RECORDAÇÕES
BOAS E MÁS LEMBRANÇAS
ESSOGIR DA SILVA
LEMBRANÇAS DO PASSADO
CARAPICUIBA 2010
AGRADECIMENTOS A toda minha família que teve a paciência em me aturar durante esse tempo todo. Não sou uma pessoa fácil de se lidar, porém tenho qualidades indiscutíveis, gosto de ser justo, honesto, respeitador e trabalhador. Para se formar uma família decente é necessário que a pessoa que normalmente é vista como referencia tenha bons modos, procurei ter tudo isso, mas é evidente que nem sempre a gente consegue agradar a todos de maneira igual, por esse motivo peço
as pessoas que se sentiram discriminadas por mim,
desculpem-me se isso aconteceu, tenham certeza que não foi por livre e espontânea vontade e sim por traição da mente, livremente e por vontade própria não faria essa desfeita à ninguém.
DEDICAÇÃO Dedico esse trabalho para todos os meus familiares, parente e amigos que dele tomem conhecimento. Aqui se valoriza a vida, o trabalho digno e o respeito ao próximo. A persistência é uma virtude que para todos deveria ser uma rotina. É diante das dificuldades que o ser humano mostra que é capaz. Aquilo que vem fácil vai mais fácil ainda. Aos mais novos que ainda estão lutando pela sobrevivência deixo claro que: Só vale a pena aquilo que conseguimos com nossos esforços, para isso é necessário preparar-se para a vida. O que o outro consegue não interessando os meios, se lícito ou ilícito não interessa a você, o que vale é o que é seu isso ninguém tira de você.
QUEM TOMAR CONHECIMENTO E ACHAR QUE ESTÁ EM DESACORDO COM A REALIDADE VIVIDA, PODERÁ ME INFORMAR PASSANDO AS DIFERÊNÇAS ENCONTRADAS QUE POSTAREI UMA EMENDA.
RESUMO Tem este a finalidade de registrar fatos e acontecimentos que normalmente levaria uma pessoa nessas condições a não ter certeza do que é certo ou errado. Então se pode afirmar que a índole pessoal advém das observações feitas por um ser aos seus representantes legais. Quando digo representantes legais não estou me referindo apenas aos pais e sim todos aqueles que deveriam incutir na cabeça de uma criança a diferença entre o certo e o errado, as igrejas têm uma grande parcela nisso. Muitas vezes falamos que não temos oportunidade e por isso deixamos de fazer o que deveria, mas na realidade oportunidade todos tem, o que falta é apoio da sociedade e a capacidade de cada elemento na interpretação desse apoio sabendo aproveitá-lo. No meu caso quando apareceu às oportunidades soube aproveitar, tanto que se eu não tivesse aproveitado com certeza não estar deixando aqui minhas memórias, pois tive todas as oportunidades de se tornar um fora da lei, mas como disse no começo a minha índole falou mais alto. Mesmo diante das dificuldades proferi lutar, estudar e manter-me sempre no caminho que leva aos bons modos e nunca desanimei diante dos empecilhos que surgiram à minha frente, procurei sempre ser o mais correto e justo possível e com isso sempre tive uma porta aberta onde pude me abrigar. O abrigo e apoio normalmente vêm das pessoas estranhas, pois as mais próximas, quando você pede ajuda, normalmente acham que você está aproveitando da situação e que não procura meios para sobreviver. Esse pensamento não é correto, muitas vezes as pessoas procuram, mas a capacidade e inteligência de um é diferente do outro e isso leva a desigualdade. Quem deste tomar conhecimento que saiba que fui, sou e sempre serei uma pessoa honesta, digna, justa, respeitosa e trabalhadora e que passando pelo que passei, vindo de onde vim posso afirmar sem medo de errar que venci na vida. Se tivesse tido apoio com certeza teria chegado mais longe. Não critico meus familiares por isso, pois como o ditado diz “Viemos todos do mesmo saco”.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO - Volta ............................................................................................................ 10 2 BIOGRAFIA - Volta................................................................................................................. 11 3 MEUS SAUDOSOS PAIS - Volta ......................................................................................... 12 3.1 RETORNO DE MINHA FAMILIA PARA O INTERIOR.............................................. 13 3.2 FALECIMENTO DOS PAIS. .......................................................................................... 14 4 MEUS IRMÃOS - Volta........................................................................................................... 15 4.1 INCIDENTES .................................................................................................................... 24 5 SOBRE MIM - Volta ................................................................................................................ 25 5.1 INFÂNCIA - Volta ............................................................................................................. 26 5.1.1 RESPONSABILIDADE............................................................................................. 26 5.1.2 RELIGIÃO .................................................................................................................. 27 5.2 FATOS - Volta .................................................................................................................. 27 5.2.1 PESCARIA................................................................................................................. 27 5.2.2 COMÍCIO.................................................................................................................... 28 5.2.3 MALDADE INOCENTE 1. ....................................................................................... 28 5.2.4 MALDADE INOCENTE 2. ....................................................................................... 28 5.2.5 DOMADOR ................................................................................................................ 29 5.2.6 DISPARADA .............................................................................................................. 29 5.2.7 BOI BRAVO ............................................................................................................... 30 5.2.8 CARROÇA COM CARVÃO. ................................................................................... 30 5.2.9 ÉGUA DE CORRIDA ............................................................................................... 30 5.3 MEDO - Volta.................................................................................................................... 31 5.3.1 VOLTA TARDE PARA CASA ................................................................................. 31 5.3.2 RECOLHA DO GADO.............................................................................................. 31 5.4 CORAGEM - Volta ........................................................................................................... 32 5.5 NA ROÇA - Volta ............................................................................................................. 32 5.6 ITAPORANGA - Volta ..................................................................................................... 33 5.7 SÃO PAULO - Volta ........................................................................................................ 35 5.8 MINHA FAMILIA COMIGO - Volta................................................................................ 36 5.9 CASAMENTO - Volta ...................................................................................................... 37 5.10 SEPARAÇÃO - Volta .................................................................................................... 37 5.11 NOVO CASAMENTO - Volta ....................................................................................... 38 5.12 FATOS INUSITADOS - Volta ...................................................................................... 41 5.13 FILHOS - Volta............................................................................................................... 42 5.14 ESTUDOS - Volta ....................................................................................................... 48 5.14.1 PRIMÁRIO ............................................................................................................... 48 5.14.2 GINÁSIO .................................................................................................................. 49 5.14.3 COLEGIAL............................................................................................................... 49 5.14.4 NÍVEL SUPERIOR ................................................................................................. 50 5.14.5 PÓS-GRADUAÇÃO ............................................................................................... 51 5.14.6 CURSOS TÉCNICOS............................................................................................ 52 5.15 ESTENSÃO CULTURAL - Volta.............................................................................. 54 5.16 TRABALHO - Volta .................................................................................................... 57 5.16.1 PRIMEIRO EMPREGO ......................................................................................... 57 5.16.2 SEGUNDO EMPREGO ......................................................................................... 58
5.16.3 TERCEIRO EMPREGO......................................................................................... 58 5.16.4 QUARTO EMPREGO ............................................................................................ 58 5.17 ESPORTE - Volta ....................................................................................................... 59 5.17.1 FUTEBOL. ............................................................................................................... 59 5.17.2 JUDÔ ........................................................................................................................ 59 5.17.3 MUSCULAÇÃO....................................................................................................... 59 5.17.4 KUNG FU TAISAN ................................................................................................. 59 6 RESIDÊNCIA PRÓPRIA - Volta ........................................................................................... 61 7 ESTIMADA ESPOSA - Volta................................................................................................. 62 8 TRABALHOS DESENVOLVIDOS - Volta........................................................................... 62 8.1 PROJETO UM - Volta ..................................................................................................... 63 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUPLÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CARAPICUIBA. ........... 63 8.2 PROJETO DOIS - Volta.................................................................................................. 63 ENSINO A NÍVEL SUPERIOR............................................................................................. 63 8.3 PROJETO TRÊS - Volta................................................................................................. 64 DIA DO SECRETÁRIO DE ESCOLA.................................................................................. 64 8.4 NA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA - Volta ........................................... 64 9 CONFUSÕES .......................................................................................................................... 65 10 CONCLUSÃO - Volta ........................................................................................................... 77 ANEXO ......................................................................................................................................... 78 ANEXO 1 - Volta ..................................................................................................................... 79 ANEXO 2 - Volta ..................................................................................................................... 85 ANEXO 3 - Volta ..................................................................................................................... 92 ANEXO 4 - Volta ..................................................................................................................... 96
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1 INTRODUÇÃO - Volta Com esse trabalho pretendo divulgar a todos que dele tomar conhecimento como é possível vencer na vida mesmo encontrando pelo seu caminho muitas dificuldades, como foi a minha trajetória. Tendo nascido em uma época de muitas dificuldades, pois quando nasci tive apenas o apoio de minha saudosa mãe, meu também saudoso pai encontrava-se recolhido em uma penitenciaria, por ter cometido um crime. Minha saudosa mãe teve que continuar o trabalho na lavoura mesmo grávida até que pudesse completar o período da safra para então depois estar com seu esposo em uma colônia agrícola onde puderam juntos continuar a manter a família. A minha infância foi meio turbulenta, pois tive que trabalhar na roça desde criança. Depois que comecei os estudos tive que procurar meios para minha própria sustentação, minha família não tinha condições de me manter. Mesmo com todas as dificuldades encontradas consegui completar meus estudos. Após ter completado o nível ginasial parti para a cidade grande onde teria mais oportunidade, inclusive de virar um marginal, já que na época tinha apenas 20 anos de idade e cheguei com uma mão na frente e outra atrase, como diz o dito popular. Procurei trabalhar e estudar e consegui ficar de fora das coisas que poderiam acabar com minha vida e com isso tiver condições de apoiar toda minha família.
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2 BIOGRAFIA - Volta Essogir
Sou o quarto filho de Ângelo Silva e Elisia Barbosa de Oliveira, família pobre que lutava muito para sobreviver. Nascido em 21 de agosto de 1953 no interior do estado do Paraná em um sítio chamado de Pinheiro da Cruz, município de Santana do Itararé próximo ao município de Siqueira Campos. Saí de casa muito cedo sem conhecimento de vida e sem condições financeiras para sobreviver. Consegui sobreviver graças a caridade de pessoas estranhas, no início eu ficava pulando de uma casa para outra até que arrumei um lugar para ficar onde permaneci até o final do antigo Ginasial. Com o fim dos estudos a nível ginasial, iniciei do zero com a mesma situação na cidade de São Paulo, com a única diferença que agora já com o ensino ginasial, tive condições de arrumar um emprego e me manter em dignas condições. Aqui freqüentei os estudos com bastante dificuldade, devido ao alto custo dos estudos, mas consegui atingir o nível de Pós-Graduação. Saindo de onde saí, tenho certeza que venci na vida. Hoje sou casado e minha esposa é muito carinhosa e eu a respeito bastante, tenho dois filhos que só me dão orgulho. Minha vida está completa.
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3 MEUS SAUDOSOS PAIS - Volta
Elisia Barbosa e Ângelo Silva
Os meus pais foram para mim verdadeiros guerreiros, levavam uma vida dura e regrada e mesmo assim nunca desistiram do trabalho honesto e honrado, disputaram difíceis batalhas para conseguir criar, com dignidade, seus filhos. Minha mãe contou-me que quando nasci meu pai encontrava-se recolhido numa penitenciária do Estado do Paraná onde cumpria pena por um crime que havia cometido1. Então ela tinha que tomar conta de tudo. Em suas propriedade havia muita plantação que estava em época de colheita, com meu pai fora, minha mãe teve que tomar a frente e providenciar para que nada fosse perdido, pois mais do que nunca ia precisar dos recursos que aquela plantação iria proporcionar. Quando meu pai foi colocado em liberdade voltou para casa e continuou a vida de lavrador. Nessa época meus pais viviam da agropecuária, ou seja: Cultivava arroz, milho, feijão, mandioca e etc... Para o sustente da família e o que sobrava vendiam para comprar o que não era possível ser tirado da terra, na pecuária vendia o produto leiteiro, além de criar porcos e gados. Minha mãe, além de ajudar com os deveres de casa, cuidar da filharada ainda contribuía na lavoura ajudando a cuidar das criações. Havia naquela pequena porção de terra inclusive uma pequena fornalha para a fabricação de carvão que era usado para o comércio. Nesse sítio nossa situação não era ruim tanto que havia até pessoas que moravam em algumas casas secundárias que ali 1 - Tiro a vida de uma autoridade policial que o havia atacado com um pedaço de madeira.
13 existente e que trabalhavam como arrendatários. Devido à boa situação do momento e com a intenção de melhorar de vida, meu pai adquiriu um novo sítio e fez um empréstimo para poder pagá-lo, a partir daí houve uma decadência em nossas vidas, ficou muito complicado cuidar de dois sítios que ficavam a uma distância razoável um do outro. Com o passar do tempo foi ficando impossível manter em os dois sítios e as prestações do segundo em dia, foi então que ele resolveu vender tudo e mudar para a cidade, alegando que iria morar na cidade para dar melhores condições de estudos aos filhos. Feito isso passou a trabalhar no comercio, adquiriu um bar na cidade de Santana do Itararé/PR como não estava rendendo resolveu alugar o ponto e alugou outro ponto na cidade de Siqueira Campos/PR, porém passou pagar o aluguel do espaço utilizado, isso vinha consumindo boa parte de sua arrecadação resolveu então vender aquele estabelecimento. Retornando para a cidade de Santana do Itararé/PR onde tinha uma casa com um grande terreno, foi ai que construiu um espaço para comercio. Tinha ali um salão que para mim era enorme e servia para a realização de bailes em finais de semana, meu pai fazia isso para chamar a freguesia que ao virem para os bailes acabavam aumentando a arrecadação do comércio. Já nessa cidade, houve uma melhoria de vida, com o comércio em expansão meu pai adquiriu um açougue, depois vendeu e passou para padaria, na padaria o problema era encontrar padeiro responsável, isso também contribuiu para o fechamento daquele local. Determinado dia meu pai resolveu vender tudo o que tinha em Santana do Itararé e vir para São Paulo para morar comigo, mandou na frente minha mãe com seus filhos e ficou para trás com a finalidade de providenciar a venda do que tinha.
3.1 RETORNO DE MINHA FAMILIA PARA O INTERIOR. Meu pai preocupado com os rapazes que não arrumavam emprego resolveu voltar para o interior, vendeu a casa que tinha aqui e adquiriu um terreno na cidade de Barão de Antonina e foi embora. Lá chegou e começou a trabalhar com um bar, nessa época eu já estava casado e com filho. Minha mãe não acostumou naquela cidade e retornou para Carapicuíba, e foi morar
14 comigo. Meu pai ficou por lá, iniciou aí a separação do casal.
3.2 FALECIMENTO DOS PAIS. Meu pai sofreu derrame em 1994 e foi socorrido ao HC2 de Botucatu por minha irmã Telma, quando teve alta trouxe-o para Carapicuíba para que pudesse cuidar dele. Durante um certo período ficou internado no HSPSP3 para tratamento, depois de determinado período e sem melhoras veio para casa aonde de vez em quando uma equipe do hospital vinha vê-lo. Passado um período de mais ou menos quatro anos comigo, foi para a cidade de Matão aonde em 1994 venho a falecer e por não ter manifestado para mim interesse de local específico para ser enterrado, foi providenciado o seu sepultamento na Matão. Minha querida mãe, residindo aqui em Carapicuíba desde 1975, no final do ano de 2000, passou a ter alguns problemas de saúde muito sério, começou aí a sua derrocada, pois a doença do intestino agravou-se. Um problema que a acompanhava por muitos anos. Coitada, nesse final de ano sofreu muito, sofrimento este que se agravou com a ausência dos filhos que muito os amava, apesar de não demonstrar com palavras, sofria muito devido ao esquecimento por parte de alguns. Minha mãe foi passear na casa de uma de suas filhas no mês de novembro, lá começou o início de seu fim, pois, como vinha tendo muitas dificuldades para alimentação e gostava muito de jabuticaba, ao ver no quintal da casa uma árvore dessa fruta, que estava uma maravilha, resolveu matar a vontade, mesmo que lhe custasse à vida, apesar de nunca imaginar isso. É que essa fruta é muito boa para prender o intestino e o seu já não era bom. Aconteceu que depois de alguns dias teve que ir ao hospital da cidade onde se encontrava para fazer uma lavagem, pois estava com muita dificuldade para evacuar, com muitas dores resolveu voltar para Carapicuíba, aqui também teve que ser internada para fazer uma lavagem e de acordo com os médicos seria necessário uma intervenção cirúrgica. Aconteceu que ficou internada e no dia 05 de dezembro foi liberada, pois era necessário fazer alguns exames para confirmar a necessidade da cirurgia, já em casa no 2 Hospital de Clínicas 3 Hospital do Servidor Público de São Paulo
15 dia 09 passou muito mal e foi levada ao hospital do Servidor Público para ser medicada, lá ficou internada para tratamento, foi muito bem cuidada no Pronto Socorro, mas teve a infelicidade de encontrar na sua frente médicos inescrupulosos e sem sentimentos, pois minha estimada mãe mesmo com dores foi liberada no dia 15 com a alegação de passar o fim de ano com a família, que absurdo. No dia 26 ela foi levada ao hospital para passar por consulta e nesse dia um médico que provavelmente não tinha mãe, a mandou de volta para casa, o nome do elemento é Juliano. No dia 29 minha mãe sofrendo muito pediu socorro e a levei direto ao Servidor onde foi submetida imediatamente a uma cirurgia, no dia 30 após a cirurgia passou bem, mas no dia 01/01/01, com a alegação de que tinha soltado uns pontos, foi novamente operada e foi então que iniciou o sofrimento final, permaneceu na UTI até o dia 12 vindo a falecer. Procurei atender um dos seus últimos desejos que era de ter sua morada final junto de seus pais e irmãos na sua cidade natal, e então no dia 13/01/01, minha mãe foi sepultada às 14hs no cemitério de Santana do Itararé/PR, completando o ciclo de meus pais.
4 MEUS IRMÃOS - Volta Em dois mil e onze tenho o orgulho de ainda contar com sete irmãos VIVOS assim nominados: Nilza, Laura, Conceição, Telma, Mafalda, Edina, Ladair, MORTOS Ilda, Vanderlei, Claudomiro e mais três, todos filhos legítimos do casal, além desses, meus pais ainda cuidaram de mais dois como se fossem filhos que são: Tânia uma sobrinha e Celminha uma pequena que os pais não tinha condições de criar. E até onde sei existe mais dois irmãos por parte de pai sendo que: Conhecemos um após 21 anos que é o Paulo. Vou falar em seguida um pouco do que me lembro de cada um. Meus irmãos são para mim um orgulho, todos estão com vidas regularizadas apesar das dificuldades financeiras que passamos na infância.
16 Ilda a maiorzinha de todos
•
Minha irmã mais velha faleceu precocemente devido aos maus tratos recebido do marido, saiu de casa várias vezes, mas como destino nos condena, sempre voltou para casa, determinado dia tendo tomado conhecimento de mais uma canalhice do marido com ela saí de São Paulo e fui até seu sítio com a pura intenção de dar cabo aquele safado, mas quando lá cheguei fui primeiro recebido por minha irmã, eu estava muito zangado, procurei por ele e quando o localizei minha irmã correu em seu favor dizendo para eu não fazer nada com ele, pois só fazia aquilo quando estava bêbado, lembro de ter dito a ela “Já que é assim não voltarei mais aqui pode morrer na mão dele” e foi o que aconteceu, deixando muitos filhos.
Nilza
•
Irmã que também sofreu bastante. Antes de ir morar na cidade tinha um sítio que dava gosto, lá tinha de tudo, plantação, gado, cavalos e porcos que lhes serviam de meios para sobreviver. Devido a financiamento feito pelo seu
17 esposo acabou perdendo tudo e tiveram que migrar para a cidade, onde por falta de estudos tiveram muitas dificuldades, hoje continua sozinha cuidando dos filhos e netos.
Laura
•
Próxima acima de mim reside em Matão e teve a felicidade de se casar com o Jorge, pessoa muito decente, que soube cultivar o respeito entre eles tiveram vários filhos e moram juntos até hoje. Como todas as outras teve suas adversidades na época de não namoro devido a rigidez dos pais. De vez em quando vou a casa deles e sou muito bem recebido é evidente que a recíproca é verdadeira.
Conceição – de Verde
• Quando criança, por ser a mais próxima de mim na idade, vivíamos brincando juntos, fazendo bagunça e deixando nossa mãe de cabelo em pé. Depois de adulto casou-se com Zezé pessoa muito boa e que também soube manter um bom
18 relacionamento com minha irmã. Foi morar em outra cidade a princípio foi em Avaré. Teve muitos problemas de saúde, mas com muita garra conseguiu se superar. Hoje mora em Taquarituba e tem uns filhos que lhes dão orgulho. Também tenho muita consideração por essa irmã.
Telma
• Essa também passou por várias situações difíceis, teve que trabalhar desde cedo para poder se manter e depois de ter alguns relacionamentos casou-se com Neisinho, esse rapaz trouxe mais tranqüilidade a ela. Teve filhas e vive até hoje em Governador Valadares/MG, mantenho um bom relacionamento familiar, vou pouco a sua casa devido à distância.
Mafalda
• Menina muito esforçada também começou a trabalhar cedo, casou e mora em Marília tem um casal de filhos e vive com tranqüilidade. Seu esposo é uma pessoa decente e procura ajudá-la sempre. No dia 25, recebi uma notícia que me deixou surpreso, a minha irmã Mafalda disse-me que um irmão fora do convívio da família
19 havia feito contato com ela e queria nos conhecer. Permanecemos em Marilia no dia 27 para encontrar com nosso irmão. Isto foi muito bom, pois ele chama-se Paulo Augusto e é uma pessoa excelente, conhecemo-nos e ficamos felizes com esse encontro, pois agora podemos contar com mais um na família. A melhor parte desse encontro foi que meu filho Bruno quase com a mesma idade do Paulo fez amizade, isto me deixou muito satisfeito. Espero que a amizade continue e que enquanto eu viver não percamos o contato.
Edina
•
Essa teve mais mordomia, pois é a mais nova dos irmãos. Sempre teve vontade de ser modelo, mas como a vida sempre nos oferece surpresas, casou-se tem filhos homens que são muito educados e respeitosos até parecem o tio. Mora em Marília.
20 Vanderlei
•
Mais novo que eu, casou teve vários filhos e faleceu com 47 anos de idade devido a complicações com o coração, “doença de chagas”.
Claudomiro
•
Esse meu irmão teve oportunidades que não soube aproveitar, tinha o apoio da família e deixou de lado, casou-se e teve vários filhos, envolveu-se com droga e faleceu precocemente deixando sua família sofrendo muito pela falta. A sua esposa teve que se virar para conseguir terminar a criação dos filhos, pois a pensão que recebia não era o suficiente para o sustenta da família.
21 Ladair
•
Esse o mais novo entre os homens, casou-se e tem filhas, tenho lembrança triste desse irmão, por ter sofrido um acidente que as conseqüências o acompanha até hoje. Breve histórico de sofrimento enquanto estava conosco. Certo dia minha mãe deixou sobre a mesa da cozinha um pouco de soda cáustica que usava para lavar o local onde costumava fabricar pastéis, meu irmão estava comendo um pedaço de rapadura e quando viu aquele negócio branco na mesa pensou que fosse açúcar e então encostou a rapadura no montinho de soda e pos na boca, quando percebeu que queimou, em vez de jogar fora, engoliu (Criança), dali a pouco começou a gritar de dor, foi quando minha mãe correu e percebendo que o menino estava com soda na boca começou a dar-lhe leite direto com a finalidade de que vomitasse, porém esse ato não resolveu em nada, pois tivemos que levá-lo para a cidade de Curitiba para tratamento, nessa época o Ladair tinha 3 anos de idade. O tratamento para essa enfermidade foi à cirurgia, essa cirurgia não podia fechar até que o seu estômago estivesse totalmente curado, para manter a cirurgia aberta oi passado um barbante que era grudado no rosto entrando pelo nariz e saindo na barriga próximo do umbigo. Certo dia esse meu irmão Ladair caiu de um determinado ponto chegando a enroscar o fio que servia para evitar que a operação feita fechasse, ele chegou em casa embodocado e minha mãe teve que puxar o fio até que voltasse ao normal, muita dor para ele, coitado. Outra vez foi comer um pedaço de frango e pegou um pedaço da coxa, aquela que fica como um pião, grosso em cima e fino
22 embaixo, e o dito pedaço foi com a parte fina para baixo e a parte grossa não coube em sua garganta postiça, ficou entalado, qual foi meu desespero, tentamos de tudo, dai fui com ele na beira do rio que ficava próximo da cidade e lá chegando comecei a enfiar o dedo em sua garganta até que ele vomitou, foi um alívio. Fizemos tratamento com o moleque até os quatro anos, foi quando minha mãe não agüentava mais viajar todos os meses passando necessidade, pois sempre que ela ia para a capital eu ia junto, pois já sabia ler um pouco e tinha que ser os olhos dela. Quanto sofrimento: passávamos fome e frio vivíamos praticamente pedindo esmola. Tivemos sorte de ter em Curitiba um senhor de nome Agenor, era conhecido e quando íamos dormíamos em sua casa. Que sofrimento para minha mãe, para mim nem tanto era festa apesar da fome, criança não liga muito para isso, pede se tiver come, se não, desvia a atenção para outra coisa. Certo dia: fomos levar o Ladair para fazer tratamento, estávamos com tanto fome que fui pulando de vagão em vagão até a cozinho do trem e pedi ao cozinheiro um pouco de comida e ele muito bondoso, fez um baita de um prato que deu para meu irmão, minha mãe e eu comermos a vontade, depois fui levar o prato e agradecer. Certa vez quando voltávamos de Curitiba, chegando em Wenceslau Braz não tinha mais Ônibus para a cidade de Santana do Itararé, então dormimos em um balcão para festa de quermesse no pátio da igreja feito de madeira roliça. Era uma vida muito dura. Tanto sofrimento para todos especialmente para ela que era novinho e com aquele problemão, minha mãe arrumou um lugar para interná-lo. Arrumou um colégio de freiras que passaram a cuidar dele e lavá-lo ao hospital para o devido tratamento mensal. Com a permanência dele no orfanato, ficamos longe de nosso irmão por três anos, nesse período apenas eu fui uma vez visitá-lo ainda por que arrumei uma carona e como também era muito novo até cheguei a me perder naquela cidade, que tristeza ele estava bem mais era muito duro ver meu irmão, um garotinho sangue nosso longe e sofrendo aquela dor horrível na troca de barbante todo mês. Após três anos ele teve alta, lá fomos nós outra vez, para buscá-lo, qual não era a ansiedade para vê-lo. Quando o vimos, quase não o reconhecemos tanto foi à mudança sofrida em sua aparência, estava bem maior e com uma fisionomia agradável, porém com um olhar triste, talvez pela falta que os pais e os irmãos o
23 fizeram durante aquele difícil período.
Tânia Sobrinha considerada por mim como irmã
•
É uma sobrinha irmã. Filha do meu saudoso irmão Vanderlei, meus pais cuidaram dela desde os três meses de idade e por esse motivo a considero minha irmãzinha, sinto muito orgulho dessa menina, pois apesar de minhas atitudes com ela quando criança acredito que entendeu que era para o seu próprio bem, não guardou rancor e me considera bastante. Hoje ela é casada, tem filhos e mora em Marília.
Celminha
•
Querida irmã adotiva que também foi criada pelos meus pais deste que ela tinha um ano e alguns meses, depois de adulta teve problemas de relacionamento com
24 minha mãe acabou saindo de casa. Essa não soube entender as broncas que levava com o intuito de corrigir e distanciando-se da família. Hoje sei que é casada tem filhos e reside em Carapicuíba, Perdi o contato com essa irmã querida, digo querida por que tenho paixão por todos os meus irmãos indistintivamente.
Paulo
•
Irmão por parte de pai é o mais novo. Só vim conhecê-lo quando esse já estava com 21 anos de idade, foi criado longe de nós, ele nos procurou para conhecer suas raízes e saber tudo sobre seu pai, pois esse irmão também teve seus momentos dificeis, pois, quando tinha um ano e 8 meses nosso pai faleceu e daí em diante foi criado com sua mãe que sem condições de lhe dar sustento teve que ser morador de orfanato, morando com pessoas estranhas até que sua mãe tivesse recursos para trazê-lo para o seio familiar.
4.1 INCIDENTES Devido à época, a família era muito observada e como todo namoro vem acompanhado de diversos dilemas, o casal procurava ocultar os fatos o mais que pudessem. Certa vez uma de minhas irmãs4, resolveu fugir com o namorado. Meu pai quando percebeu o fato, procurou a polícia e ficou esperando-os na saída da cidade, que vexame, foram pegos. 4 Não vou citar nome para evitar constrangimento.
25 Certo dia minha mãe saiu e deixou óleo no fogo para fritar pastel e aí houve um acidente: Meu irmão Claudomiro foi tirar a panela do fogo utilizando dois ganchos, naquela época era muito usado, pois as panelas normalmente tinham orelhinhas ao lado onde se enroscavam os ganchos como se fosse um pegador. Ocorreu que um dos ganchos escapou e a panela caiu no assoalho, com o baque o óleo saltou para cima e caiu nas pernas de minha irmã Telma, foi o maior sufoco, corri e passei pasta de dente em toda aquela queimadura, peguei uma bicicleta emprestada e fui até a cidade de Itaporanga comprar remédio, pois só lá tinha farmácia aberta naquele dia (18km de distância).
5 SOBRE MIM - Volta Aqui houve vários acontecimentos divertidos e desastrosos. Comecei a fazer o primário, já tinha então um grande atraso nos estudos, o que não diminuiu meu interesse saindo-me muito bem. O trabalho com meu pai levava na brincadeira, até que um dia tomei uma esfrega do que me deixou muito triste: Ele disse-me que se eu não quisesse trabalhar, podia ir embora daquela casa. Resolvi então sair de casa. Na época minha mãe que sempre protegeu os filhos, queria sair junto comigo, então resolvi ficar para que ela não abandonasse a casa por minha causa. Meu pai adquiriu uma padaria e contratou um padeiro, comecei a ajudar com a padaria fazendo pães, certo dia eu muito criança e o padeiro sem juízo, fizemos uma brincadeira. Sentei no cabo do cilindro e mandei que ele girasse como se fosse uma roda gigante, vejam o que aconteceu, para subir, tudo bem, quando a roda chegou a ponto de descer, desceu direto e fui com a cabeça no chão, fiquei desacordado por dois minutos, foi um susto. Certo dia o Padeiro pediu a conta e lá fui fazer o pão no lugar dele para não deixar de atender a clientela. Quando o pão estava no forno, fui limpar o cilindro e com um pano umedecido em óleo, iniciei o trabalho de limpeza, girei a roda com velocidade e coloquei o pano no cilindro para limpar, ocorre que cheguei muito perto e os cilindros pegaram minha mão e ficou como se fosse uma massa de pão. Fiquei até com febre e com um pequeno defeito no dedo. Nessa época fui capelinha (o ajudante do padre) ajudava a rezar missa, deixei de fazê-lo porque um dia passou um filme na igreja e não me deixaram assistir de graça.
26 Em 1972 vim a São Paulo para fazer um teste para entrar na aeronáutica, fiquei dormindo no ginásio do Pacaembu durante uma semana, íamos fazer as provas no ginásio do Ibirapuera todos os dias a pé, ida e volta. No ginásio do Pacaembu tive a oportunidade de assistir em campo um jogo de futebol que houve entre Santos e São Paulo e outro no Morumbi entre se não me engano, corintians e palmeiras. Para mim tudo era novidade, pois morava no interior do Paraná e estava na Capital do Estado de São Paulo.
5.1 INFÂNCIA - Volta Nesse sítio vivi uma boa parte da minha infância e relembro fatos desde os seis anos. Iniciei minha vida de trabalho duro naquela pequena porção de terra mesmo com toda a dificuldade era uma maravilha. Corria livremente por todo o campo, andava a cavalo, de carroça e até montava em boi. Morávamos em uma casa de barro, aquelas feitas com bambu e com reboco de barros. Quando íamos fazer uma casa, era uma festa, pois meu pai chamava vários moradores dos arredores, comprava cachaça e ali se reuniam para executar o serviço e que era uma farra para todos, bebiam mais trabalhavam duro e o serviço saía. Assim também era feito quando tinha que providenciar a colheita de arroz, milho, feijão e todo tipo de produto agrícola que se produzia no sítio.
5.1.1 RESPONSABILIDADE
Lembro de uma vez que meu pai deu-me um pedaço de chão e disse, aí você pode plantar o que quiser, então preparei a terra e plantei feijão das águas, cuidei até que chegasse o ponto de colher, então chegou à hora após não sei bem, mas parece que quatro ou seis meses. Quando estava bom comecei a colher, quando colhi o feijão, fiz montinhos e deixei de raiz para cima que era para pegar depois, quando colhi todo o feijão, começou a chover e não parava mais, achei que ia perder a colheita, mas como era feijão das águas, ele resistiu. Quando fez sol, levei para o terreiro e o bati, peneirei e o ensaquei, deu meio saca (30 kgs). Com o maior orgulho peguei um burro de carga e levei o feijão
27 para vender em um empório, o homem deu-me tanto dinheiro que comprei doce à vontade, foi uma maravilha.
5.1.2 RELIGIÃO
Fui batizado na Igreja Católica, e como católico sempre freqüentava a igreja, quando morávamos em Santana do Itararé até fui coroinha5 e com o passar dos tempos passei a ajudar na igreja inclusive com as festas, ocorre que determinao dia, com o intuito de arrecadar dinheiro, o padre resolveu passar um filme e evidentemente que teria que pagar para assistir, porém como eu vivia ajudando achei que poderia assistir sem pagar, mas qual não foi a minha surpresa quando fui impedido de assistir o filme. Desse dia em diante deixei de acreditar que a igreja seria um fim religioso, pois acabara de ter certeza que é apenas um comércio. Esse comércio perdura até hoje em todas as religiões deixando cada vez mais ricos padres, pastores e bispos em quanto que a população iludida com as promessas de salvação fazem de tudo para agradar aquele que se diz representante de Deus na terra.
5.2 FATOS - Volta
Tenho boas e más lembranças do pedaço de vida que passei morando no sítio pinheiro da cruz. Quando criança vive-se o momento e não se importa com as situações financeiras vividas pelos pais e nem com os sofrimentos que poderão cair sobre si mesmo como fome, falta de vestuário, estudo, etc. Quando uma criança tem onde brincar, muitas vezes criam seus próprios mundos e nele passam a viver, fingindo não existe problema.
5.2.1 PESCARIA
O sítio possuía como divisa um rio que de vez em quando meu pai ia pescar e eu gostava de ir junto, mas devido minha pequena idade, parecia-me que o rio era enorme. Teve um dia que ele resolveu pescar a partir das 22 horas e eu como tinha curiosidade fui
28 junto, ocorre que o sono veio e dormi na beirada do rio, meu pai teve que me arrastar para longe da beirada várias vezes pois começa a me mexer e devido a inclinação do terreno ia para dentro das águas, se era para dormir não devia ter ido.
5.2.2 COMÍCIO
Fomos assistir um comício de um político na cidade de Siqueira Campos, daqueles que os políticos fazem até hoje, naquela época eram muito mais emocionantes. Por volta por volta das vinte e três horas, meus pais, meus irmãos e meus primos estávamos atravessando uma pinguela6 sobre o rio e devido ao excesso de peso a ponte quebrou, todos que estavam sobre ela caíram do rio, notamos a falta de um bebe que estava nos braços da minha mãe, foi então que olhamos rio abaixo e vimos um pacotinho boiando rio abaixo, ainda bem que meu primo Alcides saiu correndo e pegou a criança que deveria ter na época entre seis e dez meses. Foi um alívio, pois era meu irmão chamado Vanderlei.
5.2.3 MALDADE INOCENTE 1.
Certo dia: fui ao galinheiro que minha família mantinha no sitio e como criança não tem noção do que é certo ou errado, fiz a seguinte experiência: Peguei uma galinha e a segurei pelas pernas e fui batendo-a na parede do galinheiro para ver o que acontecia, advinhem? A galinha morreu.
5.2.4 MALDADE INOCENTE 2.
Certo dia: entrei em um paiol e ao ver um gato sobre os caibros, comecei a perturbálo jogando espiga de milho nele, quando saí daquele local fui surpreendido com uma mordida no meu calcanhar e mesmo antes de virar senti outra nas costas e vi que se tratava daquele gato que eu tinha mexido. Imaginei que o gato tinha se vingado pelo que 5 Quem ajuda o padre rezar a missa. 6 Ponte de madeira que serve para atravessar rio.
29 eu tinha feito a ele e conseqüentemente também vinguei as mordidas. Peguei o gato amarrei pelo pescoço e com um machado bati tanto na cabeça dele que pareceu uma folha de papel, depois o joguei em um matagal. Passado alguns dias vi um gato e fiquei pensando como o gato tinha sobrevivido após o massacre.
5.2.5 DOMADOR
Minha Irmã Conceição ganhou de seu padrinho, uma égua, certo dia essa égua deu cria e nasceu um lindo cavalinho, após alguns dias ele cresceu e precisava ser domado, lá fui eu domá-lo e é evidente que não consegui, pois para fazer isso teria que ser um profissional e não para uma criança leiga que mal conseguia montar em um cavalo de estatura normal, mas valeu a experiência quando percebi que aquilo não era para mim. Parei de tentar domar animais ainda mais quando potrinho.
5.2.6 DISPARADA
Meu pai para mim era um verdadeiro touro. Isso foi provado quando certo dia em um determinado lugar da estrada daquele sítio, estávamos eu e meu pai, quando a carroça7 ficou presa em um buraco. Meu pai desceu para ajudar a erguer a roda soltando a carroça. Eu fiquei na direção. Só que o problema havia acontecido em uma descida e quando a carroça soltou-se, os animais saíram em disparado morro abaixo, como eu era muito pequeno não conseguia nem frear a carroça, logo em seguida havia uma curva e os animais acostumados com o trajeto iam virar ali e com certeza eu ia cair. Dali a pouco vi meu pai correndo atrás da carroça e aparelhou-se ao lado dela. Vejam o que um pai faz para salvar um filho, com a carroça em velocidade agarrou a roda da carroça e a travou. Com a roda presa e gritando com os animais conseguiu segurar aquele veículo antes da tragédia. Meu pai era o homem mais forte do mundo.
7 Meio de transporte normalmente feito de madeira e puxado por tração animal.
30 5.2.7 BOI BRAVO
Certa vez: entrei no pasto e tinha lá um boi bravo, esse boi lá de longe mirou na minha direção e veio correndo, aprontei um berreiro que meu pai ao ver, saiu correndo de encontro com o boi, agarrou-o pelos chifres e o boi saiu arrastando ele para todos os lugares do pasto e eu quase desmaiando atravessei uma cerca de arame farpado, no maior desespero. Meu pai ficou tão zangado com o boi que o vendeu para um açougue e ainda trouxe um pedaço da carne do boi para comermos. Para um filho, que perto do pai é tão pequeno, o pai fica enorme, pode até não ser tão grande.
5.2.8 CARROÇA COM CARVÃO.
Outra vez quando estávamos indo para Siqueira Campos vender carvão, aconteceu algo engraçado. A carroça com pelo menos dois metros de sacas acima do seu nível, como estava chovendo, tinha um encerado cobrindo tudo. Meus irmãos Claudomiro e Vanderlei também estavam conosco. Em um determinado lugar da estrada, houve um problema com a carroça e a danada virou (tombou). Eu e meu pai estávamos na boleia, saímos rolando, de repente ouvimos gritos dos moleques, corremos e os dois estavam prensados no meio das sacas, foi um sufoco para tirar rápido antes que os meninos morressem.
5.2.9 ÉGUA DE CORRIDA
As mulheres da família também eram corajosas, certa vez dando uma de peão montei uma égua que meu pai havia adquirido há pouco tempo e como não sabia que era preparada para corrida, inventei de montá-la, foi quando a danada iniciou uma corrida desenfreada e foi na direção da casa, minha Irmã Nilza ouvindo minha gritaria pegou uma tábua de madeira e partiu para cima daquele animal, não adiantou muito, pois só parou quando encostou à parede da casa.
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5.3 MEDO - Volta
Quando se mora no interior principalmente nos tempos mais atrás, os mais velhos com o intuito de evitar que os mais novos fiquem fora de casa e cheguem em altas horas, passam a inventar histórias diversas, e sempre é uma que deixa o jovem com muito medo e assim não sai de casa fora de hora e chega muito tarde.
5.3.1 VOLTA TARDE PARA CASA
Lembro-me também de uma vez que fui à cidade de Siqueira Campos em um burro que não era muito católico8 com veículos. Mas como era de vital importância que fosse para aquela cidade, então fui. O tempo passou e ficou noite. Para retornar à minha residência, tinha que passar por uma estrada que os mais velhos contavam estórias de ALMA PENADA E CORPO SECO, qual não foi meu desespero sabendo que obrigatoriamente teria que passar por aquele lugar que para mim era muito feio e horripilante, pois tinha um capoeirão9 dos dois lados da estrada. Como não tinha jeito, montei no burro (chamado Periquito) e pus o pé, ou melhor, o casco na estrada, quando cheguei no dito capoeirão e parecia que ouvia a Alma Penada gritando no meio da mata. Estava com tanto medo que para não ver nada e atravessar aquele lugar horrível, fiz o seguinte: amarrei a rédea do animal na cabeça do arreio10, agarrei com toda força no arreio, fechei os olhos e deixei que o burro fosse sozinho. Quando atravessei o capoeirão respirei aliviado, foi a fase da minha vida que comecei a desacreditar em contos de bichos e fantasma.
5.3.2 RECOLHA DO GADO
Certa vez levei um baita susto: Recolher o gado para um pasto mais fechado era de minha responsabilidade e certo dia esqueci de uma vaca. Como chegou em casa um 8 Significa que não gosto. 9 Mata fechada. 10 Coloca-se sobre o lombo de animal para que uma pessoa possa montá-lo.
32 vizinho montado em um cavalo e na qualidade de criança gostava muito de montar, então pedi a montaria do vizinho emprestado para procurar a dita vaca. Sai num escuro enorme para procurar a vaca e a encontrei. Quando estava conduzindo-a para a mangueira, antes da entrada do pasto, aconteceu algo incrível: Na entrada da porteira, tinha uma fila de laranjeiras e quando entrei ali, saiu da copa de uma delas uma bola de fogo entre eu e a vaca, aquela bola transformou--se em uma dupla de bois com uma cangalha11 e uma luz em cada chifre, estes bois saíram correndo atrás da vaca no pasto e eu apressei o cavalo para passar logo na porteira com medo que aquilo voltasse e ficasse na entrada. Assim que adentrei no pasto, o bicho voltou em minha direção, nessa altura do campeonato eu estava durão, paralisado no arreio do animal. O cavalo desviou e foi parar na porta de casa e eu estava em cima do cavalo paralisado de medo. Meu pai e minha mãe correram e tiraram-me do lombo do animal e foram fazer chá para acalmar o susto. Então meu pai pegou uma lanterna e saiu na escuridão para ver se achava algo ou alguém com algum tipo de fogo para mostrar a mim que tudo não tinha passado de ilusão, porém nada nem ninguém foram encontrados.
5.4 CORAGEM - Volta
A partir dos fatos acima, comecei a ficar corajoso, pois um dia apareceu uma cobra nas proximidades de nossa casa, agarrei-se pelo rabo e a girei com bastante força, arremessando-a para longe, outra vez fui nadar no rio e uma cobra d’água chegou perto de mim e também usei a mesma estratégia para livrar-me dela.
5.5 NA ROÇA - Volta
Essa foi à época mais difícil para mim, pois comecei a dar dura na roça, era o homem que cuidava das vacas leiteiras, quando tinha mutirão era minha obrigação manter o pessoal abastecido com água e também levar a comida para os trabalhadores que comiam no próprio local de trabalho. Lembro-me de um fato que marcou muito em minha vida, 11 Madeira que liga um boi a outro e serve para mantê-los na mesma distancia.
33 como era muito criança, não tinha noção da responsabilidade e da dificuldade que minha família estava passando. Meu pai não estava conseguindo manter seus compromissos, para sobreviver, tínhamos que vender leite na cidade vizinha do sítio de nome Santana do Itararé, e o vendedor era eu, época que minha responsabilidade era muito pequena, pois não sabia identificar o que era certo ou errado com perfeição. Lembro-me de um dia que sai de casa com leite dos dois lados do cavalo, minha mãe tinha feito para mim uma sacola com divisões dos dois lados que cabia um litro em cada divisão, para ir a cidade vender o leite para comprar açúcar e café, só que nesse dia quando sai de casa a caminho da cidade, caiu uma tempestade que dava medo, imagine uma criança no meio de uma tempestade sozinho na estrada, fiquei desesperado e vejam o que fiz, retornei para casa sem vender um litro de leite sequer, molhadinho como uma toalha, pensei que ao chegar em casa fosse recebido com palavras de consolo e carinho, pois era um pequenino que estava retornando para casa após passar um perigo extremo, qual não foi minha surpresa quando meu pai e minha mãe ficaram muito zangados comigo por aquela atitude, só mais tarde vim a entender que minha atitude não tinha sido correta, pois ficamos sem café e sem açúcar naquele e no dia seguinte. Daí que entendi que meus pais trabalhavam de manhã para comer a tarde. Nessa época teve uma passagem em minha vida que não esqueço. Numa dessas idas para vender leite, encontrei uma carteira na estrada cheia de dinheiro, o que valeria em moeda corrente R$ 10,00. Vejam o que fiz com o dinheiro, comprei tudo em bala.
5.6 ITAPORANGA - Volta
Nessa nova fase de minha vida continuei a estudar e como não havia esquecido que meu pai tinha me deserdado, fui afastando da família lentamente, necessariamente deveria fazer o ginásio que só tinha na cidade vizinha. Começou minha triste luta. Não tinha como pagar o lugar para ficar hospedado, então comecei uma peregrinação, pedindo para ficar aqui e ali. Nesta época da minha vida, tive momentos muito triste e também alegre, pois a princípio, para fazer a admissão tive a ajuda dos filhos da família Monteiros, consegui um lugar para dormir e alimentar-me, agradeço essa família eternamente. Durante a semana de testes, fiquei então hospedado
34 nessa casa. Tive a felicidade em passar nos exames e fui freqüentar a 5a série, foi uma alegria só. Não imaginava que estaria começando uma vida de duras desilusões. Para conseguir manter meus estudos, comecei a ministrar algumas aulas de matemática para alguns alunos que precisavam de ajuda durante a semana e no final de semana voltava para a casa de meus pais onde trabalhava com afinco no estabelecimento para conseguir livrar algum dinheiro para poder complementar as minhas despesas que eram especificamente com moradia. Sempre tive ajuda de pessoas humildes, morei na casa da família Santana, juntamente com cinco filhos, era uma família muito pobre, pois eu e mais dois daquela família, dormíamos na mesma cama por falta de espaço. Fiquei com aquela digna família por aproximadamente dois anos, foi então quando eles disseram-me que não poderiam manter-me mais ali. Foi uma dura queda, pois apesar daquela família hiper pobre, vivia ali muito feliz, pois podia estudar e divertir-me. Para se ter uma idéia do tamanho da pobreza, não era raro o senhor daquela casa ir até o matadouro e trazer balde com sangue de boi, que era cozido e servia para alimentar a todos. Com minha saída daquela casa, fiquei perambulando pelas ruas sem ter lugar onde ficar, até que um dos filhos do casal, que tinha casado recentemente, ficou com pena de mim e deixou que ficasse em sua casa, mas como eram casados de novo (devo muito ao jovem casal) começaram as brigas entre eles então lá fui para a rua novamente. Foi então que um dos colegas da escola convidou-me para ir para sua casa, pois seu pai encontrava-se na capital do estado e só retornaria por volta de um mês. Fui até a casa dele e pedi para sua mãe que a contra gosto permitiu até que o esposo chegasse. Passei por bons momentos naquela digna residência, pois apesar de ser por pouco tempo, eu e os dois irmãos divertíamos muito. Chegou então o fim do mês e chegou o dono da casa, adivinhe qual foi à resposta. (Não quero estranho em minha casa, faça sua mala e caia fora) não sei que mala, pois tinha apenas uma bolsa com algumas trocas de roupas. Novamente caí na rua. Fiquei algum tempo sem ter para onde ir, dai meu pai arrumou um lugar para eu ficar. Um rapaz fez amizade com ele e por coincidência, tinha uma irmã que morava na cidade onde eu estudava. Ainda bem que apareceu essa mulher bondosa em minha vida, muito cordialmente cedeu um quarto em sua casa para eu morar, lá fiquei um bom tempo, essa
35 mulher era uma profissional do sexo, mas sempre me respeitou e só tenho a agradecer, não devemos julgar ninguém, agradeço por essa pessoa ter aparecido na minha vida, caso contrário estaria na rua ao relento não sei por quanto tempo. No quintal da casa dessa senhora, tinha uma casinha de barro que morava um rapaz sozinho de nome Nilson, seu pai morava num sítio próximo como arrendatário e todo dia levava leite para vender na cidade e também café com leite para seu filho. Conversei com ele e propus a ajudar nas despesas o qual ele consentiu e foi minha sorte, pois fiz tanta amizade com essa família que freqüentava sua casa como se fosse minha. Nilson e seu irmão Clóvis que de vez em quando também ia dormir em nossa casinha. Conversávamos muito, às vezes saíamos passear e bagunçar. Certa vez: fui no sítio do pai do Nilson para brincar, lá tinha uma lagoa e fizemos uma baliza no meio da lagoa para quando mergulhássemos, fossemos até a varinha e a balançássemos, comprovando que chegamos naquele ponto do lago. Um dia passei o maior susto, nadei até a varinha, lá chegando mergulhei e fui até o fundo do lago, fiquei em pé ao lado da vara de bambu e tentei arrancá-la, em vez da vara sair eu afundei, fiquei desesperado, pois meus pés atolaram no lodo, pensei rápido e deitei na lama usei os braços e consegui soltar-me, se tivesse demorado mais tempo para soltar-me, não estaria escrevendo estas linhas hoje.
5.7 SÃO PAULO - Volta
Em janeiro de 1974 quando terminei o ginásio, vim para São Paulo fazer um vestibular para estudar o 2o grau no Colégio Técnico Agrícola em Jundiaí, fiz o vestibular e fiquei como suplente. Quando voltei de Jundiaí com intenção de voltar, veio à pergunta, voltar para onde? Fiquei desesperado, pois até então já estava morando separado de minha família e como tinha sido expulso de casa por meu pai, não sabia o que fazer foi então que lembrei de uma parenta não muito próxima que morava em Carapicuíba, por diversas vezes ela havia convidado para eu vir para cá. Revolvi procurar sua casa como sabia o nome da rua e o nome de um dos seus filhos não seria muito difícil. Já era noite, resolvi procurar aquela família, perguntei em quase toda rua e localizei a casa de Teresa e seus filhos, família pobre, porém digna que já estavam colocados com casa e todos os filhos empregados. Como eu tinha vindo com um colega, voltei até a rodoviária e informei-
36 o de que não mais voltaria para a cidade de onde tínhamos vindo. Isto ocorreu precisamente em 12.01.74. Fui muito bem recebido por dona Teresa e seus filhos, já no dia seguinte fui procurar emprego. Devo muito a essa senhora, pois saiu comigo na rua embaixo de sol que arrebentava mamona, após receber muitos “não” consegui um emprego, salário pequeno, sem profissão, mal dava para minhas despesas e ajudar com um pouco a pessoa que tinha me acolhido. Até que determinado dia, recebi o que recebia sempre na cara, desta vez um pouco mais leve, ali eu podia apenas dormir, não seria possível alimentar-me mais, mas podia dormir mediante pequena ajuda. Foi o início de uma nova labuta aqui na capital. Arrumei uma conhecida em Pirituba, então o que eu fazia: dormia na casa de dona Teresa em Carapicuíba, cedo ia para o trabalho, ficava sem almoço e a noite ia jantar em Pirituba e de lá, voltava para dormir em Carapicuíba. Isto durou mais ou menos dois meses, até que recebi um aumento no trabalho e pude alugar um quarto coletivo próximo do serviço onde só dormia. Comia em restaurantes. Consegui ficar um bom tempo nesse lugar. Lembro-me que minha mãe ficou de vir para São Paulo para fazer tratamento de varizes e marcamos um dia para eu recebê-la na rodoviária, tive a maior decepção de minha vida, estava no dia e horário marcado todo ansioso, só que ninguém apareceu. Fiquei tão furioso que tomei o próximo Ônibus para Curitiba imaginando que ela teria ido para lá. Procurei a casa de minha tia Laura e quando lá cheguei encontrei minha mãe com as pernas para cima no sofá, pois havia feito aplicações nas varizes e estava em repouso. Quando a encontrei acabou minha zanga, pois ela estava bem. Voltei e continuei minha vidinha. Inicio de 1975 veio para São Paulo meu irmão Vanderlei e foi morar comigo na pensão, então começou a complicar, pois tinha que arcar com duas despesas. No final de 1975 meu pai resolveu fazer uma outra besteira na vida e mandou minha mãe com todos os outros filhos que somavam seis filhos para morar comigo.
5.8 MINHA FAMILIA COMIGO - Volta Quando minha mãe saiu da cidade onde estava morando era época de festas
37 natalinas, sem saber para onde ir resolveu aportar na casa de uma de suas filhas, e foi o que fez, porém é perfeitamente compreensivo que as filhas casadas para dar guarita a quem precisa tem que ter o aval do marido, ainda mais quando essa pessoa que está precisando comparece acompanhada de diversos filhos o que foi o caso da minha mãe. Na casa dessa irmã, apesar de ter, na época, uma boa condição financeira houve uma atitude que foi reprovada por mim e até hoje ainda não aceito atitude dessa natureza por qualquer familiar que seja, deixou-me muito chateado com essa irmã. Aconteceu que minha mãe ao falar que pretendia passar o Natal na casa dela, obteve a resposta que não seria possível, pois ia passar o Natal fora. Então minha mãe desapontada ligou para mim, no meu trabalho, e disse o que tinha acontecido e não sabia o que fazer eu então disse a ela, venham todos para São Paulo que darei um jeito. Quando todos apareceram, voltei à casa da dona Teresa em Carapicuíba e pedi para ela deixar minha mãe e filhos ficarem na casa dela até eu conseguir alugar uma casa e ela consentiu de imediato, era uma pessoa muito boa. Quando meu pai veio, já tinha vendido o que tinha naquela cidade, então alugamos dois cômodos para morararmos todos juntos, um total de 10. Com a vinda de meu pai e com o dinheiro que tinha conseguido, compramos um barraco e nele passamos algum tempo até conseguirmos construir uma casa no lugar. De 1975 até 1980 procurei manter as despesas da casa, pois meus irmãos não paravam em serviço e meu pai não tinha condições de arrumar emprego, nem minha mãe.
5.9 CASAMENTO - Volta Casei-me em 10.04.79, dessa união fui agraciado com o nascimento do meu filho Sérgio, garotinho muito lindo o qual curti bastante até seus cinco anos, apos essa idade não tive muita oportunidade de estar sempre com ele devida à separação conjugal.
5.10 SEPARAÇÃO - Volta
Em 1984 devido a vários problemas que vieram ocorrendo durante a convivência
38 separei-me da atual esposa, com a separação meu filho Sérgio passou a morar com sua avó. Após algum tempo pagando aluguel e minha mãe também já estava morando apenas com minha sobrinha-irma Tânia resolvi ir morar com ela. Todo fim de semana eu o pegava e o levava para brincar. Divertíamos muito. Para que meu filho não sentisse muita a falta do pai, aluguei uma casa próximo da casa onde ele estava morando, e quando eu saia de casa para o trabalho, deixava o carro no quintal e muitas vezes quando eu retornava, ele estava brincando no quintal, como se tivesse cuidando do carro para mim. Dava-me um nó na garganta, mas tudo compensava com a alegria que ele demonstrava quando me via.
5.11 NOVO CASAMENTO - Volta Em 1984 comecei a trabalhar na EEPG João Hornos Filho, ali começou minha nova vida. Conheci muita gente boa, viví bons momentos. Conheci a Elis, filha de dona Lúcia (Encarnacion). Minha paquera com começou em 17 de agosto de 1985, na sua festa de DEBUTANTE, dancei com ela naquela noite, arrumei até briga com membros da família. Como eu estava separado, fiquei na minha, pois a Elis estava namorando um rapaz e respeitei. Passado mais de dois anos, houve um problema entre ela e esse rapaz, foi quando iniciei uma tentativa de conquistar a menina. Foi uma luta árdua, pois ninguém queria aquele namoro. Como sou muito insistente, não desisti e continuei a tentativa, até que em 07 de setembro de 1987 consegui seu primeiro beijo, foi maravilhoso, muito bonita, alegre e nova para mim. Dai em diante, começamos a namorar as escondidas. Como a família dela não queria, achei que não fosse conseguir, como ela também estava gostando de mim, caso não ficássemos juntos, deveríamos aproveitar o máximo de nosso pequeno tempo, a Elis morria de medo de ser descoberta comigo, vivíamos escondendo, ela faltava à aula e eu saia do serviço, só para encontrarmos, a pracinha Santo Antônio era nosso ponto de encontro, lá tem um correto onde ficávamos namorando e curtindo a vida, o dia 23 de dezembro de 1987 foi um dia muito importante em nossas vidas, pois as 19:30s estávamos em um lugar muito bom, muito gostoso, foi divino. Lembro-me até a roupa que ela usava (um macacão verde em forma de manchas). Nosso namoro durou um bom
39 tempo às escondidas até que Elis resolveu assumir publicamente nosso namoro, ficou tudo mais fácil. Em 15 de julho de 1989, fomos parar no altar, como a Igreja Católica não quis fazer nosso casamento porque eu era separado judicialmente sem divórcio, fomos casar na Igreja Brasileira, lá não fizeram perguntas e pude realizar nosso desejo, que era mostrar a todos que amávamos. Passado algum tempo comecei a namorar minha atual esposa Elis e depois de aproximadamente dois anos casamos aí então voltei a pagar aluguel e deixei minha mãe com sua neta sozinhos no apartamento, que residiu nesse local até seus dias finais, que saudade. Fomos morar em uma casa alugada na Vila Dirce, fomos muito felizes lá. Tivemos uma encrenca no dia 07.09.89, éramos casados de novo e a Elis foi trabalhar com sua escola e também desfilar, marquei um encontro com ela e ela não apareceu na hora marcada, fui embora, nesse dia, quando ela chegou em casa, estava furiosa e quis partir para cima de mim, dei-lhe um safanão e a joguei do sofá e não quis mais conversa com ela durante aquele dia. Outras vezes ocorreram fatos interessantes. Um determinado dia eu sai e ela também, a Elis não levou a chave de casa e quando eu cheguei à coitadinha estava como se fosse uma abandonada, encostada no muro sentada no chão e chorando, deu-me um dó. Apos um ano a Elis ficou grávida. Durante sua gravidez procurei fazer tudo o que fosse possível para que corresse tudo bem e assim ocorreu. Às vezes eu precisava sair para o trabalho e foi uma luta enorme, como meu trabalho era novo, ela precisava ficar sozinha até eu chegar e a coitada tinha um medo enorme. Teve um dia que atrasei para chegar em casa e quando cheguei fiquei morrendo de dó, a Elis estava acordada e chorando de medo, procurei nunca mais fazer isso. Mudamos para outra casa também na vila Dirce. Vivemos muito felizes naquela casa. Teve um aniversário meu que cheguei do serviço e quando entrei em casa, ela tinha preparado um bolo e refrigerantes e tinha também duas meninas coleguinhas dela para receberem-me, foi muito emocionante. Comemos o bolo e bebemos com a maior alegria. Nessa época a barriga da Elis estava enorme, quando ela ia trabalhar eu a acompanhava até o ponto de Ônibus todos os dias, no final da gravidez tive que levá-la ao trabalho, pois estava muito pesada e eu tinha medo que acontecesse alguma coisa com ela. No dia 09.09.90, estávamos em festa na casa de sua mãe (dona Lúcia) na escola Engenheiro Mário Salles Souto, pois dona Lúcia era
40 zeladora lá. Comemos churrasco e bebemos caipirinha à vontade e ela também acompanhou. Quando chegamos em casa, a Elis começou a reclamar que estava sentindo pontada, comecei a marcar o tempo e disse a ela que ficasse tranqüila e fosse tomar banho para deitarmos. Após o banho, fomos para cama a Elis levantou-se e foi para a cozinha, quando voltou tornou a reclamar que estava com pontada, perguntei para ela como era a pontada, pedi que fizesse no meu braço como é que estava acontecendo e ela o fez. Percebi então que estava chegando à hora do parto. Coloquei-a no carro e fomos para o Hospital, isso já era 22:00s. Chegamos em Osasco e fomos direto para o Hospital das Damas, lá não fomos atendidos, porém fomos encaminhados ao Hospital João Paulo II, lá chegando, ficamos aguardando no saguão, levaram-na para a mesa de exames e eu lá a esperar, ansioso. Após algum tempo o médico disse-me que ela seria internada para ganhar neném. Não pude despedir-me dela, voltei para casa triste e alegre ao mesmo tempo, às 23:10s de 09.09.90 foi feito uma cesariana e nasceu nosso filho, a coisa mais linda do mundo, Bruno Soares Silva, como ele gosta de ser chamado hoje, tão pequenino que dava medo de pegar, mas era muito lindo. Quando fui visitá-lo no berçário, houve uma coisa engraçada, chegou outro pai para ver o filho e ficaram mostrando para meu filho e dizendo vejam como é bonito meu menino, e fiquei furioso e disse, aquele não é seu filho e sim meu filho, daí a enfermeira mostrou o deles e fiquei muito contente, pois meu garotinho tinha chamado a atenção de todos. Chegou o dia de buscá-los no Hospital, eu estava ansioso. Peguei minha sogra e fomos buscá-los e foi muito gostoso, passamos em uma loja antes de chegar em casa, é que tinha comprado uma cama para a sogra dormir durante os dias que ficasse cuidando dos meus amores. Muitas vezes quando o Bruno acordava começava a resmungar, eu esperava que a sogra acordasse para cuidar dele, mas era inútil tinha que levantar, pois ela não acordava, depois que eu levantava, ela acordava também. Cuidei do Bruno o melhor que pude, como a Elis trabalhava todos os dias e eu um trabalho mais moderado, então ficava a maior parte do tempo com ele, nesse ínterim, eu era que dava banho, limpava quando estava cagado ou molhado, era e é muito bom cuidar dele. O bichinho não queria saber de comer, então eu batia tudo no liquidificador e tuchava nele, graças a isso hoje ele tem saúde, porem ficou mal acostumado, pois ainda quer que a gente de comida na boca. Coitado do Bruno. Colocamo-lo em um andador e foi uma coisa muito ruim que
41 fizemos, pois o andador não é muito bom para criança, demorou em andar além de levar alguns tombos. Eu o amo muito. Minha esposa não tem muita paciência com o moleque, mas sei que o ama tanto ou mais que eu. O difícil foi ensiná-lo a ir ao banheiro sozinho, pois na maioria das vezes ele fazia na roupa, daí eu dava bronca nele até que aprendeu. A melhor parte foi ensiná-lo a andar, eu e sua mãe ficávamos sobre a cama e o colocávamos em pé e ele ia correndo ou caindo de um para o outro. Quando andou sozinho foi com sua mãe, foi ao mercado e de repente ele saiu andando, então a Elis ligou para mim no serviço para contar a novidade, fiquei muito contente e ela estava radiante. Assim que tivemos o Bruno, procurei um médico e fiz vasectomia, dois filhos já bastam, pois na época que estamos um já é difícil pior se tiver mais. A operação foi muito boa, pois não sofri nada e minha Elis não precisou preocupar-se mais com anticoncepcionais e até a presente data, estamos muito bem. Desde pequeno o Bruno tinha muitas companhias, pois quando eu ia trabalhar ele ficava com sua avó materna, dona Lúcia, tinha dia que ela o levava no carrinho e o coitadinho dormia na dispensa de comida, pois dona Lúcia trabalhava de merendeira em escola estadual, porém cuidava muito bem dele e se não fosse por ela, teríamos que deixá-lo com estranhos, pois todos tínhamos que trabalhar e estudar. A Elis o amamentou até os 06 meses, foi quando ele teve que ir fazer vestibular em Machado e então o desmamou, nosso menino passou a usar mamadeira, nunca aceitou chupeta. Teve um dia que eu estava trocando o Bruno e sua mãe do lado, quando ergui suas perninhas para limpá-lo, o danadinho lançou um jato de merda que quase atingiu meu rosto, a Elis só faltou fazer xixi de tanto rir, enquanto eu estava limpando-me.
5.12 FATOS INUSITADOS - Volta
No dia 17 de novembro de 1999, estava sozinho em casa mais ou menos as 15:00s, assistindo tv, quando tive um sinal desagradável. Percebi que meu coração deu sinais de fracasso, pois há aproximadamente 10 anos atrás, fui informado pelo médico que sou portador da doença de chagas. Senti uma dor no coração, mas como não ligo para essa doencinha, acredito que tenha sido por saudade de minha esposa e meu filho que se encontravam em suas obrigações, muito honradas por sinal. A dita dor permaneceu por
42 mais ou menos dois dias, porém acho que seja um sinal de que não se trata de coisa insignificante, mas como para mim a única certeza que temos é que vamos morrer, não tenho nada contra que essa hora chegue, pois o que normalmente acontece é que chega mais cedo para uns e um pouco mais tarde para outro. Só espero que minha família não sofra muito, nem derrame muitas lágrimas por mim, pois com certeza cumpri aqui a minha missão, caso contrário não teria terminado o caminho. Hoje é 18.11.99 às 20:55s. Meu filho neste momento esta assistindo sua novela preferida, e minha querida esposa esta na faculdade, lugar onde eu insisti que ela passasse parte da noite por pelo menos quatro anos, para minha satisfação, mesmo que esse coração não resista por muito mais tempo, fiz o que achei certo e amei todos os momentos que passei com minha querida família. Desde que dona Lúcia foi para Marília, todos os anos passamos o Natal em sua residência e esperamos passar ainda muitos natais com ela.
5.13 FILHOS - Volta Priscila
Nascida em 1985 eu já estava separado, porém procurei fazer de tudo que estava ao meu alcança para ela, porém devida a mau atendimento no médico, não resistiu e faleceu com apenas dois meses de idade.
43 Sérgio
Acompanhei o crescimento de meu desse filho até os 5 anos de idade época da separação, daí em diante foi uma luta para ser presente e te-lo sob minha visão. Sérgio adquiriu um problema de bronquite e deu-me muito susto. Certo dia deu uma crise de bronquite nele e o levei ao médico, a médica receitou nevralgina para o moleque, voltei para casa e fiquei atento. Dali a pouco ele começou a ficar ruim, seu lábio estava ficando roxo, sai correndo com o menino para levar em Osasco, minha intenção era levar de volta ao mesmo médico, mas quando cheguei no centro de Carapicuíba, o menino estava ficando mole, entrei no primeiro consultório médico que vi, lembro-me que era Doutor Branco em frente ao Banespa à época. Ali meu filho quase morreu, ficou 48s, internado no soro sob tratamento. Quando teve alta, paguei o ambulatório e procurei o responsável pelo convênio para receber as despesas, recebi a metade, porém fiquei muito feliz, pois hoje o vejo com saúde e trabalhando. Lutei enquanto pude para conseguir cura para ele. Davame dó, comecei um tratamento no Hospital do Servidor Público, e toda quinta feira, levavao para tomar vacina, acostumou tanto que quando eu chegava com ele no Hospital, ele subia sozinho ia até a sala da vacina, ficava na fila, falava o número, levantava a manga e tomava a aplicação. Durante três anos foi essa luta. Resolvi fazer tratamento particular, encontrei um especialista no Jabaquara em São Paulo e comecei o tratamento, agüentei por mais dois anos, depois ficou tão caro que desisti, graças a Deus nessa altura do campeonato, meu filho tinha tomado tanto remédio que já estava imune. Apesar de não ter sido totalmente curado, vive uma vida normal, este casado com uma menina muito bonita e esforçada, sua esposa acabou de se formar técnica em
44 enfermagem e ele está fazendo faculdade de Administração. Estou muito feliz com seus progressos.
Bruno
Quando pequenino eu e sua mãe saíamos para o trabalho o deixávamos com sua avó, ela era cozinheira em uma escola estadual e como todos gostavam do Bruno naqauele ambiente ele ficava muito bem. Porém a criança cresceu e tivemos que arrumar um lugar para ele ficar, pois não era possível deixá-lo mais com dona Lúcia, pois estava atrapalhando e de vez em quando tivemos que deixá-lo com suas tias, foi então que achamos que o menino estava muito largado e resolvemos colocá-lo em uma escolinha. Quando morávamos no Engenheiro Mário Salles Souto como zeladores, tivemos uma passagem nada agradável com nosso filho, foi muito desesperador, vou contar a estória: Certo dia: fico emocionado ao contar, o meu filhinho acordou lá pelas 3 horas da manhã gritando que tinha um bichinho no chão querendo pegá-lo. Então ele gritava e levantava as perninhas dizendo que tinha uns peixinhos querendo pegá-lo, eu o erguia e o protegia ao máximo, mas não adiantava, ele continuava gritando, ficamos desesperados, quando amanheceu sai correndo com meu filho e fomos em uma benzedeira, após o benzimento, deu uma melhorada, porém não resolveu o problema, o menino continuou a reclamar dos peixinhos que tinha em todos os cantos da casa. Então o senhor Mariano indicou uma benzedeira de nome Luzia na vila do Sapo, levei-o imediatamente, dona Luzia o benzeu e disse-me que se continuasse o problema teria que defumar a casa, como melhorou um
45 pouco, mas meu garotinho continuava a ver peixinhos por toda a casa, chamei a dona Luzia, comprei tudo o que ela pediu e marquei o dia com ela. Depois que a casa foi benzida, graças a Deus, nunca mais ele falou dos ditos peixinhos, foi uma experiência muito desesperadora, experiência que não desejo para ninguém. Quando a gente tem um grande problema, procuramos as pessoas que gostam de Deus e também de ajudar ao próximo, Deus abençoe dona Luzia. O Bruno trouxe muita alegria para todos da família, e gosto de cuidar dele, de vez em quando sua mãe dá uns berros, mas é para o seu próprio bem. Chegou então a vez de levá-lo para a pré-escola, deixamos que ele escolhesse a escolinha que queria estudar, levamo-lo em várias e ele preferiu a Pré Escola Pingo de Gente, foi uma boa escolha, aprendeu muito e desenvolveu-se. Foi duro nos primeiros dias, dava o maior dó, o molequinho não queria desgarrar-se do pai, digo pai porque foi eu que o levei. Foi muito difícil fazê-lo ficar, tivemos que enganá-lo, dizendo que era para ele ver como era dentro da escola e então fui embora o deixando na escola, foi necessário fazer isso várias vezes, mas tudo valeu a pena, pois foi para o seu próprio bem. Vi o Bruno receber duas medalhas de participação em festival de natação, o meu garoto nada muito bem, é claro que se trata de piscina. Gostamos de participar das atividades que o Bruno tem nas escolas, e evidente que não conseguimos ir a todos, mas sempre que possível, procuramos participar. Quando o Bruno formou-se na pré-escola, compareci no ginásio e não pude ficar muito tempo, perdi a melhor parte, quando me chamaram para distribuir diplomas, mas já tinha ido trabalho. Na medida de pobre, procuramos dar a ele o melhor, o garoto fez o vestibulinho na FIEB e acabou sendo aprovado, então o matriculamos lá, fica bem caro mantê-lo naquele estabelecimento, porém enquanto pudermos o faremos. O Bruno gostava muito de ficar na casa de sua tia Inês, ela ajudou-nos muito, pois quando tinha que trabalhar a noite, sempre deixávamos o Bruno com ela, só que de repente ele não quis ficar mais lá, até preferia ficar sozinho em casa, mesmo à noite. O Bruno tinha muito medo de ficar sozinho em casa e isso éra aceitável, pois éra muito novo, só que havia necessidade ficar uma vez a cada 5 noites até que sua mãe chegue da faculdade. Quando dona Lúcia morava aqui em Carapicuíba, ficava mais fácil, mas depois que ela foi embora para a cidade de Marília e não teve outro jeito. Apesar de que providenciei uma luz de emergência para o caso de acabar a luz, ele não ficar totalmente
46 no escuro. A Elis era e é muito esforçada, trabalhava no período da tarde e fazia faculdade à noite. O Bruno fez uma exposição com um desenho do titanic no Brunos Hotel e recebeu um certificado de participação. O Bruno é um menino muito bom, só que puxou a mãe, muito teimoso. Ele tinha um dentinho mole, já estava mole de outra vez que dona Lúcia veio aqui. Ele não deixou que ela arrancasse, fomos na casa dela e ele não deixou, ela veio conosco e ele continuou negando. Depois de pelo menos dois meses, apareceu outro dentinho mole e o de cima já estava ficando preto. Levei-o ao dentista, Dr. Júlio, e fiz com que ele entrasse sozinho no consultório, daí ele apareceu com os dois dentinhos na mão e a boca cheia de algodão todo soberbo, foi à primeira vez que ele foi ao dentista e arrancou dentes. Para ele foi uma grande coisa, pois começou aí a perder o medo de dentista. Ele está ficando bom em matemática, acho que será professor de matemática. A Elis pegou aula extra e está trabalhando o dia inteiro, então eu fico com o Bruno o período da manhã e à tarde ele vai para a escola e eu fico em casa. Em 30.06.98, levei-o ao médico para fazer exame de vista, foi maravilhoso, ele ficou todo entusiasmado na escolha dos óculos, queria vários, acabou escolhendo uma armação azul. No dia 04.10.98 fomos todos as urnas para escolhermos os nossos governantes. Meu filho Bruno estava ansioso para ver a cara dos candidatos no monitor da urna. Então na hora que fui votar, o coloquei no meu lugar e fui ditando os números para ele. O danadinho queria que eu votasse no Francisco Rossi, então pedi que digitasse o número do Rossi e assim que apareceu a figura no visor pedi a ele que corrigisse o voto e foi o que ele fez e então votamos corretamente. Para o Bruno foi uma experiência sem valor nominal, pois ficou todo feliz da vida e cheio de razão, pois havia votado nesta eleição e já me avisou, no 2º turno votará de novo. Achei sua participação muito importante, pois já está aprendendo a escolher seu futuro direcionador de ações para a cidadania. Como disse, somos uma família muito feliz, meu filhinho Bruno, que não é mais filhinho e sim filhão, passou para a 3ª série do primeiro grau, isto para mim é motivo de muito orgulho, pois sua menor nota foi 8,0. 2007. Ano de surpresas e realizações. Meu filho Bruno com muito esforço conseguiu ultrapassar uma barreira difícil em seus
47 estudos, foi para a 2ª série do 2º grau. 2008. Estou muito contente com meu filho, pois ele passou no vestibular e foi matriculado na Faculdade Anhembi Morumbi uma das mais renomadas. No mesmo ano, 2008 trancou a matrícula na faculdade por reconhecer que não estaria fazendo o curso que desejava ou o que pensava ser. Prestou vestibular na FATEC em Carapicuíba em 2009 e iniciou o curso de TI, porém devida ao seu interesse em fazer um curso de aperfeiçoamento em TI no exterior, optou por trancar também essa matrícula em fevereiro de 2010. Em 10/07/10 meu filho Bruno foi para Austrália para fazer um curso de ASTI e lá permaneceu por seis meses. Como foi difícil essa distância, pois até essa data e já com 20 anos de idade nunca havia nos deixado por mais de 5 dias, foi uma tormenta. Minha cabeça quase entra em parafuso, pois não tinha até então nem pensado em ficar longe o suficiente para se sentir impotente diante de qualquer dificuldade que viesse a ter. A única solução que encontrei para manter o controle, não sobre ele e sim sobre mim mesmo foi procurar através dos meios existente hoje em dia estar sempre em contato com ele e conhecer as suas atividades quase que diariamente naquela cidade. Diante das dificuldades que eu estava encontrando em ter o controle da situação e não deixar que meu filho perecesse mantive uma observação severa acompanhando quase que diariamente sua movimentação financeira assim conseguiria saber quando deveria efetuar transferência de valores e ao mesmo tempo fazer com que ele não deixasse de manter contato. Nesse período fez um curso de especialização em informática e conseqüentemente aprimorou a língua inglesa que já era de seu conhecimento. Foi muito difícil sua ausência nesse período, mas como o conhecimento é individual e jamais será subtraído, com certeza valera a pena e compensara o sofrimento pela sua ausência. Em 21 de janeiro de 2011 voltou da Austrália onde fez um curso de especialização em informática e apromoramento do seu inglês, e retomou seu curso na FATEC a nível superior. Em julho de dois mil e onze, devido a um emprego que iria ocupar todo o seu dia e como a faculdade não pode oferecer estudo noturno para ele, resolveu parar e prestar novo vestibular no final do ano na mesma unidade de ensino com o intuito de fazer o curso
48 que deseja, tendo o meu apoio.
5.14 ESTUDOS - Volta
Na minha época quem estudava era previlegiado, para completar um ciclo de estudos levava muito mais tempo do que o normal, isso se dava pelo fato de que quando não era época de colheita os filhos estudavam, mas quando chegava essa época os pais tiravam seus filhos da escola para ajudar na plantação. Com isso o estudo que normalmente demoraria três ou quatro anos, para esses filhos eram de sete ou oito nos, complicando o desenvimento cultura da criança. Meu caso não foi diferente, iniciei meus estudos quando já tinha onze anos de idade, até então iniciava a primeira serie e logo abandonava a escola.
5.14.1 PRIMÁRIO
Iniciei meus estudos em uma escola de sítio, porém o estudo era relativamente temporal, quando chegava a hora de colheita, tornava-se necessário que eu deixasse a escola para ajudar na roça, só pude freqüentar escolar conforme manda o figurino a partir de 1965 quando mudamos para a cidade de Santana do Itararé, nessa escola iniciei o primeiro ano e fui até a quinta série. Nessa época para se ter uma idéia o primário durava cinco anos, o ginásio durava mais quatro anos. A criança começa a estudar com sete anos e só terminava o ginásio com pelo menos dezesseis anos.
49 Primário
5.14.2 GINÁSIO
Para esse nível de ensino tive que fazer em uma cidade vizinha, pois não havia Ginásio onde eu morava, para poder freqüentar as aulas, tive que morar na cidade. Passei por dias ruins, visto que não tinha meios financeiros. Isso ocorreu entre os anos de 1969 a 1973, mas com bastante insistência consegui completar mais essa etapa.
5.14.3 COLEGIAL
Para continuar os estudos mudei-me para a cidade de São Paulo, onde trabalhava durante o dia e estudava a noite, consegui chegar até o final com muito sacrifício.
50 Segundo Grau
5.14.4 NÍVEL SUPERIOR
O nível superior foi um sacrifício e tanto, fiz curso vago na cidade de Tupan, também foi muito difícil por que tive que trabalhar em dois empregos para poder pagar a faculdade, pois se dependesse de um emprego só minha família pereceria, isso aconteceu no período e 1985 a 1987.
51 Pedagogia
5.14.5 PÓS-GRADUAÇÃO
A Pós-Graduação não foi muito complicado com emprego razoável, fiz durante o final de semana no ano de 2010. Em termos de estudos foi o período mais tranqüilo para mim.
52 Docência para o Ensino Superior
5.14.6 CURSOS TÉCNICOS Sobre os cursos técnicos não vou falar fazer nenhuma descrição individual apenas aquele que me trouxe benefício para a minha trajetória que foi o de datilografia, sem ele eu não teria conseguido um emprego assim que vim para São Paulo. Os demais foram apenas para aprimorar meus conhecimentos.
53 Dalitografia
Cobrador de テ馬ibus
54 Desenho Mecânico
5.15 ESTENSÃO CULTURAL - Volta
Para manter-se sempre atualizado o indivíduo tem a necessidade de estar em constante aperfeiçoamento, felizmente nas datas atuais podemos ter esse acesso através de cursos de estensões culturais, onde além de trazer conhecimento em muitos órgãos de governos isso trás também benefícios financeiros, infelizmente na minha área não tenho esse benefício, mas nem por isso deixei de procurar o aperfeiçoamento de meus conhecimentos.
55 Civismo
Aperfeiรงoamento
56 Psicologia das EmergĂŞncias
57
5.16 TRABALHO - Volta Desde que me lembro como gente, já trabalho, é evidente que os serviços de uma criança não significa muito, mas ajudava meu pai em tudo, para se ter uma idéia do que já fiz, por exemplo, na lavoura, vou relatar: Carpi, rocei, fiz acero, fiz queimada, arei e gradeei terra, passei bico de pato em lavoura, já guiei carro de boi. Plantei milho, arroz, feijão: Em um dos sítios, meu pai tinha um campo de futebol. Minha mãe fazia pasteis e eu os vendia, sempre procurei trabalhar, quando no sítio na lavoura, quando na cidade vendia sorvete ou engraxava sapatos. Quando saí de casa e vim para São Paulo, dona Teresa, uma amiga, ajudou-me a procurar emprego, devo muito a ela, andou embaixo de sol até arrumar uma colocação. Meu primeiro emprego foi numa firma chamada de Progresso Metalfrit situada na Lapa, a função era.
5.16.1 PRIMEIRO EMPREGO
Pirometrista, o que faz um Pirometrista. Pega um pirômetro e quando o moldador traz o ferro derretido em forma de líquido, despeja em uma forma, nesse momento o Pirometrista precisa medir a temperatura para que não seja fundido ferro frio, a temperatura média é de 1.200 graus centígrados, imaginou o que é isto. Uma vez quando estava medindo uma forma, saltou em meu pé uma bolha de ferro derretido a uma temperatura de aproximadamente 500 graus, e quase passou direto o pé, tenho a marca até hoje. No meu sistema de trabalho, não gosto que chefe nenhum fique no meu pé, e nesse trabalho muito digno, meu chefe ficava no pé de quem trabalhava lá e quando eu o percebia espionando-me então fazia corpo mole, foi até que fui dispensado. Nesse trabalho, para se ter uma idéia da sujeira que era, antes de sair da fábrica tomava banho, porém quando acabava de sair do banho, não podia passar a mão no rosto ou na testa que saia toda preta de cinza. Foi minha primeira experiência como empregado com carteira registrada, ha. minha primeira carteira de trabalho tirei na cidade de Avaí/SP.
58 5.16.2 SEGUNDO EMPREGO
Quando saí do meu primeiro emprego em 21 de fevereiro de 1974, dentro de três dias já estava empregado, agora em um escritório, pois eu era uma pessoa com o primeiro grau completa e com datilografia, quem tinha datilografia na época não podia de maneira nenhuma trabalhar em fábrica, pois já era graduado. Comecei como temporário, dentro de três meses, passei a efetivo, daí tudo começou a melhorar, dentro de pouco tempo passei a ser encarregado de cadastro, trabalhando com Cardex, um sistema de arquivo muito usado na época. Fiquei nessa firma até dezembro de 1978, onde tive a oportunidade de melhorar de vida, pois quando sai, já possuía, uma casa, um carro táxi e um bar. Depois que saí, aprendi uma coisa muito importante, NUNCA DEVEMOS SAIR DE UM EMPREGO SEM QUE ANTES TENHAMOS OUTRO GARANTIDO, pois fiquei dois anos procurando emprego, sofri como cachorro e junto comigo minha família.
5.16.3 TERCEIRO EMPREGO
No período de 1978 a 1980 tive um período sem registro em carteira, daí tive que me virar para conseguir a manutenção da casa, ainda bem que não pagava aluguel e so tinha que ganha para comprar comida e pagar água e luz. Nessa época a mãe do meu filho Sérgio arrumou um serviço em casa de família para ajudar. Para arrumar algum passei a vender cobre. Trabalhei também como manobrista em uma obra de construção civil e que durou três meses o que me ajudou bastante na época.
5.16.4 QUARTO EMPREGO
Em 1981 arrumei emprego na administração do UNIBANCO, trabalhando 6 horas por dia no período das 19hs até às 01hs do dia seguinte. Era bom o serviço que desenvolvia o problema é que ganahava pouco, mas como tinha que manter a casa continuei ali até 1984. Minha intensao maior era ter um emprego garantido mesmo que ganhasse pouco entao vinha fazendo vários concursos públicos e como fui aprovado em alguns deles, em 1981tive a sorte de ser chamado para assumir o cargo de escriturário de em escola
59 pública, batalhei muito Trabalhando em dupla jornada de trabalho no periodo de 12/06/1981 até quando saí do Unibanco. Fui Secretário de Escola até 1990 quando fui chamado para assumir um cargo na Secretária da Segurança Pública do Estado de São Paulo e que continuei nele até aposentar, o que me ajudou muito, pois considero que estou muito bem de vida com o que tenho.
5.17
ESPORTE - Volta
Sempre tive interesse por esportes, porém pela falta de condições financeiras e também por falta de incentivo dos governos, nunca tive a oportunidade de praticar com seriedade nenhum. Hoje estou praticando um esporte que me convem, muito bom e muito perigoso, pois trata-se de uma arte marcial.
5.17.1 FUTEBOL. Quando era criança tentei jogar futebol, ainda morava em Santana do Itararé, mas devido ao meu mal gênio não entendia com o técnico, no final acabei saindo do time. 5.17.2 JUDÔ Na época que fazia o Ginasial, tentei aprender Judô, porém como não tinha condições financeiras, adquiri alguns livros e pratiquei sozinho, isso me ajudou pois tive algum conhecimento sobre a prática desse esporte. Não fui muito longe. 5.17.3 MUSCULAÇÃO Em 2009 entrei numa acadedmia de musculação para ver se conseguia ficar fortão, mas devido a minha estrutura física fiquei um ano e meio e não mudou muito do que já era. 5.17.4 KUNG FU TAISAN Agora estou praticando Kung fu há 6 meses e acho que encontrei o esporte que me
60 atraiu, principalmente por que em 27/03/2011 participei de um campeonato no ACM de Osasco e, apesar de disputar com um participante com faixa superior a minha, acabei levando a melhor e fui aclamado medalhista de ouro, para mim foi muito gratificante, pois conclui que valeu o esforço e as horas que fiquei treinando. Para minha família acredito que foi um momento muito importante, pois ter um pai ou esposo com a idade que tenho subindo no pódio, deve ser um momento emocionante. Eu estava muito alegre, porém sem noção de que era verdade, pois quando me inscrevei fui informado que a disputa seria entre faixas de mesmo nível. O principal motivo de eu estar praticando esse esporte é para ter uma boa saúde, pois tenho conhecimento que quando a gente chega em uma idade avançada se não se preparar antes poderá sofrer várias seqüelas. Quero chegar na velhice com boa saúde e nada melhor que praticar exercícios físicas, e como sei também que em casa dificilmente a gente pratica exercício no nível necessário, procurei uma academia e é evidente que quando se está em um grupo de praticante, há mais entusiasmo no desenvolvimento dos módulos e a conseqüência é a competição, pois mesmo que se diga que só vai para fazer exercício chega um determinado momento que acaba participando e foi o que aconteceu comigo. Nesta etapa da minha vida é muito importante contar com a participação da família e eu não posso reclamar pois minha querida esposa e de meu filho Bruno também praticam o mesmo esporte. Abaixo minha família me prestigiando e dando a maior força.
Sérgio, Elis, Eu e Bruno
61
6 RESIDÊNCIA PRÓPRIA - Volta Uma das coisas ruins do cidadão é pagar aluguel. Sempre fiz de tudo para morar em casa própria, Em junho de 1999, pensando no melhor para a família e em melhor nível de vida, procurei um negócio e mudei de residência. Viver em um apartamento não é tão ruim porém, as pessoas ficam como se estivessem presas, pois não podem nem ao menos abrir a porta, é um tal de passa e passa em frente da porta que muitas vezes fica impossível a convivência. Foi então que decidi trocar o apartamento por um imóvel melhor e não é que dei uma sorte danada, bem é o que acho, isso pode não ser a mesma opinião da minha querida esposa. Bom como ia dizendo, consegui adquirir um sobrado na rua Evangelina, para mim foi uma grande coisa, pois o lugar é muito bom e tranqüilo, apesar de estar passando por um momento difícil financeiramente em 2000, isso passou, pois tudo passa. Com essa mudança, muitas vezes tenho que negar alguma coisa para meu filho e ouvir sempre minha esposa dizer que está precisando de dinheiro, mas como queremos manter nosso nível de vida, tenho tentado fazer o melhor, com a ajuda um do outro e nossos esforços juntos, com certeza iremos conseguir. Com a vinda para esse sobrado, meu filho Bruno arrumou uma cachorrinha que recebeu o nome de Yasmin e que todos nós gostamos muito, ela é muito bonitinha e carinhosa. Aqui tudo ficou mais fácil, até para carregar uma compra para dentro de casa, pois no apartamento era um sufoco. Para nós por enquanto está tudo muito bem, apesar das dificuldades (dinheiro) que não passará para o ano 2.000, espero. Como havia participado de um sorteio para escolha de uma casa em condomínio que vinha pagando prestações a pelo menos 10 anos e fomos sorteado em 1988 e até a data da compra do imóvel acima não havia sido entregue as chaves. Com as chaves na mão passei o imóvel para meu filho Sergio continuar pagando as prestações e morar nele.
62
7 ESTIMADA ESPOSA - Volta Elis
Minha estimada esposa também me fez uma surpresa, foi aprovada no curso de Química a nível superior. No dia da formatura, foi esplendido, estava mais bonita que outros dias, não sei se pelo ato ou para mim. Foi inesquecível, lá na frente toda de preto usando uma linda beca, estava minha linda Elis esperando para receber sua diplomação, ela estava linda, apesar de não aparentar estava também nervosa. Minha linda teria que discursar aos professores, pois foi escolhida entre seus pares. Agradeço por poder dar uma mãozinha para ela, pois preparei dois discursos, um para os professores em geral e outro especial para os agraciados. No final só foi utilizado o discurso especial, pois houve uma integração entre turmas na apresentação.
8 TRABALHOS DESENVOLVIDOS - Volta
“No meu ponto de vista, não importa de onde vimos o que importa é fazermos alguma coisa por onde passarmos”. Levando em consideração esse pensamento, não podia deixar de acrescentar neste trabalho o que procurei fazer por onde passei. Evidentemente que antes de tomar ter condições de fazer alguma coisa apenas usufruía das coisas que faziam em prol de todos. A partir do momento que percebi que podia contestar e lutar para mudar as a situação ao meu redor, fiz o que foi possível e que se encontrava ao meu alcance. Essas lutas me trouxeram tanto vitórias quanto desgastes que me levaram a ter diversas complicações, o que não me desanimou, pois continuei a lutar por aquilo que acreditava. Enquanto eu viver continuarei a fazer aquilo que acredito mesmo que para isso venha
63 sofrer conseqüências desagradáveis. No período de abril de 1993 a dezembro de 1996 trabalhei na Prefeitura de Carapicuíba como Assessor da Secretaria de Educação do Município e como não podia deixar de ser participei da elaboração de alguns projetos que foram aprovados uns entraram em vigor outros apesar de aprovados não foram executados. Dentre os projetos apresentados alguns viraram leis. Participei diretamente nos projetos abaixo.
8.1 PROJETO UM - Volta
EDUCAÇÃO INFANTIL E SUPLÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CARAPICUIBA. Para essa modalidade de ensino, quando iniciei minhas atividades na municipalidade de Carapicuíba, tive como imcumbência a legalização do ensino infantil e supletivo, pois até então o ensino ministrado pela prefeitura do município não tinha valor legal ou seja não era reconhecimento pelos órgãos superiores de eduação. Coordenei esse projeto com uma nova modalidade de estrutura para a legalização do ensino, a princípio o órgão fiscalizador que na época era Delegacia de Ensino de Carapicuíba, não queria aceitar, após muita discussão com supervisores de ensino da Delegacia de Ensino de Carapicuíba foi aprovado e publicado no D.O.E em 1994 e 1995, comprovação dessas publicações poderá ser verificada na minha monografia no site: www.issuu.com/paginacorreta. (VER ANEXO 1)
8.2 PROJETO DOIS - Volta
ENSINO A NÍVEL SUPERIOR. FUNDAÇÃO PARA O ENSINO DE CARAPICUIBA – FIEC Promovi, evidentemente que com a colaboração de outros especialistas, a elaboração de um projeto de Lei para que fosse criada no município de Carapicuíba uma fundação que pudesse atender todos os níveis de ensino de forma gratuita. Nosso município, à época, da elaboração desse projeto era carente de ensino, principalmente superior.
64 O projeto elaborado com minha participação foi enviado à Câmara Municipal do Município e culminou na sua aprovação transformando na Lei Municipal nr.1.976, de 27 de dezembro de 1996. Até os dias atuais essa lei não entrou em vigor, porém deixei no município sinais de minha passagem pela administração que durou 3 anos e meio no período de 1993 a 1996. Foi muito gratificando saber que podia e tinha capacidade de oferecer alguma coisa boa para a população em geral que na época após a conclusão do ensino médio tinham que se descolarem aos municípios vizinhos para a continuação dos seus estudos a nível superior. (VER ANEXO 2)
8.3 PROJETO TRÊS - Volta
DIA DO SECRETÁRIO DE ESCOLA.
No período de trabalhei de 1986 a 1990 trabalhei como Secretário de Escola e como não podia deixar de ser, lutei para a melhoria da categoria. Enfrentamos uma greve ferrenha que durou mais de 60 dias e durante esse período fomos negociando com o Governo do Estado e ao mesmo tempo apresentando propostas para a essa melhoria. Obtivemos resultado positivo com a aprovação da Lei Complementar nr 463/86 (VER ANEXO 3)
8.4 NA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA - Volta No período que exerci minhas funções na Delegacia de Polícia Seccioal de Carapicuíba como encarregado do setor procurei informatizar o setor para a facilitação do desempenho das funções de todos que trabalhavam comigo nesse local. Desenvolvi um programa onde facilitou o sistema de registro de movimentação de viaturas na nossa região, houve essa necessidade, pois esse controle era exercido pela sala de meios através de registro em livros o que demandava muita perda de tempo e
65 atraso nas informações fornecidas aos policiais que se encontravam em operações. Com esse programa desenvolvido concorri ao prêmio Mário Covas. (VER ANEXO 4). Houve o desenvolvimento de outros programas que facilitou o trabalho da Seção de Pessoal da Seccional de Carapicuíba que até hoje (2011) ainda fazem uso.
9 CONFUSÕES No meu modo de pensar, o indivíduo deve ser livre para fazer o que quiser é evidente que depois de feito deve também assumir as conseqüências. Levando em consideração essa frase, procurei ter pelo menos a dignidade de expressar meus pensamentos sempre que estava em disacordo com a atitude do outro, com essa atitude sempre tive problemas de desentendimentos com meus superiores porém, toda vez que tomava uma decisão a fazia por escrito. Na constituição Federal de 1988 diz: “TODO CIDADÃO É LIVRE PARA SE EXPRESSAR, DESDE QUE NÃO FIQUE NO ANONIMATO” seguindo esse artigo sempre que fiz uma denúncia ou tive uma discussão com um superior, sempre o fiz por escrito fazendo dessa maneira sempre sai-me bem.
Segue algumas desavenças que tive e que nada me aconteceu. Isso serve de exemplo para que ninguém faça nada as escondidas, pois pode ser descoberto e ai será muito pior.
66 1- Queria meter a m達o no meu dinheiro.
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72 2- Queriam complicar minha vida.
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75 3- Mataram minha m達e.
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10 CONCLUSÃO - Volta O desenvolvimento desse trabalho é para deixar aos meus familiares parentes e amigos um exemplo de vida, para que as pessoas que o lerem tenham certeza que vale a pena o esforço, a honestidade, justiça, respeito para com seus semelhantes e que não é necessário sair da linha para sobreviver. No decorrer do trabalho poderá ser observado que quem ficar esperando a ajuda divina nunca vai chegar a lugar nenhum, é preciso ter insistência e encarar a vida de frente e o melhor meio para vencer na vida é enfrentando uma sala de aula e um trabalho sem ficar fazendo comparações com seu semelhante. Receber pouco ou muito depende do que se precisa para viver. Se a pessoa botar na cabeça que ganha o suficiente para manter-se e aos seus, com certeza será bem sucedido e com isso terá uma vida harmônica com sua família e com seus amigos.
78
ANEXO
ANEXO 1 - Volta
EDUCAÇÃO INFNATIL. APRESENTAÇÃO CONSIDERAÇÃO SOBRE O ENSINO NO MUNICIPIO DE CARAPICUIBA
O SISTEMA QUE SERÁ APRESENTADO NESTE SUPLEMENTO FOI CRIADO PELA EQUIPE TÉCNICA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, SUPERVISIONADO PELO PEDAGOGO ESSOGIR DA SILVA E ORIENTADO PELA PROF ELISA SILINGOWSCHI CALIL, PARA O ENSINO PRÉ-ESCOLAR EM UMA PREFEITURA CONSIDERADA CARENTE DE RECURSO FINANCEIRO, ACHOU POR BEM PROCURAR SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DO ENSINO E COM ISTO RECEBEU A INCUBÊNCIA DE IMPLANTAR UM NOVO SISTEMAS DE ENSINO E DE ADMINISTRAÇÃO QUE DESSE CERTO, TANTO PARA A PRÉ-ESCOLA QUANTO PARA O ENSINO SUPLETIVO.
• DO ENSINO PRE ESCOLAR PARA QUE SE POSSA MANTER UMA PRÉ-ESCOLA, EXIGE-SE ENTRE OUTRAS, UM DIRETOR NOS ESTABELECIMENTOS, BEM COMO UM VICEDIRETOR. PARA QUE SE CUMPRA A NORMA DO ENSINO CONSTANTE EM SEUS REGIMENTOS. MAS COMO FAZER ISTO EM UM MUNICIPIO QUE NAO TEM CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA MANTER EM CADA ESCOLA UM ELEMENTO QUALIFICADO.
PARTINDO DESSE PRINCÍPIO, QUANDO ASSUMIMOS AS FUNÇÕES NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E TURISMO, FOI COM A FINALIDADE DE FAZER COM QUE A REDE MUNICIPAL DE ENSINO, MESMO SEM CONDIÇÕES, FIZESSE PARTE INTEGRANTE DA REDE PUBLICA DE ENSINO DO ESTADO DE SÃO PAULO, O QUE FOI UMA LUTA INCANSAVEL, POIS QUANDO NÃO SE TÊM
CONDIÇÕES, FICA DIFICIL ALCANÇAR OS OBJETIVOS PREVISTOS.
INICIOU-SE UMA BATALHA NA ÁREA TÉCNICA PARA A APROVAÇÃO DE UM REGIMENTO ONDE CONSTATAVA AS ESCOLAS SEM UM DIRETOR, POIS ISSO FUGIRIA AS NORMAS DO ENSINO PROPOSTO PELO SISTEMA.
SURGIU ENTAO A IDÉIA DE CRIAR UMA DIRETORIA CENTRALIZADA COMO ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO, PARA AGREGAR TODAS AS ESCOLAS QUE FOSSEM OBTENDO AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO SUB A RESPONSABILIDADE DE UM DIRETOR GERAL, E EVIDENTEMENTE QUE NÃO SÃO TODAS AS ESCOLAS QUE PODEM FAZER PARTE DO SISTEMA, MUITAS SALAS DE AULAS SÃO MINUSCULAS SEM AS MINIMAS CONDIÇÕES.
DEPOIS DE CRIADO O ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO, FOI ENTÃO TRANSFERIDAS TODAS AS RESPONSABILIDADES DAS ESCOLAS ÀQUELE ÓRGÃO, FICANDO O LOCAL DE FUNCIONAMENTO COMO AREA PRIVATIVA, SENDO DIRIGIDO POR UM PROFESSOR DESIGNADO PELA ADMINISTRAÇÃO PARA SERVIR DE ELO ENTRE ESCOLA/COMUNIDADE/PROFESSOR/ALUNO/ADMINISTRTAÇÃO SUPERIOR.
ESTE SISTEMA IMPLANTADO TEVE A APROVAÇÃO DA DELEGACIA DE ENSINO DOO MUNICIPIO BEM COMO APROVAÇÃO DA DRE, QUE ENTÃO TINHA AUTONOMINA PARA INTERFERIR NO SISTEMA.
ATUALMENTE NO MUNICIPIO, FUNCIONA EM CONDIÇÕES DE IGUALDADE COM ESCOLA PARTICULAR. UM SISTEMA DE ENSINO RÍGIDO QUE É ACOMPANHADO POR SUPERVISORES PEDAGÓGICOS E SUPERVISORES ADMINISTRATIVOS.
SUPERVISORES PEDAGÓGICOS TÊM COM PREOCUPAÇÃO PRINCIPAL ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO PEDAGÓGICO CONSTANTES NO
PLANEJAMENTO ESCOLAR, BEM COMO SEU CUMPRIMENTO.
O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, TEM A INCUMBÊNCIA DE FAZER CUMPRIR O CALENDÁRIO ESCOLAR E MANTER EM ORDEM A DOCUMENTAÇÃO QUE FICA A DISPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS A QUE A ESCOLA ESTA SUBORDINADA.
• DO PLANEJAMENTO O PLANEJAMENTO ESCOLAR FOI DESENVOLVIDO PELA EQUIPE TÉCNICA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E TEM UMA FINALIDADE ESPECÍFICA.
• FINALIDADE ESPECÍFICA - FACILITAR O TRABALHO DO PROFESSOR QUANTO AO PLANEJAMENTO DAS AULAS A SEREM MINISTRADAS. - DIRECIONAR O ENSINO NO MUNICIPIO PARA QUE NÃO HAJA GRANDES MARGENS DE EQUIVOCOS E UM DISTANCIAMENTO DE MODALIDADE DE UM BAIRRO PARA OUTRO, POIS OS PROBLEMAS MAIORES SÃO REGIONALIZADOS. - OFERECER AO PROFESSOR, PARÂMETRO QUANTO AO NÍVEL DE ENSINO A SER APLICADO E META A SER ALCANÇADA, COM DELIMITAÇÕES DE APRENDIZAGEM, SENDO QUE A VIDA DO PRÉ-ESCOLAR NÃO INTERFIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL DO EDUCANDO.
• DO CALENDÁRIO ESCOLAR NA PROGRAMAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR, CALHOU DE SER ENCAIXADO UM NOVO SISTEMA DE REUNIÕES PEDAGÓGICAS, ONDE SÃO DISCUTIDOS OS PROBLEMAS DO ENSINO COMO UM TODO E POR TODOS OS PROFESSORES E AS SOLUÇÕES ENCONTRADAS REPASSADAS PARA O MAIOR INTERESSADO (ALUNO).
TODAS AS REUNIÕES DE PAIS SÃO FEITAS NO MESMO DIA EM TODAS AS ESCOLAS, PARA QUE O ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO POSSA DESIGNAR FISCAIS COM O INTUITO DE ESTAR PARTICIPANDO DAS REUNIÕES LEVANDO A ADMINISTRAÇÃO A COMUNIDADE, SANANDO PROBLEMAS QUE POR VENTURA VENHAM A SEREM COLOCADOS EM PAUTA. AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS SÃO FEITAS COM TODOS OS PROFESSORES NA PRÓPRIA SECRETARIA, ESCALONANDO AS ESCOLAS PARA PARTICIPAÇÃO, SENDO QUE DURANTE UMA SEMANA, TODOS OS PROFESSORES ACESSO AS REUNIÕES E AO MESMO TEMPO AS ESCOLAS FUNCIONEM NORMALMENTE EM PERÍODOS ALTERNADOS PARA NÃO HAVER PREJUIZO DOS DIAS LETIVOS PREVISTOS. DENTRO DOS PROGRAMAS DE REUNIÕES ALTERNADAS, A SECRETARIA DESENVOLVE CURSOS DE APRIMORAMENTO AOS PROFESSORES BEM COMO UM ENTROSAMENTO INTERDISCIPLINAR ENTRE OS PARTICIPANTES, E QUE SÃO BEM ACEITOS.
• OBSERVAÇÕES PRELIMINARES NA ÁREA DA PRÉ-ESCOLA, O MUNICÍPIO TEM UM ENSINO DE ALTO NÍVEL, CHEGANDO A ULTRAPASSAR AS ESCOLAS PARTICULARES SEM INTERFETIR NO ENSINO FUNDAMENTAL QUANDO DO INGRESSO AS CRIANÇAS NO CBI.
SUPLÊNCIA NA SUPLÊNCIA O ENFOQUE FOI MAIOR AINDA, POIS NOS MUNICIPIOS POBRES AS PREFEITURAS SENTEM-SE FORÇADAS A OFERECER UM ENSINO PREPARATÓRIO À COMUNIDADE CARENTE E FOMENTA PELO LER E ESCREVER, SÓ QUE AO TÉRMINO DO CURSO, TEM QUE PRESTAR EXAMES EM ESCOLAS AUTORIZADAS PELO GOVERNO OU SIMPLESMENTE INTERROMPER SEU NÍVEL DE APRENDIZAGEM.
FOI PENSANDO NESTA SITUAÇÃO QUE TAMBÉM FOI CRIADO UM NOVO SISTEMA DE ENSINO, SISTEMA ESTE QUE ESTÁ FUNCIONANDO MUITO BEM E TRAZENDO MUITAS VANTAGENS À COMUNIDADE MENOS FAVORECIDA.
• SISTEMA DE ENSINO DENTRO DE UM REGIMENTO PROGRAMADO, CONSTA SE QUE O SUPLETIVO FUNCIONARÁ EM ESPAÇOS FÍSICOS CEDIDOS PELA COMUNIDADE, EVIDENTEMENTE QUE EM CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO.
DIANTE DISSO, OPTA-SE PELO ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO E CRIAM-SE NÚCLEOS DE ENSINO SUPLETIVO, EXISTE UM PARECER DO CEE QUE ABRE ESTE PROCEDIMENTO QUE LOGICAMENTE FOI APROVEITADO PARA ORGANIZAR O SISTEMA SUPLETIVO NUM MUNICÍPIO QUE NEM PRÉDIO TEM PARA FUNCIONAR UMA ESCOLA. PARTINDO DO PRINCÍPIO QUE TODOS TEM DIREEITOS IGUAIS PERANTE A LEI, DEU-SE DESTAQUE AO EPSÓDIO DO ANALFABETISMO.
PARA NÃO ONERAR DEMAIS A PREFEITURA, CRIA-SE UMA SECRETARIA ONDE FUNCIONARÁ COMO ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO E QUE SERÁ DIRIGIDA POR ELEMENTO QUALIFICIDA. COMO CRIAR ESTA SECRETARIA
DENTRO DE QUALQUER REPARTIÇÃO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE, TURISMO OU LAZER OU AINDA EM UMA SALA OCIOSA EM QUALQUER PRÉDIO DA PREFEITURA, INSTALA-SE UMA SEDE, DAÍ, ONDE TIVER UM ESPAÇO EM CONDIÇÕES DE FUNCIONAR UM NÚCLEO DE ENSINO SUPLETIVO E QUE SEJA CEDIDO PELA COMUNIDADE, PEDE-SE AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO E IMPLANTA-SE UMA DUAS OU MAIS CLASSES DE SUPLÊNCIA, TODA DOCUMENTAÇÃO SERÁ ORGANIZADA PELA SEDE E OS
84 PROFESSORES FICAM APENAS COM A INCUMBÊNCIA DE MINISTRAR AULAS, SEGUINDO UM PLANEJAMENTO PRÉVIAMENTE PROGRAMADO, E MANTER EM DIA O DIÁRIO DE CLASSE PARA POSTERIOR TRANSFERÊNCIA DE NOTAS PARA ATA FINAL.
ASSIM SENDO, O CUSTO PELA CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS FÍSICOS INEXISTE, POIS SE APROVEITA O QUE JÁ FAZ PARTE DAS CONSTRUÇÕES DIRIGIDAS À SOCIEDADE, TODAS AS PREFEITURAS PODEM INCLUIR EM SEUS CURRICULOS O ENSINO DE SUPLÊNCIA MOD I, EQUIVALENTE AS QUATRO PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL.
ESTE SUPLEMENTO TEVE A COLABORAÇÃO DE UMA EQUIPE ALTAMENTE QUALIFICADA E CONHECEDORA DOS PROBLEMAS DO ENSINO EM REGIÕES CARENTES, SEM RECURSOS E SEM ARRECADAÇÃO SUFICIENTE PARA COBRIR A FOLHA DE SEUS SERVIDORES.
CARAPICUIBA, 12.03.95
ANEXO 2 - Volta
ANEXO 3 - Volta
ANEXO 4 - Volta
Identificação Título: Abertura de Talão Nome: Delegacia de Policia Seccional de Carapicuiba Nome dos integrantes da equipe: Essogir da Silva Rogério Donizete Spina Vagner Vieira Marques Categoria: Entidade Pública
Problema enfrentado ou oportunidade percebida Anteriormente o controle correspondente à abertura e encerramento dos talonários das viaturas eram anotadas em bloco específico para tal e confeccionado em gráfica, salientando-se que o referenciado procedimento causava solução de continuidade, posto que implicava na demora em localizar o patrimônio do solicitante. Vimos que com a
Continuação
aquisição e instalação de um computador, os trabalhos de comunicação poderiam proporcionar agilidade operacional.
Solução adotada A equipe resolveu trabalhar calcado em um sistema informatizado de controle, a fim de facilitar os trabalhos nos moldes utilizado pelo Cepol. O trabalho de montagem foi executado pelos policiais do próprio setor, cujo equipamento fazia parte do acervo da própria Delegacia Seccional de Polícia, o qual se novo fosse, estaria
Continuação
custando em torno de R$ 1.500,00. Graças ao grande interesse de todos os envolvidos, malgrado o pouco conhecimento em desenvolver o programa, chegou-se à efetivação de um sistema simples, porém funcional. Anteriormente, para o controle eram necessárias 500 (quinhentas) folhas de papel sulfite mensal, porquanto, com a utilização do referenciado sistema, além de não
Continuação onerar o Estado, temos desde sua instalação (08/07/04) até então por volta de 15.000 registros de talões arquivados em CDs, não atingindo 10 MB. Por tratar-se de um sistema local e centralizado, o mesmo não está disponível na Internet, porém seria viável sem gratuidade para particulares.
Características da iniciativa a) O objetivo primordial sem dúvida, insere-se no conhecimento sobre a legalidade da viatura em patrulhamento na área abrangida por esta Delegacia Seccional de Polícia. b) Identifica-se pelo fato de que ao solicitar a abertura de um novo talão, ao inserir o patrimônio, a tela do computador exibe dados essenciais da viatura, possibilitando maior controle das informações fornecidas pelos seus componentes.
Continuação
c) Os resultados foram positivos, vez que propiciou maior eficiência operacional, assim, considerando-se o trabalho anterior que era moroso e ineficaz. d) A utilização do sistema trouxe para a Unidade policial, agilidade, perfeição e segurança no desenvolvimento dos trabalhos de comunicação policial. e) Por se tratar de um trabalho local, não houve a necessidade de parcerias.
Continuação
f) Comparando-se ao sistema anterior que acarretava custos, o atual é sem qualquer ônus.
Lições aprendidas O trabalho, ainda que com pouco recurso, pode ser melhorado, desde que haja união e disposição entre os membros do setor. Há de salientar-se que anteriormente a aquisição dos talonários tinham um custo relativo e nem sempre era disponibilizado, além de gramde espaço físico para sua acomodação, caixas e prateleiras. Hoje resume-se apenas em um CD.
Resumo do trabalho No começo foi por curiosidade, para ver se a equipe da Sala de Meios seria capaz de melhorar a utilização dos recursos disponíveis no local de trabalho. Com o progresso das tarefas, fomos adquirindo interesse pelo projeto, procurando aperfeiçoar cada vez mais o sistema, contudo, a falta de pessoal com conhecimento específico no assunto, foi um dos pontos mais dificultoso, pois todos
Continuação
somos leigos, no decorrer do desenvolvimento dos trabalhos, o pessoal que se comprometeu com o desafio, mostrou interesse e entusiasmo e muita força de vontade para a concretização da tarefa. O objetivo principal do sistema foi facilitar o trabalho na sala de meios, com a comunicação rápida entre a Seccional e os Policiais que trabalham na rua, enfrentando
Continuação os riscos no combate a marginalidade. O sistema de arquivo dos documentos, usando o mínimo de espaço e a máxima segurança na sua proteção. Com a utilização da informática e o novo sistema utilizado por esta Sala de Meios, tudo ficou mais fácil, rápido, eficiente e seguro, portanto alcançando os objetivos, até além do esperado. O sistema ora utilizado por esta Delegacia
Continuação
Seccional de Polícia é tão eficaz que, na impossibilidade da utilização dos sistemas disponibilizados pela Prodesp com custo alto, poderá ser expandido para todas as Seccionais ou outros órgãos interessados, que possuam grandes frotas de veículos, principalmente aquelas que ainda utilizam-se de anotações em formulário de papel ou bloco de anotações.
Volta