Jornal Santuário Setembro

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Ano IX Número 95

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Setembro de 2016

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www.paieterno.com.br

Obra em movimento

Após período de estudos e adequações a construção do Novo Santuário volta seu cronograma de etapas. Engenheiros, técnicos e operários falam da satisfação profissional e pessoal de estarem inseridos neste grandioso trabalho. [6 e 7]

Missão

Missionários Redentoristas realizam Missão Interprovincial em Trindade (GO) e cidades vizinhas. Religiosos de várias Províncias do Brasil levaram a Palavra de Deus e conheceram a realidade de comunidades carentes e mais afastadas. [3]

Inauguração

Vila São José Bento Cottolengo tem nova unidade de internação e lavanderia. Os espaços possuem estrutura ideal para atender melhor internos e auxiliar ainda mais o tratamento, permitindo melhores condições de vivência entre eles. [8]

Entrevista

O Jornal Santuário conversou com o novo bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Silva Arantes. Recém-chegado à capital goiana, vindo da Diocese de Divinópolis (MG), o epíscopo fala sobre suas expectativas, desafios e missão. [9]


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Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

EDITORIAL

ARTIGO

Caminhando com fé Ser conduzido pelo amor do Pai Eterno é uma das grandes virtudes que um cristão pode ter. E uma das formas eficazes de alcançar essa graça é se pautar pelos ensinamentos encontrados nas Sagradas Escrituras, a Bíblia. Por ser setembro, o Mês da Bíblia, nesta edição do Jornal Santuário, na página 4, você acompanha uma matéria especial sobre essa fonte de sabedoria que inspira e ensina a caminhar pelas vias divinas. Por falar em caminhar com o Divino Pai Eterno, Missionários Redentoristas têm cumprido fielmente sua missão, que é seguir o exemplo do Redentor, “pregando a Boa Nova aos mais abandonados”. Por meio da Missão Interprovincial Redentorista, religiosos percorreram Trindade (GO) e cidades vizinhas, realizando atividades nas comunidades, com a evangelização, e permitindo a mudança na vida de muitas pessoas. (Página 3) Já que o assunto é mudança, na página 5, você vai conferir os detalhes da reforma que está sendo feita no Centro Social Redentorista (CSR). Conheça as etapas da reestruturação do local e os benefícios que ela vai proporcionar à comunidade carente de Trindade. Nas páginas 6 e 7, o assunto também é construção, você vai saber como está a obra do Novo Santuário e o sentimento de engenheiros e colaboradores que atuam diretamente na construção. Também temos novidade na Arquidiocese de Goiânia, com a feliz chegada de mais um bispo auxiliar que se somará nos cuidados aos fiéis católicos de Goiânia e região metropolitana, juntamente ao arcebispo Dom Washington Cruz e o auxiliar Dom Levi Bonatto. Como forma de dar as boas-vindas a Dom Moacir Silva Arantes, na página 9, o Jornal Santuário traz uma entrevista onde o novo bispo auxiliar fala sobre expectativas e impressões. Tenha uma ótima leitura!

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Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R.

O que vem a ser a fé?

uito se ouve dizer que o problema da humanidade moderna é a falta de fé. Alguns especialistas da área das ciências humanas, como o filósofo Sousa (2010), dizem que “o grande problema do homem moderno é a falta de sentido da vida e o vazio de sua interioridade”. Pergunto, então: o que vem a ser a fé? Ela contribui ou atrapalha a vida do ser humano? Favorece ou limita sua capacidade para ser livre, criar, produzir e transformar? Pretendo, muito rapidamente, sem ousar querer esgotar o assunto, discorrer sobre essa realidade tão vital para o ser humano. Duvidar, questionar, pesquisar e refutar não é problema algum. É próprio de quem busca clareza de vida, do mundo que o rodeia, das pessoas com as quais convive e da existência de Deus. O problema é fechar os olhos à possibilidade de conhecer minimamente aquilo que se é, donde tudo provém e para onde tudo se finaliza. O Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa define a fé com uma “adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro. Um sentimento de quem acredita em determinadas ideias ou princípios religiosos”. E, alarga esta compreensão ainda que na forma de uma simples crença ao dizer que ela é um “estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo”. Na Carta aos Coríntios, Paulo afirma que neste mundo caminhamos movidos pela fé. E, ainda que ela nos aponte Deus, não somos capazes de vê-lo claramente em todos os seus mistérios (cf. 2 Cor 5,7) de forma que a compreensão que temos d’Ele assemelha-se a um mirar num espelho. Ou seja, uma visão de maneira confusa e imperfeita (cf. 1 Cor, 13,12). A Carta aos Hebreus diz que a fé é um conhecimento de Deus, um “firme fundamento das coisas que se esperam e a pro-

va das coisas que não se vêem. Pois, Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos por meio de seu Filho” (Hb 1,1-2). A fé nos coloca em sintonia com o Pai Eterno obedecendo os desígnios e propósitos divinos que Ele tem traçado para cada um de nós. “Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento de Deus, e partiu para uma terra que viria a receber como herança: partiu, sem saber para onde ia (Hb 11, 8). Pela fé, viveu como estrangeiro e peregrino na terra prometida. Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. (CIC 145)”. E, Maria deu a luz ao Salvador, Jesus Cristo. Fé se aprende a ter. Nenhum de nós nasceu tendo fé. A fé não é uma herança genética. Ela é adquirida e construída “pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento”. (Becker, 1993). Foram nossos pais ou avós que nos introduziram, inicialmente, no universo da fé que professamos. Posterior a isso, contribuíram conosco leigos piedosos, catequistas, padres, religiosos e religiosas. No mais profundo existir, a fé é dom. É gratuidade de Deus. Ao dizer que o Pai Eterno não esmaga uma cana quebrada nem apaga um pavio que ainda fumega (cf. Is 42,3), o Profeta Isaías aponta para a realidade de um Deus que é justo, plenamente bondoso, generoso, misericordioso. Um Deus que ama, que acredita e confia na pessoa humana e está sempre disposto a perdoá-la. Se ele perdoa é porque acredita, tem fé. Dá uma nova chance, uma oportunidade

a mais a quem vacilou, errou, pecou, caiu. E, confere-nos o poder da fé: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: arranca-te e replanta-te no mar, e ela vos obedecerá” (Lc 17, 6). Ou, “direis a esta montanha: transporta-te, daqui para lá e ela se transportará, e nada vos será impossível” (Mt 17, 20). Ao contrário de impedir e limitar a fé conduz-nos à liberdade plena e total auxiliando na cicatrização e cura de muitas mazelas e fraquezas humanas que são inerentes à nossa condição frágil, limitada, pecadora. Sendo assim, a fé cristã transforma o mundo e nos aponta para Deus e nos ensina n’Ele confiar num ato de sabedoria. Além do mais, a fé nos leva a acreditar na Ressurreição e a aguardar o feliz dia do nosso retorno à vida eterna. Concluo essa rápida reflexão dizendo que é preciso ter fé para crer até mesmo no absurdo. E, que o problema maior do mundo moderno é a arrogância humana diante de questões às quais ainda não somos capazes sequer de imaginá-las como elas verdadeiramente são. Ter fé é ser capaz de, mediante os limites e fraquezas humanas dar uma resposta inteligente aos desafios da vida e questionamentos de Deus para nós: “Filho do homem será que estes ossos podem voltar à vida?” (Ez 37,3).

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

Conflito religioso e o diálogo inter-religioso

os últimos anos, tem-se acompanhado, em nível mundial, o desenrolar de diversos conflitos religiosos. Na Irlanda do Norte, a maioria católica deseja separar-se dos protestantes. O conflito entre palestinos e israelenses motivado, sobretudo, pela ocupação de terras pelo Estado de Israel em 1948. A guerra entre Índia e Paquistão pela posse da Cachemira com maioria da população mulçumana. O sangrento massacre na ex-Iugoslávia que ficou conhecido como a “limpeza étnica”: os sérvios identificados como ortodoxos e os croatas como católicos. Em 2001, no dia 11 de setembro, o ataque às torres de Nova Iorque, que posteriormente levou à guerra no Afeganistão, e a identificação do islamismo com o terrorismo. Em 2010, o triste conflito entre muçulmanos e cristãos na cidade de Jos, ao Norte da Nigéria, que chegou a 460 mortes. Em 2012, os protestos contra os EUA devido a um filme que ironizava o profeta Maomé. E, em novembro de 2015, acompanhamos os ataques terroristas que deixaram 129 mortos em Paris, apenas

dez meses após os atentados no semanário satírico Charlie Hebdo. E, recentemente, em Nice, no sul da França, um caminhão atropelou e vitimou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de julho, dia da Bastilha. O autor dos atentados mantinha relações com o estado islâmico. A partir de tais acontecimentos precisamos nos perguntar pelo sentido e significado da tolerância religiosa. É certo que o diálogo entre as religiões não é um fato somente sociológico. É também teológico, pois vem à baila a discussão e a compreensão sobre Deus. O conceito para lidar com esses conflitos é denominado diálogo inter-religioso. Para a teóloga Catherine Cornille, “o diálogo inter-religioso envolve um intercâmbio aberto e construtivo entre indivíduos pertencentes a diferentes religiões”. Significa que nenhuma religião existe de modo isolado das outras religiões. Sobre o tema do diálogo inter-religioso, a Declaração Nostra Aetate, da Igreja Católica, apresenta um importante ensina-

mento: “todos os povos, com efeito, constituem uma só comunidade. Têm uma origem comum, uma vez que Deus fez todo o gênero humano habitar a face da terra”. O Papa João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Missio lembra que o “diálogo inter-religioso faz parte da missão evangelizadora da Igreja”. O Papa Bento XVI, em sua Mensagem para a Celebração da Jornada Mundial da Paz de 2011, em Assis, recordou a necessidade da tolerância religiosa, em vista dos constantes conflitos que envolveram a Igreja Siro-Católica, em Bagdá, onde, no dia 31 de outubro de 2010, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis por grupos radicais islâmicos. O Papa escreve que “a liberdade religiosa encontra expressão na especificidade da pessoa humana, que pode ordenar a própria vida pessoal e social a Deus”. Na Encíclica Caritas in Veritate, Bento XVI ressalta a importância do “direito à liberdade religiosa” como recurso necessário ao desenvolvimento do ser humano. A experiência de fé pode ser vivida pelo ser

humano como forma de caminho em vista ao diálogo com as outras religiões, sem, porém, ferir a identidade da própria fé. Aos católicos, o Decreto Nostra Aetate ensina ainda a reconhecer nas outras religiões seus valores religiosos, pois “a Igreja Católica nada rejeita do que nessas religiões” existe de verdade para eles. O diálogo inter-religioso, como lembra Catherine Cornille, “baseia-se também na premissa ou crença que pode haver mais verdades entre duas ou mais tradições do que em qualquer religião isoladamente”. O teólogo Claude Geffré acredita no diálogo inter-religioso pautado na igualdade entre os interlocutores. O evangelista Marcos sugere a olhar para Jesus e observar que Ele chama ao diálogo inter-religioso: “a minha casa será chamada de ‘Casa de Oração’ para todos os povos”. Pe. Elismar Alves dos Santos, C.Ss.R. Missionário Redentorista


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O Evangelho em obras Trindade (GO) e cidades vizinhas recebem a Missão Interprovincial. A iniciativa busca levar o amor do Pai Eterno a quem mais precisa

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m agosto, Trindade recebeu a Missão Interprovincial Redentorista de 2016. Além da Capital da Fé de Goiás, durante todo o mês, os religiosos realizaram diversas atividades nas comunidades dos municípios de Abadia de Goiás (GO), Campestre de Goiás (GO) e também Santa Bárbara de Goiás (GO). A Missão Interprovincial tem como objetivo enviar Missionários Redentoristas para que a evangelização ocorra de forma concreta na vida daqueles que estão distantes de Deus. É um tempo de mostrar que a salvação ofertada pelo Divino Pai Eterno e Seu filho Jesus está mais próxima do que se imagina. Uma das etapas do trabalho consistia em visitar os moradores das regiões mais humildes e também da área rural para conhecer a realidade das famílias e quais são as suas principais necessidades.

Para o Missionário Redentorista Pe. Inácio Medeiros é um tempo forte da presença atuante de Deus numa comunidade cristã. “As santas missões redentoristas tem um objetivo mais amplo. Elas projetam, ao longo de todas as suas fases, formar comunidades onde não existem, fortalecer aquelas que já caminham, revitalizando a comunhão e participação de todos no projeto eclesial”, afirma Pe. Inácio. A Missão contou com a presença de religiosos de todas as Províncias do Brasil. Um deles é o Ir. Marcos dos Santos, Missionário Redentorista da Província de São Paulo. Segundo ele, o que mais o emociona durante o trabalho na Missão é o quanto eles aprendem com as famílias visitadas: “As missões nos tornam cada vez mais evangelizadores, anunciadores do Evangelho a esse povo que tanto

precisa da presença de Deus, nos lares, na vida dos jovens”, disse. A Missão Interprovincial é dividida em três fases. A primeira é a de reconhecimento, onde o coordenador do trabalho visita os locais escolhidos para fazer uma avaliação sobre o que aquela comunidade precisa e como é a realidade social e religiosa do local. A segunda fase é a da organização. Os locais são divididos nos chamados “setores missionados”, com cerca de 30 famílias cada, onde os religiosos farão as visitas. Por fim, a terceira fase é a que o trabalho de evangelização ocorre concretamente, com as missas, procissões, adoração ao Santíssimo Sacramento, confissões etc. Além dos religiosos, a equipe de missionários contou também com leigos, homens e mulheres, que se sentiram tocados para levar o amor e a Palavra do Divino Pai Eterno a todos

os corações. A Missão Interprovincial busca dialogar, nada é imposto. São realizadas trocas de experiências para que todos, religiosos ou leigos, finalizem a Missão ainda mais transformados pelo Espírito Santo e pelo amor misericordioso de Jesus. Com isso, o trabalho da Missão procura atender jovens, crianças, adultos e idosos, nas mais diversas necessidades e dificuldades, da melhor forma possível. O Pe. João Paulo Oliveira explica que a importância desse trabalho é poder levar a Igreja ao encontro do povo, que muitas vezes é composto por ovelhas perdidas que o Pai faz questão de trazer de volta. “Toda a missão é desafiadora, mas é um desafio que sempre nos motiva, as pessoas aqui são muito alegres, são felizes e encontram o Pai Eterno por meio da simplicidade”, disse.


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Alimento para a alma A Bíblia é a fonte mais pura que nos conduz para perto do Pai e nos ajuda a colocar a fé em atos

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etembro é um tempo muito especial para os católicos, pois é o Mês da Bíblia. Esta é mais uma oportunidade que todos têm de aprofundar no estudo deste Livro Sagrado para fortalecer a fé e conseguir levar os seus ensinamentos aos irmãos que necessitam. A Sagrada Escritura reúne textos antigos que contam a história do mundo desde o seu surgimento. Nela se encontram também as histórias de vida de homens e mulheres que foram profundamente tocados pelo amor do Pai Eterno e perseveraram na fé para cumprir a Sua vontade.

Livros

Ao todo, a Bíblia contém 73 livros que estão divididos entre o Antigo, com 46, e o Novo Testamento, com 27 livros. De acordo com o Missionário Redentorista Pe. João Paulo Santos, a diferença substancial entre os dois testamentos está na vinda de Jesus Cristo, pois Ele é a promessa cumprida do Pai. “O Novo

Testamento não abole o Antigo, mas dá-lhe pleno cumprimento. Portanto, em contextos e épocas bem diferentes, Antigo e Novo Testamentos apresentam um único Deus, há uma continuidade entre os dois testamentos”, explica. Por muitas vezes, acredita-se que a Igreja Católica ignora os textos antigos e prioriza apenas os Evangelhos de Jesus. “Este tipo de leitura é equivocado e a Igreja, desde as primeiras décadas, considera como heresia. A Escritura Cristã, o livro de fé dos cristãos, é constituído de Novo e Antigo Testamentos. O conceito de inspiração divina compreende a totalidade das Escrituras e não há como fragmentar a Escritura”, orienta o Missionário Redentorista. A Bíblia deve ser sempre a principal fonte de inspiração e aprendizado, pois, todos os textos lá escritos foram feitos sob a inspiração Divina. Portanto, segundo Pe. João Paulo, ela não pode ser lida como qualquer outro livro, a leitura deve ser feita de

maneira contextualizada e cuidadosa: “Não é tarefa fácil ler. E ler a Bíblia é ainda mais difícil, porque não é uma literatura qualquer, trata-se de um texto acolhido na fé como sagrado”, ressalta.

Oração

Para os cristãos, a leitura da Bíblia é uma forma de conversar com o Pai e de aprender os ensinamentos de Seu Filho, Jesus Cristo, sob a inspiração do Espírito Santo. Portanto, é um momento que tem a mesma importância de uma oração. Nas Sagradas Escrituras, é possível encontrar ensinamentos, conselhos e exemplos que são extremamente necessários para se viver uma vida cheia de amor, com misericórdia e caridade, seja em casa, no trabalho ou até com quem não se conhece. Por meio da Palavra de Deus, aprende-se a ver o mundo através dos olhos da Santíssima Trindade. “A Bíblia é o livro da fé, está na raiz da nossa fé, não tem como compreender a nossa

fé sem um contato com a Palavra de Deus. Esta Palavra é o alimento da nossa fé”, afirma Pe. João Paulo. O principal chamado neste Mês da Bíblia, que não por acaso vem após o Mês das Vocações (celebrado sempre em agosto), é suprir a alma sedenta com a Palavra de Deus, meditar sobre ela e trazê-la para a sociedade atual. Todos os servos cristãos, religiosos ou leigos, são continuadores do plano do Pai Eterno. “Lemos os eventos do passado que iluminam as obras do presente de modo que nos sentimos, também, membros da mesma história do povo de Deus, continuadores do mesmo projeto de salvação”, finaliza Pe. João Paulo Santos. Por esse motivo, todo cristão que tem sede de Deus e deseja se aprofundar na fé, precisa colocar a Palavra de Deus em prática. E isso só é possível se ele estudar e conhecer os ensinamentos que a Bíblia tem a oferecer. As Sagradas Escrituras são fonte pura do amor do Pai Eterno por este mundo, desde o seu início.


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Inclusão

A Vila São Cottolengo preparou uma série de atividades para comemorar a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A programação, realizada de 22 a 28 de agosto, contou com palestras e atividades lúdicas, artísticas e esportivas, como o futebol inclusivo, recreação, boate e teatro para os pacientes e também os colaboradores da instituição.

Parceria

Em agosto, o fundador da RedeVida de Televisão, João Monteiro Barros Filho, e o presidente da emissora, João Monteiro Barros Neto, estiveram na sede da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) para uma visita, reforçando a parceria entre Afipe e RedeVida. Junto a eles estava também o presidente do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata.

Atendimento

Congresso Redentorista As Obras Sociais Redentoristas promoveu, entre os dias 22 e 24 de setembro, o IV Congresso Redentorista de Prevenção às Drogas, no auditório Dom José Rodrigues, no complexo Cespe/Cecam (Centro Social Pai Eterno/ Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor), em Trindade (GO). O tema deste ano foi “A importância da Reinserção Social” e o lema “Já não mereço ser chamado teu filho”. Foram realizadas diversas atividades, como debates, palestras, apresentações culturais etc. O evento foi realizado com o intuito de conscientizar profissionais e familiares de pessoas em situação de drogadição, a formarem uma nova consciência, em que o acolhimento e o apoio à recuperação integral prevaleçam, aliados às políticas de prevenção ao vício desde as primeiras fases da vida.

As Santas Missões Redentoristas, realizadas em agosto em Trindade (GO) e cidades vizinhas, com Missionários Redentoristas de todo o Brasil, realizaram um dia de atendimento de confissões, orientação espiritual, palestras e muita evangelização para toda a comunidade, no Cespe/Cecam (Centro Social Pai Eterno/ Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor).

Continuação

O encerramento da Missão Interprovincial Redentorista, realizado na praça da Igreja Matriz de Trindade, foi um momento de muita festa. A celebração, presidida pelo Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, Pe. Robson de Oliveira, marcou o início de uma nova fase, quando os missionários daqui dão continuidade à missão de evangelização.

Visita

No dia 11 de setembro, o Pe. Robson de Oliveira, Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, conduziu a Imagem Peregrina do Divino Pai Eterno até Franca (SP), onde celebrou a missa no festival de música católica Hallel - Som e Vida. O evento anual, este ano, trouxe o tema “Misericórdia”.

Acolhida

No dia 30 de setembro, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) vai acolher os membros da Escola Diocesana de Comunicação da Diocese de Uruaçu (GO). A visita faz parte de um dos módulos do curso e tem o objetivo de conhecer um sistema de comunicação. Na ocasião, eles vão acompanhar os processos de comunicação realizados pela Afipe.

Missa

No dia 27 de agosto, aconteceu a primeira missa oficial de Dom Moacir Silva Arantes após sua posse como novo bispo auxiliar de Goiânia. A celebração foi realizada no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade. Na ocasião, o bispo auxiliar agradeceu ao Pai Eterno pelo dom de sua vocação. A missa contou com a presença de vários moradores de Itapecerica (MG), cidade natal de Dom Moacir, que vieram com o carinhoso ensejo de “entregá-lo” à Arquidiocese de Goiânia.

Reforma e ampliação Graças aos filhos e filhas do Pai Eterno, o CSR iniciou etapa de reestruturação física para oferecer mais opções de atividades à comunidade carente de Trindade (GO)

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ozinha e refeitório, tudo novinho, cheirando a tinta fresca. Esse foi o resultado da primeira etapa da reforma do Centro Social Redentorista (CSR), uma das obras sociais mais antigas da Província Redentorista de Goiás. Localizado no setor Pontakayana, em Trindade, o CSR foi fundado pelo Missionário Redentorista Ir. Sebastião Camargos. Ao longo dos seus 27 anos, havia passado somente por pequenas

ampliações e ajustes. “Esta é a primeira vez que o CSR passa por uma reforma ampla, com grandes mudanças, para atender melhor a comunidade”, disse o diretor das Obras Sociais Redentoristas de Goiás, Pe. Reinaldo Martins. A proposta para a reforma do CSR, apresentada ao Superior Provincial da Congregação Redentorista de Goiás e presidente-fundador da Associação Filhos do Pai Eterno, Pe. Robson de Oliveira, foi aprovada já no início de 2016. A obra teve início no começo das férias de julho, para aproveitar o período em que as atividades estavam em recesso por conta das férias escolares. Atualmente, o CSR atende em média 120 crianças de 3 a 12 anos de idade. “Nossa intenção com essa reforma é ampliar esse público infantil, mas também os pais das crianças e toda a comunidade”, afirmou Pe. Reinaldo.

Etapas A reforma do Centro Social Redentorista passará por quatro etapas. De acordo com o Pe. Reinaldo Martins, a primeira foi a reforma da cozinha e do refeitório, que foi concluída recentemente. Na cozinha foram instalados um fogão centralizado com coifa, para evitar que a fumaça se espalhe e pias grandes para que panelas maiores possam ser manuseadas adequadamente. No refeitório, a reforma se concentrou na troca dos pisos e também das janelas, que agora vão permitir melhor circulação do ar. Mesmo com a volta das aulas, o trabalho não irá parar. O local será adequado para que tanto as etapas da obra quanto as atividades com os assistidos ocorram normalmente. A segunda etapa envolverá as salas de informática, costura, do grupo de mulheres e também dos três espaços destinados às crianças. A terceira será a reforma da parte administrativa com a adaptação da secretaria para melhor atender a comunidade. O bazar também entrará nesta fase. Ele será organizado de modo que seja feita melhor exposição dos produtos para a comunidade. A última etapa será a ampliação do pátio. Serão construídos um galpão, para atividades maiores; um miniauditório e uma piscina para atividades como natação e hidroginástica. “Toda a equipe do CSR está muito feliz, porque foi muito sonhada essa reforma. Há muito tempo, estamos lutando por ela e graças ao Divino Pai Eterno, a colaboração dos devotos, membros associados à Afipe, nós hoje podemos realizar esta reforma. Estamos todos com o coração cheio de gratidão, exultando de alegria ao Divino Pai Eterno por termos conseguido esta graça”, completou o diretor das Obras Sociais Redentoristas.


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Corações e mãos à obra A cada etapa, a expectativa de ver a Nova Casa do Pai pronta só aumenta, tanto para os romeiros, quanto para quem está diretamente envolvido na construção

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obra do Novo Santuário está a todo vapor. Recentemente, o projeto passou por melhorias e isso trouxe ainda mais expectativas para todos os que acompanham o passo a passo dessa abençoada construção. Em cada passo, está o sinal de um trabalho que tem como base o amor e a devoção ao Pai Eterno. Se para os devotos é gratificante ver que a construção está sendo erguida, para os colaboradores que vivem diariamente esse processo, a sensação de emoção é ainda maior. Prova disso são os engenheiros, técnicos e operários que estão dia e noite trabalhando em prol deste propósito que é oferecer ao Pai Eterno uma casa ainda mais bonita. O engenheiro civil e coordenador de projetos da obra do Novo Santuário, Marcos Vinícius Martins Rezende reforça que, além das atividades em escritório, o trabalho no canteiro de obras está mais intenso. “Tivemos um tempo maior de trabalho em escritório, adequando projetos, estudando melhorias. Agora, vamos para uma fase com maior movimentação na obra. A principal expectativa é poder proporcionar um projeto melhor para o Novo Santuário”, explicou. Devoto do Divino Pai Eterno, Marcos Vinícius contou que é uma satisfação participar da obra: “É um desafio não só como


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profissional, mas também como um fiel. Estamos fazendo essa obra, não só para os romeiros, mas, também para nós, que somos filhos do Pai Eterno. É como se a gente estivesse construindo um ambiente que nós mesmos vamos poder usufruir”. O engenheiro civil, Sílvio César de Rezende Júnior, responsável pela parte administrativa da obra, disse que é muito gratificante trabalhar em uma construção dessas. “Quando eu cheguei aqui, eu me deparei com essa estrutura grande, diferenciada, que será lembrada por mim e por muitos”, afirmou. Na gerência da construção do Novo Santuário, o engenheiro civil Kléssio Gonçalves constatou que trabalhar em um projeto como a Nova Casa do Pai é motivo de orgulho: “Para quem é católico e devoto do Pai Eterno como eu, é uma satisfação profissional. É uma obra que está entre as maiores do Brasil. Também é uma satisfação pessoal, por estar ajudando na construção do Novo Santuário, que vai ser, com certeza, um marco no nosso Estado de Goiás e na cidade de Trindade. Isso trará muitos romeiros para cá”, concluiu. Para o técnico de segurança do trabalho, Luiz Carlos da Silva, ver a nova igreja pronta será motivo de muito orgulho. “Espero voltar aqui quando estiver tudo pronto e ter a oportunidade de falar que eu trabalhei aqui, ajudei a construir”.

Como contribuir A com a obra

construção da Nova Casa do Pai depende do amor e da caridade dos filhos de filhas do Divino Pai Eterno. É por meio da colaboração deles que se torna possível observar os resultados da construção, a cada etapa. Essa ajuda pode ser dada de várias maneiras, com atitudes que demonstram que os devotos realmente estão engajados nesta missão. Fiéis de todo o País têm acompanhado e garantido que o andamento da construção continue fluindo. Com isso, as contribuições são realizadas de diversos lugares, mostrando que a distância não é empecilho para quem quer contribuir com esta obra de amor. Existem várias formas de ajudar, uma delas é tornando-se um membro da Associação Filhos do Pai Eterno, ligando para o telefone (62) 3506-9800, acessando o portal Pai Eterno, ou ainda pelo aplicativo Pai Eterno. Ao associar-se, o devoto passa a receber mensalmente, em sua casa, uma carta enviada pelo Superior Provincial dos Redentoristas em Goiás, Pe. Robson de Oliveira, com uma mensagem especial e um boleto, pelo qual pode ser feita a doação. Outra forma de fazer a doação é por meio do hotsite do Novo Santuário. Nele, é possível acompanhar detalhes sobre a construção e colaborar. Para isso, basta clicar em Doações, depois em Boleto e preencher os dados com o valor e enviar. Para aqueles que preferem fazer a doação presencial, basta procurar a secretaria do Santuário Basílica de Trindade. Além dessas doações materiais, o devoto pode ajudar também com a divulgação da construção e também rezando pela obra. Desta forma, unidos em uma corrente de oração, e pela força da fé, pessoas de diversos lugares do Brasil e também de outros países, vivenciam e se tornam testemunhas do amor verdadeiro que o Divino Pai Eterno tem por cada um de Seus filhos e filhas.

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Expansão do bem

Vila São Cottolengo inaugura nova unidade de internação e lavanderia promovendo melhor acolhimento e atendimento aos internos

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á mais de 60 anos, a Vila São José Bento Cottolengo, em Trindade (GO), realiza um trabalho filantrópico que auxilia no desenvolvimento e no tratamento de diversas pessoas com deficiências física e mental. Recentemente, a instituição inaugurou mais dois novos espaços para melhorar ainda mais o tratamento dos internos: a lavanderia Irmã Marilsa e a Unidade de Internação Padre Pelágio. A inauguração, em julho, contou com a presença de Missionários Redentoristas e autoridades. O arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, também participou do evento e abençoou cada um dos locais construídos. “É muito importante oferecer aos internos da Vila mais condições de vivência e convivência. Nós agradecemos a Deus por este dia e esperamos que possamos ver muitas outras coisas bonitas e úteis aqui para o bem dos internos”, disse o arcebispo. A lavanderia foi toda estruturada com máquinas e infraestrutura, de modo que, por dia, poderão ser lavados mais de 2 mil quilos de roupas, totalizando cerca de 75 toneladas por mês. A lavanderia conta

ainda com departamento de costura, armazenamento e produção. Em média, são quatro jogos de lençóis por paciente, dois babadores e quatro trocas de roupas por dia, tendo em vista que eles fazem seis refeições diárias. De acordo com a responsável pelo serviço de lavanderia e costura da Vila, Meire Nancy, a nova lavanderia pode ser considerada uma das melhores e mais modernas de Goiás. “Somos uma equipe de 42 funcionários, 21 trabalhando dentro da lavanderia”, destaca. A Unidade de Internação Padre Pelágio foi preparada para acolher 35 pacientes do sexo masculino portadores de deficiências mental, com idade entre 20 e 70 anos. A infraestrutura do prédio atende todos os requisitos da Vigilância Sanitária e uma equipe multiprofissional está capacitada para atender, 24h por dia, os pacientes que irão residir no local. “Uma pessoa com deficiência tem que ser respeitada na sua dignidade de cidadão, de cidadã. E essas inaugurações vão auxiliar muito no aumento da qualidade de vida de quem vier morar aqui”, disse

o diretor administrativo da Vila São Cottolengo, Pe. Éverson de Faria.

Santuário do Irmão É sob os cuidados dos Missionários Redentoristas e das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que a Vila São Cottolengo é certificada como Centro Especializado em Reabilitação Física, Auditiva e Intelectual. A Instituição mantém-se através de convênio com o Sistema Único de Saúde e, principalmente, com apoio dos voluntários e doações de pessoas generosas e solidárias. Atualmente são 365 pacientes crônicos com deficiências múltiplas, sem previsão de alta. “Nossos internos esperam de todos nós atitudes de caridade para com eles e é esta a nossa missão. Não devemos medir esforços para dar, aos mesmos, condições para que possam se sentir bem aqui nesta instituição intitulada o ‘Santuário do Irmão’”, disse o Missionário Redentorista Pe. José Bento, que é presidente da Vila.


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ENTREVISTA:

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

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Dom Moacir

Apoio para Arquidiocese Novo bispo auxiliar chega a Goiânia para colaborar nos trabalhos A Arquidiocese de Goiânia tem mais um bispo auxiliar, Dom Moacir Silva Arantes. A nomeação foi feita pelo Papa Francisco em maio deste ano. A ordenação episcopal foi realizada no dia 13 de agosto em Itapecerica (MG), sua cidade natal, e a posse do ofício, em Goiânia, foi no dia 26. O religioso agora atua junto ao arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz e seu auxiliar Dom Levi Bonatto. O Jornal Santuário aproveitou esse momento de mudança na vida de Dom Moacir e, alguns dias antes de sua ordenação, conversou com ele para saber um pouco mais sobre suas expectativas para esta nova função em um lugar que, até então, era desconhecido por ele: a cidade de Goiânia.

Jornal Santuário: Como foi receber a notícia de que seria o novo bispo auxiliar na Arquidiocese de Goiânia? Dom Moacir: Recebi a notícia, em primeiro momento, com surpresa. Depois de ter conhecido um pouco melhor sobre a Arquidiocese e de conhecer os bispos da mesma – o titular, Dom Washington; o auxiliar dele, Dom Levi; e o bispo emérito, Dom Antônio; bem como alguns padres e leigos – estou tranquilo e desejoso desta convivência fraterna e colaborativa em favor da construção do Reino de Deus nesta Igreja Particular. Quais as suas expectativas para essa nova empreitada na vida religiosa? Minha expectativa é a que sempre tive ao assumir alguma missão ou ser transferido... A expectativa de aproveitar as oportunidades que Deus me concede para melhor conhecê-Lo, amá-Lo e servi-Lo. Tenho consciência de que todo ministério é, antes de tudo, um chamado a estar com Ele e, a partir deste, estar com o Senhor, aprender a estar

com as pessoas na construção do Reino de Deus. Espero ser um instrumento de Deus em favor da evangelização e do cuidado do povo de Deus nesta Arquidiocese, colaborando com os bispos, sacerdotes e leigos. O que muda na sua vida sacerdotal com essa nomeação? Ainda não tenho a noção de todas as mudanças decorrentes desta nomeação. Mudou o lugar, mudou minha casa, mudou meu modo de estar na Igreja e no meio das pessoas. A nomeação não é para um serviço apenas, mas para um novo modo de ser e de estar na comunidade do povo de Deus, que é a Igreja. Como se preparou para essa mudança? Através da oração e da reflexão tenho buscado compreender o que Deus quer de mim e o que a Igreja de Goiânia espera de mim. Mas sei que apenas a partir desta chegada e concretização das atividades é que as mudanças acontecerão realmente,

com as exigências da realidade da Igreja local e as propostas de caminhada já em curso. O bispo que chega, chega para caminhar junto com seus irmãos no episcopado, com o clero e lideranças desta Igreja particular aprendendo seu ritmo e, aos poucos, oferecendo também sua colaboração a partir da vivência de seu ministério e pastoreio. Como é seu contato com Goiânia e os fiéis dessa cidade? Goiânia é uma cidade nova e ainda desconhecida para mim. O dia de minha nomeação foi o primeiro dia que estive na cidade, também sei pouco da arquidiocese. Conhecia algumas pessoas em vista dos trabalhos da Pastoral Familiar. A partir da nomeação é que comecei a me inteirar mais de alguns aspectos da cidade e arquidiocese, bem como estabelecer conhecimento com os bispos, alguns sacerdotes e leigos. O contato construído até o momento tem aumentado a expectativa positiva, tanto em relação à convivência, como em relação aos trabalhos que me sejam delegados pelo bispo titular, Dom Washington.


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a Fotos: Web

Suspensão

Canonização Madre Teresa de Calcutá, a fundadora das Missionárias da Caridade, foi canonizada pelo Papa Francisco, neste mês de setembro, no Vaticano. A Congregação para a Causa dos Santos (Santa Sé) concluiu, em julho de 2015, as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro, de 35 anos, Marcílio Haddad Andrino, em dezembro de 2008. Ele se recuperou de múltiplos tumores que tinha no cérebro de uma forma tida como inexplicável. Santa Madre Teresa de Calcutá agora pode ser venerada de forma pública, nos altares, pelos fiéis católicos de todo o mundo.

Oração e saúde Um estudo realizado pela ‘Harvard Chan School of Public’, chamado ‘Association of religious service attendance with mortality among Women’ (Associação de assistência a serviços religiosos com mortalidade de mulheres), revelou que ir à Missa traz muitos benefícios para a saúde. De acordo com o estudo, apresentado pelo Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), as pessoas que participam da Santa Missa com regularidade, ou que são religiosos praticantes, têm 33% menos risco de falecer em comparação àquelas que não se dirijam à Igreja. Segundo a pesquisa, as mulheres que vão à Missa ou que recorrem à oração e que participam na Igreja pelo menos uma vez por semana têm 27% menos risco de enfermidade cardiovascular, e 21% menos risco de morrer por câncer.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a fabricação, distribuição, venda e uso de três medicamentos produzidos pelo laboratório Aché, alguns dos mais vendidos pela empresa no país. A suspensão atinge o medicamento Gastrium (Omeprazol), de 10 mg e 20 mg, indicado para acidez no estômago, além do Biomag (cloridato de sibutramina monoidratado) e seu genérico, cloridato de sibutramina, com cápsulas de 10 mg e 15 mg, utilizados para tratamento da obesidade. A medida, publicada no Diário Oficial da União ocorre após uma auditoria constatar que o medicamento Gastrium estava sendo feito com fórmula diferente da aprovada pela agência. Já a suspensão dos medicamentos Biomag e cloridrato de sibutramina ocorre devido ao uso do princípio ativo de um fabricante diferente do aprovado pela Anvisa, que determina que cada alteração na produção deve ser comunicada previamente à agência. A empresa deve recolher os estoques existentes no mercado.

Peso do amor

Minijornal “Vossa Senhoria” um jornal que já foi reconhecido pelo “Guinness World Records”, o livro dos recordes, como o menor do mundo e que teve sua publicação interrompida por várias vezes desde o lançamento, há 81 anos, voltou a circular em agosto em Divinópolis (MG). Com 3,5 centímetros de altura e 2,5 centímetros de largura, o jornal será relançado. A publicação será mensal e a tiragem inicial será de mil exemplares, que deverão ser distribuídos em várias cidades mineiras e também em São Paulo. Os editores esperam poder enviar cópias a antigos assinantes que moram em várias partes do Brasil. O “Vossa Senhoria” foi fundado em 18 de agosto de 1935, em Goiás (GO). A ideia ganhou o papel pelas mãos do gráfico e jornalista mineiro de Uberlândia Leônidas Schwindt. O tamanho original era nove por seis centímetros, passando depois para dez por sete centímetros, sempre com conteúdo político crítico, o que chegou a lhe render censura do governo federal em 1955, quando o País esteve sob estado de sítio.

A prefeitura de Paris quer que a cidade continue sendo “a capital do romantismo e do amor” – desde que não haja mais cadeados em suas pontes. De acordo com a agência AFP, as autoridades da capital francesa vão relançar a campanha para dissuadir turistas da prática de pendurar cadeados para deixar um testemunho de seu amor. Em 2015, a prefeitura de Paris dedicou esforços para acabar com a moda, depois que, em 2014, a grade de uma ponte desabou, provavelmente por causa do peso dos itens. A empreitada envolveu a remoção de quase 70 toneladas de cadeados e a instalação de painéis de acrílico para proteger as grades em locais como a Pont des Arts. Mas os turistas não deram ouvidos aos pedidos das autoridades e só mudaram o lugar da exibição de seu “amor lacrado” – para, por exemplo, a Pont Neuf, a mais antiga da cidade, e as pontes Alexandre 3º e Simone de Beauvoir.

Insegurança

Avanços A segunda etapa de estudos pré-clínicos da vacina contra o vírus da zika, do Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed (WRAIR, na sigla em ingês), nos EUA, demonstrou que sua proteção contra a doença é efetiva em macacos. Recentemente, os pesquisadores já haviam relatado a eficácia da vacina ZIKV com o vírus inativado (ZPIV) em ratos. Os resultados dessa nova pesquisa em macacos demonstram uma proteção mais robusta, já que esses animais desenvolvem respostas imunitárias similares aos seres humanos. O estudo, que tem a colaboração do Hospital Beth Israel Deaconesss e da Harvard Medical School foi publicado recentemente na revista “Science”.

A professora de ciência da computação Lorrie Cranor, que é chefe de tecnologia do Federal Trade Commission (FTC), uma agência reguladora do governo dos Estados Unidos, equivalente à Anatel brasileira, se incomodou com uma dica dada pela instituição no Twitter: de que as pessoas deviam trocar suas senhas periodicamente. Essa orientação, frequentemente repetida em manuais de segurança, segundo ela, não ajuda a aumentar a segurança e pode até contribuir para práticas inseguras. Em uma palestra na conferência de segurança BSides, em Las Vegas, nos Estados Unidos, Cranor afirmou que, entre os estudos que demonstram a ineficácia da troca de senhas, uma análise de 10 mil senhas dos funcionários da Universidade da Carolina de Norte, feita em 2010, mostrou que as pessoas não usam senhas diferentes, mas sim “transformam” as anteriores com pequenas mudanças. Portanto, quando aplicadas pelos usuários não são suficientes para impedir que um invasor adivinhe a senha nova, visto que ele já tinha a senha antiga.


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Série: Temário da Novena dos Filhos do Pai Eterno

Trabalho: dignidade cristã Dando continuidade à série especial “Temário da Novena Filhos do Pai Eterno”, em razão dos nove anos de exibição da Novena Filhos do Pai Eterno, nesta edição o Jornal Santuário traz o tema: Trabalho

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segundo dia da Novena Filhos do Pai Eterno é dedicado ao trabalho. Um momento especial para que os devotos entreguem ao Pai Eterno seus pedidos por um trabalho ou agradecimento por sua vida laboral e contribuição com a sociedade. “O trabalho é, pois, um dever: ‘Quem não quer trabalhar, também não há de comer’” (2Ts 3,10). Assim como essa passagem bíblica, muitas outras falam da importância do trabalho para os cristãos. Mais do que uma ocupação com intuitos financeiros, o trabalho é um dever estipulado por Deus e que deve ser realizado se ganhe o sustento, o pão de cada dia, e a garantia de sobrevivência. Assim como Jesus trabalhou como carpinteiro, profissão que aprendeu com Seu pai, José, todos os cristãos devem buscar uma ocupação para suas vidas. Desde as atividades mais simples até as mais complicadas, o que importa é o amor e a vontade com que cada trabalho é realizado. Papa Francisco, em uma de suas mensagens aos cristãos, ensina que o trabalho é necessário para manter a família, para crescerem os filhos, para assegurar aos próprios entes queridos uma vida digna. “De uma pessoa séria, honesta, a coisa mais bela que se pode dizer é: ‘É um trabalhador’. É justamente uma pessoa que trabalha, é uma pessoa que, na comunidade, não vive às custas dos outros”, destacou o pontífice.

Segundo o Santo Padre, o trabalho, em suas mil formas, a partir daquela caseira, cuida também do bem comum: “Por isso, se diz que o trabalho é sagrado. E, por isso, a gestão da ocupação é uma grande responsabilidade humana e social, que não pode ser deixada nas mãos de poucos ou descarregada sobre um mercado divinizado”.

Dignidade O Missionário Redentorista Fr. Murillo Di Carvalho, que participa da Novena Filhos do Pai Eterno, fazendo a leitura dos testemunhos de graças alcançadas, explica que a escolha de um dia especial de orações pelo trabalho é justamente pela importância que a atividade laboral tem na vida do cristão. Para ele, é por meio do trabalho que o ser humano alcança a dignidade. “O trabalho para o cristão é essencial e, de modo particular, exprime a dignidade da pessoa humana porque é por meio dele que a pessoa vai conseguindo ser e viver de forma digna”, afirma. O religioso destaca que essa necessidade se refere a poder buscar, almejar bens que possam ser usufruídos para sua qualidade de vida, e sua existência física e espiritual. “O trabalho é a forma essencial da manifestação da graça do Pai Eterno na vida das pessoas, porque sozinho o Pai Eterno não pode alimentar. So-

zinho, o Pai Eterno não pode me dar uma casa. Mas, é por meio do trabalho, da força que o Pai Eterno me dá enquanto ser vivente, que eu consigo buscar o trabalho e ter as minhas coisas”, afirma. Ele lembra também que todos os cristãos devem fazer sua parte para serem abençoados por Deus. “Trabalhamos e assim ajudamos o Pai Eterno a nos ajudar. Eu não estou só pedindo, mas estou buscando a Sua graça por mim mesmo, com o meu trabalho”, diz.

Caridade Ainda de acordo com Fr. Murillo, visto aos olhos de Deus, o trabalho não é somente aquele que é executado em troca de remuneração material e financeira. Aquele que contribui com o outro, que serve ao próximo voluntariamente, também é muito importante para a vida humana. O religioso ressalta que a preocupação com o outro e a colaboração através do trabalho, para ajudar a quem necessita, são bem-vistas e abençoadas pelo Pai Eterno. “O trabalho, não só o remunerado, mas também aquele trabalho de ajuda, de auxílio, de prestar atendimento ao próximo, enriquece a pessoa humana que está sempre à disposição, ao serviço do outro, e também dignifica, beneficia o próximo, a Igreja e todo o povo de Deus”, conclui.


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Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.

Amor que renova, traz a paz e a misericórdia

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Jesus nos ensina a buscar o amor de Deus, a amar e perdoar o outro, pois somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do Pai Eterno

este Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco para a Igreja Católica em todo o mundo, temos visto o quão é grande a preocupação do nosso Santo Padre para com a humanidade, para com os filhos e filhas do Pai Eterno. Por várias vezes em que falou sobre misericórdia, em sua humildade, ele nos ensinou o quanto é precioso e imprescindível vivenciar o perdão em nossas vidas, a começar pelos nossos lares, em nossas famílias. É praticando o perdão no seio familiar que aprendemos a ser mais amáveis e maleáveis em relação aos erros, às ofensas e àquilo que o outro faz e que, porventura, acaba nos machucando. Em toda a história da humanidade, sempre ouvimos falar sobre as guerras do passado, desencontros e discórdias entre pessoas e grupos que pensam e agem de maneira diferente uns dos outros. É triste perceber que, ao longo dos séculos evoluímos em tantos aspectos, principalmente no que tange à tecnologia, mas continuamos com os mesmos problemas de guerra, violência e discórdia que são frutos da intolerância e falta de amor, de perdão e de misericórdia de pessoas que, na maioria das vezes, não aceitam o estilo de vida e a maneira de viver do outro. Na mídia, percebemos claramente

que estamos vivendo um tempo em que a intolerância tem se mostrado muito presente. Pessoas que não têm amor umas pelas outras e que, por pura maldade e falta de discernimento em relação às escolhas pessoais do outro, praticam atos perversos e até criminosos para prejudicar o irmão. Apesar de ver tantas coisas ruins que a mídia sensacionalista expõe diariamente, não devemos perder a esperança e é isso que o Ano Santo da Misericórdia nos ensina: que podemos alcançar um mundo melhor, se vivermos aqui na Terra, com os nossos irmãos, a mesma misericórdia que o Pai Eterno tem para conosco. Se olharmos ao nosso redor, é muito fácil também encontrar pessoas de bom coração, que se preocupam com o irmão e que mostram, até mesmo por meio de pequenas atitudes, que é possível enxergar Jesus no outro e, dessa maneira, colocar em prática o amor e o perdão que Ele mesmo nos ensinou, quando veio cumprir Sua missão aqui na Terra. Em sua Bula Misericordiae Vultus, n.10, o Papa Francisco nos ensina que “o perdão é uma força que ressuscita para uma vida nova e infunde a valentia para olhar o futuro com esperança”. É nisso que devemos acreditar, para que consigamos alcançar um mundo, onde

a paz e o amor divino reinam. E neste mês de setembro, em meio à celebração do Ano Santo da Misericórdia, quando celebramos mais um Mês da Bíblia, refletimos o tema “Para que n´Ele nossos povos tenham vida” e o lema “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus”. A proposta é que seja estudado o livro do profeta Miqueias, como forma de levar às comunidades o desejo de conhecer os ensinamentos contidos nas Sagradas Escrituras. O que pode trazer aos corações dos fiéis, mais esperança, por meio de experiências de fé e vivência da oração, que nos aproximam do amor do Pai Eterno. Em meio a tantas experiências negativas que temos presenciado com as violências diárias em todo o mundo, é muito importante ter homens e mulheres capazes de lutar para que a Palavra de Deus nunca se perca. Pessoas que servem ao Pai Eterno, evangelizando, com muita fé e perseverança, aqueles que não conseguem mais encontrar o sentido de suas vidas, levando a eles o amor verdadeiro, puro e divino, por meio da oração. Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina que não há meio mais necessário e mais eficaz para vencer as tentações contra a virtude angélica do que o recurso imediato a Deus pela oração

(cf. S. Alphonsus a Liguori, Pratica di amar Gesù Cristo, c.17, nn. 7-16). Portanto, abramos os nossos corações para que, através de nossa oração, estudo da Palavra e testemunho de fé, possamos levar o amor do Pai Eterno a todos os lugares, mostrando que é possível viver a paz. Basta se colocar a serviço do Pai, enxergar Jesus no outro e respeitar as escolhas do outro, lembrando sempre de amar quando for preciso e perdoar quando necessário. Que também, a exemplo da Virgem Mãe Santíssima, possamos acolher a Palavra de Deus em nossos corações, deixando que o Espírito Santo aja em nossas vidas, de acordo com os desígnios de Deus para cada um de nós. Tenhamos fé e, acima de tudo, esperança. O Pai Eterno nunca abandona os Seus filhos, principalmente quando eles decidem por seguir o Seu caminho e continuar a missão que o próprio Jesus nos deixou, de anunciar o Evangelho a todas as nações (cf. Mc 16,15).

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e Presidente-fundador da Afipe


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