Almanaque Anjos de Alegria nº 19, jul 2012

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Ano II - n.º 19 - julho /2012

‘‘Acompanhados, alentados e amados pelo Pai’’ página 7 ATIVIDADES página 3

HISTÓRIA páginas 4 e 5

MURAL página 6


Ano II - n.º 19 - julho 2012

PARÓQUIA DIVINO PAI ETERNO

100 anos de construção do Santuário Matriz ‘‘Louvamos ao Pai Eterno, a Jesus que é o seu Filho, e ao Espírito Divino nesta terra de Trindade. Aqui no Santuário moradores e romeiros quantas graças receberam da Santíssima Trindade.’’ (trecho do hino do Centenário da Matriz – Pe. Ronoaldo Pelaquin)

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aríssimos irmãos, esse é, sem dúvida, um ano muito especial para o povo de Trindade e para o povo romeiro que vem de todos os cantos do Brasil – ao celebrarmos 172 anos de história, desde o achado do medalhão, solenizamos 100 anos de construção do Santuário Matriz do Divino Pai Eterno. Nossa alegria é grande demais... O tempo é de festa e comemoração. Tanta história... tantos fatos e acontecimentos... tantas pessoas que marcaram a vida de nossa querida cidade de Trindade. O Santuário Matriz marca o início de tudo. Todos os acontecimentos aqui teveram o seu começo... Celebrar este centenário é para nós motivo de muito agradecimento ao nosso Pai Eterno que escolheu esse lugar para estabelecer a sua morada. Trindade é hoje a capital da fé do povo católico de todo o Brasil. Graças infinitas, bênçãos abundantes, cotidianamente, são derramadas em todos quantos procuram o Santuário Matriz e a Basílica do Pai Eterno. Por tudo isso, temos trabalhado muito junto ao Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – para o tombamento material de nossa Igreja, como Patrimônio

Nacional, e ao mesmo tempo para o registro imaterial da Romaria de Carros de boi. Sabemos e reconhecemos que ambos títulos já são reconhecidos no coração de cada devoto que vem a Trindade, contudo queremos que este reconhecimento aconteça de fato e de direito – escrevendo o nosso nome no registro nacional do Ministério da Cultura. Rezemos juntos para concretização de mais essa conquista. E a todos que vieram trazendo na bagagem e no coração a certeza da fé que alimenta a alma e nutre nossa esperança, sejam bem-vindos. Que o Pai Eterno abençoe a todos.

Pe. Marco Aurélio M. da Silva, C.Ss.R

Pároco e Reitor do Santuário Matriz do Divino Pai Eterno

EXPEDIENTE

Produzido pela EQUIPE ANJOS DE ALEGRIA da Paróquia Divino Pai Eterno

Histórico: Equipe instituída pelo Pe. Marco Aurélio em dezembro/2009 com propósito de evangelizar de maneira lúdica a celebração das crianças da Paróquia Divino Pai Eterno – Trindade – GO. COORDENAÇÃO: Ana Cláudia ANJOS COLABORADORES: Nelson Rodrigo e Neide FOTOGRAFIA: Olinda Fotografias e Filmagens PROJETO GRÁFICO: Silvio Leal ILUSTRADOR: Victor Filho

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

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PINTE O VERSÍCULO Pinte bem bonitinho o versículo abaixo, e peça alguém para ler e memorizar com você

‘‘De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração...’’ Salmos 5,3 Confira as novidades do Almanaque Anjos de Alegria através do site: www.paroquiadivinopaieterno.org


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HISTÓRIA ILUSTRADA I - O ACHADO MIRACULOSO Transportemo-nos até o ano de 1843 para conhecer o poético e bucólico arraial de Barro Preto, localizado no centro de Goiás. Seus poucos moradores trabalhavam na terra, de onde tiravam “o pão de cada dia” com o suor do rosto. Suas moradias eram de pau-a-pique, cobertas com folhas de buriti. Mas todos viviam da Fé robusta e simples, herdada dos antepassados. Certo dia Constantino Xavier Maria e a esposa Ana Rosa de Oliveira estavam limpando uma plantação, quando notaram, no chão já revolvido, uma medalha de bom tamanho. Era de terra cota. Tinha formato oval e media cerca de meio palmo. Constantino exclamou admirado, mostrando a medalha para a esposa: - Ana, veja aqui esta medalha. Ana pegou-a respeitosamente, limpou-a no avental, e beijando-a, disse numa alegre surpresa: - Veja só! Representa as Três Pessoas da Santíssima Trindade, coroando nossa Mãe, nossa Senhora. Vamos levá-la para casa? Naquele momento não se interessaram em conhecer a origem do medalhão. Viram simplesmente o dedo de Deus naquele achado providencial. A notícia se espalhou rapidamente. Naquela mesma noite reuniu-se um pequeno grupo na casa de Constantino para rezar o terço diante do Divino.

II - CRESCE A DEVOÇÃO A devoção ao Divino Pai Eterno foi se

espalhando pelos povoados. Os romeiros acorriam pressurosos até Barro Preto como os pastores acorreram para Belém. O canto plangente dos carros de boi, levando os devotos para ver o Divino Padre Eterno, ecoava ao longe no silêncio do sertão. Muitos traziam as “tralhas” para armar sua barraca ao redor da capelinha. O arraial formigava de gente. Já era tempo de convidar o padre. O velho Pe. Basílio, vigário de Campininha das Flores, começou a atender os fiéis no primeiro domingo do mês de julho. Essa data foi virando dia de festa. Não tardaram as graças e os milagres. Assim começou a devoção. Assim começou a romaria. Deus se serve dos pequenos para realizar grandes obras. III - O MEDALHÃO É SUBSTITUIDO A capelinha não podia comportar os fiéis que acorriam de todos os lados. Quase não se podia distinguir o sagrado medalhão no meio daquela profusão de flores e velas. Era preciso retocar o medalhão, fazer uma cópia, para ser visto de longe. Constantino levou-o para o famoso escultor Veiga Vale, residente em Pirenópolis, situado há mais de cem quilômetros. O escultor achou melhor esculpir uma imagem e não mais um medalhão. Modelou cada Pessoa da Santíssima Trindade e a Virgem Maria no centro, no momento em que estava sendo coroada pelas Três Pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo. No prazo marcado Constantino foi buscar a encomenda. Gostou da ideia do escultor. O preço, porém, não era mais o mesmo. O dinheiro que levou, não foi suficiente. Diz a tradição que ele completou o pagamento, deixando lá seu cavalo com os arreios, e voltou a pé. A duas léguas de Barro Preto Constantino mandou recado para que viessem receber a imagem. O encontro aconteceu no alto de uma capoeira, nas imediações do bairro das Bruacas. Muitos vivas! Muito foguetório. Caminhando e cantando, entraram na casinha de oração. IV - OS ROMEIROS AUMENTAM Quando aconteceu o achado prodigioso, Goiás ainda caminhava devagar nas estradas do progresso. As cidades eram poucas, e pouco habitadas. Os meios de comunicação estavam no seu nascedouro. Pelas estradas barrentas transitavam apenas animais de carga e carros de boi. O telégrafo funcionava precariamente. A iluminação provinha

dos lampiões a carbureto e das candeias alimentadas com óleo de mamona. Nem se sonhava com a energia elétrica. As moendas eram trocadas por parelhas de bois. As roupas eram de algodão, que passava por vários procedimentos e artefatos (rodas, tecedeiras etc.) até chegar às máquinas rudimentares de costura. Religiosamente, era um povo entregue a si mesmo por falta de padres. Apesar de tudo, a fé popular se mantinha, graças aos catequistas leigos, rezadores e ermitões. Este panorama de carência geral mudou sensivelmente. Deus serviu-se de um simples medalhão para atrair o progresso em todos os seus níveis: religioso, social e material. Tanto assim, que foi preciso construir capelas e igrejas sempre maiores para o pequeno Barro Preto. V - SOMBRAS E LUZES As grandes obras de Deus sempre conheceram dias de provação. Barro Preto não foi uma exceção. No meio de tantas luzes, houve sombras também. Depois que Constantino faleceu por volta de 1854, o Santuário do Divino Pai Eterno caiu nas mãos de administradores gananciosos que desviavam as esmolas dos pobres romeiros para fins escusos. O povo simples se desgostou. O bispo Dom Eduardo Duarte da Silva, cuja residência era em Uberaba, foi inteirado de tudo e veio pessoalmente constatar os fatos. Suas advertências encontraram resistência e até ameaça de morte. Foi preciso apli-

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DIVINO PAI ETERNO biam falar a nossa língua, pois eram todos alemães, utilizaram-se da linguagem do amor, a chave mágica que abre os corações.

car o recurso extremo para cortar os abusos: interditou a igreja que abrigava a imagem do Pai Eterno. O Santuário passou por uma fase de luto e desolação. Os fiéis lamentavam a situação, como o profeta Jeremias quando chorou sobre Jerusalém profanada: “Como está deserta, a cidade tão populosa outrora...Traíram-na seus amigos, tornando-se inimigos (Lm 1,4). Por fim os próprios culpados pediram perdão a Dom Eduardo: Estamos três anos sem padre, sem missa, sem sacramentos, sem ouvir a Palavra de Deus”. E o interdito foi suspenso. VI - OS PRIMEIROS REDENTORISTAS Nesse meio tempo Dom Eduardo vai a Roma a fim de convidar padres para cuidar do Santuário, que já estava precisando de uma assistência religiosa permanente. Após bater de porta em porta nos conventos de religiosos, chegou até os Redentoristas, que o atenderam prontamente. Logo veio a primeira turma de padres e irmãos coadjutores. Chegaram dia 12 de dezembro de 1894 após ter percorrido 480 kms durante 25 dias no lombo de animal. Chegaram molhados até os ossos por causa da chuva torrencial que os pegou nas vizinhanças de Campininha das Flores. Sua chegada foi uma bênção para o povo. Logo se fez uma visita aos moradores do lugarejo de Barro Preto, que mais tarde chamar-se-ia Trindade. Como ainda não sa-

VI - VIDA NOVA NO SANTUÁRIO Com a chegada dos padres missionários e as ondas do progresso, tudo foi se transformando. O avanço nas melhorias sociais e religiosas foi a passos de gigante. Hoje os pobrezinhos, filhos prediletos do Pai Eterno, continuam sendo lembrados e socorridos, pois constituem sempre o pano de fundo de todos os santuários. Na Vila São Bento Cottolengo, batizada com o nome de “Santuário do irmão” por Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, cerca de quatrocentas pessoas de todas as idades, vítimas de deficiências mentais, são carinhosamente tratadas. A associação “Filhos do Pai Eterno” promove ações sociais de atendimento a famílias carentes, e melhorias na estrutura física do santuário para melhor acolher a todos. O “Centro de Apoio” da Prefeitura dispõe de diversas opções para assistir o romeiro em suas necessidades mais urgentes. VII - O SANTUÁRIO BASÍLICA Desde 1938 se falava numa nova igreja que ocupasse um espaço desafogado e livre, possibilitando ampliações e acomodações para o bom atendimento dos romeiros. Em 1943 foi lançada a pedra fundamental dessa sonhada igreja, mas somente nestes últimos anos realizou-se o sonho de todos. Lembremos os primeiros vigários que foram os alicerces do santuário, entre eles: Pe. Basílio Antonio de Santa Bárbara, o primeiro a celebrar na capelinha de Barro Preto; Mons. Francisco Inácio de Souza, que recebeu os primeiros redentoristas alemães. Na impossibilidade de mencionar os numerosos redentoristas que trabalharam em Trindade desde 1894, citemos apenas os atuais responsáveis pelo movimento religioso: Pe. Marco Aurélio M. da Silva na Igreja Matriz e Pe. Robson de Oliveira Pereira no Santuário Basílica. Em 2008 o Santuário foi elevado à categoria de basílica menor, graças à mediação do atual Arcebispo Dom Washington Cruz. Nestes últimos anos a rede de comunicação se estendeu de maneira surpreendente, atingindo o país e o estrangeiro e atraindo romeiros de toda a parte. E como tudo cresce e avança impelido pelo progresso, nas imediações da cidade estão sendo abertos os alicerces do novo e definitivo Santuário Basílica do Divino Pai Eterno.

VIII - TODOS OS CAMINHOS LEVAM A TRINDADE No dia da Festa do Pai Eterno, que tradicionalmente ocorre no primeiro domingo de julho, Trindade se transfigura. Centenas de milhares de romeiros acorrem ao Santuário, afim de louvar, agradecer e pedir. Muitos vêm a pé, a cavalo, em carro de boi, de carro, em grupos especiais. Abrigam-se em barraquinhas armadas por eles mesmos, debaixo das árvores, nos quintais das casas, nos hotéis, pensões e pousadas. O comércio ambulante é fora de série. Numerosas barracas de lona, agora padronizadas, se espalham pelas cidade inteira, com um estoque variadíssimo de artigos, muitas vezes inexistentes nas localidades de onde vêm os peregrinos. O que mais atrai o visitante, é a pequena imagem do Divino Pai Eterno, venerada há quase duzentos anos. Já durante a novena, padres religiosos e diocesanos, bem como ministros em geral, missionários leigos e catequistas, todos se esmeram em executar um rico programa de evangelização, culminando com a grandiosa procissão de encerramento e a tradicional queima de fogos de artifício. Que a Trindade Santa abençoe o povo acolhedor de Trindade, as autoridades civis e religiosas e as multidões de romeiros que chegam de todas as parte do Brasil.

Pe. Clóvis de Jesus Bovo, C.Ss.R

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Romeirinhos do Pai Eterno

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Acompanhados, alentados e amados pelo Pai

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omeiros de todos os cantos do Brasil chegam a Trindade em busca de bênçãos e graças. É tempo de Festa do Divino Pai Eterno e de renovação da fé. Após 172 anos do início da devoção, cada vez mais pessoas encontram no Santuário Basílica o amor do Deus da Vida. Neste ano, o tema é “Acompanhados, alentados e amados pelo Pai”. Somos iluminados e abençoados a cada dia porque Ele não nos abandona. Durante os dez dias de oração, os devotos podem sentir intensamente a presença do Deus Pai, na Santíssima Trindade. É um momento de muita alegria para louvar e agradecer ao Pai Eterno, que acompanha, alenta e ama incondicionalmente os seus filhos e filhas.

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R

Reitor da Basílica de Divino Pai Eterno e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano

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