O Rio da Unidade Nacional

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Especial

Balneário Camboriú, 19 de setembro de 2009

O Rio da Unidade Nacional Histórias e Mistérios do Velho Chico Enéas Athanázio

A

té que enfim! Até que enfim conheci de verdade o Velho Chico. Naveguei nas suas barcas, molhei

nele os pés e as mãos, contemplei a imensidão de seu leito, mergulhei nas suas águas e observei a imensa variedade de embarcações que singram sua corrente. É claro que, como todo mundo, eu o conhecia de longe e seu nome me soava familiar. Era como pessoa que a gente encontra vez por outra, reconhece a fisionomia, mas com quem nunca trocou palavra ou aperto de mão. Em outras ocasiões eu o cruzara pelas grandes pontes e havia voado por cima dele, como a maioria dos brasileiros. Agora, porém, as visitas foram mais amplas e em vários pontos de seu curso. Posso correr o risco de dizer que o conheço. Estou me referindo, como já deu para perceber, ao rio São Francisco, carinhosamente apelidado de Velho Chico.

O Bodódromo

O Velho Chico O São Francisco, cognominado o rio da unidade nacional, é dos grandes cursos d’água do país – o terceiro maior – e corre do sul para o norte-nordeste. Nascendo em São Roque de Minas, na Serra da Canastra, banha os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, em cujas divisas escoa no Atlântico. Com 2800km de extensão, recebe 36 afluentes, serve a 15 milhões de pessoas e sua bacia ocupa 7,2% do território nacional (bem maior que o território catarinense que não passa de 1,13%). Cruza montanhas, planaltos, planícies, estreitos, cerrado, agreste

O rio São Francisco integrado duas regiões

e caatinga. Vai de profundidades tenebrosas a remansos orlados de “coroas” (bancos de areia) e “canyons” de elevada altura. E, para completar, gera 95% da energia consumida na região, produzida em grandes usinas, e suas águas dadivosas irrigam várias espécies de plantações. É um manancial inesgotável de história e folclore, inspirando a música, a literatura, o cordel, a culinária, a arte e o artesanato popular. Também inspira polêmicas intermináveis, em especial aquela que se refere à transposição de suas águas. Em suas margens crescem importantes cidades.

O mascate Xixi-Piriá vara o cerrado com sua mala badulaques (Desenho Percy Lau)

É na lancha “Santa Maria”, larga e pachorrenta, que fazemos a travessia. Transporte coletivo, essa e outras lanchas estão sempre cheias, são alegres e barulhentas, e nelas se vende de tudo, como em verdadeira feira flutuante. Pregões, cantorias, risos, músicas e conversas enchem o ambiente enquanto ela singra o grande rio cujos “causos” me ponho a imaginar. Ah! se o Velho Chico pudesse falar! Numa das margens, a pernambucana Petrolina; na outra Juazeiro, a baiana, ligadas pela monumental ponte Presidente Dutra, por ele inaugurada, com seus dois arcos incon-

Homenagem ao bode (Escultura de J. Mildes - Petrolina)

fundíveis. A pernambucana é plana e espalhada, centro turístico, artesanal e estudantil. Grande produtora de frutas. Em Juazeiro, antiga e típica cidade sertaneja, a cozinha na base do peixe é o forte. Nesta ou naquela impera sempre a alegria de uma gente jovial e acolhedora. Em Petrolina, a visita ao Bodódromo é indispensável. É um bairro inteiro tomado por restaurantes especializados em carne de bode, servida de todas as formas imagináveis. Na entrada, visível à distância, foi erigida imensa estátua em homenagem ao caprino que tão bem sabe resistir às agru-

ras do sertão. Num desses restaurantes, amplo e confortável, nos fartamos de carne assada com salada sertaneja e macaxeira. O artesanato de Mestre Quincas e de Ana das Carrancas, esta falecida no corrente ano, é famoso e corre mundo. As carrancas de Ana trazem os olhos vazados, numa insólita homenagem ao marido, cego de nascença. Não muito distante, está a represa do Sobradinho. A impressionante muralha de concreto formou um mar interior, maior que muito mar existente pelo mundo a fora, alterando o clima, a umidade do ar, o lençol freático, a densidade das chuvas. Onde o sol tudo calcinava, o verde se espalha a perder de vista, venta como à beira-mar, chove a cântaros e produz. Produz frutas da melhor qualidade, líderes em exportação: uvas, mangas, abacaxis, bananas – tudo levado com avidez para além das fronteiras. Sem prejudicar a navegação, com as embarcações subindo e descendo pelas eclusas. Sobradinho fez o sertão virar mar, como na canção, inundando inacreditável porção de terra seca, até então imprestável, onde só medravam o xiquexique e o mandacaru.


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As Carrancas Pirapora é a cidade das carrancas. Ali elas teriam surgido e com elas se implantou a tradição de colocá-las nas proas das embarcações para afastar os malefícios e espantar os maus espíritos. A crença se propagou e hoje muita gente as procura para ter em casa. São esculpidas em madeira, nos mais diversos modelos e tamanhos. A demanda gerou verdadeira indústria. Visitamos a Associação dos Artesãos, onde se reúnem pro-

fissionais, homens e mulheres, que se dedicam à confecção de carrancas e até algumas imagens de santos. São fabricadas em diversos tamanhos, desde aquelas de um tronco inteiriço até médias, pequenas e diminutas, conforme o gosto de freguês. É um trabalho impressionante que consiste em apanhar um toro de madeira bruta e nele esculpir, à custa de formão e martelo, as magníficas peças que se espalham depois pelo país e até o exterior. Conta-se

que Pablo Neruda tinha uma delas, enorme, em sua casa da Isla Negra. Ficamos longo tempo observando aquele trabalho exaustivo, homens e mulheres reclinados sobre um cepo que em breve será uma obra de arte. É uma técnica que começa a ser dominada na infância. Nem preciso dizer que trouxe várias carrancas pequenas para oferecer aos amigos e uma enorme e que me deu imenso trabalho. A onça que enfrentou o Padre Sommer (Desenho de Percy Lau)

Pirapora Pirapora é uma cidade situada à margem direita do Velho Chico, distante 170km de Montes Claros, terra natal de Darcy Ribeiro, orgulho de seus habitantes. Não se confunde com a cidade das romarias, Pirapora do Bom Jesus, às margens do rio Tietê (SP). É um dia lindo, ensolarado, com temperatura amena. A estrada é excelente, nova e bem conservada. Cruzamos uma região coberta por um cerradão semi-árido, com vegetação arbustiva e árvores baixas, de troncos retorcidos. Tudo com aspecto de secura, sem lavouras ou criações. A terra é vermelha. Avistam-se ao longe imensas plantações de eucaliptos, a única coisa que vinga – segundo a voz do povo. E, de fato, não existem rios, exceto um riacho de nome Pacuí, de pouca vazão, e, mais adiante, o rio das Velhas, emblemático curso de água mineiro, muito presente na história e nas letras. À medida que descemos para o vale aumenta o calor. Cruzando estes ínvios, é inevitável a lembrança de Guimarães Rosa e Mário Palmério. Por aqui deve ter cavalgado Riobaldo Tatarana, jagunço-filó-

sofo, maquinando idéias, sem entender o inexplicável amor por Diadorim. Por estes inóspitos caminhos há de ter palmilhado o mascate Xixi-Piriá, com a mala de badulaques às costas, vendendo de fazenda em fazenda, de povoado em povoado, de rancho em rancho. Talvez até mesmo o Padre Sommer, valente caçador de onças, também tenha se mostrado por estas bandas secas e vazias. É um mundo grandioso, amplo e aberto, onde o homem só é um nada. Como afirmava Riobaldo, o sertão repõe a gente pequenino. Não tardamos a entrar em Pirapora. A cidade é grande, asfaltada e limpa. Muito arborizada, tem uma praça central agradável e movimentada. Seu maior atrativo, porém, está na Avenida Beira-Rio, que se estende à margem direita do Velho Chico. Com duas pistas e canteiro central, nela se avistam encorpadas e folhudas gameleiras, árvores de troncos múltiplos e cipoentos. Guimarães Rosa a elas se refere, com carinho e saudade. Seriam estas? Impressionante a muralha que erigiram à margem do rio, evi-

tando a invasão da cidade pelas águas em períodos de grandes cheias. Trabalho meticuloso e robusto, usando pedras enormes, capaz de afrontar a força das correntes raivosas. No momento, porém, o rio está baixo, as águas correm longe, deixando largo espaço seco até a barreira, onde entramos. Por ali descemos até o porto, onde está atracado o navio-gaiola “Benjamim Guimarães”, único remanescente do transporte fluvial de passageiros naquele trecho. É um barco impressionante, com três andares e capacidade para 200 passageiros, de fabricação norte-americana (1912). Foi restaurado e faz viagens turísticas. Visitamos todas suas dependências, camarotes, cabines, casa-demáquinas, depósito de lenha, cabine do capitão, cozinha, lanchonete etc. Verdadeira casa flutuante, com feérica iluminação noturna, e um poderoso farol na proa. Imponente, singra aquelas águas remansosas ao sabor da brisa que vem de longe, repleto de passageiros que armam suas redes em todos os cantos. E sua passagem pelas vilas e povoados ganha sempre ares de festa.

Singrando pelo Velho Chico (Pirapora).

Xingó e as Piranhas Distante 198km de Aracaju (SE) situa-se Canindé do São Francisco, onde se encontram a usina e o lago do Xingó. Fica no alto sertão, na região semi-árida, e a represa formou imenso lago com “canyons” de beleza e altura impressionantes, com as barrancas rochosas subindo a prumo como muralhas avermelhadas. Em local elevado, de frente para a usina, está o “Xingó Parque Hotel”, moderno e confortável, em cujas salas se veem esculturas enormes de figuras da região, como Padre Cícero, Lampião, Luiz Gonzaga, Antônio Conselheiro, vaqueiros e cantadores. Pela manhã, logo cedo, acontece o passeio de catamarã pelo lago, percorrendo os locais mais interessantes e fazendo uma parada para mergulho nas águas límpidas e transparentes. A travessia pelos “canyons” é a parte alta da excursão. Depois é servido almoço num restaurante flutuante cujo prato

principal é o surubim, peixe abundante naquelas águas, com molho de pitu, o camarão de água doce. Também valem uma visita o Museu Arqueológico da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e à própria usina, ambas acompanhadas por guias. No outro lado da divisa do Estado fica a cidade de Piranhas, em Alagoas, muito visitada por Lampião e onde ele tinha parentes. Ela conserva, em bom estado, inúmeras construções em estilo colonial, é bem cuidada e limpa, situada em local de invejável panorama. Nela existe o Museu do Cangaço, instalado na antiga estação ferroviária, e com um acervo interessante sobre as atividades dos cangaceiros. Como sempre, surgem “primos” de Lampião e pessoas idosas que “foram íntimas”, sempre dispostas a contar causos em troca de algum dinheiro. Muita coisa na cidade tem o formato de piranha.

No retorno, uma parada em Poço Redondo, onde se situa a Grota do Angico, local em que Lampião, Maria Bonita e muitos de seus cabras foram mortos pela polícia. Na entrada há um monumento alusivo ao fato. Outra parada é numa fazenda típica, isolada em meio ao sertão, onde se vendem doces de leite, inclusive de cabra. A vegetação do sertão é impressionante. Mandacaru, xiquexique, palmas e cactos gigantescos que semelham árvores. A palma espinhenta é das poucas que resiste à seca. É cultivada para alimentar os animais. Estes não são os únicos pontos do rio merecedores de atenção. As nascentes, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra, e a foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, onde está situada a cidade histórica de Penedo, além de vários outros, também valem uma visita.

O velho Chico e as lanchas que fazem a travessia (Petrolina).

Léo do Peixe Tratamos então de procurar uma figura singular da cidade – Léo do Peixe. Esse pescador humilde, que explora uma banca de peixes na feira, é amante da leitura e entendeu a importância dela na libertação de um povo. Montou pequena biblioteca, com livros recebidos em doação, e fundou um clube de leitores ao lado de sua banca. Arregimentou cerca de 800 sócios que podem retirar livros para leitura e só receberão outros após a devolução. E assim, com grande esforço, vai disseminando o hábito da leitura. Discute com os leitores aquilo que leram e indaga do

que aprenderam. É um herói! Depois de muito especular e indagar, encontramos, afinal, sua casa, em bairro modesto e rua sem calçamento. Estava viajando, realizando pescaria em Goiás, mas fomos recebidos pela esposa e conhecemos o acervo. Possui boa quantidade de livros, publicações diversas, documentos etc. Guarda com carinho tudo que surge sobre ele na imprensa. Doei bom número de livros, meus e de outros catarinenses, para sua coleção. Seu nome é Leonardo Piedade Diniz, um desses trabalhadores anônimos pela causa da cultura.


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“Padim Ciço” também está no Xingó.

Especial

Entrada da Grota do Angico: aqui morreu Lampião.

A Transposição A transposição das águas do rio São Francisco é dos temas mais polêmicos da atualidade nacional, mais ou menos como foi a construção de Brasília. Previsto de longa data como objetivo nacional, desde os tempos de D. Pedro II, em 1850, foi protelado por muitos e muitos anos e provoca discussões sem fim, não faltando nem mesmo as greves de fome. Tem defensores apaixonados e adversários intransigentes. Alguns afirmam que não funcionará e outros juram de mãos postas que o resultado será positivo. Só o tempo poderá responder

quem está com a razão, embora existam estudos técnicos que recomendem a obra, inclusive de organismos internacionais. Não é possível continuar adiando uma solução para o problema da seca; alguma coisa precisa ser feita para diminuir o sofrimento daquela gente. A demora na solução só incrementa a indústria da seca que beneficia conhecidas figuras do cenário político. Sobre a transposição, tive a oportunidade de assistir a interessante debate. Em João Pessoa (PB), convidado por amigos, fui conhecer o “Sebo

Cultural Heriberto Coelho”, no centro da cidade. Instalado numa espécie de galpão desmesuradamente grande e alto, tem livros, livros e livros em estantes e mais estantes que sobem ao teto. Creio que nunca havia visto estoque igual. Vende livros usados e novos, quadrinhos, revistas, jornais, CDs, DVDs, VHS , vinil etc., faz trocas e ainda edita livros. Nas paredes estão grandes fotos de escritores e nos fundos existe enorme auditório. Depois de sumária visita ao acervo, aprestamo-nos para ouvir o debate. Os debatedo-

res foram o deputado federal Marcondes Gadelha, defendendo a medida, e o professor Jonas Duarte, da Universidade Federal da Paraíba, contrário. O debate se estendeu até tarde, com cerrada argumentação de ambas as partes e intensa participação do público. Explicou Gadelha que transpor não significa encher os outros rios secos com a água do São Francisco, mas controlar o nível das represas para que elas possam ser usadas durante as secas, enquanto Jonas sustentava que não há falta de água na região e que o problema está na má divi-

são da terra, sendo necessário alterar o modelo econômico e revitalizar o rio em todo seu curso. Em síntese, acabei concluindo que se trata de discussão bizantina: ambas as medidas são indispensáveis, isto é, transpor e revitalizar. Tudo o mais são inextrincáveis logomaquias de uma fraseologia metafísica – como dizia célebre jurista. Ambos os debatedores revelaram conhecer a fundo a questão. Meu temor é que a obra faraônica seja iniciada, enriqueça muita gente e acabe abandonada, como tantas pelo país a fora.

tinha outra “vida.” Despia seu gibão de couro de sertanejo e envergava ternos de linho da alta sociedade, a fim de circular livremente no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Segundo relato do Prof. Alberto Deodato, seu amigo, quando Rotílio o visitava no Rio de Janeiro arranjou-se numa rede atravessada. Não podia ficar em hotel. Não por falta de dinheiro, mas porque vinha de um tiroteio no São Francisco. Viajou léguas e léguas de batina e óculos pretos, a cavalo. Trazia enorme apetrecho de disfarce: batina, barba, bigode, o diabo. Da noite para o dia desapa-

recia, levando tudo que era seu... O fraco desse sertanejo era a admiração pelos intelectuais. Nessas visitas conheceu Manuel Bandeira, Ciro dos Anjos e Ribeiro Couto. Para espanto do amigo, foi visto almoçando com Medeiros e Albuquerque e ficou amigo do ministro Ataulpho de Paiva. Frequentava rodas de políticos e intelectuais, lia os clássicos e fazia versos. Mas seu habitat era o sertão do São Francisco, jamais poderia romper o cordão umbilical que o prendia à realidade sertaneja. Ali nasceu e ali encontraria seu fim. Morreu esfaqueado na cidade da

Barra, num navio que balançava sobre as águas do rio de seus sonhos: o Velho Chico. Assim morreu Rotílio Manduca. Até que renasceu como Zé Bebelo, no “Grande Sertão: Veredas” (Conforme ensaio de Marco Antônio de Sales Coelho, publicado na “Revista da AML”). Assim é o Velho Chico, um manancial inesgotável de vida, histórias e mistérios, objeto da cobiça estrangeira e da permanente atenção dos curiosos. Estas notas são uma pálida amostra do que ele pode oferecer.

O Velho Chico e as letras O rio São Francisco é presença marcante nos anais da cultura nacional. Geógrafos, arqueólogos, historiadores, cineastas, fotógrafos, jornalistas, cientistas, artistas plásticos, viajantes, aventureiros e simples curiosos o estudam ou visitam pelos mais diversos motivos. E os escritores, em especial, têm encontrado no grande rio frequente motivo de inspiração. Guimarães Rosas, por exemplo, o acolheu em muitas páginas de sua ficção. Basta lembrar que foi numa canoa, singrando pelo rio, que Riobaldo e Diadorim se conheceram, brotando ali o inexplicável e tor-

turante amor do jagunço e que o acompanharia até o fim de seus dias. Foi também naquela região que nasceu Rotílio Manduca que, segundo intérpretes, teria servido de modelo para o personagem Zé Bebelo, ou José Rebelo Adro Antunes, cidadão e candidato, de “Grande Sertão: Veredas.” O assombroso Rotílio Manduca “é um jagunço dos bons, o mais valente entre os valentes, muito bom no punhal, na faca e com o trabuco... A fama de Rotílio como um justiceiro correu pelo São Francisco e lhe eram atribuídas duzentas mortes. Mas Rotílio


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