Jornal Santuário - nº 82, Abril de 2015

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Ano VIII Número 82 - Abril de 2015 | www.paieterno.com.br

Acolhidos no amor do Pai Mesmo fora do período da Festa de Trindade que, tradicionalmente, acontece em julho, a cidade recebe milhares de pessoas a cada fim de semana, em busca da paz que se encontra na Casa do Divino Pai Eterno. [6 e 7]

Entrevista

Terço das Crianças

Ação Social

Diante da atual situação de degradação do meio ambiente, o Jornal Santuário traz uma entrevista com o Pe. Jesus Flores, C.Ss.R., que fala sobre a importância de se preservar a natureza, criação de Deus. [11]

Aos sábados, os Romeirinhos do Pai Eterno têm encontro marcado no Santuário Basílica de Trindade, onde conhecem um pouco mais sobre a história de Jesus, enquanto aprendem a rezar o Santo Terço. [9]

A Campanha da Fraternidade 2015 chegou ao fim, mas as Obras Sociais Redentoristas continuam desenvolvendo os trabalhos da Ação Social nas comunidades mais carentes de Trindade. [5]


2 Abril de 2015

EDITORIAL

A caminho de Trindade A Festa de Trindade acontece uma vez ao ano. Em 2015, será de 26 de junho a 5 de julho. Mas, a romaria dos devotos do Divino Pai Eterno acontece ao longo de todo o ano. A cada fim de semana, milhares de fiéis passam pela Capital da Fé em busca de bênçãos e paz. A movimentação é maior especialmente aos sábados, quando o Santuário Basílica se enche de romeiros. São vários os motivos que levam os filhos e filhas do Pai Eterno a virem para Trindade. Veja a reportagem especial, que fala sobre as caravanas dos romeiros que vêm visitar a Casa do Pai (páginas 6 e 7). Sábado é dia também de levar as crianças para participar de um momento de fé e devoção. Nesse dia, os pequenos se reúnem para a oração do Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno, realizado no Santuário Basílica. Na página 9, você vê que essas crianças aprendem desde cedo sobre a importância de estar em comunhão com Deus. Inspiradas no tema da Campanha da Fraternidade deste ano – “Fraternidade: Igreja e Sociedade”; e o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45) – as Obras Sociais Redentoristas desenvolvem na região de Trindade, uma vez ao mês, a Ação Social Redentorista. Vários serviços são levados para comunidades carentes de Trindade e os resultados são bastante positivos (página 5). E a obra do Novo Santuário está em ritmo acelerado. A cada semana são erguidos, em média, 14 pilares, como você vê na página 4. Neste mês, em que a construção completa três anos, é importante lembrar que precisamos nos manter firmes e unidos para que sigamos em frente e possamos ver o sonho da Nova Casa do Pai se concretizar. Por isso, muito obrigado pela sua generosa colaboração e parceria. Sigamos unidos, pois, somos todos Operários do Pai Eterno.

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno ARTIGO

U

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R.

A salvação pela Cruz

m momento forte da liturgia de nossa Igreja que se vive durante a Semana Santa é a Celebração da Cruz. Ela acontece às quinze horas da Sexta-feira da Paixão. No tempo de Jesus, a cruz era um terrível objeto de tortura no qual eram crucificados contraventores e malfeitores da sociedade. Um famoso instrumento de suplício e dor. Eis, então, a grande questão: como entender a morte de cruz de Jesus que passou por este mundo fazendo o bem e falando de amor e de paz? Como um objeto de horror e morte pôde se tornar em um grande sinal de graça e salvação? Leonardo Boff, diz que “ao longo da história, a piedade cristã compreendeu a cruz de Jesus como sendo um sacrifício exigido pelo Pai e necessário para nossa salvação”. Para Boff “esta compreensão comum da piedade cristã, tem seu fundamento na Teologia de Santo Anselmo, e nos leva a ver Jesus paciente, resignado, conformado com o sofrimento e a morte. Mais do que isso, leva os cristãos a aceitarem e justificarem as situações de sofrimento e de morte ao longo da vida. Isso, nós sabemos, não é a intenção da fé cristã acerca da cruz de Jesus de Nazaré”. Ao longo dos tempos, fomos assimilando também a ideia de que a cruz de Jesus é uma ordem explícita do Pai Eterno, a qual Ele aceitou como um cordeirinho levado para o matadouro. Sendo assim, Jesus teria nascido para morrer em nosso lugar. Nada disso. A morte de cruz de Jesus é fruto de Sua obediência irrevogável ao projeto do Pai Eterno em Sua vida. É resultado de Sua opção consciente e radical pelo Reino de Deus. Ele que “se fez obediente até a morte, à morte de cruz” (Fl 2,8). Deste modo, a atitude de Cristo é a maior prova de amor e fidelidade que somente um ser totalmente humano e plenamente divino poderia dar. Sua obediência o fez resgatar a todos do poder da morte e do pecado. Do contrário, se diante da cruz Cristo tivesse abandonado sua missão, toda Sua vida e Seus ensinamentos teriam sido em vão. E, o plano de Deus para a humanidade mais uma vez haveria falhado, como no episódio do

primeiro homem: Adão! Os projetos de Deus ninguém pode calar. Ao decidir morrer por amor, Jesus reconciliou consigo todas as coisas “tanto as terrestres como as celestes, estabelecendo a paz pelo Seu sangue derramado na cruz” (Cl 1,20). Ao ser levantado da terra, Cristo atraiu todos a Ele (cf. Jo 12,32) ao perdoar “todas as nossas faltas, anulando o título de dívida que havia entre nós, deixando de lado as exigências legais e fazendo-o desaparecer pregando-o na cruz (Cl 2,14). A morte de cruz de Jesus é também razão para o seu seguimento pleno e consciente: “se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Ou, em outra passagem, “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38). Com Sua morte de cruz, Cristo nos libertou e nos fez participantes de Sua Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. Seguir a Cristo é assumir na própria vida a vida que é Dele próprio. A vida que recebeu do Pai Eterno e comunicou a todos os que são Dele pelo Batismo. Na Cruz está a vida. Através dela Jesus desceu à mansão triste dos mortos para resgatar aqueles que outrora haviam se desviado de Deus. No alto da Cruz, do lado esquerdo de Jesus, verteu sangue e água: brotou a Vida. Pela cruz, Cristo não só venceu a morte como superou o poder das trevas, do mal e do pecado. Nela, Cristo inaugurou um novo tempo e cumpriu a promessa de

Deus à humanidade, na Ressurreição. Toda Sua confiança estava depositada nas mãos Daquele que podia resgatá-Lo e fazê-Lo sentar-se à Sua direita. Com este gesto de entrega, Cristo atraiu junto a si, pela promessa feita a Abraão, todos os filhos e filhas de Deus. Vale ressaltar que a Cruz de Jesus não é um trunfo para nós cristãos. Ela é antes de tudo uma graça. Uma glória conforme nos diz São Paulo na carta aos Gálatas: “quanto a mim, que eu não me glorie a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl 6,14). Diante dessa realidade e verdade de fé, compreendemos que a Cruz é um sinal de Ressurreição. Uma semente de vida eterna. Quem olha para a Cruz de Cristo e tudo o que ela representa, deseja fazer de Cristo seu melhor amigo, seu companheiro, seu confidente. Estar sempre em Sua presença e unido, para estar unido ao Pai Eterno e Sua Mãe Maria Santíssima. A cruz, por ela mesma, não diz nada. Sendo assim, podemos entender que a salvação de Deus que Cristo nos propõe não está no objeto no qual Ele foi morto. Mas sim, no cumprimento pleno à vontade Daquele que o enviou: o Pai Eterno. Desta forma, Cristo pede que façamos o mesmo que Ele fez. E, celebremos na vida o que cantamos na liturgia: “Quanto a nós devemos gloriar-nos da Cruz, de nosso Senhor Jesus Cristo. Que é nossa salvação, nossa vida. Nossa esperança de ressurreição. Pela qual fomos salvos e libertos”!

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

À mesa com o Mestre: sobre o significado do banquete no Evangelho de Lucas

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m tema profundo, rico no seu conteúdo teológico e espiritual, nem sempre valorizado em nossa experiência religiosa. Antes de tudo, tomaremos como referência o Evangelho de Lucas. Vale ressaltar um pouco das características do autor desse Evangelho, trata-se de um autêntico evangelista que exercitou com maestria a sua habilidade como escritor, reformulando as fontes, escrita e oral, alcançando os efeitos teológicos desejados. Lucas escreve em primeira pessoa e se dirige diretamente a seus leitores, com objetivos claros: fazer uma investigação acurada de tudo desde o princípio e escrever de modo ordenado com a finalidade evangélica de verificar a solidez dos ensinamentos recebidos. Quanto aos destinatários, é importante dizer que Lucas não escreveu a sua obra em uma biblioteca isolada. Por um lado, se dirige a uma comunidade cristã imersa no universo cultural do mundo greco-romano do primeiro século, d’outro lado, ele deixa espaço a uma comunidade em ambiente judaico, que possuía um bom

conhecimento das Escrituras e da história do povo de Israel, basta ver a insistência lucana em citar a Escritura. Lucas procura construir uma ponte proporcionando ao mundo greco-romano compreender o ambiente judaico e ao mundo judaico compreender e acolher a comunidade no mundo greco-romano. Dito isto, tornamos ao tema do banquete, “sentar-se à mesa”, que é abundante na Sagrada Escritura. Na obra lucana, este tema aparece ao menos 19 vezes, isto indica que o gesto de fazer um banquete ocupa uma função importante no programa narrativo teológico do Evangelho. Propomos aqui quatro dimensões que permitem uma visão de conjunto do conteúdo deste tema no Evangelho de Lucas: 1) Elemento de inclusão: Uma realidade fácil de ser constatada, e que era na contramão das convicções religiosas da sua época, e também uma tendência hodierna, é o fato de Jesus comer com os pecadores. É comum encontrar Jesus que toma a refeição com grupo dos marginalizados, seja de gênero, classe social,

convicção religiosa, etnia: judeu e gentio (cf. Lc 5,29-30; 7,36-50; 9,10-17; 14,1; etc). A este aspecto poderíamos intitular de fraternidade inclusiva à mesa. 2) Exigência de um comportamento específico: Os banquetes com Jesus exigem um comportamento à mesa. Existem instruções (cf. Lc 14): onde sentar? “Não te ponhas no primeiro lugar”; quem convidar? “Chama pobres, estropiados, coxos, cegos”, isto é, aqueles que não podem restituir. Enfim o exercício da diaconia se torna um modelo normativo para uma vida de serviço. 3) Símbolo escatológico: as refeições com Jesus não são uma refeição qualquer. Trata-se de uma ocasião especial de eleição, perdão e bênção escatológica. Mesmo sublinhando a importância do banquete em dimensão horizontal da história, esta não exclui. Ao contrário, é sinal de uma dimensão vertical, escatológica: “Virão do oriente e do ocidente, norte e sul, e tomarão lugar à mesa do Reino de Deus” (Lc 13,29); pertencer ao Reino de Deus é como um convite ao banquete

(cf. Lc 14,15-24); bem como o reconhecimento do Ressuscitado acontece por meio de uma refeição (cf. Lc 24,13-35). 4) Inversão de papéis: enfim, é comum encontrar nas refeições narradas no Evangelho de Lucas uma inversão de papéis: a mulher chorosa é erguida por Jesus enquanto o fariseu prepotente é severamente corrigido (Lc 7,36-50); os servos fiéis se sentarão à mesa e o patrão os servirá (Lc 12,37). Ao concluir, podemos dizer que o gesto constantemente repetido por Jesus de sentar-se à mesa, tomar uma refeição, há uma função indispensável para ressaltar o serviço, a caridade, a fraternidade e a bênção escatológica.

Pe. João Paulo Santos, C.Ss.R. Missionário Redentorista


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Uma bênção do Pai Eterno No dia 9 de abril saiu o resultado do sorteio do segundo carro abençoado pelo Papa Francisco na JMJ. A ganhadora é uma devota da região Norte de Goiás

“Agradeço muito ao meu Pai Eterno. Já tem mais de cinco anos que contribuo com a Afipe e vou continuar enquanto eu for viva. Minha ajuda é pouquinha, mas é de coração. Agora eu tenho um carro e estou muito feliz por isso!” Com essa afirmação, a devota Marcelina Matias Gomes, 74 anos, de Colinaçu (GO), recebeu em sua casa o segundo carro abençoado pelo Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude 2013. A divulgação do sorteio aconteceu no dia 9 de abril, no Programa Pai Eterno. Mãe de 12 filhos, a dona de casa percorre cerca de 40 km até uma cidade próxima, para fazer sua doação. Muito agradecida a Deus por todas as bênçãos

Doe pela Fé

Esta foi a segunda etapa da campanha “Doe pela Fé”, realizada com o objetivo de angariar fundos para ajudar a cobrir os investimentos da Jornada Mundial da Juventude 2013, no Rio de Janeiro. Ambos os veículos, do primeiro e do segundo sorteio, foram utilizados pelo Papa Francisco e sua comitiva durante o evento. O sorteio do segundo carro, um Fiat Idea Essence, foi válido apenas para os devotos associados ativos e devidamente registrados no sistema de cadastro da Afipe, até o dia 26 de janeiro de 2015, com dados corretos e atualizados. O prazo para se cadastrar e ter direito a participar do concurso foi até o dia 20 de março. Durante esse período, os sócios puderam fazer uma doação voluntária, de qualquer valor, por meio do boleto bancário emitido exclusivamente para a ação, enviado junto com a carta do arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Dom Orani João Tempesta. O material foi encaminhado pela Afipe através dos Correios. A primeira etapa da ação, realizada no fim do ano passado, foi um sucesso e a campanha seguiu em frente. “Com muita alegria, agradeço de coração a contribuição de vocês, filhos e filhas do Divino Pai Eterno”, agradece Dom Orani. No primeiro sorteio, divulgado no dia 7 de janeiro, a pessoa contemplada foi a devota Anilda Alves Martins, da cidade de Patos, no interior da Paraíba. “Eu não tenho nem palavras, fiquei muito feliz. Foi um milagre de Deus. Foi maravilhoso. Graças a Deus, foi uma bênção. É um carro abençoado”, relata Anilda.

que tem alcançado em sua vida, ela faz questão de ajudar a Associação todos os meses. “Graças a Deus, tudo o que eu peço, Ele me ajuda e a fé aumenta ainda mais. Então, eu tenho prazer em fazer a minha doação. E agora recebo essa bênção do Pai Eterno”, conta. Apesar de ser muito devota do Divino Pai Eterno, Marcelina nunca veio a Trindade (GO). É pela televisão que ela acompanha as Missas e Novenas rezadas pelo Pe. Robson de Oliveira. “Graças a Deus a gente sabe que precisa amar a Deus e ter fé e confiança, porque Deus é tudo. Com fé em Deus, agora dá até para ir a Trindade. Deus já me deu essa felicidade de me dar o carro, agora eu vou mais feliz ainda”, comemora.


4 Abril de 2015

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Pilares dão dimensão do Novo Santuário

Três anos após o início das obras, os trabalhos seguem em ritmo acelerado. A construção dos pilares continua e dá uma noção de como será a nova igreja

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erraplenagem, fundações, concretagem da laje do subtérreo e, agora, a construção dos pilares. Neste mês em que a obra do Novo Santuário completa três anos, é nítida a evolução dos trabalhos. Com as fundações prontas, os serviços se concentram nos pilares. A expectativa é que a construção da segunda laje seja iniciada no fim de abril. Conforme os trabalhos acontecem, dia após dia, a Nova Casa do Pai vai revelando seu formato. “A obra continua nessa fase de sustentação, que começa na fundação, depois vai para os pilares, vigas, laje, mais pilares, mais vigas, mais laje. Funciona como se fosse nosso esqueleto, por exemplo. Como se fosse a nossa estrutura.” A explicação é de um dos membros da equipe responsável pela engenharia civil, Fernando Arcanjo. E é essa a proposta da atual fase da obra: construir o corpo da igreja. A cada semana, 14 pilares são erguidos. Assim, dos 473 pilares, mais de 40% estão prontos. Eles estão distribuídos na praça térrea e na própria igreja. São eles que vão sustentar a segunda laje, que deve ter a construção iniciada no fim de abril. Dessa forma, os filhos e filhas do Divino Pai Eterno terão uma nova visão da Nova Casa do Pai. Mesmo com o início dessa nova etapa, a construção de pilares não deve parar. Isso porque eles estarão presentes em toda a área da igreja e também ao redor do Santuário. “Depois, vamos fazer mais uma laje e, em seguida, mais pilares, até chegar à cúpula. Vamos desenhar a igreja. Teremos umas três fases, entre pilares e lajes”, detalha. Fundações encerradas A construção do Novo Santuário envolve vários tipos de fundações, entre sapatas, tubulões e blocos. O processo foi concluído e os módulos foram executados de acordo com a resistência de cada parte do terreno do campo de obras que, segundo o engenheiro Fernando Arcanjo, varia bastante. “Se estivermos fazendo o módulo A, por exemplo, a maioria dele é feita com sapata e estaca. Já no módulo N, só com bloco, porque o solo é mais resistente”, exemplifica. Impermeabilização do subtérreo No subtérreo da Nova Casa do Pai ficará a capela do Medalhão com a Imagem do Divino Pai Eterno, encontrado pelo casal Constantino Xavier e Ana Rosa; e as urnas do ossário. O local fica em uma área escavada e, por isso, foi necessário passar por um processo de impermeabilização para proteger e evitar danos provocados pelas chuvas. “As paredes do subtérreo são feitas de cimento. O concreto é uma superfície porosa. Então, nós estamos usando uma substância para cristalizar aquilo, fechar os poros e permitir que a água não passe”, descreve o engenheiro Fernando Arcanjo. Em seguida, segundo ele, uma manta protetora é colocada para garantir que a impermeabilização seja total. O trabalho é concluído com o aterramento do local.


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Abril de 2015

Perpétuo Socorro

Pe. Robson de Oliveira participará do encontro dos representantes das Províncias e Vice-Províncias redentoristas do Brasil, dia 4 de maio, em São Paulo (SP). O objetivo é refletir sobre as programações regionais e também os projetos nacionais para o jubileu dos 150 anos do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Depois, em agosto, em Curitiba (PR), haverá um encontro da América Latina, com a presença do Superior Geral, Pe. Michael Brehl.

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Doação

A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) fez a doação de um ônibus zero quilômetro à Arquidiocese de Goiânia. O veículo foi entregue pelo Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente fundador da Afipe, Pe. Robson de Oliveira, ao arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz, no dia 29 de março. Voltado aos trabalhos da Pastoral Vocacional, o ônibus será utilizado pelo Seminário Santa Cruz.

Visitas

A Visita da Imagem Peregrina do Divino Pai Eterno chegará a mais duas cidades brasileiras. No dia 30 de maio, será em Paim Filho (RS). Padre Robson conduzirá o Ícone Sagrado, em celebração, às 17h30, no encerramento da Festa de Nossa Senhora do Caravaggio. Em setembro, no dia 6, no mesmo horário, a Visita será no Hallel 2015, realizado em Franca (SP), a missa será no Parque de Exposições Fernando Costa. As duas celebrações serão transmitidas pela RedeVida de Televisão.

Tombamento da Via-Sacra Feliz aniversário, padre Robson!

O Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente fundador da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), Pe. Robson de Oliveira, comemora 41 anos de vida no dia 26 de abril. O ano de 2015 já tem sido muito especial para ele, tendo a nova missão de gerir os trabalhos dos Missionários Redentoristas na região Centro-Oeste. Somados a isso, ainda estão os desafios de construir a Nova Casa do Pai, de dar continuidade aos projetos da Afipe, e permanecer celebrando missas em Trindade e rezando Novenas nos meios de comunicação. Como reconhecimento por toda essa dedicação, todos os anos, milhares de devotos deixam mensagens de parabéns. As opções de enviar felicitações estão disponíveis no portal paieterno.com.br e em facebook.com/PadreRobsonOliveira. Outro canal é o e-mail contato@paieterno.com.br.

O Projeto de Lei para o tombamento dos 14 painéis da Via-Sacra, ao longo da Rodovia dos Romeiros, que liga Goiânia a Trindade (GO), foi encaminhado, no dia 24 de março, para a promulgação e, em seguida, publicação no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. Inaugurada há mais de 21 anos, a obra da Via-Sacra, do artista plástico Omar Souto, representa a dor e o sofrimento vividos por Jesus Cristo durante Sua Vida, Paixão e Morte. Peregrinos de várias regiões do país fazem o trajeto de 17km a pé, acompanhando as sete estações com painéis duplos. Com o tombamento, a Via-Sacra passa a integrar oficialmente a história de Goiás e terá mais recursos junto ao Ministério do Turismo para a manutenção e conservação.

Solidariedade e amor ao próximo Religiosos, leigos, estudantes e profissionais da saúde, inspirados na missão de servir, contribuem com projeto das Obras Sociais Redentoristas que evangeliza e valoriza comunidades carentes de Trindade (GO)

A

pós uma bem sucedida ação social realizada em duas edições no ano passado, as Obras Sociais Redentoristas realizam um trabalho que segue o tema da Campanha da Fraternidade 2015: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”; e o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45). Em comunhão com a Paróquia do Divino Pai Eterno (Igreja Matriz de Trindade), o projeto teve início em fevereiro e segue até junho. Essa ação social está sendo realizada em cinco das sete regiões pastorais da Igreja Matriz, escolhidas por serem regiões periféricas que necessitam de maior assistência. O projeto é realizado nos dois últimos sábados

de cada mês, em duas etapas: Pré-missão e Ação Social. A Pré-missão consiste em visitas missionárias de casa em casa com equipes formadas por leigos e religiosos. Durante as visitas são feitas orações, bênção da casa, da água, proclamação do Evangelho, escuta a família, unção dos enfermos e atendimento de confissão. A etapa da Ação Social acontece no sábado posterior ao da Pré-missão. Uma estrutura é montada, geralmente em um colégio da região, com consultório odontológico, salas para atendimentos com clínico geral, dermatologista, pediatra, nutricionista e ortopedista. São organiza-

dos espaços para massagem, cantinho da beleza, parquinho para as crianças, orientação jurídica e também uma farmácia que fornece remédios de maneira gratuita. “Ganhamos diversos medicamentos e contamos com um farmacêutico, que permanece durante a Ação Social acompanhando as entregas dos remédios. A pessoa faz a consulta com o médico, se ele receitar algum medicamento, a pessoa passa na farmácia e pega o remédio com o farmacêutico”, explica Pe. Reinaldo Martins de Oliveira, diretor das Obras Sociais Redentoristas.

Igreja em Saída

A Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade. Baseado nesse princípio e seguindo as orientações do Papa Francisco, Pe. Reinaldo explica que a ação nas obras sociais é um trabalho da “Igreja em saída”, ou seja, “a igreja que vai ao encontro, que sai da sua estrutura física e vai ao encontro do povo, principalmente dos doentes, pobres e marginalizados”, explica. Embora o projeto tenha suas raízes se-

guindo os princípios da CF 2015, ele não permaneceu somente no período quaresmal (tempo que acontece a Campanha da Fraternidade), a intenção é realizá-lo ao longo de todo o ano. “A CF tem trabalhado com temas sempre muito atuais, então não pode ficar apenas no tempo quaresmal. Temos o intuito de tornar o tema ainda mais conhecido. Ele já é rezado, praticado nas comunidades, tem uma boa reflexão, os padres rezam nas celebrações, então nosso intuito é trabalhá-lo na forma prática, é realizar de fato o lado prático”, conta Pe. Reinaldo. Cerca de 500 voluntários entre religiosos, seminaristas e fiéis leigos participaram dos trabalhos nos meses de fevereiro e março. Pe. Reinaldo avalia de forma muito positiva os resultados que os trabalhos têm alcançado. “Ficamos encantados com a acolhida que tivemos. As pessoas estão carentes de visitas, carentes da palavra de Deus, estão carentes dos Sacramentos. Então, quando vamos ao encontro deles é sempre muito emocionante. Somos recebidos com alegria e muito carinho”, conta.


6 Abril de 2015

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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Bra

Caravanas de todos os cantos do país m semana, trazendo fiéis agradecidos, cheios d

D

ar uma volta por Trindade (GO), em qualquer fim de semana do ano, é testemunhar a grandeza do amor e da devoção ao Pai Eterno. A cidade aconchegante, de ruas tranquilas e gente hospitaleira, perde um pouco da característica pacata para dar lugar a uma movimentada demonstração de fé e gratidão a Deus. Nas Igrejas, antes e depois das missas, o que mais se vê são olhares emocionados, observando cada detalhe das estruturas e imagens, e o que mais se ouve são histórias de gente de fé com relatos de graças alcançadas ou pedidos de bênçãos. Durante as missas, a emoção fala mais alto, em um misto de sonho realizado e agradecimento por estar ali, dentro da Casa do Pai. A devoção ao Divino Pai Eterno é muito antiga e está no coração de muitas pessoas de todos os lugares do Brasil e também de outros países. Gente de todo jeito, raça e classe social, que se esforça enormemente para vivenciar momentos de alegria e fé em Trindade.

Caravanas As caravanas são as grandes responsáveis pela paisagem movimentada de Trindade aos fins de semana. O fluxo já começa a partir da quinta-feira com a chegada de romeiros de vários lugares do país. De quinta a sábado, o número de devotos aumenta ainda mais, evidenciando o quanto o amor do Pai Eterno conquista o coração dos fiéis. E no domingo, Dia do Senhor, apesar de muitas caravanas já começarem a se preparar para voltar para casa, a movimentação também é grande. Inspirados pelas Novenas dos Filhos do Pai Eterno e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o Santo Terço dos Filhos do Pai Eterno e também pelas missas e o Programa Pai Eterno, todos transmitidos pela RedeVida de Televisão, os devotos sentem o desejo de vivenciar de perto esta devoção e marcam presença nas celebrações, louvando e agradecendo ao Pai Eterno. O auxiliar administrativo Adenilson Francisco Vieira é um devoto de Betim (MG), ele conta que por dois anos seguidos esteve em Trindade, vivenciando de perto o amor ao Pai Eterno. Ele destaca o aspecto interiorano e a acolhida do povo trindadense. “O que me chamou a atenção foi o fato da cidade mostrar uma devoção tão forte, mas não ter perdido as características e os ares interioranos. Achei muito peculiar isso, gostei demais”, disse. Para o devoto, o marcante na visita a Capital da Fé do Estado de Goiás foi a celebração no Santuário Basílica. “Fiquei impressionado com o

apagar das luzes no momento da Consagração. Foi de arrepiar, uma das coisas mais lindas que vi e senti na vida”, revela. Adenilson foi a Trindade em uma caravana com cerca de 60 pessoas com faixa etária entre 50 e 60 anos. “A viagem durou cerca de 12 horas. Saímos de Betim por volta das 20 horas de uma quinta-feira e chegamos em Trindade na sexta-feira, em torno das 10 horas. Antes da viagem, um dos colegas do ônibus, o Matozinho, estava com dores nas pernas. No decorrer do trajeto, a dor foi se intensificando e não passava. Quando chegamos ao Santuário, passado um tempinho, fui até ele para saber como se sentia e fiquei muito surpreso, ele me disse que havia recebido uma graça do Divino Pai Eterno, porque estava completamente sem dor, ele havia sido curado”, conta.


Abril de 2015 7

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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movimentam Trindade (GO) nos fins de de esperança e devoção ao Divino Pai Eterno

efeito. “Ela chegou a perder três bebês. Foi então que pedi ao Pai Eterno e a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que abençoasse e concedesse essa graça a ela. Fiz a promessa e minha filha engravidou e hoje tem uma menina muito linda e cheia de saúde”, conta. Ela acredita que recebeu um milagre do Pai Eterno e, como pagamento da promessa, foi ao Santuário agradecer diante da Imagem a graça alcançada. “Fiz o pedido, acreditei e recebi minha bênção. Hoje estou aqui para agradecer por esse milagre em minha vida”, fala emocionada. A devota de São Paulo (SP), Dulce Helena Cintra de Sousa, também aproveitou um fim de semana para, junto com os pais, estar diante da Imagem do Divino Pai Eterno, no Santuário Basílica, para agradecer e pedir bênçãos. Dulce conta que sua mãe sofre sérios problemas no joelho e tem diabetes, e seu pai, aguarda para fazer uma cirurgia. Por isso, decidiram ir até Trindade pedir a bênção da cura ao Pai Eterno. Dulce revela que as bênçãos começaram a chegar logo que ela sentiu no coração o desejo de visitar a Casa do Pai. “Minha mãe estava bastante ruim por conta da diabetes. Ela não estava nem conseguindo andar e, a partir do momento, que eu disse que iríamos vir e assistir uma missa juntas, todos os males foram desaparecendo, tudo foi dando certo, ela foi melhorando. Meu pai animou, nós conseguimos dinheiro para poder ir e, graças a Deus, fomos até Trindade e foi uma bênção muito grande. Estou muito feliz. Quando cheguei e fui assistir a missa, não conseguia parar de chorar de tanta emoção por estar ali, junto com meu pais”, conta.

Graças alcançadas

Estar na presença de Deus é a força que impulsiona cada fiel a seguir os caminhos da vida. A vida com o Pai Eterno é mais leve, pois os desafios a serem enfrentados ficam mais brandos e os sonhos mais fáceis de se tornar realidade. Pensando assim, milhares de devotos visitam o Santuário Basílica de Trindade, todas as semanas, trazendo na bagagem histórias de bênçãos recebidas por meio da devoção ao Divino Pai Eterno. Ivone de Fátima Pereira Ataíde é de Diamantina (MG) e foi ao Santuário para pagar a promessa que fez para a filha engravidar. Ela conta que a filha já estava há alguns anos fazendo tratamento, mas não surtia

Horários das missas Santuário Basílica De segunda a sexta Missas: 7h e 19h30

Igreja Matriz Segunda, terça, quinta e sexta Missas: 7h e 19h

Sábado Missas: 7h, 10h e 17h30

Quarta Missas: 9h, 15h, 17h30 e 19h

Domingo Missas: 5h45, 8h, 10h, 15h e 17h30

Sábado Missas: 7h, 10h, e 17h Domingo Missas: 6h30, 8h, 9h30, 18h e 20h


8 Abril de 2015

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Fortalecimento pela oração Em um mundo repleto de desafios e contratempos, o dom da Fortaleza vem para sustentar os filhos e filhas do Pai Eterno com o poder da fé e da oração

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inônimo de força. Virtude que consiste em não fraquejar perante os obstáculos da vida. Construção fortificada para defender um ponto ou impedir o passo. Segundo o dicionário, esta é a definição para a palavra fortaleza. Um dos Sete Dons do Espírito Santo, permite que os cristãos suportem as maiores dificuldades e tribulações do cotidiano, com base na coerência daquilo que se crê: o Divino Pai Eterno. Para o Missionário Redentorista padre Idemar Costa, o dom da Fortaleza está presente naquele que dá a vida por Cristo e naquele que vive situações difíceis, um martírio permanente. “Consiste em ser o sustentáculo do humano para não deixá-lo cair no abismo. É aquele que confia e que em Deus espera; aquele que desfalece, mas não perde a esperança”, define. Partindo desse princípio, o dom da Fortaleza traz segurança em períodos de adversidade. Segundo o religioso, é ele que enche o devoto do vigor necessário para viver em Deus, com Deus e para Deus, apesar das aflições diárias. “Este dom nos serve para adver-

tir, ensinar, catequisar, protestar, lutar oportuna e inoportunamente a fim de favorecer a cada um no seu caminhar, a ser perseverante”, reflete. Toda pessoa que crê na proteção de Deus tem e pode ter o dom da Fortaleza, de acordo com Pe. Idemar, “para se fazer o bem, para se evitar o mal, para cumprir o seu dever, para ser fiel às promessas e compromissos”. Ele destaca que aqueles que sentem não ter este dom devem buscá-lo com afinco. “Peça ao Espírito Santo que é quem o dá. Mas faça a sua parte, evite o pecado, viva em graça, confesse-se com frequência, comungue com devoção e ele virá por acréscimo, porque ele é consequência natural da presença de Deus na vida”, afirma.

A Fortaleza, segundo o Papa

De acordo com o Papa Francisco, o dom da Fortaleza não se trata de algo que se deve pedir apenas no momento de necessidade. São Paulo diz na Carta

aos Filipenses “tudo posso Naquele que me fortalece” (Fl 4,13) e é partindo deste preceito que o pontífice prega a necessidade desse dom em todas as ocasiões do dia a dia. “O Senhor não nos dá uma prova maior do que podemos tolerar. Ele está sempre conosco. Às vezes, podemos estar tentados a nos deixar levar pela preguiça ou pelo desânimo, sobretudo diante dos cansaços e das provações da vida. Nesses casos, invoquemos o Espírito Santo para que, com o dom da Fortaleza, possa aliviar o nosso coração e comunicar nova força de entusiasmo à nossa vida”, diz Francisco. O dom da Fortaleza é explicado ainda pelo pontífice por meio da parábola do semeador. Nela, o Pai Eterno é quem lança Sua Palavra como sementes. No entanto, muitas destas não encontram um coração fértil para crescer e dar frutos, mas, sim, corações áridos, onde não podem sobreviver. “Com o dom da Fortaleza, em vez disso, o Espírito Santo liberta o terreno do nosso coração da tibieza, das incertezas e de todos os medos que possam impedi-Lo. É uma verdadeira ajuda, pois nos dá forças e também nos liberta de tantos impedimentos”, conclui o Papa.


Abril de 2015

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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Evangelizando as crianças Uma forma diferente e animada de rezar é o que reúne crianças de todos os lugares no Santuário Basílica para a oração do Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno

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m um momento especialmente voltado para as crianças, o Santuário Basílica realiza aos sábados, às 14h, o Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno. Uma maneira de fazer com que o amor do Pai alcance também os corações dos pequeninos. Crianças de todos os lugares se encontram na Casa do Pai, onde, com cantos e brincadeiras, aprendem a rezar e conhecem a história de Jesus Cristo. A dinâmica da oração é um pouco diferente e acontece da seguinte forma: “Contamos um pouquinho da história de Jesus e fazemos um link com a vida das crianças. Depois, vamos rezando, quando a criança recebe uma velinha, ela sabe que deve rezar um Pai-Nosso, e quando recebe uma rosa, deve rezar uma Ave-Maria”, explica a coordenadora do terço, Ana Cláudia Correa. Ela afirma que, com essa dinâmica, as crianças “vão querendo participar cada vez mais, vão tomando gosto pela oração. Jesus e Maria passam a fazer parte da sua vida, como amigos protetores. Assim, a evangelização acontece em meio a histórias, músicas e a vida prática de cada uma delas”. Segundo Ana Cláudia, o Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno “surgiu da necessidade de evangelizar de forma inovadora. Algo que remetesse as crianças ao infini-

to amor de Deus. [...] A oração do terço é a oração mais completa, e nela praticamos a nossa fé, desenvolvemos a espiritualidade”.

Terço das crianças

A oração do terço com as crianças já acontece há cerca de dois anos. Teve início no Centro Comunitário Santa Bárbara, depois passou a ser realizada na capela da Vila São José Bento Cottolengo. Lá, as crianças também se reúnem todas as sextas-feiras, às 18h. Para a pequena Geovana Lopes, de apenas 10 anos, participar do terço é algo que a deixa muito feliz. “Eu gosto de vir porque eu aprendo mais de Deus. Eu gosto de estar aqui porque eu me sinto segura, me sinto cheia de paz”, afirma. “Eu aprendi que é bom rezar e que pela oração nós nos comunicamos com Deus”, declara também Maria Antônia Santos Oliveira, de 9 anos. A participação dos pais no Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno é fundamental e, de acordo com Ana Cláudia, positiva. “Crianças quando gostam, são sinceras e verdadeiras, passam este sentimento aos pais ou às pessoas mais próximas de seu convívio. Mal nasce o dia, elas lembram os pais do compromisso de rezar e da lição aprendida”, diz. Para a enfermeira Josiane Gomes da Silva Cabral, que

há dois anos leva a filha para participar do terço, a iniciativa da oração com as crianças é importante para que elas conheçam a história de Jesus e aprendam a ter fé, evangelizar, ter princípios e possam se tornar pessoas de bem. “É uma forma de introduzir as crianças desde cedo dentro da Igreja, de uma maneira simples, através da oração, com cantos e brincadeiras. Não se esquecendo do foco principal que é a evangelização”.

Caravanas dos Romeirinhos

A oração do Terço dos Romeirinhos do Pai Eterno no Santuário Basílica acontece desde fevereiro, a convite do reitor da Basílica, Pe. Edinisio Pereira. “O reitor nos convidou porque, almejava inserir na programação do Santuário algo que fosse dedicado aos Romeirinhos do Pai Eterno”, revela a coordenadora. Todas as crianças estão convidadas a participar deste momento de oração. “Organize sua caravana, traga as crianças para participar. Você pode trazer faixas, cartazes, tudo que possa ilustrar os Mistérios da Alegria [contemplados aos sábados]. Da alegria de estarmos unidos em oração com o Cristo Nosso Senhor”, incentiva Ana Cláudia.


10 Abril de 2015

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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Sangue de São Januário O Papa Francisco presenciou o milagre do sangue de São Januário, durante visita em Nápoles (Itália). Segundo a tradição, São Januário foi decapitado em 305. Após o martírio, recolheram seu sangue em duas ampolas, que foram guardadas em um recipiente de prata. Três vezes ao ano, o sangue deixa o estado de coagulação e se torna líquido novamente. O milagre se repete nas festas do santo, mas, diante de um papa, isso não acontecia desde 1848, com o Papa Pio IX.

Estátua de cera do Papa O Museu Grévin, em Paris, agora tem uma estátua de cera do Papa. A efígie foi apresentada no dia 2 de abril na esplanada de Notre-Dame, na capital francesa. Fruto de seis meses de trabalho, foi desenvolvida por mais de 15 artistas, liderados por Pooneh Aziminejadi, formada na Universidade de Belas Artes de Teerã. A escultura mostra o máximo pontífice sorridente, com sua habitual batina branca, o anel papal e o polegar direito levantado. Eles se basearam em fotografias e outros documentos. A estátua irá se somar às outras 200 representações de personalidades que enchem suas salas. “Desde 1982, o museu Grévin tem como tradição imortalizar o papa como um dos representantes da paz no mundo”, disse essa instituição.

Política A proposta que prevê o fim de coligações partidárias para eleições proporcionais – fde deputados federais, estaduais e vereadores – foi aprovada pelo Senado Federal. Com isso, a aliança de partidos será permitida somente nas eleições majoritárias, ou seja, para presidente, governadores e senadores. Atualmente, o sistema permite a união de partidos nas eleições para deputados estadual e federal e para vereador, formando uma coligação. Na hora de votar, o eleitor pode escolher um candidato (voto nominal) ou apenas o partido (voto de legenda). O texto agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

Economia O comércio varejista do país iniciou 2015 com um crescimento de 0,8%. No entanto, o resultado não compensa a queda em dezembro de 2014, que foi de 2,6%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com janeiro do ano passado, a alta foi de 0,6%, a mais baixa para o mês desde 2003, quando o varejo recuou 4,5%. De dezembro para janeiro, aumentaram as vendas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (12,3%); móveis e eletrodomésticos (2,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,4%) e tecidos, vestuário e calçados (1,3%).

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Fotos: Web

PEC das domésticas

A Câmara dos Deputados concluiu, depois de quase dois anos, a votação para regulamentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das domésticas. O trabalho do empregado doméstico será de oito horas por dia ou 44 horas semanais. Se passar do combinado, o patrão terá que pagar 50% de hora extra ou compensar com folga, num prazo de até três meses. O trabalhador doméstico é aquele que presta serviços numa casa por mais de dois dias na semana. O documento agora segue ao Senado e depois para a análise da presidente Dilma.

Estresse ambiental As reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030 se nada for feito. A afirmação está no novo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento aponta ainda que 748 milhões de pessoas no planeta não têm acesso a fontes de água potável. O relatório mostra também que o Brasil está entre os países que registraram estresse ambiental após alterar o curso natural de rios. As mudanças nos fluxos naturais, segundo a análise feita entre o período de 1981 e 2010, mas que foi concluída em 2014, foram feitas para a construção de represas ou usinas hidrelétricas. Entre as consequências dos desvios estão uma maior degradação dos ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco de assoreamento.

Internet Explorer será substituído A Microsoft decidiu mudar o navegador padrão, tirando o Internet Explorer de cena. O objetivo é substituí-lo por um mais leve e ajustável. O novo navegador tem sido conhecido pelo nome Spartan. Os primeiros testes mostram um aplicativo mais próximo do Mozilla Firefox e do Google Chrome do que das últimas versões do Internet Explorer, consideradas “ultrapassadas” pela própria empresa. No entanto, o navegador, lançado em 1995, não vai sumir do mapa nesse primeiro momento. Ele estará presente no Windows para evitar problemas de compatibilidade, mas sem o status de padrão do sistema.

Desmatamento na Amazônia Dólar Com o dólar mais alto, os Segundo dados da organização não-governamental Imazon, o desmatamento da Amazônia aumentou mais de 200%, em um ano. O instituto de pesquisa, em Belém (PA), faz o monitoramento da floresta há mais de 20 anos. O levantamento divulgado mostra que 1.700 quilômetros quadrados de floresta nativa foram derrubados, entre agosto de 2014 e fevereiro deste ano. Os dados mostram uma área desmatada maior que a cidade de São Paulo. Na comparação com o período anterior, o aumento foi de 215%. Do total desmatado nos últimos sete meses, o estado que mais destruiu a floresta foi Mato Grosso (35%), depois Pará (25%) e Rondônia (20%).

brasileiros têm gastado menos no exterior. Os gastos caíram 22,9% em fevereiro deste ano, para US$ 1,48 bilhão. As informações são do Banco Central e mostram que o valor mensal é o mais baixo desde fevereiro de 2011, quando as despesas somaram US$ 1,33 bilhão. O dólar mais alto encarece as passagens e os hotéis cotados em moeda estrangeira, além dos produtos comprados lá fora. O dólar mais alto também encarece os gastos com cartões de crédito e débito no exterior.


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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ENTREVISTA: PE. JESUS FLORES

Preservar o que Deus criou Cuidar do meio ambiente é zelar pela criação do Pai Eterno. No entanto, o que vemos, atualmente, é a destruição de tudo. O reflexo disso é o clima instável, a falta d´água em alguns lugares e as chuvas excessivas em outros. Em entrevista ao Jornal Santuário, o Missionário Redentorista padre Jesus Flores fala da importância do despertar das pessoas para a preservação ambiental, tendo em vista que se trata de um princípio universal confiado a humanidade. JORNAL SANTUÁRIO: Preservar o meio ambiente está relacionado a preservar o que Deus criou? PE. JESUS FLORES: Sem dúvida nós cremos que Deus criou um mundo e este mundo que Ele criou, Ele viu que era bom. Ele mesmo declara no Livro de Gênesis, que Deus viu que tudo estava muito bom. Foi criado como um Éden, como um paraíso, em que o homem e a mulher poderiam viver tranquilos, felizes, de tal modo que, quando o homem é autorizado a se utilizar desse mundo não é para destruir. É para que ele faça com que este mundo se desenvolva e para que possa, cada vez mais, e cada vez melhor, servir a obra de Deus, que é uma obra boa, bem feita, bem elaborada. Deus criou um Cosmos e não um caos, quando Ele criou o Céu e a Terra. A Igreja deve se voltar às questões ambientais? Por quê? Toda e qualquer pessoa tem que estar preocupada com as questões ambientais. Toda e qualquer instituição, se ela tem responsabilidade, ela tem que se preocupar com as questões ambientais. E a Igreja não pode fugir desta responsabilidade, porque, afinal, se trata daquilo que é o ambiente em que a humanidade vive, em que deve prosperar, em que deve viver com dignidade e grandeza. Então, se a Igreja se omitisse, ela estaria faltando gravemente a uma responsabilidade com a humanidade. Todos somos responsáveis pela preservação do mundo, e a Igreja, como uma realidade no mundo e do mundo, também tem essa responsabilidade. Como os cristãos devem enxergar essa criação de Deus? É muito interessante a visão que o cristão deve ter da criação. A criação é um ato da manifestação do poder de Deus, porque Deus é poderoso. Ele criou esse mundo maravilhoso com o qual nós nos encantamos e com o qual também os escritores sagrados, especialmente, os salmistas, se encantaram e celebraram. A criação se manifesta como amor salvífico de Deus. É um gesto do amor de Deus em favor da humanidade. Deus colocou todo o Seu amor, todo o Seu poder para que a criação fosse uma obra maravilhosa. E se é uma obra maravilhosa que Ele entrega ao homem e a mulher, é preciso que o homem e a mulher cuidem para preservar isso que Deus criou. Então, diante da natureza, só temos uma reação possível, que é glorificar, é dar graças, é fazer o que São Francisco fez diante da natureza: cantar as maravilhas de Deus, com grande expansão de alma e de poesia. De que forma a Igreja pode trabalhar e conscientizar os cristãos sobre a preservação do meio ambiente? A Igreja tem a missão de anunciar a Boa

Nova. Tem a missão de proclamar a grandeza do homem e da mulher. O homem e a mulher são a glória de Deus. E, então, a Igreja tem a missão de mostrar esta maravilha que é a criação, trabalhar para que as pessoas enxerguem também, para que percebam que não é lícito a ninguém destruir aquilo que Deus realizou com tanto carinho, com tanta ternura, para fazer um caos naquilo que foi criado para ser um Cosmos, uma ordem maravilhosa e pela qual nós saímos da criação para chegar ao Criador. Essa preservação pode ser considerada um princípio cristão? A preservação da natureza é um princípio universal, humano. E humano de tal modo que atinge também, seja a Igreja, seja outras religiões, outros cultos. Nesse ponto, todos nós temos que estar empenhados em conjunto para a preservação da natureza. E aí não se trata de ser um princípio cristão, mas, em primeiro lugar, um princípio universal que foi confiado à humanidade com um todo e a humanidade, para além de qualquer diferença, tem que estar nessa luta para que a natureza se preserve, para que a natureza seja favorável ao homem e a mulher e não adversa como está acontecendo no mundo de hoje. Como a Igreja vê o tratamento que o ho-

mem dá ao meio ambiente nos dias atuais? Toda pessoa medianamente preocupada com a sobrevivência da vida na Terra está profundamente preocupada, porque o que se faz no mundo aí é em detrimento da natureza. Basta ver a poluição, a derrubada das florestas, as queimadas, a combustão, tudo que está aí, está agredindo o meio ambiente e, se não houver um despertar rápido e urgente, nós não vamos ter clima favorável para nossa sobrevivência neste mundo. Já está muito difícil e a Igreja olha com profunda preocupação pela forma como a natureza está sendo tratada pelo homem. Trabalhar as crianças seria um passo importante? Quanto mais cedo a criança acordar para a realidade, ela vai, então, se tornar alguém responsável pela natureza, pela preservação, pela economia na utilização da água, pela limpeza nas cidades, por não jogar detritos nas ruas, não tomar o refrigerante e depois jogar o recipiente entupindo bueiros da cidade e depois também poluindo os oceanos causando um mal terrível como está acontecendo nos dias de hoje. Quanto mais cedo começarmos a educação ambientalista, melhor, porque as pessoas quando chegarem ao momento de decisão, ao momento de escolhas na vida, elas vão ser mais precavidas, mais cautelosas.


12 Abril de 2015 ARTIGO

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

Com o Ressuscitado: ressuscitemos! Não somos meros seguidores de Jesus, mas continuadores de Sua obra redentora

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esus nasce, vive, cresce, morre e ressuscita a partir da nossa humanidade para nos mostrar como é significante viver de Deus e para Deus. Na vida de Jesus o humano encontra o sentido para a vida ao se potencializar no amor, de forma plena e irrepetível. Na pessoa de Jesus de Nazaré, em Seu ministério público e em Sua intimidade com o Pai, encontramos o âmago da ressurreição cristã! Acompanhada do sepulcro vazio, a morte na cruz pareceu esvaziar qualquer esperança futura. Imperava tão somente o medo da perseguição e o silêncio derradeiro. Contudo, diante da realidade que se colocava como fim, apresentou-se o começo da ação redentora da fé. Passados aqueles tenebrosos dias, a morte foi obrigada a “entregar os pontos”, por não possuir mais a força do término definitivo e sem sentido do próprio viver, da existência. Da cessação da vida manifestou-se a magnitude da ressurreição, fazendo com que o testemunho das primeiras testemunhas chegasse até nós. “A este Jesus, Deus O ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2,32). Entre Jesus e a pessoa humana não há uma troca de papéis ou uma inversão de valores, mas, sobretudo, uma entrega cotidiana de duas vidas, que se unem e se assumem em um único caminho rumo ao Coração do Pai Eterno! Cremos, não apenas pela marca da história ou pelo relato oral e da escrita, mas, sobretudo, pela

eficácia redentora da palavra que nos foi transmitida. Jesus não retorna a esta vida, porque após a Ressurreição, vive-a plenamente em Deus! Cristo vai além do próprio morrer, pelo fato de assumir a vida na inteireza que lhe cabia. Em nenhum momento permaneceu cativo ao poder da morte, pois a todo tempo esteve atado ao amor do Pai. Ele foi glorificado! E é por meio d’Ele que nós ultrapassamos as nossas mazelas e nos apropriamos do conteúdo

originário da salvação e da ressurreição. “Para isso, com efeito, o Verbo se fez humano e o Filho de Deus se converteu em filho do homem: para que todo aquele que se unir ao Verbo de Deus e aceitar a adoção, converta-se em filho de Deus” (Santo Irineu). Na qualidade de primeiros endereçados da ressurreição, precisamos viver alicerçados na experiência das antigas comunidades cristãs. Para sermos reconhecidos – enquanto homens da redenção – é necessário aden-

trar o tempo mediado pela fé, dobrando os joelhos no chão, a ponto de atingirmos a esfera do absoluto que está em Deus e nos pobres a quem desejamos e pretendemos, especialmente como missionários, fazer chegar nossa mensagem. Eis uma tarefa diária e forçosa. Mirando no Ressuscitado, precisamos reconhecer que a ressurreição pela ressurreição, sem implicações na vida humana, não tem sentido. A mensagem de Jesus continua viva e

atualizada no mundo a partir de nós. Sigamos adiante, no sentido de que a mensagem do Evangelho jamais seja esquecida. Não somos meros seguidores de Jesus, mas continuadores, por excelência, de Sua obra redentora, no mundo. Deixemos, então, Deus ser Deus em nossa existência e permitamos que o nosso coração se funda no coração de Jesus, para que construamos uma história bela que depende exclusivamente de nós! “A fé no Ressuscitado nos impulsiona a ir ao encontro dos crucificados de hoje, nos colocar a seu lado, para partilhar com eles este sorriso, a certeza alegre que Deus está vivo no meio de nós, ressuscitando, libertando da morte e fazendo uma nova criação” (Instituto Humanitas Unisinos). Portanto, aceitemos o desafio de viver como ressuscitados e ajudemos nossos irmãos de convivência e de pastoral a trilhar este mesmo caminho. Cristo continua existindo no mundo em nós e nas nossas atitudes!

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e Presidente Fundador da Afipe


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