Jornal Santuário Mar 2017

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Ano IX Número 100 |

Março de 2017

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www.paieterno.com.br

Maria, Mãe de todos Maria, a Mãe de Deus, assume diferentes rostos e expressões em realidades e culturas distintas para mostrar a face misericordiosa e amorosa de Deus. [6 e 7]

Trabalho feminino

Gesto concreto Com programação que se estende por todo ano, Obras Sociais Redentoristas traduzem, em ações, a proposta da Campanha da Fraternidade 2017. [3]

Mulher e Igreja

Operárias na construção do Novo Santuário falam dos desafios de atuar no canteiro de obras em meio à força de trabalho predominantemente masculina. [4]

Na contramão dos valores da sociedade que prega o individualismo, religiosas buscam viver uma vida baseada no Evangelho. [9]


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

EDITORIAL Marias, mulheres Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora Aparecida e tantas outras. Maria, a Mãe de Deus, assume rostos e expressões diferentes, em realidades e culturas distintas para mostrar a face misericordiosa e amorosa de Deus. Ela também está no centro da imagem do Divino Pai Eterno, sendo coroada, para lembrar a dimensão feminina do sagrado. Nas páginas 6 e 7, a reportagem especial do Jornal Santuário deste mês, que é especialmente dedicado às mulheres, mostra a Mãe de Deus, que aparece, em diferentes contextos, para falar de uma força que faz toda a diferença para a humanidade, embora muitas vezes silenciosa. A força feminina se mostra como a expressão do amor e do carinho de Deus. Força que se manifesta hoje em dia em várias situações do cotidiano. É o caso das mulheres, operárias na construção do Novo Santuário do Pai Eterno. A matéria, na página 4, mostra que apesar de ser um local onde a maioria dos colaboradores são homens, elas marcam presença e desempenham um ótimo trabalho. Muitos são os desafios colocados para as mulheres. Na vida religiosa, o desafio é ser comunidade, cultivar os valores da solidariedade, em um mundo que prega a individualismo e o ter como valores absolutos, na contramão dos valores do Evangelho. As religiosas Ir. Maria e Ir. Simone, de diferentes Congregações Religiosas, nos ajudam, a partir de suas experiências, a compreender um pouco da vida religiosa feminina na Igreja, na página 9. Que Maria, a Mãe de Deus, com suas diferentes expressões, caminhe conosco e nos ajude a ser mais fraternos, mais acolhedores, mais cuidadores uns dos outros, na família, no trabalho e também na sociedade.

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ARTIGO

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Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R.

Quaresma: um convite à conversão

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vida oferece tempo e espaço para tudo e para todos. Neste sentido, nós Cristãos Católicos estamos vivenciando neste mês de março o Tempo Litúrgico da Quaresma. Ocasião oportuna para a prática da oração, do jejum e da caridade. Um verdadeiro convite à conversão. Para que isso aconteça de modo satisfatório como a Igreja nos propõe, é preciso um profundo exame de consciência, uma corajosa revisão de vida e coração para celebrar dignamente a Páscoa de Jesus que também é nossa Páscoa e Ressurreição. Existem situações na vida nas quais não vale a pena insistir. Inicialmente, por mais agradáveis que sejam, só nos causam dores, sofrimentos e amarguras. A tomada de consciência dos fracassos, erros, tropeços, quedas e pecados que cometemos dia a dia é o ponto de partida para uma sincera conversão de vida e coração. Cada um de nós somos conhecedores de nós mesmos. Por isso, sabedores do que é que nos pesa a consciência mediante situações faladas, praticadas ou omitidas para conosco mesmos, para com nossos irmãos e irmãs, e especialmente para com o Divino Pai Eterno. Estradas retas construídas em relevos altos e planos quase sempre são perigosas e traiçoeiras. Aparentemente, dispensam atenção e cuidados para uma boa direção defensiva. Na vida, não é diferente. As situações que por hora se nos apresentam como realidades atraentes e prazerosas, em sua maioria são seduções enganadoras que nos conduzem à emboscadas fatais, às quais dificilmente sairemos delas ilesos, sem ranhuras, machucões ou fraturas. Um objeto qualquer adquirido na condição de ouro, após revelar seu verdadeiro estado de bijuteria, escurece. Ao escurecer, gera no coração de quem o adquiriu um profundo sentimento de desilusão,

pesar e frustração. Seu fim último é o desprezo. O descarte total como se faz com um pedaço de pano usado que é jogado fora no fundo de um quintal, que com o passar dos tempos desaparece sem deixar vestígios, marcas ou sinais de que um dia existiu ou fez parte de história alguma. Converter-se é mudar de um estado de vida para outro. É crer que o Pai Eterno não se cansa de nós nem de nos perdoar. É crer, confiar e aguardar pacientemente o julgamento final após nossa partida desta vida. Julgamento que não existe para nossa pronta, imediata e irrevogável condenação. Mas, para nos curar, redimir, libertar e salvar. É saber que uma vez absolvidos de nossas antigas culpas, somos conduzidos por Deus e seus anjos à Pátria Celeste, meta fundamental e esperança feliz de todos nós. É saber ainda que a condenação parte justamente do coração empedernido que rejeita e recusa o resgate da mansão triste dos mortos pelo Sangue do Cordeiro imolado na Cruz. A conversão é condição interior que tem início nos acontecimentos simples, pequenos e diários da vida. Começa dentro de nós até alcançar o coração de Deus. Agora, se para uma transformação radical de vida for necessário mudança de casa, bairro, cidade, estado ou país, que assim o procedamos. No entanto, que deixemos

para trás o objeto que nos oprime, escraviza e nos faz pecar e sofrer. Do contrário, de nada adiantará tal esforço se ele for levado conosco. Terá sido uma luta em vão. Conforme o ditado popular, teremos apenas “mudado a cebola de lugar”. A chave que abre passagem para uma vida nova? O perdão dado e recebido: o de Deus e dos irmãos e irmãs. Não há muros nem barreiras que resistam à força do perdão. Uma vez ao chão, o amor se encarrega de limpar definitivamente os escombros produzidos por elas. E elimina, de uma vez por todas, quaisquer sombras de vestígios, sinais, dúvidas ou cicatrizes deixadas em nossos corações. Perdoar não é fácil. É tarefa lenta, demorada e para poucos. Somente quem muito ama e vive conforme os ensinamentos de Jesus conseguem fazê-lo. O perdão salva duas vezes. Ao que sofreu a ofensa e a quem ofendeu. Olhemos para a parábola do Pai Misericordioso do Evangelho de Lucas (Lc 15,11-32). Nela, percebemos nitidamente que o perdão do Pai Eterno devolveu a Ele a chance de ser Pai. E, ao filho arrependido a possibilidade de novamente vir a ser filho. No perdão dado e recebido, Pai e filho voltaram a ser família. Os dois juntos, igualmente se salvaram. Procedendo-nos de tal modo, iremos perceber que em face às agitações, tribulações, tentações e aflições desta vida, haverá tempo e espaço suficientes para ouvir os apelos de Deus à conversão, e acolher a salvação gratuita que Ele tem reservada a cada um de nós desde toda a eternidade! Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Trabalho, princípio ordenador da sociedade

Papa Francisco desde o início do seu pontificado teve a preocupação de que os católicos conhecessem mais sobre a Doutrina Social da Igreja. Pediu, apoiou e divulgou o “Docat”, uma obra muito interessante para que os jovens tivessem acesso a estes assuntos. Nesta linha, apresentamos hoje algumas reflexões sobre o trabalho humano e a sociedade. O trabalho de um homem se entrelaça naturalmente com o de outros homens: “Mais do que nunca, trabalhar é uma ação com os outros e um tarefa para os outros: torna-se cada vez mais um fazer qualquer coisa para alguém”, (São João Paulo II, Centesimus annus, 31). O trabalho, portanto, é o princípio ordenador da sociedade. Também os frutos dele oferecem ocasião de intercâmbio, de relações e de encontro. O trabalho não pode ser avaliado equitativamente, se não se leva em conta a sua natureza social. Essa noção de trabalho se encontra hoje em perigo, porque existe uma corrente de pensamento economicista que pensa que

ele deve produzir somente renda. O economicismo, ao colocar o imperativo do crescimento econômico como finalidade absoluta, subverteu as finalidades do trabalho. Fez do progresso econômico a “lei suprema”. A sociedade, ao afastar-se de Deus, caiu nessa perspectiva economicista, na qual o trabalho é visto apenas como força e aparece subordinado exclusivamente à sua finalidade econômica. Nesse ponto de vista, o trabalho humano tem até menos valor que uma máquina. O trabalho, na perspectiva do economicismo, degrada. “Cristo não aprovará jamais que o homem seja considerado – ou que se considere a si próprio – unicamente como instrumento de produção; que seja apreciado, estimado e avaliado apenas segundo esse princípio. Cristo não o aprovará jamais! Por isso mesmo, deixou-se pregar na Cruz (...) para opor-se a qualquer degradação realizada mediante o trabalho. Cristo permanece perante os nossos olhos na sua Cruz para que todo homem seja consciente da força que Ele lhe deu: “Deu-lhes o

poder de vir a ser filhos de Deus”, (Jo 1, 12. Cf. São João Paulo II, Homilia aos operários de Nova Huta, 9-VI- 1979). São João Paulo II, na encíclica Laborem Exercens, denunciou o economicismo, condenando ao mesmo tempo o liberalismo capitalista e o coletivismo marxista. Este último seria apenas mais radical, pois tem a audácia de dizer-nos que é precisamente o trabalho entendido apenas como fator de produção, o que é o homem e o que haverá de realizar para sua libertação. O economicismo defende a economia pela economia e, ao fazê-lo, reduz o homem a suas relações econômicas. Mas a Doutrina Social da Igreja ensina que o trabalho não somente procede da pessoa, mas é também ordenado a ela e a tem por finalidade. O trabalho deve ser sempre orientado para o sujeito que o realiza, pois, a finalidade do trabalho, de qualquer trabalho, permanece sempre o homem. Não se pode negar que existam componentes objetivos do trabalho, mas tudo isso deve estar su-

bordinado à realização do homem. Portanto, é possível afirmar que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, e que a finalidade do labor, de todo e qualquer que seja ele realizado pelo homem – ainda que seja o mais humilde, o mais monótono na escala do modo comum de apreciação e até o mais marginalizado – permanece sempre o próprio homem, (São João Paulo II, Carta enc. Laborem Exercens, 6). A prova disso para nós católicos é a famosa cena da Última Ceia do Senhor, em que Jesus lava os pés dos seus Apóstolos para ensinar que o trabalho, desde o mais humilde ao mais especializado, é antes e acima de tudo um serviço ao nosso próximo, (Jo 13, e ss).

Dom Levi Bonatto Bispo auxiliar de Goiânia


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Cuidado com a vida Obras Sociais Redentoristas traduzem o cuidado com o meio ambiente em ações ao longo do ano

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ando continuidade a uma ação que vem apresentando bons resultados, as Obras Sociais Redentoristas traduzem a reflexão do tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”, proposto pela Campanha da Fraternidade (CF) 2017, em diferentes ações em uma programação que se estende por todo o ano. Em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o projeto quer desenvolver, ao longo do ano, atitudes concretas que demonstrem a importância de cuidar do meio ambiente. Segundo o diretor das Obras Sociais Redentoristas, Pe. Reinaldo Martins, esta ação consiste em fazer com que a comunidade

perceba que a fé tem que ser transformada em obras. O diretor diz que não adianta rezar se, na prática, não há mudança de postura. A conversão à qual nos convida o Evangelho, segundo ele, pede que mudemos de atitude. “Se estamos desmatando, somos convidados a plantar. Este conjunto de ações tem o objetivo de intensificar a dimensão do cuidado com a vida”, afirmou o padre.

Envolvimento

As ações, abertas à comunidade, vão desde a celebração de lançamento da CF realizada por todas as obras sociais, passando pela realização de seminários, palestras, separação de resíduos nos centros sociais e iniciativas como promoção de fei-

ras de troca, plantio de mudas na nascente do córrego Barro Preto, exibição de filme sobre o Bioma Cerrado e a organização de farmácias populares de plantas medicinais. Uma das primeiras atividades realizadas foi a oficina de reaproveitamento alimentar, que aconteceu no dia 4 de março, no complexo Cespe/Cecam – Centro Social Pai Eterno/Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor. A psicóloga social Regina Marta Pereira Morais faz parte do quadro de funcionários do complexo Cespe/ Cecam e é coordenadora do Projeto Gesto Concreto da CF nas Obras Sociais Redentoristas. Para ela, este conjunto de iniciativas quer ajudar as pessoas a experimentarem a amorosa presença de Deus, além de se

conscientizarem e cuidarem da criação, da vida em abundância que nos foi dada, de modo especial dos biomas. “Com as atividades que estão propostas durante todo o ano, buscaremos promover relações fraternas com a vida e a cultura à luz do Evangelho”, disse.

Atividades

Além da Oficina de Reaproveitamento Alimentar, ao longo do ano, serão realizados vários eventos para despertar nos assistidos e em toda a comunidade, a conscientização em relação à preservação do meio ambiente. A programação do gesto concreto, inspirada na Campanha da Fraternidade, para este ano, das Obras Sociais Redentoristas, segue com as atividades:

Programação 2017 18/3 - Filme: O Bioma Cerrado - Cespe 10/4 - Reflorestamento da nascente do córrego Barro Preto - Cespe 20/5 - Seminário: Biodiversidade no Bioma Cerrado - Cespe 1 a 5/6 - Celebração: Dia do Meio Ambiente e atividades com as crianças - Todos os Centros Sociais 19/8 - Oficina: Farmácia Popular de plantas medicinais - Cespe 2/9 - Oficina: Artesanato com Material Reciclável - Cespe 11/10 - Celebração: 300 anos da Imagem de Nossa Senhora Aparecida - Todos os Centros Sociais 11/11 - Plantação de novas mudas de árvores - Cespe 14/11 - Feira de Trocas - Cespe


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Mão de obra feminina Mulheres operárias da construção se destacam no canteiro de obras, onde predomina o trabalho masculino

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s devotos que acompanham de perto as notícias sobre a obra do Novo Santuário sabem que é um trabalho grandioso realizado por centenas de colaboradores nas mais diversas áreas. De engenheiros à equipe de pedreiros, são muitas pessoas envolvidas para que tudo ocorra com eficiência e segurança. A presença masculina nesse campo é predominante. A força de trabalho feminina também está presente e dá um toque especial à construção. A engenheira de segurança do trabalho e devota do Pai Eterno Ana Paula Medeiros integra o time feminino na obra. “É um grande orgulho fazer parte desta equipe e desta história tão bonita, que é a devoção ao Divino Pai Eterno. Com certeza, os fiéis vão ficar muito felizes quando esta nova igreja estiver concluída”, afirma. Para Ana Paula, o esforço

desenvolvido na construção tem sido compensador: “Em cada etapa, colhemos resultados positivos. É um verdadeiro trabalho de equipe”. Outra que também compõe o time feminino na obra do Novo Santuário é a Sara Menezes, que integra o Departamento de Auditoria em Segurança do Trabalho. “A nossa equipe cuida da segurança de todos os outros colaboradores, avaliamos se os equipamentos de proteção estão sendo utilizados e também se o ambiente está adequado para a realização do trabalho”, explica. De acordo com Sara, fazer parte de uma construção tão grande e complexa é um desafio muito grande: “Trabalhar é o meu maior desafio, mas também é um grande privilégio fazer parte desta família de amor que tem ajudado a erguer cada pedaço deste Novo Santuário”.

Força e fé Mesmo em um ambiente de trabalho com muito mais homens do que mulheres, elas contam que nunca tiveram nenhum tipo de problema. “Quando comecei a trabalhar aqui, foi um impacto muito grande. Mas, com jogo de cintura, dedicação e muito respeito, nós nos tornamos uma grande equipe”, destaca Ana Paula. Já Sara pontua que o ambiente é de muita compreensão. “Há sempre muito respeito e amizade pelo nosso trabalho e tudo isso deixa o nosso dia a dia harmonioso”, observa. Em muitos depoimentos recebidos pela Associação Filhos do Pai Eterno, é possível perceber a grande influência dos testemunhos de oração e graças alcançadas de diversas mulheres – mães, esposas, irmãs, madrinhas e amigas – na vida daqueles que passam por dificuldades e, então, conhecem o amor do Pai Eterno. A colaboração e dedicação de Sara e Ana Paula na obra da Nova Casa do Pai são prova de como a presença feminina é importante não apenas para testemunhar a devoção, mas, também como força de trabalho que colabora para edificar o novo templo. O Novo Santuário, pouco a pouco, supera suas etapas; e a participação de todos, filhos e filhas do Divino Pai Eterno, cada um à sua maneira, é essencial para que, em breve, todos possam visitar a Nova Casa do Pai e expressar suas orações e agradecimentos, com mais conforto e segurança.


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Romaria

No dia 30 de março (quinta-feira), às 9h, será realizada a primeira reunião de planejamento da Romaria do Divino Pai Eterno 2017, no Santuário Basílica de Trindade, com todos os órgãos envolvidos na organização do evento religioso, que é o maior do Centro-Oeste, o segundo do Brasil, e a maior festa do mundo dedicada ao Divino Pai Eterno. O tema já foi definido e deve ser divulgado em breve.

Parceria

Com o objetivo de buscar recursos para o desenvolvimento de Trindade (GO), em fevereiro, o prefeito, Jânio Darrot, viajou para a capital federal, Brasília (DF), e visitou os ministros de Estado do Turismo, Marx Beltrão, e da Educação, Mendonça Filho. Como lembrança, Jânio presenteou cada um deles com uma Imagem fac-símile do Divino Pai Eterno.

Turismo

Em fevereiro, o site da Expotour Católica, uma feira de promoção do turismo religioso, divulgou uma pesquisa realizada em 15 dos 96 destinos que possuem calendário de eventos exclusivos de peregrinação religiosa no Brasil. No ranking, Trindade aparece em segundo lugar, com cerca de 4 milhões de romeiros que visitam a cidade, anualmente. Em primeiro lugar, está Aparecida do Norte (SP). E o terceiro destino é Juazeiro do Norte (CE).

Edição 100

O Jornal Santuário chega à sua centésima edição. A publicação surgiu há mais de dez anos como uma forma de levar aos romeiros do Divino Pai Eterno, através de um meio de comunicação impresso, a evangelização. Com ele, devotos de vários lugares recebem informações sobre a fé e a devoção ao Pai Eterno. Antigamente, a publicação era feita uma vez ao ano, sempre durante a Romaria. Desde 2010, ele passou a ser um jornal mensal. O Jornal Santuário está sempre disponível no Santuário Basílica de Trindade e também é entregue em vários pontos da cidade. Além disso, a versão digital fica disponível no portal paieterno.com.br.

Destino

Em conjunto com a Goiás Turismo, a Prefeitura de Trindade participou, neste mês de março, da Feira da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), em Portugal. A intenção é fazer com que a Capital da Fé de Goiás esteja entre as opções de destinos turísticos em agências de viagens em todo o mundo, evidenciando a fé e a devoção ao Divino Pai Eterno como característica principal do município.

Visita

Na segunda quinzena de fevereiro, o Cineteatro Afipe, em Trindade (GO), recebeu o arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Darci Nicioli, que conheceu o local onde será realizada, no dia 31 de março, a entrega dos Prêmios de Comunicação da CNBB.

Missa

No dia 5 de março, o Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, Pe. Robson de Oliveira, presidiu uma missa campal na cidade de Hidrolina, interior de Goiás. O evento faz parte da Visita da Imagem Peregrina do Divino Pai Eterno. E no dia 10, celebrou a missa de posse do procurador-geral do Ministério Público de Goiás, Benedito Torres, na sede do MP-GO, em Goiânia (GO).

Retiro

No mês passado, foi realizado o Encontro dos Padres Novos da Província Redentorista de Goiás, na Chácara Recanto das Águas, em Abadiânia (GO). Participaram do retiro, sacerdotes com até dez anos de ordenação. O tema foi “O Sacramento do Matrimônio e a Reconciliação (Confissão) à luz do Direito Canônico” e a reflexão foi conduzida pelo Missionário Redentorista Pe. Rogério Ramos, que é doutor em Direito Canônico e faz parte da Província de São Paulo.

Encontro

A cidade de Caeté (MG) sediou o 22º Encontro de Santuários do Brasil, de 6 a 10 de março, no Santuário Nossa Senhora da Piedade, com a presença de reitores e representantes de Santuários de todo o Brasil. O tema escolhido, “Santuário: lugar de oração, cultura e serviço aos pobres”, tinha o objetivo de favorecer a troca de experiências entre responsáveis por lugares que acolhem grande número de fiéis católicos.

Força e equilíbrio Por meio da equoterapia, oferecida pela Vila São Cottolengo, pessoas reencontram o seu eixo e voltam a andar

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er o cavalo como aliado para recuperar a coordenação motora, fortalecer os músculos e desenvolver habilidades cognitivas e psicossociais. Estes são alguns dos benefícios que a equoterapia, a fisioterapia com cavalos, oferece aos cerca de 240 pacientes atendidos semanalmente pelo Centro de Equoterapia da Vila São José Bento Cottolengo, uma das obras sociais administradas pelos Missionários Redentoristas em Trindade (GO). A equoterapia chegou a Trindade em 1999, tornando a Vila São Cottolengo o primeiro espaço a oferecer este serviço de reabilitação no Centro-Oeste. Em 2002, o centro passou a oferecer também o atendimento ao público externo. A fisioterapeuta do centro Gisele Alves Tomás explica que o movimento tridimensional do cavalo é muito semelhante ao de uma pessoa. A equoterapia utiliza-se deste movimento que, em contato com os perceptores da pessoa, geram estímulos que o cérebro e o sistema nervoso central humano interpretam e devolvem ao próprio corpo em forma de movimento. “Quando a pessoa perde o movimento, o cavalo meio que empresta o corpo dele. A gente trabalha força e equilíbrio e, principalmente, o senso de ‘vestibular’ responsável por ajudar o ser humano a reencontrar a sua dimensão corporal para que consiga voltar a andar ou a caminhar mais próximo do normal”, esclarece a fisioterapeuta. Segundo a especialista, o relato mais comum das mães, após o tratamento, é de uma considerável melhora na socialização de seus filhos. É o caso, por exemplo, da jovem Karol Alves Gomes que, após o tratamento, está com mais facilidade de socialização na escola, com professores e em casa. A mãe Aleana Alves Gomes conta que a filha melhorou o humor e também consegue agora vestir-se sozinha. “Hoje posso dizer que minha filha é uma jovem abençoada pelos progressos que fez”, disse.

Passo a passo O início do processo da terapia no Centro de Equoterapia da Vila São Cottolengo se dá, primeiro, por meio de encaminhamento médico. No segundo momento, o paciente passa por uma triagem para ver se ele se adequa ou não ao tipo de tratamento. A fisioterapeuta diz que nos casos em que cadeirantes são diagnosticados com paralisia cerebral e têm um quadro motor mais complicado, pode ser que a pessoa não ande mais. Porém, com esse tratamento, ela pode ganhar mais qualidade de vida e autonomia na hora de tomar banho, por exemplo. Além dos benefícios motores, a equoterapia atua também no campo psicossocial, cognitivo e da linguagem. Os pacientes do Centro de Equoterapia da Vila São Cottolengo são acompanhados muito de perto por uma equipe multidisciplinar integrada por fisioterapeutas, pedagogos e professores de educação física, entre outros. O Centro de Equoterapia funciona de segunda à sexta, das 7h às 18h. As sessões duram de 30 a 40 minutos.


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Diferentes títulos,

uma só

Mãe

A devoção a Nossa Senhora, por meio de seus diversos títulos, representa a força da sua intercessão junto a Jesus

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esde o momento em que a jovem Maria de Nazaré ouviu o chamado do anjo Gabriel e disse seu singelo “sim” para a vontade do Pai Eterno, não foi só Jesus que ganhou uma Mãe, mas toda a humanidade. Segundo o Missionário Redentorista Ir. Diego Joaquim, historiador e estudioso de Maria, o principal e mais importante título dela é justamente o de Mãe, que sempre aparece nos Evangelhos. A Igreja Católica, no Concílio de Éfeso, ao definir que Jesus era verdadeiramente Deus e homem, também definiu que Maria de Nazaré é a Mãe de Deus encarnado. “Ela, uma criatura humana, por graça e ação divinas, se tornou Mãe. Este é o seu título fundamental, pelos méritos de seu Filho”, explica Ir. Diego. Após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, Maria foi sinal de perseverança no início da Igreja Católica, por ser exemplo de alguém que seguiu verdadeiramente a vontade do Pai Eterno. “Ela é modelo para todos os cristãos. Por isso, veneramos sua santidade, imitamos sua caridade e sua obediência à vontade de Deus. E também, por ser Maria a mais próxima de Jesus, ela intercede e exerce a sua maternidade sobre a Igreja”, destaca o religioso.

Devoções

A veneração à Maria Santíssima alcançou vários países com diferentes títulos que exaltam suas virtudes: Mãe de Deus, Virgem das virgens, Sede de sabedoria. Há os casos em que os títulos refletem as necessidades dos filhos do Pai Eterno: Virgem do Bom Parto, da Boa Viagem, da Esperança, do Perpétuo Socorro, Desatadora de Nós, da Providência etc. E outros em que são suas aparições ou manifestações na vida de um povo que definem a devoção: Nossa Senhora de Guadalupe, de Lourdes, de Fátima, Aparecida, entre outras. “Apesar


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dos diversos títulos, venera-se sempre a mesma Mãe de Deus, Maria de Nazaré”, afirma Ir. Diego. Os títulos e devoções mais conhecidos ao longo da história são os relacionados aos dogmas marianos: Virgem Mãe de Deus, Imaculada Conceição e Assunção. No entanto, as devoções mais conhecidas atualmente são Fátima, Lourdes, Guadalupe, Graças e Perpétuo Socorro. No Brasil, as duas maiores devoções são dedicadas à Padroeira do País, Nossa Senhora Aparecida, e à Nossa Senhora de Nazaré, principalmente na região norte do País.

Mãe missionária

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Há, pelo mundo, muitas devoções dedicadas à Nossa Senhora. Até mesmo no Japão, onde, em uma cidade chamada Akita, no convento Instituto das Servas da Eucaristia, Nossa Senhora apareceu para a Irmã Agnes Sasagawa Katsuko. Em Akita, Nossa Senhora pediu constantes orações, penitências e, ainda, que não deixassem de rezar o rosário diariamente. Segundo Ir. Diego Joaquim, uma devoção Mariana que não leva a Jesus não é sadia, não é correta, não é cristã e não agrada a própria Nossa Senhora. Vale lembrar o que ela nos diz, em João 2,5: “Façam tudo o que Ele (Jesus) vos disser”.

A Congregação Redentorista tem como padroeira Nossa Senhora da Imaculada Conceição, legitimamente constituída da Congregação, no Capítulo Geral de 1749. De acordo com o Missionário Redentorista Ir. Diego Joaquim, esta devoção vem por inspiração do fundador da missão Santo Afonso Maria de Ligório. Somente mais tarde, no século seguinte, foi que eles conheceram e começaram a divulgar a devoção à Mãe do Perpétuo Socorro. “A partir de 1866, a pedido do Papa Pio IX, recebemos a missão de tornar conhecida a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, lembra. A devoção à Mãe do Perpétuo Socorro se tornou um dos marcos fortes dos Missionários Redentoristas. “Posso dizer que desde este fato, onde estão os Redentoristas aí está presente esta devoção, a partir do Ícone que traz o mistério de Cristo sendo apresentado por Maria Santíssima”, explica Ir. Diego. Por isso, junto com a devoção ao Divino Pai Eterno caminha Maria Santíssima, sob o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a Mãe que intercede e socorre todos os filhos e filhas do Pai.

Filha de Maria

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A empresária Roseli Moreira conheceu a devoção à Nossa Senhora por meio de sua família, quando ela ainda era pequena e morava no campo. Sua mãe tinha o hábito de rezar o terço toda semana, em conjunto com parentes e amigos. “Desde pequenininha, eu senti nascer no meu coração esse amor pela Mãe de Jesus. Sentimento que só cresceu”, conta ela. Hoje, Roseli faz parte do grupo de oração de Nossa Senhora da Libertação e também é devota de Nossa Senhora das Graças e de Fátima. “Maria é a nossa Mãe e eu sinto que ela está presente em todos os momentos, tudo que eu vou fazer sempre peço a sua intercessão e proteção”, afirma. Roseli faz tratamento e acompanhamento por conta de um câncer que descobriu, há cerca de três anos. “Nossa Senhora intercedeu por mim e eu recebi a cura. Desde o início do tratamento, eu pedia a sua bênção em cada etapa, em cada remédio que eu tomava e para que ela cuidasse de mim. Esta, sem dúvida, foi a maior graça que recebi até hoje”, finaliza.


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Música e caridade

Depois de receber uma graça do Pai Eterno, dupla sertaneja faz show em favor das Obras Sociais Redentoristas

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rmãos que sonham viver da música, Ruan Carlos e Warley são cantores e formam uma dupla sertaneja. Em fevereiro, eles se apresentaram no palco do Cineteatro Afipe, cumprindo uma promessa, em agradecimento à segunda colocação que alcançaram em um festival de música sertaneja, que aconteceu em novembro passado na cidade de Goiânia (GO). Devotos do Divino Pai Eterno, eles contam que estão inseridos na música já há algum tempo e a bênção veio logo que resolveram se inscrever no festival de música para tentar alavancar um pouco a carreira. Com isso, fizeram a promessa de ir a pé a Trindade, caso chegassem à etapa final do concurso, para a qual foram selecionados 16 dos 144 concorrentes iniciais. “Passamos para a final e de lá, logo depois do resultado, partimos para Trindade para pagar a promessa”, conta Warley. Com a promessa cumprida e a vontade de avançar mais, a dupla sertaneja prometeu ainda que faria um show beneficente caso ficasse entre os três primeiros colocados. E mais uma vez, o Pai Eterno atendeu ao

pedido do coração dos irmãos, a dupla alcançou a segunda classificação no concurso. O agradecimento à graça alcançada tomou forma, após algumas conversas, com a oportunidade de fazer o show Acústico Sertanejo, com participações de artistas que ficaram entre os três finalistas do concurso: a dupla Thâmara & Nayanne e Fabiana Gomes, primeiro e terceiro lugares respectivamente. A entrada se converteu em um kilo de alimento não perecível e tudo que foi arrecadado, cerca de meia tonelada, foi dividido entre as Obras Sociais Redentoristas, que contam com o apoio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), e uma entidade apoiada pelos cantores. “Cumprimos a promessa, porque foi muito boa a resposta do público. Melhor ainda foi o tanto de alimentos arrecadados, realmente é uma prova de que Deus nos abençoou muito”, diz Ruan Carlos. Os irmãos, devotos do Pai Eterno, contam que estão sempre em oração. Antes do show, eles participaram da missa no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e deixaram a programação do espetáculo aos pés do Divino Pai Eterno. “Foi uma honra realizar esse show exatamente em Trindade, um lugar que inspira a fé”, disse Ruan Carlos.

Fé e arte

Espaço de evangelização e entretenimento em Trindade (GO), o Cineteatro Afipe traz uma eclética programação em suas atividades nos fins de semana. Vários eventos foram realizados durante os últimos meses no espaço, como apresentações culturais, exposições de artistas goianos entre outras atividades de evangelização através de artes como a música, o teatro e a dança e ainda a exibição de filmes de vários gêneros voltados para a família, que atraíram o público local e romeiros. A programação atualizada pode ser conferida no site cineteatro.paieterno.com.br.


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Na contramão dos valores E

Religiosas vivem o desafio de anunciar o Evangelho em realidades marcadas pelo individualismo

las atuam em todo o Brasil, a partir de congregações que expressam diferentes carismas. Ao todo, segundo a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), são cerca de 30 mil religiosas em diferentes ministérios da Igreja Católica no País, anunciando o Evangelho e fortalecendo a presença de Cristo no meio das comunidades. O chamado à missão se manifesta de diferentes formas. A Ir. Maria da Santíssima Trindade é uma das freiras que vivem em regime de clausura, no Carmelo da Santíssima Trindade e da Imaculada Conceição, em Trindade (GO). Em seu caso, a vocação foi percebida logo cedo, quando ainda era criança: “Desde a infância, a vida religiosa sempre tocou profundamente meu coração. Eu tinha 11 anos de idade quando vivi essa experiência do chamado de Deus em minha vida”. Em toda sua história, um fato que marcou sua caminhada vocacional definitivamente, como lembra a própria religiosa, foi a visita apostólica do então

Papa João Paulo II ao Brasil, em 1991, ocasião em que ele beatificou Santa Paulina. Enquanto assistia a missa de beatificação pela TV, a religiosa sentiu acender em seu coração um grande desejo de servir a Deus. Ela experimentou o mesmo sentimento quando assistiu ao filme sobre a vida de Santa Paulina. Hoje, com 37 anos de idade, Ir. Maria exerce sua missão na Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, cujo carisma é orientado à contemplação das coisas divinas, na vivência dos votos de castidade, pobreza e obediência. Para ela, um dos maiores desafios à vida religiosa feminina hoje é ser testemunha e sinal de esperança em uma sociedade marcada por tantos sofrimentos. “A verdadeira alegria não está nas coisas efêmeras, mas em Deus que é Eterno”, desta forma a religiosa resume o sentido de sua vocação. “A vida inteira de uma religiosa deve ser um ato contínuo de liturgia, em que apresentamos a Deus nosso culto e

nossa adoração através da vida”, conta. Já a Ir. Simone Jacoby, de 29 anos, religiosa da Congregação da Copiosa Redenção, atua na vida comunitária, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade e na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), onde se dedica ao Núcleo de Comunicação. Em seus seis anos de vida consagrada, ela busca viver o carisma de sua congregação na adoração ao Santíssimo Sacramento e na recuperação de pessoas dependentes de drogas. Ir. Simone sentiu a inspiração para a vida religiosa aos 15 anos, por meio do contato com as irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus e Maria e da participação na Paróquia Imaculada Conceição em sua cidade natal, Teixeira Soares (PR). Para ela, o maior desafio da vida religiosa é anunciar o Evangelho na contramão dos valores da sociedade que valoriza o ter e cultua o individualismo: “As pessoas não compreendem quando você fala que vive em comunidade”.


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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A Fotos: Web

Quaresma

Aumento da miséria

O Papa Francisco publicou, em fevereiro, sua exortação ao período da Quarema. O Sumo Pontífice alerta que a Quaresma é o momento favorável para intensificar a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe (o jejum, a oração e a caridade). O Santo Padre convida os fiéis a ouvir e meditar, com maior assiduidade neste tempo, a Palavra de Deus. De modo particular, Francisco chama a atenção para a parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16,19-31). “O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo”, afirmou o Papa em sua mensagem.

Até o final de 2017, o Brasil deverá testemunhar um aumento de 2,5 milhões até 3,6 milhões no número de pessoas vivendo na miséria. Resultado da prolongada crise econômica, a estimativa foi divulgada pelo Banco Mundial, que sugeriu um aumento do orçamento do Bolsa Família para atender os “novos pobres”. Em média, esses brasileiros têm menos de 40 anos, moram nas zonas urbanas, concluíram pelo menos o Ensino Médio e estavam empregados em 2015, sobretudo no setor de serviços.

Vozes de fé O Dia Internacional da Mulher, celebrado dia 8 de março, foi comemorado no Vaticano, na Itália, em mais uma edição de “Vozes de Fé”, que aconteceu na Casina Pio IV, nos jardins vaticanos. O evento foi promovido pela Fundação Fidel Götz, que organizou, para esta ocasião, uma tarde de música e de testemunhos oferecidos por mulheres que lutam pela paz e o desenvolvimento. A edição de 2017 foi intitulada “Misturando as águas. Fazendo o Impossível, Possível”. A primeira parte foi composta por testemunhos de mulheres promotoras da paz, com o título “O que o amor pode fazer”. A segunda parte foi dedicada “às vozes de fé de todo o mundo”. O continente latino-americano foi representado por Paula Moreno, colombiana, fundadora e presidente de “Manos Visibles”.

Notícias reais Em fevereiro, o Google anunciou a chegada da função Fact Check ao Brasil. O mecanismo tem como função destacar informações verdadeiras nos resultados de busca e no Google Notícias. A intenção é reduzir o risco de os leitores acreditarem em notícias falsas. Para diferenciar os conteúdos, será incluída a tag “verificação de fatos” ao lado do nome do site que publicou a reportagem. Embora esteja sendo lançado somente agora no Brasil, esse recurso já está disponível, desde outubro, nos Estados Unidos e no Reino Unido e foi disponibilizado, posteriormente, na França e na Alemanha. Em todos os países, o Google estabeleceu parcerias com entidades que trabalham com verificação de fatos. No território nacional, estão envolvidas Agência Lupa, Aos Fatos e Agência Pública.

Zica vírus Em fevereiro, fez um ano que a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou como emergência de saúde pública de importância internacional a rápida propagação do vírus zika e o aumento de transtornos neurológicos e malformações congênitas. Apesar do alerta, o surto da doença continua e preocupa países e outros organismos internacionais, como o escritório regional da OMS, a Organização PanAmericana da Saúde (OPAS). De acordo com as duas agências de saúde da ONU, o vírus já está presente em 76 países do mundo e continua a se espalhar geograficamente para áreas onde existem vetores que transmitem a doença. Nas Américas, 48 nações e territórios confirmaram a transmissão do vírus zika por meio da picada de mosquitos desde 2015, e cinco Estados notificaram casos por transmissão sexual. Mais de 200 mil ocorrências de zika foram registradas, mais da metade no Brasil, além de 2.618 casos de bebês nascidos com a síndrome congênita do zika, a maioria também no território brasileiro.

Igreja de Goiânia se despede de Dom Antônio

Arcebispo emérito da Arquidiocese de Goiânia faleceu dia 28 de fevereiro, deixando um legado que prega a união e a participação dos católicos “Para que todos sejam um”, este foi o lema de Vida Religiosa

Dom Antônio Ribeiro de Oliveira enquanto esteve à frente da Arquidiocese de Goiânia, de 1986 a 2002. O religioso era apontado como um conciliador, homem que trabalhava para que os católicos, os padres, religiosos e as ações da Igreja, especialmente as pastorais, caminhassem juntas, com o objetivo de acolher os mais necessitados. O Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, Pe. Robson de Oliveira, ordenado pelas mãos de Dom Antônio, lamentou profundamente a morte do religioso. “Este é um momento de muita tristeza e pesar para todos nós que estamos aqui nesta Quarta-feira de Cinzas velando o nosso arcebispo emérito”, afirmou. Dom Antônio faleceu no dia 28 de fevereiro, em decorrência de problemas cardíacos. O arcebispo já foi presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Centro-Oeste, período no qual teve um dos momentos mais marcantes de sua vida religiosa: a celebração da missa campal para mais de 500 mil pessoas durante a visita do Papa João Paulo II à capital goiana. “Foi Dom Antônio quem apresentou a Imagem do Divino Pai Eterno ao Papa, na ocasião da sua

visita. Ele sempre teve um zelo muito grande por essa devoção. Para ele, a Santíssima Trindade era um exemplo de comunidade santa e perfeita que todos nós devemos ser”, finaliza o padre.

Goiano de Orizona (GO), Dom Antônio nasceu no dia 10 de junho de 1926, tornou-se padre aos 22 anos e bispo aos 34. O religioso foi bispo auxiliar de Goiânia e, em seguida, bispo de Ipameri (GO), no sul do Estado. Sempre muito participativo na Igreja, procurou durante seu apostolado edificar uma Igreja baseada na “Comunhão e Participação” de todos, leigos e religiosos na vivência comunitária. O religioso também se dedicou à construção do Carmelo da Santíssima Trindade. A partir de seus anseios e providências, em 7 de junho de 2009, o local foi inaugurado para acolher as irmãs carmelitas, que vivem em clausura e se dedicam à oração. No ano passado, os devotos do Divino Pai Eterno tiveram a oportunidade de celebrar junto a ele, o seu aniversário de 90 anos, em uma missa presidida por ele, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). Vale lembrar que a praça do Santuário Basílica tem o nome de Praça Dom Antônio Ribeiro, em homenagem a toda a dedicação que o bispo emérito teve para com devoção ao Pai Eterno. Ele foi um dos grandes responsáveis pela expansão da fé no Divino Pai Eterno.


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

MARÇO DE 2017

Série: Temário da Novena dos Filhos do Pai Eterno

Uma vida livre dos vícios Por meio da fé e da oração, os cristãos são chamados a refletir suas condutas e a se transformar perante Deus

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o sétimo dia da Novena dos Filhos do Pai Eterno, Deus chama a rezar por aqueles que possuem algum vício ou uma conduta de vida que desagrada os costumes do Senhor. A sociedade favorece uma quantidade de vícios que podem levar os cristãos ao desvio das coisas de Deus e a deturpar o exercício da liberdade humana. Segundo o Missionário Redentorista Pe. Paulo Júnior Silva Leão, a Igreja tem papel fundamental na orientação dos cristãos, pois, enquanto “Mãe e Mestra”, ela acolhe os seus filhos e os orienta à vivência real de sua condição. “À luz da Sagrada Escritura e apoiada na Tradição dos Apóstolos, a Igreja busca, por meio da doutrina, educar a consciência dos fiéis no discernimento de atos que prejudicam o exercício da liberdade. Não é próprio de uma mãe rejeitar o seu filho por ter desobedecido a ela. Assim, também não é da índole da Igreja rejeitar aqueles fiéis que, muitas vezes por ignorância da sua condição de filhos, atentam contra a própria vida”, explica o sacerdote.

Vícios da vida moderna

O Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente-fundador da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), Pe. Robson de Oliveira, pontua que

a sociedade possui hoje o que chamamos de “vícios da vida moderna”. Ele dá como exemplo o consumo exacerbado a bens materiais e a submissão às obras da carne e a desvalorização dos valores. De acordo com o sacerdote, os cristãos não ficam imunes às condutas más da sociedade. “Tudo o que é feito de bom ou ruim acaba agindo e atuando em nós. A civilização moderna se autoproclama como a mais evoluída sociedade que já existiu na história. No entanto, acaba se esquecendo de que algumas atitudes revelam o seu aspecto mais primitivo, quando a pessoa age pelo instinto e não pela consciência. Muitos comportamentos sociais são vinculados a uma consciência deformada pelo pecado”, explica Pe. Robson. Segundo o Superior Provincial, um bom exemplo que se pode dar é o vício da jogatina: “Quantas famílias já perderam tudo em mesas de jogos e apostas nos cassinos. Quantos jovens são aliciados para estas casas e, ao mesmo tempo, aquilo que pertencia à ordem do privado, torna-se público e manifesto”. Além do vício em jogos, tantos outros podem ser citados, como o tabagismo, o álcool e as toxinas, em especial as drogas e narcóticos. Um mal da sociedade que só pode ser liberto, por meio da per-

severança na fé em Deus, segundo o Pe. Robson. “É pelo caminho da fé que seremos libertos de todos e quaisquer tipos de condutas más”, ressaltou. Para se libertar dos vícios é necessário, segundo o religioso, resgatar o sentido filosófico do existir, criando-nos dentro de uma realidade madura, crítica e contemporânea aos dias atuais. “Não nos é lícito aceitar tudo o que a sociedade impõe como valorativo. Para tal, se faz necessária a utilização de ferramentas que nos motivem a descobrir o que fundamenta o comportamento moral e social e, a partir de então, escolher entre o bom e o ruim”, destaca Pe. Robson. Diante disso, no sétimo dia da Novena, o chamado de Deus é para que todos tenham uma vida liberta, dos vícios do corpo e da alma, e abençoada. Ao rezar nessa intenção, o cristão pode pedir a vivência diante da paz e longe de tudo aquilo que faz o ser humano afastar-se do Pai Eterno, levando ao exame de consciência dos atos praticados e purificando o coração por meio da fé e oração para que fique livre para a prática plena e sincera do amor a Deus. “Uma sociedade discernida e esclarecida em Deus é cada vez mais saudável, menos doentia e livre de patologias existenciais”, finaliza o padre.


12 ARTIGO

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

MARÇO DE 2017

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

A plenitude do amor, verdadeira conversão A Igreja nos orienta a intensificar as práticas da oração, da penitência e da caridade nos quarenta dias da Quaresma, a exemplo de Jesus, caminho para um autêntica conversão

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Quaresma é um período em que a Igreja nos convida a intensificar nossa vivência do amor de Deus, contemplando os mistérios e os ensinamentos deixados por nosso Senhor Jesus Cristo. A experiência de viver uma vida pautada e guiada pelo Pai Eterno deve acontecer durante todo o ano. Mas, o Calendário Litúrgico da nossa Igreja tem uma maneira didática e especial de nos ajudar a relembrar o quanto o Pai Eterno nos ama a ponto de enviar Seu Filho, que passou por tantas provações e sofrimentos, para nos redimir dos nossos pecados. E é justamente neste tempo em que estamos agora, da Quaresma, que temos a oportunidade de refletir profundamente sobre a vida, paixão e morte de Jesus. Isso acontece porque somos convidados a colocar em prática os Seus ensinamentos. E todo aquele que se assume cristão tem a incumbência de dar continuidade à missão de Jesus. Desde a encarnação até a ressurreição, o Pai Eterno operou as Suas maravilhas na vida de Cristo e daqueles que o seguiam, para revelar todo o Seu amor pela humanidade. Em Jesus, está a ple-

nitude de todas as promessas de Deus para a vida daqueles que se fundamentam no amor maior, que é Deus Pai. Através de Seu Filho, Jesus Cristo, Deus se fez homem, carne da nossa carne, sangue do nosso sangue, história da nossa história, com o objetivo de nos salvar a partir da nossa condição existencial. Com Suas atitudes de amor ao próximo, com as curas e o acolhimento aos pobres e aos doentes; e Sua proximidade com Deus, por meio do jejum e da oração; Jesus nos mostra como devemos agir para estar no caminho que leva ao Pai. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”, (Jo 14,6). Nesse sentido, devemos ser como Jesus, buscar vivenciar o jejum, a caridade e a oração, especialmente no tempo quaresmal. Neste período, a Igreja nos ajuda a viver essa plena conversão que não está relacionada somente ao meu próprio ser, mas a como eu me posiciono e ajo em comunidade, fazendo o bem aos irmãos e irmãs. Não podemos discriminar as pessoas por seus pecados, ou por suas limitações. Ao contrário, temos que acolhê-las de forma plena, amorosa,

humilde e verdadeira. É justamente por isso, que a Igreja propõe aos cristãos que vivenciem, durante os 40 dias, a oração, o jejum e a caridade. Pois, essas são formas de dar continuidade à missão iniciada por Ele aqui na Terra. Devemos pedir ao Pai Eterno que nos dê o dom da sabedoria para que não façamos nada com o sentido de envaidecer o nosso coração, mas, somente, para agradar o coração de Deus. Na Liturgia deste tempo, Jesus nos ensina que nossas ações não devem ser para engrandecimento pessoal, mas, para a glorificação de Deus. “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu”, (Mt 6,1). Entre Jesus e a pessoa humana não há um troca de papéis ou uma inversão de valores, mas, sobretudo, uma entrega cotidiana de duas vidas, que se unem e se assumem em um único caminho rumo ao Coração do Pai Eterno. É esse o grande desafio que assumimos ao escolher a vida cristã, o de amar. Enxergar Jesus no irmão e ser Jesus para ele.

Cristo é a fonte do amor mais pleno e é Nele que devemos nos abastecer. Ele não foi um simples mensageiro. Ele é a própria mensagem de amor que o Pai Eterno nos enviou e que se mantém viva em nossos corações, por meio do Espírito Santo. Somente pela experiência da fé vinculada à razão, é que seremos capazes de enxergar Jesus no outro. A partir do momento que aceitamos viver e entender o Seu amor, se torna mais fácil agir conforme os ensinamentos Dele. Tenhamos a firmeza da fé para mergulhar nessa fonte do mais puro amor, que são os exemplos deixados pelo próprio Jesus: amor, jejum e oração. Reflitamos sobre a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré e aprendamos com Ele a viver como filhos queridos e amados do Pai Eterno!

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente-fundador da Afipe


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