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A guerra pelo olhar de um Marketeer

No atual momento em que me encontro a escrever este artigo denoto que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia ainda é uma realidade que não tem o fim à vista. Sem tecer qualquer comentário sobre a legitimidade desta guerra/invasão ou por outras palavras, operação militar especial, o meu objetivo aqui foi tentar enquadrar este fenómeno numa perspetiva de Marketing. Será que é possível analisar este contexto e encontrarmos os P's do Marketing?

Quando falamos de P's de Marketing estamos a referir-nos ao Marketing- -Mix. Que não é nada mais, que algumas diretrizes estratégicas que os profissionais do Marketing devem ter em atenção nas suas avaliações. Sendo assim, vou falar de cada uma delas para tentar enquadrá-las no fenómeno bélico. O primeiro pilar desta análise é o Produto que talvez é o mais fácil de identificar, pois trata-se da própria Guerra/ Operação Militar. Quando identificamos este conceito sabemos o que poderemos obter se estivermos em contacto com este “produto”, que pode ser por exemplo, devastação ou sintomas de ansiedade e de tristeza.

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De seguida avançamos para o Preço que certamente é o mais visível e o mais impressionante. Podemos considerar que o Preço principal deste confronto é a perda de vidas. E certamente é aquele que é mais dramático.

A próxima variável a ser abordada é a Distribuição ou em inglês Placement. Aqui é a forma como temos contacto com este fenómeno e até aqui os confrontos têm acontecido na Ucrânia.

Analisamos de seguida a Comunicação. Neste pilar vemos com frequência o Presidente Zelensky e o Presidente Putin com diferentes visões sobre este tema e cada um deles apresenta razões para o seu sucesso. Da parte de Zelensky vemos a pedir ajuda aos países mais próximos da Nato e por outro lado, vemos Putin a tentar ganhar tração com o seu discurso próximo de países como a Bielorrússia, Síria e ou Coreia do Norte. Cada um dos países envolvidos neste confronto tenta gerar apoios políticos que depois possam influenciar a opinião pública e dessa forma até legitimar uma intervenção mais musculada. Na Comunicação podemos tentar analisar que canais é que cada um usa para tentar essa influência mediática. Vemos com frequência o Presidente Zelensky em vídeos no seu esconderijo apelar ajuda para os habitantes da Ucrânia ou mesmo a interdição do espaço aéreo. Se avançarmos para os Social Media verifica-se uma grande concentração de seguidores tanto no Twitter como no Instagram. Que serão porventura, os canais mais apropriados para este tema e aqueles que registam melhores resultados devido à sua interação com os públicos. No Twitter existe uma comunidade de cerca de 6 Milhões de seguidores do Presidente Zelensky e no Instagram, 16 Milhões. Para terminar esta análise, quero referir que são feitas cerca de 7 publicações diárias na conta de Instagram do Presidente Zelensky com um grande número de comentários e de “likes”. Aqui podemos verificar que este comportamento se aproxima de um Influenciador Digital que tem a capacidade de manter a sua audiência conectada e que o seu conteúdo é relevante.

Para concluir o pilar da Comunicação, Putin não exibe grandes pergaminhos na utilização dos Social Media. Aliás, Twitter, Facebook e Instagram estão com restrições de acesso segundo a Autoridade de Comunicação do Governo da Rússia. Desta forma, Putin tenta utilizar a Comunicação Social do seu país para justificar este confronto. E parece que tem tido algum sucesso pois as manifestações de desagrado desta guerra/operação militar especial parecem ter esmorecido.

Concluindo, acredito que é possível fazer esta análise à luz dos parâmetros que os Marketeers utilizam na sua atividade profissional. Agora cabe a cada um de nós “sentir” que país, Ucrânia ou Rússia, está a ter maior benefício na utilização destas dinâmicas de Marketing. Quem será o mais amado?

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