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Comportamento: Hábitos de consumo pós-pandemia

HÁBITOS DE CONSUMO PÓSISOLAMENTO SOCIAL: O QUE MUDA?

A crise financeira causada pela Covid-19 fez com que as pessoas repensassem os hábitos de consumo. A diminuição e perda da renda, em alguns casos, combinadas ao isolamento social, instigaram e aceleraram o processo de conscientização sobre gastos. Com o olhar aquisitivo mais seletivo, consumidores de diversas classes econômicas começam a entender a necessidade da educação financeira para enfrentar os efeitos da recessão.

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Pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef) e a Toluna mostra que 63,93% dos entrevistados sofreram redução dos ganhos.

Para a coordenadora da pesquisa e professora da instituição, Claudia Yoshinaga, o brasileiro teve de enfrentar a corrosão na renda, cortando e repensando os gastos. “A gente tem ouvido falar como nunca de uma reserva de emergência para ter um colchão de segurança diante de uma crise. Muitos que não olhavam para isso estão despertando para essa consciência”, ressalta.

PLANEJAR MELHOR OS GASTOS Agora, com menos poder de compra e mais seletivo, o consumidor de todas as classes econômicas começa a experimentar e entender a necessidade da educação financeira, adequando-as de acordo com as distintas realidades, para reduzir os efeitos da recessão.

“Para conciliar a queda de receita com as despesas sem entrar do débito ou no cheque especial, vai ser necessário disciplina. Tente negociar prazos, parcelamento com fornecedores, se for o caso, donos de imóveis e reveja quais contas trazem menos despesas futuras caso se torne inadimplente”, orienta Claudia.

Muitas pessoas acabaram adequando seus gastos a salários temporariamente reduzidos. Com o retorno do salário integral, é fundamental não perder o controle em gastos pela sensação de “poder mais”. “A cultura da reserva de segurança não era algo muito comum entre boa parte dos brasileiros e é interessante que isso mude a partir de agora”, recomenda Yoshinaga.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA A educação financeira é uma possibilidade viável para todos e começa a partir de pequenas mudanças cotidianas para viabilizar a organização e prática de qualquer projeto familiar, pessoal ou profissional. As pessoas podem pensar mais carinhosamente em ações como guardar o troco da padaria, fechar a torneira, reduzir o tempo no banho, desenvolvendo uma rotina e gerando economia.

“Acho que são pequenos gestos que podem tirá-lo desse lugar da vulnerabilidade. Não somente na aquisição de renda, é, sobretudo, da autonomia, do processo mais consciente da tomada de decisão”, observa. Cláudia analisa que, a partir dos novos hábitos, a mudança de comportamento ocorre lentamente a preparar o terreno para uma mobilidade social.

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