Jornal Santuário - Set. 2013

Page 1

Ano VII Número 65 - Setembro de 2013 | www.paieterno.com.br

Trindade da fé e do amor

Novo Santuário

O Jornal Santuário selecionou algumas das principais dúvidas apresentadas pelos devotos sobre a construção da nova e definitiva Casa do Pai. Confira aqui as respostas! [3]

Entrega e dedicação

O cotidiano dos jovens que vivem nos seminários redentoristas de Goiás. Atitude de entrega daqueles que deixaram suas casas e se dedicam à vida religiosa. [4]

Vila São Cottolengo

A romaria até a Capital da Fé acontece durante todo o ano. Fiéis peregrinos fazem demonstrações de fé, em homenagem de amor e devoção ao Divino Pai Eterno. [6 e 7]

Entrevista:

Baseada no tema “Desafiando os limites, diminuindo as diferenças”, Vila realiza programação especial para celebrar a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência. [5]

No mês da Bíblia, o Missionário Redentorista Pe. Idemar Costa explica como se deve celebrar a Palavra de Deus, deixando-se guiar por Ela para estar sempre no caminho da busca pela conversão. [9]


EDITORIAL

Encontrar o amor do Pai Trindade é um lugar sagrado, onde se encontram templos santos dedicados ao nosso Criador, o Divino Pai Eterno. A cidade sempre recebe a visita de vários romeiros ansiosos pela busca da paz e do amor que são proporcionados pelo Deus da Vida. Os propósitos são diversos: pedir bênçãos, fazer penitências, agradecer por graças alcançadas, conhecer a Casa do Pai. Porém, todos são motivados pelo mesmo sentimento: a fé. A Romaria do Divino Pai Eterno, que acontece a cada ano, é um momento muito especial para essa devoção. É quando pessoas de vários lugares e culturas diferentes se reúnem em Trindade. No entanto, durante todo o ano, fiéis peregrinos de vários lugares vêm até a Capital da Fé para louvar e agradecer a Deus. Na reportagem especial das páginas 6 e 7, você conhece algumas dessas histórias que são verdadeiras demonstrações de fé. Setembro é quando celebramos o Mês da Bíblia. Veja, na página 9, uma entrevista que fala sobre a importância das Sagradas Escrituras, que devem estar presentes em todos os momentos da vida cristã. Além disso, a matéria da página 4 mostra um pouco do cotidiano dos jovens seminaristas que deixaram suas famílias para se dedicarem ao amor do Pai e agora vivem nos seminários redentoristas. Esta edição do Jornal Santuário traz também, na página 3, uma série de perguntas e respostas em que constam esclarecimentos para algumas dúvidas apresentadas por vários devotos sobre a construção da nova e definitiva Casa do Pai. Fique por dentro de tudo o que está relacionado à devoção ao Divino Pai Eterno aqui no coração do Brasil. E lembre-se que você também faz parte desta missão evangelizadora. Boa leitura!

N

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

de 2013 ARTIGO

M

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

A palavra de Deus provoca!

uitas vezes se confrontar com a Palavra de Deus, na Bíblia, pode causar até certo medo e espanto. Explico. A Palavra provoca por si mesma a desinstalação do nosso fechamento individualista e é capaz de penetrar a alma gerando no coração uma inquietude. Tira-nos de nossas principais seguranças, comodidades, status e nos lança à audácia histórica de Deus Pai que se revelou a nós por amor! A força emanada das Sagradas Escrituras nos conduz a um processo de radicalidade em nosso modo de ser e viver. Ela age transformando a nossa consciência para a prática solícita do bem. Falamos da radicalidade compreendida como seriedade de vida e não como alienação. Radicalidade contrária a todo fundamentalismo bíblico ou a uma visão míope das Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus provoca o confronto! Diante de sua ousadia profética não nos é possível permanecer inertes ou alheios à sua convocação! Justamente por isso que ao nos confrontarmos com a Palavra acabamos por transformar as nossas atitudes e optamos por uma existência mais radical. É assim que, na fraternidade e no serviço, testemunhamos a radicalidade do batismo, consagrado na fé; a radicalidade da oração voluntária, na esperança e a radicalidade da pobreza evangélica, no amor. Pela Palavra escolhemos uma radicalidade livre e, ao mesmo tempo, libertadora. Uma radicalidade que não se fundamenta nem no tradicionalismo nem no conservadorismo, mas, pelo contrário, em uma vida enraizada no Coração do Pai Eterno! Junto à radicalidade também está a revisão das atitudes. As Escrituras Sagradas têm a capacidade de questionar as raízes dos nossos comportamentos e nos fazer pensar se eles estão contribuindo para a nossa salvação e, por conseguinte, para a conversão das pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos. No coração daquele que é apaixonado pela Palavra de Deus está alguém que não tem medo de si,

que não se assusta com seus sentimentos, crises, tensões e reorientações para a vida. Está sempre revisando a sua caminhada e perguntando: No meu lugar o que faria Jesus de Nazaré? É a pessoa integrada e feliz na escolha assumida. Sabe que é feita de luzes e trevas, de certezas e dúvidas, de certo e reverso, de direito e avesso: é um “ser de contrários”. Exatamente por isso que a revisão acontece cotidianamente, através da leitura orante da Palavra. A revisão habitual e progressiva nos faz revelar no dia a dia a face do Amor. A Palavra de Deus também nos faz possuir um coração de “migrantes”. No Coração do Pai somos como que “nômades” e não sedentários. O Pai Eterno também é migrante e o Êxodo é o testemunho deste Deus itinerante que caminha com o seu povo. O coração de migrante nos leva a sairmos de nós, de nosso casulo e irmos em direção a todas as pessoas que estão precisando de nós, sejam elas: abastadas ou angustiadas profissionalmente, pobres, ricas, negras, índias, brancas, africanas, europeias ou oceânicas. A Palavra de Deus é universal e não pode ser concebida como patrimônio particular. Ela também não é proselitista, mas, sobretudo, oferecida como dom de Deus a nós! A Palavra soa ainda como reconversão, revitalização e remigração para o Coração do Pai. Não nos é lícito permitir que a Palavra se torne um museu para visitarmos

ou uma múmia para admirarmos. Ela não pode ser enfeite ou ficar nas cabeceiras de nossas camas como uma peça ornamental. O fundamental para um genuíno filho do Pai Eterno é continuar a missão de Jesus de Nazaré. Assim, somos capazes de vivenciar confiando que a Palavra provinda de Deus é fiel por Ela mesma. Diante dos conflitos é a vivência madura da Palavra que fala mais alto. Diante do medo e da fraqueza é a força da Palavra que pode nos sustentar. Nos momentos de crise e de dificuldade é na Palavra que encontramos a coragem e o descanso. Somos chamados a viver como “bons samaritanos” que oferecem cuidados a quem mais precisa. Para sermos revigorados pela Palavra precisamos adentrar o caminho proposto para aqueles que querem ser reestruturados em sua humanidade por Jesus. Só é lícito falar da Palavra aqueles que estão sendo iluminados pela Boa Nova do Evangelho. Por isso se faz necessária a vivência de uma espiritualidade bíblica: orando, convertendo-se e vivendo a Palavra, não obstante as provações pessoais. E aqui, meus amigos, bastam as palavras deste artigo, pois acabamos de entrar no campo do Mistério de Deus que nos convida a contemplar no silêncio esta comunhão. Sem espiritualidade não há missão, não há conversão e muito menos anúncio, quer na vida dos cristãos, quer na existência daqueles que possuem fome de pão e da Palavra de Deus!

Arquivo do Santuário

2 Setembro

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

Reitor da Basílica de Trindade e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano. Twitter: @padrerobson | www.paieterno.com.br

Cremos em um Deus que se revela Pai

em sempre é fácil hoje falar de paternidade. Especialmente no mundo ocidental, as famílias desagregadas, os compromissos de trabalho cada vez mais absorventes, as preocupações e muitas vezes o esforço de enquadrar o orçamento familiar, a invasão distrativa dos meios de comunicação na vida cotidiana são alguns dos muitos fatores que podem impedir uma serena e construtiva relação entre pais e filhos. A comunicação às vezes se torna difícil, a confiança é perdida e a relação com a figura paterna pode se tornar problemática; e problemático também se torna, assim, imaginar Deus como um pai, não tendo modelos adequados de referência. Para quem teve a experiência de um pai autoritário e inflexível demais, ou indiferente e pouco afetuoso, ou até mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se a Ele com confiança. Mas a revelação bíblica ajuda a superar essas dificuldades, falando-nos de um Deus que nos mostra o que significa verdadeiramente ser “pai”; e é especialmente o Evangelho que nos revela esse rosto de Deus como Pai que ama até a doação do próprio Filho pela salvação da humanidade. A referência à figura pa-

terna, portanto, ajuda a compreender algo do amor de Deus, que, no entanto, continua infinitamente maior, mais fiel, mais total do que o de qualquer ser humano. “Quem de vocês – diz Jesus para mostrar aos discípulos o rosto do Pai – dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem” (Mt 7,9-11; cf.Lc 11,11-13). Ele – como revela Jesus – é o Pai que alimenta os pássaros do céu, sem que eles tenham que semear e colher, e reveste de cores maravilhosas as flores do campo, com vestes mais bonitas do que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32; Lc 12,24-28); e nós – acrescenta Jesus – valemos muito mais do que as flores e os pássaros do céu! E se Ele é tão bom a ponto de fazer “nascer o sol tanto sobre os maus e os bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45), poderemos sempre, sem medo e com total confiança, confiar-nos ao seu perdão de Pai quando erramos de estrada. Deus é um Pai bom que acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11ss), dá livremente àqueles que pedem (cf. Mt 18,19; Mc 11,24;

Jo 16,23) e oferece o pão do céu e a água viva que faz viver eternamente (cf. Jo 6,32.51.58). Deus é nosso Pai porque nos abençoou e escolheu antes da criação do mundo (cf. Ef 1,36), nos tornou realmente Seus filhos em Jesus (cf. 1Jo 3,1). E, como Pai, Deus acompanha com amor a nossa existência, dando-nos a sua Palavra, o seu ensinamento, a sua graça, o seu Espírito. O amor de Deus Pai nunca falha, não se cansa de nós; é amor que dá até o extremo, até o sacrifício do Filho. A fé nos dá essa certeza, que se torna uma rocha segura na construção da nossa vida: nós podemos enfrentar todos os momentos de dificuldade e de perigo, a experiência da escuridão da crise e do tempo de dor, sustentados pela confiança de que Deus não nos deixa sozinhos e está sempre perto, para nos salvar e nos levar à vida eterna. A onipotência do amor não é a do poder do mundo, mas sim a do dom total, e Jesus, o Filho de Deus, revela ao mundo a verdadeira onipotência do Pai dando a vida por nós, pecadores. Eis o verdadeiro, autêntico e perfeito poder divino: responder ao mal, não com o mal, mas com o bem; aos insultos, com o perdão; ao ódio homicida, com o amor que faz viver. Então, o mal é realmente vencido

porque é lavado pelo amor de Deus; então a morte é definitivamente derrotada porque é transformada em dom da vida. Deus Pai ressuscita o Filho: a morte, a grande inimiga (cf. 1Cor 15,26), é engolida e privada do seu veneno (cf. 1Cor 15,54-55), e nós, libertos do pecado, podemos ter acesso à nossa realidade de filhos de Deus. Portanto, quando dizemos “creio em Deus Pai Todo-Poderoso”, expressamos a nossa fé no poder do amor de Deus que, no Seu Filho morto e ressuscitado, derrota o ódio, o mal, o pecado e nos abre à vida eterna, a dos filhos que desejam estar para sempre na “Casa do Pai”. Dizer “creio em Deus Pai Todo-Poderoso”, no Seu poder, no Seu modo de ser Pai, é sempre um ato de fé, de conversão, de transformação do nosso pensamento, de todo o nosso afeto, de todo o nosso modo de viver.

Fr. Michel Cayne B. dos Santos, C.Ss.R. Missionário Redentorista


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Como está a construção do

Setembro de 2013

Novo Santuário? Devotos apresentam suas dúvidas sobre o trabalho desenvolvido no canteiro de obras, onde está sendo construída a nova e definitiva Casa do Pai. O Jornal Santuário traz as respostas.

A

s obras do Novo Santuário tiveram início em abril do ano passado. De lá pra cá, muita coisa já foi feita e etapas iniciais já foram concluídas. Diariamente os devotos de todo o Brasil e até de outros países podem acompanhar a evolução da construção, através das informações divulgadas pela Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe); por meio de um televisor, instalado no Santuário Basílica, que mostra o andamento em tempo real; ou até mesmo indo visitar o terreno que abriga a nova e definitiva Casa do Pai. Como os devotos fazem parte dessa história de fé, toda a equipe envolvida na construção se empenha para esclarecer as dúvidas que possam surgir. É também uma forma de manter os fiéis informados de tudo que acontece.

Veja algumas das questões e os esclarecimentos: Silvio Davi Pereira Muita coisa já foi feita na obra do Novo Santuário? Sim. No ano passado fizemos a terraplenagem. Neste ano já começamos a fazer a estrutura do ossário e foram concluídas as fundações do subtérreo. Em um ano e meio de obras, muita coisa mudou no terreno onde está sendo construída a nova e definitiva Casa do Pai, mas ainda tem muito a ser feito.

Jéssica Alves Qual etapa da obra está sendo construída? Foi finalizada uma das etapas de fundações e parte da supraestrutura. Estamos iniciando agora o piso de concreto do ossário e da capela que fica no subtérreo. Uma parte está concluída e estamos preparando para iniciar outra fase. Com o piso pronto, teremos suporte para escoramento ou cimbramento para montar a laje do ossário e fechar essa etapa.

Rosane Gonçalves Ramos Como o Novo Santuário está sendo construído? A construção do Novo Santuário está sendo feita por profissionais que têm um imenso prazer em trabalhar nesta obra. A equipe é formada por carpinteiros, armadores, pedreiros, encanadores, eletricistas, arquitetos, engenheiros para controlar a produção e qualidade, uma série de ajudantes, equipe técnica de projetos, de orçamento, de meio ambiente e segurança. Com auxílio das máquinas e equipamentos, todo esse pessoal se sente honrado por fazer parte deste projeto. Cada parede, coluna e viga são levantadas com muito amor.

Sonilda Sousa Rosa Vai ser fácil chegar no Novo Santuário? Hoje já existem dois caminhos que levam ao Novo Santuário. Um deles é pela GO-060, na Rodovia dos Romeiros, entre Trindade (GO) e Goiânia (GO). E o outro acesso é dentro da própria cidade, que através de uma rua é possível ter acesso aos estacionamentos e ao complexo. A construção da nova e definitiva Casa do Pai fica a 1 km de distância do atual Santuário Basílica do Divino Pai Eterno.

Maria do Rosário Quais são as próximas etapas da obra? Está sendo feita a concretagem do piso do ossário. Todo espaço onde hoje há terra ficará impermeabilizado. Em seguida, será feita a concretagem da laje que vai fechar a parte subterrânea da obra. A partir daí serão iniciadas outras etapas, como as obras da praça térrea com a construção dos pilares. Antônio Junior O que é fundação subterrânea? Fundação subterrânea é o suporte de uma obra, seja casa, prédio ou o próprio Santuário. É a base, o alicerce de uma construção. Nesta etapa do Novo Santuário, já começam a subir os pilares, mas abaixo deles existe a fundação que está abaixo do nível do terreno, feita com sapatas, cortinas e tubulões.

Onice José Rosa Em quanto tempo a gente vai poder ver a obra pronta? O cronograma total da obra está estimado em 10 anos e depende integralmente da doação de devotos. Já se passaram um ano e cinco meses de construção. E está correndo de acordo com o programado. Ormerinda Maria Correa Como posso ajudar na construção? Para ajudar a construir a nova e definitiva Casa do Pai, basta fazer parte da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Por isso, quem quer ajudar e ainda não está neste caminho de fé e evangelização, pode se cadastrar pelo telefone (62) 3506-9800 ou pelo site www.paieterno.com.br. Colaborando com a Afipe, além de ajudar na construção dessa Casa Santa, também recebe os méritos de devoto evangelizador, ajudando a levar o amor do Pai Eterno para cada vez mais pessoas.

3


4

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

Fé e dedicação: seminaristas se preparam para a vida religiosa Jovens se rendem ao amor do Pai, deixando suas famílias por uma vida de intensa dedicação e doação Àquele que convida a servi-Lo

D

eixar tudo para seguir a Cristo. Receber o chamado de amor do Pai Eterno e se render à Sua graça. Muitos jovens sentem no coração o desejo de se entregar à vida religiosa e se dedicam integralmente a essa vocação. Assim acontece com os jovens dos seminários redentoristas em Goiás: muita dedicação para aprender e servir ao próximo, espalhando o amor de Deus. A vida no seminário é de dedicação em tempo integral. Mas diferente do que muitos pensam, os seminaristas levam uma vida normal: estudam, trabalham em comunidade e têm seus horários de lazer. “Cada um, de acordo com suas atividades pessoais, sabendo concilia-las com as atividades da casa, pode sim buscar um momento de lazer fora do seminário, como ir ao cinema, fazer caminhada e também ir visitar a família”, conta o seminarista Thiago Gomes de Azevedo. “A vida aqui no Seminário tem as suas responsabilidades e os deveres, mas a vida também tem que ser leve, saudável, feliz. Pois, quanto mais aquele que segue Jesus Cristo feliz for, realizado for, melhor ele vai servir ao próximo, melhor ele vai realizar o seu trabalho de ajudar os outros a também se aproximarem de Deus”, explica o diretor e formador do Seminário Padre Pelágio, em Trindade (GO), padre Wenderson Silva Fernandes.

Aspirantado e Propedêutico Na primeira fase, vivenciada no Seminário Padre Pelágio, os jovens vivem a experiência do aspirantado e do propedêutico. Atualmente, o local abriga 11 seminaristas de 15 a 23 anos. Tem gente de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Os aspirantados ainda frequentam a escola, cursando o ensino médio. Os que já concluíram esta etapa escolar estão na fase do propedêutico, uma preparação para entrar para a vida religiosa. Três deles se preparam para o vestibular de Filosofia, essencial para quem deseja seguir esse caminho. “Tenho certeza de que não falta mais nada para mim, porque tenho certeza que meu caminho é esse. Estou no caminho certo. Deus me escolheu para ser filho Dele e levar, assim, Seu Evangelho àqueles que precisam”, acredita o propedeuta Carlos Henrique. Oito jovens cursam o ensino médio. Eles ajudam no serviço da casa, leem, vivem em fraternidade. O aspirante Eurípedes da Silva Júnior é o caçula da casa. “É uma experiência muito inexplicável. Algo muito bom. Na escola, sobretudo, é uma experiência muito diferente pelo fato de ser tratado como seminarista, pelo ensino ser muito superior e de qualidade e muitas outras coisas que podemos desfrutar dentro dessa vida”, avalia o jovem. Além dos estudos, os seminaristas também têm outras atividades. Pela manhã, participam da missa. Depois, têm um horá-

rio de lazer. Em seguida, cuidam do serviço da casa e se dedicam à leitura. Eles têm ainda o serviço na comunidade, voltado para as pastorais.

Postulantado e Noviciado A próxima fase é a do postulantado, quando os seminaristas já estão cursando Filosofia. Nessa etapa, eles migram para o Seminário São José ou São Clemente, em Goiânia, capital. O trabalho dos jovens no dia a dia é dividido de acordo com a realidade de cada pastoral da Igreja, e contempla também os dons e características próprias de cada um. O trabalho de preparação é intenso. Todos precisam passar pela faculdade. O tempo de estudos é importante para ajudar os seminaristas no discernimento e na certeza de que é essa a missão que querem seguir. “Na sala de estudos, nos reunimos às sextas-feiras à tarde para a formação da comunidade e também às terças-feiras à noite, para a aula de Italiano. Às quintas-feiras, uma turma menor se reúne para outra etapa de formação”, detalha o seminarista Antônio Alexandre Ferreira. O seminarista Gemerson Alves de Matos explica também que assistir às missas duas vezes ao dia é uma obrigação: “Duas vezes ao dia. O seminarista que sentir vontade de rezar também pode ir à capela. Não só a oração em comunidade é importante, mas também a oração e o encontro pessoal com Jesus”. Quando terminam o postulantado, os seminaristas partem para a fase do novicia-

do. Um período de muita oração e estudo interno para conhecer melhor o carisma Redentorista e ter uma formação humana. Após esse período, os seminaristas entram para o juniorato, período em que cursam Teologia, uma das condições para a vida religiosa. Nesta etapa, eles já são considerados religiosos de votos temporários. Ao fim da formação teológica, eles podem assumir outras funções ligadas ao trabalho em comunidade. Ao todo, são cerca de oito anos de preparação até a ordenação diaconal e depois a presbiteral.

Desafios e obstáculos Para chegar ao postulado, os jovens seminaristas passam por alguns anos de convívio na Congregação. Cada um deles carrega uma história. “Quando fui convidado a entrar, comuniquei minha família. Meu pai não achou muito legal a ideia, mas a minha mãe amou. Era um período em que eu estava me preparando para uma promoção na empresa em que trabalhava. Decidi deixar para trás e dar uma chance para Deus também. Ou seja, depois de muito pelejar, chegou a hora de uma nova experiência de vida”, lembra o seminarista Antônio Alexandre Ferreira do momento em que se decidiu pela vida religiosa.

O diretor do Seminário Padre Pelágio, Pe. Wenderson Silva, explica que muitas pessoas pensam que, ao abrir mão da presença diária da família, perde-se -um laço afetivo. “Quem deixa a família para entrar para a vida religiosa, na verdade está assumindo aquela disposição natural do filho que deixa a casa dos pais. Se fosse se casar, ele teria que deixar a casa dos pais. É uma ruptura natural. Mas isso não significa falta de amor, falta de carinho, ou que essa escolha é um peso. Deixa-se a família, rompe-se um laço, uma proximidade geográfica, mas o laço afetivo e o carinho continuam existindo, de modo que quanto mais a família é presente na vida do seminarista, vindo visitar, participando, procurando saber como a vida aqui acontece, melhor eles vão assumir esse projeto”, destaca o formador. Levando uma vida de aprendizagem, dedicação e caridade, os seminaristas estão dispostos a cumprir a missão para a qual o Pai Eterno os chamou. “Como dizia o grande filósofo, doutor da Igreja, Santo Agostinho, ‘Ó beleza divina, tão tarde te encontrei’. Hoje, posso dizer isso: como sou feliz como seminarista. Se tivesse percebido isso há mais tempo, teria entrado antes. Quero dizer que vale a pena. Tem suas dificuldades, mas é normal. Toda opção de vida que você faz tem dificuldades, desafios, mas vale a pena. É gratificante”, garante Antônio Alexandre.

“Quando fui convidado a entrar, comuniquei minha família. Meu pai não achou muito legal a ideia, mas a minha mãe amou. Era um período em que eu estava me preparando para uma promoção na empresa em que trabalhava.”


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

Varginha

Turminha em tirinha

No dia 29 de agosto, os romeiros de Varginha (MG) chegaram ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), depois de percorrem cerca de 1.200 km. Quatro fizeram o trajeto a pé e outros dois no carro de apoio. A peregrinação, que começou no dia 31 de julho, passou por três estados: Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

Silvânia

Um grupo de 60 devotos de Silvânia (GO) também caminhou até a Casa do Pai, em uma romaria de cerca de 140 km. Essa foi a 19ª Caminhada da Fé, que começou no dia 22 de agosto e terminou com a chegada em Trindade, no dia 24.

Missa

O reitor do Santuário Basílica, Pe. Robson de Oliveira, presidirá a Santa Missa de abertura da Festa da Paróquia Nossa Senhora da Guia, em Aparecida de Goiâna (GO), no dia 13 de setembro. A celebração será às 19h30.

Palestra A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) traz mais uma novidade de evangelização voltada para os pequeninos, e também para os adultos, levando mensagens de amor, fé e alegria. A Turminha do Pai Eterno agora ganhou espaço especial no Jornal Santuário. A partir desta edição, serão apresentadas as aventuras de Pedro, Rosinha, Mariana, Divininho, José – O Construtor, e o Padre Robson. Tudo isso em formato de tirinha, aqui nesta coluna. Você, leitor, já pode ver abaixo a primeira história. Vale lembrar que a Turminha está no ar, desde abril, todas as sextas-feiras no Programa Pai Eterno, transmitido pela RedeVida, às 7h45, com reapresentação às 10h30. Os episódios também podem ser assistidos pelo canal Pai Eterno no YouTube. E não deixe de acompanhar as outras edições do Programa, de segunda a sexta, nos mesmos horários, ou pelo canal na internet!

Em Dourados (MS), além da Visita da Imagem Peregrina, no dia 29 de setembro, o Pe. Robson de Oliveira ministra palestra para casais da diocese. O encontro será na Catedral e terá como tema “A transmissão e educação da fé cristã na família”.

Ordenação

A Congregação Redentorista de Goiás terá dois novos diáconos. Frater Reinaldo Martins, diretor das Obras Sociais Redentoristas, será ordenado em 19 de outubro deste ano. Já a ordenação diaconal de Fr. Elias Arrais, coordenador litúrgico do Santuário Basílica, está marcada para o dia 12 de dezembro.

5

Noviciado

No último dia 31 de agosto, foi realizada a abertura do pré-noviciado no Seminário Redentorista São José, em Goiânia (GO). A missa foi presidida pelo superior provincial, Pe. Fábio Bento da Costa, e concelebrada pelos padres Elismar Alves, diretor do Seminário; e João Otávio. Oito jovens são acolhidos na preparação para o noviciado do ano que vem.

Centenário

No dia 22 de setembro, no Santuário Basílica, a missa das 17h30 será em comemoração ao centenário da presença das irmãs do Instituto Jesus Maria José no Brasil. São esperadas 300 religiosas de todo o país. Elas participarão também, em Trindade (GO), de momentos de reflexão e oração.

Cecam

Já tiveram início as fundações da construção da nova sede do Centro Educacional de Capacitação e Apoio ao Menor (Cecam). A fase de terraplenagem já foi concluída. As novas instalações estão sendo construídas no Setor Samara, em Trindade (GO). O espaço contará com uma quadra coberta de esportes, além de piscina e auditório.

Reforma

A proposta de projeto de lei e o manifesto pela Reforma Política Democrática no país foram aprovados por 13 entidades, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os documentos foram produzidos em parceria com representantes de diferentes setores da sociedade civil, que chegaram ao consenso de proposta única.

Vila realiza Semana da Pessoa com Deficiência

T

Pacientes internos se divertem com a programação da Semana da Pessoa com Deficiência. A intenção é incentivar inserção na sociedade

odos os dias milhares de pessoas com deficiência, de todo o país, anseiam por mais oportunidades de inserção na sociedade e melhorias na qualidade de vida. Ainda há preconceito, barreiras e discriminação. Por outro lado, existem também pessoas de bom coração que trabalham intensamente para resguardar condições dignas a esses filhos e filhas do Pai Eterno. Na Vila São José Bento Cottolengo, em Trindade (GO), é possível encontrar pessoas assim, profissionais competentes, religiosas dedicadas e ainda voluntários que lutam pelos direitos dos pacientes internos, a fim de proporcioná-los a alegria de viver e de se sentir bem consigo mesmo. No Brasil, desde 1964, a última semana do mês de agosto é dedicada a essa causa, é a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Para 2013, a Vila preparou uma programação focada na superação, baseada no tema “Desafiando os limites, diminuindo as diferenças”, adotado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em todo o país. A programação foi pensada com muito carinho, visando sempre a alegria e o bem-estar dos pacientes. O cronograma de atividades contou com passeios ao Teatro Rio Vermelho, em Goiânia (GO), e ao Centro Cultural Sagrado Coração de Jesus, em Trindade; torneio de Futsal In-

“A Vila busca aproximar as pessoas de nossos pacientes. A cada passeio ou evento que eles participam a gente nota que ainda há gente solidária e de bom coração, mas é algo escasso.” clusivo; Santa Missa, celebrada na Praça da Amizade (na Vila) pelo reitor do Santuário Basílica, Pe. Robson de Oliveira, em ação de graças pelas pessoas com deficiência; além de outras atividades. A Vila São Cottolengo atua diariamente na busca por inclusão, principalmente dos 345 pacientes internos atendidos integralmente pela instituição. Por isso, essa Semana é um período especial de unir forças para lutar pelos direitos dessas pessoas. “Na Vila, esta data vem sendo celebrada há mais de 10 anos, sempre buscando enaltecer as potencialidades de cada paciente nosso. Vejo esse momento como um alerta para a sociedade, uma oportunidade de mostrar a todos o quão um de-

ficiente é capaz, pode superar barreiras e ter a admiração dos outros”, ressalta a diretora administrativa da Vila São Cottolengo, irmã Vanyr Martins de Souza. De acordo com a religiosa, durante a Semana Nacional, o assunto ganha grandes proporções, pois é uma luta que acontece em todo o território nacional. Com isso, chama a atenção de empresários e entidades para a discussão e eles acabam se sensibilizando com a causa e buscam contribuir para ajudar a melhorar o quadro da exclusão, da discriminação. “A Vila busca aproximar as pessoas de nossos pacientes. A cada passeio ou evento que eles participam a gente nota que ainda há gente solidária e de bom cora-

ção, mas é algo escasso. Graças a Deus, temos contado com almas caridosas que, além de fazer uma doação, também querem participar de atividades, querem ajudar como solidárias, e isso é reflexo do trabalho sério que realizamos todos os dias a fim de proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes internos. Se cada pessoa pensasse e quisesse fazer sua parte, tenho certeza que o preconceito iria acabando aos poucos”, destaca a diretora administrativa. A instituição funciona todos os dias, das 8h às 16h30 e é aberta a todos os que desejam fazer uma visita e colaborar de alguma forma com o trabalho desenvolvido no local.


6

Setembro de 2013

A Romaria continua... Todos os anos a Romaria do Divino Pai Eterno atrai milhares de pessoas que saem de suas casas em peregrinação rumo à Casa do Pai. Mas essa romaria não termina com o final da Festa. Durante todo o ano, fiéis peregrinos fazem o caminho até Trindade. E o Jornal Santuário deste mês de setembro traz algumas dessas histórias de devoção. Uma delas envolve uma caminhada de mais de mil quilômetros e muita demonstração de fé.

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

A

fé é um sentimento muito forte e especial. É o que motiva o ser humano a seguir em frente, acreditando que existe um propósito para tudo o que acontece em sua vida. Por meio dela, é possível crer que há esperança de um futuro melhor e que nossas ações fazem parte de uma missão que deve ser cumprida ao longo de toda a vida. Essa mesma fé serviu como motivação, o combustível ideal que fez quatro devotos de Varginha (MG) enfrentarem cerca de 1.200 km de estrada, atravessando, a pé, três estados: Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Os fiéis saíram em peregrinação no último dia 31 de julho, com mais dois outros devotos que os acompanharam em um carro de apoio. O destino não poderia ser outro: Santuário Basílica do Divino Pai Eterno em Trindade (GO). “Eu já tinha vontade de vir há muito tempo. É muito gratificante. A penitência é grande, mas é muito gratificante”, conta um dos organizadores da romaria, Osmar de Jesus Naves. Essa não é a primeira vez que o trajeto foi percorrido. No ano passado, dois membros do grupo deram início à romaria. Para 2013, foram mais de três meses de preparação, buscando recursos e adquirindo tudo o que fosse necessário para garantir uma caminhada tranquila, contando com carro de apoio. “Na Van, carregamos água, alimento, remédios, roupas, colchões, barracas. É o que nós mais precisamos”, explica Osmar. Mais do que a preocupação em garantir a estabilidade do corpo e não perder o pique da caminhada, uma viagem como essa proporciona uma experiência única e permite ao devoto um momento de reflexão. Momento de estar a sós com o Pai, em oração, em penitência. “O que nos motiva sem dúvida é a fé. Às vezes a gente se cansava, perdia um pouco de energia, mas a fé, nem por um minuto”, afirma o peregrino Juscelino de Souza Oliveira. No cronograma da viagem eles costumavam descansar em postos de gasolina, fazendas. Durante o trajeto, por onde passavam, os romeiros faziam história. Eles conheceram vários lugares e fizeram novas amizades, pessoas enviadas pelo Divino Pai Eterno, como anjos na vida desses devotos. “A recepção é incrível, é incrível como as pessoas recebem a gente no caminho”, conta Juscelino. Um dos momentos que marcou a viagem foi quando conheceram um casal de idosos, donos de uma pousada em Ponte Alta (MG). Com emoção, Juscelino conta como foram recebidos pelo casal: “Eles nos receberam, a gente foi se envolvendo na conversa, quando vimos, eles já tinham feito janta, servido café quente, e eu estava debaixo de uma coberta, com lençol branco. Aquilo me emocionou muito. Ela me lembrou minha mãe, trouxe lençol, toalha, travesseiro, coberta”. O devoto continua: “No outro dia, a gente acordou era 3h30 da manhã, ela fez questão de fazer um café quente para nós e nos desejou saúde, paz e fé. Aí nós saímos de lá e três dias depois, numa cidadezinha mais a frente, encontramos o filho desse casal. Ele já estava nos esperando de portas abertas e disse: ‘Olha, três dias atrás vocês ficaram na casa do meu pai, hoje vocês vão ficar aqui’. Lá nós fizemos comida, cantamos moda de viola. Essa foi a melhor passagem pra mim, a melhor de todas. Tiveram outras muito boas também, mas essa foi a que mais marcou”. Lembranças como essa ficarão para sempre na memória dos devotos que enfrentaram muitos obstáculos, a começar pela distância de um lugar a outro, o calor e o sol forte e ainda o carro de apoio que teve um problema. Mesmo assim, eles foram persistentes, pois têm muita fé no Divino Pai Eterno. “A gente está aqui por todos aqueles que não puderam vir. Inclusive, nós trouxemos ao Pai Eterno pedidos para mais de 180 pessoas”, lembra o devoto. Já no Santuário Basílica, de joelhos, aos pés do Divino Pai Eterno, palavras não seriam suficientes para descrever o que as lágrimas conseguiram expressar. O sentimento era de muita emoção e de missão cumprida. O momento era de agradecer e homenagear o Pai Eterno. E apesar do cansaço, a alegria de se completar mais essa romaria. Foi o fim de uma longa caminhada, que deu início a uma nova jornada de vida. “A sensação é de purificação, é a melhor sensação que o ser humano pode sentir desde que ele tenha fé. Todos esses dias que andamos, perdemos a vaidade, esquecemos o horário. Foram pra mim, os melhores dias da minha vida. Agora, só agradecimento e a renovação da fé, aqui eu descarreguei tudo e posso dizer que sou um novo homem. Tudo valeu a pena e eu faria tudo de novo, se assim Deus permitir”, declara Juscelino.


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

7

Superando desafios pela fé

U

m pouco mais próximo de Trindade, na cidade de Silvânia (GO), conhecemos a história de outro grupo de peregrinos que, há 19 anos, vem caminhando para a Capital da Fé, em um percurso de cerca de 140 km de estrada até chegar ao Santuário Basílica. Quando começou, eram apenas quatro pessoas e este ano são 60 romeiros. O grupo é bem diversificado. São trabalhadores rurais, advogados, servidores públicos, empresário, jornalista, aposentado etc. A maioria é de Silvânia, mas tem também devotos de Brasília (DF), Orizona (GO), Catalão (GO) e Vianópolis (GO). O jornalista Célio de Abreu Silva já participa dessa romaria há 13 anos. Ele afirma que conheceu a devoção por meio de seus pais, que são muito católicos. “Meu pai, com 84 anos, gosta de vir na época da Festa e ficar durante toda a semana. De uns tempos para cá eu, minha esposa, minha filha e meus irmãos sempre passamos o último fim de semana com ele aqui”, conta. A caminhada é sempre bem organizada, com equipes para rezar, cantar e animar a turma. Os romeiros contam ainda com a equipe de apoio, com alimentação, água,

remédios e alguns outros elementos básicos para dar suporte aos romeiros, garantindo uma boa viagem. Além disso, existe uma regra para manter a unidade do grupo durante a peregrinação. Eles carregam uma bandeira com a estampa do Divino Pai Eterno e nenhum componente do grupo pode ultrapassá-la. No início, ela é

entregue ao mais velho do grupo, que vai à frente, liderando. Ao longo do trajeto, a bandeira vai sendo passada para as pessoas que estão mais cansadas, ou com algum machucado. A romaria sempre acontece na mesma época, durante a lua cheia do mês de agosto. Célio conta que este é um dos maiores

obstáculos, pois é um período em que a umidade do ar é muito baixa e a sensação de calor é bem mais forte. Além dos perigos da estrada, do tempo seco e do cansaço físico, é na fé que eles encontram forças para seguir em frente. “A gente cansa, se machuca, dá bolhas nos pés, mas nada disso nos atrapalha, pois o que nos move é a fé no Divino Pai Eterno”, diz Célio Silva. Para ele, mesmo com todas as dificuldades, é um momento especial. “Acho muito bom vir ao Pai Eterno agradecer e abraço esta caminhada como um momento que dedico a estar com Deus, rezando e meditando. É um tempo para refletir”, diz. Ele destaca ainda que, melhor ainda que fazer o trajeto, é a sensação de chegar à Casa do Pai. “Sinto-me gratificado por estar em Trindade depois da caminhada. Chegar no Santuário é algo inexplicável. A maioria chora, chora copiosamente. Mas é um choro bom demais, de felicidade. Isto é meio subjetivo, mas parece que estamos no céu. Pode estar cansado, mancando, que quando entra por aquela porta a paz invade a alma. É assim que me sinto”, completa.

Histórias de caravana A

lém dos devotos que vêm a pé para Trindade, a cada semana, centenas de ônibus pegam as estradas, trazendo inúmeros devotos vindos de vários lugares do Brasil. Pessoas que enfrentam viagens longas e cansativas, e ainda assim, ao chegarem ao Santuário Basílica, com um sorriso no rosto, conseguem expressar a alegria de estarem tão próximas do Divino Pai Eterno. Assim aconteceu com os romeiros da Bahia que chegaram à Capital da Fé no penúltimo fim de semana do mês de agosto. Os peregrinos são de Salvador, Ribeira do Pombal e Conceição do Coité. Nenhum deles havia vindo a Trindade antes, e essa deve ser a primeira de muitas outras excursões que farão até a Capital da Fé. A história teve início há cerca de três anos com Iva Santos Loureiro, de 88 anos, que mora em Salvador (BA). Foi ela quem deu o ponta pé inicial para que a devoção ao Pai Eterno conquistasse o coração de toda uma família. Este ano ela se dedicou a fazer uma viagem até Trindade, em um grupo de 34 pessoas, sendo a maioria de sua família. “Todo o meu empenho é pela paixão, pela fé, pelo desejo de agradecer, homenagear e

conhecer o Santuário [Basílica] para sentir de perto o amor, a bondade e a ternura do nosso Pai e Criador”, conta a devota. Tudo começou quando, por meio de uma prima, Iva conheceu essa bonita devoção. Na época ela havia descoberto que tinha um câncer na mama. Ficou muito abalada e triste com a notícia de que teria que começar logo o tratamento de quimioterapia. Por isso, fez uma ligação para essa prima, que é como uma irmã, e ela lhe perguntou: “Você conhece a Novena dos Filhos do Pai Eterno?”. Essa conversa mudou a vida de Iva que, na mesma tarde, ligou a TV, sintonizou o canal da RedeVida e, pela primeira vez,

assistiu a Novena conduzida pelo Pe. Robson de Oliveira. Desde então, Iva se tornou uma evangelizadora, uma missionária desta devoção. Para ela, a oportunidade que teve de conhecer Trindade “é poder cumprir, agradecer, louvar, propagar e poder fazer a minha família sentir e compreender que para o Pai nada é impossível e o quanto Ele é bondoso e misericordioso”. Para planejar a viagem, a devota teve a ajuda da atendente administrativa, Aline Cathalá, que é esposa do neto de Iva, Bruno Cathalá. Aline também tem uma história de amor e um testemunho de fé. Ela conta que passou por algumas dificuldades, com problemas de saúde em sua família, e foi atra-

vés de Iva que conheceram e aprenderam a amar e confiar no Pai Eterno. “Peço ao Pai, todos os dias, força para lutar e agradeço por ter o prazer em viver, eu amo a vida, o estar bem, o fazer o bem, ver e ter felicidade”, declara a devota. Por isso, a viagem até Trindade tem um significado especial.“Ele é grande, altíssimo e onipotente, nos ama com todo fervor. Tudo que faço em minha vida eu peço permissão ao Pai e que Ele me conceda a sabedoria para viver melhor, para mostrar a todos que é impossível viver sem Ele”, conclui.


8

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

Não invocar o Santo Nome de Deus em vão: demonstração de respeito ao Pai

Com o intuito de ressaltar e conhecer um pouco mais sobre os desejos de Deus, o Jornal Santuário, na edição passada, deu início a uma série de reportagens sobre os Dez Mandamentos e abordou o primeiro deles: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Nesta edição, o segundo mandamento: “Não invocar o Santo Nome de Deus em vão”, compreendendo a Lei de Deus e a importância de firmar a aliança de amor com o Pai

D

e acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), o segundo mandamento: “Não invocar o Santo Nome de Deus em vão”, pertence ao primeiro capítulo dos Dez Mandamentos e destaca a importância de honrar o Santo Nome de Deus, bendizendo -O, louvando-O e glorificando-O. No Evangelho de Mateus encontra-se a oração do Pai Nosso, que o CIC classifica como a que está no centro das Escrituras. Ela se inicia assim: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso nome...” (Mt 6,8-9). Observando o segundo trecho – “... santificado seja o vosso nome...” – e reconhecendo o significado e a grandiosidade dessa prece, é possível mensurar a importância de amar e bendizer o nome de Deus, cumprindo assim o segundo mandamento. Para o professor do Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg), padre Joaquim Cavalcante, “Não invocar o Santo Nome de Deus em vão” implica em uma vivência concreta de amor com o Pai Eterno, uma vez que pronunciar em vão, supõe-se uma relação superficial com Ele. “O segundo mandamento sublinha a primazia de Deus em toda relação de fé. Dizer: ‘creio em Deus’ é dizer que Ele é o único bem e não pode ser banalizado. Deus é Santo e fonte de toda santidade, ninguém pode abusar da divina majestade. O nome é a pessoa”, explica. No livro do Êxodo (Ex 20,7), a ordem imperativa para não pronun-

ciar o nome de Deus em vão vem precedida de outros ‘nãos’ e termina dizendo que o Senhor ‘não deixará impune aquele que pronunciar Seu nome em vão’, mas o Texto Sagrado não menciona o tipo de punição.

Pronunciar o nome do Senhor

É comum, no dia a dia, falar expressões como “meu Deus!” ou “ai meu Deus do céu!”, e muitos perguntam se essas são formas de dizer o nome de Deus em vão. Questionado sobre esse assunto, padre Joaquim lembra as palavras de Santo Agostinho que diz: “o nome de Deus é grande lá onde for pronunciado com o respeito devido a Sua grandeza e a Sua majestade. O nome de Deus é Santo lá onde for pronunciado com temor de ofendê-lo”. O sacerdote completa ressaltando que dizer essas expressões, é mais uma confissão afetivo-cultural de fé. É afirmar, onde quer que se encontre, que Deus está no céu como no pensamento e na boca de quem fala. E explica que “é nesse sentido que ‘o nome de Deus é grande lá onde for pronunciado’”. Com o objetivo de agradar ao Pai Eterno, muitas pessoas procuram saber o modo correto de tratar Seu nome para honrá-Lo e santificá-Lo e, mais ainda, como se proceder ao ouvir alguém maldizendo o nome ou as coisas de Deus. Sobre isso, padre Joaquim destaca o livro de Zacarias (Zc 2,17), que diz que diante do Senhor resta uma única atitude por parte do ser humano: o

silêncio, a adoração. O uso do nome de Deus deve ser feito para bendizê-Lo, louvá-Lo e glorificá-Lo. “Diante do nome do Senhor todo joelho se dobra em silêncio e adoração. A meu ver, esse é o modo mais correto de tratar e se relacionar com o mistério eterno transcendente e fascinante, o Deus Uno e Trino, amor e bondade inefável”, disse. Em relação a defender o nome de Deus, o sacerdote explica que “corrigir quem está errado não só é uma virtude como é uma obra de caridade. Dependendo de quem estiver pronunciando o nome de Deus em vão ou do momento, a correção deve ser feita ali. Caso contrário, pode ser feita em outra oportunidade. Contanto que o faça, pois o cristão nunca deve ser omisso. Silenciar por prudência é virtude, por omissão é pecado”, destaca.

Pecados contra o nome de Deus

Blasfêmia e perjúrio são pecados graves contra o Santo Nome de Deus. Segundo o padre Joaquim Cavalcante, “a blasfêmia é um ultraje dirigido à Pessoa ou coisa Santa. Quem blasfema contra Deus insulta e afronta a dignidade divina”, desse modo quem comete uma blasfêmia é chamado de blasfemo e é aquele que difama o Sagrado, não tem respeito nem reverência diante do mistério e o ofende sem escrúpulo com palavras ou atitudes. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja

de Cristo, os santos, as coisas sagradas” (CIC, 2148). De acordo com o sacerdote, o pecado do perjúrio está em usar falsamente o nome divino e, consequentemente, estabelece uma relação falsa e superficial com Deus. “O juramento falso é reprovado por Deus. Jurar é invocar a Deus como testemunha do que se diz ou do que se faz. E como pode alguém invocar a verdade divina para garantir uma mentira? Jurar falso é pecar por incoerência e falta de temor para com a verdade absoluta e eterna”, explica. O CIC destaca que, “abster-se de fazer juramento é um dever para com Deus. Como Criador e Senhor, Deus é a regra de toda verdade. A palavra humana está de acordo com Deus ou em oposição a Ele que é a própria verdade” (CIC, 2151). Desse modo, segundo o professor, o santo temor de Deus suscita na consciência do fiel o discernimento para não invocar o nome de Deus para testemunhar contendas humanas. O sacerdote finaliza dizendo que, para ele, a melhor forma de cumprir o segundo mandamento é procurar viver intensamente o primeiro. Isto é, amar a Deus sobre todas as coisas. “Pronunciar o nome do Senhor em vão, para mim, é falta de primazia e autenticidade no amor. Deus é amor e quem ama permanece em Deus. Portanto, a melhor maneira de cumprir o segundo mandamento é amar a Deus e amá-Lo sempre no irmão que vemos, ou que passa, ou está ao nosso lado”, diz.


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

9

ENTREVISTA: Padre Idemar Costa “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido”, o lema do Mês da Bíblia deste ano nos convida ao estudo do Evangelho de Lucas. O livro conta a vida de Jesus Cristo do nascimento a Sua ascensão. É o momento de aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e propagá-la em nossa comunidade. O vigário do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), padre Idemar Costa, conversou com a reportagem do Jornal Santuário e falou da importância desse momento na vida dos cristãos.

JORNAL SANTUÁRIO – Por que celebrar o Mês da Bíblia? PE. IDEMAR COSTA – Celebrar o Mês da Bíblia é, na verdade, um convite para fazermos um caminho com a Palavra de Deus e este caminho consiste em conhecermos cada vez mais a mesma. O método é: ler para conhecer; conhecer para amar; e amando-a oferecê-la e testemunhá-la. Ninguém ama o que não conhece e, também, ninguém propõe como verdade aquilo que não acredita. À medida que vamos conhecendo, amando e acolhendo como verdade é que vamos edificando nossa vida em Cristo e propondo-O como verdade ao mundo de hoje, tão necessitado da Sua presença. “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-Lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DAp 247). O que motivou essa tradição da Igreja Católica e a escolha pelo mês de setembro? O Concílio Vaticano II, com uma profunda motivação pastoral em vista de aproximar a Igreja do mundo moderno, fez florescer o desejo de uma pastoral iluminada pela Palavra de Deus. O que fez com que a Bíblia conquistasse o seu espaço e recuperasse sua condição fundamental na vida e na missão eclesial. Isso levou a Igreja, no ano de 1971, a criar o Mês da Bíblia com a finalidade de instruir os fiéis a propósito da Palavra de Deus e difundi-la, sobretudo nas camadas populares, propondo o estudo orante de um livro, ou parte dele, a cada ano, no mês de setembro. Setembro, contudo, foi escolhido como Mês da Bíblia, em razão da festa de São Jerônimo. Este homem deixou um forte marco na vida da Igreja, devido ao seu grande interesse pela Sagrada Escritura. Jerônimo viveu entre os anos 340 e 420 e foi secretário do Papa Dâmaso. Ele foi encarregado por revisar a tradução latina da Sagrada Escritura e sua versão recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa popular. Dando seguimento à proposta da Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), este ano, será estudado o Evangelho de Lucas. Qual a proposta da Igreja com o lema “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15)? O que se busca com esse estudo? Lucas escreve para comunidades periféricas das polis (cidades), compostas em sua maioria por gentios e pagãos. São pessoas que viviam à margem da sociedade, dispersas como ovelhas perdidas, roubadas, machucadas e feridas (Lc 10,29-37), passando fome (Lc 9,10-17) e doentes (Lc 5,1726; 6,6-11; 17,11-19). O evangelista Lucas nos oferece em Jesus a imagem do rosto misericordioso de Deus, que se compadece e acolhe a todos, sem distinção, como o pastor que reúne suas ovelhas dispersas (Lc 15,4,7). Lucas quer despertar nos discípulos missionários a compaixão e a misericórdia e levá-los à comunidade, à casa de todos, onde juntos e, indistintamente, como irmãos, partilham o pão ao redor da mesma mesa. Como os cristãos devem vivenciar o Mês da Bíblia? Os cristãos devem vivenciar este mês com muito entusiasmo e esperança. Lendo, estudando a Palavra de Deus e, em especial, o livro proposto, buscando reavivar e aprofundar

sua fé, no desejo de alimentar e fortalecer a vida em nossas comunidades. E, contudo, é necessário deixar claro que a Palavra de Deus deve estar presente em todos os momentos da vida cristã. O verdadeiro discípulo missionário sempre está em contato com a Palavra de Deus para descobrir nela a vontade Dele para sua caminhada e, assim, ir solidificando sua vida em Cristo com o propósito de testemunhá-Lo no mundo de hoje. Esta celebração é uma forma de aproximar as pessoas das Escrituras Sagradas? Sim. A celebração do Mês da Bíblia tem por objetivo ajudar o cristão na familiaridade com o Texto Sagrado. Mas, esta celebração não pode se resumir a leitura destes textos na liturgia. O livro proposto deve estar presente em nossas leituras e meditações pessoais, nos círculos bíblicos e nos grupos de reflexão da Palavra de Deus, que ajudam a Igreja a alimentar-se dela. Desta forma, vamos percebendo que é atual o Espírito de Deus. Ele não só inspirou os autores sagrados para que escrevessem os livros, mas continua de algum modo misterioso a inspirar a Igreja e os fiéis, quando leem esses livros. Neste ano de 2013, o texto que nos é oferecido é o Evangelho de Lucas e tem como intuito conduzir o cristão a uma vivência do discipulado e da missionariedade a par-

tir do lema “Alegrai-vos comigo, pois encontrei o que havia perdido” (Lc 15). Vivenciemos com intensidade e aprofundamento os ensinamentos deste Evangelho, pois, iluminados por ele, busquemos a conversão para nossas vidas, deixando que a reflexão e vivência nos leve a um serviço alegre. Por que é importante ter o hábito de ler a Palavra de Deus? Porque é a partir do exercício constante da leitura que conhecemos as Escrituras Sagradas. Conhecer é o melhor modo de se aproximar desse povo da Bíblia e da sua experiência com este Deus, amoroso e misericordioso, e de toda a cultura que os envolvia. Só pela leitura vamos conhecendo o lugar onde vivia esse povo, os conflitos que atravessavam no momento em que este texto foi inspirado e escrito, as motivações pelas quais foi escrito e como o autor queria impulsionar os cristãos a não se perderem, a não ficarem caídos no caminho. Mas, mesmo em meio a todo o sofrimento e tormento, saber crer, confiar e levantando-se, de cabeça erguida, continuar firme na sua caminhada, sabendo que Deus é nosso companheiro de estrada. Desta experiência de Deus com seu povo e deste povo com Deus nos ficou este tesouro espiritual, que serve de orientação para nossa vivencia, nossa prática e nosso testemunho.

O Evangelho de Lucas relata a vida de Jesus. Padre Idemar Costa destacou alguns ensinamentos do livro do Novo Testamento. A misericórdia de Deus - “A misericórdia que se apresenta como um amor sem limite. Temos, por exemplo, o capítulo 15, onde encontramos três parábolas sobre este tema: a ovelha perdida; a moeda perdida; e a do filho perdido ou parábola do Pai misericordioso. Ora, a misericórdia de Deus, em Lucas, tem por objetivo mostrar a atitude que se deve ter para com os pagãos. Eles são os deserdados, excluídos da história da Salvação, a quem Deus, compadecido, quer salvar.” O Perdão - “Neste tema podemos mencionar a passagem da pecadora arrependida (Lc 7,36-50), a conversão de Zaqueu (Lc 19,1-10), a oração de Jesus por aqueles que o crucificam (Lc 23,24), as palavras ao bom ladrão (Lc 23,43). Uma multidão ao pé da Cruz, não agressiva, que, comovida pela Paixão de Jesus, voltava para casa batendo no peito, em sinal de arrependimento (Lc 23,48).” Um Evangelho destinado aos pagãos - “Não encontrando na vida de Jesus motivações suficientes para falar dos pagãos, Lucas procura os ditos e ações de Jesus entre aqueles que não pertenciam ao povo judeu para aplicar a estes povos. Por isso se referem aos samaritanos. Entre os leprosos curados pelo Senhor, um era samaritano (Lc 17,16), o samaritano misericordioso da parábola (Lc 10,30-35), fala-se muito bem do centurião romano (Lc 7,5) e mesmo Jesus admira-o (Lc 7,9).” A oração - “É necessário rezar sempre e rezar sem interrupção (Lc 11,1-13; 18,1-8; 21,36). Jesus está em oração em diversos momentos: no Seu batismo (Lc 3,21); na eleição dos Apóstolos (Lc 6,12); durante o Seu sermão (Lc 5,16; 9,18; 11,1); na transfiguração (Lc 9,28-29); e na Cruz (Lc 23,34). Outros personagens também rezam: Maria, Mãe de Jesus (Lc 1, 46-55); Zacarias (Lc 1,67-79); os Anjos (Lc 2,14); Simão (Lc 2,29-32); Ana (Lc 2,37-38).” Renúncias - “Para seguir Jesus, deve-se renunciar a tudo (Lc 14,33). Também os que seguem Jesus abandonam tudo (Lc 5,11; 5,28; etc.). É necessário carregar a cruz ‘cada dia’ (Lc 9,23) e renunciar a tudo o que se ama e a tudo o que se tem (Lc 14,25-33).”


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

ARQUIDIOCESE

Doação de órgãos e tecidos. O que diz a Igreja? A transplantação de órgãos é moralmente aceitável com o consentimento do doador e sem riscos excessivos para ele. Para o ato nobre da doação de órgãos depois da morte, deve acertar-se plenamente a morte real do doador. (Catecismo da Igreja Católica. 476) No dia 29 de agosto do ano 2000 o papa João Paulo II foi convidado para falar aos participantes do 18º Congresso Internacional sobre Transplantes. Ali, diante das mais diversas “autoridades” no assunto o papa fez valer sua autoridade moral para refletir sobre este tema. De onde a Igreja parte para se pronunciar sobre esta “complexa e delicada temática dos transplantes”? Parte justamente do pressuposto de que a vida do ser humano deve ser sempre preservada em sua integridade, tendo por base os critérios do Evangelho. “Eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância” (Jo 10,10). A vida, de fato, é o bem mais precioso que o Divino Criador nos deu e deve ser cuidada em todos os seus aspectos. E isso inclui os aspectos espirituais e físicos. A doação de órgãos e tecidos, desde que feita obedecendo critérios éticos é, não apenas moralmente aceita, como também recomendada. É sempre um gesto de doação e entrega e, lembra o João Paulo II, “merece particular apreço a doação de órgãos feita, segundo formas eticamente aceitáveis, para oferecer uma possibilidade de saúde e até de vida a doentes, por vezes já sem esperança”. Ao se deparar com este tema o cristão é chamado a se posicionar à luz dos princípios do Evangelho e da Igreja. Naquele Congresso, realizado em Roma, o papa chama a atenção do mundo para o fato de que, “...como se verifica em qualquer conquista humana, também este setor especial da ciência médica, apesar de oferecer toda a esperança de saúde e de vida a muitos, não deixa de apresentar alguns pontos críticos, que requerem ser examinados”. Entre as preocupações trazidas destacam-se: a questão de como a ciência “enxerga” o corpo humano que, afinal, “não pode ser considerado apenas como um conjunto de tecidos, órgãos e funções... Ele é parte constitutiva da pessoa...”. (Donum Vitae. Congregação para a Doutrina da Fé). Há ainda questões éticas como a apressar a constatação da morte cerebral de pacientes para satisfazer, não poucas vezes a interesses econômicos. Além, é claro do famigerado comércio de órgãos. Enfim, como em todos os campos, é preciso acreditar no ser humano e promover a vida tão querida por Deus. Num mundo programado para os que são “espertos”, o cristão não pode deixar de dar sua contribuição, sem abrir mão da consciência crítica, própria do profeta. Afinal “a doação de órgãos é uma forma peculiar de testemunho da caridade. Numa época como a nossa, com frequência marcada por diversas formas de egoísmo, torna-se cada vez mais urgente compreender quanto é determinante para uma correta concepção da vida, entrar na lógica da gratuidade. (Bento XVI. Aos Participantes do Congresso Internacional sobre doação de órgãos. 7 de novembro de 2008). Para ilustrar, partilho esta história que li: “Faz muitos anos, quando trabalhava como voluntário no Hospital de Stanford, conheci uma menininha chamada Liz que sofria de uma estranha enfermidade. Sua única chance de recuperar-se aparentemente era uma transfusão de sangue do seu irmão de cinco anos, que havia sobrevivido milagrosamente da mesma enfermidade e havia desenvolvido anticorpos necessários para combater a enfermidade. O doutor explicou ao menino a situação da sua irmã e lhe perguntou se estaria disposto a doar seu sangue à sua irmã... Eu o vi duvidar por um momento antes de dar um grande suspiro e dizer: ‘Sim... eu o darei, se isto salvar a Liz’. Enquanto a transfusão continuava, ele permanecia recostado em uma cama junto a da sua irmã, sorrindo, enquanto nós assistíamos a ele e sua irmã, vendo retornar a cor à face da menina e a do menino se empalidecer... Então, seu sorriso desapareceu... Ele olhou bem para o doutor e perguntou, com voz temerosa: ‘Doutor, a que horas começarei a morrer?’ ... Por ser menino, ele não havia compreendido o doutor... pensava que ele daria todo o seu sangue à sua irmã... E mesmo assim, o dava...”

Pe. Elenivaldo Manoel dos Santos

Adm. Paroquial da Paróquia Santa Luzia, Novo Horizonte, Goiânia

p

a

n

o

r

a

m

a

Canonização de João Paulo II e João XVIII O Papa Francisco deve anunciar no dia 30 de setembro as datas de canonização dos beatos João Paulo II (1978-2005) e João XXIII (1958-1963). A informação é do prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato. Para o cardeal, os beatos “são dois pilares, não só da cultura cristã, mas também da santidade cristã”. A canonização é o processo na Igreja Católica Apostólica que atribui o estatuto de santo àquele ou àquela que era beato (a). O processo é complexo, pois envolve uma série de aspectos e é conduzido pela Santa Sé, por intermédio de comissão específica, cuja última palavra é do papa, único com autoridade para conceder o estatuto de santo.

Autorregularização de informações Os contribuintes – pessoas físicas e jurídicas – que pedirem restituição, ressarcimento ou desconto no pagamento de tributos poderão corrigir erros nos requerimentos pela internet. Chamado de autorregularização, o novo serviço lançado pela Receita Federal permite o acompanhamento, à distância, da análise dos pedidos e a retificação de informações. O serviço está disponível no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte da Receita (e-CAC). Segundo a Receita Federal, parte dos pedidos é rejeitada justamente por causa de informações prestadas pelos contribuintes que não correspondem aos registros contábeis e fiscais. De acordo com o Fisco, as decisões desfavoráveis aos contribuintes davam origem a contestações administrativas e judiciais que atrasavam o pagamento dos créditos.

Declaração Eletrônica de Bens de Viajante O Diário Oficial da União publicou instrução normativa que institui a Declaração Eletrônica de Bens de Viajante (e-DBV). A medida permite que a declaração de bens e valores em viagem internacional seja realizada por meio da internet, utilizando computadores, tablets e smartphones, facilitando a vida dos viajantes, pois tornará mais rápidas as operações de fiscalização. Pelo projeto, ao chegar ao país, o usuário terá a facilidade de transmitir por uma rede sem fio, por exemplo, as informações digitadas em dispositivos móveis que, no mesmo instante, entrariam na base de dados armazenada nos computadores da Receita Federal. Segundo o órgão, a disponibilização do serviço tem como objetivo a preparação da Receita Federal para os grandes eventos esportivos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Vacina contra dengue A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto Butantan a fazer testes da vacina contra a dengue em seres humanos. O teste terá a duração de cinco anos e será feito em 300 voluntários. A autorização dada pela Anvisa é para analisar efetivamente a eficácia e segurança da vacina tetravalente e que pretende prevenir a população contra os quatro tipos da doença (1, 2, 3 e 4). Os testes serão feitos no Instituto Central (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-USP); no Instituto da Criança (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) e no Hospital das Clínicas (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP). A pesquisa da nova vacina foi iniciada em 2006 e, se for aprovada em todas as etapas, poderá ser vendida e distribuída à população.

Médicos estrangeiros no Brasil Os profissionais contratados pelo governo brasileiro dentro do programa Mais Médicos começaram a chegar ao País no mês de agosto. Dos 1.618 médicos cadastrados no programa, 359 são estrangeiros (sem considerar médicos brasileiros formados no exterior) e serão alocados em 158 municípios. Muitos deles são cubanos. Antes de começar a trabalhar, eles passam por um curso de três semanas sobre legislação e o sistema de saúde no País. No dia 16 de setembro, eles começam a atuar. Para trabalharem no Brasil, os médicos estrangeiros não serão submetidos ao Revalida, exame para validar o diploma no Brasil. O contrato será de 40 horas semanais e com duração de três anos.

Estimativa da população brasileira A população brasileira vai alcançar seu ponto máximo de crescimento em 2042, quando chegará a 228,4 milhões de habitantes, e a partir de então vai começar a diminuir. É o que demonstra um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a queda da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida vai triplicar o índice de idosos no país, fazendo com que em 2060 o Brasil tenha dois habitantes com mais de 65 anos para cada criança. O IBGE estima que a população atual é de 201.032.714 habitantes, vai aumentar para 212,1 milhões em 2020, até alcançar o máximo de 228,4 em 2042, quando começará a decrescer, atingindo o valor de 218,2 em 2060.

Fotos: Web

10


Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Setembro de 2013

11

Em cada artesanato uma história para contar Os trabalhos realizados pelas Obras Sociais Redentoristas foram apresentados na Feira da Solidariedade. O evento, este ano, foi integrado à Jornada da Cidadania

T

apetes, panos de prato, bordados, colchas de retalhos, enfeites para casa, entre outros inúmeros artesanatos. O colorido do estande das Obras Sociais Redentoristas chamou a atenção das pessoas que participaram da Jornada da Cidadania, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de agosto na Área I da PUC, em Goiânia (GO). O espaço reuniu objetos produzidos no Centro Educacional de Capacitação e Apoio ao Menor (Cecam), Centro Social Pai Eterno (Cespe), Centro Social Redentorista (CSR), Casa Talitha Kum, Centro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pastoral de Rua, Associação Casa da Esperança (Acade) e pelo Grupo de Jovens Compromisso. Para a coordenadora do Centro de Convivência Nossa Senhora

do Perpétuo Socorro, irmã Margarida Aparecida Pereira, mais do que vender os produtos para manter as obras, o intuito foi mostrar parte do que é desenvolvido pela Igreja com crianças, adolescentes, idosos, doentes, moradores de rua e outros. “Quando a pessoa vem num lugar desse e vê a quantidade enorme de obras, de trabalhos sociais da Igreja Católica, ela vê que tem muita coisa sendo feita que não sabia”, explicou a religiosa. No entanto, Ir. Margarida reconhece que muita coisa não pôde ser vista ali “como, por exemplo, o idoso que melhora de uma depressão, a criança que aprende um artesanato e cresce com a autoestima elevada, pessoas que recebem o aconchego na hora em que mais necessitam”. Segundo a coordenadora, somente na vivência do dia a dia é possível ver

tudo isso. “Cada obra tem os seus beneficiários e tem muitos testemunhos bonitos de pessoas que melhoraram muito a partir dos nossos trabalhos”, salientou. Para ela, a colaboração das pessoas é fundamental, seja ajudando ou doando um pouco de seu tempo em alguma ação social. “Ela [a pessoa] leva um simples pano de prato e já está contribuindo para a manutenção da obra. Mas se não puder comprar, não tem problema. É importante para nós que as pessoas nos conheçam”, pontuou. A professora Carmem Regina afirma que é essencial expor o que é desenvolvido pela Igreja. “É uma forma de dar visibilidade ao que é feito”, disse. Para a estudante de pedagogia, Amanda Ribeiro, os produtos mostram que as ações sociais realmente acon-

tecem: “É bem valoroso. É uma forma de expor o que eles fazem na prática”. Os artesanatos chamaram também a atenção da estudante de Fisioterapia Mikaelle Lima. “Eu gostei da criatividade dos objetos”, contou. O dinheiro das vendas é destinado às Obras Sociais Redentoristas. A estudante Karine Marra acredita que isso motivou ainda mais as pessoas a irem até o estande. “Eu achei muito legal porque é um trabalho da Igreja. O dinheiro arrecadado aqui vai ajudar as pessoas que precisam. Eu achei isso muito importante e vim fazer a minha parte”, completou. Com o mesmo pensamento, a também estudante Yasmim de Moura Grego considera válido o ato de comprar os produtos: “Todo o dinheiro, o lucro, vai ajudar as pessoas carentes que precisam de estudo,

saúde. As pessoas estão precisando de mais gente que se importe em ajudá-las”. Encantada com tudo o que via, a estudante de Pedagogia Edileuza Mendanha fotografava cada objeto. “Eu achei tudo muito lindo. É interessante as cores, o capricho que eles têm para confeccionar”, ressaltou. O biólogo Washington Cozac contou que viu um dos banners expostos e resolveu perguntar como as obras funcionavam. Ele comprou para a mãe uma bolsa que serve também como avental e afirmou que saiu do estande com a certeza de que todos devem ser voluntários em alguma coisa, que é preciso ajudar de alguma forma. “Eu fico feliz que as coisas estão acontecendo. Eu saio feliz por ajudar e por saber que existem projetos assim”, concluiu.

Feira da Solidariedade na Jornada Cidadania Este ano, a Arquidiocese de Goiânia e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) reuniram a Feira da Solidariedade, a Semana de Cultura e Cidadania, e a Semana do Folclore, em um único evento: a Jornada da Cidadania. A unificação foi a maneira encontrada para qualificar as ações e serviços oferecidos. Para a Arquidiocese de Goiânia, o momento foi de festa, comunhão, solidariedade, fraternidade e exercício da cidadania, unindo a comunidade acadêmica e a sociedade local. Em sua oitava edição, a Feira da Solidariedade divulgou os trabalhos e as obras sociais desenvolvidas pela Igreja. Segundo o diretor executivo, Izekson José da Silva, além de promover as obras sociais, este é um momento de integração, confraternização e espiritualidade. “Nós tivemos atendimento de confissões, adoração ao Santíssimo, Santa Missa, palestras e shows”, explicou. A Feira envolveu paróquias, entidades sociais, associações e cooperativas de artesãos de todo o Estado. Para Izekson José, as obras sociais tem um trabalho relevante para a Igreja, cuidando de crianças em situação de risco, recuperando dependentes químicos, dando assistência a doentes, a moradores de rua, entre outras ações. “Cada um tem sua importância, seu carisma, o seu jeito de ser Igreja, o seu jeito de viver essa comunhão, essa fraternidade e a essência da caridade”, destacou.


12 Setembro

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

de 2013

Juventude e Prevenção às Drogas A

Em sua terceira edição, Congresso de Prevenção às Drogas tem objetivo de lutar pela valorização da vida e pela construção de uma sociedade mais digna e fraterna

viagem das drogas pode não ter volta. E, sempre, traz danos e perdas. A prevenção é a melhor estratégia. Por isso, com o apoio dos Missionários Redentoristas, acontece mais um Congresso Regional de Prevenção às Drogas. Em sua terceira edição, o evento acontece nos dias 13 e 14 de setembro, no auditório da Câmara Municipal de Trindade. Este ano, o congresso traz o tema: “Juventude e Prevenção às Drogas”; e o lema: “Fé no resgate da vida”. A programação é aberta ao público em geral: educadores, profissionais liberais, conselheiros, líderes comunitários, policiais, estudantes universitários. O evento contará com a participação de 300 congressistas e mais de 400 pessoas envolvidas. Estarão presentes representantes de todas as entidades parceiras: Polícia Civil do Estado de Goiás, Ministério Público do Estado de Goiás, Fórum Goiano de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, Secretaria Estadual de Educação de Goiás, Prefeitura Municipal de Trindade, além de autoridades locais. O congresso tem quatro objetivos fundamentais: levar a mensagem de prevenção, antecipando-se à mensagem do narcotráfico; compartilhar conhecimento didático dos malefícios e consequências irreparáveis do uso de drogas; conscientizar a sociedade de que a atuação pre-

ventiva é muito mais eficaz que a atuação repressiva; e reforçar a necessidade constante da educação, no tocante ao uso de drogas, da infância à maturidade, devido à expansão do narcotráfico e do uso de drogas lícitas. Estender a mão, dar suporte, educar e resgatar. Um processo constante, que envolve crianças, adolescentes, famílias, professores e a comunidade. Essa é a síntese do Congresso Regional de Prevenção às Drogas. Momento de compartilhar experiências e trazer novas informações para evitar que a juventude entre por esse caminho e, também, recuperar aqueles que trilham suas tortuosas estradas. A escrivã da polícia civil, Flávia Christine Souza, afirma que ao longo dos últimos anos pôde constatar que o uso abusivo e o tráfico de drogas lícitas e ilícitas aumentam a cada dia, atingindo principalmente as crianças e os jovens. “O mais difícil é que muitas vezes as famílias, os educadores, as autoridades, enfim, a sociedade como um todo não sabem como agir diante dessas situações. Assim, surge a necessidade de realização do evento, formar uma sociedade civil organizada, que possa enfrentar a problemática das drogas de uma forma mais eficaz, e principalmente se convencer que a prevenção ao uso de drogas é o melhor caminho”, comenta. De acordo com Flávia Chris-

tine, o objetivo do congresso é mobilizar a sociedade em seus diversos seguimentos, bem como as autoridades locais, inclusive as entidades religiosas para que todos se envolvam nessa causa. “Através de ações de prevenção, no âmbito familiar, escolar e social, contribuiremos e muito para a nossa sociedade, que verá mudanças comportamentais do indivíduo, possibilitando a transformação em uma sociedade mais fraterna e mais humana. É através dessas ações e projetos que nossos adolescentes se conscientizarão da importância de valorizar a vida e entendê-la como o nosso bem maior, sendo esses conhecimentos repassados pelos educadores, familiares, conselheiros, profissionais, policiais, religiosos e demais membros da nossa comunidade”, destaca. Os alunos do Centro Educacional de Capacitação e Apoio ao Menor (Cecam) participam do congresso. Lá, eles realizam apresentações, demonstrando o que aprenderam no projeto, incentivando outros adolescentes a praticarem o bem, e ainda alimentando a esperança e fé dos profissionais e pessoas ali presentes, mostrando que sempre há um novo caminho. Os educadores e profissionais presentes no evento são responsáveis por repassar o conhecimento e experiências adquiridas aos demais membros da sociedade, com o mesmo próposito.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.