Revista Pai Eterno junho de 2018 ano IV n. 07

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Editorial

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Tia Joana, nos ensine a rezar o terço!

ossa Senhora tem muita importância para os filhos do Pai Eterno. Ela é a testemunha fiel de que vale a pena entregar-se totalmente a Deus. Ela é a mulher orante, acostumada a encontrar-se com o Sagrado: face a face. Ela é a mulher que faz da própria vida um hino de louvor aos céus. O próprio rosário é a expressão maior do quanto a oração é fundamental aos devotos de Nossa Senhora. Nesse sentido, desde muito novo, trago comigo uma significativa história, da qual desconheço a autoria, retirada do Boletim “Salve Maria”, da Congregação Mariana, que vem a calhar bastante com este artigo. É o acontecimento de uma senhora analfabeta chamada Tia Joana. Ela passava o dia vendendo verduras de casa em casa. Ao longo do dia, rezava o rosário. Certa vez, entre uma venda e outra, acabou esquecendo-o na casa de um comprador. Assim que percebeu a perda, retornou àquela residência. Lá chegando, o proprietário confirmou que estava com o seu rosário. Mas, antes de entregá-lo, questionou se aquele instrumento lhe ensinava alguma coisa sobre a Bíblia. Percebendo o descrédito daquele ho-

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mem, Tia Joana lhe respondeu: “Filho, devolva o meu rosário e vou dizer o que ele me ensina. Você está vendo esta Cruz aqui? Então, cada vez que rezo o ‘Creio em Deus Pai’ me recordo da morte de Jesus por amor a nós. Está vendo estas três bolinhas aqui? Elas me falam de que não posso esquecer as virtudes cristãs: esperança, caridade e fé, no dia a dia. Cada terço possui cinco mistérios. Eles trazem à minha mente as cinco chagas de Jesus: duas nas mãos, mais duas nos pés e uma no coração. Cada mistério tem dez bolinhas. Nelas, rezamos as dez Ave-Marias. Elas me lembram do diálogo do Arcanjo Gabriel com Maria e também dos dez mandamentos da lei de Deus”. E a Tia Joana continuou: “O senhor sabia que eu rezo quatro terços por dia? Antes de sair de casa, dobro os meus joelhos no chão, para rezar os mistérios gozosos. Eles falam do nascimento e da infância de Jesus. Pela manhã, eu rezo os mistérios luminosos, nos quais são narrados o batismo, a transfiguração do Senhor e a instituição da Eucaristia. À tarde, rezo os mistérios dolorosos, unindo o meu sofrimento ao sofrimento de Cristo: na via sacra, no calvário e

na morte de cruz. No final do dia, já em casa, fico a rezar os mistérios gloriosos. Agradeço por mais um dia e também celebro a Ressurreição de Jesus. Agora, me diga, o rosário me ensina ou não sobre a Bíblia?”. O emissor, um tanto desconfortado, respondeu: “Tia Joana, por favor, me ensine a rezar o rosário”. Na humildade do coração, peçamos a todas as Tias Joanas que nos ensinem a rezar com fé, devoção e aprendizado!

Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e Presidente-fundador da Afipe

Pai Eterno, somos Teus filhos

ara quem já participou, ainda que seja apenas um dia da Romaria do Pai Eterno, sabe muito bem o que é viver momentos singulares de fraternidade, evangelização, catequese, louvor, oração e agradecimento Àquele quem tem a vida e tudo o que ela contém em Suas mãos. Vindos de perto ou dos mais longínquos rincões do País, cada romeiro traz dentro do coração as mais diferentes motivações para apresentá-las ao Pai Eterno e voltar para casa renovado na fé e no compromisso de seguir mais de perto a Jesus Cristo. Este ano, a Romaria apresenta o tema “Pai Eterno, somos Teus filhos”, e pretende inserir a Festa do Divino Pai Eterno no atual contexto de reflexão vigente: tendo em vista a insistência por

parte do Papa Francisco em ressignificar a vida pastoral da Igreja, indo além do “sacramentalismo”; e de pôr-se em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, proclamado pela CNBB para 2018, “Vós sois sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-16). Para se viver bem o tema que a Festa sugere, faz-se necessário compreender que o Pai Eterno é quem nos chama à vida. A Igreja viva e atuante em nós requer estarmos fortalecidos pelo Espírito Santo. É o Espírito que atualiza a eficácia da Igreja como caminho de salvação, suscitando carismas, encorajando a entrega generosa e dando força nas adversidades. Iluminados pelo tema central da Festa, podemos fazer a diferença em um mundo contemporâneo marcado pelo

individualismo, pela descrença, pelo discurso de ódio, violência e agressão. Tudo isso só poderá ser superado com a graça do Espírito Santo, a começar pela família, como lugar da catequese básica que ilumina toda uma vivência da fé cristã.

Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno Junho - 2018 |

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Sumário

Leigos O Ano do Laicato foi instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Romaria do Divino Pai Eterno seguiu essa proposta. Conheça os motivos pelos quais devemos rezar pelos leigos, pessoas que se doam aos irmãos e à Igreja.

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Basílica

Para quem vem até a Casa do Pai, apresentamos os locais mais visitados, que tornam a peregrinação a Trindade ainda mais especial e cheia de emoção e fé. [6]

Fraternidade Com atividades inspiradas na Campanha da Fraternidade 2018, as Obras Sociais Redentoristas orientam os assistidos e seus familiares para a cultura da não-violência na comunidade. [24]

Informação

Fake News, em tradução livre: notícias falsas, que são lançadas na internet por meio das redes sociais. Conheça os cuidados para compartilhar informações com responsabilidade. [26]

Pastoral Com a ajuda dos leigos, as pastorais fazem um importante trabalho social e de evangelização, levando o amor de Cristo aos que mais necessitam. [14]

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DO SANTUÁRIO BASÍLICA DE TRINDADE PRODUZIDA AFIPE Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e Presidente-fundador da Afipe: Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R. Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno: Pe. Edinisio Pereira, C.Ss.R. | Direção de Comunicação: Talitta Di Martino Jornalista Responsável: Simone Borges - JP 2715 - GO | Redação: Juliana Nunes, Pollyana Reis e Vinícius Braga Coord. de Marketing: Bárbara Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Elton Rosa | Arte/Anúncios: Diogo Oliveira | Ilustrações: Ramón Fonseca Coord. de Produção: Andrei Renato | Fotografia: Danilo Eduardo e Rodolfo Carvalhaes | Colaboração: Michele Rodrigues e Ana Lídia Oliveira Impressão: Scala Editora | Tiragem: 20.000 exemplares | Contatos: imprensa@paieterno.com.br | www.paieterno.com.br

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Artigo

Viagens motivadas pela fé

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ão Gregório de Nissa proclamava que “o que não é assumido não é redimido”. O contexto era o de contradizer uma heresia dos primeiros tempos, segundo a qual Cristo não tinha uma alma humana. Nesta mesma linha de raciocínio, encontramos o Mestre convocando os Seus seguidores a serem “fermento na massa” (Mt 13,33), “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Bastam essas citações bíblicas para compreender que a ação pastoral da Igreja não pode nunca se restringir ao âmbito interno, mas deve estar aberta a todas as realidades da existência humana para elaborar uma ação que seja evangélica e evangelizadora. É para responder a este apelo que existe a Pastoral Nacional do Turismo. Em 2017, um milhão e trezentos mil turistas internacionais se deslocaram de um país para o outro para descansar ou fazer negócios. Sem falar dos 92 milhões de turistas internos, que circulam dentro do Brasil. Diante de um horizonte destes, como não desenvolver um trabalho de pastoral que atenda todas as demandas religiosas de tantos viajantes, independente da sua motivação inicial? Por isso, uma Pastoral do Turismo, que pela força do Evangelho, leva Jesus Cristo a tudo que diga respeito ao turismo, em todas as suas dimensões. Inclusive, o Turismo Religioso. As grandes religiões têm lugares sagrados e incentivam os seus fiéis a irem até esses lugares para uma experiência religiosa profunda. Com o cristianismo não foi diferente. Logo depois da Ascensão de Jesus, os “seguidores do Caminho” (At 22,4) começaram a

buscar Jerusalém para visitar. O movimento se expandiu para os túmulos dos Apóstolos, dos santos, os locais de aparições da Virgem e os grandes santuários devocionais, que completam a lista dos destinos de peregrinação. O que caracteriza o Turismo Religioso, então? O fato de ser motivado pela fé. O que faz com que um peregrino adquira uma passagem, reserve um hotel e empreenda um caminho rumo ao seu lugar de devoção não é tanto a beleza dos templos ou da paisagem, o sabor especial da gastronomia ou o conforto da hospedagem, embora tudo isso faça parte da demanda de cada viajante. A decisão nasce da quantidade de força espiritual que o destino tem para atrair o peregrino. Se o Turismo Religioso é motivado pela fé, assim ele deve ser vivido e assim ele deve ser oferecido. Talvez a proposta da vivência de fé numa experiência de peregrinação possa parecer restritiva a outras dimensões da atividade turística. Mas a dimensão recreativa também pode fazer parte de uma viagem de fé. Porém, como tudo que diz respeito ao cristão, em todas as dimensões da sua vida, o que garantirá o tom correto a esta dimensão numa viagem religiosa é a capacidade de ver e viver tudo segundo o projeto de Jesus Cristo. O peregrino deve dar o melhor de si para estes momentos devocionais. Os profissionais de turismo devem possibilitar ao turista todas as condições necessárias para que ele viva estes momentos de forma satisfatória. O Orientador Espiritual da viagem deve disponibilizar tempo e energia para o atendimento espiritual dos fiéis. A comunidade que envia os peregrinos deve

se manter em comunhão com os que viajam, na oração constante e intercessão profunda. Toda a viagem deve convergir para a mística do caminho, do peregrinar, do buscar a Deus. A autocompreensão sobre a identidade de fé do lugar que acolhe o peregrino é fundamental para que a viagem ganhe sentido e seja fiel aos seus propósitos. O lugar de peregrinação é sagrado. Ou seja, lugar separado por Deus, por uma graça especial, para possibilitar um encontro profundo com Ele. Assim deve ser compreendido por quem dele cuida, nas mais variadas instâncias e por todos que são tocados na vida por ele. A sacralidade do lugar em si deveria ser encontrada, de alguma forma, no ambiente circundante, nas pessoas do lugar, nos serviços oferecidos. É o diálogo entre o que chega e o que já está, a alegria do encontro entre as expectativas, que faz de um lugar de peregrinação tão especial. O empenho de todos deve ser no sentido de que Deus possa realizar a sua divina vontade de salvar pessoas, animar comunidades e fortalecer a sua Igreja pela força do Turismo Religioso.

Pe. Manoel Filho

Coordenador Nacional da Pastoral do Turismo Junho - 2018 |

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Devoção

Bem-vindos à Casa do Pai! Gruta de Nossa Senhora de Lourdes

Localizada na Praça da Basílica, a gruta é um local calmo e silencioso, onde os devotos deixam suas orações e pedem a intercessão para a Mãe de Jesus. O nome foi escolhido pelos próprios devotos, que homenagearam Nossa Senhora de Lourdes. O ambiente tem a imagem da Virgem e uma fonte de água, além de um velário.

Gruta da Intercessão

No Santuário Basílica, há uma gruta onde os romeiros tem tradição de amarrar fitinhas de várias cores, seja para pedir ou agradecer uma bênção. A gruta fica bonita e toda colorida pelas fitinhas que representam as demonstrações de fé de milhares de devotos.

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Balcão de Atendimento da Afipe

A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) possui dois balcões de atendimento no Santuário Basílica: um ao lado da Secretaria e outro próximo à entrada para a Fita do Beijamento. Os atendentes ficam à disposição para fazer ou alterar cadastro e orientar os devotos no que for necessário. Durante a Romaria de Trindade, os atendimentos acontecem também em um dos estandes do Espaço do Romeiro, em frente à Sala dos Milagres.

Altar Externo

Durante a Romaria, quando o número de devotos que passam por Trindade ultrapassa a casa dos dois milhões, as principais celebrações de Missas e Novenas dos últimos dias acontecem no altar externo. O local fica na Praça do Santuário Basílica e recebe milhares de pessoas.


Descubra detalhes dos locais mais visitados pelos devotos no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno Espaço do Romeiro

Este espaço temporário, no heliponto, é montado em frente à Sala dos Milagres para os romeiros que visitam Trindade durante os dez dias da Romaria. O local possui vários estandes prontos para atender os peregrinos e conta com: Polícia Civil, Difusora-Pai Eterno, atendimento da Afipe e outros.

Fita do Beijamento

O ponto principal da visita ao Santuário Basílica é a Imagem do Pai Eterno, onde fica a Fita do Beijamento. O local fica na parte interna, ao fundo da igreja: os devotos entram por um corredor, passam pela Imagem, deixam suas intenções e se benzem com a Fita. Alguns literalmente a beijam, outros a passam em volta da cabeça clamando a proteção do Divino Pai Eterno.

Secretaria

Na Secretaria do Santuário Basílica, os colaboradores estão preparados para atender aos romeiros com carinho e atenção. O local fica ao lado do altar e funciona de segunda a sexta, 6h30 às 21h; sábado, 6h às 20h; e domingo, 5h às 20h. Durante a Romaria a Secretaria não fecha para o almoço.

Sala dos Milagres

Este local abriga milhares de testemunhos das bênçãos do Pai Eterno: fotos, quadros, próteses, roupas, réplicas de capelinhas, terços e até eletrodomésticos. As peças são deixadas pelos devotos como forma de agradecimento pelo milagre recebido. Com a inauguração da Basílica, todos os objetos de graças alcançadas são entregues no local.

Capela do Santíssimo O Santuário Basílica do Divino Pai Eterno possui um local aconchegante e silencioso para que os devotos possam fazer suas orações e adorar a Jesus vivo na Eucaristia. A Capela do Santíssimo fica dentro da Basílica, próximo ao altar, e o local tem movimento intenso, especialmente, durante a Romaria. O ambiente é um convite aos romeiros para que adorem Jesus Sacramentado de todo o coração.

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Obra alicerçada na fé A construção do Novo Santuário dedicado ao Divino Pai Eterno é feita com o esforço de profissionais e milhares de devotos

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m Trindade (GO), a construção da Nova Casa para o Pai Eterno se fez necessária devido ao crescimento do número de devotos que visitam a Capital da Fé de Goiás. Nos últimos anos, quando a evangelização passou a acontecer também nos meios de comunicação, a devoção ao Divino Pai Eterno conquistou ainda mais corações em todo o Brasil e até no exterior. Desde o início, quando foi encontrado o Medalhão, a capacidade de expansão é uma característica

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forte da devoção. Sua história teve início na humilde casa de Ana Rosa e Constantino Xavier. A fé e o amor desse casal contagiaram os vizinhos que juntaram forças para construir um lugar maior para receber mais pessoas, a chamada Capelinha. Anos depois, as notícias de bênçãos e milagres atribuídos ao Divino Pai Eterno se espalharam ainda mais e, também com a ajuda dos fiéis, o Santuário Matriz foi construído e, em 1912, foi inaugurado. Já na década de 1970, a história se repetiu e uma nova igreja começou a ser edificada para receber os

milhares de devotos que visitavam Trindade. Com a união de forças de religiosos, da comunidade local e romeiros que vinham de cidades vizinhas, outra igreja foi construída e se tornou o atual Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. “Na época da construção do Santuário Basílica, meus pais, meus tios e toda minha família se mobilizaram para contribuir de alguma forma com a obra. Nós doamos um dos vitrais e buscamos outros devotos para colaborar também”, relembra a empresária Dária Alves, que é devota desde muito pequena.


“Eu nasci durante a Festa e, desde sempre, sou apaixonada pelo Divino Pai Eterno, assim como a minha família”, afirma. Hoje, a Basílica também já está pequena para os milhões de romeiros que passam por Trindade durante o ano todo. Por isso, há oito anos, o Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente-fundador da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), Pe. Robson de Oliveira, fez o anúncio que emocionou o coração dos filhos e filhas do Pai Eterno: uma nova igreja seria construída. Desde então, muitas etapas vêm sendo vencidas com as orações e ajuda dos devotos associados à Afipe: bênção do Cruzeiro, o lançamento da pedra fundamental, o início da obra, inauguração da Capela do Cruzeiro e do mirante, nivelamento do terreno, conclusão do subtérreo, construção dos pilares, reformulação do projeto, a bênção dos pilares e, agora, o cimbramento da estrutura que suportará a laje do mezanino. O projeto do Novo Santuário é mais uma prova da união e da fé dos filhos do Divino Pai Eterno. E a Dária Alves, que ajudou na construção do Santuário Basílica, hoje, faz parte da família dos filhos do Pai Eterno. Associada à Afipe, ela agora colabora com a obra deste Novo Templo. “Contribuir com o Novo Santuário fortalece a minha fé e é um gesto de gratidão por tudo o que o Pai Eterno já fez por mim e por minha família”, destaca a empresária.

Projeto

A nova igreja está sendo construída para ser mais acolhedora e moderna para que todos tenham comodidade e segurança ao deixarem suas orações a Deus Pai. O local terá área de alimentação, banheiros, fraldários, uma nova capela, ossário e fácil acesso para que idosos e pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação consigam transitar com facilidade, além de outras novidades. Junho - 2018 |

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Curiosidade

Como são feitas as hóstias?

Fabricação das hóstias exige cuidado e respeito por estar lidando com o que há de se tornar o bem mais precioso: o Corpo de Cristo

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abricação das hóstias exige cuidado e respeito, afinal cada partícula se tornará o que há de mais precioso para os católicos: o Corpo de Cristo O que parece ser uma simples

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massa de farinha de trigo misturada com água, na verdade, tem um forte significado para os católicos. Trata-se da hóstia que é consagrada durante as missas e entregue aos fiéis na comunhão. Seu processo de fabricação

é simples, sem muitos segredos, mas com a consagração ganha grande valor: representa o sacrifício eucarístico e alimenta almas. Mauro Saldanha tem uma empresa em Aparecida de Goiânia (GO),


região metropolitana de Goiânia, que fabrica as partículas. Com a ajuda da sua mãe, Mauro produz aproximadamente 15 mil partículas por dia e distribui para diversas comunidades e paróquias de Goiânia e região. Segundo ele, tudo começa com a mistura de uma boa farinha de trigo e água gelada, nada mais que isso, já que a massa não deve conter nenhum conservante ou algo do tipo. Com o auxílio de um liquidificador industrial, o material ganha homogeneidade. Logo depois, é colocado em prensas pneumáticas, que comprimem a massa por um minuto e meio, tornando-a sólida. A massa torna-se uma placa de 35 cm de diâmetro e sai completamente seca. Para chegar à umidade adequada, vai para uma estufa e fica por aproximadamente 40 minutos. Em seguida, a placa é colocada em cortadores que apresentam o tamanho padrão para os fiéis, com cerca de 3 centímetros de diâmetro, e para os sacerdotes, após o ato da consagração, com cerca de 8 cm. A partir disso, estão prontas para serem comercializadas. Mauro Saldanha revela que, por estar lidando com algo tão importante para os cristãos, o trabalho exige muita responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, é gratificante. “É uma sensação única poder fabricar as partículas. Sempre que vou à missa, a emoção toma conta no momento da comunhão, pois lembro que, de certa forma, contribuo para que milhares de pessoas tenham a maravilhosa experiência de receber o Corpo de Cristo”, afirma o empresário.

Comunhão O cuidado não se limita apenas à fabricação das partículas. Exige-se cautela ao serem manuseadas nas igrejas. Elas são guardadas em um lugar especial, chamado Tabernáculo ou Sacrário, com acesso restrito. Apenas ministros ordenados (bispos, presbíteros e diáconos) e ministros da Eucaristia estão autorizados a distribuí-las. O Pe. Joaquim Cavalcante, da diocese de Itumbiara (GO), destaca que é preciso ter muito respeito e reverência ao lidar com a hóstia consagrada, justamente por ser o que há de mais precioso no Céu e na Terra: o Corpo de Cristo. “Trata-se de um momento singular, fundamental para o cristão. O católico precisa se alimentar de Cristo para ser Cristo para o mundo, seja na família, no trabalho, na sociedade. Por isso, no momento da comunhão, é preciso ter consciência que estamos lidando com aquilo que é do Céu”, finaliza.

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Doação

O amor do Pai em Obras A fé no Pai Eterno ganha força através da ajuda dos devotos que contribuem de coração aberto com a Afipe

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amor do Pai Eterno não tem hora nem lugar. Ele está por onde passa a caridade, a fraternidade e o cuidado com o próximo. São diversas as maneiras de percepção da presença de Deus Pai. Os pequenos detalhes tornam-se grandes para aqueles que mais necessitam e reconhecem gestos de carinho e atenção. A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) foi criada como forma de levar o amor de Deus aqui na Terra. Ela é fruto do carinho de cada devoto e filho amado do Pai, que tira um pouco do que tem em beneficio de seu irmão, sem pedir nada em troca.

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Esse carinho pode ser visto nas ações e projetos que a Afipe realiza. São diversas obras que fazem a vida do próximo mais feliz. A dona de casa Ilca Pereira de Freitas, 82 anos, é da cidade de Catanduva (SP) e colabora com as obras da Associação desde 2007. “Minha devoção começou quando eu senti uma dor no calcanhar, chamada esporão. Estava desesperada com a dor, tomava medicação e nada resolvia. Um dia, liguei a televisão, me deparei com a Novena dos Filhos do Pai Eterno e comecei a rezar com muita fé para minha dor passar, e o milagre aconteceu”, relembra.

Multiplicação

A contribuição de Ilca vale mais do que ela imagina. O pouquinho de cada um se transforma em muito e colabora com inúmeras crianças e famílias assistidas pelas Obras Sociais Redentoristas. São, ao todo, cinco Centros Sociais que oferecem diariamente a crianças e adultos, atividades diárias pedagógicas e extracurriculares com o objetivo de formar cidadãos melhores e colaborar com a família por meio do exercício voltado a evangelização e a cidadania. Para Ilca, saber que sua pequena contribuição ajuda tanto é gratificante. “É bom demais saber que o que eu


faço questão de doar tem um fim tão abençoado. Continuarei doando enquanto eu puder e tiver vida”, ressalta. Outra devota que sempre faz sua colaboração é a aposentada Roseli de Souza Moreira. Ela conta que conheceu a Afipe pelos seus familiares e decidiu começar a ajudar. “Eu penso assim: se cada um doar o tanto que pode, no fim, com um pouco de lá e de cá, a gente consegue construir uma história. É um pouquinho que vai se multiplicando”, comenta.

Graças

Arquivo Pessoal

A aposentada também já passou por muitas provações, mas sempre contou com a proteção do Pai Eterno. Há quatro anos, ela está em tratamento por causa de um câncer, que vai e volta em diferentes regiões do corpo. E ela está na luta pela cura, novamente, sob as bênçãos do Divino Pai Eterno. “A gente doa, mas é a gente que ganha e eu sinto que Deus vem me recompensando a cada dia com Seu amor e cuidado”, se emociona. Saber que a colaboração financeira e das orações fazem a diferença, mexe com os devotos que ajudam nessa obra de amor. Além das obras sociais, eles ajudam também a construir a Nova Casa do Pai. Além disso, os devotos que colaboram com a Afipe também ajudam a manter este trabalho de evangelizar, para que a devoção ao Divino Pai Eterno alcance milhões de pessoas no Brasil todos os dias.

A Afipe É por meio da doação espontânea de cada devoto que a Afipe consegue alcançar lares cristãos diariamente com o Santo Terço, as Novenas dos Filhos do Pai Eterno e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, apresentadas pelo Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás e presidente-fundador da Afipe, Pe. Robson de Oliveira. E ainda o Programa Pai Eterno, que vai ao de segunda a sexta-feira em duas edições (7h45 e 10h45). Além disso, os devotos podem acompanhar diariamente as transmissões das missas direto da Igreja Matriz e do Santuário Basílica, em Trindade (GO). Junho - 2018 |

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Pastoral

No caminho do Pastor

As pastorais são serviços de doação daqueles que colocam os ensinamentos de Cristo em prática

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trabalho dos cristãos é muito importante para o crescimento da Igreja e para que ela alcance aqueles que mais precisam de ajuda, tanto material, quanto espiritual. Para isso, as paróquias, dioceses e arquidioceses têm equipes de pastorais que prestam serviços sociais, seja na própria comunidade ou em ações externas. “A ação pastoral surgiu na Igreja com o mandado de Jesus aos Seus Apóstolos: ‘Ide e fazei todos os povos discípulos meus’. Esse é o cuida-

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do geral com a salvação das pessoas e com o ordenamento das realidades terrenas dentro do plano salvífico de Deus”, explica o bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, Dom Moacir Arantes. Dentro da realidade de cada comunidade, as pastorais foram se multiplicando para atender as necessidades do povo de Deus. “Algumas surgiram dentro do contexto das transformações da sociedade, tais como as pastorais sociais, a pastoral

juvenil, a pastoral da moradia, entre outras”, pontua o bispo. Atualmente, existem diversas pastorais, as mais comuns são as de liturgia, de catequese, de casais e a do idoso. É um trabalho de oração e ação catequética dentro da comunidade. Outras pastorais fazem um trabalho voltado para os desafios que a sociedade enfrenta. A Pastoral de Rua, por exemplo, leva alimento, curativos, roupas, orações e carinho para pessoas em situação de rua. E a Pastoral


Aprendizado

Carcerária visita presídios com o objetivo de levar o amor de Cristo às pessoas que, geralmente, são tratadas como um “problema” na sociedade e, por isso, são consideradas indignas de consolo.

Fé em obras

“A palavra ‘pastoral’ remete à pastor, que é aquele que cuida, protege e guia o rebanho em vista de sua sobrevivência e de seu progresso”, explica Dom Moacir. Por meio do trabalho das pastorais, a Igreja convida a sociedade a um caminho diferente na forma de lidar com os problemas humanos, marcado pelo amor, pela fé, pela esperança, pela solidariedade e pela não-violência. Sob essa perspectiva, as pastorais são abertas para qualquer pessoa que deseja ajudar os irmãos e colaborar com a edificação da fé cristã. “As pastorais ajudam a integrar a comunidade porque elas têm dois sentidos: um deles é o de levar os fiéis a aprofundarem ainda mais o seu conhecimento e sua vivência da fé. Outro sentido seria o de levar os fiéis a atuar, a partir da Igreja, nas realidades do mundo, buscando a transformação dele e das pessoas”, afirma o religioso. A contadora Marly Fátima Barros é católica desde criança e conheceu o amor de Jesus a partir do exemplo dos pais. Há alguns anos, sentiu em

seu coração um desejo de ir além das orações: “Eu escolhi participar da Pastoral Carcerária porque, para mim, era a mais difícil de enfrentar, pois é difícil estar em uma penitenciária. É um lugar que, infelizmente, não transforma e só deixa mais perto da criminalidade. Mas, conhecer aquelas pessoas, levar o Evangelho é uma oportunidade delas conhecerem o perdão verdadeiro e uma nova perspectiva de vida”. Dom Moacir explica que agir pastoralmente é consequência do Batismo. No entanto, a participação em pastorais específicas não depende apenas do desejo da pessoa, mas também de seus carismas e aptidões, concedidos pelo Espírito Santo em vista da missão a ser desempenhada. “Não basta apenas querer e entrar numa pastoral específica, é preciso um discernimento, da pessoa e da comunidade, para descobrirem juntas qual é o lugar e o que cada um pode realizar. Outro elemento fundamental é que a pessoa tenha uma vida coerente com o que se prega ou se realiza naquela área pastoral onde está inserida, para não se contradizer”, alerta ele.

Cada cristão deve ser reflexo do amor e da bondade de Jesus em todos os seus aspectos de vida: família, igreja, estudos, trabalho ou por onde for. Para Marly, estar na Pastoral Carcerária tem sido um grande aprendizado. “O momento que mais me marcou foi quando uma senhora contou que estava ali porque tinha assumido a culpa pelo filho, pois não suportaria vê-lo preso. São situações que nos levam a questionar nossos preconceitos e entender a constante misericórdia de Deus Pai por nós”, revela a contadora. Segundo Dom Moacir, a Igreja precisa ser edificada no coração de cada um, precisa ser testemunhada na vida para além dos seus espaços físicos. “Jesus não fundou a Sua Igreja para ser um grupo de eleitos, de escolhidos, voltados apenas para a admiração do céu, mas para atuar no mundo em vista da construção do Reino de Deus que começa aqui e terá sua plenitude na eternidade”, finaliza.

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Na Casa do Pai

A Basílica é um lugar de respeito, gratidão, fé, amor e adoração ao Divino Pai Eterno”

Leonor, em sua visita ao Santíssimo, onde hoje fica o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Basílica do Divino Pai Eterno

“Em 2006, eu visitei o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e foi uma experiência muito abençoada. Eu fui para Goiânia, a trabalho, e aproveitei a viagem para conhecer a Basílica do Pai Eterno, em Trindade (GO). Fiquei impressionada com o formato em cruz da igreja e a delicadeza dos vitrais. Conheci a Sala dos Milagres, onde muitos devotos depositam os objetos das graças alcançadas, suas cartas e depoimentos, fotos, gessos pelo milagre da cura e tantos outros agradecimentos. Lá, fiquei muito emocionada com a fé de tantos romeiros e a misericórdia do Pai Eterno,

que atendeu a todos aqueles clamores. Sem dúvida, a Basílica é uma igreja muito especial, em um lugar onde as carroças simples ainda passam e enfeitam a paisagem externa: a simplicidade e a modernidade se misturam. É um lugar de respeito, gratidão, fé, amor e adoração ao Divino Pai Eterno. A união perfeita da tradição com a modernidade. Sou muito grata a Deus Pai pela oportunidade de conhecer este lugar tão abençoado. É uma cidade onde a fé é renovada em cada detalhe. Deixei minha intenção no colo do Pai Eterno e sei que no tempo Dele tudo se realizará. Ele é o Todo, está em

Sua história pode aparecer aqui na Revista Pai Eterno.

Mande fotos e um depoimento, sobre como foi sua experiência ao visitar Trindade (GO), para o e-mail: imprensa@paieterno.com.br

tudo e sabe de todas as coisas. Peço ao Divino Pai Eterno que fortaleça minha fé e acalme meu coração neste tempo de espera. Acompanho sempre as missas, por meio da RedeVida, e as homilias do Pe. Robson me ajudam muito, pois suas palavras são simples e vão direto ao meu coração. Em breve, espero poder contribuir com a obra da Nova Casa do Pai e um dia poder visitá-la. Eu sou uma filha abençoada do Divino Pai Eterno e agradeço por tudo o que sou, tudo o que tenho e, especialmente, por quem eu tenho na vida: minha família! Viva o Divino Pai Eterno!” Leonor Brites de Figueiredo São Paulo - SP Junho - 2018 |

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Evangelização

Viver o Evangelho A Igreja Católica no Brasil, dedica 2018 a um grupo de fiéis que, com amor e fé, se doam ao próximo no trabalho cristão.

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Igreja no Brasil escolheu 2018 como o Ano Nacional do Laicato. Uma forma de trabalhar com leigos, pessoas que servem fielmente à Igreja Católica com os dons recebidos do Espírito Santo. Por meio deles, se dedicam aos serviços nas paróquias e comunidades de todo o mundo. O tema escolhido para este ano foi “Cristãos leigos e leigas sujeitos na igreja em saída a serviço do Reino”. O objetivo é despertar nos cristãos a vontade de serem cada vez mais participativos em suas comunidades e isso mexe diretamente com a comunidade católica, pois ela tem como missão viver a mensagem do

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Evangelho. “É missão da comunidade católica se ocupar, na sua ação evangelizadora, em diminuir e erradicar toda a miséria, pobreza e violência na comunidade. Não podemos imaginar um cristão autêntico que incentive usar armas para matar seus semelhantes, a fomentar sistemas de injustiça e de violência, isso não condiz com o espírito do Evangelho”, diz o bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato, Dom Frei Severino Clasen, OFM. Segundo ele, o mundo necessita experimentar o Evangelho de Jesus Cristo e este ano especial, em ho-

menagem aos leigos, vai oferecer a grande oportunidade para que a justiça, o amor, a solidariedade, elementos fundantes da espiritualidade e vida cristã sejam a força evangelizadora, transformando o mundo com a paz e alegria de se viver. “Temos algumas indicações comuns, mas cada Diocese tem a sua programação própria de acordo com sua realidade: promover congressos diocesanos ou nas paróquias com suas lideranças cristãs e da sociedade e realizar a Semana Missionária. O importante é que o espírito de comunhão e de adesão seja percebido em todas as Dioceses do Brasil”, reforça.


As temáticas sempre estão voltadas ao Evangelho de São Mateus: “sal da terra e luz do mundo”. O foco é despertar na vida eclesial e social a força do seguimento e amor em Jesus Cristo e assim superar as ideologias do descarte, do preconceito, do egoísmo e do fechamento que gera violência e discriminação. “Somos chamados a acolher a todos, conforme nos ensina o Papa Francisco, para podermos, com es-

pírito fraterno, fazer a opção pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Temos sentido que muitos leigos e leigas estão dispostos a viver o Evangelho da alegria da Igreja em chave de saída, ou seja, ir ao mundo e levar Jesus para as multidões que não O conhecem” destaca o bispo. Para ele, a escolha do tema serve para dar mais legitimidade para os cristãos viverem a graça do Batismo: “Esse tema escolhido é a força

evangelizadora que todo o batizado deve testemunhar em sua vida como cristão. A figura do sal nos leva a ser cristãos conscientes e equilibrados na vida cotidiana. Temos que dar gosto e preservar as boas obras. Esta atitude serve de inspiração para que o mundo creia que Jesus Cristo veio nos salvar do pecado e das injustiças e ajudemos a implantar o Reino de Deus que é de amor e de paz”, explica.

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Pai Eterno, somos Teus filhos

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á dois anos, a Romaria do Divino Pai Eterno vem apresentando seus temas em harmonia com a instituição do Papa e a escolha da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) para a reflexão dos fiéis. Essa comunhão faz com que as pessoas internalizem ainda mais a mensagem anual que a Igreja quer transmitir. Este ano, o tema da Romaria é “Pai Eterno, somos Teus filhos”. Ele foi escolhido com a intenção de inserir a Festa ao Divino Pai Eterno no atual contexto de reflexão teológica e dinamismo eclesial vigente. Tanto por conta da insistência por parte do Papa Francisco em ressignificar a vida pastoral da Igreja, indo além do “sacramentalismo” e da “pastoral da manutenção”, quanto por conta da vontade de estar em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, proclamado pela CNBB para 2018, já que o primeiro reconhecimento de todo fiel batizado com relação à figura do Pai Eterno certamente é a filiação. O temário de 2018 foi desenvolvido em conjunto pelos Missionários Redentoristas Pe. João Paulo Santos e Pe. Edinisio Pereira, que é o atual reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno; e também pelo cristão leigo José Reinaldo Felipe Martins Filho, que é doutor em Ciências da Religião e membro da Equipe de Liturgia da Arquidiocese de Goiânia e da Comissão Regional Centro-Oeste da CNBB. O documento relata que ser filho, nessa perspectiva, significa assumir a vocação fundamental à vida, colocando-se como um agente transformador na vida da família, da Igreja e da sociedade. Nesse documento, os redatores relatam que Ser filho significa assumir o Reino de Deus, no anúncio implícito e explícito da Palavra, como

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um agente transformador na vida da Família, da Igreja e da Sociedade. E, por conseguinte, em comunhão com os irmãos. “É por sermos filhos do Pai Eterno que somos capazes de nos reconhecer irmãos e irmãs uns dos outros. Assim, a relação vertical (Pai-filho) expressa ao primeiro olhar, dilata-se na convivência de uns para com os outros, relação horizontal (Filho-filhos), no exercício de uma fé

comunitária e transformadora” explica o reitor do Santuário Basílica, Pe. Edinisio Pereira. Assim, os subtemas que serão desenvolvidos ao longo dos dez dias de Festa colaborarão para ampliar o horizonte de atuação amorosa de Deus Pai para com Seus filhos e filhas, na Pessoa de Seu Filho Jesus e, na união de Deus Pai com o Deus Filho pela força do Espírito Santo.


Relembre:

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m 2016, o tema escolhido para a Festa em Louvor ao Divino Pai Eterno foi “O Pai Eterno é Misericordioso”, pois, ao anunciar o Jubileu do Ano Santo da Misericórdia por meio da Bula Misericordiae Vultus, do mesmo ano, o Papa Francisco propôs iniciativas para serem vividas pelos cristãos durante aquele período: realizar peregrinações; praticar as obras de misericórdia; intensificar a oração; passar pela Porta Santa em Roma ou nas Dioceses da sua cidade. Na Rodovia dos Romeiros, ela foi instalada no quilômetro zero com o objetivo de levar aos romeiros a experiência que milhares de católicos estavam vivenciando nas arquidioceses pelo mundo todo. Já em 2017, a CNBB proclamou o Ano Mariano por conta dos 300 anos de encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraíba, em São Paulo. A Festa de Trindade, inspirada nessa proposta e também em comunhão com a Igreja, celebrou, em maio de 2017, o centenário das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, em Fátima, Portugal, teve como tema “Maria, serva humilde e fiel ao Pai Eterno”. A intenção foi levar os cristãos a refletirem sobre o Mistério da salvação e perceberem que Maria é aquela que se coloca em prontidão após ouvir o chamado de Deus feito a ela através do anjo e o seu ‘sim’ nos traz a redenção, a vida.

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Identidade

Uma nova marca para os devotos do Pai A Associação Filhos do Pai Eterno lançou sua nova marca que retrata a devoção de um jeito mais simples e moderno

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undada há 14 anos, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) tem como objetivo evangelizar, levar a Palavra de amor e misericórdia de Deus Pai a todos os que precisam. Tendo em vista essa missão, o presidente-fundador da Afipe e Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás, Pe. Robson de Oliveira solicitou ao departamento de marketing da instituição uma renovação no logotipo da Associação. O pedido era que a nova marca seguisse algumas diretrizes: que o símbolo representasse o ícone do Divino Pai Eterno de forma simplificada e reconhecível; que mostrasse a imagem da Trindade Santa e de Maria, com destaque, e que tivesse características de melhor aplicação em vídeo. A partir de todas essas informações, o departamento de marketing da Afipe fez um novo logotipo começar a nascer. A principal função do logotipo é comunicar com clareza o que a instituição realmente é. A força da devoção é a mensagem que se pretende passar. A Afipe fala do Pai, o Criador, a primeira pessoa da Santíssima Trindade, de onde tudo existe e para onde tudo retorna; de Jesus Cristo, que veio para realizar a vontade do Pai; o Espírito Santo, que é o sopro do Pai no mundo, é o fogo da graça de Deus na vida das pessoas; e Nossa Senhora, que é uma filha amada e obediente. Em todos os sentidos, é a vontade

e o amor do Pai que prevalece: Ele é o elo e a força que impulsiona a levar o Evangelho que Jesus Cristo veio anunciar. Por isso, o Pai Eterno deve estar sempre presente.

Detalhes

Os devotos do Divino Pai Eterno que acompanham a Afipe, desde o início, vão perceber claramente a diferença entre o logotipo antigo e o novo. A começar pelas cores: o vermelho e o dourado prevalecem em todo o desenho. A escolha reforça o significado católico e a própria representação do símbolo, já que fazem

parte da paleta de cores da imagem do Divino Pai Eterno. As cores que compõem a marca foram pensadas pelo seu significado litúrgico: o vermelho é, na Bíblia, a palavra raiz para a humanidade, para o Sangue de Jesus, o amor de Deus, o sangue do Cordeiro e salvação dos pecados. Já o dourado é a glória, realeza, divindade eterna, fundação, altar, beleza, preciosidade, santidade, majestade e justiça. Durante o processo de criação, os profissionais envolvidos perceberam que vários símbolos poderiam representar a Santíssima Trindade: o trevo de três folhas, o triângulo e a flor-de-lis, por exemplo. Na escolha, levaram em consideração a necessidade de simplificação do ícone e optaram por sua representação através de uma figura estilizada. Para o Pe. Robson de Oliveira, esta nova identidade visual passa a essência da Afipe: “É uma instituição filantrópica que nasceu de um desejo profundo de chegar às pessoas, no campo religioso de suas vidas e não esperar que elas venham a nós. Entrar nas vidas das pessoas, falar a elas, chegar aos corações delas com uma mensagem muito profunda a respeito do Divino Pai Eterno, que é a Trindade Santíssima: o Pai, o Filho e o Espírito Santo coroando Nossa Senhora, Ela que representa a humanidade no coração da Trindade”, finaliza. Junho - 2018 |

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Solidariedade

Gesto concreto e fraterno

Com base no tema da Campanha da Fraternidade, as Obras Sociais Redentoristas desenvolvem atividades para integrar as famílias e a comunidade

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Província Redentorista de Goiás possui um papel importantíssimo no que se diz respeito ao trabalho social com famílias carentes. Esse trabalho é realizado pelas Obras Sociais Redentoristas. Com atividades que envolvem toda a família, a inclusão social é bem concretizada dentro da perspectiva desse enorme projeto idealizado e concretizado pelos Missionários Redentoristas de Goiás. Dentro da proposta de ajudar a quem precisa e socializar as famílias, um dos objetivos é a evangelização. São diversas atividades que trabalham a Palavra de Deus no contexto social e familiar. Desta forma, todos os anos, os Centros Sociais realizam atividades específicas em consonância com a Campanha

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da Fraternidade, proposta pela CNBB. Este ano, o tema é “Fraternidade e Superação da Violência” – “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). As Obras Sociais abraçaram a temática e promovem diversas atividades que abordam a realidade de violência vivida na sociedade. De acordo com o diretor das Obras Sociais Redentoristas de Goiás, Pe. Reinaldo Martins, a intenção é provocar uma mudança positiva que faça dessas pessoas disseminadoras do Evangelho, com a finalidade de construir uma comunidade mais fraterna. “Temos como principal objetivo estabelecer a fraternidade, promover a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, ter a Palavra de Deus como caminho de superação da violência”, diz o padre.

Para atingir esse objetivo foi iniciado um trabalho anual com celebrações da Santa Missa em todos os Centros Sociais. Depois disso, começaram as rodas de conversas conscientes com toda comunidade. Esse contato promove o diálogo e a cultura de paz entre os povos. Os temas trabalhados em cada encontro são sugestões do Texto Base da Campanha da Fraternidade e, em cada mês, um Centro Social recebe a psicóloga Regina Marta, que está à frente do projeto, para falar sobre violência e os caminhos para combatê-la. As rodas de conversas vão acontecer até meados de setembro em paralelo com outras atividades. Dentre elas, estão os seminários pensados pela linha da Campanha da Fraternidade 2018,


que se preocupa com o bem maior: a vida. O primeiro Seminário realizado foi sobre Segurança Pública, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Pública de Trindade (GO). O evento apresentou dados sobre a violência na região metropolitana de Goiânia e orientações de como se comportar diante de qualquer ato de violência com o próximo. Em junho, aconteceu o VI Congresso Redentorista de Prevenção às Drogas, com o tema “Drogas: prevenção, superação da violência e inclusão social” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Em setembro, é a vez do Seminário Setembro Amarelo, um momento dedicado especialmente a falar sobre o cuidado com vida, principalmente a saúde mental.

Já em novembro, será realizado o Seminário Infantil sobre Bullying, dedicado especialmente às crianças e aos adolescentes assistidos pelas Obras Sociais Redentoristas e também de toda a comunidade. Vão ser abordados temas que geram violência emocional, principalmente, entre os adolescentes. Para encerrar o ano de atividades, as Obras Sociais se organizam para realizar a Caminhada da Paz, com data marcada para o dia 25 de novembro.

Futuro

As Obras Sociais Redentoristas realizam um trabalho especial com as crianças da comunidade. Com a certeza de que colherão bons frutos, os Missionários Redentoristas, junto com os educadores sociais, investem na formação

e evangelização dessas crianças com o intuito de, no futuro, ter uma vida melhor na sociedade. Diante disso, são realizados momentos de Evangelização dentro dos Centros Sociais onde o bloco pedagógico trabalha, por exemplo, a “Noveninha de Natal em Família” com as crianças de 2 a 12 anos de idade. O eixo temático de cada mês propõe aos educadores trabalhar as várias formas de violência praticadas contra o ser humano. Em cada mês, conforme o tema, as crianças recebem novas orientações. Além disso, este mesmo projeto é adaptado também aos demais assistidos acima de 13 anos de idade. “O importante é não deixar de sentir Jesus presente em nosso meio”, finaliza Pe. Reinaldo Martins.

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Mundo Digital

Cuidados ao compartilhar Com a propagação de notícias falsas na internet, é preciso se atentar cada vez mais à veracidade das informações recebidas

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uem tem acesso à internet provavelmente já se deparou com notícias falsas – as chamadas Fake News. Elas geralmente apresentam títulos sensacionalistas, conteúdos apelativos e são facilmente compartilhadas nas redes sociais com a ajuda de robôs. Um estudo sobre o assunto, realizado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, traz uma conclusão preocupante: as informações falsas têm 70% mais chances de viralizar que as notícias verdadeiras, o que faz com que elas alcancem mais pessoas. O resultado demonstra o quanto é preciso se atentar a esse fenômeno e ter cuidado antes de compartilhar qualquer notícia. É o que alerta o advogado especialista em direito digital Rafael Maciel. “Do ponto de vista psicológico, as notícias negativas apresentam maior apelo

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e, por isso, são mais disseminadas. Isso se torna um problema quando elas são inventadas e usadas para o mal. A divulgação se dá de forma acelerada e pode ser extremamente prejudicial”, analisa. A opinião do especialista é comprovada pela pesquisa dos cientistas de Massachusetts. De acordo com o estudo, as informações falsas ganham espaço na internet de forma mais rápida e abrangente que as verdadeiras. Cada postagem verídica atinge, em média, mil pessoas, enquanto as postagens falsas mais populares atingem de mil a 100 mil pessoas.

Eleições 2018

O advogado Rafael Maciel acrescenta que, em ano de eleições, a atenção deve ser ainda maior, pois é bastante comum ver notícias falsas sobre partidos e/ou candidatos. Segundo ele, na maioria das vezes, elas são utilizadas como forma de confundir o eleitorado, aumentar a rejeição ou, em alguns casos, a popularidade de alguém. A solução para evitar a disseminação das notícias falsas, segundo Maciel, não passa simplesmente por mecanismos tecnológicos ou pela criação de uma nova lei. “É necessária uma mudança de comportamen-


Como não ser vítima de Fake News Não tem fonte? Não repasse! Leia a notícia completa; Confira a data; Ficou em dúvida? Pesquise em outros sites e fontes de informação; Só compartilhe aquilo que você tem certeza absoluta que é verdade.

Dia Mundial das Comunicações Sociais to”, afirma. O especialista pontua que a melhor alternativa é procurar por sites/fontes confiáveis e só compartilhar após ter certeza que as informações são verdadeiras. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, afirmou que trabalhará para combater veementemente as fake news durante o processo eleitoral. Para isso, montou um conselho consultivo para estudar o tema, formado por integrantes do TSE, Ministério Público e Polícia Federal. Além disso, Fux destacou que a imprensa será a principal aliada para aferir a veracidade daquilo que está sendo noticiado.

O assunto também tem gerado preocupação na Igreja. Tanto que o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado no dia 13 de maio deste ano, teve como tema “Fake News e jornalismo de paz”. O Papa Francisco condenou o mal causado pelas notícias falsas, comparando-as com a “lógica da serpente”, citada na narração do pecado original, no livro de Gênesis, como figura de confusão e tentação para o homem e para a mulher. O Missionário Redentorista Ir. Diego Joaquim ressalta a importância desta reflexão e a necessidade de colocá-la em prática. “O Papa nos disse que, no projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Então, quando mentimos ou criamos uma realidade falsa, não respondemos a esse projeto divino. A confusão criada pelo mal só nos afasta e divide. Por isso, o Santo Padre pede que a gente fique atento, esperto, ávido para a ação do mal perto de nós. Se não estamos atentos, facilmente somos seduzidos e confundidos pela lógica da serpente”, orienta o religioso.

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Turismo

A força do turismo religioso Congresso Brasileiro de Turismo Religioso, realizado em Salvador, discutiu o crescimento do setor e a importância dele para a economia brasileira

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turismo religioso é um dos segmentos que mais cresce no mundo. No Brasil, não é diferente, já que o setor é responsável por gerar cerca de R$ 15 bilhões anualmente, segundo pesquisa do Ministério do Turismo. O estudo ainda mostra que 96 destinos distribuídos em 344 municípios brasileiros possuem calendário de eventos exclusivos do turismo religioso, o que gera a circulação de milhões de pessoas e consiste em um forte incentivador da economia. Pensando nesse potencial, a Pastoral Nacional do Turismo da Arquidiocese de Salvador (Pastur) promoveu, entre os dias 9 e 12 de maio, a primeira edição do Congresso Brasileiro de Turismo Religioso, na capital baiana. Com o tema Turismo Religioso, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz, o evento reuniu agentes pastorais, empresários, representantes governamentais e de instituições religiosas para discutir a atratividade dos destinos religiosos e partilhar conhecimentos para a melhoria da atividade. A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) esteve presente e teve a oportunidade de participar de importantes discussões sobre o tema, o que permitiu a troca de ex-

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periências e a reflexão sobre as perspectivas e desafios do segmento. “É preciso reconhecer o turismo religioso como vetor de desenvolvimento, precisamente desenvolvimento sustentável, por isso deve ser investido e incentivado. Ele apresenta características específicas que precisam ser discutidas em ocasiões como esta”, afirma Padre Manoel Filho, coordenador geral do evento e da Pastur Nacional. O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que também é vice-presidente da Confe-

rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esteve presente como palestrante e, em sua explanação, destacou as singularidades do turismo religioso e a importância de discuti-las. “Quando se trata do assunto, mais importante do que os locais visitados, é a emoção, a experiência de fé que o peregrino sente em seu coração. Por isso, este Congresso desperta para a valorização do setor e mostra o quanto vale a pena desenvolvê-lo, já que também é uma fonte de renda e mexe com os destinos religiosos do ponto de vista econômico”, pontua.


Fotos: Murilo Bitencourt

Conhecimento A Prefeitura de Trindade (GO) também marcou presença e, segundo a presidente da Agência Municipal de Turismo do município, Talitta Di Martino, o evento serviu para agregar ainda mais conhecimento. “A troca de informações com cidades que vivem essa mesma realidade do turismo religioso foi enriquecedora. É sempre interessante partilhar experiências para aprimorarmos nosso trabalho e buscarmos a melhor forma de atender os romeiros”, afirma. O empresário João Evangelista, de Cachoeira Paulista (SP), divide essa mesma opinião e ressalta o quanto o congresso foi produtivo, especialmente por ele ser proprietário de uma agência de turismo voltada para destinos religiosos. “Foi um divisor de águas para os meus negócios. O meu conceito de trabalho é sempre Deus acima dos lucros. O evento confirmou o quanto isso é importante e norteou algumas atividades que pretendo começar a implantar na minha empresa em breve”, finaliza.

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Mural dos Devotos

CARMÓPOLIS DE MINAS - MG

TRINDADE-GO

PENÁPOLIS - SP

FRANCA - SP

GOIÂNIA - GO

ARCOS - MG

RIBEIRÃO BONITO - SP

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SERTÃOZINHO - SP


ARCOS - MG

FEIRA DE SANTANA - BA

RIOLÂNDIA - SP

VALPARAÍSO DE GOIÁS - GO

SERTÃOZINHO - SP

MIRASSOL - SP

SÃO CARLOS - SP

UBERABA - MG

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Nas Redes

Nas Redes

Suas fotos na Capital da Fé de Goiás podem ser publicadas aqui na Revista Pai Eterno. No Facebook, curta a página oficial do Pe. Robson de Oliveira, facebook.com/PadreRobsonOliveira, ou siga o Pe. Robson no Instagram @padrerobsonoliveira, e faça uma postagem pública com a hashtag #PaiEternoNasRedes

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Janeiro a Junho/2016 |

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