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Pé na Estrada: Alma Carnavalesca
ALMA CARNAVALESCA
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A pandemia causada pelo coronavírus e o cenário consequente têm atrapalhado a celebração do Carnaval no Brasil. No entanto, a maior manifestação cultural brasileira segue viva nos corações paineirenses, em especial no de Ida Antonelli Franklin. Apaixonada pela festa desde criança, ela tem uma relação especial à folia e às avenidas.
Um fato curioso sobre a associada amante do Carnaval: seu pai era maestro e não gostava muito da festa. Tanto que os nomes de suas filhas foram inspirados em óperas, como Gioconda, Aída. “Sempre gostei de samba e de Carnaval. Amo desde que era pequena. Sempre gostei de ir aos bailes e me fantasiar. Tinha um tio que era flamenguista roxo e sempre levava eu e meus irmãos aos bailes infantis do Flamengo. E foi aí que tudo começou”, relembra Ida.
A paineirense, frequentadora do Clube há 16 anos, diz que não tem uma escola de samba favorita. Segundo ela mesma, sua escola do coração é a liga das escolas de samba, seja em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Ao lado de seu filho, Aída vai a sua terra natal desfila todos os anos no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Já desfilou por diversas escolas cariocas, mas também já experimentou o Carnaval paulista, no Sambódromo do Anhembi.
“Quando você pisa no solo sagrado do sambódromo ou da avenida, é uma energia que não existe. Você sente uma coisa forte e todas as pessoas estão na mesma sintonia. É uma emoção indescritível que eu acho que todas as pessoas deveriam experimentar algum dia na vida. E não tem jeito. Se provar uma vez, acaba querendo sentir de novo”, detalha a amante do Carnaval. Aída é natural do Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo há mais de 40 anos e, no Paineiras, é frequentadora assídua das aulas de hidroginástica. Ela trabalha como professora de música e, nas aulas, ensina a seus alunos sobre o que de fato é um samba enredo. Curiosamente, o exemplo que ela usa é que o Carnaval é uma ópera popular contada na avenida.
Para Ida, a alma do Carnaval não pode enfraquecer ou deixar de existir, mesmo quando não se pode realizar festas físicas como nesse ano. Além da importância econômica da festa popular para o País, com geração de empregos e movimentação financeira, ela representa algo maior para a população brasileira.
“Nós não podemos deixar esse espírito, essa energia carnavalesca morrer. Pois o Carnaval é uma oportunidade em que o povo tem a oportunidade de falar, de expressar a sua crítica, o seu desejo. Mais do que isso: tudo de um jeito criativo, mostrando que a imaginação das pessoas não tem limites. São ideias geniais que surgem essencialmente do povo brasileiro. Apesar de ser uma grande festa, o Carnaval é uma coisa séria que representa a identidade de um povo”, ressalta Ida.
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