Studio_P7

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Gabriela Cabral_Giovanna BeltrĂŁo

STUDIO_P7


Sumรกrio


01 Introdução Complex Buildings

03

02 Conceito Conector, gerador, misturador e contador de histórias

04

Sistema Arquitetônico Sistemas arquitetônicos contemporâneos, Montaner

Análise do Contexto Terreno e o bairro Caixa d’água

05

06

O Projeto Pograma, implantação, volumetria e cortes

Referências


01 Introdução Complex Buildings A vida urbana vem exigindo cada vez mais planejamentos e estudos complexos. A funcionalidade das cidades tem virado assunto nesses meios principalmente graças a sua estreita relação com a coesão social e às oportunidades de interações sociais. Nesse sentido, a revista A+T lançou uma edição sobre edifícios complexos que surgem devido a demanda social que uma edificação deve atender, incorporada ao design e à tecnologia. Assim, para entender a relação entre a evolução humana e a tecnologia, a publicação introduz uma sigla que era utilizada nos anos 90 pelos militares para descrever a natureza dinâmica e complexa da guerra moderna: V.U.C.A (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade). Tais conceitos se co-relacionam em uma idealização de como a arquitetura deve se desenvolver no meio em que será implantada, da maneira que um edifício deve atuar como um organismo vivo, que cresce, se conecta, se adapta e se transforma. Ainda na publicação Complex Buildings, se faz uma analogia entre a tríade Vitruviana e a arquitetura . A primeira, firmitas é aqui entendida como a legibilidade (a arquitetura abraça a complexidade; a segunda, venustas se faz na estética, entendida como uma linguagem retórica e racionalista; por fim, se tem a utilitas, entendida como a coletividade, onde há uma preocupação com o meio urbano que é palco de interações sociais (usuário > edifício > cidade). Através dos conceitos apresentados , compreende-se melhor sobre a importância de abraçar a complexidade urbana, de estudar novas malhas e tecnologias. A relevância de uma edificação que se tem essa complexidade vai para além da construção. O poder de gerar, misturar, contar histórias e se conectar. Faz do projeto um ser vivo capaz de transformar em vários níveis o meio em que é inserido.


02 Conceito Conector, gerador, misturador e contador de histórias Como já dito no capítulo anterior, a complexidade na arquitetura é importante para transformar o meio em que se insere, principalmente perante à uma demanda social. Logo, uma edificação precisa se apresentar como um organismo vivo, como um elemento transformador, que possa gerar energia, se adaptar e conectar-se com outros.

Na publicação Complex Buildings, da revista A + T, são apresentados quatro conceitos que podem atuar como uma arquitetura complexa: Gerador, Conector, Misturador e Contador de Histórias. Assim, abaixo segue a definição de cada um destes.

Os geradores tornam-se edifícios complexos que, desprovidos de qualquer contingência, evoluem mais rapidamente e são capazes de antecipar possíveis mudanças, de se reconfigurar para se adaptar (A+T architecture publishers).

Os conectores não são um todo contínuo, mas um todo complexo produzido a partir de uma presença contínua, de interiores livres com relações positivas (A+T architecture publishers).

Misturadores são edifícios complexos carregados de usos estimulantes que, quando inseridos em um tecido urbano degradado, misturam todo o organismo e exercem uma influência que vai muito além de seu escopo físico e que consegue revitalizar exponencialmente todo o ambiente construído (A+T architecture publishers).

Contadores de histórias são aqueles edifícios que falam dos olhos e da mente do arquiteto. Quanto mais ricas, mais estabelecidas suas referências, mais divertidas e imaginativas são suas conexões com a realidade, cultura ou história, e as facetas mais inesperadas a serem descobertas pelos espectadores enquanto tentam decifrar os códigos dos edifícios (A+T architecture publishers).


03 Sistema Arquitetônico Sistemas arquitetônicos contemporâneos, Montaner Entendo, portanto, que um sistema é um conjunto de elementos heterogêneos (materiais ou não), em distintas escalas, relacionados entre si, com uma organização interna que tenta estrategicamente adaptar-se à complexidade do contexto, constituindo um todo que não é explicável pela mera soma de suas partes. Cada parte do sistema está em função de outra; não há elementos isolados. Dentro dos diversos sistemas que se podem estabelecer, a arquitetura e o urbanismo são sistemas do tipo funcional, espacial, construtivo, formal e simbólico (MONTANER, 2009, p.11).

No desenvolvimento do edifício complexo utilizou-se o conceito de sistema arquitetônico utilizado por Montaner na obra Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos (2009), como referência projetual. Assim, o autor fala que o objeto arquitetônico vai para além da sua individualidade, ele se adapta ao contexto, utiliza de suas partes funcionais e interligadas. O edifício não se isola, a sua escala arquitetônica se faz na morfologia urbana. Alguns dos sitemas introduzidos por Montaner são: campus, amalgamas, clusters, mat-buildings, interseções, ecótopos, minimalismo, entre outros. Em sua obra, o autor fala do minimalismo como sistema constituído de formas puras, abertas e leves. Aqui a edificação tem uma essência atemporal, que desenvolve uma capacidade única de compreender o contexto. Neste sentido, o minimalismo paisagístico representa o projeto à escala da cidade e da paisagem, onde a arquitetura além de poder se tornar um instrumento de transformação do entorno, se insere como um abrigo para todos os seres humanos.

Conector - Pátio

Desta forma acoplando este sistema ao tema da disciplina, Complex Buildings, pensou-se desenvolver um sistema conector, que dentro dos princípios minimalistas (Montaner, 2009) retrata uma arquitetura que acolhe e integra paralelamente à escala da paisagem. Então a ideia é utilizar-se de um elemento conector já existente no terreno, o pátio do retiro e, expandir isso para o seu entorno. Sistema Minimalismo Paisagístico gerado


Aplicação do Sistema

Aplicação do Sistema


04 Análise do Contexto Terreno e o bairro Caixa d’água O terreno escolhido para a implantação do novo equipamento situa-se no bairro de Caixa D’Água um lugar que se caracteriza, prioritariamente, por ser uma região de morros. Apesar do recorte ser predominantemente residencial – cerca do 90% das edificações há uma variedade nos usos mistos e comerciais nas principais vias de articulação que circulam a área: a Estrada de Águas Compridas (que articula o local com vias importantes do entorno) e a Avenida Leopoldino Canuto de Melo.

RMR

Olinda

Entorno imediato

Terreno

Mapa extraído do documento Campus Integral UNICAP (MODIFICADO)

É possível notar uma grande massa vegetativa compondo a paisagem integrada com as habitações. Identifica-se porções significativas de áreas verdes às margens do Rio Beberibe (local densamente ocupado), em algumas encostas de morros e, há também dentro do próprio terreno uma grande reserva de mata atlântica. Imagem do Entorno - Google Earth

As áreas de morro, como já dito anteriormente, são a maior parte do território e, por estarem mais afastadas das vias principais do perímetro, possuem baixa diversidade de usos nesta área. Apesar de serem identificadas como áreas residenciais, é possível notar in loco pequenos comércios e serviços integrados às moradias. O terreno localiza-se em um morro de uso estritamente residencial e, mesmo a parte baixa sendo uma área que apresenta um bom número de equipamentos, devido ao difícil acesso, pouco deles atende ao entorno imediato do terreno. Assim, devido a vulnerabilidade social e às necessidades locais, a ideia projetual é criar Campus Integral da UNICAP nesse terreno com cerca de 75 hectares. Saúde

Direito

Cultural e de Comunicação

Ambiental

Educação e trabalho Espiritualidade

Serviços

Diagrama programático do Campus - extraído do documento Campus Integral UNICAP (MODIFICADO)


Retiro - Google Earth

Casa de Retiro da Companhia de Jesus Dentro do terreno há uma edificação de extrema importância histórica que é a Casa de Retiro da Companhia de Jesus. É uma edificação de 3 pavimentos, 78 quartos (dos quais 15 são suítes), banheiros coletivos nas duas alas de todos os pavimentos, 2 salões, 5 salas com tamanhos variados, refeitório, cozinha, dispensa, salão externo, capela, pátio, quadra de vôlei e campo de futebol.


05 O Projeto Pograma, implantação, volumetria e cortes Após entender o funcionamento do entorno do terreno, unido às demandas locais propostas pelo Instituto Humanitas, pensou-se em um programa e volumetria que atendessem e transformassem a área em prol da evolução humana, que conectasse o morro com a parte baixa, espaços e pessoas.

Assim, através de um brainstorm, alguns itens programáticos se inseriram no programa, de tal forma que foram criados dois diagramas, um organograma (1) e um fluxograma (2) e, a partir deles, do conceito e do sistema, gerou-se a volumetria.

Organograma (1)


Fluxograma (2)


Colaboração

Saúde

51%

Desenvolvimento

PROGRAMA_VOLUMETRIA

18%

Evolução

15% 9% 7%

Manifestação


IMPLANTAÇÃO


PERSPECTIVA



B’

A’

A

CORTE BB’

B



B’

A’

A

CORTE AA’

B



CORTE TRIDIMENSIONAL



Possibilidades Por fim, para o desenvolvimento do projeto, pensou-se em algumas soluções que gerassem ainda mais a conexão (alto_baixo_espaços_pessoas). Assim, alguns elementos foram identificados e, se tornaram o próximo passo projetual, e estes estão listados a seguir: - vãos nas edificações que permitam amplos locais de convivência. - propor usos ao redor dos principais eixos, como espaços que estimulem a econômia local e áreas de permanência que se agreguem à reserva de Mata Atlântica (que pode gerar um parque). - pensar em uma pele que gere permeabilidade visual para quem está dentro da edificação, mas que também traga leveza externa para a volumetria. - propor novos acessos que possam gerar sub-fluxos. - desenvolver a conexão com a edificação pré-existente (o retiro).

pele brises metálicos com pintura em branco

s acesso vãos de convivência


06 Referências

MONTANER, Josep Maria. Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos, 2009. A+T ARCHITECTURE PUBLISHES. Complex Buildings, Espanha, 2017. UNICAP. Campus Integral Beberibe.



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