Revista Visão Rural

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Epagri planeja safra de milho 2012/2013 A

Epagri já está operacionalizando o Programa Terra Boa – Sementes de Milho para a safra 2012/2013 e os produtores devem procurar os escritórios da empresa, em seus municípios e obterem as autorizações para retirada das sementes nas cooperativas e lojas conveniadas. Projeções estão apontando redução da área de cultivo de milho para esta safra, pois as perspectivas para a soja são melhores. Segundo Gilberto Neppel, engenheiro agrônomo da Epagri e responsável regional no Planalto Norte pelas ações da empresa na área de produção de grãos, o preço do milho e a alta dos insumos, principalmente fertilizantes são os principais fatores, somados com a expressiva compra de soja no mercado

futuro, isto é, contratação de soja com preços atrativos, além dos contratos firmados com a Ambev, para produção de cevada, que mantém as áreas ocupadas por mais tempo e inviabiliza o plantio do milho tardiamente, fará com que haja redução do plantio do milho. Por outro lado, informa Neppel, a Epagri está incentivando os pequenos produtores, aqueles que não têm estrutura e área para o plantio da soja, a plantarem sementes de milho variedades, pois são materiais com maior resistência, principalmente à baixa aplicação de tecnologia por parte dos pequenos produtores. Neppel informa que é estimado que em torno de 50% dos agricultores familiares empregam pouca ou nenhuma tecnologia no cultivo do milho, contribuindo

para um cenário de baixa produtividade nessas propriedades. A nova geração de cultivares de milho do tipo varietal, as chamadas “variedades de polinização aberta” ou “variedades melhoradas”, desenvolvidas predominantemente por instituições públicas de pesquisa, apresentam bom potencial produtivo para essas situações. A Epagri está oferecendo a variedade Colorado, desenvolvida pela empresa e que pode ser obtida nos seus escritórios locais, em todos os municípios da região. O engenheiro agrônomo sugere que os produtores conversem com os técnicos com antecedência para encomendarem suas sementes a fim de não procederem ao plantio fora da melhor época.

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AGROTÓXICOS Reciclagem de embalagens ainda aquém do esperado

Na

região da encosta da serra geral, em Santa Catarina, a cultura orgânica é incentivada para produção agrícola. Porém, ainda é muito presente o uso de inseticidas para eliminar visitantes indesejáveis na lavoura. A segurança da produção vive as margens com fatores de risco a saúde das pessoas e do meio ambiente. Apesar de legal e principalmente necessário, o uso de agrotóxicos - produtos químicos e biológicos para extermínio de pragas e doenças - pode ser perigoso e causar graves prejuízos. Compostas com várias substâncias químicas, como herbicidas, Apesar da regulamentação, pesticidas, hormônios e adubos químicos, os agrotóxicos podem ainda é pequena a quantidade contaminar a água, o solo, flora e de embalagens vazias que fauna. Mais que isso, ele afeta quem manipula e até mesmo o consumirecebem destinação correta dor. Não são raros estudos voltados a restringir o uso destes produtos. De acordo com estudos realizados pelo Centro de Informações Toxicológicos do Hospital Universitário de Florianópolis, o registro de contaminação por agrotóxico só é menor que os de animais peçonhentos como cobras, taturanas e escorpiões. As maiores vítimas são crianças. Geralmente o acesso à embalagem ocorre em seu reuso para brincadeiras ou armazenagem de produtos ou água, onde os menores naturalmente colocam o objeto na boca.

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Em outros casos há registro de presença de agrotóxicos no leite materno, o que poderia causar defeitos genéticos nos bebês nascidos de mães contaminadas, ou mesmo a morte. Mas, como lidar com esta questão se a agricultura depende de seu uso. Realmente nestes casos o uso dos defensivos se mostra fundamental para garantir a boa colheita, principalmente na região descrita, onde a atividade agrícola é desenvolvida em pequenas propriedades. A colaboração das famílias, porém, pode vir da conscientização. Não é somente na aplicação do líquido, na plantação, que o manuseio requer cuidados. As embalagens de agrotóxicos também guardam inúmeros perigos. Tamanho é o risco que o Governo Federal, sancionou em 2000 a lei no 9974 que regulamenta e determina as responsabilidades para toda a cadeia produtiva, desde o fabricante, o revendedor e o agricultor, seja na pesquisa, produção, venda, manuseio no uso dos agrotóxicos e reciclagem das embalagens. Nos atendo ao pós-uso deste material, algo que tem preocupado alguns órgãos de apoio à produção e também fiscalizadores. Apesar da regulamentação, ainda é pequena a quantidade de embalagens vazias que recebem destinação correta. Isto que, a lei estipula o prazo de 12 meses para que elas retornem para o estabelecimento agropecuário onde foi adquirida para que seja dado o destino


"Ainda é preocupante o correto. Por falta de interesse, ou, principalmente de orientação, estas embalagens são deixadas em galpões, jogadas no lixo comum, ou ainda da forma mais perigosa, descartadas na natureza. O secretário de agricultura de Rio Fortuna, Alexandre Furlaneto Fernandes demonstra preocupação com o problema. “Há aqueles que entregam para as empresas fumageiras, ou mesmo que devolvem ao estabelecimento onde comprou o produto, formas corretas de agir. Mas, ainda é preocupante o número de agricultores que descarta de forma inadequada as embalagens o que põe em risco a saúde e o meio ambiente”, adverte. No caminho correto, a Associação Nacional de Defesa de Vegetal (Andef) que reúne os maiores fabricantes de defensivos agrícolas no Brasil, trabalha em prol a conscientização dos produtores. Suas boas práticas são executadas há mais de três décadas, antes mesmo de surgirem algumas das leis que regulamentam o setor, entre elas ações para minimizar os riscos dos agrotóxicos atingirem a população em geral. Através do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), criado em 2002, atualmente 100 mil toneladas de embalagens vazias passam por processos de reciclagem ou são incineradas de forma que não cheguem ao meio ambiente, um recorde mundial. Com números positivos, o modelo

número de agricultores que descarta de forma inadequada as embalagens o que põe em risco a saúde e o meio ambiente." Alexandre Furlaneto Fernandes Secretário de Agricultura de Rio Fortuna

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se tornou referência no mundo. Desde os anos 20 os agrotóxicos estão presentes na produção agrícola e recebem apoio e críticas na sociedade de modo geral. Porém, em certas culturas, a utilização dos inseticidas é necessária, mais ainda quando falamos em grandes áreas de plantio. Por ser altamente tóxico, tanto ao ser humano como para a natureza, o produto exige cuidados especiais no manuseio. A começar pela utilização de Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) principalmente para o fracionamento do produto. Outra preocupação, afirma o secretário é o descarte correto. “Os estabelecimento que comercializam os agrotóxicos, possuem um espaço especial para armazenar as embalagens. Elas também pagam mensalmente um local para onde o material é enviado e recebe o destino correto”, informa. O contraponto da falta de conscientização é a possível sanção da lei. “Atualmente o efetivo dos órgãos fisca-

lizadores deixam a desejar, mas isso não exclui uma possível averiguação mais severa na propriedade. O descumprimento à lei, pode ser uma notificação ou ainda multa. Sai mais barato conscientizar e devolver as embalagens recicláveis do que correr o risco”, finaliza. Em virtude destas questões é importante o controle, tanto dos agricultores, como dos proprietários de estabelecimentos. As embalagens devem ser devolvidas, juntamente com a Nota Fiscal da sua compra.

embalagens rígidas lavadas

Preparação para devolução embalagens secundárias O agricultor tem o prazo de até 1 ano (contado após a compra dos produtos) para devolver as embalagens vazias junto com as tampas e rótulos na unidade de recebimento indicada na nota fiscal de compra do produto. As embalagens vazias devem ser preparadas para a devolução, sendo que cada tipo de embalagem deve receber um tratamento diferente. O comprovante de entrega das embalagens vazias deve ser mantido por um ano para fins de fiscalização. Se sobrar produto na embalagem, a devolução pode ser realizada 6 meses após o vencimento.

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embalagens rígidas não lavadas e não laváveis

embalagens flexíveis

tampas


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a indústria e seus valores

Presente

na maior parte das mesas das famílias brasileiras o queijo pode ser popular ou mesmo artigo de luxo exótico. Altamente nutritivo e ao mesmo tempo perecível o leite é processado e vira base para diversos produtos, o mais comum é o queijo. E, quem não gosta de servir como aperitivo, acompanhado de outras delícias e de um bom vinho, ou mesmo ralado em uma macarronada tipicamente italiana. O queijo tem valor registrado na história como a forma mais antiga de conservar o leite. A partir da evolução humana ele também evoluiu e no Brasil. Atualmente o país tem lugar de destaque no ranking mundial, sendo o quinto maior produtor de leite – com 21,8 bilhões de litro em 2011 e o sexto de queijo, com mais de 500 mil toneladas/ano. E, para produzir os tradicionais queijos, os brasileiros também colocam a pitada característica para alcançar sabores que agregam valor ao leite e encantam o paladar. Os diferentes queijos podem ser classificados de acordo com a textura, o grau de maturação e a intensidade de seu sabor e aroma. 10

Pelo mundo há pelo menos 750 tipos de queijo. No Brasil não é diferente, pois há muitos fabricantes e cerca de 200 tipos incorporados ao processo nacional. Especificamente na região catarinense há grande número de lacticínios. No vale do Braço do Norte os mais conhecidos, priorizam a produção de quatro tipos mais comuns, mussarela, queijo prato, colonial e tipo serrano. O aperfeiçoamento na produção rendeu, em 2011, ao queijo prato, fabricado pela DaRolt de Rio Fortuna, o prêmio de melhor da América Latina, no 380 Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Na disputa estavam mais de 14 mil participantes. Na segunda semana de julho, lacticínios da região participaram novamente deste evento. O motivo por esta preferência são o alto consumo e a característica das propriedades rurais. A maior parte delas trabalha com animais das raças Jersey e Holandês. De fácil adaptação e manejo, ambas fornecem mais de 200 mil litros de leite diários. Os lacticínios aproveitam o leite do gado Jersey por ser o mais completo em termos de proteínas, vitaminas, lactose e minerais, em relação às


Atualmente o país tem lugar de destaque no ranking mundial, sendo o quinto maior produtor de leite – com 21,8 bilhões de litro em 2011 e o sexto de queijo, com mais de 500 mil toneladas/ano

outras raças. Para o mussarela, seu diferencial é o excelente sabor seja nas pizzas, lasanhas ou qualquer prato de queijo derretido. Já o queijo prato é utilizado em lanches e derivados. Para ambos são necessários uma quantia de leite que vária entre 8 kg e 10 kg para produzir um quilo de queijo. A resposta para o questionamento sobre o porque de não se produzir outros tipos de queijos, mais elaborados e com alto valor agregado começa aqui a ser sintetizado Em outros pontos do estado, o valor agregado de queijos mais elaborados, tipo grana padano, tem chamado atenção de alguns lacticínios. Apesar do tempo de maturação – entre 12 e 24 meses – os queijos nobres consegue alto valor no mercado, o que compensa os investimentos. Na região do vale, porém a realidade não se aplica. É o que explica o Técnico em Lacticínios (TL), Renato Vieira. Natural de Minas Gerais, estado conhecido justamente pela produção e qualidade do queijo, o profissional afirma que a região ainda não suporta a produção em escala dos tipos mais nobres de queijo. Segundo ele, muito é pela característica do consumidor da região que busca principalmente avaliar o preço. “São raras as pessoas na região que consomem os tipos, mas elaborados. Seu custo elevado não atrai o consumidor, enquanto os mais comuns atendem a expectativa momentânea do cliente”, observa. Além desta relação, o TL acrescenta que o custo de produção de queijo como por

exemplo parmesão, gouda, roquefort ou gorgonzola, inviabiliza a produção. “Para produzir novos tipos de queijo é necessário investimentos, mas como a forma de produzir e maturar é diferente requer mais mão de obra envolvida e mais cuidados. A fabricação é cara o que eleva o custo do produto para o cliente, assim não há como colocar este produto no mercado, ele não gira, pois não faz parte da realidade da região”, expõe. Ele relata que o tempo de produção vária de queijos para queijo. No caso do mussarela, pode ser fabricado e vendido sem maturação, enquanto o colonial leva 10 dias e o serrano e prato 25 dias de maturação. “Os queijos podem ser diferentes no formato, no sabor, na textura. O que o torna um queijo nobre que outros, são os tipos de ingredientes usados em sua formulação”, diz. Não poderia ser diferente, já que em média, o quilo dos queijos mais comuns chegam a ser insignificantes, até menos de 10%, se comparado aos de grande valor agregado que chegam a custar mais de R$ 150,00 o quilo. “É como um especialista em vinhos, ele aprecia o produto, tem prazer em degustar, o mesmo ocorre com os queijos nobres, quem compra é quem gosta e tem dinheiro para investir neste produto”, compara. Numa coisa, a produção se assemelha, os cuidados com as boas práticas, a higienização pessoal e do ambiente. “Muita coisa influencia na produção. Os lacticínios da região que conheço não tem variada oferta de queijos, por outro lado, o produto é fabricado com as melhores tecnologias para garantir o alto padrão do produto”, garante.

Os queijos prato, mussarela, colonial e tipo serrano. São os de maior produção em nossa região

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Receita caseira

de queijo Pratos caseiros sempre deram um toque especial à mesa. Agora imagina você com tempo para fazer um prato especial, onde até o queijo você mesmo fez. Segue uma receita fácil para produzir o próprio queijo para render 20 porções.

Ingredientes 2 litros de leite 8 colheres de sopa de vinagre branco Modo de preparo Leve o leite ao fogo até levantar fervura. Acrescente imediatamente o vinagre,1 colher de (sopa) de cada vez. Cozinhe por 3 minutos. Retire rapidamente o leite do fogo, dessa maneira o queijo se separa do soro. Se isso não acontecer, volte com a panela ao fogo por 3 a 4 minutos. Forre um escorredor (de macarrão) com um pano de prato limpo. Torça o pano de prato para eliminar completamente o soro. Reserve o queijo sobre uma tela de algodão seca (o importante é que seja fino), cubra com uma outra tela. Apoie um prato sobre o queijo, deixe descansar 6 horas na geladeira. Observação - Não esqueça que o pano de prato e as telas utilizadas devem ser lavadas com sabão neutro,qualquer tipo de perfume comprometerá o sabor do queijo. Não use leite desnatado, pois o resultado não será o mesmo.

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Frio exige manejo adequado dos aviários Queda

na produção, perda de peso e outros efeitos negativos do frio podem ser evitados com algumas medidas de proteção aos aviários, em períodos de baixa temperatura. Com o objetivo de minimizar os prejuízos nessa época, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) unidade Suínos e Aves, localizada em Concórdia/SC, apontam cuidados que devem ser tomados. Um dos pontos mais importantes do manejo inicial dos pintos, e que tem sido muitas vezes negligenciado, é o aquecimento do ambiente. “A ave tem habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Entretanto, o mecanismo só é eficaz quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos”, explica o pesquisador da Embrapa, Paulo Gi ovanni. Segundo ele, no período frio, a maior preocupação do produtor deve ser a de proporcionar condições ambien14

tais de calor exigidas pelas aves jovens. Normalmente, nesse período, os valores de temperatura ambiente encontram-se abaixo das condições ideais, principalmente na região Sul do Brasil, em que o frio mais intenso obriga o avicultor a fornecer aquecimento suplementar para as aves. Também é indiscutível o fato de que baixas temperaturas aumentam o consumo de alimento. Portanto, a ave necessita de alimento adicional para produção de calor e, além disso, manter a taxa de crescimento. O frio provoca menor ganho de peso e falta de uniformidade dos lotes. De acordo com Paulo Giovanni, o aquecimento no aviário deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve ser mantido aquecimento até 21º dia das aves. O sistema de aquecimento deve permanecer ligado e em condições de uso para situações de emergência. O produtor deve observar o comportamento das aves, pois é um indicio da adequação do

aquecimento. “O afastamento do equipamento indica excesso de calor emitido. A aglomeração das aves em determinado local indica a necessidade de maior aquecimento”, explica a pesquisadora da Embrapa, Valéria Abreu. Outra orientação dos pesquisadores está relacionada à ventilação. “É preciso atenção especial para a ventilação necessária no período frio que, nesse caso, tem um objetivo definido: higiene”, ressalta Valéria. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abertura dos dispositivos de entrada e saída de ar, de maneir a que o ar seja deslocado que pela parte superior do aviário. A renovação do ar evita qualquer aumento potencial de dióxido e monóxido de carbono e amônia. “A quantidade de ar para ser renovada por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar. O importante é que o fluxo não incida diretamente sobre as aves”, completa.


Pesquisa e Difusão de Tecnologia em Ovinocultura Leiteira em Santa Catarina Atualmente

Santa Catarina é o maior produtor nacional de leite ovino, com um rebanho de aproximadamente 4 mil ovelhas leiteiras. Pela importância da atividade, a Estação Experimental da Epagri de Lages recebeu um rebanho de 50 matrizes da raça francesa Lacaune e dois reprodutores, sendo um Lacaune e outro da raça alemã Frisona, para desenvolver o projeto “Pesquisa e Difusão de Tecnologia em Ovinocultura Leiteira em Santa Catari-

na”, financiado pela “Fapesc. O objetivo deste projeto é a realização de pesquisas que serão conduzidas pelos pesquisadores Volney Silveira de Avila, Cristina Perito Cardoso, Fabiano Zago e Angela Fonseca Rech nas áreas de manejo, sanidade, reprodução e nutrição, bem como no beneficiamento do leite para a produção de queijos finos, sorvetes, doce de leite e iogurte. A sede da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Leiteiros está localizada em Chapecó, sob a presidência

de Érico Tormem, devido à maior concentração do rebanho ovino para leite estar na região Oeste do Estado. “Por esse motivo foi implantada no Centro de Treinamento da Epagri em São Miguel D’Oeste uma Unidade de Difusão de Tecnologias para capacitar produtores e técnicos nesta atividade”, informou Volney. Mais informações: Volney Silveira de Avila/Epagri/Lages, no telefone: (493224-4400), e-mail: volnei@epagri. sc.gov.br

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Assembleia da Afubra

Prejuízo histórico motiva majoração nas contribuições do Sistema Mutualista Diante

do prejuízo histórico registrado pelo Departamento de Mutualidade na safra passada, os associados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) deliberaram pela elevação das contribuições que incidem sobre o sistema mutualista. Com isso, as taxas de inscrições no auxílio danos em lavouras para a safra 2012/13 vão variar entre 3,1% e 5,2%. No período anterior, os percentuais se situavam entre 2,5% e 4,2%. A decisão partiu da assembleia ordinária anual da entidade, realizada neste sábado, dia 14, no auditório do Colégio Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul (RS). Para o presidente Benício Albano Werner, a deliberação busca a manutenção do equilíbrio financeiro do sistema mútuo. “Nesta última safra, 35,3% dos associados receberam benefícios, seja por danos em lavouras, por sinistros em estufas ou por falecimento de familiar inscrito”, diz. Os pagamentos somaram R$ 99,5 milhões, um recorde na história da Afubra. “No comparativo entre a receita, os auxílios pagos e a despesa operacional, o prejuízo foi de R$ 28,137 milhões no último período”, revela. O presidente da Afubra lembrou,

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ainda, que a safra passada foi aquela em que o sistema mútuo mais retorno propiciou aos associados. Para fazer frente, ressaltou a importância do fundo de reserva, criado e aprovado em assembleias passadas. “Ele foi fundamental para que pudéssemos saldar todos os nossos compromissos até o momento”, disse Werner. COMO FICOU: válido para a safra 2012/13, o percentual de contribuição para inscrição das lavouras de tabaco foi estipulado em 5,2% para o auxílio sobre danos provocados pelo granizo. Para quem têm direito às bonificações de 10%, 20%, 30% e 40%, as taxas são de 4,7%, 4,2%, 3,6% e 3,1%, respectivamente. O bônus é concedido aos produtores que efetuam inscrição de forma ininterrupta e sem registro de prejuízos indenizáveis durante períodos pré-determinados. A Unidade Referencial Mutual (URM) também foi majorada. O valor, antes em R$ 8,09, vale agora R$ 8,48. As contribuições que incidem sobre os auxílios para reconstrução de estufa e funeral em 4 e 8 URMs, respectivamente, assim como os auxílios, estipulados em 800 URMs para o funeral e de 480 a 1.100 URMs para auxílio reconstrução dos


Para o presidente Benício Albano Werner, a deliberação busca a manutenção do equilíbrio financeiro do sistema mútuo

diversos tipos de estufas existentes. O benefício que garante descontos para quem antecipa o pagamento da inscrição permaneceu inalterado. Quem liquida o valor até o final de agosto, ganha abatimento de 6%. Para aqueles que pagam até o fim de setembro, o desconto é de 5%. Para os que preferirem pagar até 31 de outubro, a redução é de 4%. Além da fixação das regras do Sistema Mutualista para a nova safra, a assembleia envolvendo associados, diretoria e os conselhos deliberativo e fiscal da Afubra teve a apresentação do relatório de atividades do exercício 2011/12 e a prestação de contas do período encerrado em dezembro do ano passado.

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O Brasil se prepara para exportar aves para a Indonésia

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Governo brasileiro esperam em breve receber documentos de autoridades sanitárias da Indonésia com destino empresas brasileiras interessadas em exportar carne de pato e peru, abatidos pelo método halal, que prevê um ritual determinado pela religião islâmica - que inclui desde cuidados para o bem estar animal e evitar o sofrimento da ave, até medidas sanitárias - e exige a presença de um religioso. No mundo, o sistema halal movimenta por ano cerca de R$ 400 bilhões, com crescimento médio de 15% no mesmo período. Com sinal positivo dos abatedores nacionais, uma missão deve vir ao Brasil para avaliar as condições dos estabelecimentos. Para ampliar as exportações de carne de aves, as negociações são conduzidas por representantes da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Indonésia, que tem cerca de 245 milhões de habitantes, é um dos maiores mercados consumidores de aves do mundo. Como grande consumidor, de acordo com o coordenador geral de Acordos Bilaterais e Regionais do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias da SRI, Jean Manfredini, a negociação com o país do sudeste asiático é importante para desenvolver as atividades do setor avícola, no Brasil. Apesar do interesse em acelerar a exportação, Manfredini acredita, no entanto, que a vinda da missão da indonésia ocorre apenas em 2013.


No mundo, o sistema halal movimenta por ano cerca de R$ 400 bilhões, com crescimento médio de 15% no mesmo período

Detalhes sobre o método Halal O abate halal, praticado pelos islâmicos, envolve princípios como o bem-estar animal e as questões sanitárias. O ritual de abate deve ser feito apenas pela degola, para garantir a morte instantânea do animal, é só pode ser realizado por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para a função. A certificação deste tipo de produto é feita por empresas especializadas e alcança mercados no Oriente Médio, África e Ásia. O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso. Por outro lado, os estabelecimentos independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de programas relativos à higiene, documentação do estabelecimento e condições de saúde do animal.

Material com informações do Ministério da Agricultura Pecuária e Meio Ambiente

“A avaliação dos estabelecimentos brasileiros por parte dos indonésios não deve acontecer até o próximo ano. No entanto, é bom frisar que o envio desses relatórios é um passo importante para concretizar a parceria comercial”, afirma. Em 2011 as exportações da avicultura brasileira que inclui carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético, totalizaram US$ 8,853 bilhões. O volume representa um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. No total, as exportações avícolas somaram 4,118 milhões de toneladas.

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Homeopatia, o uso da natureza no combate a doenças e busca por qualidade Com

homeopatia é uma das mais recentes opções com bons resultados e a baixo custo

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o consumo em crescimento, doenças animais que afetam a produção precisam ser prevenidas a maior escala. Cuidados redobrados contra o aparecimento de males como a mastite, por exemplo, podem garantir saúde a todo o rebanho. Porém, todos estes cuidados possuem um custo elevado que precisa ser contido para não inviabilizar a produção. À medida que novos métodos surgem, produtos agro ecológicos, também aparece como uma alternativa de menor custo e com resultados positivos. A homeopatia é uma das mais recentes opções com bons resultados e a baixo custo. Principalmente quando se trata da mastite, considerada a principal doença do rebanho leiteiro e que trás enormes prejuízos econômicos, motivo de insônia entre produtores. A doença inflama as mamas, reduz à qualidade dos componentes do leite – gorduras, cálcio, fósforo e proteínas -, o que obriga o produtor a descartar sua produção, além de grande probabilidade de prejudicar todo o rebanho. Em casos positivos da doença, o uso de antibióticos, quase que inexistentes além de caros, coloca em alerta produtores e lacticínios. Eles têm preocupação com os resíduos deixados no leite que altera a qualidade dos produtos industrializados. De forma pratica, imagine em uma propriedade em que um animal produz 20 litros de leite/dia ao preço de R$ 0,70, em caso de registro de mastite este volume deve ser descartado, em um mês o prejuízo, somente com este animal, é de R$ 434. Isso sem falar na contaminação de outros animais o que pode comprometer toda a produção. Para evitar o descarte tanto da produção como

do animal, o estudo sobre tratamento homeopático tem avançado e surtido efeitos contra a mastite e principalmente, tem aliviado o bolso do criador. Desde os anos 90, pesquisadores tentam encontrar na natureza os mais eficientes organismos para combater este tipo de doença. A constatação é registrada através da queda na contagem de células somáticas, exame que identifica a doença e também serve de parâmetro para apontar a qualidade do leite. Na propriedade do criador Lourivaldo Bloemer, o tratamento através da homeopatia é uma forma de prevenção contra as doenças. “Não posso afirmar que isso foi motivo, mas acredito que através do manejo e do uso da homeopatia, desde diversifiquei a produção, não houve registro de mastite ou mesmo de retenção de placenta, fatos comuns em muitos locais, principalmente no inverno que o gado procura permanecer em um mesmo local”, destaca. Ele faz parte de uma minoria que aderiu a cultura homeopática. Porém, a forma de cura é mais utilizada na Europa, com destaque para a Alemanha e também no continente asiático, onde a Índia procura desenvolver a homeopatia. No Brasil ela é pouco usual - menos de 2% do rebanho brasileiro que gira em 160 milhões de cabeça de gado. Mesmo com o baixo índice os produtos homeopáticos ganharam relevância frente aos antibióticos e os campos com adubação química. Isso porque o produto além de seu apelo naturalista reduz em aproximadamente 90% o custo com medicamentos veterinários, além do fato de não prejudicar a produção de leite - por ser natural, não há descarte do produto -. Outro ponto positivo é que, como sua aplicação é oral, não causa estresse, nem mesmo lesão ao animal.


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leite e seus derivados são dos produtos mais consumidos no mundo, com maior crescimento de produção e consumo especificamente na região sul do Brasil. Como destaque em Santa Catarina, a região oeste, cresceu 190% sua produção, enquanto no sul o aumento chegou a 110% nos últimos 10 anos. Por questões de higiene e saúde, a busca atual é direcionada a qualidade no leite, algo difícil, mas não impossível de ser alcançado. Deve se levar em consideração que grande parte das indústrias do segmento trabalha com 40% abaixo da sua capacidade, principalmente devido à falta de qualidade do leite. Com características inadequadas como acidez e grau de contaminação bacteriana alta. Uma das grandes preocupações do produtor deve ser retirar animais doentes do rebanho e não aproveitar sua produção, até que o animal esteja seguramente recuperado. Mesmo com a evolução nos processos

de produção e a cobrança por higiene e qualidade, muitos produtores focam para qualidade genética do animal, sua alta produção e produtividade, porém não atenta e não vê problema ao enviar aos laticínios leite com resíduos de medicamentos. Porém, depois de algum tempo observam a diminuição na remuneração do produto em função do descarte da em virtude da má qualidade do produto. O que se projeta, ou que deveria ocorrer, são ações conjuntas entre produtores e indústrias para minimizar as perdas. Neste caso a orientação sobre o uso correto dos medicamentos e o tempo o isolamento do animal após o uso de fármacos, seria o primeiro passo para alcançar a excelência na produção. A qualidade do leite, não é somente uma exigência da indústria ou lacticínios. Com a Instrução Normativa (IN) 51, aprovada em 2002 e complementada pela IN 62 de 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), impõem regras para melhorar a qualidade do leite. O 23


José Luiz Moraes da Silva Médico Veterinário

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principal objetivo da regulamentação é relacionado à coleta do leite cru, antes feita em tarros e não resfriado passou a ser coletado em caminhões tanques e refrigerado na propriedade. Atualmente 96% das coletas do estado são feitas desta forma. Outro fator que colaborou para o crescimento do setor ocorreu por volta dos anos 90. Após a implantação do sistema de inspeção em Santa Catarina, foram registradas mais de 10 indústrias com serviço estadual e outros dois que receberam registro Federal. Atualmente, com mais de 20 lacticínios o volume processado fica entre sete a oito milhões de litros de leite por mês, somente na região. Com a complementação da IN 62, o Mapa impõe regras para diminuir e padronizar a contagem bacteriana (CBT) e a de células somáticas (CCS) do nutriente. A partir de 2012, os índices de ambos reduziram de 750 mil/ml e passam a ter como limite 600 mil/ml. Em alguns países, como Canadá, os próprios produtores é que determinam esta qualidade em parceria com o governo. No pais da América

do Norte o limite atual é 250 mil/ml, mas a meta é reduzir para 100 mil/ml, tanto o CBT como o CCS. Para alcançar tais números, o Médico Veterinário José Luiz Moraes da Silva afirma que não é difícil, basta alguns cuidados. O principal ele afirma é combater a mastite, infecção na glândula mamaria ocasionadas por microorganismos. “Ela ocorre repentinamente e é causada por agentes externos e presentes na hora do manejo, ou da ordenha. Quando os índices são elevados, principalmente do CBT, algum ponto do manejo na propriedade é inadequado”, explica. Mas, como controlar ou prevenir esta mamite. Através da contagem da célula somática. O maior problema em relação à doença é que o animal não diz o que sente. Uma das formas mais simples de identificar alterações no leite é o chamado Califórnia Mastite Teste (CMT). O teste nada mais é do que a aplicação de detergente em uma quantidade de leite. No caso de problemas no leite, a reação arrebenta as moléculas e forma uma espécie de coagulação parecida com gel. A prevenção também ocorre com o exame CCS, sendo que a identificação que já esta com mamite ou mastite é o Califórnia Mastite Teste (CMT). O custo para fazer este exame é aproximadamente o que o produtor recebe por quatro litros de leite, com a ressalva de que se o animal tiver a CCS acima do permitido, as perdas chegam a 20% da produção diária. Para se ter ideia,estudos brasileiros mostram que os problemas agravados em caso de mastite podem reduzir pela metade a produção, sem contar os prejuízos em função de gastos com medicamentos, assistência veterinária, a inclusive com a morte do animal. Para evitar a contaminação e o descar-


te total do leite produzido na propriedade, a orientação técnica é o uso de protocolo de vacinação como prevenção. Normalmente o animal deve ser desverminado três vezes ao ano contra vermes e quatro no combate aos carrapatos. Estas duas ações reduzem consideravelmente a probabilidade de doenças. Vale o alerta do Médico Veterinário também para os cuidados com os carrapatos, algo que é dado pouca importância, mas afeta a renda. “A maioria dos produtores se preocupa apenas quando vê o carrapato. Na verdade o combate deve ser feito no ciclo todo, na higienização dos ambientes em que o gado utiliza. O período de permanência sem registro de carrapato é maior quanto isso é executado e reflete no ganho do produtor. Por isso é importante uma agenda de ações”, destaca. Se, entre um período e outro desta programação houver algum animal doente, o uso de medicamentos exige novos cuidados. Um deles é isolar e acompanhar a evolução do quadro do animal que recebeu antibiótico até que ele volte a ter saúde plena para voltar a ser ordenhado e assim evitar que todo o leite produzido seja contaminado com resíduos do medicamento. Geralmente este período oscila entre sete e 10 dias. “Não são raros os casos de produtores que realizam a aplicação e no dia seguinte ordenham o animal, isso coloca em risco sua produtividade. A indústria mais atenta, realiza análise em cada caminhão que chega para abastecer a produção. Ao menor sinal de alteração ela descarta o leite para garantir a qualidade no produto final”, observa. A matemática mostra como é fácil verificar perdas. Na região as propriedades com gado de leite geram por dia entre 300 e 1000 litros do liquido. Segundo dados

do Sindicato das Indústrias de Lacticínios e Derivados de Santa Catarina (Sindileite), em maio, para cada litro de Leite Padrão, o produtor recebeu o valor médio de R$ 0,6617. Se o foco estivesse apenas na qualidade, com menos matéria prima a indústria poderia elaborar um produto final com excelência com maior valor agregado, podendo ser transferido melhor remuneração ao produtor que podem chegar a 15%. O Médico Veterinário acrescenta que para chegar a excelência em qualidade é necessário ações de conscientização que partem da indústria. “Historicamente a preocupação está voltada mais para a quantidade do que para a qualidade e isso deve mudar. A indústria é a maior preocupada com a qualidade, por isso, oferecer técnicos capacitados para orientar os produtores é fundamental para evolução da cadeia. Uma forma de incentivar é através de bonificação os produtores que buscam a qualidade”, sugere José Luiz. Um das perspectivas é a equalização da qualidade, já que hoje, ainda é um número restrito de produtores que podem ser chamados de empresários do setor. Uma grande maioria ainda é vista como amadora. “O importante é não ser imediatista, mas sim buscar um trabalho profissional. Atualmente é febre trabalhar com transferência de embriões, quando o produtor deveria estar preocupado com a qualidade do produto que vende. O animal sadio prolonga sua vida produtiva. Em longo prazo os resultados, agregam valor ao produto e são ainda mais satisfatórios”, avalia. Uma preocupação a mais já que o setor vive momentos de cautela com a importação de leite de países vizinhos, ou mesmo produtos industrializados de outros estados que forçam a baixa no produto interno catarinense.

“Historicamente a preocupação está voltada mais para a quantidade do que para a qualidade e isso deve mudar".

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Leite instável pode enganar nos testes e prejudicar produção Para

garantir a qualidade dos produtos que chegam à mesa dos consumidores brasileiros, ou mesmo no exterior, o país adotou normas com diretrizes para a produção. O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL), desenvolvido através do Ministério da Agricultura Pecuária e Meio Ambiente (MAPA) e regrado pela Instrução Normativa 51 (IN51). Baseado nestas exigências, o Mapa espera alcançar identidade e qualidade do leite, com objetivo de adequar as exigências mínimas de qualidade do leite cru e industrializado previstas na legislação internacional, apresentadas em 2002. Entre os padrões de qualidade estão presentes alguns assuntos indispensáveis como a contagem de células somáticas, contagem bacteriana, composição química e caracterização física - estabilidade do leite -. Nesta relação a algumas alterações em que as

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causas continuam indefinidas. Um dos fatores que estão nesta lista é o Leite Instável Não Ácido, mais conhecido como Lina que afeta o rebanho, influencia a alimentação dos animais, a genética e a fase de lactação das vacas. O conjunto provoca a instabilidade na composição do leite, o que leva ao erro na interpretação do leite sem que ele esteja ácido. O resultado prático é que se o leite chegar a indústria, ele não resistiria ao processo térmico, especialmente Ultra High Temperature (UHT), o que causa prejuízos a ela e ao fornecedor. O leite ácido surge através das bactérias do próprio leite. Sua causa se dá quando há falha na limpeza e regulagem dos equipamentos para ordenha do produto, seja na ordenhadeira, resfriador, tarros, coadores, mãos do ordenhador, água de limpeza e ambiente de trabalho. Mesmo quando não há ligação com o ambiente em que o gado é manejado,


como sala de ordenha e arredores mal conservados e impregnadas de sujeira, estes vestígios pode contribuir para o desenvolvimento do Lina. Há referência bibliográficas que mostram a influência do Lina no rendimento e na qualidade dos derivados lácteos, assim como as implicações do produto sobre os equipamentos de processamento térmico, onde ocorrem deposições anormais.

Quando isso ocorre, a indústria registra novas perdas, pois necessita interromper o processo produtivo para retirar o produto e efetuar a limpeza no sistema. Não são incomuns, estudiosos e pesquisadores alertarem para o problema. Apesar do grau de prejuízo, através de exames periódicos é possível identificar a doença.

Imagens, partindo da esquerda para a direita, demonstram o avanço da Lina Lina 1 – Subclasses de Lina de acordo com a intensidade da reação ao álcool. Lina 2 - precipitação fraca, areia; Lina 3 - precipitação média; Lina 4 - precipitação intensa; Lina 5 - precipitação muito intensa.

De acordo com os estudos realizados no Rio Grande do Sul, a ocorrência de Lina pode estar relacionada a situações de desbalanceamento nutricional ou mesmo subnutrição do gado. A produção no campo é distribuída em 40% na primavera, 30% no verão, 20% no outono e 10% no inverno. O problema é observado principalmente em períodos de seca, ou frio, ou seja outono e inverno, quando a pastagem para o gado esta abaixo da necessidade nutricional do animal. Quando escassa ela prejudica a qualidade do leite. Estes fatores aceleram o surgimento da Lina. Por outro lado, o uso de silagens com elevado teor de fibra e excesso de concentrados proteicos, alteram o equilíbrio de cálcio e magnésio e também pode ocasionar a Lina. Não diferente

das dietas aplicadas ao gado ou a nutrição de pastos ricos em cálcio, com deficiências ou desequilíbrios minerais (Ca, P, Mg). Elas alteram o metabolismo animal e a mudanças na alimentação afetam a formulação do leite, causando sua instabilidade. A notícia positiva é que a Lina é fácil de identificar na própria propriedade. Através do teste conhecido como alizarol. Ao ferver uma amostra de leite, a característica do leite indica a presença da doença ou não. Costumeiramente, quando fervido, o leite talha e cria uma espécie de casca. Na presença de Lina o leite fervido não talha. O resultado é parcial. Para obter precisão no teste é necessário o envio de amostra a um laboratório.

Fonte: http://www.cooperitaipu.com.br/recomendacoes.php?id_conteudo=115

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Medidas tentam manter produtores

de suíno na atividade Preocupados

Historicamente, há várias décadas a suinocultura passa por altos e baixos. Nos últimos anos a crise tem agravado e excluído muitos produtores do processo

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com o atual desempenho da suinocultura em Santa Catarina, o Governo Federal estuda a pauta de reinvidicações, apresentadas ao Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, na quinta-feira, 12. O documento reúne alternativas apontadas por representantes de entidades ligadas a suinocultura além dos próprios suinocultores. Antes do encontro em Brasília, uma audiência, realizada com o Secretário Estadual da Agricultura, João reuniu mais de 300 pessoas em Braço do Norte. Historicamente, há várias décadas a suinocultura passa por altos e baixos. Nos últimos anos a crise tem agravado e excluído muitos produtores do processo. Os fatos mais impactantes foram registrado na interrupção da exportação com a Rússia, principal cliente brasileiro em relação à carne suína e valor do dólar que ajudaram a colocar o setor no vermelho. Mas, a situação que já era ruim, ainda guardava fatos negativos. A seca que durou mais de seis meses afetou a produção de insumos, como milho e soja. Com preços elevados, ficou ainda mais difícil para os 650 produtores do sul sustentar os mais de 80 mil animais presentes nas granjas. Unido a isso, a grande oferta reduziu o preço da carne. Estima-se que para cada suíno terminado, o produtor acumule um prejuízo que chega a R$

60 reais. Com este número, no país, o prejuízo acumulado deve ser superior a R$ 4 bilhões de reais. Santa Catarina responde por 25% da produção do setor. Com medidas emergenciais, como a redução de impostos por 30 dias e a inclusão da carne suína em instituições como hospitais, escolas, presídios entre outros. Com elas o Governo do Estado tentou amenizar a crise, porém, com o crescimento da arrecadação abaixo do esperado pelo estado as ações foram limitadas. Lembrando o ex-presidente Lula, a ação na qual eram esperadas boas ondas fluíram como uma marolinha para o setor. Cansados de registrar prejuízos, criadores se uniram para uma manifestação silenciosa, porém que causou grande impacto em todo o país. Durante a da Feira do Agronegócio (Feagro), os suinocultores substituíram os animais de exposição por cruzes negras, referindo à morte do setor. Desde o ato contundente, os suinocultores esperam ser ouvidos e por medidas protecionista, para evitar a exclusão de muitos produtores. O setor recebeu apoio no senado. Coube à senadora gaúcha Ana Amélia, ser a porta voz da má noticia. Ela usou a tribuna da casa para ressaltar o que houve na feira braçonortense, uma amostra de como vive a classe produtora. A senadora prometeu empenho, juntamente com a bancada


Antes do encontro em Brasília, uma audiência, realizada com o Secretário Estadual da Agricultura, João reuniu mais de 300 pessoas em Braço do Norte

catarinense para encontrar alternativas para minimizar a crise, não exclusiva apenas em Santa Catarina. O presidente da entidade que representa a classe, Losivânio de Lorenzi, afirma que Santa Catarina conseguiu chamar a atenção dos representantes e que políticas que ajudem a tirar da crise o setor sejam tomadas imediatamente. “A crise esta concentrada no setor produtivo. É inadmissível que o produtor pague caro para colocar este produto riquíssimo no mercado e não obtenha condições de se manter”, pontua. Algumas reinvidicações para amenizar a crise foram apresentadas ao Governo Federal, na última semana de junho, menos de um mês após a principal manifestação. Além das ações práticas, a ACCS apresenta logo ao entrar de seu site, seu principal interesse. ‘Preço justo para produzir’ diz à frase que remete ainda ao preço de custo do produto – por quilo – e aos prejuízos acumulados que bate na casa dos R$ 0,70. Entre as alternativas, a renegociação de dividas e seus juros, financiamento para retenção de matrizes – de R$ 500 reais por matriz e limite de R$ 2 milhões por CPF -. “A principal ação é garantir o preço mínimo para o produto, isto garantiria uma certa tranquilidade aos

criadores. Outra medida seria incentivar da ao setor. Estamos confiantes quanto o produtor endividado para absorver es- à aprovação das políticas em beneficio tes financiamentos e ampliar o prazo de do suinocultor, mas é preciso repensar pagamento para que possa se manter na investimentos neste momento”. Rodrigues lembrou a crise automotiatividade e menores taxas de juros que não baixaram proporcionalmente como va, quando o Governo Federal tomou ocorreu com o valor comercial”, explica atitude imediata para socorrer a classe. Ele reforça sua esperança em encontrar o presidente. Estão na pauta ainda, a isenção do Im- alternativas para mais esta crise. “Esta posto sobre Circulação de Mercadorias e pauta de reivindicações dos suinocultoServiços (ICMS) por 30 dias para suínos res ao Mapa é o último apelo ao Governo terminados e a construção de silos para Federal. O Governo do Estado faz o possível para ajudar milho com a intenção os suinocultores cade reduzir custos de Rodrigues lembrou a crise tarinenses e manteprodução. Por mês o automotiva, quando o remos em contato setor consome cerca Governo Federal tomou com a esfera federal”, de 17 mil toneladas atitude imediata para declara. de milho. socorrer a classe Durante o enconA longo prazo, o setro em Brasília, Mentor reivindica a construção de uma ferrovia para ligar o norte des Ribeiro, apresentou um pacote de e o sul do país, o que contribuiria com a ações imediatas que devem subsidiar a logística, para transporte de insumos e venda do produto excedente e injetar da produção e com isso foco na redução R$ 200 milhões na suinocultura. O prorrogação no pagamento de dividas de custos. Ele acrescenta ainda que estas medi- também aprovada, deve aliviar uma das não serão surpresas ao Ministério da carga que chega próximo à R$ 1 bi. Enquanto as maiores reinvidicações Agricultura. A pauta de reinvidicações já esta nas mãos da equipe no congresso não são atendidas, 12 municípios do federal. “Precisamos ter cautela, ainda estado decretaram situação de emerpermanecerá alguns meses esta situação, gência, outros ainda devem aderir à até que uma regulamentação seja aplica- medida.

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O leite que suplementa a suinocultura em crise Há "o prejuízo poderia ser ainda maior, e só não é por causa do leite”

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muitos anos, o gado de leite suplementa a suinocultura e vice-versa. Atualmente com a crise, em muitas delas o leite é quem equilíbra as contas nas propriedades rurais. Exemplos disso não faltam, mas quem nos conta como viver em meio a esta situação é o produtor Áticos Henrique Warmeling, morador da comunidade da Uruguaia em Braço do Norte, que desde os oito anos de idade trabalha com gado de leite e a partir de 1985 atua também com a criação de suínos. Nos 19 hectares de terra ele planta milho, cria leitões como integrado e gado de leite para os lacticínios. Com 300 matrizes na propriedade, Áticos diz que já passou por altos e baixos, já teve propostas para aumentar o número de matrizes, chegou a ter 350, mas decidiu manter o plantel atual. “Aumentar

nunca esteve nos meus planos, até mesmo porque teria que contratar mais gente e isso gera custos. Outro fator é o crescimento da cidade que em alguns anos chegará aqui. Além disso, só não reduzi mais porque sou integrado e mesmo assim as coisas não andam boas”, observa. A realidade apresentada por ele é a mesma de centenas de outros produtores, o que varia são os prejuízos. Em sua principal atividade, há cerca de cinco meses que a família registra em média R$ 5 mil em prejuízos com a criação de suínos. “As contas chegam mensalmente e se não pagar, cortam luz, água, telefone e outros itens é difícil manter assim. O prejuízo poderia ser ainda maior, e só não é por causa do leite”, destaca. Com 34 vacas sendo ordenhadas, são 600 litros de leite por dia. “São elas que equilibram as contas


no fim do mês, senão o prejuízo seria ainda maior”, destaca. Mesmo com o setor no vermelho, Áticos afirma que não pretende parar a atividade e tem expectativa em melhora no setor suinocultor. “Tenho lavoura de milho que uso para silagem para os animais, o dejeto suíno uso como fertilizante na terra, então uma atividade complementa a outra o que dá certo equilíbrio. Acredito que o governo vai intervir e ajudar a classe a sair do vermelho, complementa. O criador reforça que sua atitude em não aumentar o número de matrizes, vai de encontro ao que é considerado o ponto inicial da crise, o excesso de suínos. “Houve um tempo em que a procura era muito alta e os granjeiros investiram no aumento do número de animais. Com o passar do tempo houve queda, mas na expectativa de que os bons tempos voltassem, muitos mantiveram a produção. Com a maior oferta, o preço caiu muito e a consequência está vivenciando hoje, com muita gente preocupada em ter que deixar de produzir”, completa.

"Houve um tempo em que a procura era muito alta e os granjeiros investiram no aumento do número de animais" conta Áticos Henrique Warmeling

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Ingredientes • 4 bifes grandes de alcatra, bem macios, com mais ou menos 150 gramas cada um • 1 colher (chá) de páprica • 2 colheres (sopa) de óleo • 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina

• ¼ xícara de creme de leite • 4 fatias de bacon (bacon) • 4 fatias de queijo prato • 4 folhinhas de sálvia • farinha de trigo

Modo de preparo Colocar 1 colher (sopa) de óleo em uma panela, aquecer e juntar o bacon, fritar em fogo baixo até ficar transparente, retirar do fogo. Bater os bifes com cuidado para não furar; temperar com sal e pimenta-do-reino. Ajeite uma tira de bacon frito sobre cada bife, colocar também uma fatia de queijo. A seguir, picar a sálvia e distribuir por cima do queijo. Dobrar o bife ao meio, formando uma "carteira", fechar a abertura com palitos espetados na transversal. Passar cada bife por farinha de trigo. Colocar a manteiga restante no óleo da panela em que fritou o bacon, aquecer e colocar os bifes. Fritar em fogo baixo por cerca de 5 minutos. Regar com creme de leite e adicionar por cima a páprica, cozinhar tampado, por mais 5 minutos. Servir estes filés acompanhados de cebolas ou batatas se desejar. Pronto! Agora, basta saborear esta delícia receita de Bife Recheado com Queijo.

Diga-nos qual a sua especialidade na cozinha. Sua receita poderá ser publicada aqui na revista.

48 3653.1849 contato@revistavisãorural.com.br

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Artigo

Retenção de placenta A retenção de placenta é uma das principais entre as várias afecções que afetam os bovinos. A enfermidade é responsável por queda na produção de leite, problemas reprodutivos e descarte de animais em sua plena fase produtiva, cuja principal consequência é aumento nos custos de produção. Normalmente, a placenta é expulsa dentro de 12 horas após o parto. A não liberação da placenta ou parte dela após este período é comumente chamada de retenção, ocorre mais frequentemente em bovinos leiteiros, e é uma condição anormal (patológica) que requer tratamento por um Médico Veterinário. Quando isto ocorre, os produtores rurais referem-se a uma vaca que não se limpou após o parto. A frequência desta retenção varia de 7 a 10% em rebanhos leiteiros, sob condições normais de nutrição e saúde. Partos complicados (distócicos), cesarianas, abortos, partos gemelares ou gestações curtas, idade e consanguinidade aumentam a sua incidência. Assim como nos rebanhos infectados por brucelose, leptospirose, vibriose, listeriose e IBR apresentam uma maior taxa de ocorrência de retenção de placenta, podendo chegar a 50% das vacas paridas. A utilização de hormônios corticoides (anti-inflamatórios) para induzir o parto, também resulta em uma elevada taxa de retenção de placenta (67%). Animais que tiveram retenção em partos anteriores, tem maior probabilidade de reapresenta-los nos partos subsequentes. Logo, esses animais devem ser observados com maior atenção. Altas taxas de ocorrências de retenção de placenta são observadas em rebanhos que apresentam problemas de manejo, mastite, deficiências nutricionais e metabólicas.

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Ricardo Evandro Mendes Médico Veterinário Professor Doutor e Pesquisador do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE) ---------Guilherme Valente de Souza Médico Veterinário Professor Doutor, Pesquisador e Coordenador do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE) ---------Lívia Gonçalves da Silva Valente Médica Veterinária Professora Mestre, Pesquisadora e Diretora do Centro de Procedimentos da Medicina Veterinária do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE)

Causas Inúmeros fatores, diretos e indiretos, são considerados como possíveis causas. Comumente, a ocorrência de retenção de placenta no rebanho deve ser considerada como alerta para a presença de doença generalizada. Qualquer processo na placenta que cause pressão contínua como edema, trauma ou infecções, levarão a não liberação da placenta. Assim como uma falha na contração uterina, observada comumente na hipocalcemia (febre do leite). Causas indiretas como estresse, deficiências nutricionais, gestação curta ou prolongada, partos distócicos e traumas são consideradas também como causas importantes. Níveis altos de progesterona inibem a destruição da placenta e retardam a involução uterina. O estresse causa liberação de glicocorticoides que estimulam a produção de progesterona.

Tratamento O objetivo básico é o retorno da saúde uterina o mais rápido possível. Retenções parciais podem passar despercebidas até o momento que complicações sejam notadas, entre elas metrites ou piometra. Esses animais apresentarão febre, depressão, redução na produção de leite, e algumas vezes descarga vaginal fétida. Animais nestas condições devem ser tratados com antibióticos injetáveis prescritos por um Médico Veterinário. A placenta quando retida pode ser retirada manualmente. Este procedimento só pode ser realizado por Médico Veterinário. Práticos normalmente tracionam a placenta, sem o devido cuidado de descolar internamente do útero, o que ocasiona trauma físico (machucados) na parte interna do útero levando a um maior intervalo de partos ou eventualmente à lesões irreversíveis.

Atualmente, recomenda-se na maioria dos casos a não tração manual da placenta retida. Medicamentos como prostaglandinas (PGF2alfa), estrógenos (ECP) e ocitocina podem ser utilizados para a eliminação de fluídos e restos de placenta do útero. Entretanto, os benefícios da sua utilização ainda são controversos. A utilização do ECP é indicada somente quando o cérvix esta fechado, levando ao seu relaxamento e possibilidade de liberação do material em putrefação retido no útero, a sua administração faz com que as vacas demorem a entrar no cio. A utilização de PGF2alfa aumenta a motilidade uterina induzindo a expulsão da placenta. Palpação uterina, com a administração de água morna, com ou sem antissépticos, parece ser o melhor método de retirada desses restos


de placenta do órgão. Tratamentos seriados dessa técnica, ao invés de uma única infusão, são altamente satisfatórios. Animais que não recebem tratamento, ou este é inadequado, apresentarão intervalos de parto longos e ocorrência de repetição de cio. É importante lembrar que praticamente todos os antibióticos injetáveis apresentam período de carência para o leite e carne. As orientações do Médico Veterinário quanto a esses períodos, com o não consumo desses produtos, devem sempre ser seguidas. O uso de tetraciclinas deve ser evitado, já que o antibiótico inibe colagenases, que são enzimas importantes para destruir os restos de placenta retidos. Penicilinas, também, não devem ser usadas, devido a alta ocorrência de resistência bacteriana a este antimicrobiano. Antissépticos via intrauterina não tem eficiência comprovada. Um dos problemas com este procedimento é quando não feito uma boa higienização do animal pode-se levar microrganismos para o útero e, também, se o útero estiver com muitos restos os antissépticos não serão eficientes. Vale ressaltar que toda e qualquer administração medicamentosa em animais deve ser prescrita por um Médico Veterinário.

Animais que não recebem tratamento, ou este é inadequado, apresentarão intervalos de parto longos e ocorrência de repetição de cio

Prevenção Como a retenção de placenta tem causas múltiplas, normalmente é difícil apontar uma dessas causas como culpada e retirá-la. O ideal é manter um rebanho saudável, com áreas limpas para o parto, preferencialmente pastagens, e uma dieta adequada. Especial atenção deve ser dada a proporção de cálcio:fósforo na dieta nos dois últimos meses de gestação. Essa proporção deve estar entre 1,5:1 e 2,5:1. Níveis mais altos de cálcio que 2,5 aumentarão a ocorrência de febre vitular e consequentemente de retenção de placenta. Deficiência de vitamina A e D, assim como Selênio, também estão relacionados a maior ocorrência de retenção de placenta. Portanto, especial

atenção deve ser dada ao fornecimento adequando de sal mineral. Para manter afastado deste problema o produtor rural precisa investir em prevenção, a fim de minimizar os fatores de risco, pois sempre é melhor prevenir que remediar. Para isto é torna-se imprescindível estruturar na propriedade um severo programa sanitário de prevenção e erradicação das principais doenças e, adequar a dieta dos animais em gestação, bem como das vacas em produção, com formulações ideais para cada fase. Por último, reduzir de todas as formas possíveis o estresse diário com técnicas de lida que garantem o bem estar animal e investimento em instalações apropriadas.

Conclusão Os efeitos negativos da ocorrência da retenção de placenta na fertilidade são consideráveis. Levam a um retardo na involução uterina, infecções crônicas e até mesmo infertilidade. Prejuízos econômicos diretos também ocorrem, como menor produção de leite, gastos com o tratamento e um maior intervalo de parto. Na suspeita de retenção de placenta, um Médico Veterinário deve sempre ser chamado para avaliar o animal e prescrever o melhor tratamento.

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Faesc

Novo plano agrícola apresenta avanços O plano agrícola e pecuário lançado na última semana apresenta inovações positivas, entre elas, dá condições de fortalecimento da classe média rural brasileira, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo. Nesse aspecto, endossou aposição da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu, para quem a classe média rural torna a agricultura brasileira uma das mais eficientes e baratas do mundo. O modelo de política agrícola focado na produção encolheu a classe média no campo, enquanto as classes D e E aumentaram. O desafio da FAESC, da CNA e de toda a sociedade é aumentar a classe média rural em 30% nos próximos cinco anos, com os novos mecanismos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), lançado pelo Governo Federal. Entre as novas medidas do plano agrícola que proporcionarão o crescimento da classe média no campo estão a ampliação do valor do seguro agrí-

José Zeferino Pedrozo Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC)

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cola, que passou de R$ 250 milhões para R$ 400 milhões, a criação de uma central de risco, com informações transparentes sobre a capacidade de pagamento dos produtores rurais e repasse direto da subvenção econômica aos agropecuaristas, sem a intermediação das traders. Com a ampliação do seguro agrícola, a área de lavouras seguradas no Brasil passou de 5% para 20%. A meta é chegar a 50% da área plantada segurada em 2015. A adesão à central de risco será voluntária, mas os produtores rurais com baixo risco de inadimplência serão beneficiados com empréstimos a taxas de juro mais baixas. Hoje, porque o risco é desconhecido, os juros são altos para todos os produtores. O repasse direto da subvenção aos produtores permitirá que o dinheiro chegue mais rápido ao produtor que teve a safra frustrada. Como a política agrícola sempre se baseou na produção e no abastecimento, a ajuda do Governo chegava atrasada, na forma dos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Conab e o Ministério da Agricultura atuavam em função do abastecimento e da produção, independente de o leilão do arroz ser hoje ou daqui a 60 dias. O novo mecanismo beneficiará diretamente os produtores da classe média rural, já que os grandes produtores vendem a produção no mercado futuro, antes do início do plantio. Outras medidas do PAP 2012/2013 foram a redução da taxa de juros para as operações de custeio, comercialização e investimento, que caíram de 6,75% para 5,5%, ao ano; o aumento do limite de financiamento por produtor para R$ 800 mil, proposta da CNA acatada integralmente pelo Governo; a diminuição de 6,25% para 5%, ao ano, para empréstimos dos recursos contratados no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), assim como a ampliação do limite dessa modalidade de financiamento para R$ 500 mil por produtor. Com o novo PAP, a senadora prevê uma safra recorde de 170 milhões de toneladas.


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Inverno com mais chuva e pouco frio em Santa Catarina

A

previsão para Julho/Agosto/Setembro é de chuva próxima e acima da média climatológica no Estado, devendo ser melhor distribuída no tempo e no espaço, em relação ao outono. Climatologia: nos meses de Julho e Agosto, os valores esperados de chuva variam de 115 a 180mm nas regiões Oeste e Meio Oeste, e de 80 a 130mm do Planalto ao Litoral, sendo o Litoral a região que menos chove nesta época do ano. A chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, do Jato Subtropical (ventos fortes em altos níveis da atmosfera) e sistemas de baixa pressão nos níveis baixos, médios e altos da atmosfera. Setembro marca a transição entre o inverno e a primavera, dando início a época de chuva em SC com totais de precipitação mais elevados, variando entre 130 e 200mm. Neste mês é comum a influência de CCMs (Complexos Convectivo de Mesoescala), que se formam normalmente no Paraguai e se deslocam para Santa Catarina, provocando chuva significativa especialmente no Oeste e Meio Oeste. O risco de temporal com ventania e granizo é menor entre Julho e Agosto,

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e maior em Setembro, tembro, mas eventos extremos podem m ocorrer em qualquer época do ano, por vezes com acumulados significativos de chuva em curto espaço de tempo, por isso a importância do acompanhamento diário da previsão do tempo. Também é a época de atuação dos ciclones extratropicais no trimestre, que oferecem perigo às embarcações no Litoral Catarinense, quando os ventos fortes e mar agitado muitas vezes resultam em ressaca. Com relação à temperatura, a expectativa é de um inverno com pouco frio, com temperatura próxima a acima da média climatológica, lembrando que pela climatologia Julho é o mês mais frio do ano no Estado e que em Setembro, gradativamente o frio começa a diminuir. Nestes meses, as incursões de massas de ar de origem polar serão menos frequentes e intercaladas com períodos mais aquecidos. Durante os episódios de ondas de frio são esperadas temperaturas próximas de zero grau, e até mesmo negativas, nas áreas altas do estado, resultando na ocorrência de geada ampla. Episódios de neve também são esperados, especialmente em Julho e Agosto, nas

áreas altas do Planalto Sul e por vezes até no Meio Oeste. Oeste Também não se pode descartar a ocorrência de episódios de frio acompanhados de umidade elevada, que podem resultar em geada negra, prejudicial à agricultura. A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial, região de monitoramento do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS). A condição é de neutralidade no Oceano Pacifico Equatorial. Observa-se que Maio se manteve com temperatura da superfície do mar (TSM) próxima a média climatológica, com exceção da região próxima à costa da América do Sul, onde predominaram águas mais quentes do que o normal (0,5 a 2,0°C). No entanto, entre o final de Junho e início de Julho, observa-se uma notável expansão da anomalia positiva da TSM na região de monitoramento do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS). Essa condição indica uma tendência de aquecimento para os próximos meses. Se esse aquecimento persistir e evoluir, não se descarta a configuração do fenômeno El Niño até o final do ano.


SINTRAF DE RIO FORTUNA E REGIÃO A SERVIÇO DA

MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA AGRICULTURA FAMILIAR

O

Sintraf (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Rio Fortuna e região) filiado a Fetraf-Sul (Federação da Agricultura Familiar dos três

estados do sul) desde 2004, vem atuando fortemente junto a esta categoria buscando a melhoria da qualidade de vida, na luta por seus direitos, buscando trazer para mais próximo da suas bases as políticas públicas que são fundamentais para o seu fortalecimento. Tem sede em Rio Fortuna com abrangência e sub sede nos municípios de Grão-Pará e Braço do Norte possuindo hoje um total de dois mil associados. Entre as ações do sindicato, destacamos a atuação forte na organização do programa de habitação rural, que tem mudado o cenário do espaço rural da região, construindo dignidade, auto estima e valorização. Nos últimos anos já foram investidos

Outra bandeira do sindicato é a preocupação com a renda da

na região mais de quatro milhões em habitação rural, seja em

agricultura familiar. Neste sentido articulou a criação da Cooper-

reforma ou construção de casa novas, sendo que estes recursos

-familia que vem atuando em várias áreas para cumprir este

vem a fundo perdido, gerando desenvolvimento local.

objetivo, desde modo atua junto a Conab viabilizando milho a

Há por parte do sindicato uma grande preocupação com a continuidade da agricultura familiar e para isto desenvolve

menor preço aos agricultores da região. Também atua na prestação de serviços, como por exemplo declaração para a previdência social, aposenta-

fortemente ações com a juventude rural. Como diversos cursos, encontros, debates e a construção do Coletivo da Juventude que atua dentro dos municípios protagonizando a sua organização. Neste momento a grande ação do coletivo é a organização do Acampamento

Acampamento da Juventude de SC que acontecerá em Rio Fortuna nos dias três e quatro de agosto de 2012

da Juventude de SC que acontecerá em Rio Fortuna nos dias três e quatro de agosto de 2012.

doria, salário maternidade e auxílio doenças, declaração do ITR, CCIR e outras. Diponibiliza o atendimento de uma equipe de advogados que atende uma vez por mês com consulta no sindicato, sendo que o atendimento e encaminhamentos das secretárias é feito diariamente

enviando informações e solicitações. Também oferece atendi-

O Sintraf tem participado ativamente de muitas mobilizações

mento oftalmológico na sede em Rio Fortuna, e futuramente terá

que são organizadas buscando defender as bandeiras da Agri-

disponível aos associados um consultorio odontológico. Ainda

cultura familiar, como a marcha dos catarinenses, mobilizaçes

possui convênios com o comércio local, viabilizando descontos

de pautas estaduais e federais que acontecem frequentemente.

nos produtos e mercadorias comercializados.

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Curiosidades As piranhas podem realmente devorar uma vaca em menos de um minuto? Alimentação da piranha: a trituração diária Atacar um animal vivo não está fora de cogitação para as piranhas, mas não é provável que elas possam comer um ser humano adulto saudável. Elas, contudo, são conhecidas por atacar animais velhos, doentes, que vêm para beber no rio. Quando uma vaca abaixa a cabeça, elas agarram sua face. Se a vaca estiver muito fraca para lutar e se afastar, as piranhas irão arrastá-la para dentro da água e comê-la. Porém, presa viva não é o esteio de sua dieta. Na maioria das vezes elas são necrófagas. Os esqueletos de animais e pessoas encontrados na Amazônia, aparentemente comidos por piranhas, não foram atacados vivos. Eles já estavam mortos quando as piranhas os alcançaram. A maioria das piranhas, como esta de barriga vermelha, simplesmente belisca outro peixe de passagem Como ocorre com outros peixes, mamíferos não são de maneira alguma importantes na dieta das piranhas. Na maioria das vezes elas comem outros peixes e, em outras ocasiões, devoram-se umas às outras. Os mantenedores

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de um aquário no País de Gales que passou pelo considerável incômodo de adquirir uma piranha macho e uma fêmea (a importação de piranhas é ilegal na maior parte do mundo, incluindo a Grã-Bretanha) na esperança de que os dois acasalassem, ficaram desapontados quando a fêmea comeu seu potencial pretendente. Mas as piranhas não são estritamente carnívoras. Elas comem frutas e plantas também, especialmente quando são jovens. No entanto, ao contrário do que diz a lenda, a maioria das piranhas na realidade não ataca coisa alguma. Doze das 20 espécies na Amazônia sobrevivem inteiramente de tirar pequenos bocados das nadadeiras e escamas de outros peixes que passam por elas. O peixe nada para longe, apenas um pouco perturbado, e suas barbatanas e escamas crescem novamente. Embora as piranhas não sejam exatamente cruéis devoradoras de homens, ataques a seres humanos têm aumentado com uma certa freqüência. Na América do Sul as pessoas estão perdendo dedos das mãos e dos pés com mais freqüência do que ocorria há 10 anos e especialistas acreditam que possa ter alguma coisa a

ver com o aumento de barragens no rio Amazonas. As barragens reduzem a velocidade da corrente e as piranhas gostam de procriar nas águas mais lentas. Criar áreas mais plácidas ao longo do rio é um convite para que as piranhas montem acampamento em grande número. Como as áreas plácidas também atraem nadadores, seres humanos e piranhas estão tendo cada vez mais contato. Piranhas não são permitidas As piranhas são nativas apenas da América do Sul. Mas nas últimas duas décadas elas estão aparecendo em rios no mundo todo. A explicação mais plausível é que pessoas que mantêm piranhas como bichos de estimação estão soltando-as nos rios. A piranha não é o peixe mais fácil de se manter em aquários domésticos. Quando os proprietários subitamente descobrem que todos os seus outros peixes foram comidos ou chegam à conclusão que essa é uma maneira muito cara de manter uma piranha bem alimentada, alguns simplesmente as jogam no curso de água mais próximo, provocando ameaças graves ao equilíbrio ecológico. Muitos países declararam as piranhas inteiramente ilegais.


Como as galinhas fazem os ovos? Em mais uma extraordinária demonstração de proeza da natureza, o conteúdo de um ovo é envolvido em uma casca perfeita, sem emendas e incrivelmente forte como se fosse mágica! Os ovos são obras de arte. A galinha tem pouco a ver com a formação da casca do ovo, na verdade é o ovo que desenvolve a casca em volta de si mesmo. Ele faz isso por meio de processos que também são observados nos ossos e nas conchas do mar. Em volta do ovo há uma membrana, e nessa há pontos uniformemente espaçados onde formam-se colunas de calcita (uma forma de carbonato de cálcio). Essas colunas se arranjam lado a lado para formar a casca. De acordo com um livro muito interessante chamado "Feito para medir" de Philip Ball: Os pontos de nucleação são nódulos de proteína definidos chamados de proeminências mamilares, e o mineral é primeiramente depositado em forma de partículas de aragonita com orientação ao acaso de cristais. Ao topo dessas pilhas de aragonita, começam a se formar colunas de calcita cristalina orientada. A calcita fica basicamente flutuando na solução em volta da casca, e ela se deposita nessa casca como um cristal em formação. O ovo faz sua própria casca.

A preço de banana Quando falamos sobre comida, nem sempre imaginamos a dimensão histórica e cultural que um simples fruto pode ter. No caso da banana, o uso e o fácil acesso a esse gênero alimentício se mostram como uma das mais típicas características da economia natural e agroexportadora do continente americano. No século XX, vários países da América Central ficaram conhecidos como sendo parte integrante da chamada “República das Bananas”. Essa relação entre a banana e o continente americano, na verdade, é bastante antiga. Ao chegarem ao Novo Mundo, os colonizadores europeus logo perceberam que as bananeiras abundavam em nossas terras. O clima quente e úmido fazia com que o fruto estivesse sempre disponível, sem que fosse necessário um planejamento rigoroso ou o emprego de técnicas agrícolas mais elaboradas. Ainda hoje, ela serve como base alimentar de muitas famílias habitantes de países americanos mais pobres. Seguindo a lógica de exploração do sistema mercantilista, os comerciantes do Velho Mundo tinham pouco interesse em explorar comercialmente uma riqueza de tão fácil obtenção. O grande lance era investir em gêneros agrícolas que tivessem preços elevados e que, por isso, garantiam uma polpuda margem de lucros à burguesia mercantil europeia. De fato, a pobre banana era o indício cabal de que a antiga lei da oferta e da procura tinha lá suas razões. Com o passar do tempo o preço da banana acabou sendo naturalmente incorporado ao nosso vocabulário financeiro. Toda vez que encontramos um produto “a preço de banana”, temos a certeza que pagaremos bem pouco naquele bem que tanto desejamos. Em tempos de pouca grana, nada melhor que pagar valores módicos que nos lembrem o precinho convidativo de um cacho de bananas!

Mande sua curiosidade para nós! contato@revistavisãorural.com.br ou ligue 3653-1849

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Dia de

Campo

Epagri mostra propriedade referência em

manejo e irrigação de inverno Sempre

que há um período de sec a, reacendem uma preocupação com a pastagem para o gado, seja de corte ou leite. Com a escassez de água, o crescimento da pastagem é comprometido e oferece menos nutrientes aos animais, o que resulta em menos produtividade, ou perda de peso. Para equalizar estas questões, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) trabalha em unidades de observação, onde aplica um método e observa seus resultados. Neste sentido, com um sistema de

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irrigação correto a empresa consegue quase que igualar o fornecimento de alimentos aos animais em todas as épocas do ano. Para orientar e buscar de soluções para o problema com secas e uso de pastagens, no mês de junho a empresa realizou mais uma tarde de campo. O evento reuniu informações sobre a época de semeadura, melhor manejo e adubação, além de pastagens de inverno, como o plantio de novas variedades de aveia preta e branca e azevém. Os temas estão unidos ao assunto principal, à irrigação da pastagem. Ele foi desenvolvido para


mais de 70 pessoas, na propriedade de Lourivaldo Bloemer, onde várias técnicas avançadas são aplicadas com resultados excelentes. De acordo com o Engenheiro Agrônomo da Epagri, João Paulo Reck, a seca e o frio afetam o crescimento da pastagem, principalmente na fase de florescimento e enchimento dos grãos da cultura do milho, o que prejudica consideravelmente a agricultura. “O frio reduz drasticamente o crescimento das pastagens tropicais e a irrigação supre a necessidade de água em períodos de seca. Como tivemos um período adverso e um déficit de chuva, a pastagem foi afetada e todo o manejo. Apresentamos alternativas, como o plantio de variedades que crescem no inverno e a irrigação

periódica, como forma de diminuir o vazio forrageiro nesta época”, explica. O agrônomo acrescenta que o objetivo destes eventos é orientar e incentivar os produtores para lidarem com a adversidade. “Este trabalho iniciou na rizicultura, foi estendido para a produção de hortaliças e agora é aplicada no milho e em pastagem, voltada a cultura da pecuária de leite”, observa. Reck completa que há outras propriedades que utilizam as técnicas e apesar de não ser uma pesquisa efetiva, os resultados apareceram. “Apesar de subjetivos, já que não há medições no plantio e no crescimento, os produtores explicam que alcançaram bons resultados”, complementa.

Como o trabalho é desenvolvido na propriedade Após conhecer detalhadamente as características de cada planta, mudas são semeadas na propriedade. Na área de Lourivaldo as orientações são aplicadas, mesmo a história da produção de leite na propriedade é recente. Com a visão do produtor, o imóvel da família, antes era utilizado no plantio de fumo, mas a menos de dois anos, teve as características substituída para se adequar ao gado de leite. Com investimento de R$ 40 mil e algumas cabeças de gado de leite, a propriedade se tornou modelo em função da proposta de utilizar apenas a pastagem como nutriente animal. Com a aplicação de boas 43


técnicas de manejo os resultados começaram a aparecer. Além do uso do sistema de piqueteamente, ou pastoreio Voisin, as áreas possuem uma diversidade de espécies forrageiras. Aveia e azevém continuam sendo as espécies fundamentais para nutrir o gado, porém a utilização, de forma consorciada, de leguminosas - trevo branco, cornichão, ervilhaca -, gramíneas – tifton - e também de espécies hibrida Convert HD 374, tem garantido o bom desempenho da propriedade. A sobressemeadura consorciada reforça a produção dos nutrientes necessário para os animais passarem pelas quatro estações do ano com saúde e com garantias na produção. Além disso, após uma primeira aplicação, a resemeadura é feita de forma natural, o que reduz custos de manutenção da pastagem. Bloemer diz que bem cuidado, dois hectares são suficientes para abastecer os animais neste período. Frente ao investimento para oferecer ao gado,

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cerca de 100 toneladas de milho ao ano, a substituição no alimento só trás economias. Um dos métodos diferenciados é o uso de dois piquetes ao dia, quando a maioria das propriedades utiliza apenas um. “Os animais se alimentam em um e no final da tarde são levados para outro, ali eles deixam o dejeto que ajuda a nutrir o solo. Com está técnica, conseguimos ainda quebrar o ciclo do carrapato, um dos problemas frequentes no gado, mas que há tempos não vemos na propriedade. Desta forma aproveitamos melhor à área e garantimos a saúde do gado”, explica. Ele também observa que o sistema de irrigação auxilia consideravelmente na manutenção do pasto. “Ele é constantemente irrigado e não perde nenhuma de suas características. Manter a pastagem irrigada é garantir a qualidade no alimento e nos nutrientes para o animal, com isso a rentabilidade é mantida. Além disso, a forma de manejo e uso de irrigadores, mantém sua higiene isto reflete na qualidade do

leite”, observa. Segundo o produtor, a previsão é, em dois anos retirar o investimento. “Iniciei com quatro vacas, cuidei principalmente da sua alimentação, isso e outros fatores fizeram investir mais. Hoje são 40 animais e média de 10 litros/dia para cada um. Agora para frente é que vou colher meus investimentos e minha meta é produzir 12 litros/dia”, diz. Para ele toda as mudanças e a preocupação com o gado é se manter dentro da Instrução Normativa 51 e 62 que possuem como objetivo melhorar a qualidade do leite. “Há um número grande de produtores que não dão atenção a este fator. Os lacticínios precisam bonificar aqueles preocupados com a matéria-prima, para que outros enxerguem os benefícios. O leite produzido na minha propriedade esta dentro de todas das IN e, mesmo com custo mais alto, prefiro manter minhas técnicas de manejo. Não vou ficar rico, mas consigo dar qualidade de vida para minha família”, acrescenta.


Saber Planejar

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

Plano safra 2012/2013

A

agricultura familiar responsável por produzir 70% dos alimentos consumidos pela população recebe mais incentivo com o lançamento do novo plano safra 2012/2013. O novo plano vem com algumas modificações que iram facilitar o acesso ao crédito, mudando o limite de enquadramento de R$ 110 para R$ 160 mil de renda bruta anual e alterações de alguns limites de crédito. Este ano o governo irá disponibilizar R$ 18 bilhões que serão investidos no PRONAF custeio e investimento. Mais alimentos continua com as mesmas regras, sendo financiado até R$ 130 mil, com o mesmo juro de 2% ao ano e a mesma condição de 10 anos para pagamento, podendo ser financiado equipamentos com até 10 anos de uso e também pickup. Já o

PRONAF até R$ 50 mil, não existe mais. PRONAF custeio aumentou seu limite de R$ 50 para R$ 80 mil e reduziu o juro de 4,5% para 4% ao ano. PRONAF jovem passou para R$ 15mil e o PRONAF mulher chegou a R$ 130 mil, podendo financiar qualquer atividade de interessa da mulher, que irá gerar renda para a propriedade. Alem destas medidas também houve ampliação no limite de comercialização do Pnae de R$ 9 para R$ 20 mil por produtor, e também ocorreram alterações no programa do PAA, permitindo que os municípios comprem alimentos com recursos próprios alem do que está previsto pelo governo. Foi anunciada a ampliação da cobertura da renda do Seguro da Agricultura Familiar o Seaf de R$ 3,5 para R$ 7 mil por safra.

Para os demais produtores que não se enquadram no PRONAF, também ocorreram algumas alterações com a mudança do juro que eram de 6,25 a 6,75% para 5 a 5,5% ao ano, com limite de crédito vaiando de R$ 300 mil até R$ 1 milhão. E para a suinocultura que passa por uma crise o governo abril novamente a retenção de matrizes com a ampliação do prazo de pagamento para até 2 anos. Quando surgir o interesse em fazer algum investimento ou custear sua produção procure uma assistência técnica qualificada, que irá lhe auxiliar na melhor alternativa de financiamento, viabilizando seu investimento, a Planejar – Projetos Agropecuários esta preparada para atende-lo, com a melhor consultoria e assessoria em crédito rural.

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Qualidade do Leite

Fernanda Oenning Engenheira Agrônomaa do Laticínios Fortuna

PREVENÇÃO DA MASTITE

Muitos

produtores de leite não tem conhecimento do que é a CCS (MASTITE) e a suas causas. Quando temos algum tipo de mastite no rebanho, sendo esta clinica( visível, ex; grumos)ou sub- clinica ( a alteração nos resultados do exame de ccs ,acima de 600.000 ufc/ml, mas a olho não se vê, só com a raquete CMT), logo se pensa remédio para curar, claro, é preciso, mas o que devemos realmente analisar são os corredores onde os animais passam quando vão para ordenha, o manejo sanitário; principalmente as

desverminaçoes e as vacinas reprodutivas. SE faz uso da terapia de vaca seca, com o uso da bisnaga. E principalmente se esta fazendo correto manejo de ordenha com o pré dipping que é lavar os tetos so em casos raros, se estiver muito sujo de lama ou esterco, então tira-se os três jatos desinfeta com algum produto e seca-se com papel toalha. Outro ponto para prevenção da mastite é controlar a CBT (HIGIENE), com o uso da água quente com alcalino clorado principalmente nas teteiras, onde estas ficam esterelizadas prevenindo da contaminaçao por fungos, bacte-

rias. Não podendo esquecer tambem das mangueiras, coadores, tarros de ordenha e aqueles tarros que ficam no resfriador de imersão. O resfriador a granel tudo faz uso da água quente também juntamente com alcalino clorado, e faz uso da vasoura de resfriador e de bocal. Obs: dependendo do manejo e dos equipamentos de ordenha usa-se o detergente ácido em água morna ou fria de 1 a 3 x por semana na ordenha, tarros e resfriador a granel, depois de fazer a lavação com o detergente alcalino clorado em água quente.

. Saúde de úbere é na nota do leite vir a ccs em média de 300.000 . O uso da raquete cmt ajuda a desvendar as mastites . Vaca com mastite sub clinica também diminui a produção de leite

Treinamento realizado pelo Laticínio Fortuna, através do Senar sobre qaulidade do leite. Na comunidade de Brusque em Orleans. Com aula prática na sala de ordenha do produtor Juliano

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Giro Agropecuário

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia diogoschottenbecker@hotmail.com

Manifestos da

suinocultura Desde

a última edição da Feagro, vimos manifestos que relatam a situação desoladora por qual passa a suinocultura, que esta penalizando os produtores, pelo alto preço dos insumos (milho, soja) e também pelos baixos preços pagos pelo kg do suíno vivo. Talvez para muitos esta crise não tenha a menor importância, pelo fato de não estar vinculado diretamente ao setor. Mas indiretamente e até

mesmo diretamente somos dependentes deste setor que é muito importante para o desenvolvimento da região, em virtude do grande número de empregos que são gerados por esta atividade e assim sendo movimentando a economia local. No último dia 12 de julho uma comitiva de produtores rurais de Braço do Norte e de vários outros municípios do estado bem como produtores de demais estados, estiveram reunidos em Brasília

reivindicando políticas agrícolas que atendessem o setor. Tais como; Políticas de preço mínimo PGPM (políticas de garantia de preço mínimo) como já é feito para algumas culturas como milho e feijão. Inserção da carne suína no cardápio dos presídios, escolas e Forças Armadas. Linha de crédito para retenção de matrizes de R$ 500,00 por matriz. Renegociação das dívidas de custeio e investimento.

Durante o fórum realizado no senado, foi decidido as seguintes medidas: - Prorrogação das dívidas de custeio e investimento em 1 (um) ano. Ou seja se o vencimento da sua dívida é em 2015 passará a ser em 2016; - Liberação da linha de crédito de retenção de matrizes de R$ 500,00 por matriz; - Liberação do milho da CONAB a R$ 21,00 a saca; - Pagamento de R$ 0,40 centavos por kg de animal por parte do governo. Até então nenhum problema, porém estas medidas citadas algumas deixaram duvidas de como elas serão executadas. Pois até o momento nunca haviam sido colocadas em prática. Resta à classe pressionar ainda mais para que os responsáveis cumpram com aquilo que foi proposto.

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MERCADO AGRÍCOLA Safra de uva 2012 fica entre as três melhores em meio século A safra de uva este ano no Rio Grande

dos a partir de suas uvas. Mas, com certeza,

O pesquisador José Fernando da Silva

do Sul deve somar cerca de 700 milhões de

a qualidade foi muito elevada. Pode até ter

Protas, também da Embrapa Uva e Vinho,

quilos, segundo projeção do Ibravin (Insti-

havido safras muito boas nos anos 1970, por

vai mais longe. Conforme ele, em termos de

tuto Brasileiro do Vinho) divulgada nesta

exemplo, mas naquela época não tínhamos

qualidade, pode-se esperar vinhos oriun-

quinta-feira (26/4), último dia da ExpoVinis

uvas decentes nem tecnologia de ponta,

dos das uvas da safra 2012 com a “melhor

2012, em São Paulo. “Sofremos perdas em

como agora”.

qualidade da história”. “A razão é que, esta

consequência do granizo que atingiu os

A alta qualidade desta safra pode ser com-

safra, concilia um comportamento climático

parreirais no Estado, responsável por cerca

provada pela análise do Grau Babo de 280

excepcional com os grandes avanços tanto

de 90% da elaboração brasileira de vinhos

amostras coletadas pela Divisão de Enologia

na qualificação técnica no campo quanto na

e 55% da produção de uvas, mas, por outro

as Secretaria Estadual da Agricultura, Pecu-

estrutura tecnológica da indústria”, explica

lado, ocorreu um aumento na área cultivada

ária e Agronegócio (Seapa). A uva merlot,

Protas.

que compensará estes prejuízos”, avaliou o

por exemplo, teve uma graduação média

presidente do Conselho Deliberativo do Ibra-

de 18,02 este ano, enquanto em 2005 foi de

vin, Alceu Dalla Molle. Na safra passada, o

18,13 e no ano passado de 16,12. A char-

A qualidade dos vinhos que serão elabora-

RS colheu a maior safra da sua história, com

donnay registrou 17,08 de graduação média,

dos posteriormente resulta de uma delicada

707,2 milhões de quilos de uvas tiradas das

ante 17,44 de 2005 e 16,78 de 2011. “Esta é a

sintonia entre todas as características da

videiras gaúchas.

melhor safra que o Vale dos Vinhedos já viu”,

matéria-prima colhida agora – Grau Babo

Equilibrio e harmonia

Os especialistas são unânimes em afirmar

afirma o diretor-técnico da Aprovale, Daniel

(índice de açúcar), acidez, aroma (princi-

que a safra 2012 de uvas entra definitiva-

Dalla Valle. “Esta é a melhor safra que pude

palmente no caso dos brancos), tanino e

mente para a história do setor vitivinícola na

acompanhar em 30 anos no Brasil”, declara

polifenóis (especialmente nos tintos). Os

região Sul do país. “O cultivo foi o mesmo do

Carlos Abarzua, diretor em viticultura da

polifenóis são os compostos orgânicos que

ano passado, por exemplo, que registrou uma

ABE (Associação Brasileira de Enologia).

conferem ao vinho as características de cor,

safra menos expressiva em termos de qua-

Guerra explica que o cultivo de uvas no

lidade. Isso não significa que houve alguma

Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em

“Há particularidades para cada região

falta de cuidado em 2011, pois os produtores

2012, foi favorecido pelo fenômeno La Niña

produtora do país. O Vale do São Francis-

fizeram exatamente a mesma coisa agora,

– cuja ocorrência costuma registrar anuidade

co (particularmente na área produtora do

em 2012. A diferença é que, desta vez, as

intercalada. O clima seco, entretanto, só pôde

interior pernambucano), por exemplo, tem

condições naturais colaboraram”, explica o

ser bem aproveitado graças aos cuidados

outro regime climático e de cultivo, não pode

pesquisador da Empresa Brasileira de Pes-

na produção, com vinhedos implantados

ser comparado. A região cafeeira do sul de

quisa Agropecuária (Embrapa), segmento

nos locais mais propícios nos aspectos de

Minas Gerais, em outro caso, aparece com

Uva e Vinho, Celito Guerra, 48 anos.

exposição solar e características do solo.

bom potencial, foi muito bem este ano, mas

Para o estudioso, há 22 anos na entidade,

“Tivemos uma temporada de muito sol, baixa

tem apenas quatro ou cinco safras de história.

seguramente a safra 2012 nos dois estados

umidade e baixa precipitação pluviométrica,

Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de um

do extremo sul brasileiro fica entre as três

com temperaturas quentes durante o dia e

modo geral, em todas as suas microrregiões

melhores dos últimos 50 anos, em qualidade

amenas à noite. O clima seco permitiu que

produtoras, foram muito favorecidos pelo

equivalente às emblemáticas colheitas de

as uvas fossem deixadas mais tempo no pé

clima. Mas isso só resulta em uvas de qua-

2005 e 1991. “Só saberemos quão boa foi

e, por consequência, adquirissem maior

lidade porque houve excelência no cultivo”,

esta safra quando vierem os vinhos elabora-

maturação”.

finaliza Guerra.

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Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI303842-18532,00-SAFRA +DE+UVA+FICA+ENTRE+AS+TRES+MELHORES+EM+MEIO+SECULO.html

corpo e longevidade.


Trigo - Safra 2012 em Santa Catarina Ao que tudo indica teremos em 2012 uma safra de trigo inferior a de 2011. Isto porque a área plantada no Estado deve diminuir 12% - de 76,3 mil para 66,8 mil hectares. Consequentemente, a produção esperada também cai de 229,1 mil para 205,3 mil toneladas. As principais razões apontadas para esta redução na área são os baixos preços recebidos pelos produtores, as dificuldades de comercialização do cereal e o aumento nos custos de produção. A classificação mais rígida do cereal é também uma preocupação por parte dos produtores. Contudo, sabe-se que, o trigo de melhor qualidade (para fins de panificação), uma vez produzido, tem a garantia de preços melhores. A produção mundial também deve cair. O Conselho Internacional de Grãos estima que a safra mundial de trigo em 2012/13 deve totalizar 665 milhões de toneladas, uma redução de seis milhões de toneladas em relação a projeção anterior. Segundo o órgão, as condições foram desfavoráveis em alguns países e a expectativa de safra da Rússia se deteriorou. Contudo, nos Estados Unidos, os resultados da colheita, em geral, superaram as expectativas iniciais. As chuvas recentes ajudaram a recupera as lavouras em partes da União Europeia, cujas condições estavam abaixo do ideal no início da temporada. No Brasil, o novo sistema de classificação do trigo – mais exigente – finalmente entra em vigor nesta safra. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo este sistema trará vantagens ao país, ao produtor, ao moinho e ao consumidor brasileiro, pois busca melhorar a qualidade do trigo, evitando que o governo tenha que subsidiar o pro-

duto que não encontra mercado no país e que acaba sendo exportado, enquanto o país precisa importar mais da metade do seu consumo. É com base nessa nova classificação que o governo vai enquadrar o cereal nas políticas de ajuda à comercialização. Nos parâmetros antigos, por exemplo, era considerado trigo "pão" aquele com a característica de "força de glúten" (essencial na farinha usada no pão francês) de 180. Na classificação nova, esse patamar sobe para 220. O Governo Federal reajustou os preços mínimos do trigo para a safra 2012/2013. Na região Sul o reajuste foi de aproximadamente 5%, o trigo Pão tipo 1, que vigorava a R$ 477,00 por tonelada, passará para R$ 501,00. Os valores irão vigorar entre julho de 2012 e julho de 2013. Além disso, o Governo também disponibilizará R$ 430 milhões para a comercialização do cereal em 2012, através de leilões quinzenais - no ciclo passado foram mais de R$ 200 milhões - o que, na prática, significará que o apoio será suficiente para escoar cerca de 2,8 milhões de toneladas, aproximadamente metade da produção brasileira. No Estado o plantio encontra-se bem adiantado. O clima dos últimos dias

contribuiu bastante para isto. No extremo Oeste já foi concluído. No Oeste (região de Chapecó/Xanxerê), onde se concentra a maior produção, cerca de 80% da área foi semeada, devendo finalizar até o dia 20 deste mês. No Planalto Norte 30 % está plantado e no meio Oeste 13%. Nestas regiões o plantio pode se estender 20 e 30 de julho, respectivamente. Mas, se o tempo continuar firme o plantio pode ser encerrado mais cedo em todo o estado. Quanto aos preços praticados no Estado, estes não estão nada animadores. Na região de Chapecó a saca de 60kg, para o produtor, está sendo cotada a R$ 26,00, somente R$ 1,00 a mais do que há um ano atrás. Considerando-se os aumentos nos custos de produção no período este aumento é insignificante. E as perspectivas não são boas em relação a aumento de preços, uma vez que a Argentina, nosso principal fornecedor (em torno de 60% do total importado), já anunciou que terá um excedente exportável de seis milhões de toneladas da safra que está sendo plantada (2012/13). No Brasil mais da metade do trigo consumido é importado e alcançam quase seis milhões de toneladas por ano comercial.

Comparativo das safras de Trigo em Santa Catarina - 2008/09 a 2012/13 Safra

Área plantada (ha)

Produção (t)

Rendimento (kg/ha)

2008/09

122.937

323.620

2.641

2009/10

117.146

275.195

2.419

2010/11

87.401

241.093

2.758

2011/12

76.279

229.130

3.004

2012/13 (1)

66.810

205.251

3.072

Fonte: IBGE/GCEA. (1) Dados preliminares sujeitos a alterações.

Márcia Janice Freitas da Cunha Varaschin - Economista - Epagri/Cepa - marciacunha@epagri.sc.gov.br

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