Este caderno faz parte integrante do Semanário Sol de 30 de Junho de 2018 e não pode ser vendido separadamente.
“Os jogos Europeus Universitários são, sem dúvida, o maior evento multidesportivo alguma vez realizado em Portugal” João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto
“Os Jogos Europeus Universitários deixam um legado, material e imaterial, muito interessante para a Universidade de Coimbra”, Amílcar Falcão, Vice-Reitor da Universidade de Coimbra
Junho 2018 | Edição Nº116
“A excelência é sempre o nosso objetivo” Marília Raro, Diretora do Agrupamento de Escolas António Sérgio
Verdadeira aposta no Desporto! JOÃO PAULO REBELO, SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUVENTUDE E DO DESPORTO, EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO, FALA SOBRE OS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS, A REALIZAR EM COIMBRA NO MÊS DE JULHO, E SOBRE A IMPORTÂNCIA DE CRIAR CONDIÇÕES QUE PERMITAM O ACESSO AO DESPORTO A TODOS OS ESTUDANTES E, NO FUNDO, A TODOS OS PORTUGUESES.
[ João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto
A poucas semanas de se dar início aos Jogos Europeus Universitários, o País Positivo foi ao encontro de João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e quis saber qual a importância deste certame, para Coimbra e para o país: “Vejamos, estamos a falar do maior evento multidesportivo alguma vez realizado em Portugal e penso que isto encerra bem a importância que os Jogos Europeus Universitários têm para o país. É, simultaneamente, um orgulho e um fator de desenvolvimento do próprio desporto universitário nacional”. O nosso entrevistado refere ainda a excelente conjugação de esforços entre a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), com a Universidade de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra e o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) que, no fundo, tornou possível a Portugal apresentar-se como promotor e organizador de um evento desta envergadura. Para o Secretário de Estado, “os jogos universitários são, cada vez mais, entendidos de uma forma clara, daí também a nossa grande aposta. Hoje, o desporto é encarado numa
dupla vertente de rendimento: Alto rendimento desportivo, como é óbvio, mas também alto rendimento académico e estudantil. Este Governo, particularmente, está apostado no Desporto”. Desde logo, ao nível do ensino secundário com a criação das unidades de alto rendimento nas escolas, criando condições para que, “desde muito cedo, os jovens estudantes atletas não tenham a necessidade de optar entre o desporto ou os estudos. Sabemos, todos nós, que, há uns anos, quando os atletas chegavam a um patamar de prestação desportiva elevada, não era possível compatibilizar o desporto com os estudos”. Ora, hoje isso não é possível. Aliás, “o Governo tem, inclusivamente, uma campanha intitulada “Estudar é preciso” que, no fundo, resume toda esta aposta: Estudar é mesmo preciso, para estudantes não desportistas e para os estudantes desportistas”. E no ensino superior é, refere, “absolutamente fundamental apostar e apoiar as carreiras duais. Por isso mesmo, estamos a finalizar com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior uma proposta de Estatuto do Atleta Estudante por-
que verificamos que é na transição entre ensino secundário e ensino superior que existem mais quebras de prática desportiva de alto rendimento”. Apesar de existir já um Estatuto para atletas de alto rendimento, que representam o país nas seleções nacionais das diversas modalidades, o Governo entende ser absolutamente necessário alargar o leque e estender essas benesses a todos quantos tenham uma prática desportiva de competição para que, também esses, possam compatibilizar o desporto com a atividade académica. A secretaria de Estado tem trabalho muito de perto com a FADU, com o município e a Universidade de Coimbra por forma a garantir que os Jogos Europeus Universitários correm da melhor forma possível. Ainda assim, João Paulo Rebelo relembra que “Portugal é um país reconhecido internacionalmente pela excelência dos seus eventos e pela organização dos mesmos, inclusive os desportivos. Portanto, penso que estão criadas todas as condições para que os Jogos Europeus Universitários sejam um sucesso e, sobretudo, que estes marquem de forma indelével, que deixem este legado na nossa consciência coletiva, de potenciar e estimular a ideia de que é possível conciliar a prática desportiva de alto rendimento com a atividade académica de nível superior”. A juntar a isso, existe o fator motivação: “Os Jogos Europeus Universitários vão trazer a participação de cerca de quatro mil atletas e cerca desses, 400 são portugueses. Estes serão, seguramente, um exemplo, um modelo inspirador para outros estudantes que se revejam nesta participação”. Questionado sobre o que poderá não correr tão bem, o nosso entrevistado é perentório a afirmar que “não me parece que algo possa correr mal. A Universidade de Coimbra está francamente empenhada neste evento, mesmo a nível financeiro, com melhorias significativas, não só nas infraestruturas desportivas, como também em todos os aspetos de acomodação dos atletas. A autarquia tem tido um papel fundamental naquilo que é o apoio logístico e de transportes e a FADU tem toda uma experiência acumulada – em 2017, por exemplo, foi responsável por levar uma comitiva às Universíadas em Taipé – que nos permitem ter a convicção
que tudo correrá de forma exemplar”. Tudo isto, toda esta aposta, faz com que a expetativa para os Jogos Europeus Universitários seja alta. E, para João Paulo Rebelo, este evento irá corresponder ao sentimento que ficará: “Há aqui um legado importante que ficará. Por um lado, ao nível físico, ficarão infraestruturas melhoradas para a prática desportiva, mas fica também esta consciência e sensibilização de todos para a importância da prática desportiva e da possibilidade de a conciliar com o alto rendimento académico. Daqui, sairá também uma imagem – cada vez mais importante – de que, Portugal, é um país que sabe receber, onde as pessoas podem estar, de um país moderno e desenvolvido e com todas as condições para ficar gravado na memória de todos aqueles que participam nos Jogos Europeus Universitários e todos aqueles que acompanham este certame”. Além disso, “o desporto universitário é, cada vez mais, olhado quase como uma antecâmara dos Jogos Olímpicos – o mais relevante evento desportivo a nível mundial - na medida em que muitos dos nossos atletas universitários serão também parte da comitiva olímpica nacional de Tóquio 2020. Vamos ter aqui desporto de excelência, de alto nível, protagonizado por atuais atletas de referência a nível mundial e outros que virão a ser referência num futuro próximo”,
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UNIDADES DE ALTO RENDIMENTO NAS ESCOLAS Portugal é um país prolixo na elaboração de legislação, mas muitas vezes não encontra facilidade em fazer a sua aplicação prática. Apesar de existirem, há alguns anos, medidas e apoios para os jovens que representavam Portugal nas seleções nacionais, muitas vezes a aplicação prática dos mesmos era inexistente. Quando João Paulo Rebelo assumiu a pasta da Juventude e do Desporto foi confrontado por uma Federação com a dificuldade de uma seleção, que estava em estágio, se preparar para os exames nacionais. Isto criou, no Secretário de Estado, a noção de que era necessário fazer algo que mudasse o panorama existente. Foi numa visita ao Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho que conheceu Vítor Pardal, um professor do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho, que tinha feito um trabalho notável e que tinha permitido que esta escola recebesse já uma série de alunos, oriundos das mais variadas zonas do país, por conta da proximidade ao centro de alto rendimento, e que encontravam nesta escola todas as condições para conciliar os estudos com a prática desportiva de alto rendimento. Rapidamente “percebi que esse era o caminho a seguir. Daí que tenhamos criado as Unidades de Alto Rendimento nas Escolas, coordenadas por Vítor Pardal. Neste momento, existem catorze Unidades de Alto Rendimento nas Escolas e, este ano letivo, iremos gerir mais algumas unidades. Isto permite-nos concentrar atletas de diversas modalidades em certas escolas que, pela sua proximidade aos centros de alto rendimento, conseguem oferecer uma dupla vertente ao aluno. Nestas escolas, existe um professor acompanhante que planeia todo o ano letivo, conjugando-o com o calendário de competições, estágios e viagens, que o atleta necessite fazer. Assim, conseguimos saber quais os exames e testes a que têm que faltar e conseguimos fornecer-lhes o apoio necessário para conciliarem a sua carreira desportiva com a académica”. Uma medida que, além de estimular o desporto de alto rendimento, permite também aos pais terem a certeza de que o desporto não irá ter implicação negativa no futuro dos seus filhos.
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avança o interlocutor. A nível público, Portugal tem catorze Centros de Alto Rendimento que acabarão, com os Jogos Europeus Universitários, por ser impulsionados. Geridos, em parceria com as autarquias, pela Fundação do Desporto, os Centros de Alto Rendimento têm sido amplamente trabalhados e divulgados a nível internacional, trazendo muitos atletas estrangeiros ao nosso país. No limite, os Jogos Europeus Universitários serão também uma forma de divulgar e atrair atletas de alto rendimento para um país que tem todas as condições para a prática desportiva, seja a que nível for. Para João Paulo Rebelo, o IPDJ é também um elemento fundamental de toda a organização dos Jogos Europeus Universitários já que participa com cerca de um quarto do orçamento global de quatro milhões de euros para a organização do evento. O IPDJ está “francamente, apostado em ter cada vez mais e melhor desporto no país e isso significa, obviamente, apoiar o desporto universitário”. Mas há muito mais do que isso e, atualmente, existem uma série de iniciativas que promovem o desporto, a todos os níveis: “Para termos mais e melhor desporto existem várias dimensões de aposta. Desde logo, para existir prática desportiva é necessário termos infraestruturas capazes e, por isso mesmo, lançamos o PRIDE que, ao fim de muitas dezenas de anos, volta a apoiar a requalificação de infraestruturas desportivas e permitiu já, que fossem levados a cabo mais de uma centena de projetos de intervenção a este nível. Por outro lado, queremos fazer uma aposta significativa naquilo que é o Desporto Escolar. Queremos que o Desporto Escolar seja uma realidade cada vez mais presente nas escolas e, para isso, estamos já a alargar o número de modalidades do Desporto Escolar para que
consigamos absorver mais atletas”. A aposta no desporto de Alto Rendimento é também estruturante e isso foi visível na apresentação do Programa de Preparação Olímpico e Paralímpico através do reforço financeiro: “Houve, efetivamente um reforço no investimento do Estado no Programa Olímpico. Por exemplo, o Programa de Preparação Paralímpico teve um reforço de investimento de cerca de 84 por cento neste ciclo Tóquio 2020 e isto revela a forte aposta do Governo no desporto. E quando estamos a apostar em desporto de alto rendimento, estamos a dar exemplos que inspiram todas as gerações a praticar desporto”. Outro exemplo desta aposta foi o facto de Portugal ter sido escolhido pela Organização Mundial de Saúde para o lançamento mundial de uma campanha de promoção da atividade física. E a OMS não fez esta escolha de forma aleatória: “A OMS escolheu Portugal porque, de facto, esta aposta no desporto não é apenas uma responsabilidade da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, mas também do Ministério da Saúde e, a verdade, é que temos trabalhado de forma muito próxima com esse ministério por forma a massificar e a generalizar a prática desportiva. Não queremos que o desporto se cinja à escola, temos que envolver toda a população na atividade física e, aqui, os municípios são também aliados fundamentais e, nos últimos anos, têm feito um esforço significativo na dotação dos concelhos de mais e melhores infraestruturas desportivas que permitem essa massificação do desporto”. A aposta do Governo é evidente e a estratégia tem sido concertada. Resta, portanto, que os Jogos Europeus Universitários consigam criar dinâmicas de massificação do desporto, em todas as gerações.
Uma marca no desporto nacional DANIEL MONTEIRO, PRESIDENTE DA FADU – FEDERAÇÃO ACADÉMICA DO DESPORTO UNIVERSITÁRIO – FALA, EM ENTREVISTA À NOSSA PUBLICAÇÃO, SOBRE OS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS A DECORRER EM COIMBRA DE 15 A 28 DE JULHO. Acima de tudo, e antes de mais, importa perceber que o desafio lançado pela FADU foi claro: “O desafio que lançamos ao Secretário de Estado da Juventude e do Desporto foi no sentido de realizar um evento multidesportivo nunca antes visto em Portugal e que permitisse criar uma organização diferente no desporto português”. Essa diferença, como percebemos na entrevista a Daniel Monteiro, advém do facto de estarem envolvidas entidades reconhecidas, mas muito diferentes entre si. Desde logo, a FADU, a Universidade de Coimbra, a Associação Académica de Coimbra – “que é um dos clubes mais ecléticos do nosso país” – uma autarquia e, acima de tudo, o envolvimento de todas federações desportivas das modalidades. Desde cedo, “referimos que não iriamos contratar ou subcontratar entidades externas para supervisionar e gerir as questões técnico-desportivas. Ou seja, as próprias Federações teriam a seu cargo a gestão técnico-desportiva de todo o evento porque, no fundo, isto Publicidade_FlorestasSSOL.pdf 1 26/06/18 é muito mais do que um evento do desporto uni-
[ Daniel Monteiro versitário, isto é um evento do desporto português”. Para Daniel Monteiro, os Jogos Europeus Universitários têm uma importância tremenda a diversos níveis e trará consequências diretas que ficam para a história. Desde logo, “será brevemente apresentado o Estatuto do Estudante Atleta pelo Governo e isto é uma reivindicação antiga que acaba por ser transposta para o papel e nos dar a garantia que todos os estudantes atletas terão garantidas algumas medidas essenciais. E este é, sem dúvida, um dos maiores legados que os Jogos deixam ao país”. Mas também deixa uma herança positiva naquilo que são as infraestruturas, com a reabilitação do 17:43 Estádio Universitário de Coimbra, criando condições
únicas para a prática de desporto universitário. Mas Daniel vai ainda mais longe, referindo que estes Jogos Europeus Universitários deixam também uma forte marca naquilo que são as relações entre a FADU e as diversas Federações desportivas: “Obviamente, e fruto da própria atividade da FADU, já existia uma relação cordial e formal com todas as federações desportivas, mas estes jogos permitiram estreitar laços e fazer entender que o desporto universitário é um pilar de desenvolvimento fulcral para o desporto nacional, trabalhando a formação do atleta, a nível físico e intelectual. Além disso, as federações percebem também que, para desenvolver a sua atividade, o desporto universitário é um espaço privilegiado porque, por um lado, permite aumentar o número de praticantes das modalidades e, ao mesmo tempo, torna possível a divulgação de modalidades menos conhecidas”. Desta forma, encontram-se reunidas as condições para que, no final, o desporto em Portugal beneficie desta aproximação entre os diversos interlocutores. Atualmente, a FADU é uma federação multidesportiva reconhecida no setor desporto. Se por um lado se torna visível a sua atuação com estes Jogos Europeus, não menos verdade é que o trabalho vem já de trás: “Não podemos esquecer que a FADU é responsável pela comitiva nacional nas Universíadas, que é um dos maiores eventos mutidesportivos do mundo, para atletas de alto rendimento”. Em última análise,
estes Jogos Europeus e a FADU pretendem alavancar o desporto nacional, mostrando a excelência dos atletas universitários, a todos os níveis. Para Daniel, a expetativa dos Jogos Europeus Universitários é grande. São mais de quatro mil atletas e 300 delegações envolvidas e “estar na história do desporto português como organizadores do maior evento multidesportivo alguma vez organizado no país é um motivo de grande orgulho”. Os Jogos Europeus Universitários serão também muito importantes porque servirão para passar uma mensagem clara para a opinião pública: “A carreira de um atleta de alto rendimento é curta e, portanto, temos que ser capazes de aposta no desporto, sim, mas dotar os atletas de um plano pós carreira. Ou seja, tem que se apostar na carreira dual – desportiva e académica – por forma a dar ferramentas necessárias para a construção de uma carreira profissional após o término da carreira desportiva de topo. Portanto, a mensagem que queremos passar é que é possível conciliar o desporto com os estudos. Aliás, não só é possível como é desejável”, termina o nosso interlocutor, dando o exemplo da entrada da canoagem como modalidade experimental nestes Jogos Europeus como sendo um dos mais brilhantes exemplos de conciliação entre deporto e estudo, destacando o papel fundamental do Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho para que isso seja uma realidade.
Uma iniciativa :
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Um legado que fica! AMÍLCAR FALCÃO, VICE-REITOR RESPONSÁVEL PELAS ÁREAS DE INVESTIGAÇÃO, INOVAÇÃO, DESPORTO E BIBLIOTECAS, EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO, FALA SOBRE O POSICIONAMENTO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E DA IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS, A REALIZAR NA CIDADE DO CONHECIMENTO ENTRE OS DIAS 15 E 28 DE JULHO.
Com mais de 725 anos de história (1290), a Universidade de Coimbra (UC) faz parte do panorama universitário em Portugal e precisa pouco de apresentações. No entanto, nos últimos anos a modernização e o crescimento tem feito parte integrante do dia-a-dia desta instituição. Um exemplo concreto desse crescimento é a presença, cada vez mais destacada, da Universidade de Coimbra nos rankings internacionais. O mais recente, o Ranking QS, coloca a UC no top 500 das melhores universidades do mundo. Amílcar Falcão refere, em entrevista, que os “rankings acabam por ser um mal necessário. Muitos dizem não valorizar estes indicadores, mas poucos são aqueles que querem ficar de fora. E a UC é um exemplo disso. Temos feito um trabalho reforçado naquilo que é a melhoria de posição nos rankings internacionais e começa já a ser visível esse esforço”. No ranking QS, concretamente, a UC subiu 54 posições, posicionando-se como a Universidade portuguesa que mais subiu. E este trabalho, para o nosso entrevistado, é preciso ser feito: “Vejamos, se um estudante estiver indeciso entre a universidade A ou B, a consulta dos rankings vai ser imediata e será também por ai que a sua escolha será feita”. Apesar de serem conhecidos fatores que condicionam os rankings, aumentando por exemplo a probabilidade de uma universidade de grande dimensão estar melhor posicionada por comparação com uma universidade de pequena dimensão, há algo que os rankings trazem e que podem ser fundamentais para o crescimento das instituições: “Temos que saber interpretar os rankings, perceber onde estão as nossas fraquezas e as nossas forças e estabelecer um plano que vise a melhoria. Além disso, temos que fazer uma análise dos resultados e perceber se a tendência é de subida, estagnação ou descida. Havendo uma tendência de subida é um sinal claro de que estamos a evoluir positivamente”. Importa também referir que as avaliações dos rankings são baseadas no histórico dos últimos anos e isso faz com
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diferentes áreas. A Universidade de Coimbra entra nesta avaliação em 2013 porque se considerou que era necessário robustecer os seus níveis de organização. e. Assim, “em 2013 entramos no processo da QS Stars e obtivemos a classificação de 4 estrelas enquanto Universidade. Mesmo que em algumas áreas tivéssemos já atingido as 5 estrelas, existiam áreas que necessitavam ser trabalhadas. Pegamos então nas indicações que nos dava essa auditoria e estabelecemos medidas de melhoria. Voltamos a ser auditados em 2017 e, nessa altura, conseguimos a classificação de 5 estrelas”. Um processo árduo, mas que contou com o empenho de todos aqueles que constroem diariamente o presente e o futuro da Universidade de Coimbra.
COMPETITIVIDADE A TODOS OS NÍVEIS
[ Amílcar Falcão, Vice-Reitor
que, muitas vezes, seja difícil medir o impacto imediato do investimento em determinadas áreas. Por exemplo, estas avaliações valorizam muito a investigação e esta é uma área onde se tarda a ver os primeiros resultados e, no caso concreto da UC, o fomento da investigação, o esforço acrescido para haver cada vez mais investigação e investigadores, levou mais de um trénio a ser reconhecido pelos rankings. Ainda assim, “analisando os anos de 2014 a 2016, a tendência de subida é notória e isso também é fruto de termos começado a perder os anos mais antigos do histórico e começarem a ser valorizados os anos onde existiu uma aposta clara na investigação”. A julgar por esta tendência, os rankings, daqui a cinco anos, terão classificações bem mais atraentes no que toca à Universidade de Coimbra. Apesar de valorizarem muito a investigação, a maioria dos rankings não dá especial enfoque à inovação e, aqui, a UC acaba por sair prejudicada porque, em Coimbra, “temos um ecossistema de inovação internacionalmente reconhecido. Temos, há 20 anos, o Instituto Pedro Nunes que foi já considerado a melhor incubadora de base tecnológica do mundo e, neste momento, é um dos pontos europeus da Agência Espacial Europeia. Somos a universidade portuguesa que mais aposta em transferência de tecnologia e que mais publica em parceria com as empresas temos, portanto, um excelente por-
tfólio de inovação e isso não é devidamente valorizado nos rankings”. Outro aspeto que acaba por condicionar a nossa posição rankings é o facto de a Universidade de Coimbra ser uma universidade clássica (como Lisboa e Porto) e, portanto, apostar num espetro alargado e não se focar, exclusivamente, naquilo que dá mais visibilidade, como sucede com as ciências da saúde e as engenharias. “As Humanidades, Artes e Ciências Sociais representam um terço da UC e, , não obstante o excelente trabalho desenvolvido nestas áreas menos mediáticas, o reconhecimento nos rankings é claramente sub-valorizado. Mas que fique claro que a Universidade de Coimbra prefere conviver com essa realidade, mantendo o seu alargado espetro naformação e investigação. Porque uma Universidade é isso mesmo, uma aposta universal”, frisa o nosso entrevistado.
UNIVERSIDADE 5 ESTRELAS Os rankings são, como já se verificou, um aspeto valorizado e trabalhado diariamente pela equipa reitoral da Universidade de Coimbra. Mas os vetores de qualidade estendem-se a outras áreas. É o caso do rating QS Stars onde, recentemente, a Universidade de Coimbra foi cotada com 5 estrelas. O QS Stars é uma classificação de valor absoluto que se baseia numa auditoria externa à universidade envolvendo mais de 80 métricas de
Hoje, a Universidade de Coimbra está diferente. É uma Universidade voltada tanto para o interior como para o exterior, com geometrias variáveis e dinamismos muito próprios mas que têm como objetivo único o crescimento sustentável da instituição. Um dos indicadores que mostra bem isso é que a Universidade, no seu todo, tem tido um crescimento considerável no valor do financiamento competitivo, mas também ao nível das publicações, das patentes, dos doutoramentos, do licenciamento às empresas, de estudantes internacionais, entre outros. Amílcar Falcão avança: “Nos últimos cinco anos, o investimento competitivo na Universidade de Coimbra mais do que duplicou e isso mostra bem a nossa dinâmica. Mas se considerarmos todo o Grupo UC, ou seja, a universidade e todos os institutos que estão ligados à universidade, em 2016, o financiamento competitivo era superior a 30 milhões de euros”. Este é um sinal claro do posicionamento da UC. Para responder às necessidades e desafios da própria evolução do mercado, esta equipa reitoral tem vindo a criar interligações entre ambas as áreas, criando, por exemplo, oferta formativa como acontece com a engenharia biomédica, a química medicinal, a farmácia biomédica, que conjugam áreas diferentes promovendo o cruzamento entre elas. Desta forma, “estamos a conseguir criar mais massa crítica nestas áreas. E isto não são peças soltas porque ao mesmo tempo que crescemos, vamo-nos também tornando em players de relevo a nível internacional. Exemplo disso, é a participação da Universidade de Coimbra no EIT-Health, a maior rede europeia na investigação e inovação em saúde, congregando 50 parceiros nucleares, incluindo a UC, e mais de um centena de parceiros associados. No fundo, penso que nos anos mais recentes demos um salto qualitativo e quantitativo, tanto na investigação como na inovação”. Também ao nível pedagógico a Universidade tem mudado e apostado na modernidade. Tem
existido, por parte da equipa reitoral, um esforço acrescido para a organização de mais e melhores ferramentas de trabalho. O exemplo flagrante é o Programa de Gestão Pedagógica que permite que tudo seja acessível em tempo real, permitindo que professores preparem as aulas e coloquem todos os materiais necessários nessa plataforma, permitindo o acesso imediato a todos os estudantes. “As pautas são também colocadas nessa plataforma, assim como os horários e todas as informações relevantes para o dia-a-dia de estudantes e docentes. O que queremos é que os estudantes saiam de Coimbra e que recomendem a universidade porque esse é, de facto, o nosso melhor marketing. Daí que todas as apostas feitas tenham sido no sentido de dotar a universidade de mais e melhores condições para todos aqueles que, diariamente, vivem a universidade”.
UM BALANÇO REAL A pouco menos de um ano de terminarem o segundo mandato, a equipa reitoral faz um balanço positivo. Amílcar Falcão refere: “Não podemos dizer que tudo teve sucesso, estaríamos a mentir. Cometeram-se erros, como é óbvio, mas tentamos sempre aprender com esses erros. Penso que o balanço global é francamente positivo. Somos, hoje, uma Universidade global e conseguimos, juntos, ao longo destes dois mandatos, criar uma autonomia financeira e uma capacidade de captação de financiamento que nos permite encarar os desafios com alguma tranquilidade”. Aqui não existe apenas a sensação de que as coisas melhoraram, os números comprovam que efe-
tivamente a Universidade de Coimbra cresceu substancialmente nos últimos cinco anos e o trabalho levado a cabo pelo nosso Reitor João Gabriel Silva, e pela sua equipa marcará seguramente o futuro da Universidade de Coimbra.
UC E O DESPORTO Amílcar Falcão tem também, enquanto vice-reitor, o pelouro do Desporto. Diz-se chocado com o número de estudantes que praticavam desporto quando assumiu a pasta e com o facto de uma percentagem considerável dos estudantes não saberem que o Estádio Universitário é património da UC. Tendo sido atleta da Academia, considerou que o desporto deveria ter um papel de destaque na Universidade e que a prática desportiva deveria ser um elemento fundamental, sendo por isso a aposta numa carreira dual uma prioridade para a UC. ”Por isso, assim que me foi atribuído o Pelouro do Desporto, imediatamente se procedeu à criação do Gabinete do Desporto da Universidade de Coimbra (GDUC) que, aliado à atualização do Regulamento do Atleta-Estudante, vieram alterar substancialmente as condições para que os estudantes consigam conciliar a sua carreira desportiva com a carreira académica: “O Gabinete do Desporto da Universidade de Coimbra (GDUC) tem mapeados, para cada modalidade, os atletas que estão em competição e, portanto, é-nos possível criar um plano de ação que permita apoiar, de diversas formas, os nossos atletas”. Quando assumiu a pasta do Desporto, Amílcar Falcão estava consciente do enorme desafio que seria a realização em Coimbra dos Jogos
Europeus Universitários em julho de 2018 (European Universities Games 2018), organização conjunta entre a Universidade de Coimbra (UC), a Associação Académica de Coimbra (AAC), a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU). A partir do momento em que assumiu a pasta, arregaçou mangas e lançou-se ao desafio. O nosso entrevistado refere que a organização dos EUGames 2018 tem várias vertentes. Desde logo, “o investimento superior a quatro milhões de euros para requalificação do Estádio Universitário, com recuperação dos pavilhões, colocação de um relvado sintético, arranjos exteriores, melhoria dos campos de ténis, entre outros. Por outro lado, foi concebido um roteiro de preparação para os EUGames 2018, com destaque para o Campeonato Nacional Universitário em 2017 (CNU 2017) e o Campeonato Europeu de Judo, Taekwondo e Karaté (2017). Apesar de a dimensão não ser comparável, isto permitiu-nos olear a máquina, testar a nossa reação ao stress, perceber de que forma nos iriamos organizar para dar alojamento, alimentação, transportes, garantir segurança, cuidados médicos, entre outras coisas. Permitiu também que conseguíssemos ter, hoje, um organigrama estável e consistente com o evento em questão, sem nunca esquecer os planos B e C que, também eles, estão previstos e organizados. Estamos conscientes que nada
é perfeito e que iremos ser confrontados com falhas, como é óbvio, mas tudo fizemos para que qualquer falha seja imediatamente sanada. Na verdade, para as situações assinaladas como críticas, concebemos cenários alternativos que estão preparados para serem ativados em caso de necessidade”. Não nos esqueçamos que este é o maior evento multidesportivo que alguma vez foi realizado em Portugal. Estamos a falar de quatro mil atletas, 350 universidades de 40 países, equipas técnicas, 400 árbitros, 13 modalidades distintas, e mais de 1000 voluntários, pelo que estamos a falar de uma dimensão nunca antes vista no nosso país É, de facto, “um evento grande, mas estamos confiantes de que tudo decorrerá com a maior segurança e tranquilidade possíveis”. Além disso, para a UC, os EUGames 2018 serão também muito importantes na medida em que deixarão um legado visível: “Não havia investimento em infraestruturas desportivas há muitas décadas e, portanto, aquilo que se fez nos últimos três anos mudará completamente o paradigma da prática desportiva na Universidade de Coimbra. Acresce também um legado intangível, que corresponde a uma mudança de mentalidades no sentido da criação de hábitos de vida saudável e da valorização do desporto na formação dos nossos estudantes”, refere, finalizando, Amílcar Falcão.
CARLOS CIDADE, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA ”Creio que estes jogos são importantes para Coimbra, mas também o são para o país. A responsabilidade é grande, mas não tenho dúvidas que as quatro entidades parceiras nestes Jogos Europeus Universitários vão provar que têm capacidade de organização, correspondendo ao que o país tem feito em termos de organização. Nos últimos quatro anos, foram desenvolvidas diversas atividades e trabalhos no sentido de ter tudo em condições irrepreensíveis. Da parte da Câmara Municipal, esta foi também uma oportunidade única para acelerar o enquadramento urbanístico, por exemplo, do Estado Universitário, onde foram realizadas algumas obras de requalificação. No âmbito desportivo, estes Jogos Europeus Universitários serão muito importantes porque acabam por fomentar ainda mais o desporto universitário que, depois, acabará por se refletir no desporto federado. É bom recordar que muitos dos estudantes universitários que representam a Associação Académica de Coimbra são, também eles, atletas de alto rendimento. Durante os Jogos Europeus Universitários, quem nos visita poderá ter acesso a um conjunto de eventos na baixa de Coimbra que irão proporcionar a todos ter acesso à cultura e à cidade de Coimbra. Este será um verdadeiro cartaz da cidade”
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Desafio ultrapassado Trazer, para Coimbra, o maior evento multidesportivo alguma vez organizado em Portugal acarreta, como é óbvio, alguns constrangimentos e necessidades que, de outra forma, não seriam sentidos. Para Mário Santos, Secretário-Geral do Comité Organizador dos Jogos Europeus Universitários Coimbra 2018, o grande desafio foi fazer com que todo este evento fosse sustentável: “É mais fácil copiar o modelo dos Jogos Olímpicos, mas a verdade é que isso traz custos elevadíssimos e quase arruinadores. Dai que a nossa grande preocupação tenha sido criar um modelo organizativo sustentável, com orçamentos exequíveis e que não pusesse em causa o futuro financeiro das instituições organizadoras”. Para que isso acontecesse, os recursos das quatro instituições envolvidas – FADU, Universidade de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Associação Académica de Coimbra – foram aproveitados ao máximo e, além disso, tentou-se envolver os jovens universitários, dando-lhes também a hipótese de colaborar, profissionalmente, com a organização dos Jogos, “remunerando-os e dando-lhes oportunidade, também, de realizarem estágios profissionais”. Ainda no que toca ao orçamento, o nosso entrevistado refere que foram essenciais os esforços financeiros da Universidade de Coimbra, do IPDJ, da autarquia de Coimbra e “do projeto financiado por fundos europeus no âmbito do Erasmus+ que permitiu criar dinâmicas de interação entre desperto e Ensino e Investigação”. O segundo problema com que Mário Santos se deparou foi com a questão das infraestruturas: “Efeti-
vamente, o que foi apresentado na candidatura e o que existia, na realidade, não eram compatíveis. Ou seja, previa-se uma capacidade hoteleira irreal e isso levantou problemas ao nível do alojamento de todas as equipas. Foi necessário, neste caso, fazer um levantamento do que existia e do que era preciso fazer. Felizmente, conseguimos resolver também esta questão”. Mas ao nível das estruturas desportivas havia também muito a fazer. Dai que tenha sido essencial o esforço financeiro da Universidade de Coimbra que conseguiu reabilitar todo o Complexo do Estado Universitário, tendo hoje três pavilhões totalmente recuperados e aptos para uma competição deste nível, um campo de relvado sintético e um complexo de ténis praticamente novo. Ao longo de todo o processo, a EUSA – entidade responsável pelos Jogos Europeus Universitários – foi fazendo visitas e avaliações a todas as estruturas e programas para estes Jogos Europeus Universitários. Mário Santos confessa que, inicialmente, as opiniões poderiam não ser muito positivas porque não é comum pensar na sustentabilidade financeira. Hoje, com todas as obras em fase de finalização, a EUSA tem já a certeza de que tudo correrá pelo melhor. E a verdade é que Coimbra está em mudança e de 15 a 28 de Julho será palco do maior evento multidesportivo do país, com uma multiculturalidade única e que trará benefícios para a cidade, para o desporto e para o País. Não deixe de visitar e de se deixar deslumbrar pela magnificência de todo este evento.
OS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS, A REALIZAR EM COIMBRA NO MÊS DE JULHO, SÃO, DE ACORDO COM O QUE NOS FOI TRANSMITIDO, UM EVENTO DE UMA COMPLEXIDADE ELEVADA. PARA CONSEGUIRMOS PERCEBER MELHOR, CONVERSÁMOS COM MÁRIO SANTOS, SECRETÁRIO-GERAL DO COMITÉ ORGANIZADOR DOS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS COIMBRA 2018.
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Mário Santos, Secretário Geral do Comité Organizador Junho 2018
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Coimbra é hoje uma potência turística inigualável LUÍS MENEZES É VICE-REITOR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E RESPONSÁVEL PELO DEPARTAMENTO DE TURISMO, UMA COMPONENTE QUE TEM VINDO A CRESCER ANO APÓS ANO, TRANSFORMANDO A UNIVERSIDADE DE COIMBRA NUM ÍCONE TURÍSTICO EM PORTUGAL.
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Luís Filipe Menezes, Vice-Reitor da Universidade
de Coimbra
Ao longo de 728 anos de existência, a Universidade de Coimbra foi ganhando história, estórias, espólio e muito património. Fruto disso, foi galardoada, em 2013, com a nomeação pela Unesco a Património Material e Imaterial Mundial da Humanidade. No entanto, esta dimensão representa, todos os dias, um encargo financeiro e
pessoal bastante pesado e isto é algo difícil de sustentar porque o orçamento desta universidade é igual à de todas as outras e, portanto, a ginástica financeira feita aqui é imensa. Ainda assim, “apesar de termos noção de que a conservação do nosso património é um valor altíssimo, sabemos também que o aumento das receitas turísticas permitem-nos, pelo menos, dar início a algumas obras estruturantes”. E a verdade é que, cada vez mais, a Universidade de Coimbra é uma potência turística nacional. Só em 2017, foram 500 mil as visitas turísticas realizadas a esta instituição e isto diz bem da importância desta no panorama nacional. Com quase duas mil pessoas por dia a visitar Coimbra, Luís Menezes refere que têm vindo a ser realizados alguns estudos sobre as razões que trazem os visitantes à cidade e à Universidade. Curiosamente, “cerca de 40 por cento não tem noção que temos aqui um Património Mundial da Humanidade e cerca de 90 por cento chega até à Universidade de Coimbra por indicação de amigos e familiares que recomendam”. De acordo com um indicador recente, dos dez destinos culturais mais visitados em Portugal, a Universidade de Coimbra está em 9º lugar, sendo que os primeiros oito estão situados em Lisboa. Isso traz algumas responsabilidades acrescidas na medida em que “temos que pensar que o investimento tem que ser, obrigatoriamente, na qualidade da visita. Os monumentos existem e não podemos ir além disso. No entanto, estamos constantemente a trabalhar no sentido de dar mais e melhor serviço para proporcionar aos visitantes experiências únicas”. Para isso, Luís Menezes e a sua equipa teve necessidade de criar programas turísticos com vista a atingir diferentes públicos, apostar na formação de todos os agentes turísticos da região, garantindo que estes possam ter conhecimento do que aqui existe para melhor orientar os seus visitantes e apostar nas visitas personalizadas – “ao longo de todo o nosso património, o turista pode ver e saber um pouco mais sobre cada ponto através das pontos de orientação informativos. No entanto, se quiser saber mais tem que recorrer a um guia interprete e pagar mais por isso. O que queremos fazer – estamos já em períodos de testes – é permitir uma visita áudio-guiada através de uma aplicação de telemóvel. Desta forma, o turista pode, através de uns auriculares, fazer-se acompanhar
de todos os dados históricos de relevo ao longo de toda a visita. Além disso, temos ainda os programas Prime que estão a ser já comercializados e que permitem uma visita diferente. Quando o turista adquire este pacote Prime sabe que fará parte de um grupo reduzido e poderá contar com uma visita diferente, com um concerto de órgão, um lanche na capela com uma prova de vinhos da região e isso acaba por ter um impacto interessante”. Isto mostra que existe uma procura constante por mais e melhores ferramentas para cativar a atenção do visitante porque, no fundo, o que interessa é que quem visita a Universidade de Coimbra entenda o que representam mais de 7 séculos de história e depois passe a mensagem a todos os seus conhecidos, incrementando ainda mais este número de visitantes.
UMA VISITA GUIADA O turismo, na Universidade de Coimbra, divide-se em três núcleos distintos. Por um lado, temos o Paço das Escolas onde poderemos encontrar o Palácio Real, a Capela e a Biblioteca Joanina. Por outro, existe o núcleo Museu da Ciência e onde nos é possível visitar a Galeria de História Natural, conhecida e elogiada internacionalmente pela sua riqueza e espólio, o Gabinete de Física, também classificado a nível europeu e o Laboratório Chimico, hoje um espaço interativo de grande valor. Relativamente a ao núcleo Museu da Ciência, Luís Menezes refere que “temos tido um crescimento considerável do número de visitantes e, este ano, ultrapassamos já os cem mil visitantes e isto é um número considerável”. O terceiro núcleo é o magnífico Jardim Botânico que se encontra já aberto à visitação. No entanto, “a estufa continua ainda fechada ao público porque as flores ainda não cresceram o suficiente para permitir a visita. No entanto, este é um espaço único, de uma beleza impar. Aliás, no Jardim Botânico é possível conhecer o mundo sem sair de Coimbra e será, sem sombra de dúvidas, mais um atrativo para os turistas”.
LABORATÓRIOS VIVOS Os números não mentem e mostram bem a importância do Turismo para a Universidade de Coimbra. Como se isso não bastasse, este departamento é também um espaço privilegiado para a investigação. Na área do Turismo, a existência de projetos é óbvia e é indiscutível a possibilidade
única de lidar diretamente com turistas de todos os cantos do mundo, colocando em prática tudo aquilo que se aprende em sala de aula. No entanto, também para a engenharia o património da Universidade de Coimbra é um laboratório vivo onde podem ser testadas diversas teses. É o que acontece com o projeto instalado na Biblioteca Joanina onde existe “um sistema de monitorização que mede, ao minuto, todos os parâmetros essenciais para a manutenção do espaço, desde a qualidade do ar, aos nível de exposição solar. Desta forma, conseguimos agir em tempo real a qualquer situação adversa. Estes projetos são muito importantes porque nos permitem ter ações diferenciadoras e, ao mesmo tempo, permite-se que alunos e docentes consigam implementar aqui projetos de investigação muito importantes”. Focados em aproveitar tudo aquilo que existe na Universidade de Coimbra para fomentar, melhorar e incrementar a qualidade da oferta turística existente, está a ser construído um programa que permitirá a venda de bilhetes online para que se torne cada vez mais fácil visitar a Universidade de Coimbra. Hoje, “as dinâmicas de compra e venda são diferentes e nós temos que estar constantemente a inovar para chegar aos nossos visitantes”. Com este sistema, o turista pode saber quais são os horários livres e/ou escolher os horários e dias que melhor lhe convier. Desta forma, pode ainda traçar um plano de viagem mais real. Luís Menezes espera conseguir lançar este produto logo no início de 2019, dando mais um passo para a afirmação do Turismo e da Universidade de Coimbra como instituição moderna e dinâmica. A finalizar, o nosso entrevistado lança um desafio a todos os portugueses: “São muitos os turistas estrangeiros a conhecer o Património e a Cultura da Universidade de Coimbra, mas os portugueses têm também que saber o que aqui temos. Lanço o desafio de nos visitarem e se deixarem encantar por aquilo que vão encontrar na Universidade de Coimbra. Aproveitem, por exemplo, o programa UC By Night e visitem o Antigo Palácio Real, a Capela de São Miguel, a Biblioteca Joanina, a Prisão Académica e a Torre da Universidade numa experiência única de conhecer a Universidade de Coimbra à noite”. Aproveite o desafio e deixe-se levar pela magia, quer da noite, quer da instituição Universidade de Coimbra.
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“Portugal e França: Excelentes relações Bilaterais” ENTREVISTA AO EMBAIXADOR DE FRANÇA EM PORTUGAL, JEAN-MICHEL CASA.
centado e o segundo relativamente ao número de empresas, de trabalhadores e de volume de negócios. 37 das 40 maiores empresas francesas (as que compõem o índice bolseiro do mercado de Paris, o CAC 40) estão representadas em Portugal.
[ Jean-Michel Casa
Como traça o percurso trilhado por Portugal e França ao longo destes mais de cinco séculos de diplomacia contínua? O restabelecimento da democracia, em 1974, e a adesão de Portugal à Comunidade económica europeia, em 1986, marcaram o reencontro de Portugal com o continente europeu e, portanto, com a França, país com o qual as relações, já riquíssimas e antigas (vindas da Idade Média, pois a primeira dinastia real portuguesa pertencia à linhagem dos Duques de Borgonha), foram, a partir daí, substancialmente reforçadas. A circulação intensa das obras intelectuais em Portugal nos séculos XVIII et XIX, em torno das ideias políticas liberais e dos ideais revolucionários, da literatura, das ciências, impregnou consideravelmente o país de cultura francesa, cuja influência, apesar das mutações da globalização, continua a ser profunda. Ainda hoje, um quarto da população portuguesa fala francês! Portugal é um país atlântico mas acredita, como nós, no multiculturalismo: todos partilhamos o desejo de ver as Nações Unidas no centro das soluções a dar aos conflitos no mundo e apoiamos os esforços de António Guterres neste sentido. Portugal também é, evidentemente, um país plenamente empenhado no projecto europeu. Partilhamos a mesma visão de uma Europa dotada de instituições eficazes, uma Europa que protege e que prospera, uma Europa voluntarista que se organiza para ser um ator do mundo de amanhã, ao serviço dos seus cidadãos. Portugal é um país virado para o mundo lusófono e para os países emergentes do sul, dentro do espírito de um mundo multipolar e aberto, como a França o
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é com o mundo francófono e, neste aspeto, ambos atribuem a esses países, nomeadamente em África, uma importância estratégica. Este é o motivo da recente aproximação entre a lusofonia e a francofonia: A França pediu a adesão à CPLP como membro observador (a decisão deverá ser tomada durante este mês de junho sobre uma primeira participação francesa na Cimeira da CPLP, em Cabo Verde, no próximo mês de julho) e Portugal irá apresentar o mesmo pedido junto da organização internacional da francofonia.
RELAÇÕES BILATERAIS FORTES No plano cultural, a afinidade é muito grande e a França continua a ser a referência cultural em Portugal, apesar de a nossa língua ter perdido, há quarenta anos, o estatuto de primeira língua estrangeira ensinada no sistema escolar. A vaga de emigração portuguesa para França, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, gerou ligações fortes entre as populações. Não é, naturalmente, por acaso, que o Presidente da República e o Primeiro-Ministro portugueses celebraram o Dia de Portugal, pela primeira vez no estrangeiro, em Paris, a 10 de junho de 2016 e que António Costa foi convidado para um almoço no Eliseu, em julho do ano passado, ou seja, menos de dois meses depois da eleição de Emmanuel Macron. São muitas as visitas bilaterais e a relação entre os dois países é excelente, mesmo quando, de vez em quando, é necessário clarificar alguns pontos. No plano económico, a França é um parceiro de primeira importância para Portugal: é o primeiro investidor estrangeiro em Portugal em termos de valor acres-
Hoje, como analisa o intercâmbio entre Portugal e França? Em 2017, a França foi o 2° investidor estrangeiro do ano, depois de Espanha e o 1° em termos de valor acrescentado e de empregos. As empresas francesas em Portugal, que são mais de 1.000, empregam cerca de 46.000 trabalhadores e continuam a investir, ano após ano. Em França estão implantadas aproximadamente 350 empresas portuguesas, um número em crescimento nestes últimos anos: o stock de investimentos directos portugueses em França triplicou desde 2013. A este respeito, gostaria de encorajar os investidores e empresários portugueses a desenvolverem esta dinâmica aproveitando as mais-valias da França, mas também as novas oportunidades de uma França que inova e efetua reformas ambiciosas, por exemplo em matéria de direito do trabalho, de formação profissional ou de fiscalidade. Tratando-se de intercâmbios comerciais, a França é o 2° cliente e o 3° fornecedor de bens relativamente a Portugal e o 1° cliente e 3° fornecedor no que se refere aos serviços, considerando, principalmente, os fluxos turísticos entre os nossos dois países. O que é notável, a meu ver, é que os nossos intercâmbios, baseados na longevidade, souberam renovar-se e tirar partido, desde há vários anos, de um dinamismo inédito: algumas empresas francesas estão implantadas em Portugal há mais de um século (a empresa Air Liquide está instalada no país desde final do século XIX!), mas 30% existem há menos de cinco anos! A nossa relação económica e comercial apoia-se, assim, em interesses partilhados e convergentes mas, também, num conhecimento profundo e na amizade mútua, que proporcionam à nossa relação bilateral a sua densidade humana tão especial. A amizade franco-portuguesa torna-se cada vez mais profunda e constitui uma riqueza para os nossos dois países, cabendo-nos mantê-la e privilegiá-la em todos os aspetos. O facto de existir uma comunidade portuguesa forte em França faz com que as relações sejam ainda mais efetivas e profícuas? É em França que reside a maior comunidade portuguesa ou luso-descendente do mundo (entre 600.000 a 800.000 pessoas, mas 1,5 milhão de “luso-descendentes”, no sentido lato). Esta comunidade é administrada por 5 consulados gerais (Paris, Lyon, Marselha, Bordéus, Estrasburgo) e por um vice-consulado em Toulouse. Mais de 200 geminações unem as coletividades francesas às coletividades portuguesas, muitas empresas francesas são dirigidas por Portugue-
ses ou por luso-descendentes – mais de 40.000, muitas PME, mas também algumas emblemáticas, como a PSA, dirigida por Carlos Tavares –, mais de 2.000 eleitos locais luso-descendentes, participam na vida democrática do nosso país. As associações de eleitos de origem portuguesa (CIVICA, Activa, Cap Magellan…) são muito ativas. Além disso, França foi um destino privilegiado para a emigração portuguesa, nomeadamente para os jovens licenciados, no momento de crise que o país atravessou, entre 2010 e 2015. Muitos desses jovens, antes de partirem, frequentaram cursos de língua francesa (frequentemente ministrados pelas Alliances françaises). A sua inserção profissional é bem sucedida: a sua formação, nomeadamente no setor médico e paramédico, assim como a qualidade da relação humana que estabelecem, são fatores muito apreciados em França. Para estreitar os laços existentes, as autoridades francesas sabem que podem contar com a importante comunidade portuguesa e luso-descendente em França, cuja contribuição para a vida cultural, democrática e económica do nosso país é muito positiva e contribui de maneira decisiva para os excecionais laços humanos existentes entre os nossos países. Além disso, a assinatura, a 28 de Março de 2017, de um acordo de cooperação educativa e linguística permitiu fazer do português, ensinado até agora como “língua e cultura de origem”, uma língua viva estrangeira de pleno direito. Este acordo beneficia a qualidade de aprendizagem do português, como língua internacional importante no sistema educativo francês, assim como o melhor conhecimento da cultura portuguesa em França. Por sua vez, é importante que o francês retome o seu lugar no ensino das línguas em Portugal através da generalização, no secundário, da aprendizagem de uma segunda língua viva. Para os franceses, Portugal é também um destino de eleição? Sim, os Franceses apreciam, cada vez mais, Portugal e alguns decidem instalar-se aqui, sobretudo em Lisboa, no Porto ou no Algarve. Contrariamente a uma ideia que havia, não se trata maioritariamente de reformados: muitos jovens ou ativos na faixa etária dos 40 anos vêm tentar a sua sorte, atraídos pelo dinamismo e pela qualidade de vida em Portugal. Por outro lado, nós, tanto Franceses como Portugueses, temos a sorte, de viver em países onde a riqueza do património natural e histórico representa uma mais-valia formidável e seduz imensos turistas. A este respeito, Portugal regista excelentes resultados, há vários anos. Como sabem, mais de 1,3 milhões de visitantes franceses ficaram instalados em alojamentos turísticos em Portugal, em 2017, o que faz de França o 4° mercado emissor de turistas em Portugal, em forte progressão: + 12,7% em relação a 2015 e duas vezes mais do que em 2011. Além disso, a
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França é o segundo país de destino de turistas portugueses (750.000 visitantes em 2015), depois de Espanha. Desejo que estes fluxos turísticos, fonte de crescimento e de empregos para os nossos dois países, continuem a intensificar-se e a diversificar-se, nomeadamente graças às ligações aéreas que existem entre 18 aeroportos franceses e Portugal. Pelo lado francês, temos exercido uma ação global para propor aos turistas franceses e estrangeiros uma oferta de qualidade e diversificada. Pretendemos não descurar nenhum segmento, como o topo de gama, o turismo de memória, o turismo gastronómico e enológico, o turismo ao ar livre, o turismo cultural, o turismo religioso, o turismo dos grandes eventos e do shopping, ou seja, toda a série de possibilidades. Qual é, efetivamente, o papel da Embaixada de França em Portugal e quais os principais projetos de futuro? As relações entre os nossos países são particularmente fortes e ligadas à história e aos intercâmbios entre os dois povos. A Embaixada de França em Portugal está ao serviço da excelência da nossa relação bilateral: ela contribui para reforçar a amizade entre os nossos dois países através do desenvolvimento dos laços políticos, económicos e culturais e para transmitir mensagens de confiança da França e das suas empresas, historicamente muito presentes em Portugal mas, também, para informar os Portugueses sobre as reformas implementadas no nosso país. A França assume, além disso, as responsabilidades de um grande país europeu, fundador da U.E. A França comprometeu-se, com muita firmeza, a implementar reformas estruturais e a reduzir o seu défice público, o que deverá permitir-lhe sair, este ano, do processo por défice excessivo. Ao mesmo tempo, e da mesma forma escrupulosa, a França está atenta a que os seus esforços não coloquem em risco a retoma económica e que estes sejam acompanhados de uma dinâmica europeia mais solidária, encorajando o crescimento e o emprego em benefício de todos os Estados membros. Esta visão que a França tem para a Europa é, na realidade, muito amplamente partilhada pelo governo português, nomeadamente no que se refere à reforma da governança da zona euro ou às medidas que favorecem a política de inovação e de competitividade. É também este o papel da Embaixada de França em Portugal: explicar as eventuais matizes nas posições respectivas, de um lado como do outro, e contribuir para a aproximação das posições europeias dos nossos países! Mas há também uma dimensão cultural, com o Institut français de Portugal que organiza eventos de primeiro plano como a Festa do Cinema Francês, em outubro, ou a Noite das Ideias, em janeiro, em parceria com a Fundação Gulbenkian, assim como muitos outros eventos culturais. Há uma dimensão económica muito forte - o vosso número consagrado aos intercâmbios franco-portugueses ilustra bem toda a sua intensidade - e, evidentemente, múltiplas cooperações nos domínios da defesa, da segurança interna, da luta contra as alterações climáticas, em matéria de educação e de investigação e, ainda, das diversas ajudas e do apoio administrativo prestados à comunidade francesa instalada em Portugal.
CCILF: O maior club de negócios franco-português em Portugal CARLOS AGUIAR, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-FRANCESA (CCILF), EM ENTREVISTA AO PAÍS POSITIVO, SOBRE AS RELAÇÕES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS ENTRE PORTUGAL E FRANÇA.
A 7 de Janeiro de 1485, D. João II e Carlos VIII de França celebraram, em Montemor, um Tratado de aliança e comércio. Os embaixadores franceses em Montemor acordaram que os dois soberanos autorizassem os vassalos respetivos a entrar, sair e estabelecerem-se livremente e comerciarem nos portos dos domínios de ambos. Este tratado serviu para renovar as relações de amizade e de entendimento anteriormente celebradas entre D. Afonso V e D. Luís IX.
[ Carlos Aguiar
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa celebra 130 anos. O que tem sido feito ao longo destes anos e qual o posicionamento da organização para o futuro próximo? A CCILF, inicialmente clube de negócios, foi criada por empresários franceses que desejavam partilhar as suas experiências com respeito no mercado português. Com o passar dos anos, a CCILF começou a desenvolver um leque de prestações de serviços que permitem acompanhar o desenvolvimento das empresas francesas em Portugal. Hoje a nossa atividade assenta em duas áreas principais : o clube de negócios que conta com aproximadamente 600 membros e o apoio ao desenvolvimento das empresas. A CCILF é atualmente o maior club de negócios franco-português em Portugal tornando-se o ponto de entrada principal para as empresas francesas. A retoma da economia e as transformações que a acompanham requerem uma adaptação constante por parte da CCILF às necessidades dos seus sócios, mantendo-se sistematicamente em alerta de forma a garantir o nível de qualidade elevado dos serviços propostos. No futuro, a CCILF pretende continuar a reforçar os laços com os seus parceiros, nomeadamente com as autoridades francesas, através da Embaixada de França, da Business France ou dos conselheiros do comércio exterior, para além das organizações locais tais como a AICEP ou os organismos profissionais. A ligação entre Portugal e França, em termos comerciais e industriais, é já longa. Hoje, como analisa estas relações? A França é um dos principais investidores para Portugal. Segundo o Serviço Económico da Embaixada de França em Portugal, em 2016, a França era o 1º investidor estrangeiro em valor acrescentado e número de empregos, o segundo
em termos de filiais e o 5º em termos de stock de IDE. Para além disso, a presença massiva da comunidade de negócios portuguesa em França participa de forma não negligenciável no bom funcionamento da economia francesa. Os dois países estão economicamente muito ligados e parece que a crise financeira que Portugal atravessou reforçou ainda mais este elo. Os franceses demonstram-se particularmente sensíveis às medidas tomadas pelo governo português para atrair os investimentos e estas parecem até servir, em alguns aspectos, de inspiração ao governo francês no que toca às reformas em curso. A comunidade portuguesa em França é muito significativa. Isto faz com que o intercâmbio cultural e económico seja ainda maior? Como referi anteriormente, a comunidade portuguesa de negócios é significativa em França. A CCILF desenvolve aliás as suas relações com os clubes de negócios Franco-portugueses. O forte crescimento do número de turistas franceses em Portugal é também um ponto fulcral dessas trocas. Assistimos atualmente a um novo fenómeno, os produtos portugueses vendidos em França já não só estão ligados ao mercado “da saudade” como também são requisitados pelos turistas que os descobriram durante as suas férias. Quais as grandes vantagens de Portugal para os investidores franceses? Portugal dispõe de numerosas vantagens para os investidores franceses entre as quais o custo das
operações que na maior parte dos casos é muito inferior a França. Para além do aspeto “custo”, Portugal dispõe de infra-estruturas bem desenvolvidas em todo o território. O nível de ensino é tão bom quanto o francês com a vantagem dos portugueses dominarem várias línguas. Portugal beneficia também de estabilidade politica e está idealmente situado para servir de plataforma em direção aos mercados Sul Americanos e Africanos . Existem também setores de atividade semelhantes entre os dois países (indústria mecânica, aeronáutica, agro-alimentar, têxtil ) que oferecem um ambiente favorável ao desenvolvimento dos negócios e das parcerias. Por fim, Portugal oferece uma qualidade de vida uma cultura à qual os franceses são sensíveis. Em termos futuros, estas ligações entre ambos os países serão ainda mais efetivas? Há espaço para mais criação de sinergias e de criação de bases sólidas para o futuro? As relações entre os dois países são historicamente fortes e os intercâmbios comerciais intensos. Segundo os serviços Económicos da Embaixada de França em Portugal, a França é o 3º cliente de Portugal e o seu segundo fornecedor. Estas relações estreitaram ainda mais com a entrada dos dois países na União Europeia. Contudo, existe ainda muita margem de progressão em termos económicos nomeadamente através da ligação das redes de comunicação e de transporte energético ao resto do continente Europeu.
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Porque a saúde é o mais importante DESCUBRA A MGEN EM PORTUGAL E SAIBA MAIS SOBRE OS SEGUROS DE SAÚDE MUTUALISTAS.
CAMPANHAS SOBRE PREVENÇÃO DE SAÚDE:
O que é a MGEN? A MGEN é uma seguradora mutualista de seguros de saúde. Todos os seus aderentes têm acesso ao mesmo tipo de proteção, sem fins lucrativos e sem discriminação, independentemente do seu estado físico, social, idade ou situação económica. A MGEN é uma organização democrática que não remunera capitais e os excedentes são redistribuidos pelos seus associados. A MGEN através do seu grupo mutualista VYV, é hoje a maior seguradora europeia na Saúde que protege, em França, mais de dez milhões de pessoas e com um volume anual de prestações de saúde de 12 mil milhões de euros. Em Portugal, a MGEN inicou a sua atividade em 2010, e regista um volume total de prémios anualizados de cerca de 13 milhões de euros. Qual o posicionamento da MGEN ? O seguro de saúde mutualista MGEN não exclui nenhum tipo de doença pré-existente. O risco é partilhado por todos os seus aderentes, o que permite uma redistribuição das prestações de saúde mais justa e equilibrada. Os aderentes são representados através de uma Assembleia e é através desta representação democrática que são aprovadas as Condiçoes Gerais e Especiais dos respetivos contratos de seguro. Quais as vantagens para os clientes MGEN ? Os seus princípios não-discriminatórios, que se regem pelo Código das Associações Mutualistas francês e reflectem-se na concepção de seguros de saúde, sem limites de idade na adesão, sem limite de idade de permanência, sem resolução unilateral do contrato, sem exlusão de doenças graves mesmo as oncológicas, sem exlusão de situações clinicas pré-existentes e sem questionários médicos. Para além das coberturas tradicionais de Hospitalização, Ambulatório, Estomatologia, Próteses e Ortoteses e Medicamentos, a MGEN oferece ainda várias coberturas diferentes: o reembolso de despesas relacionadas com medicinas alternativas, métodos contracetivos, a comparticipação em medicina de planeamento familiar, um serviço de consultas médicas por videoconferência, e também um sistema muito avançado de consultas ao domicílio onde o nosso aderente pode escolher o médico, consultar o seu historial clínico antes de solicitar o serviço, e ainda acompanhar a geolocalização do médico até este chegar a sua casa, entre muitos outros. A nossa função não é o lucro, mas sim organizar os melhores cuidados médicos possíveis para os nossos aderentes. É isso que nos move todos os dias! Estas, são, entre outras, as vanC
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“Em 2016 iniciámos um ambicioso programa de ações de prevenção e proteção na saúde com resultados muito interessantes e, por esse motivo, em 2018 estamos a dar continuidade a esse trabalho através da participação nas provas de atletismo da Meia-Maratona de Lisboa, da Corrida da Mulher, da Maratona de Portugal e do Grande Prémio do Natal, como Seguradora Oficial das provas”.
tages que diferenciam radicalmente os seguros mutualistas da MGEN de todos os outros a que estamos habituados a ver nas seguradoras tradicionais em Portugal. Em termos de futuro, quais os grandes projectos da Europamut? A MGEN iniciou a sua actividade em Portugal em 2010. O balanço é hoje muito positivo. Nos últimos três anos registámos um crescimento anual sempre superior a 25 por cento. AF_anuncioMGEN_257x160_bleed3mm.pdf
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No futuro, consolidar a presença da MGEN no mercado segurador português continuará a ser um enorme desafio, mas também uma necessidade, uma vez que, a crescente protecção de famílias permite mutualizar cada vez melhor os riscos envolvidos e, por conseguinte, alcançar como resultado final uma melhor proteção para todos os nossos Aderentes. Por outro lado, todos os indicadores apontam para um aumento significativo das doenças oncológicas no futuro, pelo que, a MGEN terá uma
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missão cada vez mais exigente. Pretendemos também colocar em prática processos eletrónicos de democracia direta, para que os nossos aderentes possam exercer o seu direito de voto não apenas para eleição dos seus representantes, mas também em muitos outros assuntos importantes. Estamos neste momento a fazer alguns testes informáticos com recurso a tecnologias baseadas em blockchain para que a autenticidade dos votos esteja salvaguardada em todos os momento.
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Uma indústria voltada para o futuro
Lauk no Futuro Em 2022, prevê-se que o volume de negógios do Grupo Lauak ultrapasse os 300 milhões e que o número de funcionários seja superior a dois mil, distribuídos por dez empresas situadas em França, Portugal, Canadá e México.
Fundado em 1975 por Jean Marc Charritton, atual presidente, o Grupo Lauak é, hoje, um parcerio de referência dos maiores construtores aeronáuticos (Airbus, Dassault Aviation, Embraer, Airbus Helicopters, IAI, dos maiores fabricantes de aeroestruturas (Aernnova, Stelia, Daher, Latécoère), fabrincando também grandes equipamentos (Liebherr, Safran, entre outros).
Direcionado para uma indústria verdadeiramente inovadora, a Lauak fornece serviços diferenciadores. Atualmente, na Lauak Portugal fabricam-se elementos princiais das mais modernas aeronaves existentes: – A320 Cockpit Layout, Heat exchangers, cargo doors, entre outros – A350 Cockpit Layout, entre outros – Falcon 7X fuel tanks, entre outros – IAI G280 fuel tanks, entre outros
Valores do Grupo Lauak: É a Humanidade que nos leva a projetos desafiantes, mas realistas. A nossa Agilidade é valorizada pelos nossos clientes, mas está em constante evolução. O nosso projeto de uma “Fábrica do Futuro”, a robotização de determinados processos, progride para uma melhor reação e otimização de custo, melhorando a nossa Competitividade. No entanto, a nossa moralidade permanece. Mostramos, todos os dias, que é possível crescer sustentadamente sem que isso sacrifique a nossa Integridade. Finalmente, o nosso Compromisso de fornecer a todos os nossos clientes serviços de alta qualidade dentro do prazo especificado. O nosso orgulho vem da confiança renovada dos nossos clientes. Estamos orgulhosos de oferecer-lhes um serviço global que permite que eles se concentrem nos seus negócios e, como parte de nossa estratégia de desenvolvimento, fornecer-lhes subconjuntos e montagens.
O ano de 2018 marca um avanço do Grupo Lauak em Portugal, com o investimento em Grândola para produção de componentes para a indústria aeronáutica. Isto representa uma clara aposta no nosso país. Portugal é um país atrativo para as empresas francesas investirem? Jean Marc Charritton foi o primeiro a apostar em Portugal, com a criação, em 2003, da Lauak Portugal que permitiu alavancar o Grupo Lauak. Esta foi, sem dúvida, uma aposta ganha e que permitiu que, em 2018, fosse possível fazer um novo investimento, em Grândola. Desta vez, o investimento será no sentido de criar uma empresa de tecnologia 4.0, fazendo de Grândola um centro de excelência em montagem de aeroestruturas.
CCILF: Papel preponderante Para Armando Gomes, Diretor-Geral da Lauak Portugal, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa tem um papel fundamental naquilo que é a atração de investimento francês para Portugal, facilitando e ajudando na promoção das empresas e incrementando as relações entre os países e as empresas.
Lauak 4.0 Para dar complemento ao que já existia, o Grupo Lauak focou os seus últimos investimentos na tecnologia de ponta: Moldagem a quente, flexão de tubos, formação de extremidade de tudo e usinagem. Por outro lado, o Grupo está também apostado na investigação, desenvolvendo projetos na área da fabricação de aditivos para metal. Por forma a atingir a excelência e aumentar a competitividade do Grupo, foi necessário fazer evoluir a organização industrial. Dai que tenham sido lançados quatro grandes e decisivos projetos: – Instalação de uma linha de produção e montagem automatizada – Utilização de realidade aumentada nas linhas de montagem – Criação de centros de excelência para capacitação e promoção de competências – Digitalização do fluxo de trabalho e produção
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[GRUPO VOLTALIA]
“Melhorar o ambiente global, promovendo o desenvolvimento local” ENTREVISTA A JOSÉ CARLOS AMADOR, DIRETOR DE MARKETING & COMUNICAÇÃO DO GRUPO VOLTALIA. De que forma nos poderia apresentar a Voltalia? Qual o posicionamento do Grupo Voltalia no mercado nacional e internacional? O Grupo Voltalia é um grupo francês, fundado em 2005 e cotado na Euronext Paris desde 2014. A empresa atua no mercado internacional no setor das renováveis como produtora de energia e prestadora de serviços, utilizando como fontes primárias a energia solar, energia eólica, biomassa e energia hídrica. Em Agosto de 2016, o Grupo Voltalia entrou em Portugal através da aquisição da Martifer Solar, ganhando uma maior visibilidade internacional mas sobretudo enriquecendo as competências internas no setor solar. Com um modelo de negócio integrado, a Voltalia atua desde o desenvolvimento de projetos, engenharia, construção e O&M (Operação e Manutenção), tendo sido desenvolvidos até à data mais de 1.4GW de projetos renováveis, construídos mais de 1.2GW e operando mais de 1.2GW de projetos em todo o mundo. A Voltalia é também um IPP – Independent Power Producer, onde conta com mais de 500MW de capacidade própria instalada. A nível de presença internacional, a Voltalia tem escritórios em 17 países, quatro continentes e é expectável a abertura de novas geografias para breve. Quais os produtos e serviços que colocam à disposição dos clientes? O facto de sermos uma empresa multi-tecnologia, com vasta experiência internacional e com grande know-how interno ao nível de
assegurando o melhor desempenho dos mesmos. Dispomos de um Centro de Monitorização em Portugal, com especialistas que supervisionam e monitorizam em tempo real centenas de plantas distribuídas por 4 Continentes, estando em contacto permanente com as equipas de campo minimizando perdas e maximizando a performance dos ativos. A Voltalia atua também na distribuição de equipamentos, através da sua marca MPRIME e da plataforma de trading.
[ José Carlos Amador desenvolvimento de projetos, da capacidade de engenharia e de construção, ao nível de serviços de gestão e operação de ativos, permite oferecer soluções integradas, inovadoras e diferenciadoras a quem nos procura. É condição sine qua non para a Voltalia que todos os projetos que desenvolvemos sejam rentáveis e sustentáveis. Os nossos serviços passam pelo (1) desenvolvimento de projetos, que vão desde a identificação do melhor local, realização de estudos ambientais, projetar a instalação da planta, estudar financiamentos para os projetos, contratualizar venda de eletricidade e obtenção de todas as autorizações necessárias para a instalação da planta; (2) EPC, onde temos mais de 10 anos de experiência internacional e mais de 1.2 GW de projetos construídos; (3) O&M, onde gerimos e operamos diariamente mais de 1.2GW de ativos, 24 horas, 7 dias por semana, 365 dias por ano,
São já cinco séculos de relações comerciais entre Portugal e França. Hoje, como analisa o relacionamento entre ambos os países? Há uma forte e muito próxima ligação com França. De salientar que os principais acionistas do Grupo Voltalia são também acionistas de marcas como a DECATHLON, LEROY MERLIN, NORAUTO, AUCHAN, ADEO, entre outras e que existem naturais sinergias. Existem ligações privilegiadas entre os dois países, o que nos congratula. Fazer parte de um grupo francês é uma mais-valia? França é conhecida, como um dos maiores inves-
tidores estrangeiros em Portugal. Ressalve-se que existem centenas de empresas francesas com investimento direto no nosso país. Está prevista a abertura ainda em 2018 de um novo escritório em Portugal, no Porto, onde o Grupo Voltalia pretende criar um Centro de Competências do Solar. A Voltalia vê a proximidade com a Academia como uma excelente oportunidade de cativar e atrair talentos. A Voltalia Portugal já é, mas será ainda mais, a referência do Solar para todas as subsidiárias do Grupo Voltalia. Quais os grandes projetos do Grupo Voltalia para o futuro? O Grupo Voltalia tem como objetivo para 2020, atingir 1GW de projetos próprios e 3GW em contratos de prestação de serviços de O&M. Temos diversos projetos (solares, eólicos, biomassa e híbridos) em construção ou que irão iniciar a construção em breve, em diversas geografias, como no Egipto, Quénia, França, Brasil, etc. Mas o nosso maior projeto é o que identificamos na nossa missão: Melhorar o ambiente global, promovendo o desenvolvimento local.
PAPEL DA INOVAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO
ANÁLISE DO SETOR DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS “Faço uma análise muito sentimental, são energias limpas, dependendo apenas de recursos que o planeta terra nos presenteou. Acredito veemente que explorando estas energias é acreditar no futuro. O nosso país encontra-se numa posição pioneira para a diminuição da dependência das energias não renováveis. Temos uma elevada exposição solar, somos bafejados por ventos atlânticos, uma rede hidrográfica bastante aprazível”.
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“A inovação e sermos top of mind é sem dúvida o motor que nos move. Nas nossas instalações usufruímos de um campus tecnológico, onde expomos diversas soluções que podem ser visitadas e que permitem uma maior proximidade e interação com a Academia. O campus tecnológico tem uma capacidade instalada de mais de 350 kW de soluções fotovoltaicas comerciais, que são responsáveis pela prevenção de 230 toneladas/ano de CO2. Este campus pode ser visitado por qualquer interessado na área”.
RESPONSABILIDADE SOCIAL: AÇÕES E POSICIONAMENTO “Afirmo com toda a convicção que é uma das maiores premissas da Voltalia a responsabilidade social, sem nunca fazer disso a nossa bandeira e atuando de forma discreta. Em 2017, aquando dos terríveis incêndios que deflagraram no nosso país e relativamente perto das nossas instalações, fomos para o terreno e de uma forma simbólica, plantamos árvores, doamos bens, comida para os animais, tentando de uma forma simples e direta minorar danos que foram tão grandiosos. Estamos associados a diversos projetos internacionais para alavancar as populações locais, sem nunca interferir no seu modus operandis e respeitando as suas culturas”.
A seguradora dos franceses em Portugal
Este projeto, que conta com o apoio do Grupo SMA (um grupo segurador francês de prestigio, do qual a VICTORIA Seguros faz parte integrante) tem como principal objetivo desenvolver um modelo de venda com soluções customizadas para a Comunidade Francesa em Portugal, sejam franceses que vivem ou visitam (longa duração) Portugal, sejam empresas Francesas em Portugal.
EIXOS ESTRATÉGICOS DO PROJETO Tendo em conta as características e necessidades deste público, o projeto assenta em 4 eixos estratégicos que, integrados, contribuem para o sucesso obtido até agora: • Oferta – apostando na diferenciação, através de uma oferta diferenciada em Seguros de Saúde e diversificada para Clientes Particulares
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e Empresas (em seguros obrigatórios e não obrigatórios), disponibilizando a documentação em francês. • Distribuição – Com uma equipa de profissionais dedicados em Portugal, mas também em França, através do grupo SMA e da Imperio Assurances, para que um cidadão francês possa, com total segurança e simplicidade, conhecer mais sobre esta oferta. • Comunicação – com uma forte aposta na comunicação para o Cliente Final, nomeadamente através da celebração de protocolos com entidades de destaque, como seja a Câmara de Comércio e Industria Luso-Francesa, e da criação de um microsite totalmente em francês, disponível através do endereço: www.victoria-seguros.pt. • Apoio Personalizado ao Cliente – presencialmente ou por telefone, em França e em Portugal. Neste último, disponibilização de profissionais de seguros dedicados com fluência em Francês. A equipa VICTORIA espera por si! Contacte a VICTORIA hoje mesmo, para conhecer em pormenor este projeto ou para descobrir mais sobre as soluções disponíveis.
A origem conta!
Seja responsável. Beba com moderação.
NO QUE CONSISTE?
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ADEGA COOPERATIVA DE PONTE DA BARCA, TRADICIONALMENTE IRREVERENTE. O VINHO VERDE DA ADEGA COOPERATIVA DE PONTE DA BARCA REFLETE COR, SABOR E TRADIÇÃO. A EXCELÊNCIA DAS CONDIÇÕES NATURAIS QUE POTÊNCIA A EXUBERÂNCIA DAS SUAS CASTAS, A HISTÓRIA, CULTURA E COMPROMISSO DO SEU POVO, ATRIBUEM AOS SEUS VINHOS SINGULARIDADE DE AROMAS E SABORES. OS SEUS VINHOS CARACTERIZAM-SE POR SER AROMÁTICOS, FRUTADOS, EQUILIBRADOS, FRESCOS E FÁCEIS DE BEBER. A ORIGEM E SINGULARIDADE DO VINHO VERDE, ÚNICO NO MUNDO, FAZ DOS VINHOS ADEGA COOPERATIVA PONTE DA BARCA UMA REFERÊNCIA. A GAMA É AMPLA, COM VINHOS RESULTANTES DE MISTURAS DE DIFERENTES CASTAS OU DE UMA SÓ CASTA, A ESCOLHA É SEMPRE UMA ARTE!
Av. Fernão Magalhães | Lugar de Agrelos | 4980-601 Ponte da Barca | Portugal | GPS Coordinates: Latitude – 41.80100º | Longitude – 8.4148º Junho 2018 [ Conservatória R.C. Ponte da Barca, insc. 1 AP. 100/20080313 | NIPC: 508 187 990 | Telef.: +351 258 455 084 | Fax: +351 258 455 086 | www.viniverde.pt | geral@viniverde.pt
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Bem-vinda à Fatura Eletrónica
[ Sergio Ramón Ruiz Mahillo, Iberia Business Unit Director A PARTIR DO PRÓXIMO DIA 1 DE JANEIRO DE 2019 OS FORNECEDORES DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS PORTUGUESAS ESTARÃO OBRIGADOS A FATURAR ELETRÓNICAMENTE.
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A fatura eletrónica é uma peça chave na modernização da atividade empresarial em Portugal e a nova obrigatoriedade deve ser vista como a melhor prática para aumentar a competitividade e eficiência do país. Para facilitar esta transição, a SERES trabalha há vários meses com estas empresas para ter tudo pronto no dia 1 de Janeiro, cumprindo todos os requisitos técnicos estabelecidos pela DGCI (Direção Geral dos Impostos). Este movimento enquadra-se noutro âmbito europeu sob a égide da Diretiva 2014/55/UE que procura implementar um formato comum na faturação eletrónica das administrações públicas europeias. Nesta linha situa-se o artigo 299.ºB do Código de Contratos de 31 de Agosto de 2017, que modifica o Decreto nº 18/2008, para que, a partir de 1 de
Janeiro de 2019, todas as empresas que faturem às A.P. portuguesas o façam eletrónicamente. Ou seja, será obrigatória a faturação B2G em todo o país. Em Portugal, a e-fatura recebeu o seu primeiro impulso em 2012, com a publicação do Decreto de Lei nº 198/2012 que estabeleceu um canal eletrónico de comunicação B2G através de um formato standard chamado SAFT-T que permite a exportação de um conjunto de registos de contabilidade, faturação, documentos de transporte e recibos. Este canal tem como foco principal a gestão tributária. A diferença agora, é que, com a faturação eletrónica, as empresas portuguesas terão a oportunidade de impulsionar a sua transformação digital na parte mais sensível do negócio: a fatura. Esta visão, comum na maioria dos países da UE, recomenda contemplar a entrada em vigor da nova obrigação como sendo uma grande oportunidade para a modernização da gestão das empresas portuguesas. Como bem sabem as empresas que já a utilizam, a e-fatura chega para ficar, trazendo
melhorias na gestão, automatização de processos, tesouraria e visibilidade financeira, aportando ainda enormes poupanças ao eliminar as tarefas manuais: o papel, custos de envio e permite que os recursos que se dedicavam a estas tarefas possam focar-se em tarefas mais produtivas.
MAIS DE 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA A SERES trabalha há mais de 30 anos como motor de desenvolvimento da fatura eletrónica em todo o mundo. Em Portugal, a nossa experiência começou por oferecer os nossos serviços aos clientes de Espanha em Portugal e, desde 2012, a SERES tem presença direta no país, com equipas próprias. A SERES foi um dos primeiros fornecedores de fatura eletrónica em Portugal e o nosso serviço para o SAFT-T encontra-se certificado pela Autoridade Tributária e Aduaneira. Tal como noutros países, a nossa vocação é converter-nos num parceiro ativo tanto das AP portuguesas como das empresas, colaborando no sucesso desta transformação digital e atuando como parceiro de confiança.
[ENSINO DE QUALIDADE]
Inovação e diferenciação DESDE QUE FOI CRIADO O MEGA AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANTÓNIO SÉRGIO, MARÍLIA RARO É A SUA PRIMEIRA DIRETORA. DESDE HÁ CINCO ANOS A LIDERAR OS DESTINOS DESTE AGRUPAMENTO DE ESCOLAS, A DIRETORA CONFESSA QUE É NECESSÁRIO SER, CONSTANTEMENTE, INOVADOR E ASSUME A EXCELÊNCIA COMO META.
Testemunho de Helena Peixoto Ex-aluna da Escola António Sérgio, Encarregada de Educação e Professora “O Agrupamento de Escolas António Sérgio tem vindo a passar por uma evolução notória. Enquanto professora, já fiquei colocada no agrupamento diversas vezes e em momentos distintos, e a verdade é que, hoje, com a atual direção, assistimos a um momento muito posi-
[ Marília Raro, Diretora
O agrupamento de escolas António Sérgio é composto por sete escolas, no concelho de Vila Nova de Gaia, com uma massa estudantil muito heterogénea. Quando tomou posse, Marília Raro encontrou um agrupamento com alguns problemas de indisciplina e de insucesso escolar, mas o patamar da excelência sempre esteve na base do projeto educativo que tinha desenhado. Assim, fruto de muita persistência e organização, lançou-se ao trabalho e desenhou uma estratégia de melhoria contínua para o agrupamento que lidera. Os tempos que a esperavam não eram os mais fáceis. Se por um lado tinha alunos com hábitos disciplinares pouco convencionais, por outro, tinha um corpo docente dedicado mas com uma abordagem tradicional. O sentimento de pertença era, muitas vezes inexistente, mas a Diretora sempre batalhou para que tudo mudasse. E a verdade é que mudou. A equipa diretiva foi renovada. As regras foram definidas, as normas foram conhecidas e rapidamente toda a comunidade escolar entendeu qual o caminho a seguir. Os últimos cinco anos de mandato foram, de facto, muito trabalhosos. Além da criação de regras e normas de conduta, foram constituídos gabinetes disciplinares capazes de gerir crises e equipas de trabalho para incrementar níveis de maior sucesso escolar. Ou seja, são gabinetes que gerem, unicamente, questões relacionadas com indisciplina e agem em consonância com as diretrizes estabelecidas. Isto permitiu, efetivamente, melhorar os rácios de indisciplina,
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bem como melhorar o “clima” dentro das escolas. Hoje, podemos mesmo afirmar que os casos de indisciplina neste agrupamento são residuais”. Por outro lado, e ao nível do ensino secundário, foram implementados os PEX – Preparação para os Exames Nacionais: “Esta foi mais uma medida encontrada para fomentar hábitos de estudo. Os alunos do ensino secundário estão sujeitos a exames nacionais e deles depende, em grande parte, a entrada no ensino superior. O que quisemos foi criar momentos de trabalho para apoiar o estudo e a preparação para os exames. De acordo com os dados mais recentes, verificamos que a adesão aos PEX rondam, na sua maioria, os 98 por cento e que a taxa de sucesso destes alunos é muito elevada. Estamos a falar de jovens com médias finais acima de 15 valores e isso, num agrupamento como este, é realmente motivo de orgulho”. Quisemos entender o que quis a nossa entrevistada dizer com “um agrupamento como este”. Marília Raro relembra que a massa humana de alunos é muito heterogénea. “Estamos a falar de 609 alunos no primeiro ciclo, 173 no segundo ciclo, 406 no terceiro ciclo e 500 no secundário. Além disso, contamos com mais de cem alunos com necessidades educativas especiais e mais de 50 por cento da comunidade estudantil usufrui de ação social escolar e, portanto, estima-se que vêm de famílias mais desfavorecidas. Ora isto faz, com que tenhamos que jogar em várias frentes, arranjando formas de atenuar todas estas diferenças e fazer com que todos estes jovens tenham as
ferramentas necessárias para atingir o sucesso escolar”. Tudo isto pode ser avaliado no processo de auto avaliação do Agrupamento que, só por si, é uma ferramenta fundamental no processo de ensino e aprendizagem: “Penso que poucas escolas terão um processo de auto avaliação de escola tão bem estruturado como o nosso. Criamos um Plano de Melhoria para o Agrupamento e estamos neste momento a monitoriza-lo. O Processo de auto avaliação é essencial num processo de melhoria contínua que se pretende. Com este mecanismo, verificamos então, que no ano letivo 2016/2017 reduzimos consideravelmente a indisciplina e o insucesso escolar. Obviamente, há ainda muito para fazer mas estas mudanças, mesmo que tímidas, são muito importantes e espelham o caminho que queremos seguir”.
AS ARTES NO COMBATE AO INSUCESSO Como facilmente se percebe, o segundo ciclo, neste agrupamento, tem muito menos alunos do que os restantes ciclos de ensino e Marília Raro está apostada em atrair cada vez mais alunos. Como? “Nós temos, de facto, necessidade de atrair mais alunos de famílias de todos os estratos sociais e por isso, temos que ser inovadores. Por um lado, temos um projeto já em funcionamento há quatro anos que decorre do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Neste âmbito, a autarquia cede parte da piscina
tivo para a Escola e para o Agrupamento. O projeto educativo é diferenciador e dinâmico, proporcionando uma capacitação académica e pessoal a todos os alunos. Estamos a falar de um mega agrupamento de escolas, com uma população muito heterogénea e que tem conseguido, através de diversos projetos, atingir patamares de excelência. Só a título de exemplo, foram muitos os alunos que no ano letivo 2016/2017 atingiram a nota máxima nos exames nacionais. Isto diz bem da qualidade do ensino que ali se pratica. No que diz respeito à indisciplina, a António Sérgio viveu, em tempos, momentos complexos, mas também aqui esta direção tem sido exemplar. Hoje, é um agrupamento seguro e muito tranquilo. Como encarregada de edução, sinto-me perfeitamente em segurança. Os meus educandos têm, no agrupamento, todas as opções que lhes garantem um sucesso efetivo. Além disso, e enquanto antiga presidente da Associação de Pais da Escola EB1/JI da Praia, devo salientar a abertura por parte da direção para todas as nossas solicitações. Ou seja, esta direção fomenta e incentiva a participação dos pais na vida escolar e isso faz toda a diferença porque quando os pais se envolvem, vivem a escola e transferem esse sentimento para os educandos. É, de facto, um agrupamento que trabalha para o combate ao insucesso escolar e por formar cidadãos. Um exemplo no concelho de Vila Nova de Gaia”.
[ENSINO DE QUALIDADE]
Ataque à liberdade de escolha Segundo Marília Raro, no concelho de Vila Nova de Gaia, a luta por alunos tem sido travada duramente. Sabemos que existem menos alunos e as escolas acabam por se debater com a necessidade de atrair o maior número possível de crianças e jovens. No entanto, constatamos que nem sempre reconhecem o nosso valor e tentam até denegri-lo. Entendo que é necessário atrair alunos, mas não podemos usar todos os meios para atingir esse fim. Temos todos que fazer uma luta justa, uma luta baseada na oferta formativa e diferenciadora que oferecemos à comunidade escolar. Quando dizemos aos alunos que a escola A ou B não tem vagas – mesmo essas existindo – estamos a beliscar a liberdade de escolha de pais e alunos. Reiteramos que o Agrupamento de Escolas António Sérgio tem vagas em todos os ciclos de ensino. Todos aqueles que desejem frequentar qualquer uma das nossas escolas, tem aqui uma porta aberta. Sem julgamentos, sem avaliações, sem análises. Somos, de facto, um agrupamento inclusivo”.
municipal ao agrupamento e os alunos do 5º e 6º ano de escolaridade, frequentam uma vez por semana a piscina para uma aula de natação… faz parte da disciplina de educação física e é de frequência obrigatória embora gratuita”. Se por um lado esta medida cativa os alunos, por outro lado permite que os mesmos tenham acesso à natação e à piscina sem que os pais tenham que despender de qualquer valor. Além disso, outra das formas encontradas para atrair alunos é o Projeto Escola das Artes, na Escola EB 2/3 Sta. Marinha: “Este é um projeto que entronca na flexibilidade curricular promovida pelo Ministério da Educação e acaba por ser um acrescento ao currículo, introduzindo na componente letiva as áreas de dança, teatro, música e as artes visuais. Ou seja, no 5º e no 6º ano, os alunos passam a ter aulas das 8h30 às 15h30, e estas áreas artísticas que efetivamente fazem parte do currículo letivo dos alunos, são obrigatórias. Mas fomos mais longe e à terça e quinta-feira, das 16h30 às 18h30 a escola tem as salas de estudo para onde são orientados os alunos com mais dificuldades ou aqueles que entendem ser necessário estudar além do período letivo. Aqui, os alunos têm sempre o acompanhamento de professores. Às quartas-feiras, funciona ainda a Orquestra Juvenil de Gaia “. Restam então os fins de tarde de segunda e sexta-feira, mas também esses têm atividades. Nesses fins de tarde livres, “a escola coloca à disposição de quem assim o entender, o desporto escolar. Os pais podem optar por inscrever os alunos e, também aqui, ter acesso a áreas desportivas pouco comuns, como o Golfe, Tiro ao Arco, Xadrez ou Hip Hop”. Ou seja, os pais têm aqui um verdadeiro aliado, quer seja ao nível dos
estudos, como de promoção de hábitos de vida saudável. Para além disso, conseguem ter os seus filhos em ambiente seguro e acompanhado, das 8h15 às 18h30, a custo zero. Mas como surge esta ideia da Escola das Artes? “No fundo, utilizamos as artes para estimular o raciocínio, para criar hábitos de concentração e até de disciplina, entre outras competências que se desenvolvem naturalmente. Pelo conhecimento que temos do próprio cérebro humano, este, está dividido em dois hemisférios. O esquerdo direciona-se para as letras e o raciocínio matemático e o direito está intimamente ligado à criatividade. Se exercitarmos o lado direito, o esquerdo acaba por beneficiar e ser, também estimulado e assim desenvolver-se ainda mais.
CURSOS PROFISSIONAIS SÃO A APOSTA O agrupamento tem vindo, de facto, a tornar-se competitivo nas mais variadas áreas. Apresenta projetos inovadores e diferenciados, criando dinâmicas pedagógicas bastante interessantes, quer para os alunos, quer para as famílias. No entanto, nem tudo é maravilhoso. Após a análise do relatório da visita da IGEC - Inspecção Geral da Educação e Ciência – relativamente aos cursos profissionais, verificou-se a necessidade de uma mudança profunda na abordagem a este tipo de cursos. “Recebemos o relatório e percebi que a orientação dos cursos profissionais é um dossier que preciso chamar até mim. Temos quatro cursos e isso é suficiente para responder às necessidades que sentimos, mas temos que ser competitivos nas quatro áreas que trabalhamos. Para isso, é urgente adaptar
os currículos e as metodologias de ensino à filosofia do ensino profissional. Não podemos ensinar os alunos do ensino profissional da mesma forma que o fazemos, com os dos cursos científico humanísticos. Temos de ser capazes de nos adaptarmos e, para isso, vai ser necessário apostar em formação específica para os professores, dotando-os das ferramentas necessárias para fazer face aos desafios que o ensino profissional nos coloca”. Espera-se, portanto, uma reviravolta total no que diz respeito aos cursos profissionais a iniciar já no próximo ano letivo.
PROJETOS ESTRUTURANTES Marília Raro começa já a preparar o futuro. Neste momento, “estamos a trabalhar a questão da flexibilidade curricular. O projeto Escola das Artes está já em funcionamento na escola de Sta. Marinha e no primeiro ciclo, mas queremos estende-lo ao terceiro ciclo e ao ensino secundário. Além disso, vamos trabalhar o currículo, trabalhar a articulação curricular, quer em termos das diferentes disciplinas, quer em termos dos conteúdos que são trabalhados, vertical e horizontalmente. Mas também iremos apostar no trabalho colaborativo de professores, para que este possa traduzir-se num maior sucesso para os alunos. Sabemos que a excelência é um patamar muito elevado para uma escola tão inclusiva e heterogénea como a nossa, mas trabalhamos sempre para esse fim. Esse é o nosso horizonte e todos os dias nos empenhamos para atingir a excelência. Precisamos dar tudo de nós mesmo tendo a consciência que não é um objetivo fácil …”, finaliza a nossa interlocutora.
[ Direção do Agrupamento de Escolas António Sérgio Junho 2018
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Investigação e inovação ao serviço do ensino MANUEL SANTOS É O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO. CRIADO EM 2016, HERDA O PATRIMÓNIO DA SECÇÃO AUTÓNOMA DAS CIÊNCIAS DE SAÚDE E TEM, NESTES ÚLTIMOS QUATRO ANOS, CONSEGUIDO ALCANÇAR NÍVEIS DE EXCELÊNCIA NAS MAIS VARIADAS VERTENTES. CONHEÇA MELHOR ESTE DEPARTAMENTO, NA ENTREVISTA AO SEU DIRETOR, MANUEL SANTOS.
[ Manuel Santos, diretor do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro Criado em 2016, o Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro (http:// www.ua.pt/dcm) atua na área da formação inicial nas áreas das Ciências Biomédicas, possuindo uma licenciatura em Ciências Biomédicas com dois menores: Biomedicina Molecular e Biomedicina Farmacêutica. Além disso, é ainda responsável pelos Mestrados em Biomedicina Molecular e em Gestão da Investigação Clínica, este último em colaboração com a Escola Nacional de Saúde Pública e a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Neste momento, tem também o Mestrado em Estatística Médica, em colaboração com o Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, e gere os programas doutorais de Biomedicina, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, e tem participação no programa doutoral em Bioquímica e Biotecnologia Médica. Para além disso, o Departamento participa na lecionação nas áreas da Engenharia Biomédica, Enfermagem, Fisioterapia e Terapia da Fala da Universidade de Aveiro. Com tudo isto, rapidamente se percebe que o Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro
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tem uma componente de ensino muito ligada à Biomedicina e às Ciências da Saúde, ensaios clínicos e investigação. Apesar de ter sido criado em 2016, este departamento acaba por “herdar todo um património da antiga Secção Autónoma das Ciências da Saúde. Assim que começou a crescer, houve necessidade de criar o Departamento”. Apesar de toda essa herança, a verdade é que este Departamento tem trilhado um caminho de sucesso e, hoje, conta já com mais de 300 alunos e um corpo docente jovem, mas em crescimento. Se ao nível do ensino o Departamento de Ciências Médicas tem vindo a crescer e a ganhar um lugar de destaque, ao nível da Investigação a excelência marca o ritmo. Criado em 2014, o Instituto de Biomedicina foi avaliado pela FCT tendo-lhe sido atribuído o nível de Excelente. De acordo com o nosso entrevistado, Manuel Santos, “O iBiMED(http://www.ua.pt/ibimed), na sua génese, docentes dos mais variados departamentos e, portanto, a nossa base é, fundamentalmente, a investigação biomédica fundamental. No entanto, estamos apostados na aproximação aos hospitais porque estamos, efetivamente, muito interessados em investigação pré-clínica e clíni-
ca e, portanto, estamos a estreitar os laços com os hospitais da nossa região, nomeadamente os Hospitais de Aveiro, de Santa Maria da Feira e de Gaia”. No âmbito da investigação pré-clínica o iBiMED tem uma equipa envolvida num projeto de investigação financiado pela CCDR-C relacionado com o envelhecimento saudável. Do consórcio fazem também parte outras unidades orgânicas da Universidade de Aveiro e, com este projeto, os investigadores estão a tentar identificar biomarcadores do envelhecimento saudável. Ou seja, tentar ver o que as pessoas que envelhecem de forma saudável têm de diferente das pessoas que envelhecem com doença. Estamos a olhar especificamente para uma variável, apesar de existirem diversas, a agregação de proteínas que está muito associada à demência, mas também a doenças neuromusculares, diabetes, hipertensão, entre outros”, avança. Além deste projeto, o Departamento participa também num consórcio internacional liderado pela Universidade do Minho na área da Medicina Regenerativa e da Medicina de Precisão. Este projeto financiado com 15 milhões de euros pelo programa TEAMING
do Horizonte2020 da União Europeia prevê a criação de um centro de Medina Regenerativa e de Precisão nas áreas das doenças cardiovasculares, musculosqueléticas e das demências, o DiscoveriesCRT, que terá um polo na Universidade de Aveiro focado na Medicina de Sistemas daquelas patologias. Se houve um tempo em que as universidades se fechavam em si mesmas, esse tempo acabou. Aliás, “isso não faz qualquer sentido. O ensino hoje tem desafios importantes relacionados com a inovação pedagógica. Os métodos de ensino tradicionais não são adequados aos dias de hoje e o mercado de trabalho está em franca mudança, sendo necessário uma adaptação constante às novas realidades. E é impossível conseguir fazer essas mudanças de forma isolada. É preciso interagir, aprender com os que estão mais à frente e orientar os que estão mais atrás”. Ao nível da investigação, as parcerias são ainda mais prementes: “A Investigação Médica e Biomédica tem custos altíssimos e é irrealista conseguirmos deter e dominar tudo o que são técnicas e equipamentos. A ciência hoje faz-se em rede e nós temos feito um grande esforço para participarmos e fortalecermos a nossa
[ENSINO & INVESTIGAÇÃO DE EXCELÊNCIA]
GENÉTICA E A SAÚDE PERSONALIZADA
rede de parceiros nacionais e internacionais”. Para o nosso entrevistado, hoje não existe Ciência nacional, existe sim Ciência. “A Ciência não tem fronteiras. Podemos estar a desenvolver uma pesquisa no iBiMED mas recorrer a equipamentos que estão em outros departamentos da universidade ou mesmo em outras partes do mundo”.
INTERNACIONALIZAÇÃO Existem dois dados curiosos relativamente à Licenciatura em Ciências Biomédicas: “Não existe desemprego. No final da licenciatura, cerca de 40 por cento dos nossos alunos seguem para a investigação, outros 40 por centro seguem par aa indústria dos ensaios clínicos e 20 por cento ingressam no curso de medicina”. Como existem três saídas possíveis, o mercado rapidamente absorve todos os finalistas desta licenciatura. Por outro lado, “ao nível da internacionalização temos tido a capacidade de sermos bastante atrativos. A Universidade de Aveiro tem cerca de 12 por cento de alunos estrangeiros. O nosso Departamento tem cerca de 20 por centro de alunos oriundos dos Palop, CPLP e da Europa e isso também nos mostra
que temos feito um trabalho exemplar e meritório deste reconhecimento”.
EXIGÊNCIAS DA MODERNIDADE Manuel Santos refere que, neste momento, o Departamento está focado na modificação do sistema de ensino, apostando em novas tecnologias, em ensino personalizado e na qualidade de ensino: “Só para ter uma noção, as aulas aqui são dadas a grupos de 10 alunos. Isso faz com que o investimento seja maior porque precisamos de ter mais docentes, mas também significa que a qualidade de ensino seja superior”. E este é o ponto fulcral para o docente, a qualidade de ensino. Na área médica, por exemplo, “a inovação no ensino passa por laboratórios de simulação que são altamente sofisticados e nós temos já dois simuladores de alta fidelidade que nos permitem simular múltiplos casos clínicas e por realidade virtual que, apesar de ainda não ter sido introduzida na nossa licenciatura, é uma componente que está a ser estudada para um futuro investimento porque a aprendizagem é muito mais eficaz quando os alunos conseguem ver em três dimensões os músculos e os ossos, por exem-
Manuel Santos é, de formação, geneticista. Além de ter um programa de investigação ligado à genética, é ele próprio o coordenador do consórcio Genoma PT (https://www.genomept.pt) que envolve 11 instituições nacionais e é financiado pelo Roteiro das Infraestruturas da Investigação, através das CCDR, do Compete e da FCT. Este consórcio agrega mais de 90 por cento da capacidade de sequenciação e genomas do nosso país e “estamos muito interessados naquilo que é a medicina personalizada. Obviamente, este é um projeto em rede mas estamos muito empenhados em contribuir muito para esse projeto já que tem implicações a longo prazo e que vai trazer mais-valias muito grandes para a medicina nacional”. A medicina personalizada é extremamente importante porque, por um lado, melhora os cuidados de saúde, mas tem também um enorme potencial para diminuir os custos na saúde. Sem esquecer que hoje as pessoas querem melhor saúde pelo que a medicina personalizada acaba por ter um papel fulcral no futuro da nossa sociedade. Apesar disso, “temos que ter noção que a medicina em particular é obrigatoriamente conservadora no que diz respeito à inovação pois tem que garantir que não existem erros; uma taxa de sucesso de 99 % significa que houve um por cento de erro que pode ter causado uma morte. Mas nós estamos a intensificar a nossa atividade com os hospitais exatamente porque sentimos que há aqui muita coisa que podemos fazer para os ajudar a melhorar a prestação de cuidados de saúde e a medicina personalizada, não sendo a única, tem um papel fundamental. Vejamos, a nossa sociedade está a envelhecer a um ritmo demasiado rápido e, para além deste problema, o envelhecimento está a fazer-se com muitas doenças crónicas associadas. Ou seja, as doenças crónicas aparecem na nossa população muito cedo e vamos envelhecendo e aumentando o número de doenças crónicas que temos o que significa que chegamos aos 65 anos polimedicados e isto é arrasador para a economia da saúde; ao envelhecermos com múltiplas doenças e polimedicação, sobrecarregamos as finanças públicas de modo incomportável”, avança. A medicina personalizada permite fazer de modo eficaz medicina preventiva, que é muito mais barata do que a medicina curativa, e também medicina de precisão que em conjunto melhoram a qualidade dos cuidados de saúde, prolongam os anos de vida saudável e, ao mesmo tempo, permitem educar as pessoas para se responsabilizarem mais pela sua própria saúde.
plo”. Investimentos que só são possíveis quando se acredita que a qualidade passa também pela aposta, quer ao nível tecnológico, quer a nível dos recursos humanos.
FUTURO Para o futuro, o nosso entrevistado relembra que estão muito empenhados em modificar o sistema de ensino, apostando em novos métodos de aprendizagem e nas novas tecnologias. No entanto, elenca quatro grandes desafios: “O primeiro é a introdução do novo plano curricular da licenciatura em Ciências Biomédicas, atualizando alguns aspetos da licenciatura e do mestrado, fruto da evolução da Biomedicina e da Medicina “. Outro dos grandes desafios e
projeto estruturante é a introdução da realidade virtual nas aulas de anatomia e fisiologia humana “que acaba por complementar muito bem a simulação médica que já temos”. E o terceiro grande desafio é a aproximação aos hospitais. “Estamos a trabalhar mais com os hospitais no sentido de desenvolver programas de formação avançada para médicos e profissionais de saúde, mas queremos também envolver os médicos no ensino e criar condições para que as instituições se juntem para trabalhar em projetos de investigação clínica comuns”. Por último, mas não menos importante, Manuel Santos apresenta o desafio de conseguir captar mais investimento europeu para projetos de investigação do Departamento.
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[IDANHA-A-NOVA: NÃO EMIGRE, IDANHA APOIA PARA “RECOMEÇAR”]
No Centro do Ensino Superior e do Empreendedorismo “O concelho tem mais de 1400 Km2. A Câmara em colaboração com o Instituto Politécnico desenvolve vários projetos diferenciadores: criámos com a Escola Superior de Gestão e o Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento o Monsanto GeoHotel Escola, um projeto pioneiro em Portugal. Neste hotel os alunos têm a oportunidade de desenvolver a sua formação em contexto de trabalho, desde o atendimento de clientes até à gestão de uma unidade hoteleira.”
AQUI LOCALIZA-SE A ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO DE IDANHA-ANOVA, DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO. SÃO 600 ESTUDANTES QUE SE FUNDEM COM A COMUNIDADE LOCAL CRIANDO UMA GRANDE FAMÍLIA. UM CONCELHO CLASSIFICADO PELA UNESCO, COM UMA LOCALIZAÇÃO GEOESTRATÉGIA ÚNICA PARA O INVESTIMENTO EMPRESARIAL, ONDE SE INCENTIVA A ECONOMIA VERDE E A SUSTENTABILIDADE PARA O FUTURO.
[ Armindo Jacinto, Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova Idanha-a-Nova caracteriza-se por uma localização geograficamente central em relação às principais cidades da Península Ibérica: Lisboa, Porto e Madrid, oferecendo boas acessibilidades e infraestruturas. Destaca-se ainda pela dinâmica cultural e o acesso a um sistema de saúde de qualidade e aos restantes serviços que o cidadão necessita para ter boas condições de vida.
A VIDA DE ESTUDANTE Os estudantes começam por ser recebidos no Santuário de Nossa Senhora de Almortão. Uma romaria muito acarinhada pelo povo de Idanha, esta tradição faz parte da identidade do concelho. Idanha tem uma forte componente histórico-cultural: os seus costumes e tradições estão presentes, desde logo, na receção ao caloiro. Esta receção inicia-se com uma mensagem de boas vindas e de fé para esta nova etapa, com uma palavra amiga de ânimo e estímulo no sentido que começarem a construir o seu futuro. Estudar em Idanha é fazer parte de uma comunidade que acolhe os novos residentes de braços abertos, onde os estudantes têm um ambiente propício para o estudo, com qualidade de vida. Aqui existe segurança, o valor das propinas é substancialmente mais baixo comparativamente aos grandes centros urbanos, o custo de vida é acessível,
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os estudantes integram-se facilmente com a comunidade local, o que faz deste concelho “uma grande família”. Idanha fica na vida dos estudantes, mesmo quando o seu percurso pessoal e profissional continua noutras geografias. A razão principal deve-se à relação profunda que se estabelecesse entre os estudantes, a sociedade civil e as instituições. Quem passa por Idanha fica com uma sensação de pertença a esta região, sente-se parte integrante desta terra e de toda a sua identidade:
histórica, cultural, religiosa e paisagística. O Município comparticipa 50% das propinas de quem estuda na Escola Superior de Gestão e reside em Idanha. Finalizado o curso, os estudantes encontram oportunidades na economia local, beneficiando das estruturas de apoio ao tecido empresarial, entre elas o Centro Empresarial, a Incubadora de Base Rural, o Gabinete de Apoio ao Empreendedor, o Pavilhão de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e a Incubadora de Indústrias Criativas.
[ Penha Garcia, que preserva vestígios do que foi a vida há 480 milhões de anos
IDANHA-A-NOVA: UM CONCELHO PARA FICAR Idanha-a-Nova é um concelho que possui condições fantásticas para viver, trabalhar ou estudar. Um território que tem três “selos” UNESCO. É Cidade Criativa da UNESCO, no âmbito da Música; faz parte do Geopark Naturtejo, Geoparque Mundial da UNESCO; e integra ainda a Reserva da Biosfera do Tejo Internacional da UNESCO. Já este ano, Idanha-a-Nova tornou-se na primeira Bio Região portuguesa a integrar a
[IDANHA-A-NOVA: NÃO EMIGRE, IDANHA APOIA PARA “RECOMEÇAR”] Rede Internacional de Bio Regiões, um conceito de desenvolvimento sustentável dos territórios. “O concelho tem mais de 1400 Km2. A Câmara em colaboração com o Instituto Politécnico desenvolve vários projetos diferenciadores: criámos com a Escola Superior de Gestão e o Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento o Monsanto GeoHotel Escola, um projeto pioneiro em Portugal. Neste hotel os alunos têm a oportunidade de desenvolver a sua formação em contexto de trabalho, desde o atendimento de clientes até à gestão de uma unidade hoteleira”, explica o Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto. Esta oportunidade dos alunos aplicarem os seus conhecimentos na prática também acontece na área da restauração.
[ Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha. A partir daqui funciona a Incubadora de Indústrias Criativas
UMA OPORTUNIDADE PARA RECOMEÇAR A Câmara de Idanha-a-Nova lançou em 2015 a estratégia Recomeçar. Trata-se de um programa a 10 anos que tem vindo a posicionar Idanha-a-Nova como um município onde é possível conciliar o bem-estar e a proximidade da natureza com o empreendedorismo, a inovação e o profissionalismo. O Recomeçar assenta a marca Idanha-a-Nova em quatro vertentes: Idanha Green Valley, um pilar ligado ao conhecimento e inovação na ruralidade; o Idanha Experimenta que dá aos interessados a oportunidade de experimentar a vida rural; o Idanha Vive que promove a criação de condições especiais para quem vive ou pretende viver neste território; e o Idanha Made In que apoia e promove todos os produtos de Idanha-a-Nova. O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, explica cada um dos programas. “O Idanha Green Valley tem como missão trabalhar as questões da Economia Verde, desde a produção agrícola de qualidade, biológica e biodinâmica, às questões da gestão da água e da energia, das alterações climáticas, da economia circular e dos circuitos curtos de comercialização. Tudo isto acontece no nosso Green Valley e representa aspetos muito importantes para empresas que tenham na sustentabilidade uma preocupação e que veem em Idanha uma oportunidade de negócio. Por isso, estamos no 32º lugar entre os 308 municípios com maior número de novas empresas por habitante”. O Idanha Vive visa criar condições de qualidade de vida para que a população usufrua de todos os meios e infraestruturas essenciais ao seu dia-a-dia. A aposta é numa educação de qualidade, numa saúde de proximidade, na segurança, e num ambiente propício para o desenvolvimento de projetos pessoais e profissionais. Por isso, este concelho está na 9ª posição entre os 308 municípios com maior número de filhos por mulher em idade fértil. Este é um bom indicador. Este executivo investe fortemente numa educação de qualidade e abrangente. Hoje, há uma cobertura total, desde os 0 anos até ao cidadão mais velho do concelho, incluindo creches, 1 ºe 2º ciclos, ensino secundário e profissional, ensino superior e universidade sénior. Entre os apoios financeiros às famílias, a Câmara Municipal garante alimentação gratuita para todas as crianças do Berçário, Creche, Jardim de Infância e 1º Ciclo, manuais escolares gratuitos para todos os alunos do 1º Ciclo, transportes gratuitos até ao 12.º Ano e, entre outras ajudas, comparticipação de propinas no Ensino Superior. O terceiro pilar é o Idanha Experimenta. Armindo Jacinto refere que “este é um convite que fazemos aos cidadãos, aos portugueses, ou aos da nossa diáspora para que venham experimentar Idanha, conhecer este concelho, pois só vivenciando se pode apreciar o seu real valor. Assim, se poderá experimentar o dia-a-dia, as atividades e ativos Idanhenses antes da decisão da mudança para o concelho”. Por último, temos o Idanha Made In. O objetivo é dar a conhecer o que de melhor se faz em Idanha: os produtos endógenos, a paisagem classificada, a cultura, a história e o grande potencial turístico, onde o termalismo contribui decisivamente para a economia local. Desta forma, consegue-se potenciar a criação de novos projetos e descobrir os incentivos que o concelho criou com o projeto “Recomeçar”, com apoios a novas oportunidades. “Este é o caminho que trilhamos e garantidamente tem futuro”, diz o autarca, concluindo que “qualquer que seja a área de interesse, os projetos de vida que nos são apresentados são acompanhados de forma personalizada”. Mais informações sobre esta estratégia no site http://www.recomecar.pt/ ou através do email recomecar@cm-idanhanova.pt.
[ Monsanto, a Aldeia Mais Portuguesa, é um ícone do turismo Junho 2018
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[SAÚDE ANIMAL]
Liderança em Patologia Veterinária SURGIDO NO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ABEL SALAZAR – ICBASUP, O LABPATVET – LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA – TEM COMO OBJETIVO O SERVIÇO À COMUNIDADE DA UNIVERSIDADE DO PORTO E DA COMUNIDADE EM GERAL, ASSIM COMO AO TREINO EM PATOLOGIA DOS ESTUDANTES DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA.
Falámos com Maria de Fátima Gärtner, Diretora do Departamento de Patologia e Imunologia Molecular e Diretora do programa de Doutoramento em Patologia e Genética Molecular do ICBAS-UP para perceber o que é, propriamente, o LabPatVet e, rapidamente, percebemos que o laboratório trabalha na área do diagnóstico e presta serviços ao exterior e tem como principal missão servir os interesses dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Mas como é isto feito? Maria de Fátima Gärtner explica: “Recebemos muitos casos clínicos e material essencial para que os estudantes possam observar e adquirir competências na área da anatomia patológica e isso fez com que se criasse este laboratório, com o intuito de fazermos diagnóstico histopatológico, quer para o Hospital Veterinário do ICBAS (UPVet) assim como para outras clínicas no exterior”. Além disso, no LabPatVet fazem-se também necropsias de animais de companhia e de grande porte tais como equinos, bovinos, caprinos, ovinos, suínos, entre outros, para determinação da causa de morte do animal. “Todos estes casos são de extrema utilidade para os estudantes de Medicina Veterinária, uma vez que podem participar nestas ações extra aulas”. O trabalho do LabPatVet incide, na sua maioria, animais de companhia, os canídeos e os felídeos, animais que são, por norma, devido à sua longevidade, mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças, tais como tumores e doenças infecciosas. Neste âmbito, “temos ainda protocolos com grupos de investigação que se focam na avaliação histopatológica de animais de laboratório, maioritariamente roedores”. Mas engane-se quem pensa que a atuação do
LabPatVet se resume apenas ao ICBAS. Aliás, antes de mais, a colaboração do LabPatVet estende-se a todo o universo da Universidade do Porto, mas também existe com outras universidades e centros de investigação a nível nacional e internacional. Maria de Fátima Gärtner vai mais além na explicação: “A nossa colaboração pode incidir, a título de exemplo, num projeto de investigação em que os animais em estudo desenvolvem uma doença provocada por um determinado agente, microbiano ou vírico, e o investigador quer saber o tipo de lesões que este provoca no animal. Mais tarde este projeto pode avançar para a terapêutica da doença e nós fazemos o acompanhamento na área da histopatologia”.
PATOLOGIA VETERINÁRIA: ESTADO ATUAL De acordo com o que conseguimos perceber na entrevista com Maria de Fátima Gärtner, a Ordem dos Médicos Veterinários não tem, ainda, um Colégio de Patologia. Ainda assim, “os patologistas podem estar inscritos no Colégio Europeu de Patologia mas, a nível nacional, só eu e uma outra patologista da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa é que somos membros desse Colégio. Neste sentido era necessário criar legislação para regulamentar o exercício da especialidade em Portugal, permitindo que apenas veterinários com experiência reconhecida e comprovada na área o possam fazer”, finaliza.
IMAGINE O LABPATVET DAQUI A CINCO ANOS... Vejo-o ainda mais evoluído do que está agora. Considero o nosso laboratório, do ponto de vista do diagnóstico, tão bom como qualquer outro laboratório europeu; contudo, a nível da Patologia Veterinária, o investimento efetuado nesta área é, compreensivelmente, bem inferior ao investimento efetuado na Patologia Humana. Apesar da investigação veterinária ter menos meios de financiamento, isso não trava a ambição de querermos fazer mais, por isso queremos fazer exames complementares que, neste momento, não são realizados em Portugal. Já fazemos diagnósticos com apoio de técnicas complementares, como seja a imunohistoquímica e genética molecular. Como estamos inseridos num universo académico, temos
a capacidade e a obrigação de ensinar as melhores práticas aos nossos estudantes, por isso, podemos e devemos inovar realizando exames complementares que não são efetuados em mais nenhum laboratório nacional, e em poucos europeus. Existe um laboratório onde fazemos genética, que é o local de trabalho dos estudantes de doutoramento e são eles que proporcionam a implementação das técnicas necessárias para o desenvolvimento dos seus projetos de doutoramento. A título de exemplo temos colaboração desde 2016 com o Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge no âmbito do estudo de algumas zoonoses em particular das doenças causadas por agentes transmitidos por vetores (carraças, pulgas) visando alargar o conhecimento destas infeções que podem paralelamente afetar o homem e os animais. Esta colaboração dá-se no âmbito de um projeto de Doutoramento aprovado pela FCT, que tem como tema a Rickettsiose canina, trabalho experimental desenvolvido pela doutoranda Patrícia Barradas, no laboratório do departamento de Patologia e Imunologia Molecular, do ICBAS-UP, sob a orientação da Doutora Rita Marques de Sousa, investigadora no CEVDI/ INSA Lisboa e responsável por esta área de investigação. Temos alguns estudantes de estágio da Licenciatura em Bioquímica, do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, de Biologia e de Bioengenharia, para além dos estudantes de Doutoramento. Estes últimos desenvolvem os seus projetos em colaboração com o IPATIMUP/i3S. Os estudos com animais de laboratório são desenvolvidos no Biotério I3S.
PATOLOGIAS MAIS COMUNS EM CÃES E GATOS De acordo com a nossa entrevistada, as doenças mais comuns em cães e gatos são do foro oncológico: “Maioritariamente tumores da mama, pele e gástricos, e, em segundo lugar, doenças infecciosas”. Daí que os proprietários sejam sempre aconselhados a estarem atentos a qualquer alteração de comportamento, reações ou hábitos dos animais. No caso concreto do cancro da mama, é aconselhável que se faça também vigilância e prevenção através da apalpação das glândulas mamárias.
CV de Maria de Fátima Moutinho Gärtner: – Licenciatura em Medicina Veterinária pela Universidade de Luanda – Doutoramento em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul – Diretora do Biotério de pequenos e grandes animais e Junior lecture of Clinical Science and Immunology da Faculdade de Medicina/ Groote Schuur Hospital, da Universidade da Cidade do Cabo, desde 1978 a 1986 – Investigadora júnior no IPATIMUP- Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, de 1991 a 1995 – Investigadora sénior do IPATIMUP no grupo de “Glycobiology in cancer”. Especialista em Anatomia Patológica, diplomada pelo Colégio Europeu de Patologia Veterinária (ECVP), desde 1991 – Professora Catedrática de Patologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP), desde 2006 – Diretora do Departamento de Patologia e Imunologia Molecular ICBAS-UP, desde 2012 – Diretora do programa de Doutoramento em Patologia e Genética Molecular no ICBAS-UP, desde 2012 – Autora e/ou co-autora de mais de 160 artigos publicados em revistas internacionais indexadas, livro de circulação nacional e diversos capítulos em livros de circulação internacional.
Rua Jorge Viterbo Ferreira, 228 | 4050-313 Porto Tel.: +351 220 428 281 | Email: labpatvet@icbas.up.pt https://www4.icbas.up.pt 24 [
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[SAÚDE ANIMAL]
Em prol da saúde animal “A FORMA COMO TRATAMOS OS ANIMAIS REFLETE AQUILO QUE SOMOS”. ESTA É UMA FRASE MUITO OUVIDA, MAS NÃO PODERIA ADEQUARSE MELHOR AO QUE ACONTECE NA CLÍNICA VETERINÁRIA SÃO CRISTÓVÃO ONDE OS ANIMAIS SÃO TRATADOS COM TODO O CARINHO E RESPEITO QUE MERECEM. SAIBA MAIS SOBRE A CLÍNICA E SOBRE SAÚDE ANIMAL NA ENTREVISTA A MARIA ROCHA E CARLA MARTINS, ADMINISTRADORAS E MÉDICAS VETERINÁRIAS DA CLÍNICA VETERINÁRIA SÃO CRISTÓVÃO, EM OVAR. Surgida em 2012, a Clínica Veterinária São Cristóvão responde a uma necessidade concreta: “O projeto da clínica surge porque verificámos que Ovar e toda a região geográfica envolvente necessitava de uma equipa de médicos veterinários experientes e disponíveis 24 horas por dia”, refere Carla Martins. Na última década a medicina veterinária sofreu uma evolução muito importante. O crescimento a nível técnico dos profissionais da saúde animal e a facilidade com que hoje temos ao dispor um vasto leque de exames complementares e de opções terapêuticas, permitiu responder a um elevado nível de exigência patente nesta área. Felizmente, cada vez mais temos tutores que fazem pelos seus animais aquilo que realmente eles merecem: avançados cuidados de saúde e respeito pela vida animal. A medicina veterinária e a sociedade evoluíram e continuam a evoluir. Hoje os cidadãos percebem que o médico veterinário tem um papel muito além de um simples administrador de vacinas e desparasitantes. Todos nós devemos conhecer e entender o conceito de “One Health”. A medicina veterinária, além do seu papel direto na medicina animal, tem contribuído para o desenvolvimento e melhoria da saúde pública e saúde em geral. Sem dúvida que a classe médico veterinária tem hoje um reconhecimento diferente na sociedade. Esta classe está representada por excelentes profissionais que trabalham com paixão e vocação. Não existe em Portugal nenhum Sistema Nacional de Saúde Veterinário e portanto, quem assegura a
[ Maria Rocha e Carla Martins
saúde animal neste país são as estruturas privadas, ou seja os conhecidos consultórios, clínicas e hospitais veterinários. É também importante referir que esta área está excluída da esmagadora maioria dos fundos, apoios ou benefícios que existem disponíveis para as empresas em geral e, portanto, estas organizações têm que ser estruturadas de forma autossuficiente e sustentável. Da realidade que conhecemos da medicina veterinária em Portugal, reconhecemos que esta classe tem feito um trabalho excecional nos últimos anos. Foram criadas estruturas bem organizadas, eficientes, bem equipadas e, ainda mais difícil, com equipas de profissionais (médicos, enfermeiros e auxi-
Adoção consciente Carla Martins aconselha: “Quando se pensar em adotar um animal, deve-se ponderar muito bem tudo o que esse processo envolve. É preciso desde logo avaliar se existe capacidade de dar uma vida digna ao animal que estamos a pensar acolher”. Salvaguardar o afecto e o tempo disponibilizado ao animal, encargos económicos envolvidos para suportar tudo aquilo que é a base da saúde animal: alimentação, vacinas,desparasitação e eventualmente um seguro de saúde. É sempre importante reforçar que ter um cão ou um gato deve ser uma decisão consciente e nunca por impulso.
liares) competentes que tanto esforço fazem para garantir o elevado nível de qualidade dos serviços prestados, a maioria das vezes, 24 horas por dia. Uma significativa percentagem destes profissionais, além de formação contínua em diferentes áreas da medicina veterinária, têm também que fazer formação em gestão, finanças, marketing e recursos humanos. Felizmente, e apesar de todas estas dificuldades e constrangimentos, “cada vez temos mais serviços diferenciados e de elevada qualidade técnica”. Atualmente, mesmo pequenos centros veterinários, conseguem oferecer serviços de excelência através de parcerias ou protocolos com colegas ou hospitais, com valências específicas para as diferentes áreas da medicina veterinária. A Clínica Veterinária S. Cristóvão, tentando acompanhar as exigências da sociedade, tem “apostado muito na medicina preventiva. Aqui reside um dos nossos focos. Por exemplo, um animal com oito anos, apesar de continuar a necessitar de vacinas, precisa também de fazer um check up que nos permita avaliar se tem alguma patologia que possa ser antecipada. A Manifestação de doença aparece muitas vezes de forma pouco específica, camuflada e tardia. Portanto, tutores e médicos veterinários devem estar atentos por forma a garantir qualidade de vida aos animais”, refere Maria Rocha. Outro dos elementos diferenciadores desta clínica e de todos os profissionais que dela fazem parte é o reconhecimento da importância e da força da comunicação: “Hoje a comunicação é uma importante ferramenta de sucesso; comunicar com qualidade e não com quantidade. Atualmente somos bombardeados de informação extensa e inútil. A nossa comunicação com o cliente (ou outros pares envolvidos) pretende traduzir mensagens claras e objetivas. Dessa forma conseguiremos focar-nos no que é verdadeiramente relevante e mais facilmente conseguiremos ser assertivos”. A Clínica Veterinária S. Cristóvão tem pautado a sua conduta pelo profissionalismo, rigor e honestidade. “Temos a convicção de que, não abdicando destes valores, poderemos cumprir com a nossa missão perante uma sociedade cada vez mais exigente”. Existe um esforço e uma vontade comuns a todos
os elementos da equipa em prestar serviços de excelência e, dessa forma, corresponder às expectativas do cliente. A Clínica Veterinária S. Cristóvão dispõe de serviços em várias áreas de intervenção: medicina interna, medicina preventiva (vacinação/ desparasitação), cirurgia geral e ortopédica, exames complementares (ecografia, raio-x, análises de sangue) oferecendo ainda serviços de banhos e tosquias. Existe sempre um médico veterinário disponível 24 horas para atender numa situação de emergência ou mesmo para esclarecimento de alguma questão que os tutores achem pertinentes. Acredita-se que, desta forma, “poderemos dar o nosso contributo para desenvolver a medicina veterinária de modo a que possamos ter um futuro mais promissor na saúde animal, e por outro lado, cumprir com a nossa obrigação cívica e profissional relativamente á defesa dos direitos e da liberdade dos animais”, finalizam as nossas entrevistadas.
Cães e Gatos: Doenças mais comuns Um animal deve ter uma vigilância apertada, sempre. Qualquer sinal estranho que surja deve ser comunicado ao médico veterinário para que se possa avaliar a situação e agir em conformidade. É muito importante que não medique o seu animal porque um medicamento inofensivo para o humano, poderá ser tóxico para os animais. No que diz respeito a patologias mais comuns, as nossas entrevistadas referem as doenças víricas e parasitárias para os animais jovens não vacinados e as insuficiências renais, patologias cardíacas e endócrinas nos animais geriátricos. É fundamental que se aposte verdadeiramente na medicina preventiva por forma a minorar todas estas patologias e prolongar a qualidade de vida dos animais. Contactos: Rua Fundação Pepolim, 107 3880-320 Ovar Tlf.: 256 065 088 Tlm.: 915 141 014 / 915 141 041 Email: geral@clinicaveterinariascristovao.pt Site: www.clinicaveterinariascristovao.pt
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[SAÚDE ANIMAL]
Os Benefícios dos Animais de Estimação para a Saúde Humana OS ANIMAIS DESEMPENHAM UM PAPEL IMPORTANTE NA VIDA DE MUITAS PESSOAS. ALÉM DOS VÁRIOS E RECONHECIDOS ATRIBUTOS TERAPÊUTICOS DESEMPENHADOS PELOS ANIMAIS, TAMBÉM SÃO MUITO VALORIZADOS COMO EXCELENTES COMPANHEIROS, O QUE CERTAMENTE PODE AFETAR A QUALIDADE DAS NOSSAS VIDAS. E ESSA COMPANHIA É BENÉFICA PARA NOSSA SAÚDE. VÁRIOS ESTUDOS INDICAM QUE AS PESSOAS QUE TÊM UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO PODEM TER UM CORAÇÃO MAIS SAUDÁVEL, FICAR DOENTES COM MENOS FREQUÊNCIA, FAZER MAIS EXERCÍCIO E REDUZIR O RISCO DE DEPRESSÃO. OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO TAMBÉM PODEM TER UM IMPACTO POSITIVO SIGNIFICATIVO EM ALERGIAS, ASMA, APOIO SOCIAL E INTERAÇÕES SOCIAIS COM OUTRAS PESSOAS. IMPACTO NA SAÚDE FÍSICA Os animais de companhia podem melhorar a saúde do coração reduzindo a pressão sanguínea e regular a frequência cardíaca durante situações de stress. Num estudo conduzido por Allen K, Blascovich J, Mendes WB (2002), os investigadores analisaram situações de maior ansiedade e stress, como o desempenho de determinadas tarefas ou a elaboração de exercícios de matemática, e mediram as mudanças da frequência cardíaca e da pressão arterial entre as pessoas que tinham um cão ou gato, em comparação com aqueles que não tinham. As pessoas com um cão ou gato tiveram frequências cardíacas e medidas de pressão arterial mais baixas. As pessoas com um cão ou gato também cometeram menos erros num plano de exercícios de matemática quando o seu animal de estimação estava presente na sala. Todos esses dados sugerem que ter um cão ou gato diminui o risco de doença cardíaca, bem como reduz o stress aquando de um desempenho de uma determinada tarefa, melhorando, muitas vezes, o resultado final do mesmo. Outras pesquisas indicaram que o simples ato de acariciar um animal de estimação pode ajudar a baixar a o colesterol e a pressão arterial. A exposição das crianças aos animais de companhia também pode reduzir a ansiedade. Por exemplo, um estudo conduzido por Nagengast SL, Baun MM, Megel M, Leibowitz JM (1997) mediu a pressão arterial, a frequência cardíaca e o distúrbio comportamental em crianças saudáveis de 3 a 6 anos em duas visitas médicas diferentes para exames físicos de rotina. Numa visita, um cão (não relacionado à
criança) estava presente na sala e na outra visita o cão estava ausente. Quando o cão estava presente, as crianças apresentavam valores menores de pressão arterial, menor frequência cardíaca, e menor sofrimento comportamental. No entanto, a investigação sobre os benefícios para a saúde da criança que resulta da interação entre crianças e
animais é ainda limitada, sendo necessário estender a investigação à influência dos animais no desenvolvimento infantil. Outros resultados sugerem que o suporte social que um animal de estimação oferece pode fazer uma pessoa sentir-se mais relaxada e diminuir assim o seu stress. O suporte social de amigos e
familiares pode ter benefícios semelhantes, mas as relações interpessoais muitas vezes também causam stress, ao passo que os animais de estimação podem ser menos propensos a causar esse stress. O suporte social dado por um animal de estimação também pode encorajar mais a socialização com as pessoas, reduzindo sentimentos de isolamento ou solidão. Por exemplo, caminhar com um cão potencia a interação social, especialmente com estranhos, em comparação com a caminhada sem um cão. Entre os idosos, a posse de animais de estimação também pode ser uma importante fonte de apoio social que melhora o bem-estar. Num estudo conduzido por Raina P, Waltner-Toews D, Bonnett B, Woodward C, Abernathy T (1999), os resultados revelaram que os idosos que tinham um cão ou gato eram mais capazes de realizar certas atividades físicas consideradas “atividades da vida diária”, como a capacidade de subirem escadas, de se dobrarem, ajoelharem ou inclinarem; de tomarem a medicação, prepararem as refeições, tomarem banho e de se vestirem. Não se verificaram diferenças significativas entre os donos de cães e gatos nas suas capacidades para realizarem essas atividades, assim como o tempo de ter um cão ou gato e o nível de apego ao animal influenciaram as habilidades de desempenho. Um grande estudo de Headey B & Grabka MM (2007) recolheu informações de animais de estimação (cão, gato, cavalo, peixe, pássaro ou outros animais de estimação) numa amostra de mais de 9.000 pessoas em dois períodos diferentes (1996 e 2001). A pesquisa incluiu problemas de saúde, económicos e sociais, de modo que os entrevistados não identificassem o interesse dos investigadores numa ligação entre animais de estimação e a sua saúde. Os investigadores concluíram que as pessoas que tinham um animal de estimação tinham ido a menos consultas médicas, naquele período, em comparação com o grupo de pessoas que não tinha um animal de estimação. Da mesma forma, um estudo que envolveu mulheres na China, conduzido por Headey BW, Fu Na, Zheng R (2008), concluiu que aquelas que eram donas de cães tiveram menos consultas médicas, faltaram menos dias ao seu emprego e fizeram mais exercício físico. Como é verdade com qualquer relacionamento, algumas relações entre animais de estimação e humanos são suscetíveis de ser mais gratificantes para uns do que para outros. Algumas pessoas são mais apegadas aos seus animais de estimação do que outros e esses sentimentos podem influenciar o impacto do animal de estimação sobre a saúde da pessoa. Outros fatores, como o género e o estado civil, podem desempenhar um diferente tipo de papel. Assim, embora a posse do animal de estimação possa ter um impacto positivo no bem-estar de algumas pessoas, isso não afeta todos da mesma maneira. Junho 2018
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[SAÚDE ANIMAL]
Razões para Esterilizar o seu Cão ou Gato Se tem um cão ou um gato, ou recentemente adotou um deles, uma das decisões de saúde mais importantes que deve tomar é de o esterilizar. A esterilização ou, em alternativa, a castração é um procedimento veterinário que exige uma hospitalização mínima e oferece benefícios de saúde ao longo da vida. A esterilização masculina consiste na remoção dos testículos do seu cão ou gato, enquanto a esterilização feminina consiste na remoção do útero e dos ovários da sua cadela ou gata. No procedimento da esterilização os órgãos sexuais são mantidos intactos, com uma laqueação das trompas nas fêmeas e vasectomia nos machos. Além disso, no caso dos machos evita-se a fertilidade mas é mantido o padrão da conduta sexual. Já na castração estamos a falar de uma extirpação, isto é, são extraídas, através de técnicas cirúrgicas, as glândulas sexuais do seu animal. No caso dos machos os testículos, e no caso das fêmeas os ovários. Desta forma consegue-se a ausência de atividade sexual.
e a evitar a formação do cancro da mama, sendo este fatal em cerca de 50% das cadelas e em 90% das gatas. Ao esterilizar o seu animal de estimação antes dos primeiros cios está a oferecer a melhor proteção contra essas doenças. A esterilização fornece benefícios de saúde importantes para seu animal macho Além de evitar ninhadas indesejadas e potenciar a esperança de vida, esterilizar o seu animal macho previne o cancro do testículo. O seu cão não vai querer “vaguear” longe de casa Um macho não esterilizado ou castrado fará tudo para encontrar uma companheira! Isso inclui cavar um buraco sob a cerca, saltar o muro ou arranjar qual-
O seu animal de estimação fêmea viverá uma vida mais longa e mais saudável A esterilização ajuda a prevenir infeções uterinas
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quer forma de escapar de casa, correndo o risco de ser atropelado ou envolver-se numa luta com outros cães. O seu animal esterilizado será mais bem comportado Os gatos e os cães esterilizados focam mais a sua atenção nas suas famílias humanas. Por outro lado, cães e gatos não castrados podem marcar o seu território pulverizando urina com cheiro forte em toda a casa. Muitos problemas de agressão podem ser evitados pela esterilização precoce. É mais económico O custo de uma esterilização/ castração é
muito menor do que a despesa de uma ninhada ou do que a despesa com tratamentos de doenças potenciadas pela ausência da esterilização/ castração. Os animais ficam mais calmos A esterilização influencia positivamente o comportamento dos animais, deixando-os mais calmos, e não provoca nenhuma alteração significativa na sua personalidade. Potencia a esperança de vida dos animais e reduz ainda, ou chega mesmo a eliminar, os comportamentos associados ao cio nas fêmeas e à marcação de território nos machos. Apesar de a esterilização poder aumentar a probabilidade de contração de algumas doenças, são muito mais as vantagens do que as desvantagens, nomeadamente a diminuição do risco de várias doenças graves e mais comuns, o que supera em larga medida as implicações negativas da esterilização. Para mais informações sobre a importância e a necessidade da esterilização do seu animal, a melhor altura para o fazer e as vantagens e desvantagens deste procedimento clínico, consulte o seu médico veterinário.
[CRIOESTAMINAL]
15 Anos de criopreservação de células estaminais do cordão umbilical em Portugal as células estaminais, é o de possibilitar o acesso das famílias a terapias avançadas e promover o alargamento de aplicações de vanguarda com células estaminais. Ao transplante realizado no IPO do Porto em 2007, seguiram-se outras utilizações de células estaminais do sangue do cordão umbilical: um caso de leucemia mieloide aguda (Hospital Niño Jesus, em Espanha) e oito utilizações no âmbito da paralisia cerebral (sete nos EUA e uma em Espanha). Nos casos das crianças com paralisia cerebral, os pais e os prestadores de cuidados, identificaram melhorias após a infusão do seu próprio sangue do cordão umbilical. A Crioestaminal é, assim, o banco português com mais amostras de células estaminais utilizadas no tratamento de crianças, 15 tratamentos em 10 crianças.
UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS ESTAMINAIS DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL EM PORTUGAL O primeiro transplante de células estaminais criopreservadas num banco familiar português realizou-se no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, em 2007, numa criança de 14 meses que sofria de Imunodeficiência Combinada Severa. Esta doença rara, caracterizada por deficiências no sistema imunitário, tornava a criança suscetível a infeções graves e recorrentes, potencialmente fatais. Neste caso, a solução passava por um transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical ou da medula óssea, tendo o primeiro sido a opção escolhida por se encontrar disponível uma amostra de sangue do cordão umbilical de um irmão compatível, guardada pela Crioestaminal, em 2003. O transplante de sangue do cordão umbilical foi realizado com sucesso, recorrendo às células estaminais do irmão compatível e a criança tem hoje um estado de saúde considerado normal.
grupo de investigadores e profissionais de saúde, tendo sido o primeiro banco de criopreservação de células estaminais em Portugal. Atualmente, possibilita às famílias guardarem as células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical, um bem único que apenas pode ser colhido no momento do parto. Desde o primeiro dia que o objetivo, ao guardar
CRIOESTAMINAL, PRIMEIRO BANCO DE CRIOPRESERVAÇÃO EM PORTUGAL CELEBRA 15 ANOS DE EXISTÊNCIA E 15 TRATAMENTOS REALIZADOS A Crioestaminal, foi fundada em 2003 por um
GUARDAR AS CÉLULAS ESTAMINAIS DO CORDÃO UMBILICAL É UMA OPÇÃO QUE ALARGA AS POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO FUTURO As células estaminais são células com capacidade para se transformarem e darem origem às células adultas que constituem os tecidos e órgãos do nosso corpo. Durante o desenvolvimento embrionário, as célu-
las estaminais especializam-se originando os vários tipos de células do corpo, como células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele. Mais tarde, já em adultos, as células estaminais permitem a reparação de tecidos danificados e substituem as células que vão morrendo.
CÉLULAS ESTAMINAIS DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL O sangue do cordão umbilical é atualmente considerado uma fonte de células estaminais alternativa à medula óssea e pode ser usado para o tratamento de mais de 80 doenças, que incluem doenças do sangue (como leucemias e alguns tipos de anemias) e do sistema imunitário, e ainda doenças metabólicas, tendo já sido realizados 40.000 transplantes com sangue do cordão umbilical em todo o mundo. Para além disso, a sua utilização encontra-se em estudo em ensaios clínicos (utilização experimental em humanos), em doenças como paralisia cerebral, autismo, perda auditiva, diabetes tipo 1 e lesões da espinal medula, entre outras, o que poderá aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.
CÉLULAS ESTAMINAIS DO TECIDO DO CORDÃO UMBILICAL O tecido do cordão umbilical é muito rico num outro tipo de células, as células estaminais mesenquimais, que poderão vir a ser úteis para o tratamento de um conjunto alargado de doenças. As células estaminais mesenquimais podem diferenciar-se em cartilagem, osso, músculo e gordura. Para além disso, estas células têm a capacidade de regular a resposta do sistema imunitário e assim aumentar a probabilidade de sucesso dos transplantes, quando utilizadas em conjunto com células estaminais hematopoiéticas. O potencial destas células encontra-se também em estudo em ensaios clínicos em doenças como diabetes, colite ulcerosa, cirrose hepática, cardiomiopatias, esclerose múltipla, lúpus e doença do enxerto contra hospedeiro, entre outras. Dadas as aplicações atuais e o crescente número de ensaios clínicos com células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical, a decisão de guardar estas células, cuja colheita pode apenas ser feita no momento do parto, assume grande importância.
CRIOESTAMINAL. 15 ANOS, 15 TRATAMENTOS.
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[VINHOS DE LISBOA, VINHOS COM PERSONALIDADE!]
Movidos pela paixão ENTREVISTA A JOANA PAES SOBRE O PROJETO QUINTA DA CASABOA QUE PRETENDE FAZER CHEGAR O NOME DE PORTUGAL E LISBOA ALÉMFRONTEIRAS.
[ Joana Paes
Antes de mais, importa contextualizar a Quinta da Casaboa. Quando surge este projeto e o que esteve na base da sua fundação? Este projeto ressurge em 2004, após uma decisão familiar de reestruturar a empresa com vista à sua viabilidade financeira e, obviamente, à continuidade da propriedade na família. Tudo começou em 1958 quando o meu avô João Ferreira dos Santos comprou a Quinta da Granja em Runa. Recuperou a casa original proveniente do século XVIII e que originalmente pertenceu a uma das filhas do marquês de Pombal. Nos anos seguintes, o meu avô comprou mais duas quintas vizinhas, a Quinta da Casaboa e a Quinta das Pederneiras alargando a propriedade para os atuais 120 hectares. Plantou cem hectares de vinha, recuperou e modernizou as adegas e tínhamos uma produção de 600 mil litros por ano que era facilmente escoada a granel e a garrafão à porta da adega. Na década de 80, chegou a crise ao setor vitivinícola e nós não fomos exceção. Chegou-se a um ponto de prejuízo de tal maneira elevado que
ponderávamos se deveríamos manter a produção vitivinícola ou se acabávamos com ela e se acabássemos com esta provavelmente comprometeríamos a continuidade da propriedade no seio familiar nas gerações seguintes. Este dilema obrigou-nos a tomar decisões e assim, foi já na passagem da segunda para a terceira geração que decidimos mudar a filosofia da empresa, focarmo-nos numa área de vinha mais pequena, direcionada para a qualidade e viabilizar a Sociedade Agrícola. Assim, reestruturámos as vinhas, arrancámos outras, criámos uma identidade e as nossas marcas. Atualmente, focamo-nos em 20 hectares de vinha com castas essencialmente portuguesas como Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alicante Bouschet, Merlot, Alvarinho e Arinto. O objetivo principal seria o mercado de exportação e daí querermos vender Portugal e a nossa região Lisboa Fazer vinhos é muito mais do que uma atividade económica, é uma paixão. É isso que faz com que os vinhos Quinta da Casaboa se distingam? Sem dúvida, o nosso “novo” projeto foi movido pela paixão que tínhamos pela quinta, onde crescemos, brincámos, vindimámos e até casámos; A bela casa e seus jardins cheios de história e “histórias” da nossa vida, o amor dos meus avós pela sua propriedade e a do meu avô pelo mundo do vinho enchem-nos o coração. Foi sempre o legado familiar que nos fez dar continuidade a este projeto, a responsabilidade de uma herança, a nossa história, que queremos passar às futuras gerações e que já se orgulham tanto. É também isto que pretendemos passar aos nossos clientes a nossa história, o nosso legado, o orgulho na nossa terra e no nosso vinho, que nos faz ultrapassar todas as barreiras, perseverar e finalmente vencer. Apesar de toda a paixão impressa em cada garrafa de vinho, há também um terroir próprio da região vitivinícola de Lisboa. Quais são as diferenças dos vinhos Quinta da Casaboa? O terroir está na base de qualquer vinho e apesar de parecer um cliché, sim posso dizer que os vinhos da Quinta da Casaboa refletem o seu terroir e orgulhamo-nos de passá-lo nos nossos vinhos. O nosso solo basáltico calcário e o clima atlântico conferem aos vinhos frescura, acidez, taninos e especialmente muito carácter. São fortes características da região
Quinta da Granja, 2565-712 Runa www.quintacasaboa.com
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que gostamos de realçar: Temos vinhos com personalidade, que marcam quem os prova e com uma grande longevidade. Quais são os vinhos produzidos pela Quinta da Casaboa e como apresentaria cada um deles? Temos cinco referências: Um branco e quatro tintos. Começando pelo Branco, o Quinta da Casaboa Alvarinho & Arinto 2016 é um vinho com aromas tropicais, acidez equilibrada e muito fresco, um excelente vinho branco para o verão. Entrando nos tintos, começo por apresentar a nossa entrada de gama, Tintaboa 2015, 60% Tinta Roriz e 40% Touriga Nacional, é um vinho cheio de fruta e taninos suaves com óptima relação preço-qualidade. Seguidamente, entramos na nossa gama média-alta, a família Quinta da Casaboa de que o Alvarinho & Arinto também faz parte. Isto porque os rótulos são muito parecidos só muda a côr no logotipo, castas e cápsula. Estamos então perante o Quinta da Casaboa 2015 (Letras Bordeaux), feito com 3 castas, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alicante Bouschet, é um vinho muito balsâmico e cheio de personalidade, revelando nitidamente o terroir da nossa região. Recebeu um Best Buy (88 pontos) na edição de Junho 2018 da revista americana Wine Enthusiast. Distingue-se do Quinta da Casaboa 70% Merlot e 30% Touriga Nacional pela sua portugalidade. Já este, com letras azuis no CB e na indicação das castas tem um carácter mais internacional ditado pela maior percentagem de Merlot no seu lote. É um vinho em que sobressaem os pimentos do Merlot no nariz e que no final de boca é revelada a Touriga Nacional com estágio em barrica. É um vinho delicioso!! Por último, a cereja no topo do bolo, Casaboa Reserva 2015, uma
homenagem ao fundador da Quinta da Casaboa, o meu avô, João Ferreira dos Santos. Este vinho feito 100% de Touriga Nacional é uma edição especial e só é feito nos melhores anos de Touriga Nacional. Desde a reestruturação em 2004 é o 4º Reserva que lançamos. Engarrafado há um ano, com 12 meses de estágio em Barrica já foi premiado em 2018 com medalhas de bronze nos concursos internacionais Decanter Wine Awards e International Wine Challenge e obteve 91 pontos na edição de Junho 2018 da revista Wine Enthusiast. Com toques de baunilha, chocolate e fruta madura este vinho complexo e estruturado tem capacidade para viver uns largos anos na garrafa. Quais os mercados onde estão presentes? Na Europa estamos na Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia e Polónia. Estados Unidos, Canadá e Angola. Temos uma presença residual no mercado nacional, já que 90% da produção é destinada à exportação. Em termos futuros, quais os grandes projetos e/ou desafios que se apresentam à Quinta da Casaboa? O nosso grande desafio é continuar a conquistar novos mercados: Brasil, Rússia, Japão e China são países que nos interessam. Queremos aumentar quota de mercado nos Estados Unidos e Canadá, dois mercados com enorme potencial. Precisamos de consolidar a marca e ser reconhecidos também a nível nacional. Gostaria de deixar alguma mensagem aos nossos leitores? Experimentem vinhos novos, há tanto por descobrir. Sem medo!! Em Lisboa há vinho e do bom!!
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