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Saúde: Cuidando Bem dos Joelhos

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CUIDANDO BEM DOS JOELHOS

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Paineirense que pratica atividades físicas: você já sentiu dores nos

joelhos? O joelho nada mais é do que a maior articulação do corpo humano, sendo a mais acionada e responsável pela mobilidade do corpo humano, grande aliada nas atividades de rotina e exercícios físicos. Consequentemente, é a região anatômica que sofre lesões com maior frequência.

Nos Estados Unidos, 18 milhões de pessoas (um pouco mais do que a população da cidade de São Paulo) procuram ajuda médica para solucionar o problema. Segundo a pesquisa "Saúde e qualidade de vida: a relação com os pés, tornozelos e joelhos", realizada pela Pés sem dor, cerca de 60% dos brasileiros acima de 18 anos sentem dores nas articulações dos joelhos.

POR QUE ESSE PROBLEMA É TÃO RECORRENTE?

De acordo com Antonio Milani, chefe do grupo de cirurgia do joelho do Hospital IFOR, da Rede D’Or São Luiz, atualmente existe um maior número de pessoas que estão praticando atividades físicas e, muitas vezes, de forma inadequada ou exagerada. Isso pode resultar em sobrecarga ou alterações mecânicas do joelho.

“Outro fator importante é a obesidade. O excesso de peso pode danificar a cartilagem dos joelhos como também das outras articulações dos membros inferiores. No caso das mulheres, a biomecânica dos joelhos das mulheres difere em parte dos joelhos dos homens, o que pode causar a chamada “condromalácea”, que se trata de prejuízos na cartilagem que piora com uso dos saltos altos e exercícios aeróbicos exagerados”, alerta Milani. PRINCIPAIS CAUSAS DAS DORES

A “condromalácea”, explicada anteriormente, é uma das principais causas dessas dores. A alteração da estrutura do joelho, que evolui de maneira progressiva, pode resultar na chamada osteoartrose. “Nessa fase, já existe um comprometimento irreversível ósseo da articulação. Outros fatores podem ser os desvios ou deformidades dos membros inferiores, que seriam as “pernas tortas”, sejam elas de caráter genético ou adquiridas como uma sequela de fratura ou lesões”, complementa o chefe do grupo de cirurgia do joelho do Hospital IFOR.

Segundo Milani, hoje em dia há uma preocupação exagerada com o físico e peso e as pessoas também criaram consciência sobre a importância da prática esportiva. “Em nosso consultório, recebemos diariamente um grande número de pacientes que iniciaram a prática de esportes ou exercícios e se queixam de dores nos joelhos. Ao analisarmos como estão praticando, constatamos que as estão realizando de forma totalmente inadequada, excessiva e sem orientação”, ressalta.

Dentre as atividades vistas como as que mais podem comprometer os joelhos, o médico coloca o cross-fit e os exercícios aeróbicos com flexão intensa dos joelhos. Além delas, a corrida também pode causar sérios danos articulares, se praticada de forma inadequada. Isso pode acarretar“fraturas por estresse”.

As dores nos joelhos são mais comuns na região anterior e surgem ao subir ou descer escadas, ficar sentado por longos períodos, agachar-se e dirigir veículos. “Às vezes pode ser audível um ruído o que chamamos de crepitação. Existem também as dores laterais do joelho, principalmente em ciclistas e corredores e que chamamos de Síndrome do Trato Tibial, que pode ser considerada uma tendinite. Além das dores das micro-fraturas do joelho por corrida ou impacto”, exemplifica Milani A IMPORTÂNCIA DO FORTALECIMENTO MUSCULAR

Em todos os casos, é muito importante buscar orientação ou acompanhamento com médicos da área, fisioterapeutas e especialistas em educação física. Segundo o cirurgião, a pergunta sobre como ter joelhos saudáveis na velhice é muito frequente. “É fundamental para a saúde das articulações movimentálas com frequência e ter tônus ou massa muscular. A manutenção da massa muscular é que vai manter a mecânica adequada como a saúde da cartilagem que é a principal protagonista desta história”, indica.

IMAGEM: NOSYSTEM IMAGES/ISTOCK

No caso de pessoas com idades mais avançadas, o fortalecimento e a manutenção de atividades físicas sem impacto, já que se trata de uma fase em que ocorre a perda da massa muscular. Quando não há o volume de massa ou cartilagem necessário, a articulação se altera de forma irreversível, levando à artrose.

CUIDANDO E TRATANDO

Antonio Milani afirma que não existe um tratamento único para as dores dos joelhos e ressalta a importância de se buscar um médico especialista para diagnosticar o problema, utilizando uma examinação correta e detalhada. O diagnóstico pode ser obtido por meio de ultra-som, tomografia e ressonância magnética.

“O tratamento clínico tradicional baseia-se em um tripé composto por exercícios físicos e fortalecimento muscular, uso de medicação e infiltrações com ácido hialurônico, utilizado pela maioria dos especialistas. É uma modalidade de tratamento lento e persistente, mas que tem nos dado muito bons resultados”, revela o especialista em cirurgia no joelho.

Por fim, Milani enfatiza que, em casos de lesões mais complexas, pode-se utilizar o tratamento cirúrgico, com procedimentos que vão desde a limpeza da articulação até transplante de células de cartilagem. “Quando a articulação está totalmente comprometida e, além da dor, o paciente já apresenta limitações para se locomover, realizamos as artroplastias com o uso de próteses específicas”, finaliza.

Logo, procurar um especialista deve ser sempre a primeira opção, seja para sanar dúvidas sobre atividades físicas e quando há algum sintoma inicial de dores nos joelhos. Cuide bem deles!

ENVELHECER COM SAÚDE:

O envelhecimento é um fenômeno biológico natural que atinge a todos. E de acordo com dados da pesquisa de Projeção de População do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil chegará ao ano de 2060 com um quarto da sua população na terceira idade. Ou seja, um em cada quatro brasileiraos terá mais de 65 anos dentro de muito pouco tempo, somando um total de 58 milhões de pessoas.

Em praticamente todos os casos, envelhecer envolve diversas questões que afetam a qualidade de vida de uma pessoa. Dificuldades de locomoção, problemas de memória e problemas crônicos são alguns dos problemas comuns quando a idade chega.

De acordo com estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de anos vividos com incapacidade pela população com mais de 80 anos aumentou aproximadamente 77% na última década e meia. Isso traz à tona uma questão: é possível envelhecer com saúde e se manter ativo mais tempo, já que o ser humano é cada vez mais longevo?

PREVENIR É O PRIMEIRO PASSO

Nelson Carvalhaes Neto, geriatra do Fleury Medicina e Saúde afirma que a prevenção é o primeiro passo em direção ao envelhecimento saudável. Segundo ele, esse processo ocorre em três níveis. No primário, com a remoção de fatores de risco, dieta balanceada, vacinação em dia, exercícios físicos regulares, gestão das finanças, preservação das relações humanas. No secundário, com o diagnóstico precoce de doenças que podem ser tratadas antes de evoluírem para quadros clínicos.

Já o nível terciário consiste na gestão de doenças crônicas. “A presença de uma condição crônica é quase que inerente ao processo de envelhecimento. No entanto, é necessário zelar para que essa doença não impacte as funcionalidades e, para tanto, é fundamental que ocorra uma gestão correta. Por isso, é sempre importante que pessoas acima de 50 anos tenham seu médico de confiança para diagnosticar e gerir problemas dessa natureza”, receita o geriatra.

O controle do impacto das doenças crônicas é o objetivo nesse nível de prevenção e de acordo

com o médico, o envelhecimento ativo só ocorre quando as funcionalidades não são impactadas de maneira significativa. É desejável que a pessoa continue independente, com a possibilidade de executar suas tarefas, sem que obstáculos de natureza física ou psíquica a impeçam de qualquer realização.

O ENVELHECIMENTO ATIVO

Segundo Maria Lima, Doutora em Gerontologia e voluntária do Instituto Corrida Amiga, partindo do termo “envelhecimento ativo” adotado pela Organização Mundial da Saúde em 2005, como o processo de otimização das oportunidades para pessoas que ficam mais velhas, a palavra “ativo” faz referência à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis à medida que se envelhece, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho.

“Pessoas idosas saudáveis e independentes contribuem para o bem-estar de sua família e da comunidade, e descrevê-las apenas como beneficiárias de serviços sociais ou de saúde é perpetuar um mito. Manter-se ativo é importante para desenvolver as potencialidades, novas aprendizagens, exercer sua participação social e cidadania. Para isto, a manutenção da mobilidade é fundamental”, exemplifica Lima.

Manter-se ativo auxilia na promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida, e não somente na prevenção ou recuperação de doenças, embora também influencie positivamente para a diminuição de riscos mais específicos nas faixas etárias avançadas. Logo, é essencial que a rotina de pessoas idosas seja composta também por atividades físicas moderadas.

EXERCÍCIOS E ATIVIDADES SEMPRE!

Para Ana Galdino, professora de educação física do Instituto Corrida Amiga, as atividades físicas recomendadas para idosos são aquelas que você consegue praticar e falar sem perder o fôlego. “A caminhada é um bom exemplo de atividade física moderada que pode ser integrada às práticas semanais, tornando-se uma excelente ferramenta de manutenção da nossa capacidade aeróbia e ampliação das atividades funcionais e sociais”, indica.

Vale ressaltar que, para os idosos poderem usufruir dos benefícios do deslocamento a pé, as cidades devem proporcionar vias seguras, espaçosas e convidativas. Segundo a Lei Nacional de Mobilidade Urbana, considerando o princípio da acessibilidade universal, a cidade deve ser acessível para qualquer tipo de pessoa, de qualquer idade, com qualquer tipo de dificuldade motora ou deficiência.

De acordo com a OMS, idosos que realizam de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana, obtém menores riscos de mortalidade precoce por todas as causas, prevenindo doenças

cardiovasculares, hipertensão, cânceres e diabetes.

Diminuir riscos de quedas é também uma preocupação nessa fase, e a prevenção de lesões relacionadas a quedas e declínios da saúde óssea e capacidade funcional pode ser alcançada através da prática regular de atividades físicas. “Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a cada ano, aproximadamente 30 a 40% das pessoas idosas caem pelo menos uma vez. Prevenir quedas não se trata apenas de proporcionar um ambiente seguro, amplo, iluminado e com barras de apoio”, complementa Galdino.

Esse fato realça a importância da criação de uma rotina de exercícios físicos que visem o desenvolvimento de força, equilíbrio e coordenação, sempre acompanhados de consultas médicas e acompanhamento com profissionais de saúde.

BENEFÍCIOS MENTAIS

E não é só fisicamente que a prática de atividades pode contribuir com um processo de envelhecimento mais saudável. Segundo Ana Galdino, em relação ao avanço das pesquisas sobre doenças neurodegenerativas, são grandes as perspectivas do exercício na prevenção e tratamento de problemas que afetam o sistema nervoso central.

“Evidências mostram que as miocinas (citocinas produzidas e secretadas pelo músculo) liberadas durante o exercício físico, são transportadas ao sistema nervoso central podendo atuar positivamente nessa plasticidade cerebral, na melhora cognitiva e da memória. Além disso, o campo psicológico é também influenciado positivamente na redução dos níveis de estresse, tensões e sintomas de ansiedade e depressão”, detalha a professora.

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