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Balneário Camboriú, fevereiro de 2010
caderno do jornal Página3
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Editorial
Veraneando da melhor maneira As estações estão aí, cada qual com suas delícias e desprazeres, cada qual com seus pontos positivos e outros nem tanto. As folhas caem anunciando o outono, o meio-termo, que prepara para a reclusão do inverno. Quando acaba o tempo de frio, chega a primavera, onde tudo desabrocha, ganha cor e prepara terreno para o verão, o auge, o extremo, o ápice. E quando ninguém mais aguenta gastar tanta energia, dispender tanto calor, a temperatura vai amenizando de novo, formando os ciclos naturais da vida. Assim é com a lua, assim é com as gentes, que estão sujeitas a essas alterações e diferenças o tempo todo. Ninguém é estático, e cada estação tem seu tempo, perfeito, redondo, exatamente o tempo certo. O ideal é que esse processo, do que está fora e do que está dentro, seja integrado, da melhor forma possível. Sem lutar contra, deixando ser verão, deixando ficar inverno, e vivendo a estação como ela pede. Ainda é verão, ainda é tempo de perceber o que passa dentro de cada um quando o calor impera; de avaliar o que você gosta e o que não gosta na estação; de procurar saber se o que você coloca no prato é adequado ao clima; de aprender a fazer sucos energizantes, de achar uma maneira de continuar mexendo o corpo; de estar atento aos perigos de um acessório mal escolhido; de procurar se vestir confortavelmente mas não com menos estilo; de deixar a casa com cara de frescor; procurar alguma coisa para fazer. Ainda é tempo de veranear, e viver cada coisa no seu tempo.
Expediente Estações . Ano 1, no 1 . Caderno de Verão. 21.12.09 a 19.03.10 Uma publicação do jornal Página3 Distribuição gratuita Tiragem: 2.500 exemplares Edição: Caroline Cezar Arte e web: Fab Diniz www.pagina3.com.br Fone/fax 47 3367 3333 Jorn. responsável: Caroline Cezar CNPJ 04097083/0001-30
Colaboradores
Tom Veiga, designer e ilustrador, autor da arte da capa + em www.flickr.com/photos/tom_veiga
Guilherme Meneghelli, fotógrafo e vídeomaker + em www.flickr. com/photos/iberere
Guilherme Meneghelli
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Comportamento
Por que as pessoas mudam o ritmo no verão? É natural. A alta temperatura faz que as pessoas estejam mais expostas, mais abertas, mais para fora. “Existe uma euforia. A gente sai mais, encontra mais pessoas, e a própria questão das roupas, do clima, é agradável, alegre, muitos estão de férias, tudo isso causa um desfoque nas coisas que nos aborrecem, nos chateiam”, explica a psicóloga Elaine Raymundi. Ela conta que existem estudos que dizem que as doenças relacionadas à tristezas são mais comuns no inverno, quando existe um recolhimento, uma instrospecção maior, mas “com certeza não é a estação que define”. A diferença é como cada um lida com isso, tem quem exagere na euforia, toma uns goles a mais, passa do limite, não é por aí”, aconselhou. A professora de yoga Rô Pacheco também indica o caminho do meio como solução para passar as estações de forma tranquila. “A gente está sempre sob influências externas e internas, mas temos que continuar buscando o equilíbrio sempre, para não sofrer consequências ruins, o próprio clima mostra que
os extremos não são legais”, mostra Rô, citando que as pessoas respondem com uma agitação maior quando está calor, mas ficam apáticas quando esquenta demais. “Buscar o meio desses extremos é a melhor forma de passar pelas coisas sem sofrer”, acha ela, lembrando que cada pessoa é única e recebe de forma diferente as mudanças. “Eu me sinto muito à vontade com o outono, outros preferem o frio, outros o calor, é legal se conhecer e respeitar o biotipo”. Rô cita um ensinamento da yoga (de Patanjali), que diz que um dos sofrimentos mais tolos que o ser humano pode ter é devido às oscilações climáticas. “Não adianta brigar contra algo que não podemos mudar, se está calor, vai continuar calor e nada podemos fazer. Se chove, está chovendo e pronto. Quando reclamamos estamos reagindo, é pior”. A professora indica que as pessoas tentem não resistir às mudanças e busquem passar por elas da forma mais natural possível, “evitando muito ar condicionado, ventiladores, líquidos muito gelados, tentando exercitar a aceitação”.
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Entrevista
A surf arte digital de Tom Veiga Tom Veiga, 28, mora em Curitiba, é diretor de arte, 28 anos, casado e pai de um filho recém nascido, Calebe. Já fez cursos de design, publicidade e propaganda e atualmente cursa faculdade de marketing. Apaixonado pelo surfe e pelo design, uniu as duas coisas na exposição Série Waves. “Trabalho nas ondas nos tempos de folga em casa, para fugir um pouco da correria do dia a dia”. Confira a entrevista com o artista. Por que o nome Série Waves? Tom - O nome vem do conceito do que todo surfista mais quer, uma série cheia de ondas vindo no horizonte, tubos e mais tubos, assim são as minhas artes, uma série de ondas desenhadas inspiradas em vários picos que conheço e ainda desejo conhecer. A idéia de série também mostra que sempre tenho uma onda nova sendo trabalhada, não é fechada e sim contínua... Qual é a sua inspiração, e o processo criativo das artes? Tom - A inspiração pode vir em qualquer hora, sempre ando com papel e lápis para não perder o momento que ela chega. Uma viagem para a praia, ou alguma que sonho em fazer, uma revista de surf, um dvd, qualquer coisa que lembre uma onda... Quando vejo algo que me inspira já vou para o papel desenhar, faço esboços até chegar no traço que desejo para refletir aquela onda. Depois digitalizo o desenho e vou para o ilustrator vetorizar as artes e colo-
car as primeiras cores. Finalizo as artes no Photoshop fazendo os últimos ajustes, até chegar no resultado final. É a tua primeira exposição de arte ou você já se aventurou com outras técnicas? Essa é minha primeira exposição, não tinha feito nada antes, iniciei a Série Waves faz mais ou menos um ano. Escolhi Balneário Camboriú para fazer a primeira exposição por ser uma cidade que gosto muito, e nenhum lugar melhor para começar o ano do que fazendo a exposição aqui. Além do mais temos o sonho de morar nela um dia, e aqui é uma cidade que me inspira muito, tudo isso contribuiu para inaugurar aqui. Por que e como você começou essa série? Sou apaixonado por ondas, cultura surf e amo meu trabalho como design, então pensei em unir as duas paixões em uma só, surgindo então a Série Waves. Como surgiu a idéia de transformar em quadros? A idéia veio da necessidade da minha arte se expandir para outros lugares, pois como quadros isso poderia entrar nas casas das pessoas, e essa é uma das minhas intenções, ter a Série Waves nos quatro cantos do mundo. Quando coloquei o site no ar muita
gente começou a pedir para comprar as artes, pessoas do Brasil e de fora, sendo quadros poderia mandar para todos os lugares. Também já foram usados desenhos em pranchas, barraca de praia... Você vê alguma diferença ou (des) vantagem do artista tradicional para o artista ‘digital’? Ou arte é arte, independente de como seja feita? Não vejo diferença, pois ambos usam da criatividade e alguma técnica para expressar sua arte, sua paixão. A arte digital é arte, preciso pensar em um conceito, preciso esboçar no papel antes, preciso viajar, me inspirar, isso é um processo criativo como de qualquer outra forma de arte, pintura clássica, escultura etc.
A arte digital ocupa hoje bastante espaço? Não sei (risos). Procuro fazer o que amo da forma que mais gosto, não consigo parar muito para ver essa diferença entre os meios de expressar a arte, se é digital ou não. Não considero a minha arte diferente ou mais moderna, acho que é uma forma que encontrei de iniciar a minha leitura das ondas e conseguir minha identidade e linguagem visual. Esse ano ainda vou fazer uma série de ondas pintadas a mão, quero ir evoluindo em técnicas novas de me expressar. Existe definição, critérios... o que dá pra chamar de arte na tua opinião? Na minha opinião arte é a
forma de expressar uma paixão de uma pessoa, não importa a mídia que ela é gravada ou expressa, pode ser através de video, dança, pintura, design, arquitetura, escultura, etc... Você pretende seguir com a Waves? Quero usar cada vez mais elas, ainda pretendo realizar um sonho, que é fazer um monumento em alguma praça com uma das minhas ondas. Também tenho ajudado ongs no mundo com a minha arte como a Surfrider e a Save The Waves, doando arte para leilões com o objetivo de arrecadar dinheiro para ajudar nas ações delas pelo mundo. A Série Waves fica no Atlântico Shopping até 26 de fevereiro.
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Estilo
Como se manter elegante com tanto calor? O inverno tem fama de ser uma estação propícia para o bem vestir, é mais simples fazer bonito no frio. No verão, tudo fica mais exposto, ‘para o bem e para o mal’, e os cuidados com a aparência já começam com o corpo, não dá para disfarçar, por exemplo, se as unhas dos pés não estiverem bem feitas. Mas apesar do calor tem como ficar elegante. A personal stylist Sylvia Cesário recomenda roupas leves, claras, fluidas, ou seja, adequadas para o clima. Também é importante que sejam peças confortáveis e de acordo com o biotipo, para que a pessoa se sinta bem e confiante com o que veste”. É também a opinião de Alessandra Schauffert, que está sempre na ponte aérea acompanhando os principais desfiles de moda do país para comprar para suas lojas. “O conforto é a primeira coisa, e os cuidados pessoais, afinal, elegância começa com a gente se sentindo à vontade dentro da própria pele, é muito uma postura corporal, de educação e de vida.” Ela aposta no visual clean, sem muitas estampas e penduri-
calhos, e acha que não é uma peça que vai dizer se a pessoa está ou não bem vestida. “Por que a bailarina é sempre elegante? Porque elegância está mais associada ao estilo, à postura, ao jeito de andar e se movimentar. É a forma como a pessoa se posiciona e não apenas o que ela veste”. Alessandra também indica o contra-ponto, a mistura de peças que é uma tendência jovem e atual. Um vestido com um blazer mais masculino, uma peça delicada com uma jaqueta de couro, um chinelo com uma bolsa chique. Nas unhas, a francesinha é sempre uma opção acertada. Para os homens, os tênis baixos e docksides, as camisas e camisetas, os decotes V e o linho, um tecido pouco usado, mas que combina muito com o nosso clima. Confira mais algumas dicas que podem ajudar a ficar impecável no calor. - Roupas claras e leves, monocromáticas, safári chic. - Tecidos nobres e naturais, que não te fazem transpirar ainda mais: linho, puro algodão. - Desapego do excesso, de acessórios equivocados que
acabam brigando entre si. - Atenção ao que vai no rosto e MUITO cuidado com o que escolher para os pés. Hoje as rasteirinhas são emperiquitadas demais, no limite do cafona. - Havaianas é cool sim e sua simplicidade conquistou o mundo. Mixá-la com uma bolsa grifada de peso fica bacana, mas fuja das exaustivas variações sobre o gênero, com combinações feias que contradizem a essência do seu design, opte pelo preto e cores básicas. - Cabelos presos, tranças e coques de lado. - Os biquinis tomara-que-caia são a febre desse verão, assim como um outro acessório com cores fortes. - Homens: bermuda com camisa e dockside.
TUDO CURTO TUDO JUSTO? Tudo curto e tudo justo é brega, over, fora de moda? Ou dá para usar? Muitas vezes o problema não é o comprimento do vestido justo, é todo o conjunto, principalmente se vem acompan-
hado por decotes e sapatos errados. Uma sandália baixa pode dar uma despojada e deixar tudo mais leve. “Há uma grande diferença entre um visual sexy, um matador e outro periguete de periferia. Mas se a intenção é sedução, pode ser um equívoco, acredito que o homem em geral prefere quem sabe deixar algo à imaginação”, opina Alessandra, que acha “péssimo como o corpo feminino é exposto nas baladinhas daqui, falta charme e bom senso. Já tomei muito susto em banheiro feminino à noite”. Ela diz que para apostar no justo-curto e decotado, o visual tem que ser bem sofisticado. E acha que depois de um longo tempo das batas imperando absolutas, é bom ter a silhueta da mulher como protagonista de novo. Dica: prefira um vestido justo e curto sem decotes ou com mangas para dar uma equilibrada e avalie a atitude.
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Estilo
As tendências de inverno já chegaram, mas ainda é verão
Os desfiles de moda e as vitrines de lojas estão sempre antecipando as estações. Ainda é verão, mas nas passarelas já se vê quais serão as tendências do inverno. O novo, a novidade é o que faz girar a engrenagem da moda. Há vários perfis de consumidor, inclusive o que só compra em promoção e o que detesta liquidação. Para os mais exigentes, que querem sempre algo novo, desde dezembro já são quase
dois meses sem propostas diferentes nas vitrines e lojas. “Em fevereiro, esse público mais fashionista já está com o olhar cansado e louco para ver e vestir coisas novas. Hoje, tenho nas lojas coisas para todas as vontades: liquidação, alto-verão e lançamento. O lado B, é que para nós lojistas em uma cidade turística, as grandes liquidações nas capitais acabam estragando o comércio de janeiro. Isso torna nossas compras mais conscientes e voltadas para
valorizar peças que contenham o futuro: de qualidade e design arrojado. Mais raiz e menos verniz”, opina Alessandra Schauffert. Ela acha que não dá mais para classificar a moda em inverno e verão, e sim em coleções, porque muita coisa, já da próxima estação, ainda dá para usar no calor. “Tem muita coisa que vai continuar se usando, e na coleção nova se vê muitas cores quentes, tricôs, os jeans claros, leggings com
sapatilhas e as variações”. A dica é investir em peças básicas e de boa qualidade, voltadas para o custo-benefício, “que a gente leva para qualquer lugar. Não é legal ficar acumulando, comprando tudo que vê pela frente, sem consciência. O ideal é escolher peças de vanguarda, que possam ser mescladas com outras e que são coringas”, ensinou Alessandra.
O QUE CONTINUA?
Sintonize-se com as estações
- Balmainmania, tendência gótico-punk-rocker. - Preto, branco, nude e navy. - Jeans rasgados. - A obsessão com os anos 80 (não ria que você ainda vai usar algo com ombreiras, apaga o volume do quadril). - Saias bandage. - Foco no ombro. - Silhueta ajustada. - Brilhos. - Sapatilhas.
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Central de Vendas: Entre Balneário Camboriú e Itajaí. Rod. Osvaldo Reis, nº 3685. Praia Brava - SC - Brasil
(47) 3360.0101 | www.bravabeach.com.br Incorporação Brava Beach Internacional. Incorporação devidamente registrada no 1º Ofício de Registro de Imóveis de Itajaí, sob nº R-13-10.574.
De acordo com a lei nº 4591/64, informamos que as ilustrações contidas neste material possuem apenas caráter ilustrativo e de sugestão. Os imóveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas ilustrações e plantas, não constituem parte integrante do contrato. O apartamento será entregue conforme indicado no memorial descritivo podendo haver modificação do projeto estrutural sem aviso prévio.
More de frente para o mar na Praia Brava.
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Opinião
Os pontos positivos e negativos da estação mais quente do ano
“Sem sombra de dúvida, de negativo, os serviços públicos. Energia, saneamento, trânsito, policiamento etc... Todo ano, na temporada, dois ou três computadores queimam na empresa devido a oscilações (ou cortes) de energia. Mesmo usando nobreaks e estabilizadores sempre temos problemas. Este ano foram dois. A praia fica um lixo. Suja e interditada. Haja esgoto... Haja bunda... O trânsito fica um saco. E eles adoram fazer obras para piorar a situação, bem na temporada. Geniais! Sem falar na falta de educação do turista que acha que suas férias incluem férias da boa educação, das leis de trânsito, da moral e dos bons costumes etc... dá vontade de matar! Como pode ver, eu ODEIO a temporada (risos). A única coisa boa é o dinheiro que entra na cidade. Mas como não ganho com turismo, isso não me afeta! Mas o verão... aaaah gosto sim! Adoro! Gosto do calor... gosto do astral... as pessoas ficam felizes... sorriem mais! Saem mais de casa...
As cores... ahhhh quantas cores tem o verão... tudo vibra! Muito melhor do que o inverno cinza e soturno! Sem falar nas roupas (ou quase ausência delas). Adoro! Adoro ver as mulheres com suas mini-saias e tops... não são nada chiques como as roupas invernais... mas são insinuantes e provocantes... sempre deixando aquele gostinho de tomara que caia, e para alegria de todos, às vezes caem mesmo (risos). As horas são mais longas, os dias são mais longos, duram mais... anoitece tarde e parece que dá para fazer mais coisas! E dá mesmo... As comidas, hum geladas... frescas... sou suspeito... adoro todas, as de inverno e as de verão. Cada uma a seu tempo. Cada qual no seu lugar. Destaque para a salada de frutas, que eu AMO! Poderia passar o verão à base de salada de frutas, bem geladinha. Sou suspeito para falar... se me perguntasse sobre o inverno falaria das lareiras e fondues, queijos e vinhos... dormir abraçadinho e banhos ferventes! O bom mesmo é ter as quatro estações - e temos que aproveitar que isso ainda existe. Só verão enjoa... só inverno mata, sem a primavera não teríamos as flores, só o outono, tadinho, me parece inútil a não ser para garantir o emprego dos garis que limpam as folhas que caem das árvores! Viva a diversidade e os ciclos da vida!” Adriano Cruz, programador e empresário.
“Por morar em Balneário Camboriú desde que nasci (1986), vi muitas mudanças, principalmente nessa época dos anos. O verão traz consigo todo aquele clima de festa, férias, praia, amigos, porém, apenas aos que estão de passagem por aqui. Quem mora e trabalha em Balneário e precisa usar o comércio, o trânsito etc, sente um desconforto pela lotação da cidade nesse período. É fila pra tudo. Ambientes cheios e quentes, aquela sensação desagradável de calor, entrar no carro que ficou estacionado no sol, pra que sensação pior? Um forno praticamente. Entretanto, não há do que se queixar. Faz parte do clima e do contexto da estação. Balneário Camboriú é uma cidade turística, e como nós precisamos do calor e turistas movimentando a cidade no verão, nós acabamos que aprendendo a conviver e por que não, gostar disso tudo. Poucos são os que têm privilégio de morar numa cidade como a nossa e poder curtir tudo que ela oferece o ano inteiro. Aos que gostam de agito e festas (assim como eu), é a época perfeita. Muita gente bonita vem pra cidade, as festas estão sempre cheias e bem animadas, e há uma diversificação enorme no gênero de festas. Os dias são mais longos, com isso, quem trabalha ainda pode curtir um final de tarde na Av. Atlântica, jogar uma bola, um barzinho, tudo isso, por causa do verão.” Daniel Waltrick Pinto, DJ
“Acho uma lástima a população de BC continuar achando que a maior praga do verão são os turistas. Os turistas enchem a cidade de cores, de sons, e de dinheiro. Não tenho comércio aqui, mas presto serviço para comerciantes... sem o turista de verão, o inverno é devagar e triste! Por isso acho que o melhor do verão é o turista, claro que para toda regra há exceção (risos). O pior do verão é o congestionamento ocasionado pelos enormes ônibus de turismo que continuam (não sei por quê!) trafegando pela cidade... o pior do verão é a alta dos preços a que somos submetidos em mercados, restaurantes e todo lugar... mas o pior mesmo do verão é ter que trabalhar com este calorão!” Beatriz Wagner, leitora, via blogp3.
“Só o fato de ser verão já é o máximo. As pessoas ficam com aparência de mais saúde. Temos o que todos dão a vida, nem que seja por três dias. Um marzão maravilhoso, que podemos aproveitar pois é de graça. Sabendo se organizar, quem mora aqui pode gastar bem pouco para se divertir e curtir momentos maravilhosos de lazer. O que tem de pior??? Hum, a falta de educação de muitas pessoas que deixam todo o seu lixo na beira da praia. Hoje educadamente pedi a um turista que recolhesse seu lixo, pois naquele momento estava indo embora. Ele na sua razão grosseira disse que estava pagando e muito para usufruir daquela praia, então que os garis juntassem. Isto é o pior, TURISTAS que não merecessem o respeito. Desta maneira não tem como manter nada limpo.” Carla R.M.da Silveira, leitora, via blogp3.
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Saúde
Cuidados devem vir antes da vaidade No verão aumenta muito a procura por lentes de contato coloridas, que apesar de serem estéticas, exigem o mesmo cuidado que as oftálmicas. Não se deve de maneira alguma adquirir esse produto fora de lojas especializadas, como casas de bijouterias e até camelôs. O contatólogo especialista em lentes- Ariel Scussel- alerta que o uso inadequado das lentes é mais prejudicial do que de óculos ‘falsificados’, porque ela fica em contato direto com os olhos. “Pode causar complicações sérias como uma úlcera de córnea, conjuntivites, alergias, inflamações, é bem arriscado”. O especialista ressalta que a lente é de uso estritamente pessoal e não deve ser compartilhada. “A gente brinca com o ditado que ‘escova de dente, lente de contato e dente não se empresta nem pra parente’ mas isso é muito sério, existe um tipo de lente para cada indivíduo, é algo que está em contato direto com as secreções da pessoa, e exige muita atenção com a assepsia, sempre”. Quem usa lentes de contato deve ter cuidados especiais
Cristina Streckiwiz
ao ir à praia, na hora de passar protetor solar, com a areia e nos banhos de mar. “Pode entrar na água, mas a lente não pode ter contato com a água salgada, então é preciso atenção para não abrir os olhos ao mergulhar e para não machucar com grãos de areia ou outra sujeira”, recomendou Ariel. Também é necessário se consultar com um especialista que vai indicar a melhor lente, de acordo com a curvatura e tipo de olho. “São feitos muitos testes complementares, o que serve para um não serve para o outro”, completou Ariel.
Com os óculos também Mesmo com muita informação na mídia, ainda há quem compre óculos de sol se procedência, sem saber o tamanho dos danos que pode estar causando a si mesmo. Alguns hoje em dia já vêm com um selo da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. As óticas também devem dispor de um aparelho que mede a proteção UVA e UVB, que deve ser 100% nas lentes.
Os maiores problemas decorrentes das más lentes ou de não usar óculos são o agravo de cataratas e ptirigo, aquela pele fininha que forma uma película em cima dos olhos. “Hoje existem lentes no mercado que vêm inclusive com
melanina sintética, que protege a pele ao redor dos olhos e não só as pálpebras”, disse Susan Guimarães, da Ótica Itaçú. O óculos é mais que um acessório, é uma proteção à saúde, por isso o uso deveria começar na infância. Susan
comenta que na Austrália o governo distribui, desde o jardim de infância, óculos de sol a todos os estudantes. “Não adianta colocar protetor solar na pele e esquecer dos óculos, é fundamental”, comentou a profissional.
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Saúde
Para não perder o ritmo da atividade É mais que sabido que a atividade física é um item fundamental para a qualidade de vida. No verão não é diferente, mas é necessário tomar alguns cuidados para que a influência do calor e do sol não prejudiquem o efeito benéfico que ela traz. “Tudo dá para adaptar, o que não pode é ficar parado. Muitas pessoas esperam o verão, porque no inverno dá preguiça de se exercitar, mas aí vem o calor, e também não começa a fazer. É importante criar e manter o hábito, sempre”, ensina o educador físico Fábio Pierre, que diz que a atividade ideal, independente da época, é aquela que faz a pessoa se sentir bem. Para quem frequenta academias é mais fácil, pois praticamente todas são equipadas com ventiladores e ar condicionados. Em casa também existe a opção de treinar na frente do ventilador. Ao ar livre, Fábio recomenda evitar o período mais quente do dia e dar preferência para fazer exercícios antes das 8h ou depois das 20h. É preciso atenção quanto à hidratação, não só com água, porque com o suor, perde-se sais minerais. Isotônicos, água de coco ou sucos ajudam na reposição. Se sair no sol, boné, viseira, óculos, e protetor. Roupas claras e leves, hoje existem tecidos
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‘inteligentes’ ideais para as ativas. É aconselhável buscar orientação médica de um cardiologista sobre a frequência ideal da atividade, e ficar atento a problemas de pressão baixa. Quando o esforço é demais, o próprio corpo avisa. “Se tiver se sentindo mal, pára. É muito melhor fazer um pouquinho todos os dias do que se desga-
star demais e ficar três, quatro dias parado. Uma das principais formas de manter a atividade física constante é nunca ultrapassar esse limite do conforto. O exercício tem que ser prazeroso, na medida certa”, encerrou Fábio.
Dicas para ficar ativo » Encontrar uma atividade física ideal, que goste;
» Se programar antecipadamente, falta de tempo é uma das principais desculpas para o sedentarismo;
» Ter sempre uma companhia, um parceiro ou um grupo, alguém que vai estar esperando por você.
» Se manter na zona de conforto;
» Os esportes aquáticos e de praia são uma boa opção para a época de calor: caminhadas, frescobol, surfe, vôlei entre outros.
» Definir objetivos, a curto prazo, que somados vão virar um objetivo a longo prazo, ex: ‘por 3 semanas vou seguir à risca as caminhadas’.
Alimentos certos ajudam a manter a temperatura Uma alimentação diferenciada é importante para manter o corpo hidratado no verão. Tão importante quanto água, sucos ou outros líquidos, os alimentos garantem que o corpo fique confortável mesmo com as altas temperaturas comuns desta época do ano. “Ingerir frutas frescas e saladas, assim como beber a quantidade adequada de água, chás ou sucos naturais, auxilia o organismo a preservar uma temperatura corporal agradável”, aponta o médico Nataniel Viunisk, nutrólogo e membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Ele explica que com o aumento da transpiração, além de perder líquidos, o corpo também elimina sais minerais importantes como sódio, potássio e magnésio. Por isso, a necessidade de uma alimentação correta. “Mais do que repor os líquidos perdidos pelo suor, as frutas e vegetais contém antioxidantes que ajudam a proteger nosso corpo dos danos causados pelo sol e outros agentes agressores típicos do verão, como o cloro das piscinas”, completa o nutrólogo. Ele aproveita para indicar algumas opções apro-
priadas para a estação.
Melão Todos os frutos dessa família são excelentes fontes de sais minerais. No entanto, o melão tem aproximadamente o triplo de potássio do que o encontrado na melancia, por exemplo. Além disso, a cor amarelo-alaranjada dos melões é proveniente do betacaroteno, um poderoso antioxidante.
Mirtilo (Blueberry) Doce e deliciosa, essa frutinha contém componentes que podem auxiliar a reduzir inflamações na pele causadas pelo excesso de sol. Também é ótima fonte de vitamina C.
Espinafre As folhas do espinafre contêm bastante água e possuem grande quantidade de magnésio. A luteína, pigmento que tinge as folhas de verde, é um antioxidante que ajuda a proteger a pele e olhos da excessiva exposição ao sol.
Pimenta Alimentos apimentados no calor? Sim! Além de boa fonte de vitamina C, as pimentas estimulam a transpiração. O
suor quando evapora da pele ajuda a diminuir a temperatura corporal. Gengibre e alho também possuem esse efeito, em menor escala.
Sucos funcionais Bons aliados no fortalecimento da saúde, os sucos têm a vantagem de ser leves e refrescantes. A chefe de cozinha Andréa Machiavelli. ensina que há diversos ingredientes que podem ser incorporados como fontes de vitaminas, como acerola ou camu-camu: muito ricos em vitamina C; germe de trigo, que contém vitamina B (ação desintoxicante); cenoura, que possui betacaroteno e magnésio, entre outros. Ela dá receitas: Suco energético: 200 g de polpa de açaí, 20 ml de xarope de guaraná, 2 copos de água de coco e 100 g de granola. Bater no liquidificador e servir com gelo. Suco desintoxicante: 2 talos de salsão, 1/2 de maço de salsinha, 1 copo de água ou suco de laranja. Bate no liquidificador e se preferir, adoçe com mel. Suco prevenção: 1/2 cenoura picada, 5 ramos de salsa, 1/2
pimentão verde, 1 copo de água e 1 folha de couve. Suco para memória e diurético: 1/2 colher de alec-
rim, 1 maçã com casca e sem sementes, 1 laranja com a parte branca sem sementes, 4 morangos, 6 uvas. Bater no
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Casa
Um ambiente que condiz com o estado de espírito Uma nova estação pede renovação, a decoração da casa deve acompanhar as mudanças externas e estar sempre se reciclando. Não é preciso derrubar paredes a cada 4 meses, com pequenas adequações já é possível renovar as energias e dar uma nova cara aos ambientes. O ideal, segundo a arquiteta Luciana Knabben, é se antecipar, e pensar com antecedência nos frutos e flores que você quer colher daqui a um tempo. “Agora, por exemplo, seria hora de planejar para o próximo verão, fazer um jardim, uma área sombreada, plantar uma palmeira, flores, tudo isso não nasce da noite para o dia, leva um tempo”, orientou. Mas como até 19 de março ainda é verão e parte do outono é uma estação quente, dá para realizar algumas mudanças que vão refletir no astral de casa. “A cada nova etapa, quando muda o clima, esquenta ou esfria, é legal liberar espaço, tirar o que não se usa, mesmo que fique um vazio. Às vezes a gente tem uma poltrona que não gosta, mas deixa lá só porque não tem o que botar. Está errado, tem que tirar, até porque o
novo não chega onde não tem espaço”, disse Luciana. Ela indica almofadas coloridas, plantas naturais, pequenos objetos que podem mudar completamente um ambiente. Os tecidos das cadeiras e cortinas também podem ser alternados de acordo com o clima. “A casa tem que ter a cara da estação”. Se a grana estiver curta, só trocar as coisas de lugar já faz efeito, um quadro, os móveis, um abajur na sala para uma meia-luz à noite. Se tiver tapete é bom tirar, ou trocar por um de fibras, que não esquenta e não junta muito pó. Também há o recurso econômico de usar capas nas cadeiras e almofadas e ‘penduricalhos’ nas cortinas se não der para trocar tudo. “Já faz uma diferença”, garante a arquiteta. Outro item importante é abrir janelas ou espaços que proporcionem a ventilação cruzada, que faz circular o ar, deixando o ambiente mais fresco e leve. As plantas em vasos merecem atenção especial, precisam estar perto de luz natural e sempre regadas. Trocar a terra de vez em quando é bom para garantir os nutrientes para que ela fique vistosa e saudável.
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A arquiteta orienta para que as pessoas, mesmo com esse calor, já pensem no que está por vir. “Quando o inverno chegar é bom já ter pensado numa lareira, hoje tem aquelas à gás que são práticas, porém exigem que quebre a parede para a tubulação. O efeito do fogo dentro de casa é bem legal. As cores quentes, tapetes mais peludinhos, todas essas coisas que o frio pede”, antecipou.
Tecidos Já existem no mercado tecidos especiais para áreas externas que têm a cara do verão, podem molhar, pegar chuva ou ficar perto de piscinas. “Eles não absorvem a água e o legal é que têm textura de tecido mesmo, não são aqueles corinos, ou plásticos que estamos acostumados a ver”, disse a empresária Marilu Baggio Nerbass. Ela diz que poucas pessoas trocam cortinas a cada estação, mas quem está decorando a casa nessa época costuma automaticamente buscar por tecidos mais leves. “Veludo, por exemplo, não tenho vendido quase nada nesse calor”, exemplificou.
Surpreenda seu corpo ƌ͘ :ĂŶĂĚĞůŝ DĂƌƟŶƐ ƵĂƌĞůůŝ
Maria José Rodrigues
&ŝƐŝŽƚĞƌĂƉĞƵƚĂ ͮ ƌĞĮƚŽ Ϯϵϰϱϴ Ͳ & DƵƐĐƵůĂĕĆŽ dĞƌĂƉġƵƟĐĂ DŝĐƌŽĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂ
Terapeuta dƌĂƚĂŵĞŶƚŽ ŶƟͲƚĂďĂŐŝƐŵŽ ĐƟŽŶ Ͳ >ĂƐĞƌ
Haroldo Luiz Fenille
Natasha Mascarenhas
Zd Ϯϭ͘ϭϰϱ ͮ Dd, ϴϳϴͬϬϰ Terapeuta - Naturopata Acupuntura e Vegatest
&ŝƐŝŽƚĞƌĂƉĞƵƚĂ ͮ ƌĞĮƚŽ ϴϳϬϴϵ Metódo Pilates em Aparelho e Solo ƌĞŶĂŐĞŵ >ŝŶĨĄƟĐĂ ŵĂŶƵĂů Endermoterapia
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Raquel Newmann
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Laís Lauda - Nutricionista
ZE ϲϲϳϭ W Personal Diet, Fitoterapia Funcional e Nutrição Ortomolecular
ůǀŝƌĂ D͘ DĂƌƟŶƐ Massoterapia e Quiropraxia
Caroline Signori Feix
WƐŝĐŽůŽŐŝĂ ͮ ZW ϭϮͬϬϰϲϭϮ Especialista em Psicologia Clínica Gestalt Terapeuta
ƌĞĮƚŽ ϲϰϳϬϰ Vanessa Iara &ŝƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂ şŶƟŵĂ ;ŵĂƐĐƵůŝŶŽ Ğ ĨĞŵŝŶŝŶŽͿ Dança do Ventre Disfunções Sexuais Bailarina, Professora, Coreógrafa Técnica de Pompoarismo Cursos e Eventos
Tel. 3360-7528 e 9601-2869
email - mentesamovimento@yahoo.com.br Av. Alvin Bauer, nº 523 entre 3ª e 4ª avenida Balneário Camboriú
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Lazer
O que tem para fazer hoje? Por Daniele Sisnandes
Aposto que você já se pegou conversando com um amigo sobre onde ir no final de semana e depois de uma série de sugestões, escolhe um lugar que já foi. É comum porque é a opção mais segura, mas isso acontece porque você não tem idéia de quantas alternativas, sons, cores e sabores existem na cidade onde você mora (ou passa férias). Balneário Camboriú tem portas abertas para todos, dos sem grana aos que podem bancar conforto e dos mais jovens aos que acreditam já terem vivido o bastante. E no verão, ah o verão! As opções duplicam, triplicam. As entidades fazem promoções para incentivar o consumo da gastronomia local, mas é preciso? Às vezes é uma questão de preconceito, já que muitas vezes fazer uma refeição fora de casa é mais barato e gostoso do que encarar uma comida congelada. Temos filiais de grandes redes e restaurantes pequenos cheios de charme e profissionalismo. Comida natural, picante, étnica, fast food, cachorro-quente final de noite e pastel de padaria. Sem falar que a cidade tem cinemas, uma biblioteca linda
e forrada de passatempos que fazem bem à mente, vitrines belas e bem montadas, marcas famosas e ótimos sebos e brechós garimpáveis. Não quer gastar? Balneário Camboriú tem uma orla que pede uma caminhada, areia para prática de esporte, ou um calçadão convidativo ao bate-papo entre amigos no fim de tarde. Uma rodovia que liga belezas e vistas invejáveis. Se o dia estiver muito quente, aqui ao lado, na vizinha Camboriú, a natureza esbanja tranquilidade com cachoeiras e trilhas. Para os baladeiros assumidos, bares se amontoam nas charmosas Brasil e Atlântica, dá uma volta por lá. Deixa o carro em casa e aproveita que aqui tudo é perto ou esquece a ver-
gonha e pega o Bondindinho. Agora, se quiser alto estilo tem também. A região possui os clubes mais cobiçados do país. Aquele som que não pára de tocar no rádio você pode ver, ao vivo, em uma casa noturna perto de casa. Tudo bem, não quer sair, mas quer reunir os amigos. Já pensou que pode ir ao mercado ou à peixaria e vai encontrar tudo o que precisa? Se questionar é bom, porque revela intimamente o que está tão perto. Tantas pessoas trocariam de lugar com você por viver na multifacetada Balneário Camboriú e você aí, sem saber o que fazer? Daniele Sisnandes é jornalista, DJ e assina a coluna Elètra no Página3 Expresso (www.pagina3.com.br)
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Bem estar
Momento para o ócio (AE) O que prejudica a minha preguiça, prejudica o meu trabalho, dizia Mario Quintana. O poeta, autor de “Da Preguiça Como Método de Trabalho”, ainda ousava afirmar que seus leitores eram do tipo dorminhocos, daqueles que não poderiam ser acordados pois costumavam ler sob o efeito do sono. Esse pecado capital, no fazer artístico e intelectual, sempre serviu como inspiração ou freio, permeou não-ações (reais ou ficcionais) e produziu sensações particulares - de quem o transformou ou o consumiu como obra. Como preguiça do dia, encontramos, ou a confundimos com, o tédio - “que tem sua representação social aos domingos”, segundo Arthur Schopenhauer -, a acomodação e o jeitinho brasileiro. Como cansaço da alma, há o desalento - como em “Canoas e Marolas”, de João Gilberto Noll -, a contemplação e a imobilidade. Mas, culturalmente, temos negado nosso direito de pouco fazer. Produzir sem cessar é o estereótipo vigente, atrelado às leis do trabalho. E à felicidade. Mas até essa idéia encontrou resistência. O pensador francês Paul Lafargue, por exemplo, pregou o “direito à preguiça” como uma luta verdadeiramente libertária. Já o teórico Jean Baudrillard defendia a escolha pelo ócio: “Não mudarei, qualquer que seja o curso dos acontecimentos. Detesto a atividade agitada dos meus concidadãos, a iniciativa, a responsabilidade social. São valores exógenos, urbanos, pretensiosos. São qualidades industriais. A preguiça é uma energia natural”. Mãe do tempo perdido, alguns criadores aproveitam o nãoalerta como feriado da mente. Por isso, a fim de redefinir, ou homenagear, esse estado de espírito, convidados Felipe Morozini, Tuane Eggers, Renato De Cara e Rochelle Costi, artistas plásticos que têm a fotografia como suporte, para resumir o ser preguiçoso. Leia deitado. Se quiser.
Sem culpa O paulistano Felipe Morozini, de 34 anos, vê-se como “um fotógrafo que caminha por outros olhos”. Em seu manifesto, “Hedonismos”, reverencia o prazer de não fazer nada. “Sem culpa”, acrescenta. Inquieto, transformou sua morada em um projeto em que recebe outros artistas para criar - geralmente naqueles dias em que o relógio anda mais devagar. - Preguiça é? - Fundamental para o bom
Fab Diniz
- Em São Paulo? Quem fica parado é atropelado e some do cenário.
Labirinto doméstico “Sou uma observadora. Eu me nutro, desde cedo, das coisas que envolvem o espaço e a forma como o utilizamos”, confessa Rochelle Costi, de 48 anos. A artista, que veio de Porto Alegre para a capital paulista há mais de duas décadas, tem a casa como cerne de sua pesquisa. “Boa parte de minha produção gira em torno do labirinto doméstico mesmo.”
andamento dos pensamentos. Infelizmente, na nossa cultura, os preguiçosos são vistos como vagabundos. - De que forma ela pode ser inspiradora? - Acredito que grandes sacadas surjam no meio de uma sesta. - Seu projeto de residência faz sua casa virar uma eterna galeria, não? - Imagine conseguir se dedicar uma semana por mês a uma outra pessoa. Pegar esse tempo ocioso e transformar em algo realmente criativo. - Em cliques, onde você já esteve? - Literalmente? Índia, Itália, Londres, Bahia, Manaus. Subjetivamente? Lua, Marte, século 17, florestas virgens e lugares sem nome.
“Quando o sol não brilha” Tuane Eggers é a musa onipresente de “Os Famosos e Os Duendes da Morte”, de Esmir Filho, melhor filme no último Festival do Rio. Gaúcha de Lajeado, muito antes da estréia em tela grande ela já registrava suas peripécias de menina de 20 anos, e o mundo surreal que provém delas, em (séries de) retratos. Muitos deles habitam a rede. E nos levam para atmosferas de sonho. - Preguiça é? - Quando o sol não brilha e os olhos não vêem as infinitas possibilidades que temos. - De que forma ela inspira?
- Com a mente livre, você consegue belos insights. Mas só quando você não está preguiçoso para pensar. Porque, nesse caso, ela bloqueia. - Um artista se dá o direito de tirar férias? - Elas acabam acontecendo, senão as idéias entram em colapso. - E tudo pode virar tédio? - Sim, ele é o último do ciclo que faz a inspiração voltar a funcionar. Antecede a vontade. - Como sua cidade se relaciona com esse pecado? - Não valorizando nem dando espaço à cultura. E se preocupando apenas com a evolução em números, com preguiça de enxergar que a base de tudo é a formação intelectual.
Divagar é permitido Jornalista e fotógrafo, Renato De Cara, de 46 anos, pensa que a preguiça traz, sim, um potencial artístico. “Temos toda uma tradição baiana, não é? Daquela rede em Itapuã. Além do mito do índio e de Macunaíma.” Acostumado a cobrir os estressantes backstages das semanas de moda, ou a acompanhar a montagens das exposições de sua casa das artes, a Galeria Mezanino, ele defende o descanso para limpar o HD mental. - Preguiça é? - Uma mistura de acomodação, falta de vontade, medo, ingenuidade e vagabundagem. - Um artista se dá o direito de tirar férias? - Sim, apesar de nem sem-
pre ter condições para isso. O ócio, no meu entender, é necessário para nos tirar desse ritmo louco. Precisamos nos permitir divagar. E sempre com um caderninho à mão para anotações. - Em seu trabalho como curador é flagrante encontrar diálogos com a preguiça? - Explicitamente, encontro mais desorganização e falta de foco. - De que forma sua cidade se relaciona com esse pecado capital?
- Como a preguiça vira obra? - Morei em Londres no início dos anos 90 e trabalhei como modelo para classes de arte - tive que ficar parada, na mesma posição, durante 5 horas, por 10 dias. Para não enlouquecer, comecei a registrar essas cenas. A partir das fotos, formatei o trabalho “50 horas - Autorretrato roubado” que discute a imobilidade, o ser objeto. - É possível controlar a sensibilidade aguçada quando não se está fazendo nada? - Sinto que, quando viajo para onde a natureza predomina, me torno mais contemplativa, pequena e passiva. Já cidades grandes ou pequenas me deixam ativa, passa a ser inevitável documentar os instantes. Mas isso não me cansa, estimula. E você, como se relaciona com a preguiça? E sua cidade? Envie paraoblogp3@gmail.com.
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