Revista Visão Rural

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borrac Todos precisam se unir no combate ao

Foi

“Todos precisam se engajar” Mário Jorge Danielski, gerente de Agricultura da SDR de Braço do Norte

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a temperatura aumentar um pouco que os borrachudos apareceram. O problema, antes restrito aos interiores dos municípios, invadiu os centros e todos sofrem com esse inseto. Mas, os agricultores, que precisam trabalhar ao ar livre são os mais prejudicados. Na produção leiteira o borrachudo também é um grande inimigo. O borrachudo sempre existiu na natureza, mas sua proliferação se intensificou com uma “ajudinha” do homem, com a criação de animais domésticos, a instalação de áreas agrícolas próximas de rios e a retirada da mata ciliar, que atua como barreira física contra os borrachudos adultos. Os borrachudos são mais frequentes pertos de rios e córregos, pois ele precisa de água corrente para procriar e sobreviver. O esterco e o esgoto que vazam para os rios propiciam alimento para os filhotes. O gerente de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Braço do Norte, Mário Jorge Danielski, coloca que a Secretaria de Agricultura do Estado, através do secretário João Rodrigues, garantiu a distribuição de um larvicida biológico,

que precisa ser aplicado nos córregos. Uma reunião discutiu a melhor maneira de intensificar o combate. “Todos precisam se engajar”, relata o gerente. Para que o borrachudo deixe de ser um grande problema é preciso atenção dos órgãos governamentais e também de toda população. Em Santa Catarina, há 35 espécies de bor rachudos catalogadas, mas somente duas ou três se alimentam de sangue humano (apenas as fêmeas necessitam de sangue, para a maturação dos ovos). A principal espécie encontrada no Estado é a Simulium (C.) pertinax. O ciclo de vida varia conforme as temperaturas da água e do ambiente. A 25°C, é de 35 dias, em média. Cada fêmea põe em média 237 ovos, mas o número pode chegar a 500. A postura geralmente é feita em folhas suspensas e parcialmente cobertas por uma fina lâmina de água corrente ou sobre pedras úmidas. A larva se alimenta de bactérias, fito e zooplâncton, minerais e partículas de matéria orgânica que podem ter origem em esterco, dejetos humanos, restos de cozinha e vegetais. A pupa permanece embaixo da água até se tornar adulta e emergir.


hudo Dicas para evitar a proliferação - Não jogar lixo na água; - Limpar córregos e rios, retirando entulhos, folhas e galhos onde as larvas se abrigam; - Evitar o lançamento de dejetos orgânicos nos córregos e manter as áreas de criação de animais longe desses locais; - Preservar e recuperar a mata ciliar para evitar dispersão dos insetos para outras áreas e garantir a preservação de pássaros e insetos que se alimentam dos borrachudos; - Manter a água dos córregos povoada com cascudos. Esse peixe atua no controle biológico dos borrachudos.

Proteja-se - Para evitar picadas, o ideal é usar roupas compridas e, nas estações mais quentes, recomenda-se usar repelentes ou cremes perfumados nas partes descobertas do corpo, como mãos, pernas e pés; - O plantio de capim citronela próximo às residências e o uso de repelentes à base da planta são alternativas para afastar o inseto.

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Citronela é uma opção natural para afastar os insetos

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incômodo provocado pelos mosquitos pode ser resolvido de forma simples e com soluções caseiras, aproveitando as propriedades da citronela. Essa planta aromática, uma gramínea perene originária do sudoeste da Ásia, já se tornou comum em Santa Catarina. As folhas fornecem um óleo essencial utilizado na fabricação de repelentes, aromatizadores de ambientes, detergentes, perfumes, sabonetes, cremes e outros cosméticos. A planta repele mosquitos, borrachudos, traças e formigas. O óleo essencial tem efeito repelente sobre o Aedes aegypti (transmissor da dengue) e também sobre mosquitos como o Anopheles dirus e o Culex quinquefasciatus. Alguns pesquisadores afirmam que o óleo de citronela afasta também besouros, baratas e fungos. Essa ação se deve a substâncias como o citronelal, o geraniol e o limoneno, presentes no óleo. “A detecção da citronela é ativada pelas proteínas dos poros do inseto, conhecidas como canais de receptores transientes de potencial. Quando esses receptores moleculares são ativados, enviam mensagens químicas ao cérebro do inseto, resultando em uma reação de aversão”, explica Antonio Amaury Silva Junior, pesquisador da Epagri/Estação Experimental de Itajaí. 06

PARA FAZER EM CASA Não é preciso gastar dinheiro para aproveitar os benefícios dessa planta. Soluções simples e ecológicas podem ser adotadas sem sair de casa: - Para afastar mosquitos em ambientes fechados, colha duas ou três folhas, corte-as em pequenos pedaços com uma tesoura e coloque-os em pires. Distribua os recipientes pelos ambientes da casa para espalhar a essência. - Deixe macerar 200 gramas de folhas secas e rasuradas de citronela em 1 litro de álcool com concentração de 70% durante 10 dias em um frasco tampado e escuro. A cada dois dias, agite a mistura. Após a maceração, passe o líquido por um filtro de papel ou pano limpo e o acondicione em um recipiente hermético. O produto, que tem validade de dois anos, pode ser usado em pulverizadores domésticos, velas aromáticas, tochas para pescaria, difusores, cremes dermatológicos, sachês e pout-porris. - Mantenha uma muda em um vaso dentro de casa e, sempre que quiser, corte um pedaço de uma das folhas para que a essência se espalhe mais. - Para evitar picadas de mosquitos, amasse e esfregue uma folha de citronela nos braços e nas pernas. - Ferva algumas folhas e faça uma espécie de chá para usar na limpeza de pisos. - As folhas podem ser queimadas em incensórios domésticos ou utilizadas em difusores elétricos. - A espécie é eficiente para evitar a erosão e pode ser plantada em encostas, barrancos, valas de drenagem, margens de rios e lagoas e em áreas ciliares.

ONDE ENCONTRAR Parente do capim-limão, a citronela cresce espontaneamente em clareiras, à beira de rios e em locais úmidos. Em Santa Catarina, é encontrada em várias propriedades rurais e pode ser cultivada no litoral, no Vale do Itajaí e no Extremo Oeste. Ela tolera os solos muito argilosos e mal drenados, não encharcados, mas não resiste a geadas. A espécie raramente floresce no Estado e, mesmo assim, as sementes não são férteis, por isso a multiplicação deve ser feita a partir da divisão de touceiras.


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Biodigestores ajudam a harmonizar relação entre

suinocultura e meio A instalação de um biodigestor traz vários benefícios para o produtor entre eles está a possibilidade de gerar energia

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região do Vale do Braço do Norte tem uma grande produção de suínos. A suinocultura é responsável por grande parte da economia da Região, mas sempre foi muito criticada pela poluição. Com o passar do tempo se buscou novas tecnologias para que a atividade se tornasse ambientalmente viável. Em função da própria legislação, são crescentes as exigências quanto aos critérios de manejo de dejetos. Algumas propriedades da Região estão apostando em instalações de biodigestores, que capturam os gases formados nos dejetos de animais, sendo que o Metano é o principal gás produzido, há também a produção do Dióxido de Carbono, esses gases são chamados de gases de efeito estufa, que provocam a elevação da temperatura do planeta. Com o biodigestor esses gases são queimados, e ainda podem gerar a energia a ser usada na granja e até mesmo na propriedade rural. Outra opção é usar esses gases para fazer o aquecimento das granjas. Uma maneira de diminuir a poluição do meio ambiente e ainda reduzir os gastos de energia na propriedade. O engenheiro agrônomo e produtor Fernando Heidemann Esser, possui um biodigestor nas granjas de suínos,

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na comunidade de Rio Pequeno, em Grão Pará. A granja é de ciclo completo e com 600 matrizes. Há cerca de três anos Fernando foi procurado pela empresa EcoBio Carbon, que propôs uma parceria na qual o produtor cederia o local para a instalação do biodigestor e a empresa seria a responsável pela instalação. “O lucro da empresa se daria através da venda de créditos de carbono e ainda repassariam uma parte para nós produtores, sendo assim, não teríamos custo nenhum”, explica Fernando. Perante essas condições e ainda sabendo que só tinha a ganhar, com a possibilidade de aproveitar o gás para a geração de energia Fernando resolveu fazer a parceria e há mais ou menos um ano e meio o biodigestor funciona na propriedade. O produtor aponta duas vantagens principais. “Uma delas foi que não teve mais o cheiro, que na verdade não é da granja, mas sim da fermentação dos dejetos. Esse gás que forma o cheiro fica capturado dentro do balão e depois é queimado”, coloca o produtor. Outra vantagem apontada por Fernando é a qualidade do biofertilizante. O dejeto de suíno, já é normalmente usado para fertilizar pastagens e lavouras, mas ao passar pelo biodigestor se torna ainda mais eficiente. Os dejetos produzidos nas


ambiente granjas da família Esser, após passar pelo biodigestor, são usados pela própria família, que possui pastagem, por vizinhos e por diversas famílias da Região, que mesmo morando mais longe optam por buscar o biofertilizante. “Depois do biodigestor a procura foi maior e de mais longe”, concorda Fernando. Na questão ambiental o produtor acredita que o dejeto líquido ainda é o grande problema, mas o biodigestor traz um ganho ambiental muito grande por diminuir a ingestão de gases tóxicos na atmosfera. Segundo Fernando a instalação do biodigestor ajuda no licenciamento ambiental. “Todo órgão ambiental gosta quando o produtor está investindo, mas ainda se olha muito a destinação dos dejetos”, completa. Fernando já tem planos para a instalação de um gerador de energia na granja e no próximo inverno já pretende fazer o aquecimento da maternidade com o biogás. “Ainda não fizemos nenhum investimento porque queríamos primeiro fazer uma análise, para saber qual o montante que podemos investir. Saber qual a média de produção no inverno e no verão”, relata Fernando. E para os novos projetos o produtor pretende instalar um biodigestor com recursos próprios.

Fernando já tem planos para a instalação de um gerador de energia na granja e no próximo inverno já pretende fazer o aquecimento da maternidade com o biogás

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Geração de Créditos de Carbono A empresa EcoBio Carbon, que foi a responsável pela instalação do biodigestor na propriedade de Fernando, trabalha com a geração de crédito de carbono. Com o Protocolo de Kyoto, que prevê medidas contra o aquecimento global, foi criado o crédito de carbono, uma espécie de moeda ambiental, que pode ser conseguida por diversos meios através de projetos que diminuam a poluição. Na região do Vale do Braço do Norte a melhor maneira de gerar esses créditos foi encontrada na suinocultura. “Nós geramos, os créditos de carbono, na suinocultura, capturando o gás metano e transformando ele em Dióxido de Carbono (CO2), fazendo essa redução de efeito estufa”, explica Mauricio Perin. O Metano é 21 vezes mais poluente do que o CO2. A empresa instala o biodigestor para o produtor através de todo um projeto, forma um lote e encaminha para validação na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Ministério das Ciências e Tecnologias (MCT), esse processo de validação do projeto demora em torno de um ano e meio.

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O que é um biodigestor O biodigestor é um tanque protegido do contato com o ar atmosférico, onde a matéria orgânica contida nos efluentes é metabolizada por bactérias anaeróbias (que se desenvolvem em ambiente sem oxigênio). Neste processo, os subprodutos obtidos são o gás (Biogás), uma parte sólida que decanta no fundo do tanque (biofertilizante), e uma parte líquida que corresponde ao efluente mineralizado (tratado). O Biogás é um gás inflamável produzido por microorganismos, quando matérias orgânicas são fermentadas dentro de determinados limites de temperatura, teor de umidade e acidez, em um ambiente impermeável ao ar.


Vantagens Entre as vantagens de uma propriedade que possui o biodigestor para uma que não possui está a redução do odor, tão característico da suinocultura. Mais facilidade para adquirir o licenciamento ambiental. A possibilidade de geração de energia para o uso na propriedade e até para a venda para a rede, nesse caso é preciso que a granja seja de grande porte. O uso do gás para o aquecimento da granja no inverno. A produção de biofertilizantes, usados para pastagens e lavouras e com grande quantidade de nutrientes. “O biodigestor traz alguns benefícios para o produtor, primeiro é agregação de renda com o adubo orgânico que tem quantidades de nutrientes muito grandes, que o produtor só encontraria em adubos químicos, comprados em agropecuárias. Além de trabalhar a questão ambiental, tudo que está sendo produzido ganha um destino correto. Isso é sustentabilidade”, completa Fabrício Wernke.

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carne suína é deliciosa e pode ser a base de uma infinidade de pratos. Mas, muitos mitos cercam essa deliciosa carne. O que poucos sabem, é que de meados da década de 80 até hoje, o suíno perdeu 31 % de sua gordura, 14 % de calorias e 10 % de colesterol e sua carne tornou-se saudável e muito saborosa. A carne suína disponível atualmente não merece os conceitos errôneos de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição e, que pela sua abundância em vitaminas e minerais, deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro. Na nossa Região encontram-se uma grande quantidade de produtores de suínos, consumindo essa carne estaremos ainda ajudando a economia regional.

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Bife de pernil recheado

Bisteca à moda Alemã Ingredientes: - 8 bistecas; - 3 colheres (chá) de sal; - 3 dentes de alho amassados; - ½ xícara de cebola ralada; - 1 colher (chá) de pimenta do reino branca amassada; - 1 colher (chá) de pimenta do reino preta amassada; - Farinha de trigo para empanar; - 8 batatas médias. Modo de fazer: Tempere as bistecas com sal, o alho, a cebola e as pimentas, apertando-as contra a carne até ficarem grudadas. Empane as bistecas com a farinha de trigo. Frite-as em óleo. Sirva com batatas cozidas e chucrute em conserva.

Bisteca com aipim ou mandioquinha Ingredientes: - 1 quilo de bisteca de suíno; - 6 colheres (sopa) de suco de limão; - 4 cubinhos de caldo de carne; - 4 colheres (sopa) de óleo; - 1 cebola média picadinha; - 3 tomates (sem pele e sem sementes) picados; - 500 gramas de aipim ou mandioquinha em rodelas; - 2 colheres (sobremesa) de salsa picadinha. Modo de fazer: Tempere as bistecas com o suco de limão e o caldo de carne dissolvido em duas colheres de água fervente. Deixe tomar gosto por 1 hora. Frite as bistecas no óleo dourando os dois lados. Junte as cebolas, os tomates, 1 xícara (chá) de água fervente e o aipim. Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até o aipim ficar macio (cerca de 10 minutos). Polvilhe com a salsa.

Ingredientes: - 1quilo de bife de pernil; - 1 vidro pequeno de champignon; - 200 gramas de catupiry; - 270 gramas de ricota; - Cheiro verde; - Sal e pimenta; - 200 gramas de uvas passas; - 100 gramas de presunto. Modo de fazer: Corte o pernil em fatias tipo bife. Bata para que fiquem mais finas e largas. Recorte as bordas para que fiquem mais regulares. Tempere e reserve. Pique os retalhos da carne suína, o presunto e as passas escorridas. Junte o catupiry e a ricota, misturando bem. Coloque uma porção do recheio em cada fatia de carne e feche o bife com o auxilio de palitos. Numa frigideira, frite-os até que fiquem bem dourados de ambos os lados. Sirva a seguir, acompanhado de arroz branco. Decore o prato com pimentões verdes, amarelos e vermelhos e champignon.

Costeletas com queijo Ingredientes: - 1 quilo de costeletas de suíno; - 1 colher (chá) de sal; - Suco de 1 limão; - Pimenta do reino a gosto; - 2 colheres (sopa) de óleo; - 1 lata de creme de leite; - 3 gemas; - 1 colher (sopa) de farinha de trigo; - 2 colheres (sopa) de queijo ralado tipo parmesão; - 1 colher (chá) de sal. Modo de fazer: Tempere as costeletas com limão, pimenta do reino, sal. Deixe tomar gosto. Frite no óleo quente, deixando dourar os dois lados. Retire e coloque sobre papel absorvente. Misture o creme de leite com o restante dos ingredientes. Unte uma forma. Coloque as costeletas uma ao lado da outra e cubra-as com creme. Asse em forno médio por 15 minutos.

Fonte: ACCS 13


Após inverno chuvoso primavera será mais seca O

per íodo de inver no foi bastante chuvoso, mas a previsão da equipe da Epagri/Ciram para os meses de outubro, novembro e dezembro é de diminuição e irregularidade da chuva, com relação ao observado nos meses de inverno, com volumes abaixo da média climatológica em Santa Catarina. Esse indicativo está associado ao retorno da La Niña nos próximos meses, o qual influencia o regime de chuva no Estado com diminuição dos volumes e má distribuição no tempo e no espaço. Em outubro, a chuva ainda deve ocorrer com mais frequencia no Estado, lembrando que esse é um mês caracterizado por elevados totais de precipitação (média mensal de 210 a 280 mm no Oeste e Meio-Oeste, e de 140 a 180 mm do Planalto ao Litoral), e neste ano de 2011 o volume de chuva deve ficar próximo desses valores médios.

Em novembro, o volume de chuva mensal diminui em relação ao período setembro-outubro (média mensal fica em torno de 130 a 180 mm no Estado). Em dezembro, a média mensal fica em torno de 140 a 200 mm. Neste ano, espera-se totais menores nos meses de novembro e dezembro. Em primaveras de La Niña, como esta, normalmente as frentes frias passam por Santa Catarina com pouca atividade chuvosa e deslocamento rápido pelo Estado, e as instabilidades, que se deslocam do Paraguai em direção ao Estado, são menos intensas. É claro que eventos de temporais com ventania e granizo podem ocorrer, mas devem ser menos frequentes. Ainda assim ressalta-se que, episódios de chuva intensa, em curto espaço de tempo, podem ocorrer em qualquer época do ano, resultando em totais de chuva acima da média climatológica mensal, em alguns municípios ou regiões.

Temperatura: A previsão é de temperatura próxima a média climatológica no trimestre, tendendo abaixo da média no início da estação, por influência de massas de ar frio que ainda devem chegar com frequencia ao Estado, deixando as temperaturas mínimas mais baixas com chance de geada tardia, especialmente no Planalto Sul. Em novembro e dezembro, a tendência é de elevação gradativa da temperatura.

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Excesso de chuva trouxe prejuízos para Santa Catarina O engenheiro agrônomo Osvaldo Vieira dos Santos, do Crédito Rural da Epagri, em Florianópolis, explica que de modo geral as culturas produzidas em Santa Catarina são de primavera-verão e o excesso de chuvas ocorreu no inverno, portanto, tem impacto na produção agropecuária, sim, mas um pouco menor. “No caso do Sul do Estado, cuja cultura principal é o arroz, creio que o excesso de chuvas ocorridos neste ano tenha impactado muito pouco as perdas de arroz, pois estávamos na entre-safra”, explica Osvaldo. O engenheiro agrônomo explica que houve perdas em decorrência do excesso de chuvas ocorridos no Estado e que levaram 100 municípios a decretarem situação de emergência, sendo 10 estado de calamidade pública. Foi produzido um relatório de estimativas, cujas perdas maiores ocorreram nas culturas do fumo, das hortaliças, das plantas ornamentais, da cultura do milho, além de perdas de bovinos de leite, de corte. Osvaldo explica que de um modo geral, pode-se dizer que a enchente de setembro causou perdas significativas no Estado, sendo: - Estimativas de perdas de culturas no Estado: R$ 58,5 milhões; - Estimativas de perdas de pecuária no Estado: R$ 4,6 milhões; - Estimativas de perdas de infraestrutura na área rural no Estado: R$ 7,8 milhões.


Mercado de cosméticos oferece produtos para o bem estar da família rural

Muitas

vezes o agricultor sofre com o odor odo que fica em suas mãos, após passar o dia ttodo em seu trabalho, em contato com os animais. an Para deixar o ambiente em sua casa e seu próprio corpo com um aroma agradá agradável há vários produtos disponíveis no mercad mercado, que podem oferecer um conforto a mais para quem trabalha pesado no dia a dia. Na Shamah, em Br Braço do Norte, é possível encontrar produtos produto para o corpo e para a casa. Entre eles há os sabonetes líquidos neutralizadores de odores, o especiais para tirar odores mais for fortes das mãos, como de cebola, alho, peixe e também de contato com animais. “Essas sabonetes possuem uma concentração muito alta de

glicerina e por isso são especiais para tirar cheiros fortes das mãos”, explica Hélia Kulkamp Pereira Volpato. Na loja também pode ser encontrado vários outros produtos para o corpo, como esfoliantes, sabonetes, cremes, enfim tudo que você precisa para cuidar bem de seu corpo. A linha para a casa também é bastante diversificada, entre eles podemos citar o neutralizador de odores, que tira cheiros desagradáveis de dentro de casa, sem deixar um perfume forte, apenas uma leve fragrância deixando o ambiente agradável. Além, de produtos que agradam a todos os olfatos e que podem ser usados por toda a casa. A Shamah também é uma ótima opção para quem deseja presentear. Na loja há diversas opções, são lindos kits e dos mais variados preços. É possível encontrar pequenas lembranças no valor de R$ 10,00 até kits sofisticados em valores mais altos. Com a chegada do fim do ano a Shamah é uma ótima opção para a compra de presentes.

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Ação Ambiental Projeto da Afubra já recolheu 91.686 litros de óleo saturado Parceria é com escolas e municípios dos três estados do Sul do Brasil Em fevereiro de 2009, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), por meio do Projeto Verde é Vida e da equipe de Bionergia, lançou um projeto-piloto de recolhimento de óleo saturado com escolas da Região de Atuação Santa Cruz do Sul, Camaquã e São Lourenço do Sul e Canguçu. Passados dois anos e meio, o Projeto de Recolhimento de Óleo Saturado abrange o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, num total de 63 municípios e 354 escolas. Até a metade do mês de julho, já haviam sido recolhidos 91.686 litros de óleo saturado. O projeto desenvolve-se da seguinte forma: por meio de um termo de cooperação entre a Afubra e o município, este cadastra as escolas que estejam interessadas em participar do trabalho. A escola recolhe o óleo saturado e, com o auxílio do município, reúne em um local, de onde a Afubra recolhe e o transforma em biodiesel. Além de dar um destino correto ao óleo, a escola recebe um prêmio financeiro de R$ 0,50 por litro e pode trocar o seu cheque, entregue a cada fim de ano, por mercadorias na Agro-Comercial Afubra. Para a entidade, que desenvolve diversas atividades de cunho ambiental e educacional, o Projeto contribui

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na preservação do meio ambiente, educa as pessoas ao correto destino do óleo de fritura e auxilia as escolas, já que o pagamento é realizado apenas para os educandários. “A comunidade pode entregar o óleo na Afubra mas não receberá a bonificação. Inclusive, orientamos as pessoas para que entreguem seu óleo a uma escola de sua preferência”, explica o técnico agrícola Nataniél Maria Sampaio, responsável técnico do Projeto. Todo o óleo recolhido é levado ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Diversificação da Agricultura Familiar, propriedade da Afubra, localizada no município de Rio Pardo/RS, onde também se realiza a Expoagro Afubra. Lá, no Pavilhão da Agroenergia, por meio de uma miniusina, o óleo é transformado em biodiesel e usado pela frota da entidade. O local também serve para estágios curriculares de escolas técnicas e universidades, além de treinamento e aulas práticas em cursos específicos da área. Até o momento, seis alunos já realizaram seus estágios e 120 estudantes realizaram aulas práticas. Os municípios e escolas interessados em fazer parte do programa podem entrar em contato com a Afubra, pelo e-mail bioenergia@afubra.com.br, pelo telefone (51) 3713-7740 ou nas filiais.

Como coletar o óleo O óleo saturado deve ser armazenado em garrafas tipo pet, limpas, secas, transparentes e sem rótulo. Ao armazenar o óleo saturado em garrafa pet, este deverá estar filtrado previamente de forma a eliminar materiais sólidos e também estar isento de água. Sugere-se como filtro, coador de café, esponja de espuma, meia de nylon, tecido ou outro mecanismo eficiente.

Números A filial da Afubra de Tubarão participa do Projeto de Recolhimento de Óleo Saturado desde 2011. Até o momento, integram os trabalhos duas escolas de Urussanga que já enviaram 350 litros de óleo para Santa Cruz do Sul.


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óleo de cozinha usado é um problema para a natureza, muitas pessoas não sabem o que fazer com o resíduo, uma solução é transformá-lo em sabão. Assim, além de não poluir a natureza a dona de casa ainda economiza com a compra de sabão para a lavagem da louça e da roupa. Essa simples atitude pode contribuir para diminuir o aquecimento global, já que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. Além disso, um litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água - o suficiente para uma pessoa usar durante 14 anos. Isso acontece porque o óleo impede a troca de oxigênio e mata todos os seres vivos como plantas, peixes e microorganismos. E ele também impermeabiliza o solo contribuindo para as enchentes.

Receita de sabão feito a partir do óleo de cozinha Material Mat - 5 litros de óleo de cozinha usado; - 2 litros de água; -2 200 mililitros de amaciante; - 1 quilo de soda cáustica em escama.

Preparo Prep Co Coloque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente. Colo Coloque, com cuidado, a água fervendo e mexa até diluir todas as escamas da soda. so Adicione o óleo e mexa. Adicione o amaciante e mexa novamente. Jogu Jogue a mistura numa fôrma e espere secar. Corte o sabão em barras. Atenção: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é Ate usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.

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Jersey e Holandesa são as raças que mais se adaptam a Região Ao

passarmos pelas propriedades rurais de toda região Sul de Santa Catarina podemos observar que duas raças de vacas predominam nas pastagens. São elas a Jersey e Holandesa. A raça Jersey se adapta melhor ao relevo acidentado, já a Holandesa, maior do que a Jersey precisa de um terreno um pouco mais reto. Mas, em todo o Mundo existem diversas raças de gados de leite.

Jersey - Origem: é originário da pequena ilha de Jersey, formada há séculos, pelo cruzamento de animais provenientes da Normandia e da Bretanha. É uma raça criada em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. - Características: apresentam uma estatura baixa, de 115 a 120 cm nas vacas. O úbere é quadrado, bem irrigado, volumoso, com tetas pequenas e espaçadas. Seu leite é o mais apreciado para a produção de manteiga. Produz em média 3.300 quilos de leite com 5,0% de gordura. É a mais precoce das vacas leiteiras. Em geral a primeira cobertura é feita dos 15 aos 18 meses de idade. Sua longevidade é também bastante grande. Nas regiões tropicais mostra elevada tolerância ao calor. É popular em quase todos os países produtores de lacticínios. No Brasil, aclima-se com

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facilidade na maioria dos estados.

Holandesa - Origem: originária dos Países Baixos a raça Holandesa é o resultado de uma série de cruzamentos entre bovinos de diversas regiões da Europa. - Características: a raça Holandesa é universalmente conhecida como a de maior potencial para produção de leite. Apresenta pelagem branca e preta ou branca e vermelha. Seu úbere possui grande capacidade e boa conformação. As novilhas podem ter sua primeira cria por volta dos dois anos de idade. Os bezerros nascem com 38 quilos em média.

Ayrshire - O r i g e m: a raça Ayrshire é proveniente da Escócia, descende do gado dos condados de Ayr e Lanark. No mel ho r a me nto d a raça, que se ini-


ciou em 1750, a Ayrshire recebeu sangue de várias raças especializadas, entre elas o Holandês. É criada na Escócia, Irlanda e arredores de algumas cidades inglesas, Estados Unidos, entre outros países pelo mundo. - Características: a aptidão dominante da raça Ayrshire é leiteira, sua pelagem é malhada de vermelho, bem definido. Produz em média 3,900 quilos de leite por lactação. Seu leite apresenta matéria seca alta, sendo próprio à fabricação de queijos. Na Grã-Bretanha, sua produção é praticamente destinada para a produção de queijos.

Pardo suíça - O r ig e m: o gado Pardo Suíço, constitui uma das raças bovinas mais antigas. Teve origem 1800 anos antes de Cristo. É proveniente do sudeste da Suíça, sendo disseminada em todos os países vizinhos. - Características: de pelagem parda clara a cinzenta escura, as vacas Pardo Suíças apresentam ventre desenvolvido, sustentando um úbere típico de gado leiteiro, com tetas de tamanho médio, bem colocadas. A aptidão predominante é a leiteira, mas também possui uma boa capacidade para produção de carne. As novilhas são cobertas aos dois anos e meio. Nos cruzamentos, transmite com grande fidelidade seus atributos, sendo às vezes difícil distinguir um animal 3/4 de um puro, não só pela conformação e pelagem como também pelas aptidões econômicas. Linhagens específicas para carne estão sendo desenvolvidas produzindo resultados satisfatórios.

Girolando - Origem: para a formação do Girolando é usado 5/8 holandês mais 3/8 Gir, onde é possível conjugar a rusticidade

do Gir e a produção do Holandês, adicionando ainda características de s ejáveis da s duas raças em um único tipo de animal, atribuindo um desempenho econômico muito satisfatório. Estes cruzamentos surgiram em meados da década de 40. - Características: responsável por 80% do leite produzido no Brasil, é evidente, a afinidade do Girolando com o tipo de exploração, propriedades, mercado e o produtor nacional. O bezerra Girolando ao nascer pesa em média 35 quilos. A docilidade de sua mãe juntamente com outras qualidades maternais, torna sua raça a mais utilizada como receptora de embrião em nosso País.

Gir Leiteiro - Origem: a raça Gir é proveniente da Índia, ao sul da península de Catiavar e largamente criada no interior do continente. É uma raça mista, produtora de carne e com boa aptidão leiteira. - Características: no passado, muitos criadores deram importância exclusiva a caracteres raciais, de menor importância econômica; depois, evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens dotados de maior capacidade produtiva, tanto para carne como para leite. As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas. Tenta-se a seleção de uma variedade leiteira. Em alguns rebanhos

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a produção é regular em regime de meia estabulação. São vantajosos cruzamentos do Gir com raças leiteira mais especializadas, como, por exemplo, a Holandesa. O bezerro é pequeno, mas muito resistente.

Guernsey - Origem: é originário da ilha de Guernsey. Admite-se a hipótese de que seja derivado do cruzamento do gado Bretão com o Normando. O Guernsey é um gado que goza de muita popularidade, tendo sido exportado para a Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil e outros países. - Características: a vaca Guernsey possui uma conformação tipicamente leiteira. Com um úbere grande, bem conformado e irrigado, é especializada na produção de leite gordo, por isso, classificada como raça manteigueira. É considerada mais rústica que a Jersey. Sua longevidade é notável, servindo na reprodução até avançada idade. Nos cruzamentos revela grande prepotência na transmissão de suas qualidades. Sua criação tem sido recomendada ao lado de vacas de leite magro para operar misturas de compensação.

Normando - Origem: é uma raça bastante antiga, originária na Normandia, na França. Seu melhoramento e livros de registros são relativamente recentes. - Características: a raça Normanda possui aptidão

predominante para o leite. Sua pelagem é malhada com fundo do amarelo claro até o escuro. As novilhas dão a primeira cria entre dois anos e meio a três anos de idade e os machos começam a servir em torno de 12 meses de idade. Ao nascer, os bezerros pesam em média 45 quilos. Os animais da raça Normanda não se desenvolveram bem no Brasil. Possui temperamento dócil e é indicada para fazendas mistas, em regime de meia estabulação. No cruzamento com raças zebuinas, o gado Normando dá mestiços rústicos, de crescimento rápido, pesados, produtores de carne de boa qualidade.

Pitangueiras - Origem: por volta da Segunda Guerra Mundial, o Grupo Anglo, empresa de destaque na criação de bovinos ao redor do mundo iniciou um processo de criação de uma raça híbrida entre Taurinos e Zebuínos. O Red Poll, considerado uma raça de dupla aptidão, cruzado com o indiano Guzerá, que já havia passado por um melhoramento genético visando a produção de leite. Os produtos 5/8 Red Poll e 3/8 Guzerá, cruzados com animais com o mesmo grau de sangue, deram origem aos bi-mestiços Pitangueiras. O nome da raça veio da cidade de Pitangueiras, próximo de Ribeirão Preto onde foi desenvolvido, tradição do meio pecuário. - Características: o gado Pitangueiras se caracteriza pela pelagem vermelha uniforme. È geneticamente mocho e apto para a dupla aptidão (carne e leite). Ao nascer os machos pesam cerca de 35 quilos e as fêmeas 33 quilos, chegando aos 12 meses com 220 quilos e 205 quilos respectivamente. Os novilhos destinados ao abate atingem cerca de 450 quilos aos três anos, em regime de pasto. A média de produção de leite em grandes rebanhos é de 10 a 15 quilos por dia. O leite é bastante rico em gordura, com 4 a 5 % de gordura, herança do Guzerá. A média em 300 dias de lactação por animal gira em torno de 4 mil a 5 mil quilos de leite.

Fonte: http://www.vivernocampo.com.br/pecuaria/pecuedeleiteracas.htm

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Medicina Veterinária nas Escolas Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária do UNIBAVE estiveram nos dias 30 de setembro e 07 de outubro em duas escolas de educação básica do município de Orleans, Escola Barriga Verde e Escola Costa Carneiro, desenvolvendo o projeto Saúde e Bem estar Animal. A atividade tem como proposta educacional o objetivo de conscientização das crianças sobre a importância da posse responsável de animais, medidas que proporcionem a redução da população de cães e gatos abandonados, bem como a propagação de zoonoses no município. “Nossa meta é continuar desenvolvendo esse projeto nas escolas de Orleans e região para que as crianças, cada vez mais, se conscientizem e sejam parceiras do curso na divulgação dos temas discutidos nas palestras”, concluiu Profª. Miryan Cruz Debiasi, assessora pedagógica do curso que acompanhou e orientou os acadêmicos nessa realização.

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Ovinocultores se reúnem em São Ludgero

O

1° Encontro Sul Catarinense de Ovinocultores, aconteceu na propriedade de Matias e Timóteo Weber na comunidade de Bom Retiro, em São Ludgero, no dia 5 de outubro, para integrar os dois núcleos de ovinocultores existentes na região - um da Região de Tubarão presidido por Matias Weber e o outro que envolve as regiões de Criciúma e Araranguá, presidido por Laênio Leal. Na ovinocultura o trabalho sempre foi realizado separadamente por cada núcleo. Agora os dois núcleos se unem para traçar um planejamento conjunto para os próximos anos. “No encontro tivemos duas palestras sendo a primeira com o médico veterinário, especialista em ovinocultura da Estação Experimental da Epagri em Lages, Volney Ávila, que tratou sobre as perspectivas da ovinocultura em Santa Catarina”, informou o médico veterinário da Epagri de Braço do Norte, Lúcio Teixeira de Souza, revelando que a segunda apresentação ficou por conta do engenheiro agrônomo e criador em Bom Retiro, José Volni da Costa que apresentou o dia a dia do ovinocultor, abordando as dificuldades e soluções de problemas. Na sequência foi realizado uma discussão em grupo com os participantes, no sentido de avaliar os trabalhos realizados atualmente, discutir os entraves da atividade, bem como traçar um plano conjunto de avanço da ovinocultura no Sul do Estado. Os produtores foram unânimes em valorizar e solicitar apoio constante da Epagri junto aos produtores em toda a região sul, fortalecendo a necessidade de um profissional à disposição dos criadores, sendo referenciado a existência de um especia22

lista em ovinocultura na região que já atende o setor, liberado para atuação em ambos núcleos de ovinocultores. O grupo encaminhou no planejamento uma excursão a propriedade de José Volni em Bom Retiro, para visitação a fim de observar o plano forrageiro, animais e instalações, entre outros aspectos. A excursão está prevista para a primeira semana de dezembro de 2011, que contou com o apoio do prefeito, presente ao encontro, que vai viabilizar um ônibus de 40 lugares para a participação de produtores e técnicos das três regiões do Sul Catarinense. No encerramento do encontro foi servido almoço à base de carne de cordeiro para todos os participantes. “Ainda este ano, no dia 19 de novembro acontecerá em Braço do Norte o 5º Cordeiraço, que reunirá produtores, técnicos e apreciadores da saborosa carne ovina, onde será servido somente carne de cordeiro”, lembra o médico veterinário e responsável pelo projeto pecuária, Marcelo Pedroso, informando que este trabalho faz parte do Projeto Pecuária na UGT8, que envolve as regiões de Tubarão, Criciúma e Araranguá, que objetiva a produção de carne, leite e lã à base de pasto, com atuação nas áreas de bovinocultura de leite e corte, ovinocultura e caprinocultura.

Grupo encaminhou no planejamento uma excursão a propriedade de José Volni em Bom Retiro, para visitação a fim de observar o plano forrageiro, animais e instalações, entre outros aspectos


Para prevenir mastite estes são os 3 principais manejos de ordenha

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tirar 3 jatos

Lava-se os tetos se estiver sujo de barro ou esterco, se for so poeira seca não precisa usar água. Então

Cuidados com uso de medicações Produtor descarte o leite com resíduos de qualquer tipo de medicação (antibióticos, remédio de vermes, carrapato, entre outros). Pois a Indústria de Laticínios não pode utilizar este tipo de leite para fazer seus produtos (Instrução Normativa 51) Obs.: Qualquer dúvida chame o técnico da empresa.

2

Pré-dipping

tira-se os 3 jatos. Como a eliminação dos primeiros jatos envia os sinais mais fortes ao cérebro para a liberação da ocitocina, ela é definitiva no processo da descida do leite. Contudo, a eliminação dos primeiros jatos oferece uma oportunidade fácil e prática para os ordenhadores detectarem o leite anormal (grumos e coágulos),mastite

Tira-se os 3 jatos de cada teto, ai sim usa-se um prédiiping no teto, vai desinfetar o canal do teto, e os tetos

por fora matando bactérias, e fungos que causam a mastite.exespumante de ácido lático. Obs: depois do uso, o copo aplicador sem retorno deve ser lavado o seu bocal na água aquente. Em uma imersão simples 75-90% da superfície do teto deve

clínica. Bom também para se certificar de que qualquer leite

ser coberta com o desinfetante, e este deve permanecer no teto

anormal não será misturado ao resto da produção de leite. Então

por no mínimo 20-30 segundos. O pré-dipping é um dos meios

eliminar 3-4 jatos de leite de cada teto. A eliminação dos primeiro

mais efetivos de diminuição das infecções intramamárias de-

jatos oferecer alguns benefícios imediatos à qualidade do leite,

correntes de patógenos ambientais no teto, e ele elimina o uso

com esta eliminação de jatos, podem diminuir minutos dos

de água no procedimento de preparação (e,sempre que se usar

tempos de ordenha e melhorar a contagem de células somáticas

água durante o procedimento de preparação do úbere, haverá,

(devido a detecção precoce da mastite.

definitivamente, uma chance de aumento da mastite ambiental.

3

Secagem

Ao secar os tetos com uma toalha individual, remove-se o desinfetante do teto. Os ordenhadores devem secar

completamente cada teto removendo o desinfetante com um movimento giratório da toalha de cima para baixo. Depois, devem virar a toalha e, com o lado limpo, esfregar a ponta do teto, certificando-se de que esta parte fique limpa. A extremidade do teto(ponta) é uma das áreas mais críticas da vaca e a mais suscetível à entrada de bactérias e à mastite ambiental. É essencial que os ordenhadores prestem atenção especial na limpeza desta área para que ela fique pronta para a saída do leite.

Reuniao realizada em 6 de outubro de 2011 no Pesque Pague Borguete. Participaram as linhas de Genoario, Dionei e Marino. ASSUNT0S: INSTRUÇÃO NORMATIVA 51- LEI DO LEITE- MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - MANEJO REPRODUTIVO MELHORAMENTO GENÉTICO

Lembre-se, se ficar sujeira na superfície do teto após a secagem, ela acabará no tanque de leite, afetando enormemente a contagem de bactérias e aumentando as chances de infecções por mastite.

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A

produção de leite no Brasil cresceu, em média, 4% ao ano entre 1999 e 2009, de acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Algumas bacias leiteiras, entretanto, estão "disparando". Entre as cem maiores mesorregiões produtoras, o centro-sul paranaense obteve o maior crescimento médio, de 18% ao ano, seguido pelo oeste maranhense, com 14% a.a., sertão pernambucano, agreste pernambucano e sudoeste paranaense, os três com 13% a.a. Por outro lado, em algumas regiões antes tradicionais, a produção leiteira vem perdendo espaço, como é o caso de Ribeirão Preto (SP), que registra queda de 4% ao ano na produção de leite entre 1999 e 2009, Cam-

pinas e Vale do Paraíba Paulista, ambos com recuo de 2% a.a. A principal questão é: o que vem ocorrendo nessas regiões para impulsionar ou retrair a atividade leiteira? Em alguns casos, o avanço de determinada cultura acaba proporcionando aumento da demanda por terra, insumos e mão-de-obra, tornando os custos mais elevados de uma forma geral. Nesse sentido, o produtor de leite que não for eficiente acaba deixando a atividade. Este cenário vem sendo observado nos últimos anos no estado de São Paulo, especialmente com a expansão da cana-de-açúcar. Entre 1999 e 2009, houve recuo de 17% da produção leiteira paulista. No Sul do País, a situação é diferente. Enquanto a produção brasileira aumentou 53%, a do Sul avançou expressivos 95% no

Ritmo de crescimento da produção entre 1999 e 2009 de alguma mesorregiãos brasileiras - média anual

Fonte: IBGE (Pesquisa da Pecuária Municipal)/Elaborado pelo Cepea. Nota: As 16 mesorregiões apresentadas representaram 50% da produção brasileira de leite em 2009.

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período em análise. Os ganhos de produtividade têm proporcionado rentabilidade favorável ao pecuarista leiteiro, resultando em avanço da atividade na região. Desde 2007, a principal mesorregião produtora de leite do País é o noroeste rio-grandense, que representou 8% da produção nacional em 2009, segundo o IBGE, e teve crescimento médio de 7% ao ano no período analisado. Outro avanço considerável é visto no oeste catarinense, que passou de 7º maior produtor em 1999 para 3º em 2009, com incremento médio de 12% a.a. No Norte e no Nordeste do Brasil, o impulso da renda per capita - e com isso da demanda - tem atraído diversas indústrias do setor leiteiro para as regiões. O Nordeste foi a segunda região onde a produção leiteira

Fonte: http://www.milkpoint.com.br

Cepea Onde a atividade está ganhando e onde está perdendo espaço?


mais cresceu entre 1999 e 2009 (87%), seguido pelo Norte (75%), ambos acima do aumento nacional. Na região Norte, o destaque é Rondônia. A mesorregião leste rondoniense já é a décima principal bacia leiteira do País. O mapa abaixo mostra as principais mesorregiões produtoras de leite e algumas onde a produção vem crescendo de forma acelerada, bem acima do ritmo da produção nacional. Nota-se que as mesorregiões com maior crescimento da produção leiteira estão no Sul e em algumas regiões de fronteira, que vêm obtendo cada vez mais expressividade na produção de leite. Por outro lado, algumas mesorregiões de Minas Gerais e Goiás apresentaram crescimento abaixo ou próximo à média nacional (4% ao ano). Já em São Paulo, as principais bacias leiteiras apresentaram, em média, taxa nula ou negativa na produção de leite. Os quadros apresentados nesta matéria mostram a comparação do ritmo de crescimento da produção leiteira com as principais atividades de cada mesorregião. Fonte: IBGE / Elaborado pelo Cepea. * O percentual refere-se à participação do leite de cada mesorregião no total produzido pelo Brasil em 2009. Notas:1- O número ao lado de cada região refere-se à sua posição no mapa acima; 2- O ritmo de crescimento da produção de café considera as somas a cada dois anos, devido à bienalidade da cafeicultura.

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A

avicultura é muito forte em Santa Catarina, que é o segundo maior produtor de aves do Brasil Santa Catarina também é o Estado que mais exporta. O faturamento é de mais de 1 bilhão de dólares em vendas externas e o volume anual de abates é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil. Para alguns agricultores a avicultura também se tornou a alternativa no momento em que precisaram trocar de atividade. No momento atual os fumicultores passam por grandes di-

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ficuldades e com planejamento e investimento a avicultura pode ser tornar a alternativa. O produtor Antônio Duarte Rinaldi tomou essa decisão há alguns anos e de fumicultor passou a ser avicultor. Atualmente possui oito granjas, sendo quatro na comunidade de Rio Novo, em Orleans e mais quatro em Barro Branco, no Antônio conta com município de Lauro Müller. An a ajuda dos filhos Antônio Marcos Margheti Rinaldi, Mônica Margheti Marghet Rinaldi, Débora Adriano Margheti Margheti Rinaldi e A nos serRinaldi, além de funcionários func As granjas Rinaldi viços do dia a dia. A possuem cerca de 59 mil aves e proaproximadamente 45 mil ovos duzem aproximadam férteis ao dia. O principal fator para par a mudança de que a fumiatividade foi a dependência dependê cultura possui do clima. “O “ fumo depende os 30 dias do mês do clima, clim já a avicultura são realizanão, se chover os trabalhos traba “Muitos dos”, explica o avicultor. a agricultores que trabalhavam fumo estão migrancom o fum do para a avicult ura”, completa Antônio Marcomple

cos Margheti Rinaldi. Com a mudança de atividade Antônio conseguiu melhorar a renda familiar, mas para isso investiu bastante e deixou os aviários bem equipados. “Com a avicultura foi melhor, mas investi bastante, na fumicultura havia pouco investimento”, relata. E Antônio conta que é preciso sempre estar se atualizando e modernizando a granja. O avicultor explica que o custo para montar um aviário é alto e se aproxima dos R$ 300 mil. Ele produz ovos férteis e entrega para a Seara, a preocupação com a sanidade é constante. O cuidado é enorme. A circulação de carros e de animais domésticos é proibida ao redor das granjas. Todos que entram nas granjas precisam tomar banho antes, todo esse cuidado para oferecer um produto de qualidade. A maior preocupação é em relação as doenças, sendo que as principais são salmonela, MS e MG. Para Antônio o momento da avicultura é favorável, já que o consumo é bastante grande. Quem também precisou mudar de atividade e optou pela avicultura foi Ivo Ricken, de Rio Fortuna. A mudança ocorreu entre 2008 e 2009. Ivo pôde aproveitar grande parte da estrutura da granja de suínos para receber os frangos e poucas adaptações precisaram ser feitas, esse foi um dos

Antônio Marcos Margheti Rinaldi, trabalha nas granjas da família onde a preocupação com a sanidade é constante

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motivos para a escolha da avicultura como nova atividade na propriedade. Atualmente são aproximadamente 10 mil aves de postura. Sendo cerca de 750 dúzias de ovos ao dia, entregues para a empresa Agromeürer. Os maiores cuidados no manejo diário, de acordo com Ivo, são em relação ao calor no verão, já que os frangos são sensíveis as altas temperaturas e no inverno o segredo é manter a quantidade de luz adequada. “As galinhas precisam de 16 horas de luz ao dia, esse é o segredo”, coloca Ivo. A propriedade de Ivo é diversificada e a bovinocultura de leite também ganhou espaço e investimentos no momento em que a suinocultura precisou ser deixada de lado. A avicultura e a bovinocultura de leite se completam. Já que o esterco produzido no aviário vira adubo orgânico e fertiliza a pastagem. Para manter a propriedade Ivo, conta com a ajuda da esposa Valdete Schulter Ricken e dos filhos Luiz Henrique Ricken e Natalia Ricken.

Ivo pôde aproveitar grande parte da estrutura da granja de suínos para receber os frangos e poucas adaptações precisaram ser feitas

PRESIDENTE DA ACAV FALA SOBRE A ATUAL SITUAÇÃO DO SETOR EM SANTA CATARINA

Nesta

entrevista, o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola Ávila, fala sobre as perspectivas de modernização da atividade avícola e sobre os fatores que contribuem para o Estado se destacar em volume de exportação.

Quais são as principais demandas no setor avícola? Ávila- As principais demandas envolvem planejamento de longo prazo, pelo menos até 2050, focado na infraestrutura do Estado (ferrovias, rodovias, portos, aeroportos), sanidade animal, linha de crédito para produtores, alinhamento fiscal e postos avançados de adidos agrícolas nos países importadores, entre outros. Qual seria o investimento necessário para modernizar o setor avícola catarinense? Ávila- Acredito que Santa Catarina deve caminhar para uma linha de parcerias público-privadas. Qual foi a proposta apresentada pela Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) ao governo Estadual? Ávila- Apresentamos nosso Plano Estratégico 2050, visando um alinhamento e comprometimento de todos no longo prazo. Não podemos ficar pensando em apenas quatro anos (de acordo 29


com o mandato político). Os empresários necessitam ter uma visão de maior período. Não se faz agronegócio competitivo desta forma. Precisamos entender que Santa Catarina tem aspectos positivos, tais como sanidade animal, vocação para produção e qualidade. Entretanto, temos alguns desafios, como custo logístico superior, custo de matérias primas superiores. Só podemos mitigar estas desvantagens trabalhando em conjunto: agroindústria, produtores, empresários e governo. Para quais países o produto é enviado e qual é a demanda interna do produto no Estado? Ávila- Santa Catarina está habilitada a exportar para mais de 120 países. Como nos demais estados do Brasil, o consumo é crescente em função basicamente da saudabilidade do produto e presença constante nos pontos de venda.

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Santa Catarina é líder na linha de saúde animal. Precisamos continuar inovando com os controles aplicados, reforço nas barreiras interestaduais e internacionais, atualização dos bancos de dados dos animais alojados e a rastreabilidade completa de toda a cadeia produtiva". Clever Pirola Ávila, presidente da Associação Catarinense de Avicultura

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Qual é o custo de produção e como é calculado? Ávila- O custo fundamentalmente está vinculado ao valor de matérias primas: milho, soja, óleo e farelo de soja e no custo logístico (terrestre e marítimo, energia e mão de obra). Quais são os principais fatores que contribuem para o Estado se destacar em quantidade e volume exportado? Ávila- A origem da agroindústria brasileira está em Santa Catarina. Os maiores grupos estão sediados aqui. Certamente destacamos a saúde animal com o fator chave de sucesso. É importante continuarmos com a crescente evolução neste aspecto. O setor está investindo em alguma área específica? Ávila- Neste momento, investimos em automatização em função do apagão de mão de obra.

Qual é a sua avaliação sobre as questões envolvendo a sanidade das granjas? Ávila- Santa Catarina é líder na linha de saúde animal. Precisamos continuar inovando com os controles aplicados, reforço nas barreiras interestaduais e internacionais, atualização dos bancos de dados dos animais alojados e a rastreabilidade completa de toda a cadeia produtiva. Como o setor está se portando em relação as demandas ambientais? Ávila- O setor está sempre se atualizando de acordo com a legislação ambiental vigente e, certamente, isso é uma das prioridades setoriais. Um amplo estudo conjunto da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que, na próxima década, haverá preços elevados e grande volatilidade internacional, e o Brasil será um dos países mais beneficiados. O senhor concorda? Ávila – Certamente o Brasil terá a preferência desta fatia disponível, pelos aspectos da oferta brasileira, qualidade, bem estar animal, aspectos ambientais e sociais. Como fazer para estimular o aumento da produção global e reduzir a volatilidade nos mercados de commodities agrícolas, que nos últimos anos elevaram índices inflacionários e chegaram a provocar protestos nas ruas de diversos países? Ávila – O caminho será fazer melhor com menos. Isto através do repensar a produção, reduzir o desperdício, reuso dos recursos naturais e reciclagem dos resíduos gerados.


Como fazer baixar os preços de muitas commodities básicas para a produção de alimentos, que se mantêm em patamares mais elevados tanto em termos nominal como real se comparados aos da década anterior? Ávila – A relação universal oferta-demanda prevalece na economia e somente estas variáveis alteradas podem impactar em preços. A FAO prevê que, em média e em termos reais, deverão subir até 50% os preços das carnes e 20% os preços dos cereais nos próximos anos. A avicultura brasileira abocanhará esses ganhos? Ávila – Certamente a avicultura manterá sua liderança de crescimento pelos aspectos de ciclo produtivo reduzido, saudabilidade e competitividade. Os custos da produção agrícola estão em crescimento e a produtividade em queda: como resolver isso? Ávila – A meu ver a produtividade não está em queda, observamos ano a ano a evolução genética, novos métodos de manejo, melhoria do bem estar animal e a evolução da

saúde animal. E são estes aspectos que podem minimizar os custos produtivos. O crescimento populacional e o aumento da renda em grandes emergentes como China e Índia continuarão a sustentar as compras de arroz, carne, lácteos, óleos vegetais e açúcar no mercado mundial? Ávila – Não somente o crescimento populacional propiciará, como também o acesso ao consumo das classes mais pobres. Quanto crescerá a produção agrícola como resposta natural dos produtores aos atuais preços elevados? Ávila – A produção só crescerá se for viável economicamente e/ou através dos permanentes subsídios governamentais mundo afora. Como o Brasil vai desarmar a armadilha da inflação (real sobrevalorizado e perda de competitividade)? Ávila – Novamente, entendo que a produtividade está aumentando. O aumento da relação comercial entre os países, prevalecendo os acordos na OMC, e observando a vocação produtiva de cada região ajudará no controle da inflação.

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Entrevista

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João Rodrigues

Secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina

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Créditos Rurais estão a disposição dos agricultores O Brasil é um país agrícola e em Santa Catarina a situação não é diferente. No Vale do Braço do Norte a suinocultura e o gado de leite são os grandes destaques. Para o secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, João Rodrigues, as duas atividades contribuem bastante na arrecadação do Estado. Ele coloca que o crescimento da bovinocultura de leite é importante e que em breve a bacia leiteira da Região será a segunda maior de Santa Catarina, perdendo apenas para o Oeste. Visão Rural – Quais os principais investimentos do Governo do Estado na Agricultura? João Rodrigues - Traçamos um plano de metas, desenvolvemos as ações e apresentamos os principais projetos, dentre eles nós temos o Juro Zero Agricultura, que são R$ 100 milhões a disposição da Agricultura Familiar, junto aos técnicos da Epagri em cada município, os valores que estão a disposição são de até R$ 50 mil, que o agricultor vai captar junto ao Banco do Brasil com o Sicoob, com juros pagos pelo Estado, com oito anos para pagar e dois anos de carência e permite ao agricultor comprar vacas de leite, equipamentos, outros animais, é o maior programa para a agricultura de um estado no Brasil. Além disso, nós temos o SC Rural, que está trabalhando com 189 milhões de dólares, recursos para a construção de 500 agroindústrias familiares, com investimento de R$ 300 mil cada uma, boa parte delas serão direcionadas vocacionalmente de acordo com a região, quem define são os técnicos, juntamente com os produtores rurais. Temos também o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), onde financiamos direto ao produtor, através de projetos apresentados pela Epagri. O produtor conta ainda com toda a estrutura da Cidasc e Epagri, são mais de 4 mil funcionários que prestam serviços, em todos os municípios nós estamos presentes.


Visão Rural – A suinocultura sofre com altos e baixos, em que o Estado pode colaborar para a estabilização da atividade? João Rodrigues – No momento estamos em busca de novos mercados, estamos trabalhando intensamente junto ao Governo do Estado para que o mercado japonês possa fazer investimentos no Estado, com a compra de suínos, se isso ocorrer e acredito que isso vá ocorrer, nós teremos a redenção da suinocultura, ou seja, ela atravessa altos e baixos por uma questão de mercado, o mercado interno está saturado, para poder melhorar substancialmente tem que ser vendido no mercado externo e é isso que nós estamos fazendo. Há uma expectativa muito boa quanto ao mercado japonês. Visão Rural – E os mercados chinês e russo? João Rodrigues - O mercado chinês ainda não se consolidou, ele aprovou, mas ainda não comprou, pode comprar a qualquer momento, mas não há previsão. Já o mercado japonês já está previamente aprovado e tem a intenção de comprar porque precisa. Os embargos da Rússia são por uma questão comercial e não por problemas na agroindústria catarinense, então ela embarga e compra e por isso os altos e baixos, a aposta maior é manter o mercado russo, tentar reabri-lo na sua totalidade, mas o mercado japonês consome muito mais do que nós produzimos. Visão Rural – O mercado leiteiro catarinense sofre com a concorrência com países do Mercosul. Há algo que possa ser feito pelo Estado? João Rodrigues - Nós, não podemos legislar nas relações internacionais, é uma questão Federal, o Governo Federal que pode criar uma barreira, há uma concor-

rência desleal, tanto no leite, como no arroz, quanto em outros produtos que até a China está exportando para o Brasil. Nós conseguimos nos manter e praticar um bom preço em Santa Catarina em razão do mercado, mas o leite sempre vem oscilando no preço e isso acontece quando entra demais do mercado argentino e também do Uruguai, o custo de produção lá é muito mais barato do que aqui. Visão Rural – A fumicultura tem enfrentado muitas barreiras, o que o Estado pode fazer para ajudar o fumicultor? João Rodrigues - Nós temos um embate muito grande com a Anvisa, que está tentando a toda forma acabar com a produção do fumo, ela quer combater os fumantes punindo o produtor. É mais ou menos a história do marido traído, a mulher Os embargos da Rússia são traía o cidadão no sofá da por uma questão comercial sala, ele tirou o sofá achando que iria acabar com o e não por problemas na problema, e é isso que a Anvisa está fazendo entre agroindústria catarinense aspas, ela acha que acabando com o produtor de fumo ela vai reduzir o número de fumantes. Muito pelo contrário, 40% do fumo consumindo em Santa Catarina vem do Paraguai, não paga imposto, não gera empregos e traz a doença, pelo menos o cigarro brasileiro paga imposto, gera emprego e subsidia as despesas da saúde, então é um problema grave. A secretaria de Agricultura está fazendo o que: estamos intensificando os trabalhos junto com os técnicos da Epagri para tentar substituir o fumo por outra atividade, mas isso depende do produtor, mas é difícil encontrar outra atividade que remunere tão bem quanto ao fumo.

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Saber Planejar Licenciamento Ambiental Atualmente as empresas apostam num marketing verde, onde sua principal propaganda é que são sustentáveis. Com isso elas conseguem exportar, ter uma maior aceitação no mercado e principalmente estar preservando o futuro para as novas gerações não agredindo o meio ambiente. Para o setor agrícola não é diferente as empresas integradoras estão indo pelo mesmo caminho, exigindo de seus fornecedores a licença ambiental de operação para poderem estar comprando seus produtos. Outro gargalo que esta prejudicando quem não possui as devidas licenças é a questão do crédito rural, desde o inicio do ano para liberação do crédito é necessário que o produtor rural apresente essa documentação. Esse processo de licenciamento não é rápido e simples, quando se apresenta um projeto para esta finalidade o produtor tem que estar em dia com a legislação ambiental, possuir um

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

programa de manejo dos dejetos adequado a sua atividade, tudo isso tem que ser feito por um profissional habilitado que acompanhe a propriedade durante todo o período de vigência da licença. Um dos grandes problemas encontrados em nossa Região é o enquadramento na legislação ambiental de muitos produtores, que possuem suas instalações em área de APP. Para estes produtores também há um caminho para adequação ambiental de sua propriedade, sendo um processo um pouco mais burocrático. Não a mais como fugir desta questão ambiental, todos terão que adequar-se para poder continuar produzindo e competitivo no mercado, sempre que for começar um processo de licenciamento procure um profissional de sua confiança que irá lhe dar todo suporte necessário. A planejar projetos agropecuários disponibiliza todo este suporte ao produtor fazendo o acompanhamento da propriedade.

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Curiosidades

Bananeira com

quatro cachos

Na comunidade de Rio das Furnas, em Orleans, mora a família de Afonso Meürer Kuehlkamp. A terra é fértil e não é raro a família ser surpreendida. A última vez foi no fim do inverno. Em uma bananeira cresceram quatro cachos de banana. Uma surpresa para todos. Alguns até duvidaram que o fato fosse verdade. Para que os mais curiosos pudessem verificar com os próprios olhos Afonso decidiu não cortar nenhum cacho e apenas os passarinhos puderam se deliciar com as bananas. No local havia bananeiras com dois, três e quatro cachos, uma raridade. Só que essa não foi a primeira vez que algo curioso acontece na propriedade. Lá, já foi colhida uma batata doce de aproximadamente 10kg800g e também uma beterraba de mais ou menos 2 quilos. Afonso conta com a ajuda da esposa Adelaide Petersen Kuehlkamp e dos filhos André, Vando e Marcos Kuehlkamp. A atividade principal é o gado leiteiro e para complementar a renda eles fazem mourões de concretos.

Maior queijo de minas padrão do Brasil Fonte: RankBrasil

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O maior queijo de minas padrão, que entra para o RankBrasil em 2011 foi produzido pela cidade de Ipanema, em Minas Gerais. Foram utilizados 12 mil litros de leite, resultando em um queijo de 1.305 quilos, 59 centímetros de altura e 175 centímetros de diâmetro.


Convencionou-se dizer que cada ano canino corresponde a sete anos da idade do homem. Mas será que um cão de 15 anos teria mesmo 105 anos? Essa correlação não é muito precisa. Não existe uma tabela exata, pois a idade do cão varia com inúmeros fatores. Por exemplo: raças grandes ou gigantes vivem menos tempo, ou seja, nove anos para um dobermann representam muito mais idade do que para um poodle. As raças pequenas, sabidamente, têm longevidade maior. Você já deve ter visto um cão de 10 anos que aparente ter bem menos idade. Como no homem, alguns indivíduos tardam a envelhecer, enquanto outros parecem ter envelhecido precocemente. A alimentação, prevenção de doenças e cuidados com o animal irão influenciar em sua saúde e aparência, embora, em alguns casos, esses fatores não sejam determinantes. Mesmo extremamente cuidado, não há como retardar o envelhecimento dos animais. O conhecimento da idade do cão em relação à idade humana nos ajuda a entender melhor o comportamento de nossos animais. Para termos uma idéia aproximada dessa relação, podemos usar a tabela abaixo. Como já foi explicado, ela é apenas uma base para você determinar a idade do seu cão. Agora é só tirar a dúvida: será que ele está mais conservado do que você?

Pelo tamanho gigante do queijo, 15 pessoas trabalharam com o apoio de um guindaste, para transportar o alimento do local onde foi feito até o caminhão, que levou ao evento. O alimento foi aprovado por uma multidão que passou pela festa.

Confira este comparativo das idades entre humanos e cães

A verdadeira idade dos cachorros

Idade do Cão 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos 21 anos 22 anos 23 anos

Idade Humana 15 anos 24 anos 28 anos 32 anos 36 anos 40 anos 44 anos 48 anos 52 anos 56 anos 60 anos 64 anos 68 anos 72 anos 76 anos 80 anos 84 anos 88 anos 92 anos 96 anos 100 anos 104 anos 108 anos Fonte: Webanimal

Mande sua curiosidade para nós! contato@revistavisãorural.com.br ou ligue 3653-1849

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Giro Agropecuário

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia diogoschottenbecker@hotmail.com

A necessidade da tecnificação nas propriedades rurais Com a redução da mão de obra nas áreas rurais é eminente que existe a necessidade de modernização da infraestrutura nestes locais. E não podemos levar em consideração apenas este fator, se faz necessário também pelo fato de termos que ter ganhos em escala, do contrário não temos como competir, é preciso saber que quem estipula o preço dos nossos produtos é o mercado, o consumidor diz quanto que pode pagar, e nós como produtores podemos agir na única variável que esta sob o nosso controle, o custo de produção. Quando falamos em modernização não podemos pensar somente num computador ou no melhor trator existente no mercado, modernização pode ser o simples fato de automatizar a água para os terneiros, não mais precisando ir abrir uma torneira e colocar a água manualmente para estes animais. Isto gera o desperdício de um artigo de luxo: a mão de obra. Além do mais este tempo poderia ser gasto com outros serviços mais impor-

tantes tais como, limpeza do ambiente, vacinação dos animais entre outros, fica ai a dica é necessário aproveitarmos melhor o nosso tempo, do contrário irá passar dias e anos e continuaremos reclamando que não dá tempo para fazer nada. Portanto, parem uma hora por semana e reflitam, o que eu posso fazer para melhorar a minha propriedade. Onde estão os gargalos, onde eu estou trabalhando mais tempo, e nesse local é necessário trabalhar tanto tempo assim? Se eu realizar algumas modificações não irei economizar mais tempo? Vale lembrar este tempo de sobra pode ser aproveitado com a família e amigos. Não podemos também deixar de lado o aperfeiçoamento, devemos buscar incessantemente cursos, palestras e seminários para que haja a difusão de conhecimento, para que possamos profissionalizar ainda mais a atividade. Com efetiva redução de custo. Somente nós podemos melhorar nosso ambiente de trabalho.

"Portanto, parem uma hora por semana e reflitam, o que eu posso fazer para melhorar a minha propriedade"

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São João do Sul investe no associativismo e cooperativismo Uma série de iniciativas vem modificando o dia a dia dos agricultores de São João do Sul. Uma delas é a busca por alternativas de agregação de valor aos produtos das propriedades e, nesse aspecto o trabalho desencadeado pela extensionista rural Leonirce Beninca consiste em visitar agricultores interessados em legalizar pequenas agroindústrias. “Procuramos, em conjunto com a vigilância sanitária e a inspeção municipal, levar os conhecimentos necessários às boas práticas de produção e à legalização destes empreendimentos”, explica Leonirce. Prova de que esta discussão está gerando frutos, foi a presença de 110 agricultores no 1º Seminário Municipal de Associativismo e Cooperativismo, que foi realizado na tarde do dia 25 de agosto, com o apoio da prefeitura e com recursos do programa SC Rural. Na pauta estava a demonstração do modelo imple-

mentado em Concórdia, que foi apresentado pelos extensionistas da Epagri Osvaldir Dalbello e Diane Franz, e o depoimento de cooperativas atuantes na região de Araranguá. “Nós que produzimos leite, temos interesse em montar uma cooperativa para receber mais sobre o produto. Este seminário nos ajudou a esclarecer várias dúvidas e vamos continuar discutindo se seria viável e como fazer”, afirma a agricultora Vanessa Libano Alexandre da comunidade de Vila São José. Fonte: Epagri

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Produtos homeopáticos ganham cada vez mais espaço

A

Erivaldo Kons Jasper e sua esposa Kátia Effting Schlickmann Jasper, trabalham com a produção de leite utilizando a homeopatia

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homeopatia não é uma técnica nova, mas foi nos últimos anos que começou a ser mais difundida entre os produtores da Região. É uma alternativa de tratamento, que possui algumas vantagens. Muitos produtores em principio apresentam certa resistência, mas quem decide testar acaba incluindo a homeopatia no seu dia a dia. No caso de gados leiteiros, os produtos homeopáticos mais usados são para o combate da mamite, de parasitas, como vermes e carrapatos, e também para diminuir o stress do animal. “É um produto natural e totalmente sem resíduos, melhorando a qualidade do leite”, explica o técnico agrícola Kleber Duessmann. A homeopatia pode ser usada de forma curativa, mas o ideal é usá-la de forma preventiva, assim o animal aumenta a sua resistência e está mais preparado para enfrentar possíveis doenças. Entre as vantagens da homeopatia para o produtor está o baixo custo. De acordo com o vendedor Jedson Lehmkuhl, um tratamento com um animal já acometido da doença, as doses precisarão ser maiores, enquanto se for usar o medicamento homeopático como prevenção a dosagem é mínima e o tratamento se torna barato. “Para tratar um animal de forma preventiva contra a parasitose, o produtor vai gastar R$ 28,00 ao ano, se esse tratamento passar para curativo o valor a ser gasto é mais alto”,

completa Jedson. Outra vantagem é o aumento na qualidade do leite, sem citar que sem estar doente o animal consegue produzir mais leite. O produtor Erivaldo Kons Jasper e sua esposa Kátia Effting Schlickmann Jasper, trabalham com a produção de leite, em sua propriedade, na comunidade de Rio Cachoerinhas, em Grão Pará. Eles usam a homeopatia para o combate da mamite, aprovam e recomendam. “Começamos com a homeopatia há alguns anos, paramos por algum tempo e no ano passado voltamos a usar e percebemos que vale a pena e recomendamos, quem quer usar é um bom produto”, relata o casal. Kátia conta que os casos de mamite são muito raros na propriedade. Já Erivaldo relata que já está pensando em utilizar a homeopatia para o combate de carrapatos e vermes. O casal passou a investir no gado leiteiro no ano de 2000. Com o 13° salário compraram três vacas e iniciaram a produção, com o passar do tempo foram investindo em melhorias e atualmente possuem 46 animais, sendo que 17 estão lactação. Para Erivaldo as grandes vantagens da homeopatia são a diminuição da mamite e o retorno financeiro, já que o leite de qualidade tem um valor maior. Para ele o produto se paga.


A homeopatia é uma alternativa para produtores que buscam oferecer um produto de qualidade

Vantagens da utilização da homeopatia nos rebanhos - Equilíbrio animal: o caráter energético da terapêutica homeopática confere aos animais tratados a redução do stress. Animais criados em condições de pouco stress desenvolvem melhor suas potencialidades de produção com qualidade; - Facilidade de administração: o medicamento homeopático é administrado por via oral, podendo ser colocado na água, ração ou sal mineral possibilitando assim, administração fácil, de forma que os animais não são submetidos a contenção e traumas, como pela aplicação de injeções; - Inexistência de resíduos: os produtos dos animais tratados com homeopatia não apresentam resíduos, motivo pelo qual ela é utilizada em modelos orgânicos de produção; - Ausência de contaminação do meio ambiente: a homeopatia não representa risco de contaminação, como o dos parasiticidas usados nos banhos de bovinos que, à semelhança de outras substâncias para controle de parasitas, contaminam água, plantas e solo. Essa con-

taminação altera o meio ambiente, reduzindo os insetos endêmicos que auxiliam no controle biológico de pragas. O zootecnista da Orgânica Homeopatia Veterinária, Alexandre Marcos Matiello, conta que a homeopatia é um método terapêutico que surgiu há aproximadamente 200 anos com o médico alemão Christian Friederich Samuel Hahnemann. O interesse do médico por esta terapêutica surgiu pelo fato de ter perdido um grande amigo e paciente seu, não podendo tê-lo curado por meio da medicina praticada há época. Diante deste fato Hahnemann abandona a clínica médica e busca viver através da tradução de livros, como fazia antes de tornar-se médico. Em uma de suas traduções trabalhava a obra de Willian Cüllen, que cita o emprego da quina (Chinchona officinalis) para o tratamento da malária. Fascinado, e ao mesmo tempo intrigado com tal citação, provou a quina em si mesmo, e constatou que os efeitos produzidos pela intoxicação com tal substância eram muito similares aos encon-

Para Erivaldo as grandes vantagens da homeopatia são a diminuição da mamite e o retorno financeiro, já que o leite de qualidade tem um valor maior. Para ele o produto se paga.

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trados nos enfermos de malária. Foi então que obteve o insight precursor da filosofia homeopática, pois já conhecia dos aforismos de Hipócrates a máxima “similia similibus curantur”, cujo significado é “os semelhantes se curam pelos semelhantes”. A homeopatia é calcada em quatro pilares: • Experimentação no homem são; • Lei da semelhança; • Princípios das doses mínimas; • Uso do medicamento único. Para que se conheçam os possíveis sintomas capazes de serem despertados por um medicamento, é preciso que este seja testado, experimentado em um ser humano ou animal sadio, isto é descrito no primeiro pilar da homeopatia. O segundo pilar diz que a doença pode ser curada por um agente capaz de produzir um mal semelhante à enfermidade. O terceiro pilar sustenta o princípio das doses mínimas. Para que o medicamento possa apresentar um mínimo de reações adversas (efeitos indesejáveis), se faz necessário que a dose empregada seja a menor possível. Porém, se simplesmente formos diminuindo a dose, chegaremos a um limite onde o medicamento não mais faz efeito. Por esta razão a homeopatia utiliza-se de medicamentos dinamizados. Os medicamentos homeopáticos são utilizados em doses infinitesimais, mas não são simplesmente diluições. A cada etapa de diluição, os medicamentos homeopáticos sofrem um processo de sucussão (o frasco contendo o medicamento é vigorosamente agitado, batendo-se diversas vezes contra um anteparo, ritmicamente, o que permite liberar a energia medicamentosa da solução. Quanto maior o grau de

dinamização de um medicamento, maior será a sua energia medicamentosa. O quarto pilar diz que a homeopatia sempre individualiza o paciente, isto é, torna-se necessário produzir medicamentos conforme a moléstia e a reação de cada ser que a utiliza. Os medicamentos homeopáticos são formulados a partir de matérias primas de origens animal, vegetal e mineral e apresentam no rótulo o nome do medicamento, escrito em latim, seguido de um número e letras maiúsculas D (decimal), CH (centesimal de Hahnemann) ou LM (Cinquenta Milesimal)). Estes números e letras indicam qual a potência e número de dinamizações à que este medicamento foi submetido. Sua apresentação é na forma líquida (álcool etílico ou água destilada) ou sólida (sacarose ou lactose). A resposta do medicamento homeopático está diretamente relacionada com a forma de armazenamento e administração. O medicamento deve ser armazenado longe de fontes de calor excessivo, longe de materiais elétricos (motores, resfriadores), em locais secos ou livres de umidade e longe de odores fortes (venenos, desinfetantes). A administração deve ser feita via doses individuais ou através de mistura no mineral ou ração que o animal está consumindo. “A terapêutica homeopática traz ótimos resultados para produção animal e perante os anseios da comunidade, que procuram cada vez mais, alimentos livres de agrotóxicos e de medicamentos químicos – “produção ecologicamente correta” – a mesma torna-se uma ferramenta de elevado valor, por não deixar resíduos nos alimentos produzidos”, finaliza o zootecnista.

“É um produto natural e totalmente sem resíduos, melhorando a qualidade do leite”, explica o técnico agrícola Kleber Duessmann.

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Como se prepara o medicamento homeopático

A preparação do medicamento homeopático obedece a normas precisas e definidas pelas diversas farmacopéias (tratados sobre a composição e preparação de medicamentos) homeopáticas, a partir das orientações básicas enunciadas por Hahnemann já em 1810, na primeira edição do Organon. No Brasil, a Farmacopéia Homeopática Brasileira foi oficializada pelo Governo Federal através do Decreto nº 78.841, de 25.11.76, revista e complementada em 1977 pelo Ministério da Saúde. Resumidamente, a preparação do medicamento homeopático se processa em duas etapas, diluição e dinamização, que conferem a potência de cada medicamento. A etapa de diluição (ou trituração em lactose, para as substâncias insolúveis em água ou no álcool) consiste em dissolver uma quantidade da substância pura medicamentosa em quantidades determinadas de cada veículo (1:10 na escala decimal e 1:100 na escala centesimal, a mais usada). O veículo mais empregado consiste numa solução de água e álcool, comumente numa diluição de 70%. A etapa de dinamização consiste numa sequência de 100 movimentos verticais de agitação da mistura, ou sucussões, que conferem a cada preparação diluída uma potência específica. Após a preparação líquida individual de cada medicamento, é feita a mistura com os outros componentes da fórmula, depois o líquido é misturado à sacarose e fica secando. Quanto estiver seco, o produto é triturado, pesado e embalado.

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Jovens est達o engajados na Agricultura Familiar

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A

Agricultura Familiar vem a cada dia se consolidando mais, os jovens, filhos de produtores rurais estão se interessando pelos negócios da família e buscam, através do conhecimento, agregar valores na propriedade. Isso será fundamental para enfrentar a concorrência, devido ao aprimoramento que o agronegócio e as indústrias estão fazendo em busca de ocupar esse espaço, que hoje é da Agricultura Familiar. Por isso, a gestão da propriedade e a busca de novas tecnologias serão essenciais para o sucesso das pequenas propriedades, da mesma forma a diversificação das atividades de trabalhos realizados será de fundamental importância. A gestão bem aplicada funciona como o termômetro para se avaliar o desempenho da propriedade, se a propriedade está sendo eficiente, ou para identificar onde precisa melhorar para obter maiores lucros. A diversificação das atividades nas propriedades traz mais opções e segurança ao agricultor, diferente do que acontece quando se tem uma única cultura. “Ter mais que uma atividade na propriedade ajuda até mesmo na hora de negociar com os compradores,

porque eles não são mais os únicos a garantirem a renda da propriedade. Não é mais como no tempo em que plantávamos fumo, única opção de renda”, relata o jovem Dejone Mohr. Outro exemplo bem sucedido na juventude rural é Evandro Boeing, que após passar pelo Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor), elaborou e implementou o seu projeto de diversificação das atividades em sua propriedade. Evandro também é atuante na organização sindical no coletivo municipal de juventude do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) de Rio Fortuna e também com a organização produtiva, sendo um dos dirigentes da Cooperfamília. O jovem Israel de Souza, do município de Grão Pará, está em formação no Cedejor e conta que através disso conheceu varias organizações, como a Cresol, a Cooperfamília, o Sintraf e coletivo de jovens do Sintraf. “Com essas organizações, ajudamos a realizar a 1ª Conferência Municipal da Juventude, onde levantamos as dificuldades que os jovens de Grão Para enfrentam, como a inclusão digital, falta de espaços para esporte e lazer, especificamente

nas comunidades do interior, e uma educação voltada para realidade do Município”, destaca. Reinaldo Guilherme de Souza é morador de Rio Fortuna e também é interessado em realizar ações que possam melhorar o seu futuro. “Participamos em Rio Fortuna de um evento muito importante para a juventude a 1ª Conferência Municipal da Juventude. Sabemos da importância desse momento, por isso já vínhamos levantando essa bandeira desde o inicio do ano, dentro do coletivo de jovens do Sintraf”, coloca. Reinaldo explica que é um momento onde os jovens têm espaço para defender os seus direitos e encaminhar propostas, que possam virar políticas públicas. “Dentro desse contexto, surgiram pautas muito importantes como o funcionamento do Plano da Juventude, elaborado em 2007, foi um trabalho excelente que levantou as necessidades e oportunidades da juventude riofortunense”. Reinaldo ainda lembra que Rio Fortuna é um dos únicos municípios que tem um Conselho e um Departamento da Juventude, resultante do movimento dos jovens e das entidades do Município.

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Ao lado do produtor

Por Cláudio Weber e Maicon Cesconetto do Laticínios Da Rolt

PARA SE PRODUZIR LEITE DE QUALIDADE ANTES

DURANTE

DA ORDENHA

A ORDENHA

1. Monitore a saúde do úbere regularmente: Verifique a saúde do úbere com o Teste de Mastite Califórnia uma vez por

5. Verifique o vácuo da ordenha: O vácuo ideal é especifica-

DEPOIS DA ORDENHA 9. Mergulhe imediatamente os tetos em solução de limpeza: Molhe ou pulverize os tetos imediatamente após retirar o conjunto de ordenha. Use uma solução de limpeza

mês (CMT). Anote os resultados de cada

do pelo fabricante. Sempre

aprovada.A limpeza esporádica é menos eficiente. O su-

vaca. Nunca entregue o leite de vacas cujo

verifique o vácuo antes da

cesso no controle de doenças e bactérias somente ocorre

teste mostrou uma reação positiva. 2. Planeje a sequência da ordenha: Inicie a ordenha com as vacas mais jovens e mais saudáveis. Então ordenhe as vacas mais velhas. Termine a ordenha com as vacas que estão em tratamento, cujo leite não será entregue ao laticínio. 3. Sempre retire os primeiros jatos de leite: Nunca espirre leite no chão. Tire

ordenha. A taxa e a razão

com uma limpeza regular dos tetos.

do pulsador precisam estar

10. Limpe os equipamentos de ordenha após a ordenha:

dentro dos padrões. 6. Coloque o conjunto de ordenha imediatamente após a preparação do úbere: Evite a entrada de ar.Verifique o posicionamen-

*Imediatamente após a ordenha enxaguar o sistema de ordenha com água morna 40 graus para tirar os restos de leite. Esta água não deve circular. *Circular por 5-10 minutos uma solução com detergente alcalino clorado com temperatura da água 75 graus. Nesta etapa serão removidas a gordura, lactose e proteína do leite.

to do conjunto de ordenha.

*Uma vez por semana (ou diariamente) circular por 5

dois ou três jatos de leite de cada teto em

Alinhe as mangueiras.Limpe

minutos uma solução de detergente ácido, com tempe-

uma caneca de prova. Examine se o leite

as unidades externamente.

ratura da água 40 graus. Nesta etapa serão removidos os

está com floculações, alterações de cor ou

7. Evite a sobreordenha:

minerais do leite.

consistência. Leite com mudanças visíveis na composição nunca devem ser entregues ao laticínio. 4. Limpe cuidadosamente os tetos:

Acompanhe o processo de

*Enxaguar novamente para retirar os resíduos de

ordenha. Os indicadores de

detergente. Drene a tubulação e deixe secar. Remova as

vazão de leite são úteis. As

unidades de ordenha da cuba de lavagem ou dos jateado-

máquinas de ordenha com

res e deixe os secar.

*Limpe e desinfete os tetos antes da orde-

extratores reduzem os efeitos

*Antes do início da ordenha circular pelo equipamento

nha. Utilize somente sanitizantes aprovados

negativos da sobreordenha.

solução sanitizante. Esta ação irá reduzir para níveis míni-

e apropriados. Utilize papel toalha descar-

Não faça nada a mais durante

tável para o úbere. Atenção! Nunca utilize a

a ordenha.

mos permitidos de bactérias. É importante lembrar que a limpeza só será perfeita se a

mesma toalha de úbere para mais de uma

8. Não deixe leite residual:

solução que circula tiver 4 aspectos importantes:tempo de

vaca. Tetos muito sujos são limpos primei-

Retire o conjunto de

circulação, temperatura ideal, concentração de produto e

ramente com bastante água morna. Seque bem cuidadosamente o úbere e os tetos. *Nunca inicie os procedimentos de ordenha com a limpeza dos tetos! O resultado

ordenha após o fechamento do vácuo. Retire as quatro

agitação no sistema. 11. O resfriamento evita a multiplicação de bactérias:

teteiras ao mesmo tempo.

Quanto mais rápido o leite for resfriado, menor a multipli-

De preferência desinfete o

cação de bactérias. Por isso que com ordenhas canalizadas e

é que os germes que crescem no canal dos

conjunto em uma solução

tetos podem entrar no úbere. Sempre inicie

sanitizante antes de colocar

12. Faça regularmente a manutenção da planta de ordenha:

retirando os dois ou três jatos de leite antes

em outra vaca.

Sempre troque os insufladores e mangueiras conforme reco-

de limpar os tetos!

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resfriadores a granel, se consegue melhor qualidade.

mendado. Mantenha vácuo e pulsadores sempre regulados


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MERCADO AGRÍCOLA Brasil já é 2º maior produtor de transgênicos do mundo Em apenas cinco anos, o Brasil se tornou o maior produtor de grãos transgênicos do mundo, ficando atrás somente dos EUA. No período, o País aprovou 33 sementes geneticamente modificadas. A aprovação dos grãos transgênicos ganhou força após a criação da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em 2005. Atualmente, o órgão leva menos de um ano para liberar a produção comercial de produtos geneticamente modificados. “O Brasil vive um novo mo¬¬mento desde 2005. A CTNBio tem feito um trabalho exemplar na avaliação e liberação de sementes seguras para o consumidor e o meio ambiente”, disse a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani. De acordo com a diretora, o Brasil é referência hoje em transgênicos não somente pelas rápidas aprovações, mas também por ter um marco regulatório estruturado. Na Europa, boa parte dos países que compõem a zona do euro importam organismos geneticamente modificados, mas proíbem seu cultivo. No Brasil, apesar do cultivo liberado, a CTNBio vem sendo fortemente questionada por pesquisadores e organizações que defendem o ambiente e os direitos dos consumidores sob alegação da falta de rigor científico e descumprimento de exigência legais. A CTNBio já está acostumada a “preconceitos e equívocos relacionados à ciência por entidades da sociedade civil e por profissionais dos órgãos de imprensa”, respondeu o presidente da comissão, Edilson Paiva, que afirma estar do lado do avanço da biotecnologia. As liberações ocorridas nos últimos cinco anos permitiram que 50 milhões de hectares destinados à produção de grãos no país fossem cobertas por transgênicos, o que implica maior controle no combate as pragas do campo, mas não necessariamente redução de custos para o produtor. Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

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Arroz Os preços do arroz em casca seguiram firmes no início de outubro no mercado gaúcho, de acordo com dados do Cepea. Na parcial do mês (entre 30 de setembro e 10 de outubro), o Indicador do Arroz Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 58 grãos inteiros) registrou ligeira alta de 0,97%, fechando a R$ 24,01/sc na segunda-feira, 10. Orizicultores do estado seguiram retraídos na semana passada, fazendo com que os preços seguissem firmes. O receio de compra por parte das indústrias, no entanto, limitou o movimento de alta das médias regionais e, conseqüentemente, da média estadual. Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

Exportação O presidente da Comissão de Arroz da Farsul e presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz do MAPA, Francisco Schradong, afirmou que o apoio do Governo Federal para que o país batesse mais um recorde nas exportações de arroz beneficiado foi imprescindível. No mês de setembro foram vendidos para o mercado externo 232 mil toneladas do cereal. “A ajuda do Governo que colocou os prêmios necessários dentro dos mecanismos de venda, foi importante para que atingíssemos os valores alcançados e que deverão permitir, ainda na entressafra, uma recuperação de preços pagos ao produtor”, acrescenta Schardong. A comercialização, entre os meses de março a setembro, já ultrapassou a marca de 1.1 milhão de toneladas, com média de 157 mil toneladas por mês, podendo superar 1.8 milhão de toneladas. Fonte: Agrolink com informações de assessoria


Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

Milho

Produtores de milho devem responder aos bons preços e sinalização de boa rentabilidade com expansão da área neste ano-safra. Porém, agora, os preços passaram a ter reflexos mais fortes das oscilações externas, o que tem resultado em quedas desde o final de agosto, segundo levantamentos do Cepea. Assim, o ritmo de negociações diminuiu nos últimos dias, uma vez que compradores apostam em novas baixas. O Indicador ESALQ/ BM&FBovespa (região de Campinas-SP; valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa de desconto CDI) caiu 1,04% entre 3 e 10 de outubro, fechando a R$ 31,41/saca de 60 kg na segunda-feira. Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas o preço médio à vista foi de R$ 30,86/sc de 60 kg na segunda-feira, cedendo 0,93% no mesmo período. Segundo a Conab, a previsão de cultivo na safra de verão está entre 8,25 e 8,5 milhões de hectares, um intervalo que representa de 4,2% a 7,2% de crescimento sobre a temporada anterior.

Valor Bruto da Produção alcança R$ 205 bilhões Maior aumento real foi do algodão, seguido da uva, café e milho O faturamento bruto das 20 principais lavouras do Brasil previsto para 2011 é de R$ 205 bilhões. Os novos números foram obtidos com base nas informações da safra de setembro e mostram um aumento de 12,1 % em relação ao ano de 2010, quando o valor bruto da produção (VBP) foi R$ 182,8 bilhões. As lavouras que apresentaram maior aumento no faturamento em 2011 foram as de algodão (111,2 %), uva (45,2 %), café (37,2 %), milho (30,4 %), soja (13,2 %) e laranja (8,2 %). A cana-de-açúcar não teve crescimento expressivo se comparado ao valor de 2010, mas apresentou resultados recordes neste ano, alcançando um VBP de R$ 34,4 bilhões. Café, cana-de-açúcar, laranja, milho e soja representam 72 % do valor total das lavouras deste ano. No caso da cebola, batata inglesa e trigo, os resultados da renda em 2011 são inferiores aos de 2010. A cebola, com VBP de R$ 826,4 milhões, teve redução de 59%; a batata inglesa, com queda de 24,5%, alcançou R$ 2,9 bilhões; e o trigo em grão teve baixa de 17,8%, atingindo faturamento bruto de R$ 2,2 bilhões. A redução de valor para esses produtos é resultado de produções mais baixas em relação a 2010 e, principalmente, de elevadas reduções dos preços ao produtor.

Faturamento Regional As estimativas regionais mostram aumentos expressivos do VBP no Centro-Oeste (34%), Nordeste (17,4%), Sudeste (8%) e Sul (7,6 %). Nestas regiões, os resultados se devem ao bom desempenho de lavouras como o algodão, milho, soja, café e cana-de-açúcar. Nos estados do Nordeste, os resultados positivos são decorrência também da produção de frutas como banana e uva. A única região que apresenta redução no valor bruto é o Norte. O valor atual de R$ 7,1 bilhões é 5,4% menor se comparado ao mesmo período do ano passado.

Saiba mais Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O VBP é correspondente à renda dentro da propriedade e considera as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona. Mensalmente, o Ministério da Agricultura divulga a estimativa do valor da produção agrícola para o ano corrente. Esse valor pode ser corrigido, de acordo com as alterações de preço e a previsão de safra anunciados ao longo do ano. Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Débora Bazeggio

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