O V O A D O

02

DESCOBRIMEN TO DA Á G UA Os índios se banhavam no rio e eram quentes, Zapelinni desvia o curso do rio e passa a explorar as águas termais

1920

03

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO

1942

04

O PODER DA Á G U A Á g u a Te r m a l é premiada entre as três melhores águas minerais do mundo no Termatalia.

2018

Fonte: Autor, 2018.

Era ocupada pelos índios da tribo Carijós até a chegada, em 1842, dos primeiros moradores.

Transporte de alimentos e mantimentos entre a região serrana e Santo Antônio dos Anjos da Laguna, por meio do porto fluvial.

1961

05

C R I A - S E O M U N I C Í P I O

06

Em conformidade com a Resolução nº 3/61, de 16 de dezembro de 1961, da Câmara Municipal de Tu b a r ã o , f o i c r i a d o o Município de Gravatal.

4.4 DIMENSÃO FUNCIONAL Especular em relação à dimensão funcional do espaço arquitetônico e urbano no seu respectivo desempenho pressupõe esclarecer o significado / entendimento da funcionalidade da vida urbana e de como a área de análise se comporta nesse sentido. O conceito relaciona características do desempenho das atividades desenvolvidas pelo homem no espaço, o gabarito das edificações, a forma em que se ocupa o lote e a relação entre si. É estudada a inserção do local na malha da gleba, o sistema viário , os equipamentos urbanos, mobiliários e legislação urbana e ambiental incidente na área. 4.4.1 Inserção urbana Visto que a cidade de Gravatal se desenvolveu por intermédio do elemento água, não foi diferente quanto a ocupação e separação dos lotes na localidade. O município consolidou de forma difusa, a partir das margens do rio Gravatá, bairro Centro, de encontro com o Rio Capivari. Mais tarde o município começa a se dissipar para a avenida central do bairro Termas e com a Rodovia SC-370 a urbanização da área começa a crescer, formando 20 bairros. A maior parte do povoamento se dá em áreas rurais. O setor, objeto de análise, compõe as margens do rio onde era o antigo curso da água, onde fica diversos hotéis e comércios, a zona mais significativa do município, onde atende aos turistas e também os meios de serviço e renda da população gravatalense e também os principais equipamentos urbanos, como escolas, campo de futebol, ginásio, posto de saúde, entre outros.


47

4.4.2 Sistema viário O sistema viário é definido em funções diárias para: deslocamento entre locais, circulações, acesso às edificações e ambiente urbano de meio público. Assim conseguimos defini-las e classificá-las como meio de organização desse sistema e atribuir funções as mesmas como forma de se locomover da melhor na cidade. As vias arteriais recebem o deslocamento em maior distância, sem controle de acesso. Na área podemos observar que a que exerce o papel é a SC370, pois ela exerce a função de cortar a cidade de leste a oeste e tem a função de promover e ligar o bairro Centro e o bairro Termas, com um fluxo rápido entre ambos. Já as adicionais são divididas em coletoras e locais. As coletoras cumprem a função de distribuir o trânsito fazendo uma junção das arteriais e das vias locais, essas para acesso local ou algum interesse ao usuário. Na figura 4.3 percebe-se que a via coletora com mais demanda é a Avenida Pedro Zapelini e a Rua Júlio Antônio de Oliveira cumprem o papel de coletoras, enquanto o restante das ruas em análise são locais. Figura 4.3: Mapa de hierarquia viária.

LEGENDA Arterial Coletora Local Rio Gravatal Área da proposta

0

100 200

300

400

600

Fonte: SDS-SC, 2018. Adaptado pelo autor.


48

Figura 4.4 e 4.5: Diferença das vias. Fonte: Acervo Pessoal 4.4.3 Sistema viário e transporte coletivo Como função de avenida principal do bairro Termas, a Pedro Zapelini foi recentemente configurada por um modo de valorizar o pedestre e também tornou o trânsito mais lento com a implantação de faixas elevadas. Desta forma, não encontramos maiores conflitos (figura 4.6). O transporte público na cidade é feito por duas empresas, TCL e Alvorada. Verifica-se que existem duas paradas de ônibus no perímetro analisado que é suprida apenas pela empresa TCL. A mesma tem horários intercalados em média de uma em Fonte: Acervo Pessoal, 2018. uma hora de segunda a sábado. O trajeto principal se faz por meio dos Podemos perceber a diferença entre as vias urbanizadas e as vias rurais da cidade na figura 4.4 e 4.5 respectivamente. municípios lindeiros (Tubarão e Braço do Norte). Figura 4.3: Mapa fluxos e sentidos.

LEGENDA Fluxo Intenso Fluxo Moderado Fluxo Baixo Rio Gravatal Área da proposta Sentido da Via Trajeto transporte coletivo Conflito 0

100 200

300

400

600

Fonte: SDS-SC, 2018. Adaptado pelo autor.


49

4.4.4 Mobiliário e equipamentos Figura 4.9 e 4.7: Mobiliário e equipamento Ao analisar a área percebe-se a carência de espaços urbanos comunitários, principalmente no qual envolve o estudo deste trabalho, mesmo a região de diagnóstico estando locada na área central. Única praça na cidade é a Praça dos Direitos Humanos, localizada no bairro Termas, conforme a figura 4.7. Hoje a cidade carece de um ambiente no âmbito público com a água termal (Figura 4.8). Os mobiliários urbanos estão disposto de uma forma que conforte todos os cidadãos e também a gama turística da cidade. Na avenida principal encontramos lixeiras, luminárias e bancos onde estão todos em boas condições de conservação, de acordo com a figura 4.9. O restante da área possui mobiliário Fonte: Acervo pessoal, 2018. precário ou até mesmo a falta deles. Figura 4.8: Mapa de raio a partir so centro do terreno Área da proposta

50 0

m 0 0 750m 10

m

LEGENDA

Trajeto TCL Parada de ônibus Posto de saúde Creche Escola Praça Água mineral Gravatal Parque aquático Igreja Complexo esportivo Hotel Raio de abrangência 0

100 200

300

400

600

Fonte: SDS-SC, 2018. Adaptado pelo autor.


50

4.4.5 Legislação A Legislação urbana de Gravatal consiste em um Plano Diretor Emergencial datado de 1995. A partir deste foram sendo realizadas alterações e ajustes de acordo com o desenvolvimento urbano da cidade. Desta forma, o terreno em questão encontra-se no bairro Termas de Gravatal e bairro Bela Vista, que é classificado como Zona Especial (ZE-3) e que tem as seguintes diretrizes: QUANTO AO USO DO SOLO: Área do Terreno: 52.757,00m² Índice de aproveitamento: 52.757m² x 4,5 = 237.406,50m² Taxa ocupação: 52.757m² x 70%= 36.929,90m² Índice de aproveitamento do terreno (IA): 4,5 área do terreno. Taxa de ocupação do terreno (TO): Pode ser construído e edificado 100% do terreno; Números de pavimentos da edificação: Pavimento térreo, mais quatro pavimentos, a altura máxima permitida é de 18m medidos do nível do piso do hall de entrada ao nível da rua até a parte superior da laje Figura 4.10: Área de APP de forro do quinto pavimento.

APP- ÁREA DE PRESERVAÇÃO P E R M A N E N T E

De acordo com Ecodebate (2014) A Lei 12.651/2012 – Código Florestal que estabelece as normas gerais à proteção da vegetação nativa, Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanentes – APP, delimita estas últimas nas áreas rurais e urbanas de acordo com os diferentes cursos de água e especificidades dos terrenos e suas vegetações nativas.Fonte: Ecodebate, 2014.

14.5 DIMENSÃO BIOCLIMÁTICA São características do espaço em relação ao conforto físico, condicionantes que revelam a temperatura, umidade, luz, qualidade do ar, permeabilidade do solo e ventilação. Gravatal possui um clima subtropical úmido, onde todas as estações do ano tem a presença da chuva. A temperatura média anual é de 20.1ºC, variando entre mínima de 6ºC e máxima de 38ºC. Os meses mais chuvosos são, setembro e outubro, e nos meses onde tem a predominância do frio, entre junho e agosto costuma apresentar geadas, conforme IBGE (2010). A região no qual a cidade se localiza possui predominância de ventos sul e nordeste em quase todas as estações do ano, porém a predominância do vento sul no inverno é mais frequente, de acordo com INMET (1992). Toda a extensão é rica em recursos hídricos. Os principais rios que cortam a cidades são o Rio Gravatal, onde faz margens com o terreno da proposta e o Rio Capivari que se conecta com o Rio Gravatal, e juntos desbocam no rio Tubarão indo até o canal de Laguna. Além desses, há inúmeras cachoeiras, fontes e rios na cidade de Gravatal, assim como as águas termais que se encontram na parte subterrânea e está com sua fonte dentro de uma propriedade privada, que jorra em uma temperatura de aproximadamente 37,5ºC. A massa vegetal ainda preservada na cidade ocupa uma boa parte, já sofreu muitas alterações ao decorrer dos anos para o plantio agrícola e as pastagens.


51

Dentre esses acontecimentos cerca de 50% do município está com paisagem natural de remanescentes de mata atlântica, onde preserva uma biodiversidade essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico e hídrico da região, essa análise pode ser feita a partir da análise de imagens que comprovam essa permanência desse tipo de vegetação. O relevo do município é bastante montanhoso, encontra-se numa bacia, com áreas de planícies na parte central e morros nas extremidades de maior altitude. O centro de Termas, e o local da implantação do parque termal, encontra-se em um ponto de 35 metros de altitude, assim mostra a figura 4.11. Figura 4.11: Análise da massa de vegetação nativa

Fonte: COPYRIGHT GERMANO, 2013.

4.6 DIMENSÃO ECONÔMICA Observa a relação entre as pessoas e as construções com suas expensas, analisando quanto ao custos de infraestrutura, sistema viário e estruturas de redes, além da manutenção. 4.6.1 Infraestrutura Urbana Como suportes de funcionamento da cidade, eles são fornecidos de forma regular na área central da cidade, onde localiza a área de estudo. Todavia, existem carências em áreas mais afastadas, pois o serviço não é prestado. A gleba em estudo é servida em quase sua totalidade de infraestrutura com pavimentação em paver e lajotas, com algumas ressalvas de caráter local que são de terra batida. As ruas no geral possuem uma boa drenagem pluvial, somente em dias muitos chuvosos o rio Gravatá se eleva e torna algumas pontes inacessíveis. Áreas como calçadas são comum somente na Avenida principal, o restante não possue calçada, prejudicando o pedestre e fazendo com que o mesmo use a via. O abastecimento de água tratada na cidade é feito pela empresa Águas de Gravatal. Segundo dados da empresa, quase todas as casas do município são abastecidas, mesmo fator para a distribuição de energia elétrica feita dela Cooperativa de Eletricidade de Gravatal (CERGRAL). Conforme a empresa Gravatal Saneamento, o tratamento de esgoto e a captação de resíduos é grande necessidade agora de atender os bairros mais distantes da centralidade, sendo que muitos, hoje, usam o método antigo de descarte desses sedimentos. A empresa atende a grande maioria de Gravatal, mas muitos ainda fazem de forma clandestina implicando em consequências graves para contaminação do meio ambiente e à saúde pública.


52

4.6.2 Cheios e vazios Ao analisar a configuração da ocupação existente na cidade (Figura 4.12), podemos identificar que as construções quase sempre ocupam todo o lote na região do comércio, embora não haja uma legislação rígida tão pouco fiscalização atuante no município, as localidades mais rurais se encaixam e se adequam quanto ao tamanho do terreno. Este padrão de ocupação estende-se em todo o perímetro urbano, resultando em uma apropriação não tão satisfatória nas localidades próximas à fonte. O espaços vazios consistem em sua maioria de privados não ocupados, bem como das vias e dos poucos espaços públicos existentes. Grande parte dos terrenos vazios também ficam em posse para segurar a venda tentando obter uma melhor valor na transferência. No entorno imediato do local de inserção do parque termal percebe-se o predomínio de vazios, sendo ele a norte do terreno com morro de inclinação superior a 30%, esta é uma área com muitos remanescentes de mata atlântica, impossibilitando novas construções. Figura 4.12: Mapa de cheios e vazios.

LEGENDA Cheios Vazios Área da proposta

0

100 200

300

400

600

Fonte: Prefeitura Municipal de Gravatal. Adaptado pelo autor 2018


53

4.7 DIMENSÃO CO-PRESENCIAL Verifica as características favoráveis ou restritivas do ambiente a encontros sociais, em áreas públicas. Conforme o desempenho dos lugares é feita uma análise em função da vida espacial, bem como proximidade, integração, continuidade e separação. 4.7.1 População envolvida Pela área se localizar em uma zona de presença de pessoas no município, o espaço é dividido entre aqueles que coabitam nesta região, os que utilizam como comércio e serviços e os que usufruem do espaço como turismo. A movimentação turística é a grande alma desse meio, onde é rodeada por vários hotéis. Figura 4.13: Mapa de público x privado.

4.7.2 Público x Privado Analisando o mapa de público e privado da área em estudo, percebe-se que são poucos os espaços de caráter público, contando apenas com a Praça Dos Direitos Humanos, que possui uma quadra, um parque infantil, mobiliário urbano e paisagismo; o espaço de lazer dentro da área de intervenção é um refúgio para os moradores do bairro Bela Vista, sendo que nele possui um ginásio somente com horários marcados e pagos e o campo de futebol que fica aberto para público. Os espaços verdes de utilidade pública, nos quais são os 35% destinados por conta dos loteamentos, encontram-se sem uso e sem vitalidade. (Figura 4.13) Antes disso, a população de Gravatal tinha o uso frequente de um ponto de água termal na Avenida principal de Termas do Gravatal um modo '' público'' de utilização da água termal, hoje esse ponto se encontra desativado.

LEGENDA Público Privado Área da proposta 0

100 200

300

400

600

Fonte: Prefeitura Municipal de Gravatal. Adaptado pelo autor 2018


54

4.7.2 Uso do solo A ocupação do entorno analisado é predominantemente residencial, levando o bairro a uma característica uni e multifamiliar. Destaca-se, ainda, a concentração de comércios e serviços e edificações de caráter misto, com ênfase na Avenida Pedro Zapelini. Outros pontos com esses usos são percebidos ao longo da Rua Antônio Pedro Mendonça e na Rua Getulio Luiz Fernandes. Os equipamentos institucionais limitam-se em uma igreja, uma escola pública, três creches e um posto de saúde. Conta-se na área em estudo com lazer edificado representado pelo parque aquático Acquativo e os clubes Thermal Club e Das Antigas Bar e Snack. Já os espaços públicos de lazer existentes estão com uso, sem manutenção, limitando-se apenas à Praça dos Direitos Humanos que encontra-se em bom estado de conservação. Esses fatores analisados no entorno da área de intervenção são de grande importância para a implantação de um espaço púlbico com ênfase na água termal já que o seu uso é restrito, apenas beneficiando os turistas e os usuários dos hotéis, restringindo assim que as atividades aconteçam dentro dos mesmos. (Figura 4.14) Figura 4.14: Mapa de uso do solo.

LEGENDA Comércio Misto Residencial Espaços públicos Institucional Área da proposta

0

100 200

300

400

600

Fonte: Prefeitura Municipal de Gravatal. Adaptado pelo autor 2018


55

4.8 DIMENSÃO ESTÉTICA São parâmetros para analisarmos noções do conjunto arquitetônico, reparando a qualidade, simplicidade, complexidade, semelhança e os materiais utilizados. 4.8.1 Tipologia arquitetônica Pela área se encontrar na região de turismo e onde a fonte da água termal , sendo que os preços de terras são mais elevados, percebe-se que as edificações, no geral, apresentam um padrão considerado alto. No geral, o entorno apresenta uma tipologia arquitetônica dos anos 1990 onde a identificação são formas mais retas e sem muitos detalhes estético nas fachadas. Os exemplares na sua maioria são de alvenaria e bem conservadas. No bairro Bela Vista, podemos perceber diversas casas de madeira, por se tratar de um bairro de classe média baixa. Mas, as casas são em sua maioria feitas em alvenaria e bem conservadas, mas sem muito investimento. (Quadro de figuras 4.15) Quadro de figuras 4.15. Tipologias

Fonte: Google Street View, 2010.


56

4.8.2 Gabaritos Quadro de figuras 4.17. Gabaritos Pela área analisada ter uma predominância de residências unifamiliares, o gabarito da área é considerado baixo, somente de um ou dois pavimentos e alguns resquícios de até 6 pavimentos respeitando e confrontando com o zoneamento do plano diretor emergencial, que denomina a área com gabarito máximo de até quatro pavimentos (Figura 4.16). O local não interfere diretamente no condicionamento da área, pois além de possuir um gabarito baixo, o local está afastado da zona mais urbanizada, o que não afeta e nem prejudica as ressalvas do espaço. (Quadro de figuras 4.17) Figura 4.16: Mapa de gabaritos.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

LEGENDA áte 2 pavimentos 2 à 4 pavimentos 0

100 200

300

400

600

Fonte: Prefeitura Municipal de Gravatal. Adaptado pelo autor 2018

5 ou mais pavimentos

Área da proposta


57

4.9 DIMENSÃO AFETIVA E TOPOCEPTIVA

4.9.2 Mapas mentais

Tem como propósito analisar a personalidade do lugar, os afetos, as sensações que o ambiente transmite às pessoas, além da noção de localização que os indivíduos possuem com o local em termos de orientação e identificação. 4.9.1 Entrevistas Os moradores do local de análise foram questionados sobre alguns aspectos da cidade de gravatal para intensificar a proposta. abaixo a compilação das respostas apresentadas. GOSTA DE MORAR EM GRAVATAL? SIM Tranquilidade, lugar calmo, seguro, coisas próximas, pessoas se conhecem, cidade natural...

NÃO Sem muitas opções de lazer, poucas opções de serviços, dependência de Tubarão.

O QUE ACHA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER DA CIDADE? Os entrevistados relatam que há poucos espaços de lazer público, apenas uma praça, porém não atende ao grande público e é um pouco insegura, alguns reclamam da conservação dos mesmos. QUAIS EQUIPAMENTOS GOSTARIA QUE UM PARQUE TERMAL URBANO NA CIDADE POSSUÍSSE?

MOBILIÁRIO PISTA DE CAMINHADA

PLAYGROUND CHURRASQUEIRAS CICLOVIA QUADRAS DECKS PERGOLADOS PEDALINHO BALNEÁRIO PÚBLICO

Iniciado por Lynch (1960), a técnica dos mapas mentais pretende mostrar a forma como percebemos a cidade e suas partes constituintes. Segundo ele, cada cidadão tem determinadas associações com partes da cidade, e a imagem que ele faz dela está impregnada de memórias e significados. Assim, a análise de cada mapa tenta entender a relação que os indivíduos têm com os espaços de seu cotidiano. Observando os mapas mentais produzidos por 10 moradores (amostras nos apêndices), podemos observar que, no geral, todos souberam identificar corretamente as ruas e os cruzamentos encontrados no local, o que mostra a fácil legibilidade do sistema viário. Podemos observar ainda que alguns elementos naturais não foram destacados nos mapas, como a vegetação e o rio, apenas uma pessoa conseguiu passar esse sentimento no desenho. Apesar da Igreja estar presente em praticamente todos os mapas , e ainda desenhada de forma marcante do que as demais edificações, foram dois mapas que apresentaram a praça do bairro, mostrando assim a falta de uso pela população. Apesar do pouco uso do balneário privado do Hotel Termas, mais de dois mapas expressaram-o de forma correta, e também o pórtico onde remete ao elemento água. Sua localização pode ser responsável por isso, já que os mesmos estão bem no centro da área, um como hotel principal da cidade, onde localiza a fonte e outro na entrada da cidade. (Quadro de figuras 4.18).


58 Quadro de figuras 4.18. Mapas mentais

MULHER 53 ANOS

HOMEM 15 ANOS HOMEM 20 ANOS

MULHER 23 ANOS

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

OS PONTOS MAIS CITADOS FONTE

ESCOLA

MERCADO

PÓRTICO

ENGARRAFADORA LAGO

PARQUE ÁQUATICO

LOJAS

HOTEL

IGREJA

GINÁSIO CAMPO


59

4.10 ANÁLISE DO TERRENO Analisar com base no conceito da paisagem urbana de Gordon Cullen (1983) é uma das técnicas mais difundidas como instrumento de avaliação dos espaços urbanos e talvez seja uma das formas de compreender e analisar o espaço, por sua simplicidade e objetividade. O local revela uma sucessão de pontos de vista a partir do momento que se faz o percurso pela área, que dão impactos visuais e que permitem uma sensação de descoberta a cada paisagem que se abre. (CULLEN, 1983). Para estruturar esse conceito de paisagem, Cullen (1983) recorre a três aspectos: o primeiro é a ótica, que é a visão serial, e é formada por percepções sequenciais dos espaços urbanos, sugerindo um novo ponto de vista de um recinto e assim por diante; o segundo fator é o local, que são reações do usuário e a sua posição no espaço, como denominado sentido de localização, com a ideia de estar dentro e estar fora do local, esse aspecto refere-se às sensações provocadas pelos espaços- abertos, fechados, altos, baixos, etc, e; o terceiro aspecto é o conteúdo, que se relaciona com a construção da cidade, cores, texturas, escalas e estilos que caracterizam edifícios e setores da malha urbana. Com base nesse conceito, é trazida essa temática para análise dos condicionantes do terreno onde também é analisada as questões ambientas e climáticas para a proposta do parque termal urbano, sendo eles fatores que podem ajudar a adotar diretrizes para o partido do projeto. Dessa forma, as figuras mostram alguns pontos de vistas tomados na análise do local. Os pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, mostram as percepções internas, enquanto os pontos 10,11,12,13 e 14 mostram percepções do exterior do terreno. (Quadro 01)

LOCAL DA INTERVENÇÃO


60 4.10.1 Quadro 01 - Visões seriais

Figura 4.19: Análise do Terreno conforme a visão serial O terreno possui uma área de 52.757,00 m². 13 12

2

168,57 49,39 mm 160,05m

13

3

10

14

11

5

4

2- Edifício barreira1- Privilégio- Vista livre para o lago Construção aleatória sem uso

6 7

1 8

3- Justaposição- Vista do corrego e da via

4- Delimitação- Obriga a olhar 5- Ponto focal- Se destaca por 6- Delimitação- As palmeiras para o espaço construído estar inserido no meio da Lago cumpre papel de divisão

A ÁGUA

9

680,66m 166,67 mm Fonte: SDS-SC, 2018. Adaptado pelo autor LEGENDA

0

50

100

150

200

Acesso

Ventos Nordeste

Sol Nascente

Área em análise

Rio Gravatal

Fonte

Ventos Sul

Sol Poente

Trajetória do Sol

Área de APP 15m

Ângulo Visual

7- Entrelaçamento- Enquadra a ponte e a vegetação fechada

8- Além- Vista da lago e da continuidade do terreno

9- Edifício barreiraConstrução aleatória

10- Vista para exterior- via que liga os dois extremos da área

11- Privilégio- Terreno livre com vista para o rio

12- Entrelaçamento- Enquadra 13- Saliências- Ginásio como 14- Além- Vista do campo de ambiente com o construído elemento primordial. futebol e a paisagem aos fundos

Figura 4.20: Análise ambiental e climática.

0

Fonte: SDS-SC, 2018. Adaptado pelo autor

100 200

300

400

600

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

O terreno em estudo é rico em recursos hídricos, isso por que além de haver um lago em maior parte da extensão também há um rio que delimita o terreno, mas que não se torna menos importante. As águas termais de Gravatal antes corriam livremente e abertamente no rio Gravatal figura 4.21, que antes de ser canalizada para dentro de propriedades privadas como já citada nesse trabalho, era de uso comum de todos que moravam na região. Captada na fonte (hoje instalada dentro de uma propriedade privada figura 4.22) a uma temperatura média de 37°C, a água termomineral possui ação relaxante e é indicada no tratamento auxiliar de diversas doenças como estresse, reumatismo, asma, bronquite, úlcera, hipertensão, entre outros. Com um banho de 15 minutos nas piscinas ou banheiras já é possível sentir seus efeitos. Figura 4.21: Rio com água termal Figura 4.22: Local da fonte da água

Nas visões seriais feitas de acordo com o percurso interno (figura 4.19) do acesso pelo Hotel Termas do Lago por toda a beira do lago, é de suma importância analisar os condicionantes através da paisagem natural que circunda o terreno. Por estar inserido num local onde a urbanização da cidade não é tão presente, não há grandes barreiras que a insolação não consiga atingir todo o perímetro do terreno durante todo o período do dia (Figura 4.20). Consegui-se observar que em alguns pontos obtêm uma massa vegetativa que faz sombras em partes do percurso, e que muitas delas contribuem para a qualidade ambiental e o visual do espaço. Com isso, chega-se a dois grandes fatores do projeto: o elemento água e as edificações no espaço público, onde a água é presente em quase toda extensão do lote e faz também o rio como delimitador e as edificações que são Fonte: Hotel Termas, 2018 possíveis elementos estruturadores para condicionar no desenvolvimentos dos ideais para a proposta.

Fonte: Hotel Termas, 2018


Fonte: ÁGUAS DO BRASIL, 2013

5.

PARTIDO GERAL

Nesse capítulo será apresentada a proposta para a Elaboração referente ao parque termal urbano após as análises anteriormente apresentadas. Essa proposta se fará por meio de conceitos, esquemas, croquis, fluxogramas, programas, plantas e volumes de modo esquemático representando as ideias e concepções arquitetônica e urbanísticas que será aprofundada no Trabalho Final de Graduação II.


62

FUNÇÃO

Acesso principal Espaço para receber as pessoas Restaurante

Balneário Piscinas externas

Comedoria para o público em geral

Á. INDIVID.

200 m²

1500 m²

banhos públicos

4600 m² 650 m²

Ambiente lúdico para 300 m² Parque infantil crianças Espaços de Churrasqueiras e 800 m² Convivência casinhas com mesas (Churrasqueiras) Espaço idosos Quadras abertas

Atividades Radicais Ginásio Campo futebol

Anfiteatro

Receber bem os idosos com mesas de jogos ...

300 m²

Jogos abertos

1800 m²

Atividades que demandam de usos apropriados Jogos internos, poliesporte Espaço para futebol de campo Espaço para mini shows e histórias

900 m² 1300 m² 6700 m²

2100 m²

FUNÇÃO

Á. INDIVID.

Acesso principal Espaço para receber as pessoas

100 m²

Banhos termais ao ar livre

500 m²

Piscina externa

555 m²

tratamentos públicos

Espaços para Convivência (Apoio banhos) cadeiras e guarda-sol

SETOR AMBIENTE

BALNEÁRIO

SETOR AMBIENTE

Banhos termais com Piscina Interna aquecimento Massagens e Fisioterapia terapias Salas de banheiras Banhos de para imersão Imersão Sauna

FLUXOGRAMA/ ORGANOGRAMA BALNEÁRIO Recepção/Hall

AMBIENTES GERAIS PARQUE LAGO

PISCINAS EXTERNAS

BALNEÁRIO

ADM

Hall Área de mesas

Depósitos Cocção Preparo

351 m²

Serviços

FLUXOGRAMA/ ORGANOGRAMA PARQUE

Ciclovia

Geiser Lago Restaurante

Pre- preparo

350 m²

9 m²

Esguichos de água

Piscinas Externas

Espaço convivência Sala inspeção

Sauna

Estacionamento

Monitoria Sala médica TCC

BWC

Pedalinho

Emanotório

FLUXOGRAMA/ ORGANOGRAMA RESTAURANTE Conferente

Conferente Hall/ Serviços

Pré higiene

Espaço crianças BWC Espaço idosos

Conferente

Depósito caixas Vestiário

COPA

Administração

Antecamâra Pré higiene

Campo de futebol Ginásio Arquibancada

Quadra aberta Quadra Areia Skate Espaço churrasqueiras

Piscina coberta

Espaço de manutenção

Área Esportiva

Academia

Circulação vertical

Massagem

Estacionamento

Bosque

BWC

Banhos de imersão

Fisioterapia

Praça seca Central de info. Deck rio

600 m²

Espaço para guardar 75 m² os mantimentos e demais utensílios espaço para 18 m² cozimentos dos pratos

Espaço para limpar e cuidar dos alimentos

Sala espera

Piscina externa

ESCADARIA

1200 m²

Receber os clientes e 50 m² ambiente que liga com banheiros e caixa

Espaço de preparo dos pratos

Vestiário

Espaço convivência

E s p a ç o s p a r a 200 m² eliminação das toxinas

espaço de comedoria

Depósito

BWC

ÁREA ESPORTIVA

Balneário

RESTAURANTE

A criação dos espaços que incentivam a atividade física ajudam a combater a obesidade e doenças crônicas relacionadas, como diabetes e doenças cardíacas. As qualidades dos setores do parque devem ser propensas a incentivar o uso e produzir resultados positivos para a saúde dos usuários são: estética atraente; amenidades para diferentes faixas etárias; boa manutenção e limpeza; oportunidades de interação social; segurança; iluminação; características naturais, como árvores, características da água ou vida das aves; e proximidade à casa e outros destinos como lojas e serviços. Outro fato relevante com a implementação desse equipamento, é aumentar os “olhos na rua” e incentivando atividades positivas em espaços públicos compartilhados, esses esforços podem ter um impacto marcante na mobilização das estruturas físicas e sociais de uma comunidade para melhorar as percepções de segurança e combater o crime. (JACOBS, 1961) Incluir a promoção do espaço aberto e atividades comunitárias como festas de bloco ou dias de limpeza de vizinhança; aumentar a vigilância natural instalando melhor iluminação e criando lugares favoráveis a pedestres para evitar o tráfego de automóveis; hospedagem de eventos e encontros comunitários e; promover um senso de propriedade da comunidade, incorporando obras de arte dentro do parque. O intuito do espaço verde é proteger a biodiversidade, melhorar a qualidade do ar e da água, amenizar a poluição sonora, reduzir o efeito ilha de calor, e reduzir a probabilidade de inundações e transbordamento de esgoto, absorvendo o excesso de água da chuva. Todos estes impactos afetam o dia-a-dia da saúde mental, física, espiritual e social bem como a probabilidade de doença ou lesão durante eventos extremos cada vez mais comuns, como inundações ou ondas de calor. Juntamente a ele, temos um equipamento estruturador do parque que vem para fortalecer o vínculo com a cura, a área balnear vem sendo estudada a anos na cidade. Afluem para bens terapêuticos e intenciona o uso público da água termal para benefício não só de turistas mas sim da comunidade local. Reintegrar dois bairros com classes distintas conectando equipamentos já existentes no terreno e revitalizando esses espaços para um lazer ativo.

5.3 ORGANOGRAMA GERAL

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO GERAL

PARQUE

5.1 MEMORIAL DE INTENÇÕES

Dep. bebidas

Depósito

Despensa

BWC

Louça Limpa

Louça suja

Cozinha

Anfiteatro Estacionamento

Bar

Mesas Hall/ Recepção

8 m²

LEGENDA:

Setores:

Público

Semipúblico

Privado Acessos:

Principal

Secundário

Salão BWC´S Caixa

Serviço


63

5.4 CONCEITO: A CURA A partir das análises realizadas na área de estudo, bem como a avaliação das participações populares, verificou-se que uma das maiores carências que a cidade apresenta e que resulta em diversos outros problemas, é a falta do elemento água como benefício à população, sendo ela de uso público. Tornar esse elemento de uso comum é permitir a criação de um espaço convidativo para todos os indivíduos. No entanto são vistas duas necessidades: a implantação de um equipamento público com uso do elemento água, no qual dá nome ao projeto: AQUA PARQUE TERMAL URBANO. Pretende-se, portanto, criar um roteiro de ESPAÇO DE CURA, onde o indivíduo consiga através do elemento que norteia esse projeto se regenerar. Nos últimos anos, o grupo PPS (1975) têm explorado como a proximidade como o espaço verde influência os resultados de saúde. Há uma significativa e crescente evidência dos benefícios para a saúde física, mental, espiritual e social no espaço verde. O intuito de trazer o recurso ÁGUA para o parque é justamente as condições de benefícios à saúde que a água termal tende à nos oferecer. Como já referenciado no teórico as benfeitorias terapêuticas do instrumento de pesquisa está diretamente relacionado a todos os percursos que acontecerão durante o circuito da cura. Curando sensações do corpo, a água funciona sobre o metabolismo, sistema nervoso e circulação sanguínea e contribui para a melhora física e emocional além de ajudar em tratamentos ortopédicos, respiratórios, neurológicos e reumatológicos. Assim, tomamos partido as quatros sensações setorizadas durante a movimentação dentro da área balnear, onde as pessoas possam estar se atentando as acontecimentos em cada nova descoberta.

Com isso, o conceito se relaciona com Esculápio que é o Deus da cura. Era símbolo da restauração porque periodicamente abandona sua pele velha e aparentemente renasce e se regenera, da mesma forma que os médicos removem a doença dos corpos e rejuvenescem os homens, e também porque a serpente era um símbolo de atenção concentrada, o que era requerido dos curadores. (figura 5.1).

Figura 5.1: Desenho conceitual da proposta

Fonte: Autor, 2018.


64

5.5 DIRETRIZES PROJETUAIS

Figura 5.2: Diagrama do espaço de CURA.

Preservar e requalificar a paisagem e o ambiente urbano

Promover o uso da água termal incentivando o lazer e a atividade turística de forma sustentável

Redes socias

Local para negócios Uso noturno Uso dos elementos naturais Rua Viva DIFERENTE A T I V O Número de Cura doenças pessoas OPORTUNIDADE DIVERSÃO Eapaçõs Idosos

Promover e preservar a identidade cultural

Crianças

Encorajar a população que o uso da água termal é um direito de todos

Crianças

Desenvolver um espaço que se integre com os ambientes construídos

VIZINHANÇA ACOLHEDOR

Adultos

PRÓXIMO

CONECTADO

Idosos Número de pessoas

Estabelecer pontos de contemplação com visuais totais dos espaços

Redes socias ESPIRITUAL

Fonte: Autor, 2018.

idades SINGULAR

SEGURO

Áreas de ERGONOMIA preservação

CAMINHADA Saneamento AMIGÁVEL básico ACESSÍVEL ATRATIVO Mobiliário P R Á T I C O HISTÓRICO confortável

Uso noturno

Estimular o crescimento do ser, quanto a evolução dos espaços Articular áreas de lazer passivo

ESPAÇO CURA

CURTAS CAMINHADAS

Rua Viva

mistos ENERGIAS ATI VI D AUTÊNTICO Diferentes

C ON I AM F

Promover o uso da crenoterapia pelo sistema único de saúde

I

DE DA LI

ES AD

Adultos

COOPERATIVO

SOC I AB OS S S E S Õ Ç

Oferecer à população uma área de lazer pública

FÍSICA

AC LIG E A

Promover uma diversidade de usos e atividades para atender os diversos tipos de usuários além de garantir sua permanência no local em diferentes horários do dia.

SOCIAL

O RT O EM G

Vincular o espaço natural com o construído (homem+natureza)

História água Espaços dinâmicos

MENTAL


65

5.6 ZONEAMENTO CONCEITUAL REGENERAÇÃO Regeneração é a capacidade dos tecidos, orgãos ou mesmo organismos se renovarem ou ainda de se recomporem após danos consideráveis. Desta forma o zoneamento do parque foi pensado partindo do conceito do circuito da cura, afim de REGENERAR+CURAR através da restauração FÍSICA, MENTAL, ESPIRITUAL E SOCIAL. (Figura 5.2)

Figura 5.2: Zoneamento conceitual

C U R A S FÍSICA Fonte: Autor, 2018.

SOCIAL

ESPIRITUAL

MENTAL Legenda Limite do terreno Rio Gravatá Zonas Traçado regulador

5.7 ZONEAMENTO FUNCIONAL Geiser Estacionamento A relação com regenerar é a capacidade Figura 5.3: Zoneamento funcional. Pedalinho em que o espaço tem de recompor a Praça central Piscinas Externas Academia Quadras vitalidade do corpo. A ideia faz ligação Praça Seca Playground Campo futebol Restaurante com os referenciais, o ambiente Inspeção Bosque Balneário Ginásio construído (balneário) faz ligação com o Therme Konstanz e com o Balneário Mirante Municipal Águas de Lindóia e a conexão com o Rio e lago parte das frentes de água expostas no referencial teórico. Já Idosos Geiser Convivência Skate Escadaria a setorização do parque é vinculada com Decks Estacionamento Fonte Piscina Externa Central Arquibancada Pic Nic o parque fluvial Renato Poblete onde churrasqueiras Anfiteatro também faz a junção com o elemento água. (Figura 5.3) Fonte: Autor, 2018.


66

Mirante

5.8 IMPLANTAÇÃO Com base no conceito, zoneamento conceitual e funcional e nas propostas, chegou-se a uma ideia de traçado. O desenho possui uma forma retilínea, distribuindo os equipamentos ao longos dos espaços. O nível principal do parque é um dos principais que irá promover a cura referida no conceito deste trabalho. Caracterizado principalmente pelo espaço das piscinas, pretende receber e dar condições para que as pessoas se apropriem dos espaços. Idealizado para o uso público da água termal e convivência em geral, áreas de estar com mobiliários que serão projetados no TCC 2 exclusivamente para o lugar possibilitarão a modulação de diferentes espaços. Desta forma, visou-se compilar todas as condicionantes, deficiências e potencialidades, além de utilizar os conhecimentos adquiridos com os referenciais teóricos e projetuais, para gerar uma proposta a nível de partido que será aprimorada e detalhada no próximo trabalho.

Academia Estacionamento Esguichos

Balneário

Sede campo

Praça seca Pedalinho

Piscinas termais Anfiteatro

Espaço kids Restaurante

A

A

Estacionamento Escadaria

Idosos Campo de futebol

Memorial água Deck

Skate

Ginásio

Churrasqueiras Quadras

IMPLANTAÇÃO HUMANIZADA

CORTE ESQUEMÁTICO A A

0

50

Arquibancada e bwc´s

100

150

250


67

ACESSOS E FLUXOS

Estacionamento geral Quadro figuras 5.6: Análises funcionais Estacionamento balneário Estacionamento Ginásio Acesso veículos Acesso pedestres Fluxos Lago existente Balneário Piscinas termais

Fonte: Autor, 2018.

EQUIPAMENTOS

USO DA ÁGUA E VEGETAÇÃO

Acesso principal

Lago existente Balneário Quadras

Sede

5.9 ANÁLISES DE ELEMENTOS FUNCIONAIS Os equipamentos foram escolhidos para tirar o maior proveito dos elementos naturais existentes e ainda promover uma diversidade de usos, por conta dos mais variados públicos. O conceito do parque é utilizar a água em favor da cura. assim alguns equipamentos tiram proveito dela. (Quadro de figuras 5.6)

Academia Ginásio Anfiteatro

Apoio piscinas Campo futebol Arquibanca e bwc´s


68

Figura 01Vista da escadaria

Fonte, Autor,2018.

5.10 MATERIALIDADE E SISTEMA CONSTRUTIVO

Figura 02 Vista do mirante

Figura 03 Vista do memorial da água

Utilizada de maneira adequada da madeira, a madeira reduz o tempo de construção; promove a diminuição do tempo e de resíduos no canteiro de obras e dá efeito visual diferenciado às estruturas que compõe. Ela também é um material mais leve e de fácil manuseio.

O concreto permeável permite o aumento da permeabilidade de pavimentos submetidos a cargas reduzidas. A finalidade é absorver certo volume de água, ou escoar essa água através de dutos e drenos posicionados abaixo do pavimento.

O paver atribui diversas vantagens, como uma superfície permeável, além de garantir segurança, conforto de rolamento, durabilidade e facilidade de manutenção.

A alta resistência do aço corten à corrosão, sua baixa necessidade de manutenção a rápida e fácil instalação, são condicionantes que marcam. Seu aspecto estético diferenciado, sem precisar de pinturas dão um toque no elemento, e ainda é um material 100% reciclável.

O concreto filtrante é um produto que não polui o ambiente, seja durante a sua formação ou mesmo depois de instalado. Possui uma camada com pedras granuladas, o que ajuda na filtração da água, diminuindo a sua poluição.

Muita praticidade tanto na hora da aplicação, quanto na hora da manutenção o concreto apararente (pela facilidade de limpeza e durabilidade), resulta em maior economia e tranquilidade para a organização como um todo.

Figura 04 Vista da piscina externa e apoio

Figura 05 Vista dos esguichos

Figura 06 Vista do Ginásio/ Anfiteatro


A

A

A

15

6

8

3 1 1

LEGENDA 1 Recepção/hall 2 Sala médica 3 Fisioterapia 4 Massagem 1 5 Massagem 2 6 Banhos específicos 7 Depósito e serviços 8 Circulação Vertical 9 Bwc/vest feminino 10 Bwc/vest Masculino 11 Tratamentos de pele 12 Emanotório 13 Casa de máquinas 14 Banhos externos 15 Banhos de imersão 16 Administração 17 Varanda contemplativa 18 Saunas 19 Banhos internos

1

9

2

7

1

8

9

Sala de banho de irmersão adaptada

16

10

A

10 -4.50

9

11

Pavimento Superior

17

18 19

10

12

12

18 7

7 13

LEGENDA

15

1

8

5 4

15

15

1

7

69

4.00

.50

12 13 14 15 16 17 18

8

A

14 4.00

Pavimento Inferior

Pavimento Térreo

.50

2

A -4.50

Corte esquemático A A

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

5.11 EQUIPAMENTOS ARQUITETÔNICOS

Descarte de lixo Dep. de utensílios Dep. de alimentos Câmara fria Dep. de bebidas Dep. de caixas Conferente Vestiário masc Vestiário fem Diretor Lavação/PréPreparo Cocção/montagem Lavação de pratos Área de mesas Circulação vertical Bar Hall/ recepção Banheiros

7

8 15

6

9

5 4

10

3

11 16

2

12

1

14

13

18

17

3 4

O restaurante paira sobre o lago já existente

O balneário que abriga os banhos termais possibilita a prática da crenoterapia em dias chuvosos dispõe-se de uma piscina externa como vista no pavimento térreo e serve de espaço para as interações entre os outros

no terreno, onde sua estrutura acompanha a forma

ambientes como a sauna e a salas de banho de imersão, contando ainda com um ambiente de estar ao ar livre , onde a piscina externa faz junção com o espaço o espaço de banhos. O setor de fisioterapia se encontra no nivel inferior

original da ilha que já passível hoje. Consegue-se

ao térreo na cota do parque, foi pensado para respeitar a topografia existente da área, assim nesse pavimentos estão as ativividades de demanda da saúde coletiva, como fisioterapia e massagem e alguns banhos específicos. Os

aproveitar todo o espaço e oferecer um ambiente

banhos de imersão estão divididos em alas feminina e masculina, bem como 4 salas adaptadas para acessibilidade.

confortável para mais de 200 pessoas.

Principal

Secundário

Serviço 0

1- Croqui balnéario

2- Croqui balnéario

3-4Croqui Restaurante

5

10

15

25


70 6- CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de desenvolvimento deste trabalho permitiu uma compreensão mais ampla a respeito da relação entre o espaço verde como gerador de cura, e como um equipamento pode influenciar esse ambiente. Somado a análise da área que identificou potencialidades como boa oaisagem urbana, proximidade de dois bairros com classes distintas, características iculturais fortes e a possibilidade de maior densificação populacional da área da proposta e deficiências como falta de áreas de estar e recreação públicas, de locais adequados para prática de atividades relacionadas a espaços públicos bem como o uso da água termal de carater público, vieram a justificar a concepção da proposta de Parque Termal Urbano. As referências projetuais contribuíram com estratégias e modos de desenvolver e qualificar a arquitetura e o urbanismo relacionadas ao conforto ambiental, relacionamento com o ambiente urbano e valorização dos espaços públicos. O estudo de caso possibilitou presenciar por um dia as diversas relações e apropriações que podem ocorrer em espaços com relações turista x moradores da cidade, se são acessíveis e bem articulados. A proposta de partido é reflexo de todas estas propriedades, focada na regeneração da comunidade com o mundo da cura, criando espaços acessíveis que instigam a curiosidade das pessoas propondo a criação de vínculos com o espaço projetado. Ela reflete também as intenções sociais através das 4 curas. As intenções apresentadas no partido serão mais aprofundadas e detalhadas na proposta de anteprojeto para disciplina TFG II.

Aqua

parque termal urbano

‘’Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.’’ Provérbio popular.

Universidade do Sul de Santa Catarina- UNISUL Tubarão, 2018


71 7 REFERÊNCIAS

AMBIENTE, Ministério do Meio. Água. 1998. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/>. Acesso em: 09 out. 2018. ARCHITEKTEN, 4a. THERME KONSTANZ. 2007. Disponível em: <https://4a-architekten.divisare.pro/projects/69184-therme-konstanz>. Acesso em: 25 ago. 2018.

CIDADE, Gravatal. Histórico da Cidade. 2003. Disponível em: <http://www.termasdogravatal.com.br/historico.htm>. Acesso em: 29 set. 2018. COELHO, Ricardo M. Pinto; HAVENS, Karl. Crise nas Águas. Belo Horizonte: Recoleo, 2014. 162 p. CULLEN, G. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

ARQUITECTOS, Boza. Parque Fluvial Renato Poblete. 2015. Disponível em: <http://www.bozawilson.com/>. Acesso em: 05 set. 2018. BBA. Salas de recreação pela água. 2008. Disponível em: <https://www.bba-online.de/fachartikel/objekt-imfokus/erholungsraeume-am-wasser/#slider-intro-3>. Acesso em: 31 ago. 2018. BRASIL, Trata. Saneamento e saúde. 2015. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/>. Acesso em: 15 out. 2018. BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. 3. ed. São Paulo: Perscpectiva, 1996. 398 p. BRUNI, José Carlos.Water and life. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 5(1-2): 53-65, 1993 (edited in nov. 1994). CATARINA, Santa. Municípios- Gravatal. 2007. Disponível em: <http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=52&Pag =2>. Acesso em: 10 out. 2018. CERQUEIRA, Yasminie Midlej Silva Farias. Espaço público e sociabilidade urbana: apropriações e significados dos espaços públicos na cidade contemporânea. 2013. 122 f. Dissertação (Mestrado em Conforto no Ambiente Construído; Forma Urbana e Habitação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2013.

DAILY, Arch; PEDROTTI, Gabriel. Parque fluvial Renato Poblete. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/799412/parque-fluvialpadre-renato-poblete-boza-arquitectos>. Acesso em: 27 ago. 2018. DIAS, Sonia. Água, Meio Ambiente e Vida. São Paulo: Global, 1999. 40 p. DICIO. Significado de Filigrana. 2013. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/filigrana/>. Acesso em: 02 set. 2018.

DUARTE, Marisaura Medeiros. Gravatá, uma volta ao passado. Florianópolis: Ioesc, 2001. 150 p. GRAVATAL, Prefeitura Municipal de. História de Gravatal. 2010. Disponível em: <https://www.gravatal.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/35434>. Acesso em: 15 out. 2018. GRAVATAL, Prefeitura Municipal de. PLANO DIRETOR DE EMERGÊNCIA. 1995. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a1/sc/g/gravatal/leiordinaria/1995/65/643/lei-ordinaria-n-643-1995-dispoe-sobre-planodiretor-de-emergencia-1997-12-09-versao-compilada>. Acesso em: 09 out. 2018. HELLMANN, Fernando; RODRIGUES, Daniel. TERMALISMO E CRENOTERAPIA: No Brasil e no Mundo. Palhoça: Unisul, 2017. 166 p .


72 IBGE. Dados demográficos: Na cidade de Gravatal. 2010. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 06 out. 2018. INMET. Condicionantes de Meteorologias. 1992. Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home/page&page=sobre_i nmet>. Acesso em: 10 out. 2018.

MELO, V. M. Dinâmica das paisagens de rios urbanos. In: XI ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL – ANPUR, 2005, Salvador. Anais... Disponível em: <http://anpur.org.br/publicacoes/anais/> . Acesso em: 20 out 2018.

KONSTANZ, Bodensee-therme. Therme Konstanz. 2015. Disponível em: <https://www.therme-konstanz.de/>. Acesso em: 15 set. 2018.

MERLIN, Pierre; CHOAY, Françoise. Dictionnaire de l'urbanisme et de l'aménagement. Paris: Puf, 2000. 250 p.

LEITE, Carlos.; AWAD Juliana C. Marques. Cidades Sustentáveis Cidades Inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2004. 300 p.

MINAS, Banheiras. O uso dos balneários. 2016. Disponível em: <https://minasbanheiras.com.br/author/cronicwebmaster/>. Acesso em: 12 out. 2018.

LINDÓIA, Prefeitura Municipal de Águas de. Balneário Municipal. 2010. Disponível em: <https://www.aguasdelindoia.sp.gov.br/cidade/index/>. Acesso em: 20 ago. 2018.

NATIONAL, Emol. Minvu abriu o Parque do Rio Renato Poblete na Quinta Normal. 2015. Disponível em: <https://www.emol.com/noticias/nacional/2015/01/21/700284/minvuabrio-parque-fluvial-renato-poblete-en-quinta-normal.html>. Acesso em: 12 set. 2018.

MACEDO, Silvio Soares. PARQUES URBANOS NO BRASIL. São Paulo: Edusp, 2003. 208 p. MAPS, Google. Street View. 2010. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps>. Acesso em: 15 out. 2018. MEDEIROS, Daniele Cristina Carqueijeiro de. VIAGENS ÀS ESTÂNCIAS HIDROMINERAIS DE SÃO PAULO: CURA, REGENERAÇÃO, DIVERTIMENTO E EDUCAÇÃO DO CORPO NAS DÉCADAS DE 1930 E 1940. 2016. 141 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestre em Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016. Cap. 7. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/322653/1/Medeiros_ DanieleCristinaCarqueijeiroDe_M.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018.

PEREIRA, Helen Costa. O parque da cidade. 2016. 210 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016. PIRES, Rodrigo Montandon Esteves. O Termalismo Tem Lugar na Reumatologia nos Dias Atuais? Comunicação Breve, Campinas, v. 2, n. 1, p.161-162, 10 2016. PORATH, S. L. A paisagem de rios urbanos: a presença do Rio ItajaíAçu na cidade de Blumenau. 2004. 150f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina. PPS. O Project for Public Spaces. 1975. Disponível em: <https://www.pps.org/about>. Acesso em: 09 nov. 2018.


73 QUINAS, David Dias. Cidade, espaço público e frente de água. 2013. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2013. SABF. Balneário Municipal Águas de Lindóia. 2013. Disponível em: <https://www.balnearioaguasdelindoia.com.br/>. Acesso em: 25 ago. 2018. SANEAMENTO, Gravatal. Saneamento na cidade. 2016. Disponível em: <https://www.gravatalsaneamento.com.br/>. Acesso em: 26 out. 2018. SCHÜÜR, Germano. Foto Gravatal. 2013. Disponível em: <http://www.photographia.com.br/brazil.htm>. Acesso em: 12 out. 2018. SEGAWA, Hugo. Oswaldo Arthur Bratke: A arte de bem projetar e construir. São Paulo: Pro Editores, 1997. 408 p. SIGSC. Imagens Geográficas. 2010. Disponível em: <http://sigsc.sds.sc.gov.br/download/index.jsp>. Acesso em: 06 out. 2018. SPIRN, Anne Whiston. O jardim de granito. São Paulo: Edusp, 1995. 360 p. Szromek, A.R., Kapczyński, A. (2007), Hypotheses concerning the development of Polish spas in the years 1949-2006, Tourism Management, 29, 1035-1037. TERMATALIA. Qualidade da água. 2018. Disponível em: <http://www.termatalia.com/>. Acesso em: 15 out. 2018. THERMOCOND. Sistema de aquecimento de ar. 2010. Disponível em: <https://www.menerga.com/products-solutions/thermocond-privatepools/>. Acesso em: 25 out. 2018.


8 APÊNDICES PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO DETALHADO SETOR AMBIENTE

FUNÇÃO

Acesso principal Espaço para receber as pessoas

SETOR AMBIENTE

FUNÇÃO

Á. INDIVID.

SETOR AMBIENTE

FUNÇÃO

Á. INDIVID.

200 m²

Central de info.

Espaço para infos do parque

80 m²

Sala inspeção para piscinas

Receber as pessoas que utilizaram

270 m²

555 m²

escadaria

Dar acesso a frente de água

350 m²

Esguichos de água

Banhos termais externos

150 m²

Balneário

tratamentos públicos

1500 m²

Lago

Contemplação das margens

1300 m²

Ciclovia

Uso de modais diversificados

-

banhos públicos

4600 m²

Deck rio

Apreciação do rio

50 m²

Bosque

Espaço bucólico

650 m²

Praça seca

Espaço eventos abertos

650 m²

Espaços para Convivência (Apoio banhos) cadeiras e guarda-sol Parque infantil

Ambiente lúdico para 300 m² crianças

Espaços de Churrasqueiras e Convivência casinhas com mesas (Churrasqueiras) Receber bem os idosos com mesas de Espaço idosos jogos ... Quadras abertas

Atividades Radicais Ginásio

Jogos abertos Atividades que demandam de usos apropriados Jogos internos, poliesporte

800 m²

Geiser

Refrescar por intermédio de águas

Estacionamento

Ambiente para receber veículos

1500 m²

300 m²

300 m²

Espaço manutenção

Manutenção dos maquinários e utensílios do parque

150 m²

1800 m²

Pedalinho

Se aproximar do rio

530 m²

BWC

Cabines de banheiros ao redor do parque

40 m²

Atividades físicas

260 m² 500 m²

900 m² 1300 m²

Academia

Campo futebol

Espaço para futebol de campo

6700 m²

Quadra Areia

Atividades esportivas

Anfiteatro

Espaço para mini shows e histórias

2100 m²

Skate

Atividades radicais

Sede Campo

Espaços para eventos esportivos

150 m²

Quadra aberta Poliesportiva

Atividades esportivas

620 m² 1200 m²

PARQUE

Comedoria para o público em geral

PARQUE

Restaurante

Piscinas externas

PARQUE

Á. INDIVID.

Pista de Caminhada

Pista para cooper

300 m² -


PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO DETALHADO Acesso principal Espaço para receber as pessoas

Piscina Interna Fisioterapia Banhos de Imersão

Banhos termais ao ar livre Banhos termais com aquecimento Massagens e terapias Salas de banheiras para imersão

20 m² 100 m² 50 m²

SETOR AMBIENTE Espaço convivência

FUNÇÃO

Á. INDIVID.

Depósito

Guardar utensílios do balnérario

50 m²

Sala espera

Espera para os banhos

100 m²

Descarte de lixo

9 m²

Separação do lixo

9 m²

Sauna

E s p a ç o s p a r a 20 m² eliminação das toxinas

Guardar as pratarias 10 m² Dep. de utensílios do restaurante

Vestiário

Espaços para troca de roupas

Dep. de alimentos Amarzenamento das 10 m² comidas Alimentos que necessitam de Câmara fria 10 m² resfriamento

Recepção/Hall ADM

20 m²

Receber os clientes e 50 m² ambiente que liga com banheiros e caixa Espaço de cdiretor

15 m²

BWC

Espaço destinado para higiene pessoal

20 m²

Circulação vertical

Conectar diferentes pavimentos

18 m²

Massagem

Tratamentos articulares

50 m²

Sala médica

Atender os pacientes do SUS

50 m²

Emanotório

Ambiente de respiro dos gases da água

100 m²

Dep. de bebidas

Armazenar bebidas

10 m²

Dep. de caixas

Espaço para caixas em estoque

10 m²

Conferente

Ambiente que procede 15 m² com recebimento Higiene pessoal e sala de banho

15 m²

Vestiário fem

Higiene pessoal e sala de banho

15 m²

Diretor

Organizar funcionamento

9 m²

Vestiário masc

SETOR AMBIENTE

Varando com 100 m² apreciação do parque

50 m²

RESTAURANTE

BALNEÁRIO

Piscina externa

Á. INDIVID.

RESTAURANTE

FUNÇÃO

BALNEÁRIO

SETOR AMBIENTE

FUNÇÃO

Á. INDIVID.

Lavação/PréPreparo

Etapa inicial dos alimentos

15 m²

Cocção/montagem

Cozimento das guarnições

15 m²

Lavar utensílios que vem do salão Comedoria

Lavação de pratos Área de mesas Circulação vertical Bar

Conectar pavimento laje jardim

10 m² 500 m² 18 m²

Preparo de drinks e 20 m² bebidas

Hall/ recepção

Espaço para receber as pessoas

10 m²

Banheiros

Higiene pessoal

40 m²


CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA...



MAPAS MENTAIS


MAPAS MENTAIS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.