Jornal Santuário – nº 109, Mar. 2018

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Ano X Número 109 | Março de 2018 | www.paieterno.com.br

Caminho do Senhor

Cristãos se preparam para as celebrações da Semana Santa, momento em que são convidados a refletir sobre a Paixão, Morte e Ressurreição. [10 e 11]

A Força da Mãe

Evolução da Fé Nossa Senhora é um exemplo de fé e coragem para todas as mulheres que lutam para vencer as dificuldades diárias. [5]

Nova série do Jornal Santuário apresenta aos leitores o caminho da devoção que nasceu em Trindade (GO), começando pelo encontro do Medalhão. [6 e 7]


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

EDITORIAL

Fé e Coragem para chegar ao Pai Eterno Março será muito especial para os cristãos católicos, pois nele vivenciaremos as celebrações da Semana Santa, período no qual todos são convidados a reviver os passos de Jesus Cristo no Seu calvário. Por isso, o Jornal Santuário deste mês traz em suas páginas principais (10 e 11) uma matéria sobre a importância de cada dia da Semana Santa e como os cristãos são convidados a vivenciar este período. Neste mesmo mês celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma data que comemora as conquistas femininas, mas também abre um importante debate sobre as desigualdades que elas ainda enfrentam. Para homenageá-las, vamos falar sobre como Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, é um exemplo de fortaleza e sensibilidade desde a sua vida terrena até sua constante intercessão no Céu. A reportagem está na página 5. O Jornal Santuário também apresenta sua nova série de reportagens: Evolução da Fé, que irá contar a história da devoção ao Divino Pai Eterno, a partir dos pontos de visitação na cidade de Trindade (GO). A primeira matéria fala do encontro do Medalhão, a primeira igreja, construída com folhas de buriti, chamada capelinha, que foi a primeira a receber os romeiros do Pai. Confira todos os detalhes nas páginas 6 e 7. A equipe do Jornal Santuário deseja a todos uma ótima leitura!

ARTIGO

MArço de 2018

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R.

Semana Santa

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a Semana Maior como chamada no passado. Ou, a Grande Semana celebrada pelos antigos desde as primeiras comunidades cristãs. Faz memória aos últimos acontecimentos da vida pública de Jesus: Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E, nos prepara para a vivência da festa maior do cristianismo: a Páscoa de Jesus, que consequentemente é também a Páscoa de todos nós. Para o Frei Sérgio Moura, a Semana Santa “marca a Páscoa que é o centro de toda a vida cristã”. E, se expressa “com toda ênfase e de forma detalhada, a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém, cada passo de Sua entrega, desde a Eucaristia, passando pela Sua Paixão e Morte na Cruz, até a Ressurreição; de forma que cada dia desta Semana se reveste de uma profunda espiritualidade”, pontua o religioso. Inicia-se no Domingo de Ramos. As celebrações deste dia marcam a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho seguido de uma numerosa multidão que estendia mantos, ramos e cantava glórias a Deus por onde Ele passava. Alguns aspectos que chamam a atenção para as celebrações deste dia: o jumento, o povo simples, os mantos e ramos são a expressão da humildade de Jesus, do Seu acolhimento aos pobres e sofredores. Ainda que o reinado de Jesus não seja semelhante aos reinados deste mundo. Na Segunda-feira Santa, o Evangelho de São João (12,1-11) narra a Ressurreição de Lázaro. É a espera corajosa e confiante no Senhor que devolve a vida ao que tinha morrido. Esta passagem já aponta como anúncio forte a própria Ressurreição de Jesus. A Terça-feira Santa, servindo-se, também do Evangelho de João (13,21-33.3638), vê-se Jesus que anuncia a traição por um de Seus Apóstolos. Fala de Seu retorno à casa do Pai, de Sua glorificação e do Seu amor diante da fraqueza de Judas que O

trai e de Pedro que O nega três vezes. A Quarta-feira Santa, situada a partir do Evangelho de Mateus (26,14-25), narra a Paixão de Jesus, a traição de Judas e a entrega do Filho de Deus aos sumos sacerdotes, a preparação da mesa da Páscoa e Jesus em torno da mesa com Seus discípulos. A piedade popular celebra as Dores de Maria no encontro de Jesus a caminho do Monte Calvário. A Quinta-feira Santa marca o início do Tríduo Pascal. São “três momentos entrelaçados e inseparáveis de uma mesma realidade que a Igreja celebra ao fazer memória da Ceia, da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus”. São as celebrações importantes deste dia: de manhã, a Missa dos Santos Óleos, ou a Missa do Crisma; à noite, a Missa da Ceia do Senhor e o Lava-pés (Jo 13,1-15). Nesta missa, destaca-se o mandamento do amor e do serviço na atitude de Jesus ao lavar os pés dos discípulos; a Instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Na Sexta-feira Santa celebra-se a Cruz, a Paixão e a Morte de Jesus. A Paixão tem início na noite de quinta-feira no Horto das Oliveiras. Na liturgia da tarde, às quinze horas, “a Igreja medita a Paixão de Jesus, intercede pela salvação do mundo, adora a Cruz e comemora a própria origem do lado aberto do Senhor” (Santo Agostinho). Nesta noite, a piedade popular faz a Procissão do Senhor Morto. No Sábado Santo celebra-se a noite da Vigília Pascal. Destaque para as leituras do Êxodo, a bênção do Fogo Novo e o acendimento do Círio Pascal. A Procissão Luminosa, o Batismo dos Catecúmenos e a renovação das promessas batismais. Tem como objetivo principal introduzir os cristãos na celebração do Domingo da Ressurreição. O Domingo de Páscoa é a Festa da Ressurreição de Jesus que vence a morte para viver eternamente. É a celebração máxima

de todo o Ano Litúrgico. Volta-se a cantar o “Glória”. O destaque é para o Círio Pascal acesso no altar, a pia Batismal, vestes, flores e toalhas brancas que simbolizam a brancura dos Céus e a vida dos que foram alvejados pelo Sangue do Cordeiro. Nos dias de semana após a Semana Santa, vive-se o Tempo Pascal. É um período litúrgico que dura cinquenta dias que são como um só. “Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se fossem um só e único dia festivo, como um grande Domingo” (Normas Universais do Ano Litúrgico, nº 22). Muitos cristãos católicos fazem um bonito itinerário de conversão de vida, de oração, de penitência e de jejum durante a Quaresma. Vivem de modo intenso a Semana Santa até a Sexta-feira da Paixão, dia em que nossas igrejas, santuários e templos sagrados ficam repletos de fiéis para a Celebração da Cruz. O Sábado Santo e o Domingo de Páscoa devem ser vividos com a alegria, piedade e devoção que as celebrações destes dias nos propõem. Talvez por falha na catequese, ou a vivência de uma espiritualidade cristã carregada de misticismo, lamentavelmente, muitos não vivem o Sábado Santo nem o Domingo de Páscoa com a devida alegria. Mas é importante que todos saibam: Cristo ressuscitou e está entre nós para nos curar e nos amar!

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Paixão, Morte e Ressurreição

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Semana Santa não pode reduzir-se a uma mera recordação, pois nela se considera o mistério de Jesus Cristo, que se prolonga nas nossas almas: o cristão está obrigado a ser alter Christus, ipse Christus, outro Cristo, o próprio Cristo. Cada dia da comemoração faz referência a um acontecimento: o Domingo de Ramos refere-se à entrada do Rei, o Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na Segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na Terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a Quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a Quinta-feira foi a última ceia com Seus Apóstolos, também conhecida como Sêder de Pessach. A Sexta-feira foi o dia do Seu ofrimento, Sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o Domingo de Páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.

Estas foram as palavras do Papa Francisco em que convidou os fiéis a se conectar mais com Deus nos 40 dias por meio de oração, jejum e obras de caridade: “Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras com que enganamos a nós mesmos, para procurar finalmente a consolação em Deus”. Santidade! Quantas vezes pronunciamos esta palavra como se fosse um som vazio! Para muitos, ela representa mesmo um ideal inacessível, um tema da ascética, mas não um fim concreto, uma realidade viva. Não pensavam deste modo os primeiros cristãos, que usavam o nome de santos para se chamarem entre si com toda a naturalidade e com grande frequência: “saúdam-vos todos os santos, saudai todos os santos em Cristo Jesus” (Fl 4,21). Na Semana Santa nós vivemos o ápice deste momento, deste plano de amor que percorre toda a história da relação entre Deus e a humanidade. Jesus entra em Jerusalém para cumprir o último

passo, no qual reassume toda a sua existência: doa-se totalmente, não tem nada para si, nem mesmo a vida. Na Última Ceia, com os Seus amigos, compartilha o pão e distribui o cálice “por nós”. Jesus não vive este amor que conduz ao sacrifício de modo passivo ou como um destino fatal; certamente não esconde a Sua profunda inquietação humana diante da morte violenta, mas se confia com plena confiança ao Pai. Jesus entregou-se voluntariamente à morte para corresponder ao amor de Deus Pai, em perfeita união com a Sua vontade, para demonstrar o Seu amor por nós. Na cruz Jesus “me amou e entregou a si mesmo” (Gl 2,20). Cada um de nós pode dizer: amou-me e entregou a si mesmo por mim. Cada um pode dizer este “por mim”. O que significa tudo isto para nós? Significa que este é também o meu, o teu, o nosso caminho. Viver a Semana Santa seguindo Jesus não somente com a emoção do coração; viver a Semana Santa seguindo Jesus quer dizer aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro

EXPEDIENTE

dos outros, para ir para as periferias da existência, mover-nos primeiro para os nossos irmãos e as nossas irmãs, sobretudo aqueles mais distantes, aqueles que são esquecidos, aqueles que têm mais necessidade de compreensão, de consolação, de ajuda. “A Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor nos doa para abrir as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias – que pena tantas paróquias fechadas! – dos movimentos, das associações, e sair ao encontro dos outros, fazer-nos próximos para levar a luz e a alegria da nossa fé”. (Trecho extraído da reflexão do Papa Francisco sobre a Semana Santa) Desejo a todos uma santa e frutuosa Quaresma, para vivermos a plenitude da Páscoa! Pe. Dilmo Franco de Campos Reitor do Seminário Maior São João Maria Vianney em Goiânia

Uma publicação do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, produzida pela AFIPE

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Provincial e Presidente-fundador da Afipe: Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Reitor: Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Direção de Comunicação: Talitta Di Martino Jornalista Responsável: Simone Borges - JP 2715 - GO Coordenação de Produção: Andrei Renato

Fotografia: Danilo Eduardo e Rodolfo Carvalhaes Colaboração: Michele Rodrigues Impressão: Scala Editora Tiragem: 100.000 exemplares Contato: imprensa@paieterno.com.br

Redação: Juliana Nunes, Pollyana Reis e Vinícius Braga Diagramação/Editoração Eletrônica: Elton Rosa Coordenação de Marketing: Bárbara Simões Tirinha: Patrícia Holanda e Ramón Fonseca Anúncio Afipe: Diogo Oliveira


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Unidos para edificar a Nova Casa do Pai

Campanha destaca a importância dos devotos para que a nova fase da obra prossiga com êxito

“Pois toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo” (Hb 3,4). Foi esta passagem bíblica que inspirou a equipe de marketing da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) na continuidade da campanha Operários do Pai Eterno. Motivada pela esperança de ver a Nova Casa do Pai concluída, a equipe se dedica com muito carinho e criatividade à divulgação da campanha, cujo foco é mostrar o quanto a contribuição dos devotos é essencial para a construção do Novo Santuário. A obra iniciou uma nova fase, na qual estão sendo construídos os três braços me-

nores da cruz romana. Os operários estão realizando os serviços da terra para cima, como: pilares, vigas e lajes. Tal estrutura deverá ter cerca de 40 metros de altura, o que corresponde a um prédio de 10 andares. Assim, os devotos poderão enxergar mais detalhes da construção e terão uma noção de como será o Novo Santuário. “Esta etapa é extremamente importante e exige uma quantidade significativa de cimento. Para que tudo isso continue avançando com êxito, é preciso que todos se juntem nesta empreitada. É esse o objetivo da campanha: incentivar o engajamento dos filhos e filhas do Pai

Eterno para que vejamos a Nova Casa do Pai finalizada”, explica o redator publicitário Gabriel Vasconcelos, um dos responsáveis pela criação da campanha. Os materiais de divulgação da campanha reforçam o propósito: incentivar a união em prol deste sonho grandioso. É o que destaca a coordenadora de marketing da Afipe, Bárbara Simões. “Queremos ressaltar o quanto cada devoto é importante nesta obra e, juntos, a força é maior. São eles os responsáveis pela construção deste lugar especial e propício para contemplar o amor do Pai”, finaliza.

Como participar? A contribuição extra pode ser feita através de boleto bancário enviado juntamente com as cartas do Pe. Robson de Oliveira, que chegam mensalmente aos associados da Afipe. Os valores são referentes a um, dois ou três sacos de cimento ou o valor a mais que o coração inspirar. As doações também podem ser feitas pelo portal paieterno.com.br. É fácil e totalmente seguro.


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O chamado da preparação Jovens que sonham com a vida religiosa participam de encontro para buscar a clareza do chamado de Deus

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om o objetivo de discernir as aptidões vocacionais, a Pastoral Vocacional da Província Redentorista de Goiás realiza, todos os anos, os encontros vocacionais. Em 2018, o primeiro encontro acontece de 16 a 18 de março, na casa de retiros Nossa Senhora da Assunção, em Goiânia (GO). Será um período repleto de atividades que abordam o discernimento vocacional, apresentando aos participantes diversos momentos de evangelização e conhecimento sobre a vida religiosa. O promotor vocacional e Missionário Redentorista, Fr. Auro Marques de Oliveira, explica que ao longo do ano, cerca de cinco encontros vocacionais são realizados a fim de preparar e escolher quem, de fato, está apto a seguir a vida religiosa. “Nossa Pastoral Vocacional hoje se desenvolve com o reconhecimento desta dimensão histórica e cultural que eviden-

cia nos jovens não só a crise de ideais fecundos a seguir, mas também, paradoxalmente, o despertar das vocações”, afirma Fr. Auro. Segundo ele, os encontros são de extrema importância para esse processo de descobrimento da vocação religiosa. “Sentimos que nosso trabalho é importante por ajudar a promover uma cultura de vocação que reconheça e acolha esta profunda aspiração humana: o ser humano tem o desejo de Deus; é chamado, como Jesus, a ser filho Dele. Esta é a mais sublime vocação, ser filho amado do Divino Pai Eterno. E ser filho Dele implica muitas consequências práticas em nossa vida”, explica. Cada um dos encontros possui temáticas específicas a partir do Evangelho. “Iniciamos mostrando que Deus acredita e conta conosco. Concluímos com o convite a aceitar o chamado divino para viver o carisma Missionário Redentorista, ao modo

de Santo Afonso. Aqueles que possuem os requisitos necessários e respondem sim, dão um passo no discernimento vocacional, ingressam nos seminários para aprofundar a espiritualidade redentorista e se preparar para a grande missão de continuar o Redentor, sendo padres ou irmãos”, explica Fr. Auro. Os jovens passam um ano participando desses encontros. No último, alguns deles são selecionados pela vocação a seguir o caminho da vida religiosa ou a seguir servindo ao Pai Eterno, em outros Sacramentos. Para auxiliar no processo de escolha, a equipe da Pastoral Vocacional conta com o auxílio de padres, religiosos (as) e psicólogos. Além da experiência deles, são tomados como base documentos oficiais da Igreja Católica, bem como os documentos da Congregação do Santíssimo Redentor que tratam sobre os critérios de

discernimento vocacional. “Ao final do processo de encontros vocacionais, a equipe da Pastoral Vocacional se reúne para rezar e, depois, conversar sobre os sinais de vocação de cada um dos candidatos. No fim do ano, eu visito a família dos jovens que têm possibilidades de ingressar no seminário e explico todo o processo transcorrido durante o ano, sano todas as dúvidas da família referentes à vocação Missionária Redentorista e a vida no seminário. Quando possível, converso com o padre local sobre a participação do jovem na sua comunidade”, conclui. Após este processo, é feito um relatório sobre cada jovem com possibilidade de ingressar no ano seguinte. Ele é entregue para o padre diretor do seminário e/ou para o Conselho de Formação da Província dando o parecer da equipe da Pastoral Vocacional. E assim, ele pode iniciar seu caminho nesta jornada de fé.


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Mulher, obra do Pai Eterno Nossa Senhora é uma inspiração de fé que transforma a vida de muitas mulheres

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exemplo de Maria é inspirador, principalmente para as mulheres. Ela passou diversas provações e humilhações, que a fizeram forte. Hoje, está junto ao Pai como Mãe da Igreja e intercessora da humanidade. Ela olha pelos seus filhos e, com o mesmo carinho de uma mãe, cuida, acalenta e cura. Uma mulher que, além de Mãe, é um modelo sublime de coragem e fé no Pai Eterno. Assim como a Mãe do Belo Amor, muitas mulheres carregam essa força e garra. Por meio de afazeres diários e incessantes, elas se destacam e contrariam aquele estereótipo de fragilidade. Toda mulher é capaz de realizar muitas tarefas ao mesmo tempo, com eficiência e carinho. E a exemplo da Virgem, superam o sofrimento com humildade, mas também bravura. As mulheres receberam o dom de Deus para cumprir diversas missões na Terra. Entre elas, está sua importante participação na constituição da família e manutenção do lar, além da vida profissional e a vida religiosa.

Exemplos

A costureira Abadia Maria Machado é um desses exemplos de mulher guerreira, com tripla jornada, como tantas outras mulheres pelo mundo. Ela cuida da família em casa, trabalha fora e ainda tira um tempo para servir a Deus. “Começo a trabalhar às 7h e chego, em casa, às 18h. Quando tem Novena do Perpétuo Socorro na minha paróquia, às terças-feiras, eu vou para a igreja. Às quartas e quintas-feiras, sempre que possível, eu também participo na minha comunidade”, relata. Apesar da rotina puxada, Abadia se diz muito realizada: “Eu me sinto muito feliz e sei que Deus age em minha vida todos os dias me fazendo ter um bom relacionamento com meu marido, minha família e a comunidade. Isso contribui muito para que a minha casa tenha paz. Sei que se tivermos Deus no coração as coisas darão certo e estaremos sempre unidos”. A professora Simone de Jesus Batista também tem uma rotina agitada, mas não deixa de servir a Deus. “Somos da Pastoral Familiar de Trindade e meus filhos fazem parte do projeto Compromisso TRIN. Fazemos o possível para ser atuantes em nossa vida religiosa. Vamos à missa diariamente e, às quartas-feiras, sempre vamos para um momento de oração. De 15 em 15 dias, fazemos a reunião da Pastoral Familiar”, conta. Casada e mãe de dois filhos já encaminhados nos estudos, Simone diz que tudo isso se deve não somente ao seu esforço, mas também ao seu compromisso com Deus. “Mesmo cansada dos afazeres da casa, do trabalho e da rotina, não deixo de procurar Deus”, finaliza ela, com a certeza de estar seguindo o caminho certo.


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Série: Evolução da Fé

Origem da devoção

Em nova série de reportagens, você acompanha a trajetória da devoção ao Pai Eterno, que está presente no coração de milhares de pessoas

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uem diria que um medalhão de barro encontrado por um humilde trabalhador na antiga região do Barro Preto, hoje Trindade, por volta de 1840, mudaria para sempre a vida daquele povoado e marcaria o início de uma linda história de devoção ao Divino Pai Eterno. É este o tema da série “Evolução da fé em Trindade”, que tem início nesta edição do Jornal Santuário. Por meio dela, você acompanha o crescimento da devoção ao longo dos anos, juntamente com seus templos religiosos, e descobre como Trindade tornou-se a Capital da Fé de Goiás. Tudo começou quando o casal mineiro Constantino Xavier e Ana Rosa de Oliveira se estabeleceu nas proximidades de um córrego situado a cerca de 20 quilômetros da Campininha das Flores, atual bairro de Campinas, na cidade de Goiânia (GO). Por conta da água salobra e do barro escuro em suas margens, o local era chamado de Barro Preto. Certo dia, durante o trabalho no campo, a enxada de Constantino acertou um medalhão de barro, de aproximadamente 8 centímetos, onde estava representada a Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. “Cheios de fé e acreditando que aquele era um sinal divino, o casal beijou o objeto e o levou para casa. Começou ali a devoção ao Divino Pai Eterno, hoje vivida por milhões de fiéis em todo o mundo”, relata o Missionário Redentorista Pe. Ângelo Licati. Segundo ele, Constantino e Ana Rosa logo contaram a familiares e vizinhos sobre o Medalhão e, então, todos passaram a se reunir na residência do casal para rezar o terço, especialmente durante os finais de semana. Assim, a devoção teve como primeiro santuário uma casa de família. Para o geólogo e professor Bento Fleury, esta particularidade tornou-se gênese da Romaria de Trindade, diferenciada por nascer no seio familiar. “A propagação dessa romaria aconteceu como até hoje acontece: uma pessoa começa uma novena e chama os vizinhos, os vizinhos chamam outros vizinhos, vizinhos mais distantes também vêm. As cidades próximas vão se agregando, as outras cidades vão se aproximando e isso se torna uma festa”, pontua Bento.

“Cheios de fé e acreditando que aquele era um sinal divino, o casal beijou o objeto e o levou para casa. Começou ali a devoção ao Divino Pai Eterno, hoje vivida por milhões de fiéis em todo o mundo”

Ícone Sagrado Em 1842, dois anos após o encontro do Medalhão e o início das reuniões de oração em sua casa, Constantino resolveu levar o objeto sagrado até Pirenópolis, a mais de 120 quilômetros do então povoado Barro Preto, com o intuito de restaurá-lo. Para isso, ele procurou o artista plástico goiano Veiga Valle, que o aconselhou a fazer uma réplica em tamanho maior, esculpida em madeira. Sendo assim, a Imagem se consagrou como o Ícone Sagrado da devoção ao Divino Pai Eterno. Como forma de pagamento, Constantino deixou o seu cavalo para o artista. Foi necessário, então, fazer o caminho de volta a pé, com a Imagem. De acordo com a tradição, com esse ato, ele foi reconhecido como o primeiro romeiro a fazer a caminhada até Trindade.

Da primeira Capela à Igreja Matriz A notícia de numerosos prodígios, graças e milagres se espalhou e outros fiéis passaram a chegar de vários lugares, a pé, a cavalo ou de carro de boi, para pedir bênçãos ao Pai. Como a casa do casal já não comportava tantas pessoas, em 1843, Constantino construiu a primeira capela, coberta com folhas de buriti, para acolher os devotos. Com o passar dos anos, a capela também ficou pequena e outras foram edificadas, até que em 1866, conforme a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi construída pelos Missionários Redentoristas aquela que é hoje a Igreja Matriz de Trindade. Esta nova etapa da devoção, você acompanha na próxima edição do Jornal Santuário, que continuará contando tudo sobre o fortalecimento da fé e o aumento da concentração de romeiros na Capital da Fé de Goiás.


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A Fotos: Web

Turismo

Mensagem O Papa Francisco enviou uma mensagem especial aos católicos brasileiros sobre o início da Campanha da Fraternidade 2018. O tema deste ano é “Fraternidade e superação da violência” e na sua mensagem, o pontífice elogia os brasileiros por promoverem a cultura da paz e reconciliação. “Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”, afirma o Papa. A Campanha da Fraternidade foi criada em 1962, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e é apresentada todo ano no início da Quaresma. A cada ano, a campanha busca despertar a solidariedade e conscientização sobre problemas sociais do País.

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Terra Santa registrou um recorde de peregrinações, o que confirma uma tendência registrada desde 2016 pelo site Custódia da Terra Santa. De acordo com o Pe. Tomasz Dubiel, diretor do Christian Information Center (CIC), em janeiro de 2016, 390 grupos marcaram uma Missa no Santuário, com a participação de 11 mil peregrinos. Em 2017, no mesmo período, chegaram 16 mil peregrinos, em 529 grupos, e em janeiro de 2018, o número de grupos aumentou para 770, em um total de 26 mil peregrinos. “Os números dos católicos duplicaram em 2018. Mas também estão aumentando os grupos de outras denominações cristãs que pedem para rezar nos Santuários”, afirma o religioso. O maior número de peregrinos vem dos Estados Unidos, apesar do número de visitantes asiáticos ter aumentado nos últimos três anos. Depois dos americanos, turistas vindos da Rússia, da França, da Alemanha e do Reino Unido completam a lista de peregrinos mais comuns.

Paz

O dia 23 de fevereiro foi convocado pelo Papa Francisco como o Dia Mundial de Jejum e Oração pela Paz. Diante da continuação de inúmeros conflitos em diversas partes do mundo, ele convocou este dia para que os cristãos jejuem e orem pela paz no mundo. A data marcou a sexta-feira da primeira semana da Quaresma. “Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente ‘não’ à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”, afirmou Francisco durante homilia.

Segurança

O Governo Federal lançou um projeto-piloto para um novo Documento Nacional de Identificação (DNI) que reúne CPF e título de eleitor. A fase de testes, em que cerca de 2 mil servidores do Ministério do Planejamento e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão começar a usar a nova identificação, começou em fevereiro. A novidade é que o DNI funcionará de forma digital, portanto, o cidadão, quando for preciso, apresentará o documento no celular. Com isso, ficará dispensado de apresentar documentos em papel, como CPF, certidão de nascimento, casamento ou título de eleitor. O objetivo é que a população possa solicitar o novo documento a partir de julho.

Meio Ambiente

Descoberta Pesquisadores utilizaram um escâner de alta tecnologia para analisar estruturas arqueológicas maias no norte da Guatemala. Os resquícios estavam ocultos sob o solo e a floresta densa. A tecnologia utilizada para acessar este terreno é chamada de LiDAR (Light Detection and Ranging), que por meio de sensores em uma aeronave escaneou uma área de 2.100 km² no departamento de El Petén, na fronteira com o México e Belize. Entre as descobertas estão: novos centros urbanos com calçadas, casas, terraços, centros cerimoniais, canais de irrigação, fortificações e uma nova pirâmide de 30 metros. Se não fosse por essa tecnologia, essas descobertas teriam exigido décadas da arqueologia tradicional.

A Alemanha começará, até o fim do ano, testes com transporte público gratuito para combater os congestionamentos e a poluição nas grandes cidades do País. A medida considerada ousada vai ser testada em cinco cidades alemãs, a ideia é incentivar a população a deixar seus carros nas garagens. Além da extinção de tarifas, a Alemanha propõe restrições mais severas nas emissões de frotas de veículos, como ônibus e táxis, zonas de baixa emissão e apoio a serviços de compartilhamento de automóveis.


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Debate em família Centros Sociais promovem encontro a fim de discutir a superação da violência, como propõe a Campanha da Fraternidade 2018

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odos os anos, as Obras Sociais Redentoristas em Goiás realizam gestos concretos durante a Campanha da Fraternidade. Em 2018, algumas atividades serão realizadas tomando como base o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Em Cristo Somos Todos Irmãos”. Serão atividades propostas dentro do contexto social, pois a violência é um assunto que se faz necessário discutir dentro das famílias, escolas e comunidade em geral. Diante disso, a direção das obras junto com os demais colaboradores, resolveu realizar uma mesaredonda com assistidos e familiares em que o tema da campanha seja a pauta principal. Segundo o diretor das Obras Sociais Redentoristas, Pe. Reinaldo Martins, nos centros sociais são trabalhados os valores cristãos: “Nós acolhemos gente de todas as classes sociais, de todos os credos religiosos, pessoas de todas as raças, de todas as cores e nós precisamos trabalhar isso também com os pais, porque nós vamos trabalhar isso com os filhos deles no dia a dia, dentro dos centros sociais”, explica.

De acordo com o sacerdote, temas como bullying e preconceito, que são estimuladores da violência, foram discutidos diretamente com os pais. “Nessa mesa-redonda, trabalhamos com os pais para que eles possam tomar consciência daquilo que nós estamos trabalhando com os filhos deles, para eles serem colaboradores no processo educacional”, diz. O Missionário Redentorista reforça ainda que os pais precisam estar por dentro das responsabilidades que são próprias deles: “Nós entendemos a correria do dia a dia, às vezes os pais se sentem incapazes de contribuir com a educação de seus filhos, se sentem incapazes de trabalhar determinados temas ou às vezes existem tabus também e isso impede que os pais trabalhem com seus filhos. Então, esperamos que essa mesa-redonda tenha colaborado para que os pais se capacitem para nos ajudar no processo, ou melhor, colaborar conosco no processo educacional, onde nós estamos colaborando com eles porque os educadores são os pais, e a família”.

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Jesus Padecer e Ressuscitar com

A Semana Santa é um momento para os cristãos católicos reviverem todo o sacrifício de amor do Filho de Deus: Sua Paixão, Morte e Ressurreição

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Domingo de Páscoa, que marca a vitória de Cristo sobre a Morte, é a celebração mais importante para a Igreja Católica dentro do Ano Litúrgico. Entretanto, antes de proclamar a ressurreição é importante passar todo o calvário junto com Cristo para preparar o corpo e o espírito. De acordo com Dom Armando Bucciol, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, os dias da Semana Santa marcam a total entrega Daquele que veio para servir e não para ser servido. Para a secretária Cláudia de Souza, estes dias são os mais importantes da fé católica. “É o cume da nossa religião, onde vivemos o sacrifício do Senhor”, afirma. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos relembrando a chegada de Jesus a Jerusalém, onde é aclamado pelos moradores da cidade que O recebem com alegria e balançando ramos em sinal de festa. “Jesus entra em Jerusalém, sentado num burrinho e é acolhido pelos pobres e pequenos” explica Dom Armando Bucciol. O bispo ressalta que o dia de Ramos já era uma tradição na cidade, mas que se tornou um dia importante para os católicos por marcar o início do sacrifício do Senhor. “Muitas igrejas, no Domingo de Ramos, fazem uma

pequena procissão para relembrar este momento, depois, durante a missa, há a bênção dos Ramos. Mas, o mais importante neste dia é que cada pessoa disponha seu coração em favor de Jesus, que se abra para a reflexão sobre sua vida, suas atitudes e se permita conversar com Cristo durante toda a Semana Santa”, afirma.

Adoração e Reflexão

Devido à rotina diária de cada um, muitas vezes a Segunda, Terça e Quarta-feira Santa são dias que não rece-

bem a atenção necessária. Porém, são igualmente importantes no caminho do calvário do Senhor até Sua Ressurreição. De acordo com Dom Armando, estes três dias têm liturgias especiais que recordam a estada de Jesus em Jerusalém, o porquê Dele ter despertado a inveja e o ciúme das autoridades e como, mesmo sabendo do que Lhe esperava, seguiu firme em Sua missão. “Estes dias são importantes, pois a Igreja de Cristo acompanha orando pelo Seu calvário, mas também por aquilo que

precisa ser transformado em nós”, destaca. Dom Armando também convida as pessoas a fazerem orações em casa, em família, refletindo sobre o Evangelho do dia, e que façam uma boa confissão, pois isso fortalece a fé e os laços fraternos: “A Semana Santa é um retiro espiritual, onde cada um é convidado a fazer o jejum, a fazer uma reflexão sobre suas faltas e principalmente a adorar Jesus de todo coração”.

Cordeiro de Deus

Na Quinta-feira Santa, há o início do Tríduo Pascal e, conforme explica o bispo Dom Armando, é uma única celebração que tem três momentos diferentes, por isso dura os três dias. Para Cláudia de Souza, este é um dos dias mais emocionantes, pois é quando Jesus institui a Eucaristia e também o sacerdócio. “Sem dúvida é uma celebração belíssima”, pontua. Na Quinta, revive-se dois momentos onde Jesus, mais uma vez, provou todo Seu amor pela humanidade. Quando Ele se coloca à serviço de Seus Apóstolos e lava os pés de cada um e, na última ceia, institui a Eucaristia ao abençoar e repartir o pão. “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim’. De-


MARÇO de 2018

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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SEMANA SANTA DE 2018 DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR (25/03) IGREJA MATRIZ 6h30 – Missa e Bênção dos Ramos | 8h – Missa e Bênção dos Ramos 9h – Início da Missa com Bênção dos Ramos e Procissão saindo da Igreja Matriz até o Santuário Basílica 11h – Batizados | 18h – Missa e Bênção dos Ramos | 19h30 – Missa e Bênção dos Ramos SANTUÁRIO BASÍLICA 5h45 – Missa e Bênção dos Ramos 8h – Missa e Bênção dos Ramos 9h50 – Acolhida da Procissão de Ramos e Missa às 10h 10h – Batizados | 12h – Missa e Bênção dos Ramos | 15h – Missa e Bênção dos Ramos 17h30 – Missa e Bênção dos Ramos IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 9h – Procissão e Missa com Bênção dos Ramos CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 7h – Missa e Bênção dos Ramos VILA SÃO JOSÉ BENTO COTTOLENGO 9h – Missa e Bênção dos Ramos

pois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês’” (Lc 22,19-20). Ao pedir que Seus Apóstolos repetissem o gesto em Sua memória, Jesus institui assim o sacerdócio da Nova Aliança. No Antigo Testamento, os sacerdotes ofereciam a Deus sacrifícios, como cordeiros ou novilhos. Jesus, por Sua vez, ofereceu a si mesmo como o “Cordeiro de Deus”, Aquele que deu a própria vida pela humanidade. A Sexta-feira da Paixão é um dia de profundo silêncio na Igreja e não se celebra a Eucaristia. O momento se divide em: Liturgia da Palavra, Adoração ao Mistério da Cruz e a Sagrada Comunhão. “Os católicos são convidados a viver o recolhimento, o luto, o silêncio e o jejum não só na Igreja, mas também em suas casas”, afirma Dom Armando. A adoração e as orações feitas ao Senhor Crucificado devem ser feitas com esperança, apesar da tristeza por tudo que Jesus sofreu e por Sua morte. “A Igreja se afirma na esperança das promessas feitas por Jesus e na Ressurreição do Senhor”, pontua o bispo. O Sábado Santo é o último dia do Tríduo Pascal e é quando se inicia a Vigília Pascal. “No Sábado, nós oramos e contemplamos Aquele que por nós morreu, que se entregou para nos salvar”, afirma Dom Armando. À noite, acontece a procissão das luzes, com velas acesas em profunda oração. É neste momento que as promessas de Deus são cumpridas e Jesus rompe o véu da Morte e se torna vencedor. “Na Vigília Pascal, testemunhamos a vitória de Jesus sobre as trevas. Ele é a Luz do mundo que se entregou por nós”, explica o bispo.

Páscoa do Senhor

O domingo de Páscoa é o dia mais importante para os cristãos, pois é o dia que o Senhor fez para nós. “É uma profunda alegria! Neste domingo compreendemos a centralidade da Páscoa que é Cristo ressuscitado em nossas vidas, a luz que ilumina a vida católica ressuscitou e segue conosco!”, conclui Dom Armando. Este é o dia onde a tristeza, o jejum e as reflexões feitas por cada um desde a Quarta-feira de Cinzas são recompensadas com a certeza de que Jesus cumpre Suas promessas e transforma a vida daqueles que Nele confiam de corpo e alma. “A Páscoa não é só uma data externa, é a certeza de que Jesus está em nós e é por nós. Por isso, nos próximos 50 dias após a Páscoa, a liturgia segue refletindo sobre o Mistério Pascal de Cristo.” finaliza Dom Armando.

SEGUNDA-FEIRA SANTA (26/03) IGREJA MATRIZ 7h – Missa | 19h – Missa de encerramento da Campanha da Fraternidade 2018 SANTUÁRIO BASÍLICA 7h – Missa | 19h30 – Missa IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 19h30 – Missa e Novena CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 7h – Missa TERÇA-FEIRA SANTA (27/03) IGREJA MATRIZ 7h – Missa | 19h30 – Missa SANTUÁRIO BASÍLICA 7h – Missa 19h30 – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 20h30 – Via-Sacra (saindo da Gruta N. Sra. de Lourdes até a Igreja do Santíssimo Redentor) CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 7h – Missa QUARTA-FEIRA SANTA (28/03) IGREJA MATRIZ 7h – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 9h – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 15h – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 17h30 – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 19h – Missa e Novena Perpétua em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 20h – Procissão do Encontro com a Imagem do Senhor dos Passos (em direção ao Santuário Basílica) IGREJA SANTA LUZIA 19h – Missa 20h – Procissão do Encontro com a Imagem de Nossa Senhora das Dores (em direção ao Santuário Basílica) SANTUÁRIO BASÍLICA 7h – Missa | 19h – Missa 20h – Celebração do Encontro entre o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 19h30 – Celebração Penitencial CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 7h – Missa QUINTA-FEIRA SANTA (29/03) IGREJA MATRIZ 7h – Ofício Divino – Laudes | 19h – Missa da Ceia do Senhor | 22h às 0h – Adoração ao Santíssimo Sacramento SANTUÁRIO BASÍLICA 9h – Missa do Crisma | 19h – Missa da Ceia do Senhor e Lava-pés 20h30 – Procissão de Trasladação do Santíssimo Sacramento à Igreja Matriz IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 19h – Missa do Lava-pés (com adoração até as 15h de sexta-feira, 30/03) CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 19h30 – Missa da Ceia do Senhor e Lava-pés SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR (30/03) RODOVIA DOS ROMEIROS 7h às 12h – Grande Caminhada de Fé (Grupo Desencanto) Encenando a Vida, Paixão e Morte de Jesus IGREJA MATRIZ 7h às 14h – Adoração ao Santíssimo Sacramento 14h – Via-Sacra | 15h – Celebração de Adoração ao Mistério da Santa Cruz 18h – Canto do Perdão | 18h30 – Procissão do Senhor Morto (em direção ao Santuário Basílica) SANTUÁRIO BASÍLICA 7h – Ofício Divino – Laudes | 12h – Pregação das Sete Palavras 15h – Celebração de Adoração ao Mistério da Santa Cruz 19h – Chegada da Procissão e Celebração de Nosso Senhor Jesus Cristo Morto IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 15h – Celebração de Adoração ao Mistério da Santa Cruz CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 15h – Celebração de Adoração ao Mistério da Santa Cruz SÁBADO SANTO (31/03) IGREJA MATRIZ 7h – Celebração das Dores de Maria | 19h30 – Vigília Pascal SANTUÁRIO BASÍLICA 7h – Celebração das Dores de Maria 17h30 – Ofício Divino – Vésperas e Celebração das Alegrias de Maria | 20h – Vigília Pascal IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 19h – Vigília Pascal CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 20h – Vigília Pascal DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR (01/04) IGREJA MATRIZ 6h30 – Missa | 8h – Missa | 9h30 – Missa | 11h – Batizados | 18h – Missa | 19h30 – Missa SANTUÁRIO BASÍLICA 5h45 – Missa | 8h – Missa | 10h – Missa | 10h – Batizados | 12h – Missa | 15h – Missa |17h30 – Missa IGREJA DO SANTÍSSIMO REDENTOR 9h – Missa CARMELO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 8h – Missa


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

ARTIGO

MARÇO de 2018

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

Para além do jejum de palavras, Maria nos ensina o dom do silêncio

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m nossas comunidades paroquiais pode haver silêncios que necessitem ser rompidos e barulhos que precisem ser cessados. “Silêncio! Cala-te! E cessou o vento e seguiu-se grande bonança” (Mc 4,39). Às vezes, falamos demais e escutamos de menos. Antes do benéfico direito de falar, nos foi dado o dever de ouvir, inclusive, para que compreendamos uns aos outros. É o que fazem as crianças, ao desenvolverem primeiro a audição e só depois a linguagem. Ruídos, em excesso, geram toda sorte de boatos. Já boatos demasiados suscitam verdadeiros estardalhaços. É um ‘disse que me disse’ de cá e um ‘zum-zum-zum’ de lá. Ambos parecem desproporcionais. Talvez, por não abraçarem a medida da misericórdia derradeira. Cultivar o silêncio, da Quaresma para a vida, não tem nada a ver com comportar-se de modo isolado, permanecendo recluso na indiferença ou distante dos compromissos comunitários. Pelo contrário, é afastar-se de todo e qualquer burburinho, apto a comprometer a nossa fé na comunidade. Em alguns momentos, acontece da história de uma pessoa ser exposta, não só em conversas informais, mas até mesmo em eventos comunitá-

rios, quando o maior interessado do assunto não se encontra ali presente. Mesmo um culpado possui o direito da ampla defesa e do acesso à informação que pesa sobre ele. Como tal, não pode ser o último a saber daquilo que lhe diz inteiro respeito. Tal comportamento gera uma atmosfera de intriga e desconfiança entre os fiéis, como se todos vivessem rodeados por certos espiões ou delatores (Cf. Zc 8,17). A ninguém foi outorgada a incumbência de analisar, às escondidas, os passos, as conversas e os comportamentos dos demais. Afinal, Jesus não nos pede para sermos agentes secretos, mas, em contrapartida, irmãos (Cf. Jo 13,34-35). Não havendo nada de bom a proclamar, também não há nada de ruim a acrescentar. Existem circunstâncias nas quais precisamos guardar muitas palavras em nossos corações: seja porque não possuem um sentido de resposta, seja para dizermos na ocasião propícia, de acordo com a lição instruída por Maria (Cf. Lc 2,19). Seguindo o exemplo da Virgem do Silêncio, principalmente na Quaresma, é importante cobrir o outro com o manto do cuidado. Isso nada tem a ver com omissão ou cumplicidade. Trata-se de um comportamento pacífico, con-

ciliador, cheio de boa vontade para com os outros, sem sabatiná-los, mas exortando-os, acima de tudo, ao amor (Cf. Tg 3,17). Servimos às palavras, em especial, aquelas do bem dizer. Se, por algum motivo desconhecido, temos nos focado na tarefa, cansativa e enfadonha, do maldizer, então, algo está seguindo no sentido equivocado. Nosso tempo deve ser gasto com a evangelização, não com questões vãs e infrutíferas. Quem ama de todo o coração, se preocupa e vai ao encontro dos demais, sobretudo, os feridos desde mundo (Cf. 1Pd 1,22). Caso alguém esteja perdido, em nossas comunidades, precisamos suportá-lo, não no sentido pejorativo, mas servindo de auxílio e suporte para que ele possa reencontrar o caminho da fé (Cf. Cl 3,13). Adiante disso, o desassossego com a vida do outro não está no medo de que a Igreja fique mal afamada. Isso é corporativismo. Também não se detém na inquietude de que a reputação pessoal seja perdida. Isso é a publicidade de quem vive empenhado em produzir apenas boas notícias. Igualmente, não permanece na suspeita, nas opiniões infundadas ou no julgamento explícito. O que conta não é a sua verdade nem a mi-

nha verdade, mas a nossa verdade, decorrente dos fatos. A preocupação cristã se encontra no bem-querer, naquela afeição de irmãos e no zelo pelo bom êxito da evangelização (Cf. Mc 16,15). Quem olha para o ícone do Perpétuo Socorro, também conhecido como Senhora da Paixão, na Tradição Oriental, percebe a Virgem de lábios apequenados e cerrados. Com humildade, miremos Nela. Suas palavras não são espessas nem amargas. Apenas apontam para o silenciamento de Jesus. Que, juntos de Maria, aprendamos a ser tão comprometidos com o silêncio, assim como o somos com as palavras. Permitamos, portanto, que Ela nos ensine, em todas as coisas, a primazia do amor e do amar, superando a violência, inclusive aquela proveniente do mau uso das palavras.

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente-fundador da Afipe


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