Revista Visão Rural

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Trigêmeos do mundo bovino N

ormalmente as pessoas já ficam surpresas quando escutam sobre o nascimento de gêmeos, mais ainda quando são, tri, quadri, quíntuplos e assim por diante. Porem, no mundo animal, algumas espécies este fato é ainda mais raro. Pois fato quase que impensável ocorreu no início de setembro, na propriedade de Edenilson da Silva Becker, localizada na comunidade de Santo Antônio, em São Ludgero. Ele e a esposa Charlene - que teve bebê, um menino, há poucos meses, tomaram um susto quando a ‘Estrelinha’ nome da vaca, entrou em trabalho de parto. O casal viu que o animal não apresentava dilatação para ter um parto considerado normal. Com a ajuda de um Médico Veterinário que aplicou medicamento para dilatação do útero, o primeiro animal nasceu. A surpresa veio logo a seguir, quan-

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do o profissional observou que ali não encontrava uma situação normal. Outro animal nasceu em seguida e deixou todos atônitos. Mas, ainda faltava mais um susto. “Quando sai de casa para ver o animal, havia nascido o terceiro. Tomei um baita susto, nem acreditei que haviam dois bezerros e uma novilha, isso me surpreendeu”, disse Charlene. Estrelinha é fruto de inseminação artificial, com cruza com a raça Pardo Suiça. Ela foi um presente ao nascimento da filha Geovana. “Desta vez, foi touro Brahma, do próprio rebanho o responsável pela surpresa”, conta o proprietário. A vaca possui perfil forte, chega a 500 kg, segundo o proprietário, porém não é uma grande produtora de leite. “Chegamos a pensar em vender ela, já que ela tem característica de animal de


corte e não de leite, mas o negócio não se concretizou. Já disseram para fizeram preço nos três, mas ainda não achamos interessante. Estamos curtindo a novidade”, acrescenta. Cada animal pesou cerca de 40 quilos, mas já ganhou peso. Curtindo, segundo o casal, mesmo com todo o trabalho, já que os pequenos mamam quatro vezes ao dia. “Temos que acordar até mesmo de madrugada para colocar os três para mamar. Dá trabalho, mas isso ajuda a esgotar o ubre para não empedrar o leite”, destaca. O Médico Veterinário, José Alves da Silva, relembra que ao longo de seus 39 anos, apenas um caso mais surpreendeu, de uma vaca que pariu quatro animais, foi vivenciado por ele. “Foi apenas uma vez, pois acima de dois se torna cada vez mais raro. Como nasceram animais de ambos os sexos, o que pode ocorrer é o chamado friimartinismo – possibilidade de troca hormonal -, o que pode torna a fêmea infértil”, explica.

Cada animal pesou cerca de 40 quilos, mas já ganhou peso

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Grupo Técnico da Pecuária na UGT8 elabora Kit´s para avaliação das pastagens

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om a iniciativa do Grupo de Técnicos da Região de Araranguá foram confeccionados Kit´s para avaliação da produção nas pastagens dos sistemas pastoris acompanhados pelos extensionistas locais, que foram distribuídos para as regiões de Criciúma e Tubarão. Cada kit, adquirido com recursos do SC Rural, contém uma fita para pesagem de bovinos, uma balança digital com gancho, um gabarito desmontável em PVC, uma faca para corte do pasto e uma sacola de tecido para transporte dos equipamentos. A utilização dos kit’s contribuirá para

termos uma maior precisão quando avaliarmos a produção forrageira, objetivando obtermos a capacidade de suporte das pastagens e a real necessidade de suplementação com volumosos e/ou concentrados nas propriedades leiteiras acompanhadas. Com a fita de medição podemos acompanhar o ganho de peso dos animais, assim como observarmos o peso para a primeira cobertura das novilhas. Kits são compostos por uma sacola de tecido e 10 fitas cada, para medição de peso dos animais. As fitas levam gravadas em seu corpo a insígnia da

UGT8. Esta é mais uma iniciativa do Grupo Técnico da Pecuária na UGT8, que vem trabalhando em conjunto e afinado, para o avanço cada vez maior da pecuária nos 45 municípios do Sul Catarinense. “Na UGT8 existe um grupo de técnicos da Epagri e de parceiros focado no desenvolvimento da pecuária de leite e corte com base em pastagens de qualidade, que tem feito um grande trabalho junto aos produtores familiares e que merece reconhecimento”, afirmou o gerente de planejamento e articulação técnica, Renato Bez Fontana.

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Epagri investe na qualidade de acervo climático

Dados registram fenômenos históricos, como a neve que cobriu a cidade de Caçador em 1965

Gráficos, como esse de temperatura da cidade de Caçador dos anos de 1970, serão digitalizados

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Epag ri /Ciram conta com um valioso acervo de dados climático de Santa Catarina, que reúne o banco de dados agrohidrometeorológicos e outros registros de observações, como gráficos e fitas. Só o banco de dados conta atualmente com mais de 146 milhões de dados referentes a variáveis como temperatura, níveis de precipitação e de rio, umidade relativa do ar, radiação e outras. Juntas, todas essas informações revelam as características do clima catarinense, o que torna esse acervo inestimável. Agora esse acervo ganha ainda mais valor, a partir da implantação do sistema de controle de qualidade de dados agrohidrometeorológicos. Desenvolvido desde 2009 por profissionais da Epagri/Ciram com verbas da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o sistema permite classificar os dados do banco como aprovados, suspeitos ou reprovados. A classificação só é possível após uma parametrização das variáveis, feita por profissionais da área de climatologia. Ao parametrizar uma variável (temperatura do ar, por exemplo) o climatologista estabelece quais as níveis máximos e mínimos que ela pode alcançar. Os dados considerados pelo banco como suspeitos ficam

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sujeitos a uma nova avaliação humana, que vai definir se ele entra no banco como aprovado ou se é reprovado. O engenheiro agrônomo e especialista em climatologia Ângelo Massignam, responsável pela parametrização dos dados, explica que a margem de erro encontrada no banco da Epagri/Ciram está dentro dos padrões considerados aceitáveis internacionalmente. Segundo ele, os erros mecânicos (de digitação, por exemplo) são isolados, mais grosseiro e fáceis de identificar, enquanto os sistemáticos são mais difíceis de localizar. Ele esclarece também que algumas variáveis, como temperatura, são mais fáceis de parametrizar. Existem outras, como chuva, que são mais difíceis de parametrizar porque ocorrem com grande variabilidade no tempo e no espaço. Eduardo Nathan Antunes, analista de sistemas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Epagri/Ciram conta que foi necessário reformular o banco de dados para permitir a classificação, bem como o armazenamento desta classificação. Foi também uma oportunidade para adequar a estrutura para estações automáticas, já que originalmente o banco foi construído para armazenar dados de

estações convencionais. O trabalho foi desenvolvido em conjunto com as analistas Fernanda Maraschin e Emanuela Salum Pereira Pinto. Próximas etapas Para as próximas etapas está prevista a parametrização dos dados restantes e a formação de uma equipe de especialistas em climatologia que fique permanentemente responsável pela análise dos dados suspeitos. Também será necessário desenvolver outros projetos para adaptar os produtos já existentes (como os alertas fitossanitários) para passarem a usar somente os dados válidos. Com o objetivo de qualificar melhor a informação atual e histórica do clima catarinense, a Epagri/Ciram pretende investir também na conservação e digitalização do acervo em papel, que reúne os dados e gráficos coletados pelas estações convencionais. Os dados recolhidos por estas estações são digitados e inseridos no banco, mas os gráficos gerados precisam ser digitalizados. “De toda forma, também precisamos manter os originais em papel”, relata a geógrafa Maria de Lourdes Mello, responsável por esse acervo que conta hoje com mais de mil caixas.


Eventos agropecuários no Estado ultrapassam R$ 12 mi no primeiro semestre

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té o fim deste ano, mais de 60 eventos agropecuários movimentarão a economia do setor no território catarinense. Com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), feiras e exposições realizadas em todas as regiões somaram no primeiro semestre mais de R$ 12,4 milhões em negócios. De acordo com o vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, os produtores rurais encontram nestes eventos excelentes oportunidades de adquirir animais de boa qualidade genética, além de conhecer as novidades tecnológicas do setor. “As vendas nesses primeiros meses de 2012 ultrapassaram os resultados de todo o ano passado, que comprova a

De acordo com o vicepresidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, os produtores rurais encontram nestes eventos excelentes oportunidades de adquirir animais de boa qualidade genética

Outras informações estão disponíveis do endereço eletrônico da Faesc ww.faesc.com.br ou pelo telefone 48 3333 0322

evolução anual dessas feiras”. O evento com maior comercialização de animais foi realizado em maio, no município de Curitibanos, quando foram vendidos 989 terneiros, chegando a R$ 927 mil, com peso médio de 209 quilos por animal. Em Lages, também no mês de maio, as vendas chegaram a R$ 787 mil em bezerros. Nas feiras e exposições, também foram comercializados bezerros e bois, novilhas, vacas, touros, terneiras e reprodutor. As exposições-feiras são promovidas pelos Sindicatos dos Produtores Rurais de cada município e têm o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC) e de outras entidades ligadas ao setor.

Para outubro estão programados os seguintes eventos: 6 – V Feira da Primavera – no Parque de Exposições Nova Vicenza, em Água Doce; 13 e 14 – Feira da Novilha, Reprodutor e Gado Geral, no Parque de Exposições Sobradinho, em Campo Belo do Sul; 13 e 14 – II Feira do Gado Geral, no Parque de Exposições Walfrido Driessen, em Santa Cecília; 16 a 21 – Expolages, no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages; 20 e 21 – Feira do Gado Geral, no Parque Municipal de Caçador, em Caçador; 20 e 21 – VI Leilão da Primavera, Parque Municipal de Exposições em Ponte Serrada; 27 – Feira do Reprodutor e do Gado geral, no Parque de Exposições Euclides Granzotto, em Anita Garibaldi; 27 – X Leilão Fazenda Rodeio, no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages.

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Receitas Carne Suína em Crosta Nossa região é grande produtora de carne suína, mas há poucos pratos que incentivam o consumo deste produto. Visto esta realidade, decidimos trazer para você, uma receita a base da carne suína, fácil e rápida de preparar.

Igredientes 100gr de farinha 50gr de margarina água sal e pimenta lombo de porco rum ou aguardente passas amêndoas laminadas bacon em fatias mostarda cebola azeite ovo

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Modo de Preparo Comece por preparar a massa para a crosta: junte a farinha com o sal, junte a margarina e se necessário junte um pouco de água morna até formar uma massa que se desprenda das paredes da taça. Forme uma bola e reserve. Tempere a carne com sal e pimenta e esfregue bem. Coloque as passas numa tacinha, com um pouco de rum e deixe descansar. Leve um tachinho ao fogo com um pouco de azeite, e aloure aí a cebola picada. Junte as passas escorridas e as amêndoas laminadas e deixe cozinhar um pouco. Recheie a carne com esta mistura, enrole como se fosse uma torta, barre com mostarda e cubra com fatias de bacon. Ate com fio de cozinha ou prenda com espetos de espetada. Leve um tacho ao fogo com azeite e aloure a carne de todos os lados. Junte o rum onde descansavam as passas, tape e deixe cozinhar até a carne estar macia. Depois de cozinhada retire a carne do tacho e coloque-a num tabuleiro que vá ao forno. Cubra com a massa estendida com o rolo, e pincele com gema de ovo. Leve ao forno a assar até a massa estar cozida e douradinha! Sirva às fatias com arroz árabe e salada verde!


especiais Alfajor de Doce de Leite: Uma receita prática e deliciosa Depois de apreciar a carne de suíno, nada melhor que uma sobremesa de dar água na boca. Muito popular na vizinha Argentina, o alfajor ganha espaço a mesa dos brasileiros. O motivo principal é a simplicidade dos ingredientes e seu resultado. Abaixo uma receita para você fazer esta delícia para sua família.

Ingredientes - 1 pacote de bolacha - 1 lata de leite de doce de leite com chocolate - 300 g de chocolate ao leite em barra picado (para banhar) Modo de fazer Com uma faca, passe um pouco de doce de leite em duas bolachas, feche como um sanduíche e reserve. Dica: você pode colocar mais uma bolacha no meio do sanduiche para ficar mais alto.

Repita esta mesma operação até que acabe o pacote de bolachas. Derreta em banho-maria o chocolate ao leite picado, sempre mexendo. Forre uma bandeja com papel-manteiga. Com o auxílio de dois garfos, banhe o alfajor no chocolate ao leite derretido e vá distribuindo na bandeja forrada com papel-manteiga. Depois, coloque na geladeira até que endureça o chocolate (cerca de 30 min). Materiais utilizados: Bandeja, tigela e papel-manteiga.

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O trabalho de parceria entre a Estação Experimental da Epagri de Lages e o Centro de Agroveterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/UDESC), registrou em setembro um resultado espetacular para a equipe. O nascimento da bezerra Brisa Serrana, da raça Flamenga, é o primeiro caso descrito em todo o mundo de clonagem de uma fêmea estéril que resulta num clone fértil. De acordo com o pesquisador da Estação Experimental de Lages, Fabiano Zago que trabalhou no projeto ao lado do professor da CAV/UDESC, Alceu Mezzalira, desde 2008 a parceria desenvolve ações com objetivo de recuperar o único rebanho puro da raça no Brasil, grande produtora de leite e de animais para abate.

Curso de Direito da Unibave é destaque no exame da OAB

Curso para Piscicultores

Evolução genética

Acontecendo

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A Epagri programa para o dia 22 de outubro, o início do curso voltado à piscicultura de água doce. Entre os assuntos abordados, a introdução à piscicultura, matérias básicas para construção de viveiros, adubação de viveiros fertilização da água, qualidade da água e cultivo de carpas, cultivo de tilápias policultivo. Os interessados também receberão informações sobre salmonicultura, aspectos econômicos da piscicultura anatomia dos peixes, morfologia dos peixes fisiologia dos peixes, prevenção de enfermidades transporte de peixes vivos, beneficiamento e conservação de pescado. Para obter maiores informações o telefone de contato é o (47) 33415244.

Segundo os números divulgados pelo Conselho Federal da OAB, o Curso de Direito do UNIBAVE atingiu 34,78% de alunos aprovados no último exame da OAB, ficando em 1º lugar na classificação estadual entre as instituições privadas e em 2º lugar na classificação geral do Estado, estando à sua frente apenas a UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Na classificação nacional o curso atingiu a 12ª posição, o que é uma grande e elogiável conquista, já que no Brasil temos 1.240 cursos de Direito. Esta vitória é o resultado de um trabalho sério e comprometido que vem sendo desenvolvido desde a instalação do curso, em 2005, sempre contando com a colaboração efetiva dos gestores, professores e especialmente dos alunos do Unibave. “Para atingir esse nível de excelência o curso conta com excelentes professores que estão em constantes cursos de aperfeiçoamento, com investimentos em salas de aula totalmente climatizadas e com muito conforto, biblioteca, espaço próprio para as práticas jurídicas, com o apoio incondicional de toda a Reitoria, com um trabalho integrado com os demais cursos e demais setores do Unibave, com a qualidade e vontade de sempre buscar mais de nossos alunos. Todos estão de parabéns”, enfatiza o coordenador do curso, Prof. Aurivam Marcos Simionatto.


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Propriedades que tiveram prejuízos com a estiagem podem renegociar dividas

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ano não tem sido fácil para os produtores que tiveram prejuízos por causa da estiagem na região sul. Mas, o cenário preocupante pode ter um grau de alívio, com a possibilidade das propriedades que registraram perdas com a seca, de renegociar as dívidas do crédito rural. A decisão tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) autoriza os produtores a parcelar em até dez vezes os débitos dos financiamentos de custeio para a safra 2011/2012. Após a assinatura do ato de renegociação, os produtores terão um ano para iniciar o pagamento das parcelas. A decisão do CMN também beneficia aqueles que aproveitaram as medidas de socorro e, em janeiro, haviam renegociado suas dividas. Com isso, este grupo poderá renegociar novamente os débitos da safra. A avicultura é um dos setores que poderá tirar proveito das medidas. Após os noticiários mostrarem, em agosto, a realidade da avicultura nacional, o Conselho Monetário Nacional aprovou ajuda especial aos criadores. Pela regra, os produtores de aves, poderão renegociar os financiamentos oficiais de custeio e investimento. A medida vale para avicultores individuais e cooperativas que não atuam em regime de parceria. Com a medida, os criadores que teriam vencimento de parcelas até 14 de fevereiro de 2013, poderão iniciar estes pagamentos a partir do dia 15 de fevereiro. A prorrogação também abrange as parcelas que

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venceram desde 1º de janeiro, mas só beneficiará o criador que estava em dia com o financiamento até 31 de dezembro do ano passado. Dentro desta realidade, os criadores que comprovarem incapacidade de efetuar o pagamento por causa de dificuldades de comercialização das aves terá o saldo devedor da operação dividido em até cinco anos. Neste caso, após a renegociação, o criador ainda terá um ano para efetuar o pagamento da primeira parcela. O Ministério da Fazenda defende os avicultores, setor que enfrenta seguido aumento nos custos de produção, o que reduziu as margens de lucro e comprometeu a capacidade de pagamento do crédito rural. Além da oferta de opções para renegociação de dívida, os produtores catarinenses também devem ficar aliviados com a divulgação de investimento para minimizar a estiagem no Estado. Medidas da Secretária de Agricultura aportam investimentos que chegam a R$ 60 milhões. O valor representa menos de 10% de um empréstimo de R$ 611 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), integrando o Pacto por SC. O Programa Caminho do Desenvolvimento pretende beneficiar mais de 50 mil famílias. Metade deste valor será destinado para ações como perfuração de poços artesianos, aquisição de cisternas e de distribuidores de adubo líquido com capacidade de seis mil


Programa Caminho do Desenvolvimento pretende beneficiar mais de 50 mil famílias

litros. A aquisição dos equipamentos será feita pela Secretaria da Agricultura que os disponibilizará para os agricultores com descontos de 30%. "A secretaria não pode dar os equipamentos para os agricultores, então vamos fornecer com preços mais acessíveis e facilitar a compra", diz o Secretário da pasta, João Rodrigues. A previsão é investir R$ 30 milhões na compra de quatro mil reservatórios de água, com capacidade de 20 mil litros cada. O Governo estadual também pretende perfurar 200 poços artesianos no Oeste catarinense investir R$ 22 milhões na aquisição de 4.780 equipamentos de irrigação, que contemplam dois hectares cada. O levantamento dos locais considerados prioridade nas

ações, serão realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) juntamente com as Secretarias Municipais de Agricultura. De acordo com Rodrigues, os investimentos serão direcionados. "Vamos beneficiar os municípios mais castigados e as comunidades que registraram constantemente problema com falta de água. Com esse investimento o Estado acredita que resolverá, na propriedade rural, mais de 50% do problema de estiagem do produtor rural", avalia o secretário. Os R$ 8 milhões restantes serão destinados à concessão de subvenções ou subsídios aos agricultores que investirem em sistemas de captação, armazenagem e uso racional de água na agricultura.

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Rússia faz embargo à exportação de carnes e investe na pecuária interna

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o mês em que o Brasil volta a registrar aumento nas exportações de carne ‘in natura’, a Rússia, principal importador do produto, informa que deve efetuar diversos investimentos no setor nos próximos seis anos. O Avisite, que divulga notícias sobre o setor, informa que o país norte-europeu deve investir, entre 2013 e 2018, mais de R$ 520 milhões para desenvolver a cadeia pecuária e estruturar seu parque frigorífico. Nem por isso, o Brasil deixa de estar de olho nas possibilidades de negócio. O Governo e a iniciativa privada tentam incentivar os fabricantes do ramo de refrigeradores a embarcar suas máquinas e até se instalar na antiga União Soviética. O potencial mercado e as estratégias fazem parte de um projeto da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). "As empresas brasileiras desconhecem esse potencial", observa a gestora de uma associação que participa do programa, Leila Vasconcelos, em entrevista ao site avisite. Apesar da Associação Brasileira de Refrigeração (Abrava) registrar não haver exportações de produtos do segmento à Rússia, a gestora informa que o Brasil embarca equipamentos de frigoríficos a outros países da Europa. "Esta é uma demanda grande da Rússia. Se falamos em BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), esse é um mercado que o Brasil tem que trabalhar", observa a especialista. 14

Em maio do ano passado, o serviço sanitário da Rússia (Rosselkhoznadzor) embargou a exportação de frigoríficos de carnes suína e bovina em Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Mesmo com as restrições, Moscou ainda é o principal mercado externo de produtos bovinos do Brasil. Entre janeiro e abril, os embarques àquele país totalizaram 89,2 mil toneladas, retração de 10,4% sobre o mesmo período do ano passado. Na mesma comparação, os embarques para os russos renderam US$ 394,7 milhões, queda de 10,98%. De acordo com fontes ligadas ao mercado de carne, no ano do embargo, contudo, houve uma explosão nos investimentos russos na pecuária de corte. Os principais investimentos foram anotados pela multinacional Haarslev que desenvolve plantas industriais destinadas à reciclagem animal - isto é, transformação dos restos da pecuária em óleos e farinhas -. “A Rússia passa por um boom. As vendas de equipamentos no país já representam 30% do faturamento mundial da empresa", diz o diretor-comercial da Haarslev no Brasil, Orlando Guelfi. A Haarslev deve encerrar este ano com dez projetos encomendados por investidores russos. No Brasil, a média de vendas é de cinco plantas por ano, avaliadas em torno de R$ 7 milhões e podendo chegar a R$ 24 milhões. "Fora do Brasil, exigências ambientais dobram o valor", observa Guelfi.


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AgroPonte recebe mais de 18 mil visitantes e

gera bons resultados para os expositores

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segunda edição da Feira AgroPonte encerrou com as expectativas superadas pelos expositores, visitantes e a organização do evento realizado em Criciúma. De 29 de agosto a 1º de setembro, mais de 18 mil pessoas circularam pelo Pavilhão José Ijair Conti para conferir as novidades apresentadas por 88 empresas e entidades expositoras, na feira que ressalta o Agronegócio e Agricultura Familiar. “Com a ampliação do horário de visitas, o público urbano pode conferir todas as maravilhas produzidas pelas famílias rurais e os expositores realizaram bons negócios. Devido ao sucesso, uma nova edição da AgroPonte já está agendada para primeira quinzena de agosto”, revela o diretor da Nossacasa Feiras e Eventos, Willi Backes. As 20 cooperativas de alimentos e Mais de 80 empresas e oito associações de piscicultura, que entidades expositoras envolvem mais de mil propriedades participaram da segunda rurais, saborearam o público com edição do evento voltado pães, bolos, biscoitos, salgados, hortaliças, vinhos e outras iguarias para o Agronegócio e produzidas sem agrotóxico. Empresas Agricultura Familiar de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina trouxeram máquinas, caminhões, tratores, frigoríficos, equipamentos e ferramentas para avicultura, piscicultura e agricultura. “Um evento deste porte só é possível realizar graças à presença de grandes parceiros, incluindo a cobertura da mídia por meio digital, rádio, televisão e jornal, que mostraram para sociedade a importância que o setor agrícola 16

tem na região e no Estado”, comenta Backes. O carpinteiro, Jair Amboni, é apaixonado pelas atividades do campo e veio de Nova Veneza conferir as novidades da AgroPonte. “Já trabalhei muito na agricultura, mas precisei sair em função das dificuldades na época. Hoje vejo como o setor evoluiu com muitos maquinários e tecnologias que facilitam as atividades no campo. É bom ver uma feira que valoriza este setor. Espero um dia voltar a trabalhar nesta área”, conta o profissional. A empresa paulista CASP trouxe para o evento o ninho automático, que reduz a mão de obra no campo na hora do recolhimento dos ovos. Mais de 330 mil reais foram comercializados em equipamentos. “Os ovos são retirados do contato da ave instantaneamente por uma esteira que leva ao produtor, o que ameniza o risco de contaminação”, explica o representante Juvenal Silveira. A presidente da Coopersombrio, Maria Miguel, comemora a venda de 500 mudas de verduras, 100 dúzias de ovos e 50kg de feijão. “A AgroPonte abre as portas para mostrar que a gente existe e possibilita uma comercialização maior dos nossos produtos”, disse. O apicultor, Jovets Peres da Silva, comercializou mais de 150kg de mel nos quatro dias de evento em conjunto com a esposa. “Foi a primeira vez que participamos da AgroPonte e aprovamos esta iniciativa. Conseguimos mostrar para o público os benefícios do mel e a diversidade de cada um. O mais procurado foi o mel da bracatinga, pelos benefícios que traz na saúde”, conta.


Seminários da Fecam, Epagri, Avicultura e MPA orientaram agricultores na AgroPonte Os quatro dias de AgroPonte contaram com seminários coordenados pela Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), Epagri, Avicultura, Ministério da Pesca e Aquicultura que trouxe temas relevantes para os produtores rurais. Os interesses da avicultura foram debatidos pelo técnico e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sebastião Aparecido Borges. O gerente técnico da Plasson, Eng. Andrey Gava Citadin, apresentou as “Novas tecnologias em aviários para frangos e matrizes”. O diretor da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola comentou “A avicultura catarinense hoje e as

perspectivas futuras”. A Fecam trouxe técnicos para explanar sobre o sistema de indicadores de desenvolvimento municipal sustentável, nota fiscal do produtor rural e as compras governamentais da agricultura familiar. A Epagri levantou a discussão sobre produtos locais e mercado, além de falar da importância do associativismo e comercialização em rede. No encerramento, o superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura em Santa Catarina, Horst Doering, junto com o presidente da Fecam, Douglas Guinga Warmling, e o gerente da Secretaria do Estado da Agricultura e Pesca,

José Sebastião Marcatti, finalizam os debates com o seminário “Perspectivas da Piscicultura e da Pesca na Região Sul de Santa Catarina”. A AgroPonte possui um perfil técnico e de negócios, com objetivo de buscar soluções para o bem comum aliado ao desenvolvimento do agronegócio e agricultura familiar. A realização do evento contou com o apoio de empresas e entidades, a exemplo da Fecam, Cidasc, Epagri, Plasson do Brasil, Banco do Brasil, Seara-Marfrig, Agrovêneto, Tramonto, Emtursul, Amrec, Acic, Prefeitura de Criciúma, Unibave e Governo do Estado de Santa Catarina.

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ICMS na venda de bovinos:

Governo atende pedido da Faesc

O presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo realça que a medida era necessária porque evita transtornos na fiscalização, como vinha ocorrendo, controle da idade dos animais em cada nota do produtor rural

DÉFICIT Grande produtor mundial de aves e suínos, Santa Catarina apresenta déficit no segmento de carne bovina: produz 109 mil toneladas por ano e importa 73 mil toneladas para um consumo anual total de 181 mil toneladas. O consumo per capita é de 30,3 kg/habitante/ano.

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Governo do Estado atendeu pedido da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) para eliminar a incidência de imposto estadual (ICMS 12%) sobre a comercialização de bovinos e bufalinos com mais de 24 meses. A Secretaria da Fazenda publicou o decreto 1135/12, de 22 de agosto deste ano, alterando o artigo 4o, item III-b, do anexo 3 do Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (RICMS). Com essa alteração é retirada a condição de idade mínima de 24 meses do gado bovino e bufalino para usufruir do diferimento na saída do estabelecimento agropecuário quando destinados à comercialização, industrialização ou atividade agropecuária. O governo concedeu o regime de diferimento (adiamento) do ICMS incidente na operação por dois motivos: a simplificação da tributação incidente e o fato do controle sanitário realizado por meio de brincos de identificação já atender às necessidades do fisco catarinense. O presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo realça que a medida era necessária porque evita transtornos na fiscalização, como vinha ocorrendo, controle da idade dos animais em cada nota do produtor rural e, principalmente, porque impedirá a bitributação. A fiscalização e a tributação indevida estavam ocorrendo nas principais regiões produtoras de bois e búfalos, como São Joaquim, Lages, Santa Cecília etc. A Faesc formalizou pedido no mês de agosto ao governador João Raimundo Colombo, aos secretários João Rodrigues (Agricultura e Pesca) e Nelson Serpa (Fazenda) o diferimento do ICMS de toda a comercialização de bovinos e bufalinos feito entre produtores rurais. A legislação catarinense já tratava de situações semelhantes. A norma fiscal em vigor já estabelecia que nas operações abrangidas por diferimento fica atribuído ao destinatário da mercadoria a responsabilidade pelo recolhimento do imposto na condição de substituto tributário. Assim, o imposto fica diferido para a etapa seguinte de circulação na saída de estabelecimento agropecuário, quando destinadas à comercialização, industrialização ou atividade agropecuária. Estão inclusas nessa situação os produtos agropecuários em estado natural e o gado bovino ou bufalino com destino a estabelecimento abatedor com idade igual ou inferior a 24 meses, vacas de leite, vacas magras e vacas com cria ao pé, com destino a outro estabelecimento pecuarista ou a outro estabelecimento do mesmo titular. Também encontram-se nesse enquadramento o gado ovino com destino a estabelecimento abatedor ou em operação entre produtores ou, ainda, gado equino em operações entre produtores. O vice-presidente Nelton Rogério de Souza explica que a Faesc obteve agora, em síntese, é a ampliação do diferimento para todas as categorias e para toda a comercialização de bovinos e bufalinos, o que, na prática, significa apenas diferir também as categorias de machos e novilhas com idade acima de 24 meses na comercialização entre produtores.


Trimestre inicia seco, mas chuvas devem predominar

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inicio de setembro registrou mais seca do que o normal no estado. Mas, de acordo com indicativos do Centro de Informações e Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), isso deve mudar a partir da segunda quinzena. Até o fechamento do mês a quantidade de chuva deve retornar a média para o período, em boa parte do estado. A maior apreensão deve ficar entorno do volume de chuva em pouco espaço de tempo. Isso porque setembro e outubro marcam a transição das duas estações mais extremas inverno/verão, quando ocorrem as chuvas de primavera com volumes mensais elevados. Próximos às estações mais quentes do ano, a temperatura sobe e a quantidade de chuva, consequentemente sofre relativo aumento. As previsões para outubro e novembro

iniciam otimistas, com chuva acima da média climatológica, bem distribuídas no tempo e no espaço. Porém é neste mesmo período do ano que ocorrem episódios de chuva intensa, em curto espaço de tempo, o que resulta em volumes superiores a média climática mensal. A ocorrência deste volume acima do suportado pela região pode colocar em estado de atenção. De acordo com o Ciram, parte dos municípios catarinenses registram precipitação do trimestre em outubro, com acúmulos que variam entre 210 a 280 milímetros (mm) no Oeste e Meio-Oeste. Do planalto ao litoral, os números devem ficar entre 140 a 180mm. A previsão para novembro é menor volume de chuva, com valores de 130 a 180mm em média, no Estado. As frentes frias que invadem o estado influenciam os sistemas de baixa

pressão e formam as chamadas chuvas precipitadas. Os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) provocam chuvas mais intensas no Oeste e Meio Oeste. A primavera é historicamente conhecida pelo aumento dos temporais com ventania e granizo no Estado. No mar, os ciclones extratropicais provocam ventos fortes e deixam o mar agitado e com ressaca. Como consequência colocam em colocam em perigo às embarcações. Depois de o inverno castigar os habitantes das regiões mais frias, a expectativa para o final do inverno é de temperatura mais amenas e acima da média climatológica. Mas, imaginar que o sol predominará, pode se tornar apenas um desejo. Segundo indicativos, a primavera será lembrada pelo tempo bastante nublado e chuvoso, porém, com temperatura mínima acima da média climatológica, e máxima abaixo da média.

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DIVERSIDADE proporciona produção

de vinho e muito prazer

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iversificar a produção pode dar muito trabalho, melhorar a renda, mas também muito prazer. Isso geralmente ocorre quando a pessoa gosta do que faz. Um bom exemplo ocorre com a família de Edenilson e Jucélia Baschiroto. Há 17 anos o casal decidiu trabalhar melhor os espaços da propriedade. Foi à busca por esta diversidade, unida ao sangue italiano da família que motivaram a produzir seu vinho artesanal. Em visita a propriedade, o casal contou seu histórico produtivo. No inicio o trabalho era voltado ao reflorestamento e plantio de fumo, mas a dificuldade em garantir a

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renda fez com que mudassem a visão. Aos poucos a fruticultura foi implantada na propriedade e hoje consome boa parte do terreno e do tempo do casal. Além do reflorestamento e de trabalhar com a piscicultura, a atividade mais representativa é a produção de hortifrutigranjeiros, com destaque para as frutas - maracujá, ameixa, laranja, uva, entre outras – colhidas nas terras da familia. Como a produção é constante, já que cada fruta possui uma época para colheita, o casal consegue equilibrar a renda, em especial, dedicar parte do tempo a atividades que mais gosta a produção de vinho. Ela surgiu por acaso. O casal não queria desprezar a produção excedente e decidiu buscar alternativas para aproveitar o que não era vendido ou consumido. Após avaliar as opções Edenilson procurou a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), unidade de Urussanga, onde são desenvolvidas várias atividades de pesquisa direcionadas a produção de vinho. Lauro Muller, Pedras Grandes, Orleans, Treze de Maio, Jacinto Machado, Turvo, são alguns dos municípios onde a produção artesanal recebe assistência da empresa estatal. O conhecimento e as orientações dos enólogos da Epagri foram fundamental para os investimentos destinados ao vinho artesanal. Logo na primeira produção, o sabor do vinho agradou o casal que decidiu desenvolver a atividade paralela à produção principal. Atualmente, com os parreirais de uva tipo bordô, são produzidos cinco mil litros de vinho na propriedade. A forma de produção, apesar de artesanal segue minuciosas regras de higiene, armazenamento e clima. A explicação do casal ocorreu no ambiente onde é armazenado e engarrafado o produto. Com temperatura amena e cercado de pipas para armazenagem do líquido, Edenilson afirma que o vinho é uma atividade extra que trás muita satisfação. Ele explica que implantar a fruticultura na propriedade demorou anos, mas que hoje consegue bons resultados. O vinho nesta perspectiva é o fruto da comemoração da boa safra. “Há cerca de 10 anos decidimos produzir vinho. Consumimos em família ou com amigos que vem até nossa propriedade”, enfatiza. Mesmo não sendo enólogos ou profundos conhecedores de vinho, degustamos alguns amostra

de rose, tinto suave e seco. O sabor agrada, mas o próprio casal identifica que para chegar ao bom produto, é necessário efetuar mudanças. “Produzimos sob orientação da Epagri. Quando temos alguma dificuldade recorremos a eles. Em nossa produção, usando apenas um estabilizante para conservação. Além disso, a cada safra, são realizados testes para avaliar a qualidade do produto”, observa. Com o passar dos anos, a forma de produzir tem garantido melhor qualidade ao produto. O apoio do Agrônomo da Epagri Luiz Carlos Lunardi é fundamental nesta etapa. “Cuidamos de vários municípios, mas por gostar de vinho, decidi contribuir com ele. Propus algumas aplicações e racionalizar o uso de agrotóxico nas parreiras, pois influenciava no sabor. Verificamos com esta ação que, nos últimos três anos, a uva e consequentemente o vinho melhorou de qualidade”, explica Lunardi. Edenilson diz que gostaria de ter a atividade como algo profissional, mas que é muito difícil e burocrát ico registrar o vinho Edenilson diz que gostaria de ter a para o atividade como algo profissional, mas que é comérmuito difícil e burocrático registrar o vinho cio, por para o comércio, por isso continua com a isso continua produção de forma artesanal com a produção de forma artesanal. “O trabalho é prazeroso, ver os pés de fruta carregados é uma satisfação. No caso do vinho, apesar de ter 2,4 mil propriedades em sua composição e apenas uma alcoólica, é complicado e caro o registro. Precisa de muito investimento e com a atual produção não vale a pena. Precisávamos ter mais incentivo para tornar esta atividade lucrativa”, argumenta. Visto esta necessidade a Câmara dos Deputados estuda uma forma de facilitar a produção de vinho artesanal. A proposta, ainda não concluída, enquadraria o produtor no setor de agricultura familiar. Com faturamento bruto de até R$ 195 mil, ele estaria isento de impostos como o ICMS. A família diz que apesar das barreiras, continuará com a produção. “Ainda temos muito caminho a percorrer, ainda assim é muito bom o envolvimento com a fruticultura e com o vinho, um lazer especial para nós”, complementa. 21


O suinocultor Vilibaldo Michels, dá o exemplo de como a aproximação com o filho, Nanderson deu resultado e pode servir para incentivar outras famílias

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xodo rural é o termo presente em vários livros e páginas de internet, utilizado para se falar em abandono do campo, ou da área rural. Sucessão é a substituição ou transferência de poder ou capital a outra pessoa. No Brasil, os dois temas andam ligados há mais de dois séculos. A cultura do país, voltada à produção industrial, aos grandes empreendimentos e ao chamado desenvolvimento tem tornado desinteressante trabalhar na lavoura e, por vários motivos. O primeiro, em função do próprio desenvolvimento industrial que oferta empregos e horários pré-determinados e consequentemente o crescimento das áreas urbanas. Isso tem elevado as oportunidades aos jovens. No campo a falta de incentivo da produção agropecuária ainda tem le-

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vado muitos deles a largar a enxada e se aventurar nas cidades em busca de uma vida menos difícil. O segundo problema tem a ver com a forma de regime. Apesar de no Brasil a agricultura familiar responde pela produção de 70% dos alimentos consumido no país e também por volumosos excedentes para a exportação, em virtude do regime patriarcal - no qual a propriedade não é vista como uma empresa e o pai literalmente dá ordens -, muitos jovens criativos se sente excluídos do processo dentro da propriedade da família e opta em sair dela. No primeiro, a visão sobre a representatividade e importância da área rural tem mudado. Nas últimas duas décadas, os governantes têm revisto seu olhar para uma nova definição sobre


O que pais e filhos devem fazer para dar continuidade à produção agropecuária

homem do campo. Com o aumento no número de habitantes, a necessidade de produzir alimentos também cresceu, mas como fazer com que a agricultura e a pecuária supram esta demanda, se o próprio Governo incentiva o contrário. Esta reflexão ajuda a perceber a mudança que houve nos últimos anos, grande parte delas em função de programas governamentais para incentivar a produção agropecuária. No segundo contexto, apesar da melhor relação entre pais e filhos, ainda é algo que precisa ser trabalhado, já que o êxodo ainda é algo preocupante. Algumas pesquisas mostram que mais de 40% das famílias rurais não sabem com quem ficará ou se produzirão algo, após entregar a propriedade à próxima geração. Porém, ainda há certa esperança

para a produção agrícola. Muito em função das oportunidades geradas nestes últimos anos, principalmente após a constante queda na renda e os desafios de produzir frente aos fenômenos naturais. Eles tem colocado em risco a lavoura e a renda, acrescidos ainda em função da absorção de linhas de créditos, ou financiamentos rurais. Mas, nem todas as notícias são negativa e preocupantes. No Censo 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou que as pessoas deixam a área rural, mas em ritmo mais lento. O Fluxo de pessoas que deixam o campo caiu pela metade em 10 anos. As novas gerações atentas às mudanças e com rapidez da informação tem um olhar diferente para

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Nanderson, desde pequeno, pensa em continuar nos passos do pai

a propriedade. Com estas capacidades aguçadas, eles estudam formas de melhorar a renda familiar e permanecer na área rural. A sucessão é o caminho natural, mas ela não deve ser algo tão simples. Apesar da criatividade e da vontade do jovem é ainda importante o envolvimento dos pais na tomada de decisão. Conhecedores dos processos e com grande vivência, principalmente ao enfrentar dificuldades, os mais antigos são também mais arredios à mudança. Mas, como fazer com que haja interação, confiança entre as gerações. O suinocultor Vilibaldo Michels, dá o exemplo de como a aproximação com o filho, Nanderson deu resultado e pode servir para incentivar outras famílias. A propriedade, localizada em Grão-Pará, já esta nas mãos da quarta geração e desde a infância Vilibaldo incentivava o filho a participar do dia a dia da produção. A atitude do pai fez o filho tomar gosto pela atividade e hoje eles dividem a administração. Nanderson, 22 anos, conta que o relacionamento com o pai é próximo o que facilita uma conversa franca, a troca de informações e a tomada de decisão. Estas características ajudaram a sua carreira. Desde pequeno ele pensa em continuar nos passos do pai. Sempre voltado aos estudos, há dois anos ele concluiu o ensino superior em administração, o que facilitou o entendimento e a aplicação dos conhecimentos. “Não é o curso mais apropriado para nossa atividade, mas é possível aplicar na propriedade e obter ganhos. Consigo ter uma boa 24

renda com isso. O que ajudou para isso é a união entre o que aprendi na faculdade e a experiência do cotidiano de meu pai”, avalia. Casado com Monique, ele explica que atualmente é assalariado na propriedade da família e divide as tarefas na produção de suínos. “Meu pai possui outras atividades e me deixa encarregado da administração, mas acompanha todos os passos e ajuda na tomada de decisões. O falecimento de minha mãe nos deixou arrasados, mas é algo que foge de nossa capacidade. Porém, estes fatos também me tornaram mais responsável na gestão da propriedade e fortaleceu nosso relacionamento”, observa. O jovem acredita que o êxodo rural aconteça, em grande parte, porque os pais não deixam, muito menos incentivam os filhos a administrar suas propriedades. “Os jovens estão cheios de energia e ideias, mas quando não podem utilizar no seu espaço acabam frustrados e optam por deixar a propriedade em busca de oportunidade. Jamais penso em sair da propriedade e propus ao meu pai unir outra atividade ao que já fizemos. Agora estudamos juntos as opções”, complementa. Ele acrescenta que mesmo vivendo em uma área rural, não deixa de ter uma vida social. “Dependemos dela, mas não vivemos somente para a propriedade. Nos encontramos com amigos, nos divertimos em eventos sociais como qualquer casal, qualquer família”, finaliza.


Instituição ajuda a orientar jovens para permanecer no campo Ao que vimos atualmente, a própria sociedade passou a se preocupar mais com a questão do êxodo rural, o que remete também a continuidade das famílias no campo. Não é de hoje também que os jovens contam com apoio para discutir, identificar seus potenciais e encarar com mais afinco a lida na propriedade rural. Um destes pontos de mobilização e envolvimento público/privado é o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor). Criada em 2001, como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o Centro possui o interesse de orientar por ideais e práticas, voltadas ao desenvolvimento humano e à sustentabilidade ambiental, econômica, social, cultural e política. Até os dias atuais, mais de 1,2 mil jovens foram beneficiados pela estrutura, presente nos três estados do sul do país. Um destes Centros esta localizado em Lauro Muller, para onde seguem os jovens da região que compreende a encosta da serra geral, com interesse em desenvolver habilidades voltadas ao campo, sob um olhar mais evoluído. As ações são desenvolvidas em Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Grão Pará, Braço do Norte, Gravatal, São Ludgero, Orleans, Lauro Müller, Urussanga e Siderópolis. Desde sua fundação, 97 jovens já passaram pela organização. “Trabalhamos na formação de jovens rurais com vistas à construção de novos empreendimentos em seus territórios, por eles próprios e dentro de redes de relações que venham a participar ou tecer”, observa o Coordenador do Cedejor das Encostas da Serra Geral, Luciano Philippi. Com o apoio da organização, os jovens desenvolvem iniciativas que promovam sua participação na sociedade, o empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável de territórios rurais. Durante o período que permanecem na instituição, os jovens recebem orientação sobre alguns valores primordiais - determinação, educação, vida, respeito, família,

jovem como sujeito e agente de transformação, ética, cidadania, solidariedade, relação com a comunidade, cooperação, transparência e justiça -. Os Centros possuem como objetivos promover o desenvolvimento das habilidades humanas, técnicas e gerenciais, capazes de desenvolver nos jovens o

Luciano Philippi Coordenador do Cedejor das Encostas da Serra Geral

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espírito empreendedor. “Promovemos o desenvolvimento sustentável de territórios rurais, por meio da integração de atores sociais, para resgatar e valorizar os ativos culturais e sociais dos territórios onde seus núcleos estão inseridos. Nosso interesse é despertarmos a consciência crítica do jovem e de outros habitantes dos territórios, de forma a possibilitar ações coletivas para o desenvolvimento sustentável”, acrescenta. No Cedejor o jovem permanece em período integral e é estimulado a ações de mobilização e envolvimento de atores locais e jovens do território, com a proposta de melhoria da qualidade de vida e ampliação da atratividade dos espaços rurais, para evitar ou minimizar a evasão de jovens talentosos de seu meio. “A estratégia é na formação é o emprego da metodologia da Pedagogia da Alternância (PA) onde ele é estimulado a buscar oportunidades para viver no meio rural, formando Agentes de Desenvolvimento Rural (Adr). Este agente induz aos processos de mudança por meio da construção

coletiva ou individual de novas concepções sobre os processos de desenvolvimento solidário e sustentável e suas práticas, ou da atualização de antigas, da indução a comportamentos inovadores para a ação coletiva e do trabalho de articulação política das oportunidades para a inovação e dos atores capazes de potencializá-las localmente”, explica. Os Adr possuem a habilidade de elaborar diagnósticos da realidade socioeconômica que cerca o jovem e objetivar estes diagnósticos em projetos de intervenção. Com o diagnóstico ele projeta sistemas de produção de informações e conhecimentos sobre as possíveis soluções aos problemas identificados no diagnóstico. A partir deste ponto ele inicia o trabalho de aplicação das propostas de soluções encontradas aos jovens e induz a aprendizagem, onde preserva a realidade de cada local e as possibilidades de mudança. “Assim desenvolvemos ou ampliamos o potencial dos jovens para ações que promovam o desenvolvimento rural”, completa.

Beneficiário vê novas oportunidades ao permanecer no campo Não são raros os bons exemplos saídos da instituição e encontramos um bons exemplos de jovem atendidos pelo Cedejor na propriedade de Ivo e Albertina Philippi. Com três herdeiros, o filho mais velho Miguel, 22 anos, retornou a residência dos pais, localizada em Braço do Norte, depois de passar pela organização e diz ter evoluído bastante. Miguel afirma que não pensava em sair da propriedade que possui 34 hectares, mas identificou as possibilidades para o futuro, visto que a produção é diversificada. A família planta batata, cana, aipim e outros hortifutrigranjeiros, mas a atividade que garante a renda é a fumicultura. Porém, o aumento no número de lacticínios e os bons resultados da atividade, garantem ao gado de leite um espaço crescente e ajuda a garantir

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melhor renda. Aliado a isso, os conhecimentos do filho, dentro do Cedejor, foram voltados ao Pastoreio Racional Voisin, também chamado de piqueteamento, pois divide a terra em áreas de pastagem, para permitir o crescimento da vegetação e o desenvolvimento dos nutrientes para o gado. “Esta atividade vai evoluir ainda mais e na propriedade, com o uso correto das áreas, podemos ter maior renda com ela”, observa o jovem. Segundo o patriarca a produção já foi ainda mais diversificada, mas a família analisou e viu que algumas delas eram inviáveis. “Dava muito trabalho, então resolvemos excluir”, diz Ivo. Miguel que aplica seus conhecimentos na propriedade e ajuda os pais na tomada de decisão,


afirma que o trabalho no campo, apesar de difícil, ainda garante boa renda. “Já tinha decidido por ficar e acabei sendo ainda mais motivado pelo Cedejor. A vida no campo ainda é muito melhor que deixar nossas terras a procura de um emprego em uma empresa na cidade”, garante. Ivo diz que decidi as tarefas diárias com os filhos e com isso consegue a motivação deles. “A gente não obriga eles a sair, prefere que fiquem, mas eles são livres para decidir. Estudamos juntos as forma de conseguir sobreviver em nossas terras e acredito que estamos conseguindo”, salienta. O filho Djalma de 16 anos, segue com a mesma ideia de ficar na propriedade. “Já tive oferta para trabalhar assalariado em um dos frigoríficos da região, o que mal da para o sustento. Acredito que

aqui terei mais garantias de futuro”, opina. Pai e filhos acreditam que para que a área rural seja um bom atrativo para permanência das famílias e a garantia de sucessão, será necessário mais apoio dos governantes. “A programas que incentivam a produção, mas ainda é necessário proteger mais a agricultura”, observam. Outro fator que contribui para esta longevidade expõe Miguel, é o dialogo. “Não adianta o pia querer tomar frente e mandar, o mesmo acontece se o filho tomar decisões sem o aval do pai. Conversar, expor ideias é importante no convívio em família. Em nosso caso isso tem dado bons resultados e já vemos futuro na agricultura, até para aqueles que querem retornar”, finaliza Miguel.

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Atropelar etapas pode comprometer produção

C

omo falamos nesta edição em sucessão no campo e o envolvimento dos jovens na propriedade, decidimos também chamar a atenção para outro ponto deste tema. Afoitos em gastar suas energias, seja no uso da força ou da criatividade, eles assumem responsabilidades e muitas vezes deixam de efetuar algumas analises de custo que podem comprometer a produção. O gancho para este assunto é o conteúdo divulgado pelo Médico Veterinário goiano, Luís Einar Suñe da Silva. O tema parece distante da realidade catarinense, mas, visto a oportunidade para os jovens em permanecer no campo e a crescente produção de leite – atualmente próximo de 600 mil litro/dia - que mesmo assim, não consegue atender a demanda local, o conteúdo faz o alerta. A propriedade rural deve funcionar como uma empresa. Para isso, todas os custos devem ser colocados na ponta do lápis e comparados ao rendimento da propriedade. Como exemplo usamos o valor médio de R$ 0,66 o litro de leite e tomamos uma propriedade que produz 150 litros diariamente. Com a produção mensal, a renda da família chega próximo aos R$ 3 mil. Parece um bom valor quando entra no caixa, mas ele pode ser pouco, pois depende como é programado os pagamentos dos custos. A maioria apenas reduz do valor total os insumos para o gado e os financiamentos de equipamentos a serem pagos, sem analisar todos os gastos. Um cálculo aproximado demonstra que 60% deste rendimento é destinado a cobrir todos os demais custos e neles entram energia elétrica, sanidade, combustível, manutenções, depreciações, funcionários e pró-labore do produtor. Este percentual

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representa mais de R$ 1,8 mil. O que sobra para o produtor são aproximadamente R$ 1,2 mil de renda líquida, quase dois salários. Analisado o valor com o tempo destinado a desenvolver a atividade, o rendimento esta longe de ser satisfatório. Por este motivo é importante aplicar as informações em uma planilha produtiva. Saber onde se quer chegar é o mais importante. Com estas informações é possível identificar pontos fortes e fracos da produção. Apesar de controversos as formas de cálculo, algumas são relativamente fáceis de aplicar. Em busca online, um modelo apresentado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) reúne as principais informações que devem constar na planilha de custo. Adiantamos que o preço do leite, custos variáveis por litro – inclusos todos os custos -, custos fixos, lucro, renda bruta e liquida total e por animal, entre outros, são fundamentais. Se há dificuldade em identificar estes cálculos, inicie pelo básico, renda x custo, após tente ser mais específico quanto ao rendimento e os custos da propriedade, mão de obra entre outros. O mais importante é saber que estes cálculos servirão para certos objetivos. A primeira é comparar custos, seja com meses anteriores, ou com outras propriedades. A segunda, comparar os valores recebidos na comercialização do leite. A terceira, corrigir falhas na produção, para tornar a propriedade mais sustentável. Vale destacar que com acompanhar receita e despesas de perto, abre prerrogativa para investir, por exemplo, no aumento do plantel, o que melhorará a relação custo/beneficio.


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Produtos lácteos levam

o nome da região

para grandes centros N

o convívio nas áreas interioranas e próximo à agropecuária, pouco analisamos sobre sua importância no dia a dia. Principalmente porque com uma ida rápida a uma verdureira ou mercado colocamos em nossas mesas produtos há pouco retirados da horta. Mas uma rápida conversa com alguns empresários pode mudar este contexto e perceber que o que é produzido nestes locais ajuda a mudar a realidade de muita gente. É o que ocorre com os lacticínios que mesmo implantados em locais pequenos, como por exemplo, Rio Fortuna estão presentes nos grandes mercados nacionais, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde habitam mais de 17 milhões de pessoas. Os lacticínios são bons exemplos em função do crescimento do consumo dos derivados de leite. Para se ter ideia, o consumo de queijo chega a ser três vezes maior entre os adultos e idosos do que entre os adolescentes. Além de o maior poder aquisitivo da população, se comparado com a pirâmide etária brasileira que esta mais equivalente na maioria das faixas de idade, podemos encontrar mais um dado que justifica o maior consumo do produto. A produção de queijo, em laticínios com inspeção nacional cresce em média 5% a cada ano e deve fechar 2012, próximo a 800 mil toneladas

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do produto, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq). Para expressar a importância da produção em um contexto mais amplo, visitamos em Rio Fortuna, os laticínios Fortuna e Da Rolt, com inspeção federal, têm grande parte da produção comercializa para outros estados. Há cerca de 10 anos o Laticínios Fortuna iniciou suas vendas para a maior região consumidora do país. As vendas aconteceram naturalmente explica o sócio proprietário Arlindo Paschoal Schwengber Alves de Oliveira. “O Rio Grande do Sul foi o primeiro mercado que atuamos fora de Santa Catarina e estes consumidores fizeram nossa propaganda. Não demorou para aparecerem clientes de São Paulo, onde vimos uma excelente oportunidade”, explica. Atualmente o estado paulista é o principal centro consumidor dos produtos da empresa, para onde são embarcadas semanalmente 60 toneladas de queijo. “São Paulo absorve uma grande quantidade de produtos que vem de todo o país. Muitos estados não conseguem atender o que é absorvido por ele que ainda importam de outros países para suprir a demanda”, acrescenta o empresário. Arlindo vê ainda um grande potencial naquela região, mas afirma que a produção de leite local


não possibilita ta o crescimento. “O leite ainda é principal entrave, e, pois se aumentássemos a produção, certamente teríamos eríamos clientes para absorver”, opina. A mesma situação it ã é registrada i t d pelo l sócio-proó i prietário do Laticínio Da Rolt, Erickson Wiggers que tem no sudeste -, onde está também Minas Gerais, uma referencia na fabricação de produtos lácteos - seu principal comércio. Para lá são embarcadas 150 toneladas por mês, o correspondente a 75% da produção da empresa. Mesmo com a grande concorrência, inclusive com produtos importados, o lacticínio atingiu uma fatia deste mercado que também é vista com possibilidade de crescimento, mas possui o mesmo entrave. Por outro lado, a oportunidade de exportar mais para a região sudeste possui como pontos principais, a logística e consequentemente o bom preço. “Em primeiro lugar a qualidade de nossos produtos é referência. Em segundo é que geralmente a indústria efetua a entrega em determinado ponto, encarregado da venda do mês. Esta é uma vantagem de possuir frota própria para transporte do produto. Ela é vista pelo cliente como comprometimento com o mercado e proporciona a ele menos estoques, consequentemente, menos dinheiro parado. Uma vez que conquistamos o cliente é difícil ele

deixar de comprar, pois sabe avaliar os benefícios”, argumenta o empresário. A contrapartida da exportação para outras regiões d do país da empresa em õ í é ttambém bé uma visão i ã d melhorar a qualidade de vida local. “É importante porque trás recursos para serem investidos no município, na geração de empregos, na melhoria da renda do produtor e das famílias que vivem do setor e, com isso, a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Isso é muito importante para a região e as empresas levarem adiante seus projetos de A contrapartida da exportação crescimento”, avapara outras regiões do país é lia Erickson. também uma visão da empresa em Segundo ele, se melhorar a qualidade de vida local a região produzir 50% mais leite do que a marca atual, toda esta produção seria absorvido. “Possuímos capacidade de produção, mas estamos ociosos em função da matéria prima. Chegamos a comprar o excedente de outros laticínios para suprir nossa demanda”, conclui. Oportunidade para quem pensa em expandir a produção, oportunidade para as empresas regionais, marcarem seu novo no cenário nacional.

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Santa Catarina é líder nacional de crescimento na industrialização do leite

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visão e o empreendedorismo dos catarinenses colocou o estado em referência. No início de setembro o portal do agronegócio divulgou ranking sobre o crescimento da indústria de laticínios e colocou Santa Catarina como campeã na industrialização de leite. Os dados são referentes aos últimos cinco anos, segundo levantamento feito pela Associação Leite Brasil. A região ocupa, atualmente, a quinta posição no ranking nacional, com participação de 8,0% no total de leite produzido no país e a sexta na industrialização (8,2%). De 2007 a 2011, o ritmo de avanço da industrialização do leite no Brasil foi de 5,5% ao ano. No mesmo período conforme divulgado pela Leite Brasil, Santa Catarina, teve crescimento de 13% ao ano. O aumento superou o desempenho dos principais Estados na produção de leite, como Paraná (11,6%), Rio Grande do Sul (7,2%), São Paulo (3,8%), Minas Gerais (3,6%) e Goiás (1,4%). Segundo dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Santa Catarina detêm, ainda, a maior produtividade média de rebanho leiteiro, com 2.432 litros/vaca/ ano, se comparada com a média do país, que foi de 1.340 litros/vaca/ano.

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Além das informações sobre o crescimento, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) de julho de 2012, o produtor catarinense também recebeu boa nota em qualidade já que em média o litro do leite alcançou R$ 0,79. A média nacional foi de R$ 0,85 por litro. Este fator tem atraído cada vez mais empresas da indústria de laticínios para a região e impulsionado a produção. Os bons resultados são fruto dos investimentos feito para melhorar a pastagem e da aplicação de tecnologia na gestão de suas propriedades, além de melhoria no manejo, inseminação artificial e uso de indicadores de desempenho, fatores que explicam o sucesso catarinense. Outro destaque é que boa parte dos produtores estão localizados em propriedades consideradas de pequeno porte. Mesmo assim, os produtores são também destaque na busca do aumento da produtividade e redução dos custos por meio de uma gestão profissional. O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, acredita que Santa Catarina é essencial para o desenvolvimento da produção nacional de leite. “Esta região do País dá o exemplo de como um pequeno produtor de leite pode trabalhar com eficiência, aumentando sua produção e produtividade na cadeia nacional”, pontua.


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BORRACHUDOS Ações simples podem minimizar problema

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ão há quem goste de ficar em local que seja necessário ficar se batendo para evitar o ataque dos borrachudos. Além do desconforto, irritação o pequeno inseto pode transmitir doenças. Na região, ao que parece às pessoas não estão muito preocupadas com a questão, acham normal conviver com o borrachudo. Há muitos anos a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), orienta produtores rurais para diminuir a incidência do inseto, mas, além do meio rural a população urbana também não tem feito sua parte. O borrachudo se prolifera em locais de muito sol e água corrente. A fêmea fixa seus ovos em locais onde haja calor e água corrente, geralmente em galhos, mangueiras, pedras e outros objetos que estão em contato com a água. Neles, o inseto se alimentam de dejeto suíno ou humano, restos de comida e vegetais. Para conseguir os nutrientes para desenvolver os óvulos a fêmea pica o ser humano para sugar o sangue. Com isso ela consegue gerar entre 400 e 500 óvulos que, com sucesso, em cerca de 20 dias estarão zunindo com aquele barulhinho chato no ouvido ou ainda, deixando marcas pelo corpo humano. Pequenas ações poderiam inverter as informações recentes sobre o aumento na incidência de

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casos de borrachudos. É possível medir o aumento com uma breve analise dos últimos anos. Até o 2010, haviam menos insetos nas residências e matas, mas os números voltaram a aumentar. No ano seguinte, o trabalho nas comunidades não surtiu efeito desejado e o borrachudo voltou a atacar. A extensionista da Epagri, Maria de Lourdes Pértille é uma das pessoas que trabalha com no combate ao borrachudo na região de Braço do Norte e explica que a realidade registrada no município é o que ocorre na maioria das regiões. Desde que chegou a região ela desenvolve ações para acabar com o problema, mas revela que a cada ano o trabalho fica mais difícil. Muito por causa da destruição da mata ciliar de córregos e rios. “A degradação é a pior vilã. Observamos que a população em geral não esta preocupada com os rios, ela o vê como uma espécie de lixo, ao invés de vê-lo com olhos para a preservação. Lançar dejetos, carcaça de animais mortos ou materiais em córregos e rios, além de exterminar os peixes, principais predadores do borrachudo, ajuda a proliferar o inseto”, destaca. Outro fator que contribui com o aumento, é o fato das pessoas acreditarem que a aplicações do larvicida chamado biológico de controle do inseto (BTI), pode acabar com o problema. “Ele contribui, mas, sem estar unido de outras ações, sozinho ele não resolve. Precisa ter ações constantes, principalmente nesta época do ano, em que as temperaturas


são elevadas e as chuvas são mais constantes, o que forma um ótimo ambiente para o desenvolvimento do borrachudo”, justifica. Além de afetar pessoas alérgicas a picada de insetos, o borrachudo transmite outras doenças e causam frieza nas pernas, dores de cabeça, coceira por todo o corpo, febre intermitente e dores nas articulações. Ela explica que desenvolver ações isoladas também não é a forma mais eficiente de combater o borrachudo. “Todos devem estar engajados. Os moradores da área rural, evitando lançar dejetos no rio e recuperando a mata ciliar. Na cidade os moradores dando destino correto ao lixo e cuidando dos córregos. Ações como esta ajudariam”, opina. Em um panfleto, criado pelo Governo do Estado, as empresas ligadas a agropecuária e saúde, enumeram formas de reduzir a população deste inseto. Enterrar ou queimar animais mortos, preservar córregos e rios é a recuperação de mata ciliar. O plantio de mudas de citronela e uso de repelentes - como óleo de cozinha, cremes perfumados ou comerciais – espanta o inseto, assim como criar marrecos e não exterminar sapos, também predadores, ajuda contra a manifestação do borrachudo. Se você ainda possui duvidas, entre em contato com uma das unidades da Epagri. A partir de outubro a empresa estatal reforça as ações de campo para auxiliar no combate do borrachudo.

“Todos devem estar engajados. Os moradores da área rural, evitando lançar dejetos no rio e recuperando a mata ciliar. Na cidade os moradores dando destino correto ao lixo e cuidando dos córregos. Ações como esta ajudariam” Maria de Lourdes Pértille, extensionista da Epagri

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Cerca de 7 mil mudas são distribuídas na AMUREL

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Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar em parceria com a AMUREL distribui aproximadamente 7 mil mudas de árvores frutíferas e nativas aos 21 municípios que compõem o Comitê. A iniciativa faz parte das ações do Comitê em comemoração ao Dia da Árvore. Cada município recebe 330 mudas. Além desse número haverá uma cota para plantio em escolas públicas da região e em outros locais previamente mapeados. As espécies distribuídas são: Araçás amarelo e vermelho, Aroeiras Salsa e vermelha, Camboatá, Cereja Preta, Goiabas branca e rosa, Grumixama, Ingá feijão, Ipê amarelo, Jaboticaba, Palmito, Pitanga e Uvaia. Defesa Civil e Comitê querem reflorestar morro mais alto de Tubarão A AMUREL é uma das entidades que fazem parte do Conselho Consultivo do

Tubarão vista de um ângulo pouco conhecido da população, Morro Martinelli (Rio do Pouso Alto)

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Comitê, mantendo, inclusive, um servidor à disposição do Comitê. Neste ano a AMUREL passou a abrigar a Coordenadoria Regional de Defesa Civil, órgão responsável pela coordenação dos trabalhos e ações de defesa civil na região. A AMUREL acompanhou a incursão de membros do Comitê e da Coordenadoria de Defesa Civil ao local conhecido como Morro Martinelli, na localidade Rio do Pouso Alto (Tubarão), divisa com a localidade de São Miguel (Gravatal). Nesse local foram instalados pelo Conselho Nacional de Geografia três marcos de referência por ser considerado o ponto mais alto de Tubarão, com 540 metros de altitude. Um dos três marcos provavelmente foi arrancado por vândalos, mas dois permanecem intactos. A intenção do Comitê e da Coordenadoria de Defesa Civil foi a de identificar o proprietário da terra e fazer uma avaliação do local para repovoar o terreno com espécies nativas. "Os

topos de morros são importantes fontes de água, através de suas nascentes, e sem vegetação estão propensos a deslizamentos. Para preservara a água e evitar escorregamentos faz-se necessário o reflorestamento ", lembra Patrício Fileti, representante da AMUREL no Comitê. "Evidentemente que há muitos outros locais a serem reflorestados, mas consideramos que o repovoamento do Morro Martinelli é um ato simbólico por ser o mais alto de Tubarão. A meta é recuperar outras áreas também através das entidades e instituições ligadas à Defesa Civil e ao Comitê", adiantou o coordenador regional de Defesa Civil, major Carlos Moisés da Silva. "Já sabemos de quem é a propriedade e vamos conversar com a família para saber do interesse em proteger a nascente com o plantio das mudas", disse Rafael Marques, consultor da SDS junto ao Comitê na visita ao morro.


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A origem da cachaça

Curiosidades

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No começo da colonização do Brasil, a partir de 1530, a produção açucareira apareceu como primeiro grande empreendimento de exploração. Afinal, os portugueses já dominavam o processo de plantio e processamento da cana – já realizado nas ilhas atlânticas – e ainda contavam com as condições climáticas que favoreciam a instalação de grandes unidades produtoras pelas regiões litorâneas no território. Para que todo esse trabalho fosse realizado, os portugueses acabaram optando pelo uso da mão de obra escrava dos africanos. Entre outras razões, os colonizadores notavam que os escravos africanos eram adaptados ao trabalho compulsório, apresentavam maiores dificuldades para empreender fugas e geravam lucro à Coroa por conta dos impostos cobrados sobre o tráfico negreiro. No processo de fabricação do açúcar, os escravos realizavam a colheita da cana e, após ser feito o esmagamento dos caules, cozinhavam o caldo em enormes tachos até se transformarem em melado. Nesse processo de cozimento, era fabricado um caldo mais grosso, chamado de cagaça, que era comumente servido junto com as sobras da cana para os animais. Tal hábito fazia com que a cagaça fermentasse com a ação do tempo e do clima, produzindo um liquido fermentado de alto teor alcoólico. Desse modo, podemos muito bem acreditar que foram os animais de carga e pasto a experimentarem primeiro

da nossa cachaça. Certo dia, muito provavelmente, um escravo fez a descoberta experimentando daquele líquido que se acumulava no coxo dos animais. Outra hipótese conta que, certa vez, os escravos misturaram um melaço velho e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa mistura, acabaram fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse e formasse gotículas no teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em suas cabeças e iam até a direção da boca, os escravos experimentavam a bebida que teria o nome de “pinga”. Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por conta das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos ferimentos com a cachaça teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo derivado da cana de açúcar. Essa seria a explicação para o descobrimento dessa bebida tipicamente brasileira. Inicialmente, a pinga aparecia descrita em alguns relatos do século XVI como uma espécie de “vinho de cana” somente consumida pelos escravos e nativos. Entretanto, na medida em que a popularização da bebida se dava, os colonizadores começaram a substituir as caras bebidas importadas da Europa pelo consumo da popular e acessível cachaça. Atualmente, essa bebida destilada é exportada para vários lugares do mundo.


Você sabe qual a diferença entre pernilongo e o borrachudo?

Como o beija-flor fica suspenso no ar? Em primeiro lugar, a agilidade dessa ave é garantida pela velocidade do batimento de suas asas, muito maior que a de outros pássaros - chegando, em alguns casos, ao impressionante número de 80 batidas por segundo. Mas o verdadeiro segredo é outro. "Ao contrário das outras aves, o beija-flor não agita as asas para cima e para baixo, mas para a frente e para trás, na horizontal", afirma o ornitólogo Luiz Francisco Sanfilipeo, do Parque Zoológico de São Paulo. Como a ligação da asa com o corpo não é rígida , ela pode ser revirada como uma hélice. Assim, de maneira semelhante a um helicóptero, formam-se redemoinhos de ar que mantêm o pássaro pairando. Esse vôo invertido, porém, só é adotado quando o beija-flor quer se alimentar, dispensando-o de pousar junto às flores. Outra coisa: se a força realizada com a asa na posição dianteira fosse a mesma da posição traseira, o beija-flor não se moveria. Mas o bichinho desloca-se para a frente e para trás alterando a potência em cada uma das fases da batida. O vaivém de poucos centímetros para a frente e para trás é necessário para ficar em uma posição mais cômoda em relação à flor... O truque do vôo invertido - Todos os pássaros batem as asas para cima e para baixo o beija-flor faz o contrário para se alimentar - Quando a asa desloca-se para trás, sua ponta fica virada para cima - A ligação da asa com o corpo não é rígida e, ao chegar atrás, ela gira - Quando vai para a frente, a asa volta à posição normal - Esse movimento em forma de oito gera no ar redemoinhos que mantêm o pássaro suspenso

Muitas pessoas fazem uma confusão, afinal esses insetos são bem distintos. Os pernilongos são maiores que os barrachudos e têm uma semelhança com moscas, só que menores. Pernilongo é um nome popular dado ao inseto que é da família Culicidae, sendo os mais conhecidos o Aedes aegypti (transmissor da dengue), o Anopheles sp. (vetor da malária) e o Culex sp. (chamado de “pernilongo caseiro”). Habitam dentro de residências e seus arredores, enquanto o borrachudo é encontrado perto de córregos e rios d’água. O borrachudo (Simulium sp.), também conhecido como pium na Amazônia, faz parte da família Simulidae. Em comum, eles têm hábito de se alimentarem de sangue. É por isso que ambos não perdem a oportunidade de ‘picar’ os humanos, para quem podem transmitir várias doenças. Além da dengue e da malária, os pernilongos são capazes de disseminar a elefantíase, enfermidade caracterizada pelo inchaço das pernas e de outras partes do corpo. Já o borrachudo pode passar a oncocercose, o que pode levar alguns casos leva a pessoa enferma à cegueira. DIFERENÇA DE CORPO Além de bem maior (mede cerca de 10 milímetros), o pernilongo tem o corpo mais delgado e com coloração mais clara que o borrachudo. Este (que mede 6 milímetros) tem o corpo mais grosso e quase preto. As pernas e as antenas do pernilongo são muito compridas, principalmente quando comparadas de perto com as pernas e antenas mais curtas que possui o borrachudo. AGULHADA X MORDIDA Usado para sugar sangue, o aparelho bucal do pernilongo é formado por uma espécie de tromba. Já o borrachudo tem um aparelho bucal mastigador, que dilacera o tecido da pele antes de chupar o sangue. SEM DAR ASAS À CONFUSÃO As asas do pernilongo têm uma série de escamas que formam padrões diferentes de desenhos, enquanto as asas do borrachudo são lisas e transparentes.

Mande sua curiosidade para nós! contato@revistavisãorural.com.br ou ligue 3653-1849

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Ao lado do produtor

Por Cláudio Weber e Maicon Cesconetto do Laticínios Da Rolt

Pastagens de inverno

T

oda pastagem deve ser considerada uma cultura, portanto, a correção do solo antes da implantação é importantíssima, calagem (calcário) se necessário, adubação, irrigação, respeitando tempo de repouso e permanência dos animais encima dos pique-

ARUANA

tes. A formação de boas pastagens assume real importância, tornando-se a melhor opção para a alimentação do rebanho, pois, além de se constituir no alimento mais barato disponível, oferece todos os nutrientes necessários para um bom desempenho dos animais.

Ciclo: Perene

Forma Crescimento: Ereto

Ciclo: Perene

Forma Crescimento: Touceira

Época: Setembro a Janeiro

Forma Crescimento: Cespitoso

Época: Outubro a Fevereiro

Fertilidade do Solo: Alta

Época: Outubro a Fevereiro

Fertilidade do Solo: Média

Profundidade: Até 2 cm

Fertilidade do Solo: Média

Profundidade: Até 2 cm

Massa Verde: 45 a 50 t

Profundidade: Até 2 cm

Massa Verde: 50 t

Proteína: 12 a 15 %

Massa Verde: 35 a 45 t

Proteína: 10 a 12 %

Resistência

Proteína: 08 a 12 %

Resistência

Resistência Seca: Média

Seca: Alta Geada: Média

Seca: Baixa Geada: Média Entrada de Animais: 60 cm

Entrada de Animais: 60 cm

Saída de Animais: 20 cm

Entrada de Animais: 60 cm

Saída de Animais: 20 cm

Recomendação

Saída de Animais: 30 cm

Recomendação

Geada: Alta

Recomendação Semente peletizada: 10 a 12 Kg/há Semente crua: 12 a 15 Kg/ha

PIATÃ

Semente crua: 25 a 30 Kg/há

Semente peletizada: 12 a 15 kg Semente crua: 15 a 20 Kg/há

MILHETO Ciclo: Anual

DECUMBENS

Forma Crescimento: Ereto

Ciclo: Perene

Época: Outubro a Fevereiro

Ciclo: Perene

Forma Crescimento: Decumbente

Fertilidade do Solo: Baixa

Forma Crescimento: Touceira

Época: Outubro a Fevereiro

Profundidade: Até 1 cm

Época: Outubro a Fevereiro

Fertilidade do Solo: Baixa

Massa Verde: 37 a 45 t

Fertilidade do Solo: Médio

Massa Verde: 45 t

Proteína: 15 a 16 %

Massa Verde: 55 Ton/há

Proteína: 10 a 13 %

Resistência

Proteína: 12 a 13 %

Resistência

Resistência Seca: Média/Alta

Seca: Alta Geada: Média

Seca: Alta Geada: Baixa Entrada de Animais: 80 cm

Entrada de Animais: 60 cm

Saída de Animais: 20 cm

Entrada de Animais: 80 cm

Saída de Animais: 30 cm

Recomendação

Saída de Animais: 20 cm

Recomendação

Geada: Média

Recomendação Semente peletizada: 08 a 10 Kg/ha Semente crua: 15 a 20 Kg/há

MARANDU 40

Semente crua: 25 a 30 Kg/há

Semente peletizada: 12 a 15 Kg/há Semente crua: 15 a 20 Kg/há

MOMBAÇA Ciclo: Perene

CAPIM SUDÃO Ciclo: Anual

Forma Crescimento: Touceira Época: Outubro a Fevereiro


Fertilidade do Solo: Media Alta

Massa Verde: 50 a 70 t

Tolerância ao frio: Média

Massa Verde: 60 a 80 t

Proteína: 14 a 16 %

Teor de proteína na matéria seca: 9 a 12%

Proteína: 14 a 16 %

Resistência

Consorciação: Calopogônio e Soja Perene

Resistência Seca: Média Geada: Média

Seca: Média

Profundidade de Plantio: 1 a 2 cm

Geada: Média

Ciclo vegetativo: Perene

Entrada de Animais: 80 cm

Entrada de Animais: 80 cm

Saída de Animais: 25 cm

Saída de Animais: 25 cm

Recomendação

Recomendação Semente peletizada: 10 a 12 Kg/há

Fertilidade do solo: Média a baixa

Semente peletizada: 10 a 12 Kg/há

Forma de crescimento: Cespitoso

Semente crua: 12 a 15 Kg/há

Altura: 60cm

Semente crua: 12 a 15 Kg/há

TANZÂNIA

MASSAI

Palatabilidade: Boa

BRIZANTHA

Tolerância à seca: Média

Fertilidade do solo: Média e Alta

Tolerância ao frio: Média/Alta

Ciclo: Perene

Forma de Crescimento: Touceira semi-ereta

Teor de proteína na matéria seca: 8 a 12%

Forma Crescimento: Touceira

Altura: 1,0 a 1,50m

Consorciação: Calopogônio e Soja Perene

Época: Outubro a Fevereiro

Digestibilidade: Boa

Profundidade de Plantio: 0,5 a 1 cm

Fertilidade do Solo: Media Alta

Palatabilidade: Boa

Ciclo vegetativo: Perene

Profundidade: Até 1 cm

Tolerância à seca: Média

Produção de Forragem: 12 a 14 ton. MS/ha/ano

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Artigo

Ronnie Schmidt

Joshua Farley

ronnie.schmidt@hotmail.com

jfarley.uvm@gmail.com

Abdon Luiz Schmidt Filho

Juan Pablo Alvez

abdonfilho@hotmail.com

Jociel Surdi

jocielsurdi@gmail.com

jalvez@uvm.edu

Pastoreio Voisin e a produção de leite no município de Anitápolis, Santa Catarina Voisin grazing and milk production in the municipality of Anitápolis, Santa Catarina

SCHMIDT, Ronnie1; SCHMITT FILHO, Abdon Luiz2; FARLEY, Joshua3; ALVEZ, Juan Pablo4; SURDI, Jociel5 1 UFSC, ronnie.schmidt@hotmail.com; 2 UFSC, abdonfilho@hotmail.com; 3 UVM, jfarley.uvm@gmail. com; 4 UVM, jalvez@uvm.edu; 4 UFSC, jocielsurdi@ gmail.com. Resumo: O município de Anitápolis, pertencente à região da grande Florianópolis, sendo colonizado por imigrantes estrangeiros em 1907. A partir da década de 80, a produção de leite passa a ter uma importância econômica mais enfática em muitos estabelecimentos rurais. Mais tarde, agricultores do município passam a utilizar o pastoreio Voisin, um sistema intensivo de produção a base pasto em suas propriedades. O presente trabalho foi realizado através de entrevistas estruturadas com 14 agricultores, produtores de leite do município de Anitápolis. O questionário abrange aspectos zootécnicos da propriedade contemplando questões sanitárias e considerações econômicas e sociais que mudaram após a adoção ao sistema de manejo. Os agricultores entrevistados afirmam que problemas sanitários como ectoparasitas e endoparasitas diminuíram, assim como problemas de mastite. Quase a totalidade dos entrevistados afirma que o investimento esta trazendo retorno esperado e 85% deles afirmam que houve melhora na qualidade de vida após a adoção do Pastoreio Voisin. Palavras-chave: colonização, pastoreio Voisin, agricultores familiares Abstract: The municipality of Anitápolis, belongs to the region of Florianópolis, being colonized by foreign immigrants in 1907. From the 80’s, milk production is replaced by a more emphatic economic importance on many farms. Later, the county farmers are using 42

the Voisin grazing, an intensive system of production based on grazing on their properties. This work was conducted through structured interviews with 14 farmers, milk producers in the municipality of Anitápolis. The questionnaire covers zootechnical aspects of the propety considering health issuessand social and economic considerations that have changed after adopting the system of management. Farmers interviewed said that health problems such as decresed ectoparasites and endoparasites as well as problems of mastitis. Almost all respondents said that the investment is bringing expected return and 85% of them claim that there was improvement in quality of life after the adoption of the Voisingrazing. Key Words: Colonization, Voisin grazing, family farmer Introdução O município de Anitápolis, localizado nas Encostas da Serra Geral, pertence à região da grande Florianópolis e possui sua economia baseada na agricultura. O Município é bastante acidentado topograficamente e todo o seu território é formado por grandes vales, o que origina diversas serras e picos, além de muitas nascentes (PMA, 2011). O início da colonização do município de Anitápolis/ SC ocorreu no ano de 1907 com um plano de ocupação e desenvolvimento territorial implantado pelo governo federal. Este consistia em trazer para as Encostas da Serra Geral imigrantes de várias nacionalidades, russos, alemães, austríacos, ingleses, finlandeses, belgas, portugueses, sendo que os alemães foram os que vieram em maior número (BOEIRA, 2004). Este modelo de colonização em Santa Catarina foi impulsionada pela imigração do Século XIX, já vivenciada em outras regiões do Brasil, com o objetivo de preencher espaços territoriais, influenciando na


redistribuição espacial da população, introduzindo uma nova classe trabalhadora, o imigrante ou colono estrangeiro (SEYFERTH, 1990). No Brasil o imigrante vinha como peça fundamental para a substituição do trabalho escravo, já para os governos provinciais do sul do país o objetivo era a colonização de regiões ainda dominadas por florestas, situadas próximas do litoral (BOEIRA, 2004). A criação de núcleos coloniais até o fim da Primeira República favorecia o estabelecimento de imigrantes em regiões favoráveis ao escoamento da produção, no entanto, muitos núcleos eram criados em terras afastadas e com acessos precários o que dificultava uma possível comercialização (PETRONE, 1982). No processo de colonização boa parte das florestas nativas foram derrubadas para dar lugar as roças. Estas eram utilizadas para o plantio de culturas anuais por dois ou três anos. Como destino das áreas derrubadas implantava-se as pastagens. A partir da década de 80, a produção de leite passa a ter uma importância econômica mais enfática em muitos estabelecimentos rurais a partir da produção de queijos coloniais vendidos a feirantes e para o abastecimento do mercado local. Mais tarde, houve a necessidade de melhorar a qualidade e reduzir os custos de produção do leite produzido no município. Em virtude disso, com o auxílio da Universidade Federal de Santa Catarina muitos produtores de leite implantaram projetos de pastoreio Voisin em suas propriedades. O Pastoreio Voisin, é um sistema intensivo de produção a base pasto. O sistema consiste na divisão da área de pastagem em parcelas e no controle do tempo de ocupação, assim como no tempo de repouso. Este método de produção também visa à utilização de técnicas de manejo e conservação do solo e água. Isto porque, todo o planejamento para implantação do projeto, leva em consideração as características e peculiaridades de relevo e solo de cada local. Baseado na aptidão da pecuária leiteria apresentada pelo município, todo o sistema de manejo que torne a atividade mais sustentável do ponto de vista econômico e social deve ser trabalhado. Sendo assim, sistemas de manejo como o pastoreio Voisin passam a ser uma alternativa. Deste modo, o objetivo do trabalho é identificar as mudanças ocorridas nas propriedades, após a adoção do sistema Voisin. Foram avaliados aspectos relativos à sanidade animal, retorno econômico e satisfação dos agricultores em relação ao sistema de manejo.

Metodologia Os dados para a elaboração do trabalho foram coletados através de entrevistas estruturadas com 14 agricultores, produtores de leite em sistema Voisin. Os entrevistados foram escolhidos de forma aleatória entre produtores de leite do município de Anitápolis. Os agricultores entrevistados fornecem leite ao laticínio Lasaroli e representam 22% dos fornecedores do laticínio. O questionário abrange aspectos zootécnicos da propriedade contemplando questões sanitárias e considerações econômicas e sociais. As respostas espontâneas foram classificadas e analisadas com auxilio do software Microsoft Office 2007®. Resultados e discussão Os agricultores entrevistados são em sua maioria produtores familiares, sendo que 71,4% possuem até 30 ha. Do total de entrevistados, 92,8% afirmam que a produção de leite é a principal atividade econômica de seus estabelecimentos rurais. A pesquisa revelou que a composição racial do rebanho bovino do município é formada por bovinos da raça Jersey (75% dos entrevistados). Os animais da raça Jersey se adaptam melhor as condições de relevo do município. Os agricultores entrevistados observaram uma série de melhorias tanto em relação a aspectos sanitários quanto econômicos e sociais. A questão sanitária é extremamente relevante em termos de uma produção eficiente. Os ectoparasitas e endoparasitas causam muito desconforto aos animais, acarretando stress e queda na produção, dentre outros problemas. Em relação à sanidade, 92,9% dos agricultores afirmam que houve diminuição na incidência de carrapatos. Cinqüenta e sete vírgula um por cento dizem que a incidência de mosca do chifre diminuiu. Além disso, 85,7% dos entrevistados relatam a diminuição na ocorrência de endoparasitas. Em relação a doenças da glândula mamária constatou-se uma diminuição de 64,3%. De uma maneira geral, a ocorrência de outros problemas sanitários no rebanho, após a implantação do projeto, diminuiu em 85,7%. De acordo com a observação dos agricultores o Pastoreio Voisin proporciona a diminuição de doenças e parasitas, além de aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do leite. Sobre o custo de implantação do projeto, 57,1% dos agricultores consideram o investimento inicial como razoável, sendo que mais da metade usaram 43


recursos próprios, e uma terça parte usou recursos do PRONAF. Praticamente a totalidade dos agricultores (92,8%) respondeu que o investimento realizado está proporcionando o retorno esperado, e 66,7% pagará o investimento em até um ano. A água um elemento importante para a produção de leite, pois representa em média 87% da composição do leite (CAMPOS, 2006). Desta forma a oferta de água de boa qualidade e facilmente acessível é fundamental. O sistema de pastoreio Voisin preconiza a utilização de bebedouros artificiais, os quais devem estar acessíveis em todas as parcelas. A pesquisa mostra que 71,4% dos entrevistados afirmam que disponibilizam bebedouros em todos os piquetes. Com isso também diminui a necessidade dos animais se deslocarem em busca de água reduzindo assim o gasto energético decorrente da caminhada. Tendo a convicção da importância do sistema que estão implantando em seus estabelecimentos, 73,3% dos entrevistados dizem acreditar na eficiência do pastoreio Voisin. Ainda, 71,4% acham que o manejo do gado tornou-se mais fácil, sendo que 85,7% dos agricultores alegam que o gado ficou mais dócil após a implantação do pastoreio Voisin. No aspecto social, 85,8% dos agricultores consideraram que houve melhora de qualidade de vida após a implantação desse sistema em seus estabelecimentos e 100% recomendariam o sistema para outro agricultor.

Grupo de estudantes Alemães em visita a propriedade do Sr Rodolfo Roecker

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Após analise dos dados, o Pastoreio Voisin se mostrou uma alternativa economicamente viável para os agricultores, e como conseqüência, promoveu melhorias na sanidade animal e trouxe uma melhora na qualidade de vida dos agricultores. Referências: CAMPOS, A. T. Importância da água para bovinos de leite. Juiz de Fora/ MG. Embrapa Gado de Leite, 2006. Disponível em: http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/ informacoes/pastprod/textos/31Instrucao.pdfAcesso em: Set. 09 de 2011. BOEIRA, Daniel Alves. Os dez primeiros anos do Núcleo Colonial Federal Anitápolis (1907-1917). 2004. Monografia para a obtenção do grau de Bacharel no curso de História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. PETRONE, Maria Thereza Schorer. O imigrante e a pequena propriedade (1824-1930). São Paulo/ Rio de Janeiro: Editora Brasiliense, 1982. PMA - PREFEITURA MUNICIPAL DE ANITÁPOLIS. Aspectos geográficos. Disponível em: <http://www. anitapolis.sc.gov.br/conteudo/?item=16628&fa=892. html>. Acesso em: 09 de set. 2011. SEYFERTH, Giralda. Imigração e Cultura no Brasil. Brasilia: Ed. UNB,1990.


Saber Planejar

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

Novo Código Florestal

D

iferentemente do que vem sendo dito, o novo código ambiental já esta em vigor desde 25 de maio de 2012 e trouxe poucas mudanças em relação ao antigo. A reserva legal e as APP, pontos polêmicos do código para o estado de Santa Catarina, às efetivas mudanças foram feitas com a medida provisória sugerida pela presidenta Dilma Rousseff, esta medida vem beneficiar as pequenas propriedades. Em relação à reserva legal o produtor rural catarinense continua sendo obrigado a deixar 20% da propriedade como área de reserva, a diferença para o pequeno produtor é que será preciso fazer o cadastro ambiental rural – CAR, cadastro que será feito pelo órgão ambiental. As áreas de APP´s (área de preservação perma-

nente) que são as margens dos córregos e rios, nascentes, topo de morros, continua valendo as mesmas distâncias, a diferença será para as pequenas propriedades, que precisarão recompor somente parte destas áreas segundo as regras estabelecidas pela medida provisória. Para as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e as instalações estão em área de APP, com esta medida provisória ficou mais fácil à obtenção destas licenças. É claro que nem todos os casos serão possíveis o licenciamento sem que sejam feitas algumas adequações. Sempre que precisar obter o licenciamento ambiental procure uma assistência técnica capacitada. Para maiores informações entre em contato com a Planejar – Projetos Agropecuários, onde você terá a melhor consultoria ambiental.

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Qualidade do Leite

Fernanda Oenning Engenheira Agrônomaa do Laticínios Fortuna

Novas Tecnologias para auxiliar o trabalho na produção leiteira

A

tualmente a atividade leiteira requer mecanização tecnológica, pois a mão de obra está escassa. Os jovens, filhos de produtores, estão deixando de lado as propriedades e migrando para outras áreas de trabalho. Neste ponto, as inovações e facilidades proporcionadas pelo avanço da tecnologia, trabalha como atrativo para que as novas gerações vejam a atividade leiteira com outros olhos. Como exemplo de inovação temos a ordenha mecânica, com medidor eletrônico de leite e extrator automático de teteiras. É um equipamento que efetua de forma ele-

trônica e precisa a medição da quantidade de leite ordenhado por vaca. Além disto, informações como condutividade do leite (analisa a CCS – mastite), temperatura e o número do animal podem ser visualizados simultâneamente no visor, enquanto a operação de ordenha é efetuada. Este medidor é composto por painel de controle, câmara de medição, válvulas e extrator de teteiras. O sistema de extração automático das teteiras permite um certo dispositivo que extrai as teteiras da vaca assim que o leite se esgota, o que proteje o animal da sobre ordenha e agiliza ainda mais o processo.

Impacto dos Extratores Automáticos Um estudo publicado por Stewart et al. (2002) indicou que quando os parâmetros do extrator automático foram aumentados, a média de duração da ordenha foi reduzida de 10,2 a 15,6 seg./por vaca e a média de ejeção de leite aumentou de 70 para 190 ml/min. Maiores parâmetros do extrator automático não tiveram impacto negativo sobre a produção de leite/vaca. O incremento destes parâmetros representa uma oportunidade para aumentar a performance da sala de ordenha.

Desensilador Remove a silagem sem descompactar o silo, pode ser usado em silo trincheira ou superfície.

Ordenha mecânica com Medidor Eletrônico de Leite com Extrator Automático de Teteiras

Resfriador a granel com lavação automática

Resfriador O resfriador a granel com lavação automática é um sistema de limpeza através de tubulação em aço inox com spray-ball (esfera CIP), podendo ser ligado através de painel de limpeza automático (opcional) ou manual.

Trator com o desensilador: desensila, mistura, e distribui

Antes de ser um produtor de leite, tem que ser um produtor de pasto. Pastagem Para adubar uma pastagem, tem-se um custo, então para se ter lucro encima disto deve-se ter uma pastagem própria para leite, que de retorno na produção de leite.Entre estas pastagens esta o capim elefante anão , angolinha, estrela africana, tifton, misioneira, entre outras que vai depender do manejo e da realidade de cada produtor em sua produção. 46

Vacas em piquetes de capim elefante anão em pleno agosto


Giro Agropecuário

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia diogoschottenbecker@hotmail.com

A gestão dos recursos

da empresa rural O

processo de globalização, fatores climáticos, as alterações no código ambiental e inúmeros outros fatores vem redirecionando de forma irreversível nos últimos anos o cenário político e econômico. Os países ditos emergentes, tem ocupado importantes espaços no mercado mundial, inclusive com formação de opinião, sobre fatos que incidem sobre a vida de milhares de pessoas de todo o mundo. O Brasil tem ocupado diversos espaços e recentemente o brasileiro José Graziano foi nomeado diretor da FAO (Organização Mundial da Agricultura e Alimentação). E para poder acompanhar todas essas mudanças é necessário que se tenha uma visão empresarial sobre as organizações rurais. Analisando o mercado nos últimos seis meses percebemos grande instabilidade, sem garantia de remuDeve se ter em mente onde se quer neração para a maioria dos setores. A crise chegar, como e quando. Para que atual, não somente no se possa perceber o crescimento da agronegócio, mas gepropriedade e também o pessoal neralizada é consequência de uma crise de gestão que teve início principalmente em função dos erros estratégicos e operacionais. Deve se ter em mente onde se quer chegar, como e quando. Para que se possa perceber o crescimento da propriedade e também o pessoal. Afinal, quais são os recursos que temos disponíveis na propriedade e quais são os mais importantes. Como toda produção agrícola os elementos essenciais para produção são; solo, água e disponibilidade de mão de obra. A literatura diz que leva mais de mil anos para a formação de 1 cm de solo. E como estamos lidando com esse recurso? O solo que se perde não volta mais, e o que vai embora é a parte fértil, temos que adotar urgente sistemas de plantio que diminuam o impacto sobre o solo e que preservem o

bioma existente nele. O sistema de plantio direto tem sido amplamente adotado no Brasil desde a década de 1970 o qual tem contribuído significativamente para a redução da degradação dos solos, além de contribuir na retenção de carbono e como não bastassem solos bem manejados aumentam a disponibilidade de água e minerais para as plantas. A água que existe hoje é a mesma que existiu a milhares de anos, é um ciclo, em alguns momentos ela está nos rios e oceanos, outros em forma de vapor ou mesmo em forma de gelo. O que muda é o estado físico, ela permanece a mesma. Este recurso é essencial para que possamos produzir. Percebemos que nos últimos anos há irregularidade na distribuição das chuvas, o que leva a perda de produtividade, diminuindo significativamente as margens de lucro dos produtores. E para tanto os sistemas de irrigação vem provando ser um bom e necessário investimento. Para que se possa produzir sem grandes oscilações. E por último, porém não menos importante a mão de obra, notamos que a disponibilidade de mão obra esta cada vez mais escassa, e por isso a utilização de sistemas de automatização é de fundamental importância. Além da valorização da mão de obra dos familiares, não pelo fato de ser filho que não tenha que ter um salário. É importante para o bem estar da família, alem de ser saudável. Pense nisto. Certo dia um jovem questionou um senhor de idade já bastante avançada, no qual estava plantando um pomar. Para que o senhor esta plantando essas árvores frutíferas, se o senhor não estará mais aqui para comer os frutos?-perguntou o jovem. O sábio velhinho parou, olhou nos olhos do jovem e disse: – Quando eu cheguei ao mundo comi os frutos das árvores que outras pessoas haviam plantado, nada mais justo que eu plante para os outros, eu não irei mais comer, mas alguém assim como eu fiz, irá saborear os frutos desta árvore. 47


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Dicas

Plantio do milho O

milho deve ser plantado em solos bem drenados, para evitar que fique encharcado ou com poças d’água, o que seria muito prejudicial à sua cultura. Além disso, os terrenos destinados ao seu cultivo devem ser férteis ou então bem adubados com 20 ton/ha de estercos ou compostos orgânicos bem curtidos. Podem ser usados, também, adubos minerais, embora isso, em geral, não seja necessário. Quando o solo for muito ácido, deve ser feita uma calagem, ou seja, a sua correção com o emprego de

cal espalhada por toda a superfície. O terreno para sua plantação deve ser o mais plano ou menos acidentado possível, para evitar enxurradas e para facilitar todos os trabalhos, inclusive o acesso à lavoura. Quando o terreno for em declive, o plantio deve ser feito em curva de nível, o que evita enxurradas que podem destruir toda a plantação e que permite que a água da chuva penetre mais facilmente no solo, o que traz grandes benefícios para essa cultura.

Época para o Plantio Ela começa, normalmente, com a chegada da estação das chuvas, que varia de acordo com a região do país. Os melhores períodos para o plantio do milho são: No sul: de setembro a novembro No norte: da segunda quinzena de agosto até o fim de outubro

Plantação O milho deve ser plantado em linhas ou sulcos distanciados 1 m e nos quais são colocadas 1 semente de 20 em 20 cm. Elas devem ser cobertas por uma camada de 5cm de terra ou em covas separadas 1 m umas das outras.

Preparo do Solo Para o plantio do milho, devemos preparar o solo fazendo uma aração com 20 cm de profundidade e depois, uma boa gradeação, para quebrar os torrões e nivelar o solo, deixando-o pronto para o plantio. Quando o terreno não é plano, a plantação deve ser feita em curva de nível.

Tipos de Plantio O plantio pode ser manual, com enxadas ou plantadeiras. Nesse caso, as covas, com 3 sementes cada uma, devem ser separadas 50 cm umas das outras e em linhas com 1 m de distância. Quando é usada uma plantadeira mecânica, as sementes são plantadas de 20 em 20 cm. Quando for utilizado adubo mineral, ele não deve encostar nas sementes, para evitar que elas se queimem.Em grandes áreas, todos os serviços de aração, gradeação, capina e colheita, devem ser mecanizados. Existem, para isso, arados, grades, capinadeiras e colheitadeiras motorizadas e de grande capacidade.

Colheita Pode destinar-se a grãos e silagem. 49


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