Revista Ação Social - 2014, n. 4

Ano IV n0 4 | Outubro - 2014

06 Pautadas na fé, instituições mostram a crianças, jovens e adultos uma nova forma de viver.

Veja como atividades que trabalham o desenvolvimento humano, social e espiritual contribuem para essa transformação.

16 Saiba como novos caminhos têm sido trilhados com apoio, carinho e dedicação. Uma receita, em comunhão, que tem dado a esperança de um futuro melhor para muitas pessoas.

25 Entenda como ações assistenciais desenvolvidas pelas paróquias redentoristas colaboram para a restauração de vidas e formação humana daqueles que mais precisam.

30 Confira os projetos da Província Redentorista de Goiás que ajudam na promoção da cidadania, dignidade das famílias e mobilização para a solidariedade.

EXPEDIENTE Revista Ação Social | Informe Publicitário da Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás Rua 230, 256 - Vila Monticelli - CEP 74655-325 - Goiânia - GO - Tel.: (62) 4009-1266 Diretor das Obras Sociais Redentoristas de Goiás: Pe. Reinaldo Martins, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Tayrone Di Martino – DRT GO 2016 | Edição: Gabriela Canseco e Ir. Michael Goulart Redação: Cláudia Belo, Fernanda Braga e Simone Borges | Colaboração: André Justino, Lucélia Bueno e Paulo Afonso Tavares Diagramação/Editoração Eletrônica: Elton Rosa | Arte: Camila Morais e Juliana Lima | Marketing: Bárbara Simões e Gabriel Vasconcelos Direção de Criação/Arte: Ricardo Borges | Fotografia: André Felix e Caio Andrade | Produção: Fábio Sampaio e Leonardo Ponce Coordenação de Produção: Márcio Lemes | Apoio: Associação Filhos do Pai Eterno | Impressão: Scala Gráfica | Tiragem: 5.000 exemplares

4 | Revista Ação Social

Evangelizar é cuidar do ser humano com o olhar da fé

A

“Se ao morrer me desse conta de que não existe nada de positivo, e de que errei durante toda a minha vida, isso não mudaria nada para mim.

Ficaria feliz em ter errado por ter acreditado sempre no amor.”

Cura D’Ars

fé cristã oferece esperança de uma vida em Deus para todos aqueles que Nele creem e permanecem em seu amor. Por isso, não nos desesperamos diante do mal que nos aflige.

Pelo contrário, são nestes momentos de aflição que somos chamados a mostrar a razão de nossa fé para todos aqueles que ainda não creem. Somos impelidos pelo amor a sermos criativos, inovadores, audaciosos, buscando sempre alcançar os corações daqueles que ainda não conhecem a dignidade dos filhos de Deus.

O trabalho social desenvolvido pelos Missionários Redentoristas é uma forma criativa e audaciosa para responder a esse apelo de Deus por mais dignidade humana, pela valorização da vida e respeito ao próximo. Apelo este que nos vem do Evangelho como nos diz o Papa Francisco: “A partir do coração do Evangelho, reconhecemos a conexão íntima que existe entre evangelização e promoção humana, que se deve necessariamente exprimir

e desenvolver em toda a ação evangelizadora” (A ALEGRIA DO EVANGELHO, 178).

Evangelizar é cuidar do ser humano com o olhar da fé. Por isso, nesta edição da Revista Ação Social não queremos passar dados, números, informações, mas sim vida. Vida promovida, dignificada, restaurada, vida valorizada por meio dos nossos centros sociais, obras sociais paroquiais, parcerias e projetos específicos.

Tudo isso só é possível graças a pessoas de fé que acreditam em nosso trabalho, colaborando conosco, e que não querem neste mundo “ficar devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo”.

Deus abençoe! Amém!

Pe. Reinaldo Martins, C.Ss.R. Diretor das Obras Sociais Redentoristas da Província de Goiás

Revista Ação Social | 5

A

Palavra de Deus ensina que tudo o que somos e temos é graça, dom de Deus. O amor de Deus nos concede muitos dons. Por isso temos que ser agradecidos: “Dai Graças ao Senhor porque Ele é bom, eterna é a Sua misericórdia”.

A consciência irrigada pela gratidão leva a pessoa a ser humilde para reconhecer que deve tudo a Deus e aos irmãos. O humilde é capaz de servir, ajudar e partilhar com os outros por gratuidade, sem interesse próprio e sem querer vantagem ou privilégio por ter feito o bem sem olhar a quem. A gratidão nos faz humildes e gratuitos, convictos de que “não devemos nada a ninguém, a não ser o amor mútuo”.

A pessoa orgulhosa, ao contrário, não sabe agradecer, pensa não precisar de ninguém, basta-se a si mesma, é ingrata, macula os dons e os bens da vida por ser incapaz de ajudar e partilhar com quem necessita. É o egoísta.

Q

Gratuidade

Toda a ação social realizada pelos Missionários Redentoristas é sinal da nossa gratidão a Deus, que nos cumula de dons, e a tanta gente que nos oferece recursos para podermos ajudar, socorrer e promover pessoas para que tenham dignidade. Todo o bem que fazemos a uma pessoa é sinal do nosso amor a Jesus Cristo e oportunidade para sermos exercitados na humildade, gratidão e gratuidade.

O serviço prestado aos pobres por amor revela que acreditamos em Jesus Cristo, presente no irmão necessitado: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber”. Um pedaço de pão e um copo com água dados por amor podem ser a nossa senha para entrar na vida eterna.

Então, continuemos amorosos, agradecidos, humildes e gratuitos, partilhando com os mais pobres os dons e os bens que recebemos de Deus. Quando nascemos, nada trou-

xemos ao mundo e na nossa morte nada levaremos do mundo. Deixemos nesta terra o amor que semeamos e as boas obras que fizemos como frutos da nossa gratidão à bondade da vida.

Pe. Fábio Bento da Costa, C.Ss.R. Superior Provincial

Amor solidário entre irmãos

uando falamos de solidariedade, também falamos de união e comunhão. No mesmo sentindo, caridade é sinônimo de amor.

Esse amor de Cristo, que nos uniu e que nos afirma e confirma como filhos de Deus, é um chamamento e um desafio para vivermos como irmãos. É isso que nos faz olhar para o próximo e termos compaixão pelos que sofrem, por aqueles que estão com fome e sede, não só de pão e de água, mas também de amor, de atenção, de justiça, de cidadania e fraternidade.

A fome do povo não é só de alimento. Jesus ensinou algo muito maior: devemos ser propagadores do Evangelho e continuadores do Reino de Deus.

Essa unidade faz com quem saibamos cultivar valores de vida eterna, dando testemunho e exemplo ao nosso redor.

O Papa Francisco, em toda a sua sabedoria, tem ensinado muito ao mundo sobre o papel cristão: “São essenciais, na vida cristã, a oração, a humildade, a caridade para com todos: este é o caminho para a santidade”.

Os Missionários Redentoristas, pelo carisma assumido pelo nosso fun-

dador Santo Afonso Maria de Ligório, também colocam em prática, dia a dia, essa missão, desenvolvida junto às comunidades que mais necessitam de amparo. Em sua história, a Congregação do Santíssimo Redentor tem feito um importante e belíssimo trabalho humano e espiritual a partir das Obras Sociais.

São centenas de crianças, jovens, adultos e idosos favorecidos com aquilo que temos a oferecer. Famílias inteiras têm realidades transformadas. É promovido um bem sem igual na vida de milhares de pessoas. Além disso, as iniciativas sociais acontecem ainda pela fé e evangelização, pelo amor do Divino Pai Eterno. É outra forma da obra social trazer as pessoas para Deus e fazê-las mais felizes neste mundo.

Tudo isso só é possível também pela atuação efetiva da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com a colaboração de devotos de todo o país. Esses são verdadeiros irmãos, filhos e filhas do Pai, que ajudam a saciar a fome e sede de paz, vida, luz e bênçãos na vida de quem mais necessita de apoio. A Afipe é formada por gente que, de coração

sincero, se oferece em prol do outro e a Deus.

O Senhor vem nos dizer: saia de si mesmo, vá ao encontro do irmão e partilhe. O Papa Francisco soube resumir bem esse chamado: “Não devemos ter medo da solidariedade, de saber colocar o que somos e temos à disposição de Deus”. Por isso, devemos sempre ter em mente que o milagre maior está naquilo que é possível acontecer em nossos corações. Que o Pai Eterno nos ilumine! Amém.

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Vigário Provincial e reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno

6 | Revista Ação Social 6 | Revista Ação Social

Abraçando aqueles que mais necessitam Com dedicação e trabalho, o Centro Social Pai Eterno (Cespe) tem motivado a transformação da realidade de muitas famílias carentes

C

om a missão de oferecer assistência familiar e desenvolvimento psicossocial com foco na evangelização para crianças de 3 a 12 anos, o Centro Social Pai Eterno (Cespe) tem contribuído para o crescimento educacional e humano de muitas famílias de Trindade (GO). Isso porque, além das crianças, os adultos também são atendidos através de cursos profissionalizantes.

“Gosto das aulas de futsal, violão e natação. Aqui tem a psicóloga, tem a dentista.

Gosto dos professores, dos meus colegas, de tudo”, conta André Augusto Silva Melo, de 11 anos. Ele frequenta o Cespe desde os 3 anos de idade. A mãe, Leidiane da Silva, acredita que o acompanhamento tem sido fundamental na educação dos filhos.

Além de André, ela tem mais duas filhas Adrielly Millan Silva Melo, de 9 anos, e Ana Clara Silva Melo, de 6 anos -, que também vão para o Cespe diariamente.

“Eu gosto muito daqui, porque ensina muita coisa. Eles não ficam na rua, a gente sabe onde eles estão. Eles comem direitinho, praticam esportes. Eles melhoraram demais”, revela Leidiane.

A experiência de conviver com as crianças tem transformado a vida e mostrado um jeito diferente de enxergar os problemas do dia a dia. Quem ressalta isso é a educadora pedagógica Kelly Pereira do Nascimento. Ela começou a trabalhar no Cespe em agosto deste ano, mas já tem se sentido renovada com o trabalho desenvolvido na

Obra Social. “É aprender a nascer de novo.

Cada dia é um aprendizado aqui, porque as crianças têm outro patamar de vida. Às vezes a gente acha que está ruim para a gente e, na verdade, está é ótimo”, constata.

Casada e mãe de dois filhos, Kelly Pereira considera gratificante ver que está fazendo algo bom todos os dias. “As crianças saem diferentes daqui. Até os pais falam, que elas saem outra pessoa, que melhoram o comportamento em casa”, garante.

História

Um verdadeiro ato de amor. Respondendo ao carisma da Congregação do Santíssimo Redentor, que busca anunciar o Evangelho de modo sempre novo, atendendo as necessidades daqueles que mais precisam, foi criado o Cespe. Uma forma de abraçar as famílias que precisam de atenção especial. Em 2004, o Missionário Redentorista, Pe. Robson de Oliveira, após ser procurado pela Associação Servos de Jesus e tendo conhecido as reais necessidades do local assumiu este trabalho como uma obra social da Casa do Pai. “Quando entrei à frente do Santuário, assumi também uma obra social que estava quase falida. Eram tantas famílias necessitadas e tão pouca condição de fazer algo por elas. Então, foi pela fé que conseguimos! O bem sem fé é obra morta! Com fé nós entregamos essa Obra nas mãos do Pai, por isso, hoje, tudo isso está acontecendo”, afirma.

Nos dez anos de história, o que antes era uma pequena casa sem nenhuma infraestrutura se tornou um grande complexo

de atendimento social. Diariamente, nas diversas atividades oferecidas, o Cespe atende aproximadamente 190 crianças e 140 adultos.

Cada dia um aprendizado

Quando chegam ao Centro Social Pai Eterno, as crianças e adolescentes encontram uma estrutura adequada para praticarem as atividades pedagógicas oferecidas. É um verdadeiro complexo social com salas de atividades, brinquedoteca com cantinho da leitura, administração, consultório psicológico e odontológico, cozinha, setor de limpeza e área recreativa.

Além das aulas de reforço escolar, que tem promovido um melhor desempenho educacional das crianças, o Cespe também oferece aulas de inglês e também busca desenvolver talentos com aulas de pintura, artesanato, teatro, música e judô.

Para os pais das crianças e até mesmo para os adultos da comunidade local, o Cespe oferece cursos profissionalizantes de costura e informática. Uma forma de promover a conquista de uma vaga no mercado de trabalho ou ainda de montar o próprio negócio.

Nos últimos anos, a implantação do atendimento psicológico e odontológico contribuiu ainda mais para consolidar o trabalho realizado pela obra social. O atendimento é disponibilizado tanto para os que frequentam o Cespe, como para a comunidade local. O objetivo é atender aqueles que muitas vezes não têm acesso a esse tipo de serviço.

Revista Ação Social | 7 Revista Ação Social | 7

Centro Social Pai Eterno (Cespe) Número de atendidos: 190 crianças e 140 adultos Público-alvo: crianças entre 3 e 12 anos e adultos (com cursos específicos) Alimentação: 4 refeições diárias Atividades: pintura, artesanato, teatro, música (violão, teclado e vozes), judô, aulas de inglês, cursos de costura e informática, e atendimentos psicológico e odontológico, além do bazar social Endereço: Rua Teodora Mendes, 475, Setor Samarah. Trindade-GO. CEP 753800-00 Telefone: (62) 3505-1340 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 11h e 13h às 17h; sábado, das 7h às 11h

8 | Revista Ação Social 8 | Revista Ação Social

Esporte e cultura para a promoção de paz O Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor (Cecam) oferece diariamente oportunidade de desenvolvimento humano e espiritual a jovens e famílias

T

udo começou com uma ideia da comunidade, abraçada pelos Missionários Redentoristas: criar um lugar onde crianças e adolescentes pudessem ter reforço escolar e praticar atividades esportivas e artísticas no turno em que não estariam no colégio. A iniciativa do Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor (Cecam), além de promover o aumento do conhecimento, também possibilita a prevenção ao uso de drogas e educação preventiva; conscientização para o cultivo da fé e espiritualidade; e ainda o despertar dos valores humanos, de respeito ao próximo e garantia aos direitos sociais dos menos favorecidos.

Matheus Yure Rodrigues é um jovem de 19 anos que, três vezes na semana, frequenta as aulas de futsal no Cecam. Para ele, essa é uma oportunidade de passar o tempo fazendo algo que gosta: “Acho muito legal estar aqui. Eu gosto de jogar bola, então acho bom passar o tempo aprenden-

do e praticando um esporte que gosto”.

Matheus conheceu o Cecam através de sua irmã, Elianay Júlia Rodrigues, de 21 anos, que há dois frequenta o local e atualmente participa das aulas de inglês, violão e teoria musical. “Eu gosto muito do Cecam. aqui eu tenho a oportunidade de aprender coisas que dificilmente eu poderia fazer em outro lugar. Sou muito feliz por frequentar aqui”, destaca.

Já a costureira Walderez Alves de Jesus participa do Cecam há quase dois anos. “É uma alegria. Sinto uma felicidade imensa em estar aqui. Todo mundo trata a gente com atenção, carinho e educação”, conta.

Ela fala ainda sobre a mudança que teve em sua vida depois que passou a frequentar o Cecam: “Minha vida mudou. Tenho mais disposição. Frequento as aulas de violão, hidroginástica e inglês. Passo momentos

Revista Ação Social | 9 Revista Ação Social | 9 maravilhosos, converso com os colegas, a gente ri muito, viro uma criança. É muito bom mesmo”.

A satisfação é também para quem trabalha lá, como é o caso da educadora Karlla Mendes, que dá aulas de hidroginástica, voleibol, jogos e brincadeiras. “Amo minha profissão e dou minhas aulas com muito amor. O que recebo em troca são sorrisos e palavras de agradecimento, que para mim não têm preço”, declara.

História

A ideia da comunidade para o desenvolvimento do trabalho social chamou a atenção da Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás, que logo de início abraçou o projeto e proporcionou a estrutura física para que tudo pudesse acontecer. Então, em 2011, o Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor se tornou realidade e passou a acolher centenas de crianças e adolescentes, que encontraram lá a oportunidade de aprendizados escolares, esportivo, artístico e de integração ao meio social, baseados nos princípios cristãos.

No início, o Cecam atendia cerca de 70 jovens, oferecendo atividades como futebol, natação e reforço escolar. A partir de 2014, o Cecam fez uma junção com o espaço físico do Centro Social Pai Eterno (Cespe). Ficou instituído que o Cespe atenderia crianças e adolescente de 3 a 12 anos e o Cecam acolheria jovens a partir dos 13 anos. Atualmente, o Cecam atende cerca de 465 pessoas, oferecendo esperança e oportunidade de uma vida melhor, com possibilidade de grandes transformações e realizações.

Ponto de apoio

Grande parte dos frequentadores do Cecam é de pessoas carentes. Muitos, inclusive, são de famílias desestruturadas.

A educadora Karlla Mendes explica que o Cecam oferece um papel importante que é o de possibilitar que cada aluno faça suas escolhas e que elas sejam direcionadas para o bem.

“Temos alunos com tristes histórias de vida. Pessoas que não têm estrutura familiar, que cresceram em ambientes de violência e fome. Diante dessa realidade, promovemos momentos de alegria e convivência. Buscamos mostrar para eles que existem outros caminhos, que há a possibilidade de construir uma nova história através de aprendizado e de muito carinho e atenção”, pontua.

O Cecam oferece ainda aos professores uma orientação psicológica que acontece em grupo e de forma individual.

“Queremos fazer a diferença na vida deles, para isso damos o nosso melhor. E o mais gratificante é ver que estamos tendo resultado. É muito bom perceber e receber o olhar de gratidão”, conclui.

Centro Educacional e Capacitação de Apoio ao Menor (Cecam) Número de atendidos: 465 jovens e adultos Público-alvo: a partir dos 13 anos de idade Alimentação: 4 refeições diárias Atividades: hidroginástica, natação, música, inglês, futsal, vôlei, judô, atividades sociais e educacionais Endereço: Rua Teodora Mendes, 475, Setor Samarah. Trindade-GO. CEP 75380-000 Telefone: (62) 3505-1340 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 17h30; sábado, das 7h às 11h

| Obras Sociais

10 | Revista Ação Social 10 | Revista Ação Social

Caminho que transforma realidades A vontade de ajudar e acolher crianças torna o Centro Social Redentorista (CSR) um local para formar pessoas e cidadãos de bem

D

ar o apoio necessário para que as crianças não se tornem meninos e meninas em situação de rua. Com mais de 20 anos, o Centro Social Redentorista (CSR), em Trindade (GO), se tornou uma oportunidade na formação cristã e cidadã. Isso é claramente percebido na evolução que a obra social teve nos últimos anos. Histórias que são contadas pelos próprios atendidos e beneficiados.

Jordânia Ribeiro dos Santos, de 33 anos, passou boa parte da adolescência no CSR. Ela revela que, naquele tempo, aprendeu muito como pessoa. “Além da educação que eles ajudaram meus pais a

me dar, eu aprendi muitos trabalhos manuais. Hoje, eu faço para vender e também ensino o que eu aprendi”, relata a dona de casa, que atualmente participa do Grupo de Mulheres do Centro Social.

Casada e mãe de dois filhos - Kawanye Gabriely, de 6 anos, e Sebastião Pereira Dias Neto, de 6 meses -, Jordânia acredita que o CSR é o caminho para uma boa educação e formação cidadã, ajudando ainda os pais que precisam trabalhar e não têm onde deixar os filhos. “Muitas mães saem para trabalhar cedo e deixam seus filhos lá. E lá a criança está aprendendo alguma coisa”, assegura.

A filha de Jordânia, Kawanye Gabriely, frequenta o CSR há dois anos e meio.

“Aprendi a escrever e ler, e a completar também. Eu pinto bem direitinho e aqui ensina a cantar, escovar os dentes, comer direito, tomar banho”, detalha. Kawanye diz que ainda quer frequentar o CSR por muito tempo: “Quero estar aqui até eu ficar do tamanho da tia”.

Hoje o Centro Social Redentorista mantém colaboradores, entre educadores, serviços gerais, vigilantes, cozinheira e assistente administrativo. Gente que dedica todo o trabalho para fazer o bem ao próximo.

Revista Ação Social | 11 Revista Ação Social | 11

“Eu sempre tive vontade de trabalhar aqui. É uma obra católica e eu sou católica, catequista, e sempre tive vontade de trabalhar para aprender mais, ensinar o que eu sei.” A afirmação é da educadora pedagógica Francisca Nunes do Nascimento, conhecida como Eterna.

Ela começou a trabalhar no CSR na área de Serviços Gerais e depois teve a oportunidade de se tornar uma educadora pedagógica. “É uma obra tão importante para as crianças quanto para nós. Só de saber que estou aqui, podendo ajudar, é muito bom”, afirma.

História

A ideia de criar um local para atender as crianças e adolescentes do setor Ponta Kayana e suas mediações nasceu do tema da Campanha da Fraternidade de 1992: “Juventude Caminho Aberto”. Naquele ano, o objetivo da Igreja era que, tanto a instituição religiosa como as pessoas de boa vontade, se comprometessem com a juventude, como agente de uma nova evangelização e como força transformadora da Igreja e da sociedade.

Com esse pensamento, o Missionário Redentorista Ir. Sebastião Camargos decidiu fundar a Casa da Criança e do Adolescente, que mais tarde, em 2002, se transformaria no Centro Social Redentorista (CSR). “Eu pensei comigo mesmo, como estou fazendo um bom serviço com menores de rua abandonados, preciso fazer algo no local onde eu trabalho”, lembra o religioso. A intenção era oferecer acompanhamento pedagógico, moral e social para as crianças daquela região, enquanto os pais buscam o sustento do lar.

Na época, Ir. Sebastião trabalhava na igreja do setor, conhecia muita gente e espalhou a ideia. Assim, conseguiu a doação de um barracão. A obra social começou com quatro crianças que viviam em situação de risco. A partir daí,

voluntários foram aparecendo e o sonho de ajudar as crianças daquela região foi se transformando em realidade. “Nós plantamos a semente, e ela germinou, e ela cresceu e está produzindo frutos”, enfatiza Ir. Sebastião.

Ele atribui o crescimento do CSR à Congregação Redentorista de Goiás que assumiu os trabalhos e promoveu o crescimento do local, a melhoria na estrutura e o aumento do atendimento de crianças e adolescentes.

Oportunidades para a vida

As crianças chegam ao CSR, todos os dias, às 7h30 e, após a acolhida, é feito

um momento de oração. Em seguida, um lanche é oferecido e depois da higiene bucal, todos são encaminhados às atividades programadas. São fornecidas quatro refeições diárias. Uma tentativa de amenizar a falta de alimentação que muitas crianças passam.

Os adultos da comunidade também recebem uma atenção especial do Centro Social. Eles podem fazer o curso de informática e ter atendimento psicológico. Já as mulheres, geralmente mães das crianças que frequentam a obra social, participam da oficina “Mulheres criando arte e tecendo vida”. Nas aulas, elas aprendem vários tipos de artesanato.

Centro Social Redentorista (CSR) Número de atendidos: 160 crianças e adultos Público-alvo: crianças entre 3 e 12 anos e adultos (em atividades específicas) Alimentação: 4 refeições diárias.

Atividades: leitura, reforço escolar, aulas de informática, estudo religioso, teatro, dança, judô, futebol e bazar social, além de atividades de lazer e projeto de arte e artesanato Endereço: Rua das Petúnias, 76, Setor Ponta Kayana.

Trindade-GO. CEP 75380-000 Telefone: (62) 3294-5868 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 11h e 13h às 17h; sábado, das 7h às 11h

| Obras Sociais

12 | Revista Ação Social 12 | Revista Ação Social

Novo desafio para um futuro melhor Centro Social Redentorista São Clemente: a construção da cidadania, visando o bem-estar e melhoria para as famílias

T

rabalho desenvolvido com muito carinho, dedicação e amor. Tudo isso faz parte do Centro Social Redentorista São Clemente, obra social assumida pela Congregação Redentorista da Província de Goiás em 2014. O local, que já existe há mais de sete anos, atende crianças de 2 a 6 anos, em período integral, oferecendo atividades pedagógicas, recreativas e nutricionais, assistência médico-pediátrica, odontológica e o mais importante, dignidade e valorização humana.

De acordo com o Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, Pe. Fábio Bento da Costa, assumir tamanha responsabilidade é uma oportunidade de continuar essa obra, ampliando ainda mais as ações sociais já realizadas pelos Missionários Redentoristas. “Tudo que nós realizamos é motivado pela fé, pela esperança e pelo amor. A fé age pela caridade, a fé sem obras

é morta. É muito bom ser bom e nós precisamos ser exercitados na prática do bem”, destaca.

Os benefícios que o local trouxe para as famílias, do setor Mariápolis em Trindade (GO), deixou a comunidade contente.

Constantina Ribeiro de Sousa é moradora do setor e já enfrentou várias dificuldades quando seus filhos eram pequenos, pois tinha que procurar creches em bairros afastados dali para deixá-los e poder trabalhar.

Atualmente, ela é a cozinheira no Centro Social São Clemente, onde trabalha desde a fundação.

“Eu vejo que isso aqui tem um grande valor. As mães têm mais oportunidades de trabalhar e de fazer cursos. Se não tivesse esse lugar aqui, eu não sei o que seria dessas mães. Eu mesma passei por isso, e eu vi que mudou muito”, explica.

Luzimeire Aparecida dos Reis é uma

Revista Ação Social | 13 Revista Ação Social | 13 dessas mães. “Eu acho ótimo esse lugar aqui porque se eu fosse pagar para olhar três crianças, meu salário iria todo embora.

Então, o Centro São Clemente é a melhor ajuda que eu tenho”, declara. Ela destaca ainda o fato de que, hoje em dia, é muito difícil encontrar pessoas de confiança para cuidar de crianças. “Isso aqui é uma ótima oportunidade para as mães que precisam trabalhar. Aqui eu sei que meus filhos são bem cuidados, bem zelados. Quando as crianças estão aqui, se sentem muito bem.

Tanto que nem querem ir embora”, diz.

Com jeito simples, as crianças se alegram por serem assistidas e receberem atenção e muito carinho. O pequeno Pedro Henrique Pereira da Silva, de apenas 5 anos, já sabe até escrever o próprio nome.

Ele fica feliz em poder fazer as coisas que mais gosta. “Gosto muito de vir pra cá.

Gosto de comer. O que eu mais gosto é do arroz. Tenho muitos coleguinhas. Gosto de brincar no parquinho”, conta.

Fazer parte da história do Centro Social Redentorista São Clemente e também da vida de cada criança que já passou e passa por ali, assim como o Pedro Henrique, deixa a cozinheira Constantina muito feliz: “Eu me emociono muito, é uma coisa que enraizou dentro de mim, como se fosse uma planta que vai sendo regada e criando raízes mais fortes. Essa sou eu, nessa cozinha e com esses meninos. É uma coisa muito maravilhosa. Eles têm muita sinceridade”.

História

Fundada em junho de 2006, a obra, que antes era chamada de Centro de Educação Infantil de Tempo Integral (Ceiti), foi criada por um grupo de empresários e já vinha desenvolvendo um trabalho de assistência social para a comunidade do Bairro Mariápolis. Vendo o trabalho realizado pelos Missionários Redentoristas, decidiram passar para eles essa responsabilidade. Assim, passou a se chamar Centro Social Redentorista São Clemente e se tornou o mais novo projeto abraçado pelos redentoristas de Goiás.

O Bairro Mariápolis, que foi pavimentado neste ano, fica afastado do centro da cidade, entre Trindade (GO) e Goianira (GO). A região é uma das mais desprovidas do município e sofre com a falta de infraestrutura para necessidades básicas.

“A população aqui é muito carente, às vezes chegam crianças sem tomar banho, mas não é porque não quis, ou porque os pais não deram banho, é porque não têm água em casa”, revela Maria Antônia Lopes de Sousa, que é coordenadora pedagógica do Centro Social.

Depois que o Centro São Clemente passou a fazer parte das Obras Sociais Redentoristas, o projeto tem atendido não só as crianças, mas também as famílias da comunidade em geral.

Atividades diárias

A programação do dia no Centro São Clemente começa às 7h com a acolhida, o café da manhã, higiene bucal e as atividades, com brinquedo livre ou parquinho. Em seguida, eles tomam banho e vão para o almoço. Após a refeição, vem o período de descanso.

Na parte da tarde, novas atividades: brincadeiras ao ar livre, algum filme relacionado à temática trabalhada, ou exercícios com a escrita, para trabalhar a coordenação motora.

O cronograma da tarde segue com o lanche e, depois, uma roda de conversa, onde é trabalhada alguma leitura com as crianças. E, às 16h45, é hora de retornarem para casa. “O Centro São Clemente é a segunda casa para muitas crianças. Às vezes chegam crianças aqui que têm problemas e a gente consegue ajudar”, afirma a coordenadora pedagógica.

Centro Social Redentorista São Clemente

Número de atendidos: 42 crianças Público-alvo: crianças de 2 a 6 anos Alimentação: 4 refeições diárias Atividades: pedagógicas, recreativas (brinquedoteca) e nutricionais, e assistências médico-pediátrica e odontológica Endereço: Rua Maria Santos Torrano, Qd. 20, s/n, Setor Mariápolis.

Trindade-GO. CEP 75380-000 Telefone: (62) 9921-4119 / (62) 3505-1340 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 17h

| Obras Sociais

14 | Revista Ação Social 14 | Revista Ação Social

O despertar da vida após os 55 anos Idosos se encontram todos os dias para vivenciarem momentos de lazer, interação e aprendizado no Centro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

V

iver é um grande desafio para todas as pessoas. Alegrias, tristezas, surpresas e decepções, esses são alguns dos sentimentos mais comuns vivenciados ao longo de toda a vida, dando sabedoria necessária quando se está na fase adulta. Mas ao mesmo tempo em que as pessoas da terceira idade são vistas como possuidoras de uma enorme bagagem de sabedoria, também existe a visão de que são pessoas sem muita perspectiva de vida, pois há um preconceito com esta fase, que muitas vezes é vista com maus olhos, como se fosse um período cinza e sem graça na existência humana.

Os idosos precisam conviver com

a saudade de alguns que já se foram, queixas por alguma dor no corpo ou até mesmo da memória que vez ou outra “prega uma peça” falhando em algum momento, sem contar na solidão que às vezes teima em fazer companhia.

No entanto, com o apoio necessário, muitos conseguem lutar contra essas dificuldades e encontrar sentido para a vida na melhor idade.

Esse é o caso da Marivone Miranda de Oliveira Pereira, que há oito anos perdeu o esposo, motivo que a levou a uma profunda depressão. Ela conta que sua vida perdeu completamente o sentido e tudo parecia estar ruim. Certo dia, um casal de amigos a convidou para conhecer o Centro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Goiânia (GO). Para não desagradá-los, ela aceitou o convite. No dia seguinte à visita, ela sentiu no coração o desejo de voltar e frequentar alguma atividade, desde então nunca mais deixou de ir.

“Fui curada da depressão. O convívio diário com os colegas e com o pessoal que trabalha no Centro é uma maravilha. Eles me fazem sentir muito bem”, diz Marivone, de 62 anos, que contou ainda que o Centro de Convivência afasta toda tristeza que possa aparecer. “Tem dia que eu acordo triste. E isso é até normal, né? Com todas as pessoas isso acontece. Tem dias que a gente não acorda bem mesmo. Mas aí nesses dias eu venho pro Centro de Convivência. E, quando eu chego aqui, nossa, é como se a tristeza evaporasse. É uma maravilha”, conta.

Assim como na história de Marivone, o Centro de Convivência Nossa

Senhora do Perpétuo Socorro, nos últimos anos, tem transformado a vida de diversos outros idosos. Clara Rodrigues dos Santos, de 75 anos, passa às tardes lá, de segunda a sexta-feira, há sete anos. Para ela, a convivência trouxe vida e disposição no seu dia a dia: “Depois que entrei aqui, tudo mudou em minha vida. Passei a ter melhor disposição para fazer as coisas do cotidiano, passei a ver a vida diferente, passei a rir mais. É muito bom”.

Basta ficar poucos minutos com os idosos que frequentam o Centro de Convivência para perceber o significado que esse espaço tem na vida de cada um. A Obra Social Redentorista oferece uma estrutura completa para proporcionar alegria, saúde e lazer. São muitas histórias de superação, sorrisos espontâneos e gente que encontrou um novo sentido para a vida. “O Centro de Convivência é a minha vida, minha esperança de viver mais um pouco. É tudo para mim”, revela Clara Rodrigues.

História

Pensando no resgate da felicidade, do entusiasmo e do gosto pela vida das pessoas idosas, a Fundação Padre Pelágio, a Congregação do Santíssimo Redentor, o Instituto Missionário Mãe de Deus e a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, lançaram o Centro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro há nove anos. Isso foi um esforço conjunto, com o objetivo de propiciar espaço de convivência para pessoas acima dos 55 anos de idade, embasado em ações recomendadas pelo Estatuto do Idoso.

O Missionário Redentorista Pe. Rafael Vieira esteve à frente desta iniciativa junto a Rádio Difusora, da qual era diretor. “O objetivo da obra era criar um espaço onde os idosos pudessem

Revista Ação Social | 15 Revista Ação Social | 15

encontrar apoio fraterno com atividades de terapia ocupacional, de melhoria para a saúde e de espiritualidade. O Centro seria dedicado a Nossa Senhora do Perpetuo Socorro”, conta.

Inicialmente, o Centro era um projeto da Fundação Padre Pelágio, mantida com a contribuição das instituições, pessoas parceiras e dos ouvintes da Rádio Difusora de Goiânia. A partir de 2010, passou a ser uma Obra Social Redentorista, sendo mantida pela Congregação e por meio de doações.

Resgatando vidas

Diariamente, mais de 100 idosos frequentam o local. Eles praticam atividades manuais como oficinas de pintura em tecido, bordado, crochê, flores, biscuit, artesanatos; e físicas, como hidroginástica, massagem terapêutica, yoga, além de acompanhamento da pressão arterial e consulta médica.

Um dia do mês é dedicado à celebração dos aniversariantes. Na comemoração, os idosos passam o dia vivendo momentos de oração, brincadeiras, churrasco, dança e banho de piscina.

Além de tudo isso, duas vezes no semestre, os idosos viajam para algum ponto turístico de Goiás.

Todas as atividades oferecidas pelo Centro são realizadas carinhosamente por colaboradores e voluntários que estão sempre dispostos a proporcionar o bem-estar e manter o sorriso no rosto de cada um dos idosos. Desde 2005, o trabalho realizado pelo Centro tem a orientação e coordenação administrativa das Irmãs Missionárias Mãe de Deus, tendo como representante a Ir. Margarida Aparecida Pereira, que revela ser o Centro a extensão de sua casa.

“O Centro de Convivência é minha vida, minha família. É uma oportunidade de crescimento e realização pessoal todos os dias. Aqui tenho a oportunidade de viver minha consagração a Deus, minha vocação. Sou muito feliz aqui, pois posso a cada dia contribuir com uma qualidade de vida melhor para as pessoas idosas”, comemora Ir. Margarida.

Centro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Número de atendidos: 100 pessoas Público-alvo: a partir dos 55 anos de idade Alimentação: 2 refeições diárias Atividades: oficinas de pintura em tecido, bordado, crochê, flores, biscuit, artesanatos, hidroginástica, massagem terapêutica, yoga, fisioterapia, além de acompanhamento da pressão arterial e consulta médica Endereço: Rua 607, 525, Setor São José.

Goiânia-GO. CEP 74000-00 Telefone: (62) 3921-5518 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 17h

| Parcerias

16 | Revista Ação Social 16 | Revista Ação Social

Amar, acolher e respeitar o irmão A Vila São Cottolengo é um reflexo da ação evangelizadora da Igreja na sociedade.

Uma forma de colocar em prática os ensinamentos deixados por Jesus

C

om 63 anos de existência, a Vila São José Bento Cottolengo é um hospital filantrópico sem fins lucrativos.

Atualmente é habilitado como Centro Especializado em Reabilitação Física, Auditiva e Intelectual – CER III. As atividades desenvolvidas são sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, equoterapia, atividades na piscina e trabalho de nutrição.

São desenvolvidos ainda trabalhos com escola inclusiva, centro de artesanato, grupo de dança, banda de música, passeios, pescaria, e uma infinidade de atividades que vão surgindo no dia a dia. A instituição realiza também celebrações religiosas e de datas comemorativas.

Junto com as Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, os Missionários Redentoristas atuam na administração da Vila São Cottolengo. E, por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), colaboram financeiramente com a instituição.

Uma das realizações possíveis com essa ajuda foi a construção do Centro Cultural Sagrado Coração de Jesus. Os Redentoristas são, também, um dos principais divulgadores do trabalho realizado no local, despertando cada vez mais nas pessoas o interesse para conhecerem o local.

No que se refere à estrutura física da Vila, nos últimos anos, várias mudanças trouxeram melhorias e benefícios para a entidade, como: a construção da Unidade Nossa Senhora Aparecida, posto de saúde para o Núcleo de Integração e Convivência (NIC), sistema de prevenção de incêndio, instalação do sistema solar para aquecimento de água e um novo sistema gerencial contábil. Houve ainda a aquisição de novos aparelhos para exames, mais camas para algumas unidades e um aumento no quadro de enfermeiros e equipe multiprofissional.

Em 2014, foram realizadas: a construção da lojinha de souvenirs “Pedacinho da

Lua” e de uma nova guarita, a readequação da portaria, além de reforma em várias unidades. Ainda estão em andamento as obras da nova casa no NIC, da nova Unidade São Vicente, a reforma da Unidade Santa Luísa e a obra da nova lavanderia.

Tudo isso é fundamental para a entidade. Mas, para diretora administrativa da instituição, Ir Márcia Simões da Rocha, as melhorias vão muito além: “Gosto imensamente de lembrar a todos uma frase que pertence a um documento institucional: ‘Eu faço parte desta história’. E, para a Vila, significa comprometimento, trabalho com ética, amor e alegria para continuar fazendo esta obra cada vez mais importante para as pessoas que aqui buscam cura e alento para seus sofrimentos”.

História

A Vila São Cottolengo, também conhecida como “Santuário do Irmão”, foi fundada em 11 de fevereiro de 1951, por ini-

Revista Ação Social | 17 Revista Ação Social | 17

ciativa do Missionário Redentorista padre Gabriel Vilela, com o intuito de responder a um grave apelo social daquela época: grande número de pessoas com deficiências diversas que eram abandonadas pelas ruas de Trindade (GO), entregues a sua própria sorte.

Hoje, a instituição é administrada pelos Missionários Redentoristas e pelas Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. “A entidade tem a missão de promover vida com qualidade para a pessoa com deficiência e em situação de vulnerabilidade social, como expressão da ação evangelizadora da Igreja Católica”, pontua Ir. Márcia Simões.

Atendimentos

Em período integral, a Vila presta assistência a 360 pacientes com deficiências múltiplas. Em parceria com o Estado de Goiás, realiza cerca de 2.400 atendimentos ambulatoriais e educacionais diariamente. A instituição mantém duas unidades educacionais inclusivas com mais de 700 alunos: o Centro de Ensino Especial São Vicente de Paulo e o Centro de Formação Vida Nova. Além disso, diariamente, 300 pessoas são atendidas para tratamento de deficiência física auditiva e intelectual pelo programa Reabilitar. Este importante trabalho é fruto de convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e outras entidades.

Vila São Cottolengo Atendimentos: 360 pacientes com deficiências múltiplas; 2.400 atendimentos ambulatoriais e educacionais diariamente; 300 pessoas para tratamento de deficiência física auditiva e intelectual diariamente; na escola, são cerca de 700 alunos matriculados.

Endereço: Avenida Manoel Monteiro, 163, Bairro Santuário. Trindade-GO CEP 75380-000 Telefone: (62) 3506-9000 Horário de funcionamento: Todos os dias, 8h às 16h

| Parcerias

18 | Revista Ação Social 18 | Revista Ação Social

Alimento para o corpo e para a alma Pastoral de Rua concede a centenas de moradores de rua de Goiânia (GO) a oportunidade de fortalecerem o corpo e o espírito através de ação social Fome, frio e solidão. Essas são algumas das sensações mais tristes e desumanas que qualquer pessoa pode sentir na vida. Mas o sofrimento é ainda maior quando essas sensações são sentidas por uma pessoa em situação de rua. Pensando nisso, um grupo de quatro amigos se juntou para levar um pouco de solidariedade aos desfavorecidos que perambulavam pelas ruas de Goiânia.

Depois, o trabalho passou a ser do Grupo Filhos e Filhas da Misericórdia, como parte da Pastoral de Rua. Há três anos passaram a receber o apoio da Congregação do Santíssimo Redentor.

O Missionário Redentorista Pe. Welinton Silva, que acompanha o grupo há quase um ano explica que “lamentavelmente o morador de rua não é contado socialmente, é uma pessoa que está a mercê da própria sorte e da bondade de Deus, um alguém que para muitos está morto, pois são taxados como ‘coisa’ que não tem nenhuma serventia”. Padre Welinton defende que “são apenas pessoas fragilizadas que esperam por auxílio. E precisam de auxílio”, disse.

No Brasil, cerca de 1% da população vive em situação de rua, de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Goiânia, segundo o presidente da Pastoral de Rua, Nelson Antônio, são cerca de 900 a 1.000 pessoas que estão expostas aos perigos e aos variados tipos de violência.

Diante dessa realidade, a parceria dos redentoristas com a Pastoral é feita por meio do auxílio espiritual e suporte financeiro, possibilitando a rotina e a consolidação dos trabalhos. Em datas especiais, como Páscoa e Natal, existe uma programação diferenciada. Pe. Welinton conta sobre a feliz experiência que tiveram na Segunda-feira de Páscoa de 2014 quando foi celebrada uma missa em uma rua de Goiânia para os moradores.

“Participaram cerca de 57 moradores. Foi algo realmente muito gratificante de realizar e de vivenciar. Pudemos ouvir, conceder a bênção, rezar e alimentar juntos. Somos todos filhos e filhas do Pai Eterno, somos todos irmãos e eles merecem nossa atenção”, destaca.

História

Logo que foi formado, há 9 anos, o Grupo Filhos e Filhas da Misericórdia, que compõe a Pastoral de Rua da Arquidiocese

de Goiânia, passou a fornecer atenção, carinho, alimento, agasalho, roupas e sapato às pessoas em situação de rua. O grupo passou a se reunir uma vez por semana na Igreja Matriz de Campinas e foi de lá que surgiu a parceria com a Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás, possibilitando o crescimento do trabalho para que mais pessoas pudessem ser ajudadas.

Há 3 anos, o trabalho da Pastoral de Rua era desenvolvido de forma modesta, devido aos poucos recursos que o grupo possuía para a compra dos alimentos para o preparo da refeição, mas era grandioso em seus resultados e na importância de sua realização. Os Missionários Redentoristas de Goiás vendo e reconhecendo o trabalho dedicado e desafiador da Pastoral, firmou uma parceria, unindo forças e proporcionando um maior e melhor acolhimento aos irmãos em situação de rua.

Fazendo o bem sem olhar a quem

Atualmente são cerca de 50 voluntários no Grupo Filhos e Filhas da Misericórdia. Ao todo, são distribuídos cerca de 300 lanches durante as noites de segun-

da-feira e 75 almoços todas as segundas, quartas e quintas-feiras, dando um total de 2.200 refeições mensais.

Para a coordenadora da Pastoral de Rua, Regina Teixeira Rosa, este é um trabalho feito com muito amor e que visa valorizar a vida dessas pessoas. “Queremos possibilitar um momento de atenção, de valorização. Temos consciência que talvez aquela possa ser a última refeição ou uma última conversa, pois infelizmente, na rua, eles estão expostos a tudo. Diante dessa realidade e de tudo que nos é possível, buscamos dar o nosso melhor, mostrando a eles que embora não tenhamos força para resolver o que de fato eles precisam, queremos mostrar que não estão sós”, explica Regina.

Para o presidente da Pastoral de Rua, Nelson Antônio, o mais gratificante no trabalho é poder levar um pouco de esperança e aconchego às pessoas e que os maiores beneficiados acabam sendo quem contribui na Pastoral. “Em cada história de vida que encontramos, cada olhar de agradecimento, cada aprendizado, enxergamos que os grandes beneficiados dessa ação social também somos nós”, disse.

Pastoral de Rua

Atendimentos: 2.200 refeições mensais Atividades: Entrega de alimentos, atenção, cobertores, roupas e sapatos Endereço: Matriz de Campinas. Praça Santo Afonso, s/n, Campinas.

Goiânia-GO. CEP 74000-000 Telefone: (62) 3533-5310

Revista Ação Social | 19 Revista Ação Social | 19

Doando amor e salvando vidas Fundada em 1936, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é o primeiro hospital da capital de Goiás. para a comunidade goianiense e também de fora. São realizadas parcerias com entidades governamentais, como governos estadual e municipal, e também Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), além de pessoas físicas e instituições jurídicas.

História

A

Santa Casa de Misericórdia é uma instituição católica beneficente, sem fins lucrativos, a única credenciada a realizar transplantes cardíacos no Estado de Goiás (serviço em fase de implantação) e ainda referência nacional em cardiologia, onco-hematologia e terapia renal substitutiva. Desde 2012, tem recebido o apoio dos Missionários Redentoristas, para o fortalecimento da missão de humanizar o atendimento realizado na instituição.

Desde a chegada da Congregação Redentorista à direção da Santa Casa, algumas reformas e ampliações foram realizadas, como a que ocorreu no Ambulatório SUS, um espaço físico moderno, com banheiros apropriados e rampas de acesso, que proporciona comodidade e celeridade no atendimento aos pacientes. A nova recepção tem área construída duas vezes maior que a recepção anterior e, para agilizar o serviço, o número de guichês passou de 10 para 30.

Após a reforma, a área total do Ambulatório SUS conta com 24 consultórios, recepção e sala de pequenas cirurgias, sala de gesso e odontológica, sala da coordenação e recepção geral para marcação e confirma-

ção de consultas. O horário de funcionamento é das 6h30 às 21h e recebe pessoas não só de Goiás como de todo o país.

Outra importante reforma foi a do refeitório e cozinha ocorrida no final de 2013.

O ambiente tem capacidade para atender três vezes mais pessoas que o refeitório anterior. O local ficou mais climatizado, aconchegante e humanizado. Também foram instalados do lado de fora mais de 40 ganchos para guardar os jalecos e facilitar o acesso. Além disso, ganhou um lavabo logo na entrada. Ao fundo, ainda foi colocado um bebedouro. Juntamente com a ampliação do Espaço Santa Ceia, foram realizadas também as obras de melhoria da cozinha do hospital, de acordo com as normas da Vigilância Sanitária Municipal.

O trabalho realizado com a Congregação Redentorista tem gerado bons frutos

Fundada em 1936, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é o primeiro hospital da capital de Goiás, sua criação ocorreu através de uma ação conjunta da Sociedade São Vicente de Paulo e do pioneirismo da então primeira-dama de Goiás, Dona Gercina Borges Teixeira.

Em 2012, a superintendência geral da Santa Casa foi assumida pelo padre Éverson de Faria Mello, Missionário Redentorista, através de um convite realizado pelo Arcebispo Metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz. O sacerdote, antes de assumir a direção da Santa Casa, já havia conduzido a Vila São José Bento Cottolengo, em Trindade (GO), durante uma década, realizando diversas ações.

“Estar na Santa Casa é o maior desafio da minha vida. Sou feliz por ser redentorista e estar dentro do maior hospital filantrópico em parceria com SUS no Estado de Goiás e seguindo a proposta que motivou Santo Afonso: os pobres”, destacou Pe. Éverson Mello.

Atendimentos

São realizadas atualmente cerca de 2 mil atendimentos diários entre consultas, exames, cirurgias, sessões de quimioterapia e hemodiálise e, ainda, doações de sangue. O hospital assegura nível de excelência na prestação de serviços assistenciais à saúde, sendo mais de 90% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) atendendo pacientes de todo o Estado de Goiás e Regiões Norte e Nordeste do país. A Santa Casa atende em média e alta complexidade e é credenciada juntos aos Ministérios da Saúde e Educação como Hospital de Ensino.

Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

Número de atendidos: 2 mil pessoas por dia Atendimentos: consultas, exames, cirurgias, sessões de quimioterapia e hemodiálise e doações de sangue Endereço: Rua Campinas, 1.135, Setor Americano do Brasil.

Goiânia-GO . CEP 74000-000 Telefone: (62) 3254-4000 Horário de funcionamento do Ambulatório SUS: das 6h30 às 21h

20 | Revista Ação Social 20 | Revista Ação Social

Uma nova oportunidade de recomeçar

A Casa Talitha Kum abre portas para um novo caminho. É a chance de conquistar uma vida melhor para meninas que enfrentam situações de risco

“Levanta-te menina”. Com este lema, a Casa Talitha Kum, coordenada pelas Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz, ajuda meninas de 12 a 21 anos, que precisam de apoio para superar as dificuldades enfrentadas em suas vidas. Todas elas moram no local. Na maioria dos casos, apresentam perfil de situação de rua, drogadição, prostituição, abuso sexual, tráfico, pequenos delitos e exposição à situação de risco pessoal e social. Tudo isso somado ainda a situações de abandono, negligência e maus tratos da família de origem.

O trabalho desenvolvido na Casa Talitha Kum transforma a vida das jovens as-

sistidas. A adolescente Hellem Mariany dos Santos, 16 anos, vive há cinco meses no local e gosta muito do que lhe é proporcionado.

Ela participa das oficinas de dança de rua, grafite, fuxico e tapete. “Ajuda no desenvolvimento. Ajuda a gente a controlar a ansiedade, a agonia. Então, é muito bom porque acalma e a gente aprende bastante”, diz, e completa: “Minha vida mudou totalmente.

Se eu não estivesse aqui, provavelmente eu estaria sete palmos abaixo da terra”.

Para Cláudia Emily Barbosa Morás, 14 anos, que mora há sete meses na Casa, é uma oportunidade de poder se dedicar mais ao que ela tanto gosta: estudar. “Gosto

demais de estudar e de estar aqui. Antes de vir pra cá, minha vida não estava boa. Minha mãe era usuária de drogas e só tomou a iniciativa de parar quando vim para cá.

Hoje, minha mãe está bem. Ela melhorou demais. É ruim ficar longe dela por causa da saudade, mas as irmãs e as meninas da Casa me ajudam muito. Sempre ficam do meu lado, ajudando no que precisa”, conta.

História

Fundada em 19 de dezembro de 1998, a Casa da Criança e do Adolescente –Casa Talitha Kum, em Goiânia (GO), tem a finalidade de acolher crianças e adolescentes,

Revista Ação Social | 21 Revista Ação Social | 21 do sexo feminino. É uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter beneficente, assistencial e filantrópico.

Antes de entrarem na Casa, as meninas passam por uma triagem e o encaminhamento é feito através do Conselho Tutelar da região, com guia de acolhimento assinada pelo juiz da Vara da Infância e Juventude da capital e proximidades. No caso de meninas que tenham problemas com uso de drogas, elas são encaminhadas para tratamento de desintoxicação.

A direção e coordenação estão na responsabilidade das Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz, que assumiram a missão. A parceria com a Congregação Redentorista de Goiás existe desde a fundação do projeto, em 1998. Foram eles que cederam o espaço que hoje abriga as crianças e adolescentes.

Em 2011, o local passou por uma reforma para melhorar a estrutura. Com isso, a Casa

ganhou um espaço para a formação e os momentos de espiritualidade.

Além disso, nesses últimos anos, foi possível elaborar e desenvolver novos projetos e oficinas, e proporcionar atendimento das adolescentes na área da saúde. Atualmente, a ajuda dos Missionários Redentoristas é o que possibilita a manutenção do local e o pagamento dos funcionários. Dessa forma, eles ajudam diretamente na formação das meninas.

Novas perspectivas

As atividades das jovens atendidas na Casa Talitha Kum são desenvolvidas a partir de um cronograma que conta com a organização da casa e dos pertences pessoais das atendidas, oficinas de artesanato, grafite, dança, momentos de confraternização, lazer com os grupos de jovens, formação humana, espiritual, integração de

grupo, acompanhamento escolar, saúde, psicoterapia, passeios, visitas às famílias das adolescentes e encaminhamento para o trabalho. Os educadores passam pela formação ministrada nas Obras Sociais Redentoristas.

Os produtos artesanais confeccionados nas oficinas vão para exposição e são colocados à venda. A renda ajuda a sanar as despesas com os gastos pessoais de cada uma das meninas assistidas. Em 2014, a Casa teve a oportunidade de expor e vender seus objetos no estande das Obras Sociais Redentoristas, que funcionou nos dez dias da Romaria do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), de 27 de junho a 6 de julho.

“Participar das oficinas e poder produzir é uma forma de incentivar e motivar as meninas a enfrentarem o mundo do trabalho”, afirma Ir. Silvana de Sena Melo, diretora da Casa Talitha Kum.

Casa da Criança e do Adolescente – Casa Talitha Kum

Atendimento: 11 jovens, entre 12 e 21 anos Endereço: Rua 2, nº 846, Qd A 21 Lt.07 - Jardim Goiás, 74000-000 Goiânia-GO - Telefone: (62) 3218-2070 Horário de funcionamento: Todos os dias, período integral

22 | Revista Ação Social 22 | Revista Ação Social

| Parcerias

Formação profissional no campo Jovens do interior de Goiás encontram na Efau o aprendizado necessário para trabalharem na zona rural

P

romover uma transformação social e fortalecer as práticas de cidadania e inclusão social no meio rural e urbano, por meio de uma dinâmica que favorece o repensar político ambiental, contribuindo com o desenvolvimento local sustentável e solidário. Esse é o objetivo da Escola Família Agrícola de Uirapuru (Efau), uma associação de famílias, pessoas e entidades que buscam resolver problemas do desenvolvimento rural, através da formação de jovens.

Em 2014, a Escola, situada no município de Uirapuru, no norte goiano, completou dez anos de existência. No início, passaram por muitas dificuldades, mas o projeto tem se desenvolvido cada vez mais, principalmente a partir de 2012, com a colaboração da Congregação do Santíssimo Redentor – Missionários Redentoristas.

Revista Ação Social | 23 Revista Ação Social | 23 “O número de alunos cresceu muito.

Hoje são 80 alunos matriculados. Temos 18 profissionais, todos formados dentro das respectivas áreas trabalhadas pela escola. A partir dos alunos e da própria escola são aproximadamente trezentas famílias que, direta ou indiretamente, recebem atendimento da escola”, ressalta a coordenadora pedagógica da Efau, Vanilda Carvalho de Souza.

São essas melhorias e benefícios que têm motivado os alunos, como conta o estudante Josmair Dias, do 1º ano do Ensino Médio: “Eu gosto muito da escola e do ensino. Nós aprendemos muito, e isso é importante para o profissional”. Já para a estudante Maiara Lorrane, que conclui este ano os estudos na Efau, o que chama a atenção é que, com o aprendizado adquirido no local, ela ajuda na comunidade: “Gosto muito daqui. Eu já ajudei vizinhos na horta”.

A jovem já pensa no futuro. Ela desenvolveu um projeto na área de Agroindústria. “Tenho um projeto concluído que este ano vou colocar em prática, vou apresentar o trabalho que eu fiz. Eu pretendo ir para o campo e trabalhar nessa área, mas eu quero estudar mais e me aprofundar, já estou até fazendo faculdade”, conta.

História Os trabalhos na Efau foram iniciados em fevereiro de 2004. No começo, a maior dificuldade era o espaço físico. Com ajuda da igreja local, na liderança dos Missionários Redentoristas, as aulas começaram a ser ministradas, provisoriamente, no centro de catequese. Naquela época, a escola atendia cerca de 40 alunos dos municípios goianos de Uirapuru, Mundo Novo, Itapaci, Crixás e Nova Glória. Sendo que a maioria deles era dos assentamentos.

Após cinco anos de fundação, devido à falta de recursos, o número caiu para 23 alunos. Desde o dia 23 de agosto de 2012, a parceria firmada com a Congregação Redentorista de Goiás e a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) trouxe vários benefícios. A ajuda possibilitou a ampliação e melhoria da estrutura, além da manutenção de colaboradores da área técnica e as visitas às famílias.

O local agora conta com uma nova infraestrutura: cozinha, refeitório, novos dormitórios femininos e masculinos, além de dormitórios também para os monitores, laboratório de informática e espaço para estudos. Os redentoristas também conseguiram, com outras entidades, doações mensais de cestas básicas e a escola também recebeu cobertores para os alunos e paras as famílias. Além disso, mensalmente, é realizado um trabalho de formação com os estudantes.

Método de ensino

A escola funciona em regime de alternância, com 22 sessões de 15 dias, período integral, na escola, e 20 sessões de 15 dias com a família e a comunidade. Na sessão escolar, o aluno pode aprofundar os seus conhecimentos através de aulas, cursinhos, experiências e também realizando tarefas práticas na propriedade e no pensionato da escola, praticando esportes e convivendo em grupo.

No período em que está fora da escola, esse aluno tem a oportunidade de praticar, estudar e pesquisar sua realidade, participando de atividades sociais. Os monitores acompanham esta prática através de visitas, onde toda a família é questionada quanto ao desenvolvimento dos filhos. Também são realizadas intervenções durante o ano letivo, como: visitas de estudo, viagens para estudo, pesquisa e palestras.

Como o plano pedagógico da Efau é organizado a partir de temas de estudo da realidade rural, o Ensino Médio na instituição busca proporcionar, no período de três anos, formação integral aos jovens: profissional, intelectual, humano-social e religioso.

Escola Família Agrícola de Uirapuru – Efau

Atendimento: 80 alunos Endereço: Fazenda Taquari, GO 156 Km 29, Escola Agrícola, Zona Rural. Uirapuru-GO. CEP 76525-000 Telefone: (62)82073133 / (62) 82037740 Horário de funcionamento: Todos os dias, 7h às 22h

24 | Revista Ação Social

| Ações Paroquiais

| Ações Social

Revista Ação Social | 25 Revista Ação Social | 25

A busca de uma nova forma de viver O Centro de Assistência Social de Campinas (Casc) tem promovido ações para dar um novo caminho às famílias assistidas

E

m verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes (Mateus 25,40). É seguindo os ensinamentos de Jesus que o Centro de Assistência Social de Campinas (Casc), em Goiânia (GO), tem buscado melhorar a qualidade de vida das famílias de baixa renda, na tentativa de restaurar a dignidade através de uma assistência contínua e responsável.

O objetivo é auxiliar as pessoas reconhecidamente necessitadas no plano social, educacional e cultural. Segundo o pároco e reitor da Igreja Matriz de Campinas, em Goiânia, Pe. Walmir Garcia dos Santos, o projeto não mudará toda a sociedade, mas certamente contribuirá com a mudança.

“Ali, nós temos o Evangelho vivo. É por meio do Casc que muitas pessoas que antes estavam abandonadas, por causa das dificuldades da vida, agora passam a ter assistência”, ressalta o padre.

O Casc conta com 7 colaboradores e 46 voluntários. Para a coordenadora Ir. Maria José Oliveira é uma alegria fazer parte deste trabalho. “É gratificante porque nós temos a possibilidade de ver o próprio Jesus no rosto das pessoas sofridas que aqui vêm”, afirma.

Atendimentos

Anualmente, o Centro de Assistência Social atende em média mil famílias do Setor Campinas e bairros vizinhos. São crianças, adolescentes, jovens, moradores de rua, gestantes, idosos, além das pessoas que passam pelo local em busca de algum benefício.

A instituição oferece assistência psicológica, psicopedagógica, acompanhamento médico, nutricional e fonoaudiólogico.

Serviços de orientação jurídica também são disponibilizados.

As famílias assistidas podem participar de programas de apoio às gestantes, mo-

radores de ruas, alfabetização de jovens e adultos, cursos de informática, oficinas de costura e artesanato. A ação paroquial realiza ainda bazares de roupas novas e usadas.

História

O Centro de Assistência Social de Campinas é uma organização não-governamental de utilidade pública municipal e estadual. É uma iniciativa da Igreja Matriz de Campinas e foi fundada pelo Missionário Redentorista Pe. Nelson Geraldo, em abril de 1958. No entanto, a Ação Paroquial foi reativada em 2004 por Pe. Jesus Flores, que também é Missionário Redentorista.

Centro de Assistência Social de Campinas (Casc)

Número de atendimentos: 1.500 pessoas/mês Público-alvo: crianças, adolescentes, moradores de rua, gestantes e idosos Atividades: Programa de Apoio Psicossocial às Gestantes; Programa AJA – Expansão (Alfabetização de jovens e adultos); Programa Corpo e Mente (PSM, auriculoterapia, iridologia, reflexologia, massagem); Projeto Dignificando as pessoas em situação de rua; Projeto de Apoio aos “Flanelinhas”; Escola de Informática; Oficina de Costura Industrial; Oficina Cantinho do Artesanato; Projeto de Assistência e Promoção às Famílias de Baixa Renda; Projeto Moradia; e Bazar de Roupas Novas e Usadas.

Endereço: Rua Senador Morais Filho, Qd. 15 Lt. 01, nº 884, Setor Campinas.

Goiânia-GO. CEP: 74515-010. Telefone: (62) 3533-5321 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

26 | Revista Ação Social 26 | Revista Ação Social

Demonstração concreta de amor

Com um trabalho pautado na fé e no amor ao próximo, a Associação Casa da Esperança (Acade) busca dar uma vida mais digna às famílias carentes de Trindade (GO)

“A doação aliada à capacitação levanta a autoestima e evita a mendicância.” A afirmação é da coordenadora da Associação Casa da Esperança (Acade), Neide Alves de Oliveira Leite. A obra paroquial trabalha no resgate de famílias destituídas e marginalizadas, promovendo ações que proporcionem cidadania e dignidade.

Mais do que uma prestação de serviços à comunidade, a Acade se dedica à parte social e humana dos atendidos. Resultado de união e solidariedade, a Associação possibilita a muitos irmãos e irmãs uma vida melhor, sempre pautada na fé.

Vinculada à Igreja Matriz, sede da Paróquia Divino Pai Eterno de Trindade, a ação paroquial não se sustenta sozinha, sobrevive de doações. São empresários, pastorais, membros da comunidade que acreditam no projeto e se disponibilizam a partilhar um pouco de amor para com o próximo.

O trabalho envolve a doação de cestas básicas, roupas e enxovais para bebês. As famílias cadastradas recebem atendimento psicológico e nutricional e participam de cursos de artesanato e terapia em grupo.

Diante das necessidades, o lar ampliou suas atividades e agora conta com a sala de informática e sala de costura.

Cerca de 150 famílias são atendidas

pelo projeto. Uma campanha de materiais escolares também foi realizada e ajudou cerca de 200 crianças a continuarem os estudos.

Comprometimento

Na Associação Casa da Esperança, a mão de quem doa aperta a mão de quem recebe. O “apadrinhamento” tem sido as mãos que amparam. Os padrinhos e madrinhas são pessoas que se comprometem a ajudar financeiramente na manutenção da casa, ou ainda, que destinam parte de seu tempo para ensinar em alguma oficina.

“Aprendemos e ensinamos muito com eles. Estaremos juntos até que possam caminhar sozinhos novamente, numa vida independente e acima de tudo digna de suas conquistas”, revela a coordenadora.

O brilho no olhar dos voluntários e

das pessoas que são atendidas pela Associação, o gesto de doar e a demonstração concreta de amor aos irmãos é o que norteia e incentiva a continuação desse trabalho. “É através dos voluntários que podemos aquecer o coração de tantos desesperançados, ofertando uma mesa farta, preenchendo os corações vazios. E não podemos deixar de falar dos que ofertam amor fazendo outros tipos de doações proporcionando a execução de tudo quanto planejamos”, analisa Neide Alves.

História

Criada em 2012, a Acade é administrada por 22 paroquianos. A Associação faz parte da missão redentorista de cumprir com os compromissos pastorais e dar assistência aos que precisam.

Associação Casa da Esperança (Acade)

Número de atendimentos: 1.000 pessoas/mês Público-alvo: comunidade em geral Atividades: atendimento psicológico, oficina de costura, bordado em chinelo, ponto cruz, bordados pontos diversos, crochê, curso de computação e de estética Endereço: Avenida Francisco Paulo Ramos, 440, Vila Pai Eterno.

Trindade-GO. CEP 75380-000. Telefone: (62) 3110-0175 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 11h e 13h às 17h

Revista Ação Social | 27 Revista Ação Social | 27

Cuidado e dedicação A Ação Social Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Promovida) proporciona aprendizado com base nos ensinamentos de Jesus

“Nós nos preocupamos com o reforço escolar, assistência médica, psicológica, odontológica e com a formação profissional e religiosa”, relata o Missionário Redentorista e presidente da Ação Social Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. Abdon Dias Guimarães.

Conhecida como Promovida, essa ação paroquial é responsável por acolher crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, além de oferecer auxílio às famílias carentes. Reforço escolar, práticas esportivas, pintura, informática e aulas de violão. As atividades têm o objetivo de promover um aprendizado fundamentado na fé.

Os pais e mães das crianças também participam das atividades da Promovida.

Uma cooperativa de panificação foi criada e vários produtos são produzidos, tanto para a alimentação das crianças, como também para a comercialização.

Também em parceria com a paróquia, foi lançada a campanha do apadrinhamento, em que os paroquianos são convidados a oferecer, mensalmente, um valor simbólico para as despesas da creche. Na celebração do Natal, há um emocionante encontro dos padrinhos com seus afilhados.

Trabalho voluntário

Para criar laços com a comunidade e manter o crescimento do projeto, a Promovida usa como ferramenta o trabalho voluntário. Atualmente, a instituição conta com duas pedagogas, uma cabeleireira, um oftalmologista, uma dermatologista, duas ginecologistas, além do trabalho de duas bibliotecárias que organizam e catalogam os livros doados.

História

Criada há 16 anos, a creche é mantida pela Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, dos Missionários Redentoristas, que fica no Lago Sul, em Brasília (DF). O fundador do projeto foi o Missionário Redentorista Pe. Júlio Negrizzolo, que trabalhou por quase 30 anos na região.

Ação Social Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Creche Promovida)

Número de atendimentos: 220 crianças Público-alvo: crianças entre 6 e 14 anos em situação de vulnerabilidade pessoal e social Atividades: reforço escolar, práticas esportivas, pintura, informática e aula de violão Endereço: Rua CAIC, 270, Centro. São Sebastião-DF. CEP: 71691-047 Telefone: (61) 3335-7031 Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

28 | Revista Ação Social 28 | Revista Ação Social

Oferecer esperança a quem precisa Associação Padre Júlio Negrizzolo: um local para renovar a fé e recuperar vidas

“Já temos a casa do caseiro. Estamos levantando agora o galpão para guardar material e o galpão que abrigará as oficinas, para iniciar a construção do grande projeto do centro. Sonhamos em concluir ainda em 2015. Pretensão? Eu diria: providência”, afirma o diretor espiritual do projeto, Pe. Vanilson Silva. É nesse ritmo que os redentoristas estão construindo a mais nova ação paroquial: a Associação Padre Júlio Negrizzolo

– Centro de Espiritualidade Rosa Mística.

Na chácara adquirida nos últimos meses de 2014, na cidade de São Sebastião (DF), é construído um espaço para acolher pessoas vítimas da dependência química, oferecendo assistência e contribuindo para o crescimento pessoal e espiritual, por meio de atividades esportivas, artesanais e agrícolas.

A ideia surgiu a partir da grande procura de famílias por um local que ampa-

rasse pessoas que vivem esse tipo de situação.

Um grupo ligado a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Lago Sul em Brasília (DF), realiza campanha para a construção da casa de recuperação. A obra leva o nome do Pe. Júlio Negrizzolo, que morreu em 2009. O Missionário Redentorista trabalhou por vários anos em Brasília e ficou conhecido por seu zelo e atenção com a comunidade.

Associação Padre Júlio Negrizzolo Centro de Espiritualidade Rosa Mística

Endereço: Núcleo Rural Recanto da Conquista, chácara 6.

São Sebastião-DF. CEP 71693-500. Telefone: (61) 9593-4234

Revista Ação Social | 29

30 | Revista Ação Social 30 | Revista Ação Social

Preparados para a missão O projeto Ensinando para a Vida é uma missão de amor que anima e incentiva jovens a serem sinal de fraternidade e esperança na vida das pessoas

P

ara dar vida ao carisma redentorista, a Congregação do Santíssimo Redentor, na Província de Goiás, acolhe e oferece apoio aos jovens com desejo de se tornarem missionários, doando a vida aos menos favorecidos, aos que vivem na vulnerabilidade social e humana.

Pelo projeto Ensinando para a Vida, são beneficiados, em média, 80 jovens por ano. Em 2014, 72 foram acolhidos e estão em formação, divididos entre Seminário São José, Juniorato Redentorista e Noviciado Redentorista, localizados na cidade de Goiânia (GO); e o Seminário Padre Pelágio, localizado em Trindade (GO).

Osvair José Amador é um dos jovens que decidiram seguir com a missão redentorista, além de aprender os ensinamentos da Congregação e participar da vida das comunidades onde ela se faz presente.

Atualmente, Osvair é responsável pelo Departamento Pessoal na Congregação, acompanhando e orientando a gestão de funcionários.

Mesmo aqueles que optam por não seguir o caminho religioso, podem continuar ligados à missão redentorista, como é o caso do estudante do curso de Direito André Luís Justino de Jesus. Ele hoje atua contribuindo em grupos de animação litúrgica, na elaboração de relatórios e levantamentos históricos da Congregação.

“Aos que aceitam é um ganho humano para a Congregação e para a sociedade, que ganha um colaborador das ações sociais, buscando ser amor, dignidade e humanidade ao mundo. Aos jovens que deixam a Congregação, saem com um grande benefício pessoal e humano. Saem com a semente plantada do amor, da dignidade e da humanidade”, afirma.

História

A Congregação Redentorista tem crescido muito em Goiás, devido, entre outros fatores, ao desejo e animação de jovens que receberam o chamado do Senhor e aspiram fazer parte da vida missionária. Para acolher aqueles que desejam seguir esse caminho, a Província criou há alguns anos o projeto Ensinando para a Vida, que abraça todo jovem que tem como ideal de vida a dedicação ao próximo. Ao entrar para o projeto, ele permanece por um ano em fase de preparação. No fim desse período, ele faz a opção por continuar ou não com a missão religiosa.

O projeto é fundamentado no Estatuto Social da Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás, que em seu Capítulo

II, Art. 5º, III diz: “Trabalhar em defesa dos direitos humanos, no chamamento à solidariedade para com os que estão em situação de vulnerabilidade e indefesos”.

E ainda considera o desenvolimento de projetos sociais em vista da inclusão social dos menos favorecidos, fortalecendo nas comunidades o exercício da cidadania.

A escolha pela missão

Após um ano sendo acompanhado pelo Projeto Ensinando para a Vida, o jovem é convidado a fazer parte da família redentorista. Aqueles que optam em se-

guir com a vida missionária são acolhidos pela Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás e encaminhados aos locais de formação. O tempo do projeto é diferenciado para cada um, dependendo do grau de estudo quando é acolhido no convívio fraterno e solidário.

Os jovens recebem ainda auxílio que contribui para o seu desenvolvimento, como casa, atendimento médico, psicológico, odontológico, transporte e lazer.

Eles também se dividem em atividades que incluem responsabilidade de cuidar da casa, do jardim e, principalmente, dos estudos.

Ensinando para a Vida

Número de atendidos: 80 jovens Endereço: Rua 230, 256, Vila Monticelli. Goiânia-GO. CEP 74641-970 Telefone: (62) 4009-1266

Revista Ação Social | 31 Revista Ação Social | 31

Por uma vida mais digna O projeto Morar com Dignidade tem proporcionado melhorias para famílias que não têm condições de construir ou até mesmo de reformar seus lares

“Jamais conseguiria construir minha casa. Essa casa não é só parede. Ela é mais que um monte de cimento. É minha alegria e minha esperança. Sou muito agradecida pelos Missionários Redentoristas e seus parceiros que proporcionaram este benefício que não tem um valor material, mas sim humano.” A afirmação é de moradora de Trindade (GO), Iraídes Barbosa, uma das beneficiárias do projeto Morar com Dignidade.

Criado pela Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás, o projeto proporciona mais dignidade e cidadania às famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Seja com a construção ou com a reforma de uma casa. A ideia é melhorar e dar um novo sentido à vida dessas pessoas que sofrem as mazelas do mundo, proporcionando um lar com estrutura de qualidade, onde possam fortalecer seus laços afetivos e viverem em unidade.

Esperança renovada e alegria que enche o coração. Esses são os sentimentos de quem vê se tornar realidade o sonho de ter a casa própria. Sheila Santos, de Goianira (GO), teve a vida transformada depois que recebeu sua casa própria. “Mi-

nha vida e de meu filho mudou muito e para melhor. Estamos vivendo com mais dignidade e também conseguindo realizar nossos sonhos”, revelou.

Mãe de duas filhas, Viviane Aparecida da Costa, de Aparecida de Goiânia (GO), se sente agradecida por ter uma casa para chamar de sua. “Minhas filhas e eu agradecemos por terem nos proporcionado uma vida de mais conforto, qualidade e de mais alegria em nossas vidas”, afirmou.

História

O projeto Morar com Dignidade tem, na prática, mais de 50 anos. Baseado no Estatuto Social da Congregação dos Redentoristas de Goiás, o projeto busca desenvolver projetos sociais para inclusão social dos menos favorecidos, buscando fortalecer nas comunidades o exercício da cidadania (Cap.II, Art. 5º,6). E é esse o intuito do Morar com Dignidade: fazer com que cada vez mais famílias tenham

um lar de forma digna. Uma forma de colocar em prática a missão de realizar a copiosa redenção para os mais humildes e carentes.

Lares beneficiados

Desde o início do projeto, cerca de 50 famílias foram assistidas. A cada ano, duas casas são reformadas ou construídas.

O público-alvo são famílias carentes que, de alguma forma, estejam ligadas à missão redentorista, como participantes de atividades ou como prestadores de serviços na Congregação.

A necessidade da família é apresentada à diretoria do projeto. Depois de uma visita e análise da realidade vivida por aquelas pessoas, a reforma ou construção da casa é realizada. Em alguns casos, as famílias possuem terrenos e o projeto arca com as despesas da construção. No entanto, há situações em que os redentoristas doam o terreno e constróem a residência.

Projeto Morar com Dignidade

Número de atendidos: Cerca de 50 famílias Endereço: Rua 230, 256, Vila Monticelli. Goiânia-GO. CEP 74641-970 Telefone: (62) 4009-1266

32 | Revista Ação Social 32 | Revista Ação Social

Enviou-me para proclamar a libertação A Ação Social Redentorista tem ensinado às comunidades carentes o poder da união, que contribui para a cidadania, a troca de experiências e a valorização do amor ao próximo

R

ealizada pela Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás, a Ação Social Redentorista assumiu uma missão: despertar nas comunidades carentes o sentimento de integração. Integrar para fazer mais, construir uma vida melhor baseada no amor e na ajuda ao próximo.

Desenvolvida dentro da proposta do mês missionário da Igreja, o projeto é planejado para que a comunidade atendida seja um agente ativo de sua transformação.

O trabalho começa unindo moradores, or-

ganizadores e religiosos na formulação de estratégias de mobilização e verificação das necessidades das famílias que serão atendidas. Oficinas, palestras, recreação, atendimentos médico e psicológico. Tudo é feito com a colaboração de voluntários que buscam na Ação Social Redentorista uma forma de viverem uma experiência de doação àqueles que mais precisam.

O projeto dos Missionários Redentoristas vem mudando a vida de comunidades carentes. Centenas de pessoas já foram

atendidas e muitas realidades, transformadas. Isso porque a Ação Social incentiva a união em prol de um bem comum, o bem de todos.

“A Ação Social Redentorista vem para fortalecer a comunidade e mostrar que, com pouco, eles conseguem realizar muita coisa. Porque no final, quando se faz o fechamento, quem realiza a Ação é a comunidade. Isso é o mais importante”, afirmou a coordenadora da Ação Social Redentorista, Lucélia Bueno.

Revista Ação Social | 33 Revista Ação Social | 33

História

Os Missionários Redentoristas colocaram o projeto em prática em 2011, quando realizaram a primeira edição no Assentamento Canudos, que engloba os municípios de Campestre, Varjão, Guapó e Palmeiras de Goiás (GO). No ano seguinte, foi a vez da cidade de Campestre receber a Ação Social Redentorista e, em 2013, os moradores do Residencial Real Conquista, em Goiânia (GO), foram atendidos.

Em 2014, duas edições da Ação Social Redentorista foram realizadas em Trindade (GO) para comemorar os 10 anos do Centro Social Pai Eterno (Cespe). As duas ações foram inspiradas no tema da Campanha da Fraternidade 2014: fraternidade e tráfico humano. A primeira edição aconteceu no mês de abril, no Setor Samarah onde está localizado o Cespe. A segunda edição aconteceu no Centro Social Redentorista (CSR). Os moradores dos setores Ponta Kayna e Mariápolis se uniram para que o trabalho acontecesse e muitas famílias pudessem ser beneficiadas.

A Escola Família Agrícola de Uirapuru (Efau), que fica em Uirapuru (GO), também completou 10 anos de trabalho, em setembro de 2014. A unidade trabalha na formação técnica de jovens do campo [ver mais nas páginas 22 e 23]. E para celebrar a data, a Congregação Redentorista de Goiás decidiu levar a Ação Social pela primeira vez a um lugar mais distante, no norte do Estado. As comunidades de Uirapuru e de Vila Sertaneja foram atendidas.

Praticando o bem

Em 2014, mais uma vez a Ação Social Redentorista promoveu um momento de solidariedade, cidadania, troca de experiências e muito aprendizado. Para a odontóloga Juliana Arantes Araújo, é importante o profissional de saúde tirar um tempo para o trabalho voluntário. “É muito gratificante a gente fazer esse trabalho voluntário e devolver o sorriso para o paciente gratuitamente”, disse.

O pediatra Roberto Silva disse que se prontificou no momento em que recebeu o convite para participar da Ação Social Redentorista em Uirapuru. Segundo ele, é preciso ir à luta, ao trabalho, para os locais onde estão as pessoas que mais necessitam de ajuda. “A igreja está fazendo a parte dela, que é o social, ir aonde o povo está”, concluiu.

34 | Revista Ação Social 34 | Revista Ação Social

Ação Social Redentorista

2011 – ASSENTAMENTO CANUDOS, EM CAMPESTRE (GO) 446 atendimentos - Data: 12 de outubro de 2011 Atendimentos oferecidos: clínico geral e nutrição Oficinas oferecidas: pintura em tela de papel reciclado, trança no cabelo, pintura no rosto e reciclagem de papel Palestras: Família e o Campo e Meio Ambiente (preservação das margens dos rios e compostagem orgânica) 2012 – CAMPESTRE DE GOIÁS (GO) 131 atendimentos - Data: 29 de setembro de 2012 Atendimentos oferecidos: nutrição e atendimento psicológico Oficinas oferecidas: fuxico, trança no cabelo, corte de cabelo, reciclagem de papel e jornal 2013 – REAL CONQUISTA, EM GOIÂNIA (GO) 680 atendidos - Data: 12 de outubro 2013 Atendimentos oferecidos: nutrição, clínico geral, odontológico, ortopedia, dermatologia e atendimento psicológico Oficinas oferecidas: cantinho da beleza, brinquedos recicláveis, pintura em tecido, pintura em telas e rodas de leitura.

2014 – CESPE E CSR, EM TRINDADE (GO) 1079 atendidos - Data: 12 de abril e 24 de maio Atendimentos oferecidos: nutrição, clínico geral, odontológico, ortopedia, dermatologia e atendimento psicológico Oficinas oferecidas: massagem, pinturas e palestras motivacionais de meio ambiente e violência doméstica 2014 – EFAU, EM UIRAPURU (GO) 501 atendidos - Data: 11 a 14 de setembro de 2014 Atendimentos oferecidos: nutrição, pediatra, clínico geral, odontológico, dermatologia e atendimento psicológico Oficinas oferecidas: palestra Pesquisa Efau, palestra jornalismo e cantinho da beleza.

Revista Ação Social | 35 Revista Ação Social | 35

36 | Revista Ação Social