Fevereiro 2016 | Edição Nº91
Este suplemento comercial faz parte integrante do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias de 25 de fevereiro de 2016 e não pode ser vendido separadamente
Portugal a Pedalar:
Turismo e Natureza
Arte Equestre em destaque em Alter do Chão
Reindustrializar Portugal:
Setor Vinícola
“Temos que promover e enaltecer as Amendoeiras em Flor”, Paulo Longrouva, Presidente da CM Figueira de Castelo Rodrigo
Turismo em Portugal
História e potencialidades Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho do distrito da Guarda que se distingue pela sua riqueza natural e pelas potencialidades que estão, na sua maioria, ainda por explorar. Paulo Langrouva, presidente da autarquia de Figueira Castelo Rodrigo, fala, em entrevista ao País Positivo, sobre as grandes marcas diferenciadoras deste município que se afirma de futuro.
Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho repleto de potencialidades turísticas, com belezas paisagísticas e valores arqueológicos, históricos e arquitetónicos, com uma diversidade artesanal e gastronómica de relevo, sem esquecer as capacidades piscícolas e cinegéticas. Quem visita Figueira de Castelo Rodrigo acaba por ficar impressionado com as potencialidades do concelho, principalmente na primavera, altura em que o panorama natural desperta e se pode retirar dele o melhor. Os vales profundos dos rios Águeda e Côa, o Douro Internacional e o seu cais fluvial, a serra da Marofa que oferece magníficas vistas, constituem, por si só, a motivação para a deslocação dos visitantes, mobilizados pelo deslumbramento de uma paisagem única, onde a existência de miradouros, quer naturais quer construídos, lhes proporciona um quadro de grande qualidade e rara beleza. Nos meses de Fevereiro e Março, as amendoeiras em flor, oferecem aos nossos olhos uma beleza de estonteante cromatismo. Projetos que se desenvolvem
Paulo Langrouva Presidente da autarquia de Figueira Castelo Rodrigo
De acordo com o nosso entrevistado, Paulo Langrouva, a iniciativa privada tem vindo a acompanhar a dinâmica pública, criando cada vez mais postos de trabalho e dinamizando a economia. Exemplo concreto disso é o recente inaugurado Hotel do Colmeal, vocacionado para o turismo rural e que oferece variadas ofertas aos seus clientes, nomeadamente percursos pedestres, visitas à arte rupestre, spa, court de ténis, piscina e ainda poderá abrir o leque para a caça. Além disso, “no próximo mês iremos abrir definitivamente o Centro de Inspeções em Figueira de Castelo Rodrigo que trará mais postos de trabalho diretos e atividades complementares, alicerçando ainda mais a economia local”. Paralelamente, e no que diz respeito ao investimento público, “temos também em marcha o projeto de requalificação do centro escolar e, também, a construção do centro interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo sendo este um projeto muito importante para nós, enquanto município”. Para que este projeto seja uma realidade de sucesso, existe uma comissão científica, liderada pelo Professor Braga da Cruz, antigo reitor da Universidade Católica e, isso, por si só, credibiliza todo o projeto. Mas, afinal, qual a importância deste projeto? “Muitas pessoas não sabem, mas a Batalha de Castelo Ro-
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Turismo em Portugal Judiaria em destaque Existem, em Figueira de Castelo Rodrigo, alguns vestígios judeus. Daí, existir um projeto na mente de Paulo Langrouva: “Efraim Hezekiah Bueno, médico judeu, nasceu em Figueira de Castelo Rodrigo. Ficou célebre pelas pinturas/ retrato que o seu amigo Rembrandt legou à história da arte. A sua lapide funerária, existente no cemitério português de Ouderkerk (Amsterdam ) e uma homenagem à diáspora lusitana e aos que tiveram de fugir por força da Inquisição; esta escrita na língua de Camões e apenas a data do falecimento, 1665, se encontra colocada segundo o calendário hebraico. Temos que saber aproveitar este legado e retirar mais-valias do mesmo”. Apesar de ainda não existir nenhum projeto em concreto, a verdade é que algo irá ser feito para lembrar a importância deste célebre homem.
drigo foi uma das batalhas decisivas que contribui para a instauração da independência de Portugal, em 1640. Foi uma batalha importante em que os portugueses, com um exército inferior ao espanhol, conseguiu dominar e vencer e, a partir dai, deixamos de estar sob o domínio de Espanha. É uma batalha muito importante, nós celebramos em 2014 os 350 anos da Batalha de Castelo Rodrigo e, obviamente, que não queremos deixar de vincar esta batalha porque ela foi de facto muito importante na história de Portugal”. Amendoeiras em flor: O destaque merecido
São muitos os eventos levados a cabo no município de Figueira de Castelo Rodrigo. No entanto, as amendoeiras em flor são o que mais pessoas atraem ao concelho e aquele que mais merece destaque. Na opinião de Paulo Langrouva, “o evento mais importante do concelho é de facto o da amendoeira em flor e nós
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temos que tentar promover e enaltecer este evento porque para mim este sempre foi o evento mais importante. É uma paisagem única, com uma beleza natural incrível e quem visita Figueira de Castelo Rodrigo nesta altura fica deslumbrado com aquilo que vê”. A par deste evento, e tendo em conta que ainda existem pessoas que vivem exclusivamente da agricultura, a autarquia realizou, em 2015, a primeira Feira da Agricultura que foi, sem sombra de dúvidas, um sucesso. Este ano, “vamos realizar a segunda edição e queremos que ela tenha ainda mais projeção, com mais stands e expositores no domínio da agricultura porque este é um setor fundamental em Figueira de Castelo Rodrigo”.
das fomentam o turismo. É o caso da vinha e do vinho que, graças a um esforço acrescido por parte da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, tem ganho destaque nacional e internacional devido à qualidade dos produtos. Figueira de Castelo Rodrigo é já um nome sonante no mapa vinícola do país e a tendência é de crescimento, quer em termos de números, quer em termos de qualidade. A par disso, ou melhor, de forma complementar a isso, “estamos em processo de criação de um prato típico de Figueira, borrego da marofa. Neste sentido, estamos a tratar de certificar o borrego para que possamos garantir os níveis de qualidade exigidos”, avança.
A vinha, o vinho e a gastronomia
Observatório de Astronomia
Nem só de turismo vive o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, mas a verdade é que a maioria das atividades aqui promovi-
Paulo Langrouva anunciou, recentemente, que a autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo tenciona instalar um observatório de astronomia
no concelho e que terá impacto a nível nacional e internacional. Para o nosso entrevistado, este será um projeto estruturante. A comissão científica internacional que irá acompanhar o desenvolvimento do projeto será liderada pelo licenciado em astronomia Pedro Russo, génio da astrologia e da astrofísica, natural daquele concelho. Este, “será um projeto que terá uma abrangência muito grande, porque não se trata só de um projeto educacional, mas também será um projeto no domínio científico, cultural e educacional, virado também para a investigação”, avançou. É certo que Figueira de Castelo Rodrigo possui as condições adequadas e propícias ”para o desenvolvimento de atividades relacionadas com a observação das estrelas e dos astros. Portanto, este investimento orçamentado em 300 mil de euros faz todo o sentido e é financiado por fundos europeus do novo quadro comunitário de apoio.
Turismo em Portugal
Singularidade que faz crescer! A Madalena é um concelho em progresso evidente, que tem vindo paulatinamente a vincar o seu lugar cimeiro nos Açores, desenvolvendo as suas potencialidades e apostando nas suas singularidades como força motriz.
José António Soares Presidente da Câmara Municipal da Madalena
Ladeada por idílicas paisagens, entre o verde estonteante de uma natureza pródiga e o profundo azul do Atlântico, é o mais jovem Município da Ilha do Pico, elevado a vila em 1723, sendo também o mais populoso, com mais de 6 mil habitantes, administrativamente dividido em seis freguesias: São Caetano, São Mateus, Candelária, Criação Velha, Madalena e Bandeiras (de sul para norte), sendo a Madalena a maior em área e população. É, indubitavelmente, o Concelho que possui maior dinamismo económico, com algumas das mais importantes indústrias dos Açores, como a COFACO (indústria conserveira), beneficiando ainda de uma posição geográfica estratégica, com importantes infraestruturas como, o Porto de Passageiros da Madalena e o Aeroporto do Pico, sendo por excelência a porta de entrada dos milhares de turistas que anualmente visitam a ilha. O turismo é, aliás, um dos sectores que mais se
desenvolveu, sendo, por excelência, um dos concelhos que registou um crescimento mais significativo nos Açores, mediante o esforço da autarquia na recuperação do património infraestrutural, na reabilitação da malha urbana, valorizando e promovendo os nossos produtos, a nossa identidade e as potencialidades da Madalena. Efetivamente, a Madalena assiste de ano para ano à entrada de um crescente número de visitantes, seduzidos pela beleza paisagística, que encanta o mais cético dos turistas, deleitando-os com alguns dos principais ex-libris naturais do Concelho, como a imponente Montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, de uma beleza avassaladora e sublime, considerada uma das Sete Maravilhas de Portugal; a Gruta das Torres, o maior tubo lávico do País; o Património Natural e Edificado de Interesse Turístico do Cachorro ou ainda com a experiência única da observação de cetáceos. A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, aclamada em 2004, pela Unesco, como Património da Humanidade, é também outro dos pontos que mais cativa os visitantes. A paisagem lávica, adornada por monumentais elevações de basalto negro, os “maroiços” e pequenos “currais” é um dos principais atrativos da região, tal como o Museu do Vinho, desenvolvendo um trabalho único de preservação e divulgação das memórias coletivas das gentes do Pico, associadas a um dos seus áureos ciclos históricos, a vitivinicultura. A cultura é também um dos pilares que alicerça o crescimento do Município, que tem vindo a apostar na promoção das suas tradições, tendo conquistado em 2015 o recorde do Guinness da Maior Roda de Chamarritas do Mundo.
“A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico representa uma obra -prima da genial criatividade humana na medida em que, face a um ambiente adverso e em tudo propício ao abandono, o Homem teve a capacidade de superar a própria natureza e transformar a pedra, aparentemente inútil mas abundante, em sustento e modo de sobrevivência”, pode ler-se na página da autarquia. Hoje, a atividade agrícola é ainda uma realidade no concelho?
Sim, efetivamente a agricultura é ainda o setor mais relevante na economia do Concelho, uma atividade que tem sabido otimizar os seus recursos, modernizando-se e maximizando a sua produção. Nesta área é crucial referir o crescimento exponencial de projetos na viticultura, com vinhos reconhecidos internacionalmente, muitos deles premiados e figurando em diversos restaurantes de luxo europeus, distinguidos com estrelas Michelin. Como surge a candidatura a Município do Vinho em 2017?
Efetivamente, o desenvolvimento da Madalena e a produção de vinho percorrem de mãos dadas toda a história do Município, sendo esta uma das mais significativas atividades económicas, produzindo-se nestas terras lávicas um delicioso néctar conhecido nos quatro cantos do mundo e cuja exportação levou em tempos idos a reputação do Pico além dos limites setentrionais do
Báltico até aos confins orientais da Índia e de Macau, numa epopeia de pedra de um povo, que à força dos braços, ousou dominar a Natureza. Ciente da importância vital do setor, muitas têm sido as atividades dinamizadas pela Câmara Municipal no sentido de promover a viticultura e o enoturismo da Madalena, capital dos Açores do Vinho e da Vinha, marca por nós registada em 2015. A candidatura a Cidade do Vinho 2017 surge naturalmente neste contexto de promoção desta atividade, em resposta também ao repto lançado pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), da qual somos associados e cujo desafio de imediato abraçámos. Qual a mais-valia desta candidatura e o que está previsto para dinamizar o turismo?
A candidatura a Cidade do Vinho 2017 será, sem dúvida, um bom ponto de partida para uma aposta bem estruturada no turismo com vocação vitivinícola, pela visibilidade que este tipo de evento poderá conferir ao Município e à região e pelo potencial turístico que encerra. Por outro lado, é uma oportunidade estratégica para afirmação dos argumentos vínicos diferenciadores dos vinhos locais, únicos em todo o mundo, quer pela sua riqueza enológica, quer pela sua riqueza cultural, pois referimonos a vinhos produzidos numa paisagem lávica, adornada por imponentes pirâmides de basalto negro, os “maroiços”, e pequenos “currais”. Aqui a pedra fez-se vinho, um vinho único produzido na Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, aclamada em 2004, pela Unesco, como Património da Humanidade, como já referi anteriormente. No futuro, quais os projetos da autarquia e de que forma a vinha e o vinho poderão ser determinantes para o sucesso do concelho?
A viticultura é muito mais que um setor económico da Madalena, é parte integrante das nossas mais intrínsecas tradições. Acreditamos que a vinha e o vinho serão no futuro, tal como foram no passado, uma importante alavanca da economia local, uma incontornável imagem de marca do concelho e da Ilha além-fronteiras.
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Turismo em Portugal
Ourém, uma janela para o mundo Neste início de 2016 continuamos a assumir a missão de dirigir o Município de Ourém com objetivos claros e definidos, visando o desenvolvimento imediato da terra e das gentes que representamos, recordando que deste trabalho continuado e dedicado resultou que de uma dívida de 61 milhões de euros herdada no início do mandato, reduzimos esse valor para menos de 16 milhões de euros até ao final do ano de 2015.
Paulo Fonseca Presidente da Câmara de Ourém
Enquanto Presidente tenho dado uma especial atenção à captação de investimento e assim temos vindo a criar parcerias em diferentes países, no sen tido de promover Ourém não apenas como ponto turístico, mas também como zona de investimento. Poderei referir, por exemplo, o Brasil como uma oportunidade para a captação de empresas e é nesse contexto que a Câmara de Ourém tem agendado um encontro com investidores de Minas Gerais (Brasil), a quem mostrará as diferentes valências deste concelho. As parcerias e protocolos estabelecidos no contexto europeu a par de outros pelos cinco Continentes, são a prova de uma missão competentemente cumprida. Deste processo de captação de agentes económicos diversificados espero possa decorrer o acesso a melhores condições socioeconómicas para o Município de Ourém, no qual se insere o exemplo do Workshop Internacional de Turismo Religioso, destinado a operadores turísticos internacionais e que já vai na sua IV edição, o que permitirá contribuir para melhor compreender toda a envolvente que Portugal e nomeadamente Ourém podem assumir no incremento do turismo no nosso país. Como Presidente da Câmara de Ourém acredito que, para além da importância da devoção e religiosidade envolvidas, Fátima poderá ter uma enorme relevância na economia portuguesa, pelo que acredito que devemos incentivar o turismo baseado na religião, mas de uma forma abrangente. Cada vez mais, o turismo é uma disciplina transversal, pelo que não devemos cingir-
nos a uma ínfima parte do território, mas a todo o seu potencial global. Valorizar o país no seu todo e dar-lhe prestígio nas suas diferentes valências possibilitará gerar riqueza, emprego e desenvolvimento Num país em crise eco n ómica Ourém não é exceção e tem merecido toda a nossa atenção no sentido de desenvolver ações em proveito de todos, melhorando, por exemplo, as condições no acesso à saúde. Verificamos que da obrigatoriedade de a população ouriense ter de se deslocar ao Centro Hospitalar do Médio Tejo sempre que necessita de cuidados de saúde urgentes, resulta uma deslocação de 75 quilómetros, o que obriga a um grave incómodo a doentes e familiares, com o correspondente esforço financeiro. Neste sentido, o executivo municipal está empenhado em contornar a situação e espera vir a conhecer em breve uma decisão mais favorável por parte do Ministério da Saúde, nomeadamente abrindo a possibilidade de estes doentes poderem vir a ser acompanhados no Centro Hospitalar de Leiria localizado a 20 quilómetros de distância do concelho de Ourém. Enquanto Presidente da Câmara não duvido que no futuro, contin uarei a conduzir o nosso trabalho no sentido da promoção do progresso do Município e da região, aproveitando as oportunidades justas e merecidas para a população que represento, independentemente das suas sensibilidades pessoais, políticas, ou crenças religiosas.
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portugal a pedalar
UVP-FPC – Uma federação nacional comprometida com o ciclismo para todos A União Velocipédica de Portugal U.V.P. foi constituída a 14 de Dezembro de 1899 pelo cunho do Rei D. Carlos; no dia 1 de Janeiro de 1944 a UVP junta à sua designação o título de F.P.C. - Federação Portuguesa de Ciclismo. A UVP-FPC é a federação mais antiga de Portugal, usufrui do estatuto de utilidade pública desde 1994 e tem como objetivos principais a promoção do ciclismo e da atividade velocipédica em Portugal.
Quais os principais objetivos da União Velocipédia de Portugal – Federação
ficou responsável pela área desportiva/competitiva da Federação.
Portuguesa de Ciclismo (UVP-FPC)?
Somos a instituição que tutela o ciclismo em Portugal, filiada na U.C.I. - União Ciclista Internacional e na U.E.C. - União Europeia de Ciclismo. Temos como principais objetivos a promoção do ciclismo no território nacional, em todas as suas variantes e para todas as idades. A federação, fruto da procura de estilos de vida mais saudáveis, da democratização do ciclismo e da capacidade de inovação do negócio
Quais são as linhas orientadoras do
que envolve a bicicleta, decidiu organizar e promover eventos adaptados a vários tipos de utilizadores. Devo afirmar que obtemos uma reação muito positiva, da nossa sociedade, em relação à prática e uso da bicicleta dentro das cidades.
mais jovens.Em parceria com a Coordenação Nacional do Desporto Escolar, pretendemos desenvolver materiais informativos, formativos e programáticos; e promover a aprendizagem desde o nível zero (andar de bicicleta).
Programa Nacional Ciclismo para Todos (PNCPT)?
Este programa, que teve início em 2013, pretende potenciar o uso da bicicleta no contexto desportivo, recreativo e quotidiano, promovendo a prática de desporto sem esquecer o zelo pela segurança dos ciclistas. Estamos a criar condições para assegurar formação para uma prática responsável, em particular junto dos
Onde vão decorrer estas ações?
Delmino Pereira Presidente da UVP/FPC
Das várias regiões do país, quais são as que mais se destacam?
Delmino Pereira, Presidente da UVP/FPC recebeu a equipa do País Positivo e apresentou-nos os novos projetos da Federação: “O Programa Nacional Ciclismo para Todos (PNCPT) e o alargamento da rede dos centros de BTT.” “O ciclista era um ídolo da nossa sociedade e o ciclismo era a modalidade rainha do país. A população equiparava os ciclistas a heróis, eram muito bem recebidos em todas as terras por onde passavam e eram considerados homens de grande resistência, com capacidade de sacrifício e muito trabalhadores. Atualmente o ciclismo conta com 18 títulos olímpicos, 9 masculinos e 9 femininos, nas modalidades de ciclismo de estrada, pista, BTT (cross country olímpico) e o BMX.”
As regiões mais recetivas e evoluídas são as de Aveiro e Lisboa. Estas duas cidades têm muita abertura ao uso quotidiano da bicicleta, mas pretendemos alargar esta realidade a todo o país, seguindo as políticas que estão a ser praticadas no norte da europa e que todos os países estão a adotar com o objetivo de baixar a emissão dos gases poluentes nas cidades e de alterar hábitos de mobilidade urbana.
Este conjunto de ações vão decorrer nos agrupamento de escolas D. António Ataíde, em Castanheira do Ribatejo; no agrupamento de Alcochete e de Benfica, abrangendo um total de 6000 alunos, já no corrente ano letivo. Em complementaridade serão desenvolvidas atividades de iniciação à prática de ciclismo e do ciclismo de pista no Centro de Alto Rendimento de Sangalhos, com as escolas da região de Aveiro, em parceria com as autarquias locais. O número de praticantes de ciclismo
O Programa Nacional Ciclismo para
tem vido a aumentar. Qual é a variante
Todos (PNCPT) pretende ajudar a imple-
mais popular?
mentar essas políticas?
É, sem dúvida, o BTT (Bicicleta Todo o Terreno). Este cerca de 55% dos nossos filiados e é uma porta de entrada de excelência porque os pais, normalmente, não deixam os filhos circular na via pública, mas permitem que pratiquem desporto na montanha em contato com a natureza.
Sim, sem dúvida. Nomeei um responsável por este projeto, o Sandro Araújo, que é um dos meus vice-presidentes, e tem como missão desenvolver e promover este projeto a nível nacional, o outro vice-presidente, José Calado,
O BTT tem várias especialidades...
O BTT é uma variante do ciclismo que tem uma especialidade olímpica, que é o cross country olímpico, que é disputado em circuito; para além desta existe o cross country maratonas que é um evento disputado em longas distâncias de uma volta. O downhill é uma outra variante do ciclismo, com um cariz radical de descida e, mais recentemente, nasceu o enduro que se carateriza por troços de montanha cronometrados. São desportos bastante populares e atraem novos praticantes. Os centros de BTT promovem o desporto e o país. Qual o foi o papel da UVPFPC na sua implementação?
A federação importou e adaptou um conceito, que é o centro de BTT, em parceria com a Federação Francesa de Ciclismo (FFC). Queremos criar centros de BTT nas regiões que tenham excelentes condições paisagísticas, gastronómicas e uma boa oferta hoteleira, cremos que são condicionantes básicas para a instalação destes centros. Quais os serviços disponibilizados nestes centros?
São infraestruturas de montanha, abertas à utilização de qualquer cidadão, onde são oferecidos vários conjuntos de percursos, para todos os níveis desportivos e é notável a grande adesão a este conceito. A UVP-FPC é a entidade reguladora, nós homologamos os centros e encaixamo-los uns nos outros, nas cidades vizinhas e nos diversos percursos, de forma a se complementarem. Neste momento temos um rede nacional, mais desenvolvida na zona centro, e pretendemos continuar a alargar a outras regiões incluíndo os Açores e a Região Autónoma da Madeira.
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portugal a pedalar
SABUGAL: Na senda da mobilidade suave
António Robalo, presidente da autarquia do Sabugal, encara a utilização da bicicleta como uma mais-valia para o concelho, mostrando que existe uma estratégia pensada e planeada para a atratividade de turistas e para um uso sustentável do território.
António Robalo Presidente da autarquia do Sabugal
Consciente da necessidade de atrair turismo para o Sabugal, o presidente da Câmara Municipal tem vindo a construir estratégias que tornem o concelho mais atrativo e que permitam diferenciá-lo no panorama nacional. Assim surge a aposta no cicloturismo, nos desportos de bicicleta e em novos paradigmas de turismo relacionadas com as duas rodas. Foi neste sentido que no dia 31 de janeiro foi enviada à Federação EUROPARC a candidatura do território Gata-Malcata/Terras do Lince (que engloba os municípios de Sabugal, Penamacor e Almeida) à Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS). A CETS é um galardão outorgado pela EUROPARC aos espaços protegidos ou classificados que se comprometem a desenvol-
ver um turismo de qualidade, promotor da atividade económica, respeitoso e compatível com a conservação do meio ambiente e o bem-estar da população local. De acordo com o nosso entrevistado, António Robalo, “temos que fomentar e criar condições para que consigamos captar os utilizadores de bicicleta nas suas mais variadas vertentes”. Assim, e com base na CETS, um dos grandes planos de ação prende-se com o trabalho de mobilidade suave neste território: “Aqui, faremos os possíveis para que este seja amigo do uso da bicicleta, ou melhor, tudo faremos para que seja formatado para isso”. O território possui um património natural e edificado muito vasto e um posicionamento estratégico que “nos permite
Turismo Natureza/ Centro de BTT O concelho do Sabugal possui um património natural ímpar, cujas referências maiores são o Rio Côa com a sua nascente, a Reserva Natural da Malcata, habitat predileto do lince ibérico, e paisagens únicas que constituem um convite para as práticas desportivas e lazer. Todo o conjunto de elementos naturais possui um elevado valor ambiental em termos de preservação da biodiversidade e de manutenção dos ecossistemas e afigurase extremamente apelativo para a prática do chamado turismo de natureza, bem como de algumas atividades desportivas que valorizam na sua prática o meio natural e se desenvolvem num contexto de ‘trilhos sustentáveis’. Nesta medida, o Município do Sabugal tem vindo a apostar na: – Marcação de percursos pedestres, tendo presentemente marcadas oito pequenas rotas (sinalizados com marcas e códigos regulamentados pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal), promovendo assim a prática da atividade de percorrer distâncias a pé, na natureza, em que intervêm aspetos turísticos, culturais e ambientais. – Organização de provas de Triatlo (em colaboração com a Federação de Triatlo de Portugal), de provas de atletismo, de caminhadas temáticas, entre outras, privilegiando o meio natural e os recursos e valores culturais locais. – Criação do Centro de BTT, uma infraestrutura de animação permanente (turística e desportiva) para a prática de BTT, constituída por uma rede de trilhos sinalizados segundo normas e classificados em 4 níveis de dificuldade; instalações de acolhimento e apoio aos praticantes em sistema self-service ou com presença de porteiro; informação técnica disponível em vários formatos e rede de parceiros oficiais. O Centro de BTT criou o incentivo para desenvolver um conceito mais abrangente de Desporto de Natureza associado a uma marca local “Sabugal Respira Desporto’ que se pretende que contemple três vetores em simultâneo, designadamente: Promover a prática desportiva; potenciar o turismo, em particular o turismo desportivo e turismo de aventura, desportos radicais e de natureza e promover o concelho, potenciando e cui-
“Não falamos da utilização da bicicleta pelos desportistas profissionais e amadores, mas sim por toda a família. É precisamente isto que defendo, a utilização familiar da bicicleta.”
ter esse sonho de o tornar mais atrativo para o uso de mecanismos de mobilidade suave”, acrescentando ainda que “esta aposta tem ainda uma outra grande vantagem que é o favorecimento da permanência no território por períodos mais alargados. Quem vem para utilizar a bicicleta como forma de turismo, tem que vir com tempo para conseguir ver tudo aquilo que estas Terras do Lince têm para oferecer. Sabugal no panorama nacional
É preciso, na opinião do nosso interlocutor, dar visibilidade ao Sabugal e mostrar o que este concelho tem para oferecer, a todos os níveis. Daí que uma das apostas passe por fazer com que o concelho esteja presente em grandes eventos do calendá-
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portugal a pedalar rio velocipédico nacional, nomeadamente na Volta à Portugal em bicicleta e outros. “Neste momento, estamos já a negociar com o Município de Almeida a realização do Grande Prémio Abimota e temos já, para maio, juntamente com a Associação de Municípios da Cova da Beira, programado o Grande Prémio das Beiras”. Novos paradigmas do turismo
É necessário que se consiga entrelaçar a utilização da bicicleta com os novos padrões de turismo. E é precisamente aqui que entra a noção de bicicleta para todos. “Não falamos da utilização da bicicleta pelos desportistas profissionais e amadores, mas sim por toda a família. É precisamente isto que defendo, a utilização familiar da bicicleta”. Para que este novo conceito comece a ganhar adeptos, é necessário que o Sabugal se adapte, crie e sinalize, em síntese, formate esta nova oferta, este novo conceito? O presidente da autarquia é perentório: “Definitivamente, não; não necessitamos de construir novas pistas cicláveis. As nos-
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sas estradas municipais e caminhos têm pouco trânsito e possuem características únicas para a prática desportiva, utilizando a bicicleta. Aliás, para mim, criar ecopistas em zonas rurais é quase como «domesticar» a ruralidade, tornando-a urbana. O que queremos é tirar proveito da nossa ruralidade, fazer com que ela seja o próprio ex-líbris do concelho. É por isto que as pessoas nos procuram, para ter um contacto mais próximo com o mundo rural e fugir aos desconfortos da cidade”, finaliza o nosso entrevistado.
“Temos que fomentar e criar condições para que consigamos captar os utilizadores de bicicleta nas suas mais variadas vertentes.”
portugal a pedalar
Pampilhosa da Serra: Natureza em estado puro!
José Brito é o homem que tem conduzido os destinos do concelho da Pampilhosa da Serra e que, de uma forma ou de outra, tem colocado este destino no mapa turístico português. Viemos conhecer este que é um dos destinos mais procurados pelos amantes das duas rodas.
O concelho da Pampilhosa da Serra tem cerca de 400 quilómetros quadrados e possui riquezas ímpares. Atravessado por três rios e sendo essencialmente florestal, a autarquia tem vindo a fazer uma aposta grande naquilo que é o turismo natureza. Para tal, conta com a sua maior riqueza como
segurança aos amantes desta modalidade”. Pampilhosa da Serra, juntamente com outros concelhos vizinhos, promove ainda o evento Sky Road que junta mais de mil participantes. São estes eventos desportivos que colocam Pampilhosa no mapa dos amantes de bicicleta.
fator de atratividade, o estado puro. Felizmente, “os nossos rios estão ainda em estado puro, as nossas águas são límpidas e a poluição não é ainda uma tônica recorrente”. Nesse sentido, “percebemos que as pessoas procuram, cada vez mais, os destinos de qualidade e Pampilhosa da Serra é, sem sombra de dúvidas, um destino excelente deste ponto de vista. Este é um concelho bastante atrativo pela qualidade que oferecemos e isso verifica-se especialmente nas nossas praias fluviais, que são de excelência. Temos recebido prémios nacionais pela qualidade que temos nas nossas praias”. Além disso, a autarquia tem também levado a cabo alguns investimentos consideráveis na criação de percursos pedestres e possui já sete percursos devidamente assinalados e homologados, espalhados por diferentes áreas do concelho. Neste momento, “a nossa grande preocupação é manter esses percursos nas melhores condições possíveis sendo que fazemos de forma constante a supervisão dos mesmos para que nunca fiquem impedidos de serem utilizados”. Outra das ofertas do município é o BTT e, neste caso, Pampilhosa da Serra foi o segundo concelho do país a possuir um Centro BTT homologado e inaugurado pelo Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo. Mas nem só de BTT vive o ciclismo no concelho e, por isso mesmo, este território é também muito procurado pelos amantes do cicloturismo já que possui condições de excelência para tal prática: “As nossas estradas, apesar de sinuosas, têm uma moldura natural incrível. Além disso, têm um excelente piso e pouco trânsito e isso traz mais
Mas nem só disto vive o concelho. A autarquia fez ainda um grande investimento na recuperação e requalificação de duas Aldeias de Xisto que traz muitas pessoas ao concelho e faz crescer toda a economia local. E já que se fala em economia local, não poderíamos deixar de falar na gastronomia de excelência que aqui existe, com pratos únicos e com sabores únicos. Mas, José Brito refere: “Temos vários tipos de alojamento espalhado pelo concelho mas a construção de um hotel foi fundamental para que tivéssemos qualidade e quantidade suficiente para acolher quem nos visita. Temos aqui um hotel 4 estrelas que também nos tem permitido tirar partido de todos estes investimentos”. Interior: Uma janela de oportunidades! É Pampilhosa da Serra uma janela de Oportunidades? “Claramente. É pena que os nossos governantes não tenham tido uma estratégia para o interior do país e a falta de programação fez com que se criassem grandes vias no litoral e deixaram este interior sem grandes ligações que permitissem mais investimento e fixação de pessoas, que é o grande drama do interior. Todos estes investimentos e a aposta no turismo tem minimizado estes efeitos. Temos tentado, ao longo dos últimos anos, encontrar estratégias que nos permitam fixar os jovens e dar-lhes oportunidades também no interior. Felizmente, hoje já temos muitos jovens empreendedores que aproveitaram estas oportunidades do turismo e da floresta”, finaliza o nosso interlocutor, José Brito.
José Brito Presidente da C.M. Pampilhosa da Serra
Centro BTT de Pampilhosa da Serra O centro de BTT de Pampilhosa da Serra é constituído por edifício de balneários, instalações sanitárias, estação de serviço para bicicletas, uma rede de trilhos cicláveis e devidamente sinalizados com cerca 122 Km e 4 níveis de dificuldade. Ao percorrer a vasta rede de trilhos viajará por caminhos rurais, aldeias do xisto, zonas de grande dificuldade técnica.
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portugal a pedalar
Turismo e Natureza em Vouzela O concelho de Vouzela beneficia de uma ótima localização geográfica, encaixando-se entre a serra e o mar, distanciando-se a 27 quilómetros de Viseu e a 66 quilómetros de Aveiro. Atravessado pela A25, este é um concelho que se diferencia pela sua excelente localização, trazendo centenas de pessoas a procurar os trilhos de BTT, percursos pedestres, trails e o Caminho de Santiago, totalmente inseridos numa paisagem natural única e quase idílica. Venha conhecer um concelho que faz as delícias dos amantes do desporto natureza. Vouzela tem o único centro de BTT homologado do distrito de Viseu e um dos melhores do país, composto por sete percursos devidamente sinalizados, quatro níveis de dificuldade e uma estação de serviço para bicicletas devidamente apetrechada. Este centro, homologado pela UVP/ FCP foi o quarto do país a ser homologado e todos os anos leva milhares de pessoas, amantes das duas rodas, a Vouzela. Beneficiando de uma excelente localização geográfica, a conjugação entre a vegetação e o relevo cria, em Vouzela, locais de grande beleza, aprazíveis, onde espécies exóticas e autóctones se combinam na perfeição e formam um conjunOs recursos humanos
to de uma beleza ímpar. A belíssima floração é cartão-de-visita de uma região de vales risonhos e verdes e que se caracteriza pelo seu antagonismo entre campos de cultura e prados, entre as encostas de rocha nua ou cobertas de bosques frondosos. Serras escarpadas, sítios históricos, aldeias rústicas, vales cobertos de vegetação são alguns dos cenários possíveis que se encontram no conjunto de Percursos de Vouzela. De salientar que, o centro de BTT de Vouzela pode ser feito por qualquer pessoa, mesmo que não tenha preparação física. Além disso, este é um bom programa para fazer em família.
Os recursos humanos
Percurso 1
Percurso linear acessível a todo os participantes da modalidade, todo ele desenvolvido na antiga linha férrea do Vale do Vouga, em direção às termas de São Pedro do Sul, passando pelo Túnel Lamas, atravessando a Ponte do Pego, voltando para o Centro de Acolhimento em direção a Vouzela. Distância: 11,7 km | Tempo: 00h30-01h00 | Desnível acumulado: 131m
Percurso 2 Acessível a todos os praticantes da modalidade, todo o trajeto desenvolve-se na antiga linha férrea do Vale do Vouga, em direção a Oliveira de Frades. Durante o percurso, desfrute da paisagem sobre a vila de Vouzela e de variados pontos de interesse. Distância: 12,5 km | Tempo: 00h30-01h00 | Desnível acumulado: 124m Os recursos humanos
Percurso 3
Percurso em forma de raqueta. Após a passagem da linha férrea, desenvolve-se por vários caminhos rurais da União de Freguesias de Fataúnços e Figueiredo das Donas. Distância: 17 km | Tempo: 01h00-02h00 | Desnível acumulado: 250m
Percurso 4
Percurso circular, com início comum a outros percursos, estendendo-se até à freguesia de São Miguel do Mato, com vários pontos de interesse. Envolve-se depois em caminhos rurais, trilhos e single tracks. Distância: 43,5 km | Tempo: 02h00-04h00 | Desnível acumulado: 940m Os recursos humanos
Percurso 5
Percurso circular que coincide com o percurso 4 até à zona de Vasconha, passando pela capela da Senhora da Agonia. Percurso exigente, mas espetacular, com muita pedra e single tracks, caracterizado por caminhos florestais e rurais. Distância: 52,5 km | Tempo: 03h00-05h00 | Desnível acumulado: 1350m
Os recursos humanos
Percurso 6
Percurso circular por caminhos rurais, trilhos e single tracks florestais, caracterizado por alguma pedra, pouco técnico. Começa com uma subida ao monte da Senhora do Castelo até ao limite do Parque Natural, onde se atinge o ponto mais alto do percurso e do concelho. À descida, este percurso tem grande interesse paisagístico e patrimonial. Distância: 52,5 km | Tempo: 02h30-04h30 | Desnível acumulado: 1530m Os recursos humanos
Federação Portuguesa de Ciclismo Rua de Campolide, Nº237 • 1070-030 Lisboa (+351) 213 802 140 • (+351) 964 768 626 info@centrosdebtt.pt • centrosdebtt.pt
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Percurso 7
Percurso circular coincidente com o percurso 6 até à Barragem da Lapa de Meruje. É um percurso exigente, mas deslumbrante, percorrendo parte do concelho e tendo vários tipos de trilho, com muita pedra, secções técnicas e declives bastante acentuados. É necessário possuir boa preparação para fazer este percurso. Distância: 39 km | Tempo: 03h00-05h00 | Desnível acumulado: 1200m
portugal a pedalar
Beelectric – A inovar na mobilidade elétrica em Portugal “A BeElectric é uma marca da Fernando Feliciano Unipessoal, Lda - que se dedica à comercialização de Bicicletas Eletricas - e surgiu para dar escoamento às bicicletas elétricas que já eram comercializadas através dessa empresa. “ Miguel Feleciano
A BeElectric surge no mercado português com um conceito
A rede de aluguer de bicicletas
Quais os serviços mais solicita-
inovador aplicado às bicicle-
elétricas da BeElectric está im-
dos pelos clientes da BeElectric?
tas elétricas. Como surge esta
plementada exclusivamente em
ideia?
Portugal?
Criámos a marca BeElectric para nos podermos dedicar, exclusivamente, ao comércio, assistência e aluguer de bicicletas elétricas. Identificámos uma lacuna de mercado: já havia muitos utilizadores de bicicletas elétricas, mas não havia quem fizesse a assistência técnica especializada, nem quem acompanhasse as vendas. As-
Neste momento estamos a utilizar uma plataforma europeia de aluguer de bicicletas: o “Bikesbooking”, onde qualquer pessoa que escolha vir passar uns dias de férias a Cascais, ou outros locais onde temos parceiros, pode fazer o aluguer online para a sua temporada de férias. A BeElectric coloca a bicicleta onde o cliente vai ficar insta-
São os preços de venda e prazos de entregas exatamente por esta ordem. O mercado está a crescer, e temos alguns clientes que nos procuram também para fazer a assistência técnica ou para fazer o upgrade dos sistemas que adquiriram no passado.
sim, e após formações especializadas obtidas em Espanha, somos distribuidores em Portugal e agentes especializados de várias marcas, como por exemplo a Tucano Bikes, Rubbee, Lombardo Bikes e Bosch E-Bike Systems.
lado. A Be-Cyclist, nosso parceiro, aluga bicicletas tradicionais, que são mais baratas, mas o cliente pode também alugar o Rubbee.
A venda, a demonstração e o aluguer são feitos presencialmente?
Pode ser feito presencialmente, na loja ou no site www.beelectric.pt. Temos várias bicicletas em exposição, que os clientes podem vir escolher, experimentar no nosso terraço ou ir até à ciclovia; o cliente mais informado pode encomendar via online ou pessoalmente na loja. Também fazemos entregas em todo o país, incluindo Açores e Madeira, e fazemos a demonstração presencial ao cliente. A parte do aluguer funciona via telefone, com alguns operadores turísticos, a quem nós alocamos as bicicletas para eles disponibilizarem aos seus clientes, mas este ano também será possível alugar as bicicletas através do nosso website. Qual é o cliente tipo que aluga uma bicicleta elétrica?
São maioritariamente estrangeiros do norte da europa. Este tipo de cliente está habituado a utilizar a bicicleta como meio de transporte, mas como fica demasiado caro trazê-las no avião, preferem alugá-las para a temporada de férias.
Sim, sem dúvida. Temos constatado essa diferença nos últimos dois anos, sobretudo no aumento da procura da bicicleta elétrica por parte das pessoas que vivem no centro das cidades e que são os primeiros a sofrer com o aumento dos combustíveis, das taxas e das tarifas de estacionamento dos carros. Como carateriza o utilizador da bicicleta elétrica?
cicleta como meio de transporte
Caraterizo como uma pessoa prática, urbana, com preocupação ambiental e que utiliza a bicicleta elétrica como meio de transporte, inclusivamente para ir trabalhar. Anteriormente era um utilizador com mais idade e com tempo de lazer, que vivia numa zona apetecível para a prática de desporto em bici-
refletiu-se nas vendas/aluguer?
cleta.
O alargamento das vias cicláveis e a uniformização do uso da bi-
A bateria carrega ligada a uma tomada normal, de casa?
As baterias carregam ligadas a uma tomada elétrica, como qualquer outro equipamento que necessite de carregar a bateria para poder voltar a ser utilizado. A autonomia difere consoante a marca, modelo da bicicleta e respetivo motor. Mas também mediante a estrutura e peso do utilizador, a dinâmica do terreno e as condições meteorológicas que o ciclista vai encontrar. Num futuro próximo, qual é o projeto que quer realizar?
Temos planos para abrir uma loja na região norte, no Porto, em meados de abril, e procuramos parceiros nas ilhas e Algarve, onde a bicicleta electrica tem um grande potencial enquanto veículo de turismo e lazer.
Em que consiste o Rubbee?
É um kit único no mercado que incorpora um motor, a bateira e o controlador, tudo na mesma unidade, só necessita de um fio para se ligar à bicicleta e é portátil. Transforma qualquer bicicleta convencional em elétrica, o kit pode ser partilhado entre várias bicicletas e pode ser facilmente transportado para carregar ou simplesmente para não deixar o motor na bicicleta na via pública. Somos distribuidores exclusivos do Rubbee kit em Portugal e neste momento existe em duas versões: a 2.5 e a 3.0, sendo que a versão 3.0 já pode ser comandada por telemóvel, através da ligação bluetooth, os preços variam entre os 910€ e os 990€. É possível transformar uma bicicleta convencional em elétrica?
Sim é possível, mas a pessoa deve ponderar bem, pelo simples facto de o custo dos kits de transformação dessas bicicletas ainda ser elevado, em comparação com o preço de uma bicicleta elétrica de origem em que os preços variam entre os 900 e os 12 mil euros. Para além disso, as bicicletas convencionais não foram pensadas para ser electricas, logo para suportar os pesos extra do motor e da bateria.
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FESTA DO
ALVARINHO E DO FUMEIRO 22-24 abr 2016 / MELGAÇO www.cm-melgaco.pt
Av. Boavista, 117, 6º, Sala 607 4050-115 Porto • Telf.: 226 104 394
arte equestre
História viva em terra de arte equestre Município de Alter do Chão, subdividido por quatro freguesias, sobejamente conhecido pela sua Coudelaria fundada, em 1748, por D. João V com o intuito de criar cavalos de raça lusitana. É sede de município com 362 km² e cerca de 3.500 habitantes. Região alentejana, confronta a norte pelo Crato, a sueste por Monforte, a sul por Fronteira, a sudoeste por Avis e a oeste por Ponte de Sor. A resposta social tem sido um pilar do executivo camarário?
A Câmara Municipal apoiou e continua a apoiar todas as instituições Particulares de Solidariedade Social do Município, ajudando até a Santa Casa da Misericórdia de Alter com a implementação de um Hospital de Cuidados Continuados. Estamos a preparar mais um projeto para ampliação desta Unidade que vai contribuir para a sua sustentabilidade. Consideramos a resposta social um pilar importantíssimo. Poucos são os Municípios, que se encontram bem financeiramente, que prestam este apoio social. Apoio às famílias (escola e férias escolares), às IPSS do concelho, Cartão do Idoso, Oficina Domiciliária, Apoio nas Bolsas de Estudo, entre outros apoios como habitação... Investimos na população sim! Não podemos fazer tudo, reconheço, a resposta social não depende só de nós! Que medidas foram tomadas para ajudar a população sénior?
Joviano Martins Presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão
Joviano Martins, Presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão recebe a equipa do País Positivo e faz um balanço dos últimos 10 anos ao comando do executivo camarário: “No aspeto pessoal foi uma experiência nova para mim, porque há cerca de 10 anos eu terminava a minha carreira como militar e surgiu o convite, por parte do antigo presidente da Câmara de Alter do Chão, para vir trabalhar com ele. Pelas mais diversas questões, ele acabou por não concorrer, entreguei a minha candidatura e ganhei as eleições. Como não tinha nenhuma experiência autárquica, foi um mundo novo que se abriu e aprendi muita coisa inclusivamente com as injustiças que são feitas aos presidentes de Câmara. Tornei-me numa pessoa mais consciente e conhecedora da realidade e das dificuldades
dos outros. No fundo, ao nível pessoal, tem sido um grande desafio.” E no aspeto profissional?
No aspeto profissional, não poderia de deixar de estar orgulhoso de tudo o que ajudei a concretizar. Fizemos uma obra fantástica ao nível social, mas creio que o aspeto menos positivo a apontar foi o facto de não termos divulgado os projetos que íamos realizando. No final do segundo mandato criámos o Setor de Comunicação e Relações Públicas para divulgar as nossas iniciativas, para desenvolver o site da Câmara Municipal e para podermos comunicar melhor com os munícipes e com quem nos visita e quer visitar. Nestes últimos 10 anos, apesar da crise que Portugal atravessou, a terra de Alter manteve-se dinâmica e criativa. Apostamos no Turismo, na Cultura, no
Desporto, na Modernização dos serviços, na melhoria da qualidade de vida… Apostamos sobretudo, nas Pessoas! Quando revejo os últimos 10 anos… sinto que fico com a convicção de missão cumprida. Alter do Chão tem um extenso território e poucos habitantes. Tem sentido o decréscimo da população?
Somos assolados pelo êxodo de populacional, principalmente da parte dos jovens, e não temos como os fixar no concelho principalmente por falta de oferta de emprego. Somos uma zona agrícola, com muito pouca indústria, vivemos basicamente da atividade agrícola, da economia social, da coudelaria e do turismo. A população ativa foi envelhecendo e o executivo entendeu que tinha de os ajudar a envelhecer com qualidade de vida.
Temos quatro IPSS`s (Instituição Particular de Solidariedade Social), uma em cada freguesia do concelho, com valências de Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Algumas unidades foram feitas de raiz, outras foram remodeladas e readaptadas às necessidades da população e hoje funcionam em pleno respondendo às necessidades da população. Além do apoio financeiro e logístico fornecido às instituições criámos, em 2007, o “Cartão do Idoso”. Em que consiste o “Cartão do Idoso”?
O intuito é apoiar os idosos na aquisição de medicamentos com 15€ mensais, mas tivemos de aumentar esse valor para 25€ porque se analisarmos as despesas de um idoso que recebe 180€/mês de reforma esse apoio é largamente insuficiente, mas ajuda imenso essas pessoas. O pagamento de 50% do valor da água, dentro do 1º escalão, é outra medida fundamental de apoio aos idosos com carência reconhecida. Existe algum apoio para a manutenção das habitações?
Criámos um regulamento em que apoiamos a recuperação e preservação das habitações degradadas até ao valor de 5 mil eu-
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arte equestre ros, em material de construção, para as pessoas em situação de carência económica comprovada; a oficina domiciliária é outro serviço que disponibilizamos e no qual fazemos pequenos arranjos em casa das pessoas. A população escolar está bem servida de infraestruturas?
Tínhamos escolas espalhadas pelo concelho, algumas não ofereciam as melhores condições, na hora de almoço os alunos tinham de se deslocar para fazerem as refeições. Analisada a situação decidimos construir o centro escolar, que acolhe os estudantes das quatro freguesias do concelho, que foi inaugurado no final do meu segundo mandato. O novo centro escolar recebe as crianças desde que entram para o ensino pré-escolar até ao 12º ano, asseguramos o transporte escolar e oferecemos as refeições escolares. Dentro das Atividades Extra Curriculares existe uma abordagem à coudelaria...
A Coudelaria não foi esquecida! Fizemos questão de assegurar às crianças Alterenses a tradição dos cavalos. Os alunos, ainda no primeiro ano escolar, vão para a coudelaria aprender a fazer equitação, montar uma sela, a tratar dos cavalos e todo o processo inerente a esta arte. A coudelaria deixou de fazer parte da vida e dos estudos dos alterenses durante algum tempo e esta foi uma forma que a câmara municipal teve de aproximar e estimular os mais novos para aprenderem a fazer parte integrante da sua Coudelaria. Ainda assim, julgo ser necessário uma maior sensibilização da população e dos nossos jovens para que vejam a Coudelaria como sua, e sejam assim veículos transmissores positivos desta importante instituição do nosso concelho. As coletividades têm um papel ativo na sociedade alterense?
Somos um meio pequeno, mas temos cerca de 18 coletividades e todas elas têm um papel que reporto de fundamental. Temos uma banda centenária, um rancho folclórico, um grupo coral, coletividades que se dedicam ao teatro, à preservação da história e da tradição e, mais recentemente, conseguimos implementar a universidade
sénior de Alter do Chão. Estas coletividades dão vida a Alter do Chão não só as culturais como as desportivas. Apoiamos através da logística e de um subsídio que é usado para, como no caso da Banda Municipal Alterense, formação musical a crianças e jovens, para diversas atividades que estimulam a participação dos visitantes, promovem a ligação das pessoas à terra… e isso, significa muito. A universidade sénior tem muitos alunos, como é que as pessoas reagiram à sua criação?
Temos muitas pessoas com valor, mas não tinham a possibilidade de transmitir esses conhecimentos e saberes. Este estímulo, representado pela universidade sénior, veio tirar muitas pessoas dos bancos de jardim e de casa; combate o isolamento e permite o intercâmbio de conhecimentos. No início houve pouca adesão, agora já são mais de 40 pessoas e já estão a planear atividades diversas. Se apoiamos as pessoas que estão nos lares de idosos e as IPSS`s, tem toda a lógica apoiarmos a Universidade sénior que presta um serviço lúdico e de transmissão de conhecimentos e ocupação de tempos livres. A coudelaria quase terminou no concelho. De que forma é que a Câmara Municipal combateu esta fase?
Houve um projeto de recuperação da coudelaria que demorou cerca de 10 anos a ser finalizado, decorreu entre 1995 e 2005, com o objetivo de recuperar e dinamizar todo o edificado. Houve também um projeto conjunto entre a Coudelaria, a Câmara Municipal, a Universidade de Évora, a Universidade de Córdoba e de Mérida. Hoje tem integrada a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão, que recebe alunos de todo o país e alguns alunos estrangeiros, o que torna esta conjugação única no nosso país. Para além disto, tem um dos hospitais veterinários mais bem apetrechados do país. Esse combate exigiu um esforço da C. M. de Alter do Chão e dos munícipes...
Muitos foram os esforços para combater o declínio. Estamos de mãos dadas para o que for necessário. Indicamos soluções, apoiamos ideias, partilhamos trabalho e a
Somos assolados pelo êxodo de populacional, principalmente da parte dos jovens, e não temos como os fixar no concelho principalmente por falta de oferta de emprego.
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Coudelaria não terminou! Continua e sempre com o nosso Cavalo Alter Real. Faremos o que for possível e tentamos ainda com mais convicção de nos disserem que será impossível. Alter do Chão manterá o que D. João V criou: a Terra de Arte Equestre. Desta forma, queremos candidatar a Coudelaria a Património Mundial para potenciar a continuação da história de um património importante para Alter do Chão, para a Região, para o País e sim… para o Mundo. Vamos por isso investir o nosso trabalho nesta candidatura e estamos certos de que tudo faremos para evitar uma nova fase menos boa da coudelaria de Alter. Tem algum projeto a curto/médio prazo que queira mencionar?
Temos muitos projetos para continuar o trabalho de recusa de Alter ser terra de um interior desfavorecido. Não baixamos
os braços. Estamos em parceria com Fronteira e Monforte num Plano de Turismo Integrado. Mas, muito importante referir que a Câmara Municipal de Alter do Chão pretende dinamizar a coudelaria e abrir as portas aos turistas para que estes possam usufruir do espaço e dos cavalos Alter Real, que são a raça típica desta região, que possam passear a cavalo no centro de Alter e pretendemos divulgar a raça dos nossos cavalos além-fronteiras. Somos uma terra de Cultura, História e Tradição, defendemos afincadamente projetos que a promovam nesse sentido por isso, não destaco apenas um projeto, todos são importantes para montar a base de uma grande terra que não baixa os braços à crise e à interioridade. Menciono o projeto de todos, responsabilidade de todos, a História somos nós que a fazemos e, Alter do Chão, continuará a escrever história neste País e no Mundo!
destino de excelência
“Olhão marca pela (a) diferença” Conhecedor do Município como poucos, fruto da experiência que acumulou durante quatro anos como vice-presidente e na atual liderança do executivo autárquico, António Pina encarna na perfeição a nova geração de edis do país. Se recuarmos entre quatro a seis anos, constatamos que o concelho nem sequer aparecia no imaginário dos portugueses que elegem o Algarve para passarem as suas férias. Olhão era reconhecido como um destino com boa gastronomia, onde também se realizava o emblemático Festival do Marisco, um evento com grande projeção a nível nacional. Hoje, fruto do desenvolvimento que referimos, Olhão já surge na preferência das pessoas como destino de férias. Aliás, no ano passado, surgíamos como o nono destino turístico mais procurado do país através do Trip Advisor… O que justifica, na sua opinião, essa escolha por parte dos turistas portugueses?
António Miguel Pina Presidente CM Olhão
Pragmático mas igualmente emotivo, o presidente da Câmara Municipal de Olhão sabe que é na conjugação de um património vivo, herdado de tipicidades únicas que compõem a tão famosa alma olhanense, com a aposta em investimentos que criem valor, que verá o seu projeto bem sucedido e a confiança da população que o elegeu renovada. A capital da Ria Formosa afirma-se atualmente pela diferença relativamente a um Algarve que esbarrou num desenfreado crescimento turístico, criando barreiras à preservação da sua identidade. Não descurando o misto de sol e praia, Olhão oferece os areais mais extensos e brancos e as águas mais cristalinas do Algarve, longe do turismo massificado e desorganizado. A par, a gastronomia é um emblema de um território cuja frescura se faz sentir à mesa. A aposta num turismo sustentado e sustentável, catapultada com o surgimento do único hotel 5 estrelas do Sotavento, visa aumentar e qualificar ainda mais a oferta, tendo a autarquia implementado um plano estratégico que visa auxiliar todos os que pretendam investir nesta área. Mas nem só de turismo vive Olhão, razão pela qual os setores das pescas e da agricultura também não foram esquecidos. O futuro afigura-se risonho para Olhão…
Tendo assumido a liderança do executivo municipal, já era um homem da casa, onde havia exercido as funções de vice -presidente… Será o rumo de continuidade ou pretende implementar as suas próprias marcas?
A questão não terá tanto a ver com continuidade ou mudança, desde logo porque este mandato foi e é, à partida, condicionado pela situação que o país viveu nos últimos quatro anos, e que se dividiu em duas partes: a primeira e a mais importante foi a de concentrar as nossas energias e atenção na recuperação e equilíbrio financeiro da autarquia sem, contudo, efetuar cortes nas áreas que definimos como prioritárias, nomeadamente na Acção Social, Desporto, Juventude e Cultura. A segunda parte da estratégia política definida por este executivo inicia-se nesta fase: financeiramente com mais disponibilidade e com alguns fundos comunitários aos quais concorremos, iniciámos estudos, projetos e, nalguns caso, já adjudicámos obras. Não renegamos o passado; muitos dos projetos, eventos e estratégia para Olhão fazem parte de um passado cuja equipa eu integrava mas, obviamente, há sempre um cunho pessoal e algumas alterações introduzidas.
Desde logo, foi uma procura catapultada pelo surgimento de um hotel 5 estrelas, o único no Sotavento algarvio. Esta aposta do Grupo João Bernardino Gomes fez despertar a atenção dos demais. Após o aparecimento do hotel, bem como uma apetência do turista nacional em visitar/passar férias em locais típicos, genuínos e pouco “adulterados” na sua génese, verificou-se uma alteração no paradigma Olhão/Turismo. A eleição da Ria Formosa, de que Olhão se assume como capital, sendo uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal fez com que as pessoas começassem a olhar para este território de forma diferente. Temos aqui as praias da Ria Formosa, sem dúvida as melhores e mais sossegadas do Algarve, com os maiores areais, a areia mais branca e as águas mais cristalinas mas igualmente as mais afastadas de tudo. E por isso é que esta zona ficou para trás na área do turismo… Ao mesmo tempo, e fruto da divulgação de Olhão, da Ria Formosa, das Ilhas Barreira e do Turismo de Natureza em feiras e eventos no estrangeiro, verificou-se, também neste segmento, um acréscimo de turistas. Muitos passam cada vez maiores temporadas em Olhão e outros voltam para comprar casas nas zonas históricas e reabilitam-nas para férias, residência sazonal ou, nalguns casos, para fazer negócio. O passa palavra pela positiva tem sido a nossa mais valia. Quem nos visita volta sempre e recomenda! A Câmara, percebendo isso, iniciou a conceção do Plano de Pormenor do Centro Histórico e criou uma área de reabilitação urbana, concedendo incentivos fiscais a quem pretenda reabilitar.
Mas existirá certamente uma procura turística crescente para esse tipo de oferta…
Sem sombra de dúvida! Temos praias paradisíacas de fácil acesso, a cerca de cinco minutos de barco (Fuseta-Mar), e outras de acesso mais demorado (Armona), sendo um dos grandes desafios do município encontrar uma forma que nos permita chegar à costa (Armona-Mar) mais rapidamente, de forma confortável e com menores custos. Mas Olhão não se quer afirmar somente como um destino Sol-Praia, na forma como é conhecido tradicionalmente o Algarve. Há um triplo vértice que o turista poderá desfrutar que inclui o Ambiente, a Ria Formosa e a Gastronomia. A estes ícones juntamos o que de melhor existe em Olhão: a alma olhanense, a disponibilidade, a naturalidade, a genuinidade. É isto que faz a diferença! E em que consiste essa alma olhanense?
Quem nos visita sabe o que é… É preciso vir cá. Posso assegurar que é um dos principais fatores de atração e que tem fidelizado muitos dos que nos visitam, não só para férias ou lazer. Hoje em dia recebemos centenas, se não milhares, de estrangeiros reformados, particularmente franceses e italianos que procuram residência em Olhão, um concelho que, por não ter vivenciado um crescimento turístico desenfreado, não se descaracterizou. Os olhanenses vivem ainda da mesma maneira, em que o pescador, o mariscador ou o camponês se revela de fácil trato, recebe e convive… É essa tipicidade e identidade que caracteriza o que temos para oferecer. O Algarve vive hoje um paradigma difícil de ultrapassar: considerada uma região com elevados índices de qualidade de vida, o que condicio-
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destino de excelência na o acesso a financiamentos públicos e europeus, por outro lado está muito voltada para o turismo e para o investidor estrangeiro, o que numa situação de crise não será muito fa-
e média dimensão e que são potenciados pelo clima ameno que temos, nomeadamente o cultivo de flores para exportação, os frutos vermelhos e o azeite, premiado internacionalmente.
vorável… E onde ficam neste puzzle as populações locais?
Que áreas define como prioritárias
Permita-me discordar no que concerne ao Concelho de Olhão, cujo cenário é exatamente o oposto. Os próprios números indicam que este é o concelho que apresenta maior divisão dos locais pelos vários setores de atividade. O turismo é um setor que tem vindo a desenvolver-se em Olhão, porém não vivemos só de Turismo nem para o Turismo. O nosso tecido económico sustenta-se na pesca, na aquacultura (temos em mar aberto, ao largo da Ilha da Armona a maior zona offshore de aquacultura de mexilhão –, no marisqueio na Ria Formosa, onde o número direto e indireto de trabalhadores ascende a mais de duas mil pessoas… uma “AutoEuropa”! Ainda nas atividades ligadas ao mar temos a congelação e transformação de pescado, as conserveiras (patês) e alguns nichos de mercado como a flor de sal e a salicórnia. No setor agrícola tem havido no nosso Concelho uma aposta em negócios de pequena
para a sua intervenção até ao final
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deste primeiro mandato?
Passada esta primeira fase de recuperação financeira, o nosso esforço vai no sentido de concluir algumas das necessidades mais prementes do Concelho nas diversas áreas, nomeadamente na Educação, Desporto e Obras Públicas. Na Educação, pretendemos recuperar e ampliar as escolas números 4 e 5, permitindo aos alunos terem aulas a tempo inteiro. As EB1 e JI de Quelfes e Pré-Escolar de Pechão serão objeto de obras de modernização. No Desporto, já construímos o Skate Park, renovámos o relvado do Lusitano Ginásio Clube Moncarapachense e vamos recuperar o relvado sintético do Estádio Municipal. Está ainda prevista a requalificação dos polidesportivos da Cavalinha e Associação 18 de Maio, a construção de um novo campo de futebol de 11 em relva sintética, a criação
de circuitos pedestres e de BTT, bem como a continuação da Ecovia Olhão/ Faro e a conclusão do percurso Olhão/ Fuseta, junto à Ria Formosa. Nas obras públicas, estamos a desenvolver um projeto de requalificação de toda a frente ribeirinha, com especial enfoque para os jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense. As zonas históricas da Barreta e do Levante também vão ser alvo de melhorias. Outra das necessidades prementes e em relação à qual já estamos a trabalhar com outras câmaras é a construção de um canil/gatil intermunicipal, o que criará uma oferta muito mais eficaz e reduzirá custos de exploração. O projeto da Marina está em fase de conclusão do concurso público, que contempla o aumento do número de embarcações para 800, que passará a poder acolher barcos de maior porte. Temos que olhar para a gestão do Concelho de duas formas: micro e macro, porquanto temos que criar empregabilidade e para isso é necessário fomentar a economia através dos setores fundamentais e nucleares, como o turismo, as pescas, a aquacultura e a agricultura. No Turismo, temos tido grande procura
por parte de investidores estrangeiros e nacionais para a criação de novas unidades hoteleiras, de pequena e média dimensão. O empreendedorismo é fundamental, porém, é também necessário continuar a apostar na qualidade: em colaboração com o setor da hotelaria e restauração, pretendemos oferecer formação a profissionais e empresários e, assim, qualificar a nossa oferta. O papel da autarquia consiste em incentivar, facilitar e auxiliar na promoção, criando assim escala e dinâmica empresarial. Entendo que esta será a nova missão dos autarcas: criar valor, ajudando o nosso tecido empresarial. Temos um gabinete de apoio ao setor das pescas que tem funcionado muito bem. Auxiliamos nas candidaturas a apoios comunitários, na promoção e na conceção de projetos que visam a exportação para outros mercados, como acontece com o atum para o Japão. Da mesma forma que apoiamos as pescas e aproveitando as oportunidades resultantes dos fundos comunitários do Portugal 2020 e UE 2020, pretendemos igualmente fazer crescer os setores do turismo e da agricultura, onde vão surgindo muitos jovens empresários.
Prevenir contra o Radão
O que esconde o radão?
O radão é um gás que se liberta de partículas de urânio que estão naturalmente presentes nos solos e rochas, principalmente graníticas. Mas isto representa um perigo para a nossa saúde? Falamos com Bruno Nogueira, administrador da Lusoradon para percebermos todas as implicações do radão.
tam mais radão e, portanto, com grande potencial edifícios com altas concentrações de radão pelo que é importante que as instituições públicas se unam em esforços para um trabalho de base que minimize os efeitos da exposição ao radão na nossa população.
europeus e norte americanos muito abrangentes comprovam que “a taxa de incidência de cancro do pulmão sobre cerca de 16 por cento por cada 100 Bq/ m3 de radão a que uma pessoa está sujeita ao longo da sua vida”, avança Bruno. E a verdade é que estamos sujeitos todos os dias a este gás Aliás, “o radão é geralmente a principal fonte de radioatividade a que o Homem está sujeito em toda a sua vida. Dados apresentados pelo Instituto Tecnológico Nuclear apontam que o radão represente cerca de 57 por cento da radiação a que es-
Bruno Nogueira Administrador da Lusoradon
Começamos a nossa entrevista com Bruno Nogueira tentando perceber de que forma é que o radão, este gás que é libertado naturalmente dos solos e rochas, e que é prejudicial para o ser humano. “O radão é um subproduto do urânio e ele próprio é também um gás radioativo e instável com um tempo de vida de 3,8 dias. Quando o inalamos e ele se desintegra, ele liberta muita energia na forma de radiação gama, partículas alfa e beta que podem causar mutações nas células dos nossos pulmões, já que estas estão mais desprotegidas face a estas radiações do que outras partes do corpo. Depois desta desintegração, o radão transforma-se num isótopo do polónio, que já é sólido e assim se fixa nos pulmões. Também este isótopo do polónio é radioactivo e se desintegra noutros isótopos sólidos radioactivos até chegar a um isótopo do chumbo, mais estável”. Conforme foi possível apurar, está provado cientificamente, através de dezenas de anos de estudos, que a exposição prolongada a concentrações mais elevadas a concentrações deste gás aumenta a probabilidade de contrair cancro do pulmão de forma elevada. Estudos
tamos sujeitos no nosso dia-a-dia, em Portugal”. Apesar de em Portugal não existir uma estratégia pública de combate ao radão, a exposição ao radão pode mesmo classificar-se como um caso de saúde pública. “Em muitos países da Europa e do Norte da América existe uma grande preocupação por parte das entidades no sentido de prevenir e mitigar os malefícios do radão no maior número de pessoas possível, através de medidas de sensibilização, de incentivo à medição de radão em edifícios, alguns países subsidiam mesmo a própria reparação ou mitigação dos edifícios, sendo que em Portugal ainda não existe um plano de prevenção e ataque ao radão”. Na opinião do nosso entrevistado, deveria existir uma estratégia nacional para que fosse possível alertar para os perigos deste gás e quais as soluções pelo que se deveria começar, precisamente, por lançar uma campanha de sensibilização pública que, neste momento, está a ser feita por algumas intituições de ensino e entidades privadas, como é o caso da Lusoradon: “A Lusoradon tem feito um trabalho de sensibilização ao público em geral através das redes sociais, de publicações e campanhas de sensibilização como fizemos por exemplo recentemente em Boticas com o apoio da autarquia, da associação Celtiberus e da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em que fizemos uma campanha de sensibilização no concelho de Boticas, assim como uma campanha de medição no mesmo concelho que nos permitiram começar a introduzir o tema na opinião pública naquele concelho, mas isso só é muito pouco”. Portugal tem um vasto território granítico, com inúmeros concelhos do país com solos graníticos que geralmente são os que liber-
Hoje, “são poucas as pessoas que conhecem a existência do gás radão e as que conhecem, tem pouca informação sobre o mesmo, como prevenir e corrigir. Por exemplo, a maior parte das pessoas que contactam a Lusoradon habitam em casas de pedra e contactam-nos porque acham que ai reside o grande risco. Mas a verdade é que podem haver concentrações de radão superiores numa casa feita de tijolo e cimento, do que numa casa de pedra. Da rocha de granito com que são feitas essas casas, existe sempre alguma emanação de radão, no entanto, geralmente, a principal fonte de radão, são os solos por baixo dos edifícios e a única forma de saber se um edifício possui ou não, níveis elevados de radão é efectuando a sua medição, uma vez que o radão não tem cheiro nem cor nem provoca nenhuns sintomas ao ser inalado. Existe algum nível de radão que seja considerado seguro? “Não se pode dizer que exista um nível de radão que seja cem por cento seguro. Aliás a OMS e as entidades que estão atentas a esta situação afirmam que não existe um valor de radão cem por cento seguro. Ou seja, o radão pode causar cancro do pulmão pela exposição prolongada a qualquer nível de radão. Obviamente que quanto mais elevada a concentração de radão a que uma pessoa está exposta, é maior a probabilidade e rapidez de contrair essa doença. A OMS afirma que o nível de acção, a partir do qual se deveria atuar, deveriam ser os 100Bq/m3, bem abaixo dos 400Bq/m3 que a legislação portuguesa refere como valor de referência máximo, mas penso que se conseguíssemos pelo menos identificar e corrigir os edifícios com concentrações de radão acima dos 400Bq/m3, já estaríamos a prevenir de riscos mais significativos”, avança.
O Papel da Lusoradon Antes de mais, importa referir que de forma alguma se pode falar em eliminação do radão nos edifícios, mas sim de mitigação do mesmo. O radão está presente na nossa atmosfera com valores que rondam os 10 Bq/ m3 e no interior de todos os edifícios, sendo que nestes a concentração de radão tende a subir e pode atingir valores que rondam as centenas ou mesmo os milhares de Bq/m3, pelo que estas situações de valores mais elevados podem e devem ser reduzidas ou mitigadas, o que é o nosso principal trabalho. E qual o papel da Lusoradon? “A nossa intervenção pode-se separar em 3 campos. O primeiro na medição do radão em edifícios e sensibilização para a importância dessa medição, pelo que comercializamos medidores de radão que permitem de forma segura e simples verificar quais os níveis de radão no interior dos edifícios, sendo depois esses medidores analisados por um laboratório independente. O segundo campo prende-se com a reparação dos edifícios com níveis elevados de radão, instalando sistemas de ventilação específicos que permitem reduzir os níveis de radão de forma substancial, fazendo-o de acordo com as estratégias que são adotadas em vários países da europa, sendo que ao longo do último ano, temos conseguido reduzir concentrações de radão elevadas, que existiam em edifícios de vários distritos como Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Coimbra e Guarda, para valores abaixo dos valores máximos recomendados em Portugal. O terceiro, prende-se com o trabalho que estamos a iniciar no sentido de sensibilizar as empresas de engenharia, arquitetura e construção para a importância de construir edifícios resistentes ao radão, de raiz, algo que ainda não se faz, em Portugal”. Ou seja, é preferível intervencionar quando se está a construir o edifício, utilizando determinadas técnicas construtivas que tornam as estruturas mais resistentes à concentração de radão e “são precisamente essas que devem ser implementadas na hora de construir ou reabilitar edifícios, para proteger a saúde dos futuros ocupantes”, avança, finalizando, o nosso entrevistado, Bruno Nogueira.
De onde vem o radão que entra na sua casa? – Do solo por baixo das casas (especialmente solos graníticos) – Dos materiais de construção (especialmente em granito) – Da água (quando de poços ou furos privados)
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Investigação Científica
“A investigação tem sido uma das principais apostas do DECivil” Entrevista a Nuno Lopes, Diretor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro. do por investigadores reconhecidos nas mesmas: i) riscos no ambiente construído; ii) sustentabilidade na construção; e iii) reabilitação e conservação do património construído. Na última avaliação das unidades de investigação Portuguesas, o RISCO foi a unidade que apresentou os números mais elevados de produção científica por membro, na área da engenharia civil. Ao nível da cooperação com a sociedade (primordial para a concretização da missão da universidade) os docentes e investigadores do DECivil têm tido participação ativa em associações de relevo, em comissões técnicas de normalização e na prestação de serviços de consultadoria a entidades externas através da elaboração de pareceres, estudos e ensaios. Destaca-se ainda o facto de o DECivil ter incubado a fundação de
Nuno Lopes Diretor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
Antes de mais, é importante contextualizar o Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro.
Inserida no contexto de uma das mais dinâmicas e inovadoras universidades do País, e fruto das necessidades identificadas na sociedade, atenta aos desafios nacionais, a Licenciatura em Engenharia Civil da Universidade de Aveiro entrou em funcionamento há 20 anos. Posteriormente e no seguimento do processo de Bolonha, esta oferta formativa foi reformulada dando origem ao Mestrado Integrado em Engenharia Civil, tendo-lhe sido atribuído em 2013 pela Ordem dos Engenheiros, o selo de qualidade EUR-ACE (European Accreditation of Engineering Programmes). Mais recentemente foi aprovada pela A3Es a inovadora Licenciatura em Reabilitação do Património (LRP), tendo entrado em funcionamento no corrente ano letivo 2015/2016, revelando uma elevada procura por parte de candidatos ao ensino superior. Noutra das vertentes vitais das instituições de ensino superior - a investigação - destaca-se a criação da unidade de investigação RISCO - RIscos e Sustentabilidade na COnstrução, sediada no Departamento de Engenharia Civil (DECivil), com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A estratégia do RISCO passa pela realização de investigação de qualidade e com consequência societal em três de linhas temáticas de atuação, sendo o grupo constituí-
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três associações de relevo no sector da construção, característica única a nível nacional: o CentroHabitat - Cluster Habitat Sustentável; a ANQIP - Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais; e a CasaPassiva Passivhaus Zero Energy Plataforma Portuguesa. Estes resultados e ações do DECivil visam assumir com excelência todas as áreas de atuação universitária nomeadamente no ensino e formação, na investigação científica e na cooperação com a sociedade e transferência de tecnologia. Sabemos que uma das grandes mais-valias do Departamento é a sua capacidade tecnológica, graças aos excelentes equipamentos e instalações. Tudo isto revela a qualidade da investigação aqui realizada?
O edifício do DECivil data de 2004, um exemplo da arquitetura contemporânea portuguesa, possui características interessantes, como ter parte do sistema estrutural visível possibilitando um ambiente propício à promoção da engenharia civil fora da sala de aulas. O Laboratório, inserido no edifício, possui equipamentos recentes de elevada capacidade tecnológica que permitem o desenvolvimento de investigação aplicada de qualidade e a resposta eficiente a diferentes solicitações do exterior. Outro destaque prende-se com o acompanhamento dado aos alunos. Qual a importância deste trabalho?
Uma questão fundamental no DECivil da UA é a proximidade entre o aluno e o professor. A organização dos espaços do departamento, nomeadamente a localização dos gabinetes dos professores em frente às salas de aulas, facilita essa ligação que prioriza a qualidade dos for-
mandos como um dos objetivos mais importantes do DECivil, que nos leva a colocar empenho, exigência e qualidade na formação que oferecemos. Uma das vantagens competitivas do Mestrado Integrado em Engenharia Civil passa pelo facto de ser considerado ‘de banda larga’, e ter uma amplitude programática bastante vasta, não excluindo alguns aspetos específicos através de disciplinas de opção no último ano. A Licenciatura em Reabilitação do Património, única no país, visa mais uma vez, procurar dar resposta às necessidades do mercado. O DECivil sempre teve valências muito fortes nesta área, que se apresenta determinante para o País. É de salientar também que a integração dos novos alunos deste curso com os de Engenharia Civil foi um processo exemplar de complementaridade. Salienta-se também que a internacionalização desenvolvida no departamento ao nível do ensino, se tem caracterizado por um muito elevado número de alunos estrangeiros, proporcionando aos alunos portugueses um ambiente único com o respetivo desenvolvimento de competências transversais que daí advêm. O facto de o Departamento ser dirigido por um jovem faz diferença? Tem outra visão do mundo atual e futuro?
Em oposição com o panorama atual do ensino superior português, o DECivil da UA orgulha-se de ter um corpo docente jovem e dinâmico, reconhecido pelos pares, nacional e internacionalmente. Este sucesso não seria possível sem o apoio muito importante dos menos jovens professores, que com o seu exemplo e experiência criaram alicerces para um desenvolvimento sustentável do DECivil. O facto de o DECivil ser dirigido por um jovem resulta assim de um crescimento natural do DECivil, que poderá promover uma maior atenção às atualizações necessárias nos programas de ensino, a procura da criação e integração de novas redes científicas, e
uma ligação mais próxima e informal à sociedade, que no caso do DECivil da UA, reforça-se, correspondem a exemplo e legado dos seus menos jovens antecessores. Sabemos que a investigação faz mais sentido quando é direcionada para problemas reais. Neste sentido, quais as parcerias que o Departamento possui e qual a mais-valia das mesmas?
Como referido anteriormente a investigação tem sido uma das principais apostas do DECivil. A unidade de investigação RISCO, criada tendo em consideração a elevada produção científica de qualidade desenvolvida pelos docentes e investigadores do DECivil, proporcionou o surgimento de um grupo mais forte e coeso. As três linhas temáticas de atuação, complementam-se também na forma de sinergias entre diferentes tópicos inseridos nessas temáticas que resultam em trabalhos inovadores e com resultados muito interessantes para a sociedade. Os elementos do DECivil estão inseridos em diferentes redes Nacionais e Internacionais que lhes permitem as mais variadas colaborações, com os principais Departamentos congéneres Nacionais e com Instituições estrangeiras de referências nas respetivas áreas de atuação. Estas parcerias têm tido sempre como objetivo desenvolver investigação de qualidade que tenha impacto direto na sociedade. Em termos futuros, quais os principais objetivos do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro?
O DECivil tem como principais objetivos para o seu futuro: a formação e inserção no mercado de trabalho de profissionais capazes, competentes e reconhecidos como tal entre os pares; a continuação da qualidade dos resultados de destaque ao nível da produção de ciência; o seguimento do impacto que temos aplicado na comunidade; e o desenvolvimento da nossa projeção internacional.
CLUSTER HABITAT
O Cluster Habitat Sustentável – a sustentabilidade para inovar e competir Victor Ferreira é quem nos apresenta o Cluster Habitat Sustentável e não poderia ser outra pessoa pois é, com alguma facilidade, que percebemos o entusiasmo do diretor e também a paixão que nutre pela área. “Conseguimos, entre 2009 e 2012, agregar e animar várias fileiras e setores em torno da cadeia de valor do Habitat, fazendo surgir cerca de 60 projetos complementares e promover o crescimento da rede de 53 associados em 2009 para 125 em 2014. Para comprovar este sucesso do cluster tivemos o reconhecimento europeu da nossa capacidade enquanto gestores de um cluster.”
Victor Ferreira Diretor do Cluster Habitat Sustentável
Como surge o Cluster Habitat Sustentável?
Em 2007 surge a ideia de agregar empresas, associações, universidades, centros tecnológicos, e outras entidades como, por exemplo, os municípios, que estavam ligadas ao que denominámos como cadeia de valor do Habitat. É criada assim uma associação sem fins lucrativos, a Plataforma para a Construção Sustentável, com o objetivo atrás citado. A cadeia de valor do Habitat envolve desde a indústria extrativa às empresas que produzem materiais e produtos para a construção, da construção e também da componente do imobiliário e todos aqueles que são fornecedores para a construção do nosso habitat (os edifícios, cidades, infraestruturas,...). Quando, em 2008, o Governo lança a nível nacional o processo de reconhecimento for-
mal de polos e clusters de competitividade, considerámos que tínhamos todas as condições para fazer reconhecer o Cluster Habitat Sustentável, estabelecendo para tal um plano de ação construído conjuntamente com os associados de então. Houve um estudo levado a cabo pelo Professor Augusto Mateus encomendado pela CCDR-centro para a região centro do país que foi uma das fontes de inspiração para a estratégia coletiva do cluster. O processo de avaliação demorou cerca de um ano e em julho de 2009 vimos reconhecido o Cluster Habitat Sustentável (www.centrohabitat.net) que ficou com esta denominação porque pretendíamos deixar claro a ideia da sustentabilidade como mote de inovação e reforço da competitividade desta cadeia de valor. A Associação Plataforma para a Construção Sustentável ficou a partir dessa data também
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CLUSTER HABITAT reconhecida formalmente como entidade gestora do cluster. O programa de ação tinha por missão duas grandes linhas de ação, uma centrada na promoção da inovação e da competitividade, levando, por exemplo, as empresas e universidades a concorrer a projetos no âmbito do QREN para melhorar a sua competitividade nos mercados interno e externo – e, ainda uma oura linha de ação fundamental para um cluster, a de promoção e divulgação do que os nossos associados faziam e possuíam. E era esse plano de ação que possuía os projetos âncora essenciais do Cluster Habitat
Precisamente. Para efetivar algum ganho de conhecimento e de agregação das empresas, havia, na altura logo definido no plano de ação, um conjunto de projetos âncora que alavancassem esta capacidade de agregar os agentes no terreno e focalizassem as questões técnicas importantes para a cadeia de valor. Além disso, estes próprios projetos tinham a missão de incentivar o aparecimento de projetos complementares, levados a cabo de forma independente pelos agentes do terreno. Apesar de ser um sistema aberto, as candidaturas de projetos complementares acabavam por estar em linha com o plano de ação do próprio Cluster e visavam criam valor para toda a cadeia de valor do habitat. E quais eram esses projetos âncora?
Bem, definimos três projetos âncora logo no programa de ação inicial. Na altura entendemos que estes projetos deveriam ter impacto sobre o Cluster, mas que poderiam ser promovidos por outras entidades. Na altura existiam dois centros/infraestruturas tecno-
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lógicas que faziam parte do Cluster Habitat – o CTCV e o ITECONS – que lideraram dois dos projetos âncora, um na área dos materiais de construção sustentáveis e, outro, na área das tecnologias e sistemas construtivos, respetivamente. O terceiro projeto âncora, liderado pela entidade gestora do cluster (Plataforma para a Construção Sustentável) era um projeto de natureza coletiva intitulado como centro de competências sobre a sustentabilidade do habitat. No fundo, era o projeto âncora que geria a rede e permitia introduzir a questão da sustentabilidade ao mesmo tempo que permitia a aproximação entre todos estes agentes. Além destes, havia um projeto base que se manteve ao longo deste ciclo ao abrigo do Sistema de Incentivos às Ações Coletivas (SIAC) e que servia para dinamizar e gerir o cluster. Foi uma estratégia ganhadora?
Repare, conseguimos, entre 2009 e 2012, agregar e animar várias fileiras e setores em torno da cadeia de valor do Habitat, fazendo surgir cerca de 60 projetos complementares e promover o crescimento da rede de 53 associados em 2009 para 125 em 2014. Para comprovar este sucesso do cluster tivemos o reconhecimento europeu da nossa capacidade enquanto gestores de um cluster. Existem um conjunto de iniciativas antigas na União Europeia, lançadas pela própria comissão para incentivar este papel dos clusters na economia. Existe um Observatório Europeu de Clusters e um secretariado Europeu para análise de clusters (ESCA) que faz a avaliação dos clusters com base num benchmarking com clusters europeus, ou seja, comparando com outros clusters europeus por áreas e com indicadores atribuin-
do um selo bronze, prata e ouro (Bronze, Silver e Gold Label). Em 2013, no primeiro ciclo dos clusters em Portugal, obtivemos o reconhecimento europeu com o Bronze Label. Este selo, além do reconhecimento, deu-nos acesso também ao relatório que nos comparava com outros clusters europeus. Diga-se que a comparação foi favorável e entendemos que deveríamos ir até ao Gold Label. Em 2014, o COMPETE lança uma extensão do projeto de dinamização dos clusters, de transição para um segundo ciclo (2015-2020) e, assim, aproveitamos este ano de transição entre quadros para criar as bases necessárias para conseguirmos ser reconhecidos com o Gold Label europeu. Este esforço foi premiado em Fevereiro de 2015 com o patamar máximo em termos de reconhecimento europeu de clusters, conquistando o Gold Label para o cluster Habitat. Para terem uma noção do prestígio e dificuldade em atingir este certificado, em mais de mil clusters europeus inscritos na Plataforma Europeia de Cluster (ECCP) em 2015 apenas 54 clusters europeus detinham o Gold Label. Foi um esforço grande, principalmente em termos de recursos, mas sabemos que este é o caminho a seguir em termos de gestão de um cluster organizado e sustentável. E como se perspetiva o futuro? Qual é ainda a importância dos termos sustentabilidade, inovação e competitividade para o Cluster Habitat?
Quando o anterior Governo lança, em março de 2015, o decreto-lei que regula o novo ciclo para os clusters de competitividade dá início ao processo de reconhecimento para clusters de Competitividade em Portugal para o período 2015-2020. Entre Junho e Ju-
Fotografia do cluster em números Exportações: 1400 milhões de euros Volume de negócios: 2,4 milhões de euros VAB: 530 milhões de euros Taxa de cobertura Exportações/Importações: 200%
lho de 2015 são abertas as candidaturas para os clusters e o Cluster Habitat apresentou a sua candidatura agora com 155 associados, dos quais 107 são empresas, mostrando assim o peso empresarial desta iniciativa. A candidatura que envolveu a construção de um programa de ação para o período 2015-2020 foi efetuada com base numa discussão alargada com os 155 associados, o que permitiu não só termos traçado o plano de ação para o Cluster Habitat e os seus projetos estruturantes Ficou definido manter os conceitos da sustentabilidade como mote para a inovação, internacionalização e competitividade sendo a base da nossa estratégia, visão e objetivos para este segundo ciclo, em coerência com ou fizemos anteriormente. Permanece para além disto ações de promoção e internacionalização do Cluster e dos seus membros associados. Tal como referi há agora um conjunto de projetos estruturantes que darão corpo à estratégia coletiva, definidos em função das áreas estruturantes ou estratégicas. A promoção e divulgação do cluster é uma obrigação, mas havia também a necessidade de definir com critérios quais as áreas em que iriamos apostar. Esta nova estratégia inclui novas metas e indicadores para o futuro. E foi este o trabalho que fizemos, com base nos nossos grupos de trabalho, um deles centrado nos territórios e cidades sustentáveis, outro na eco -inovação e fomento industrial e, o terceiro, de caráter transversal relacionado com a internacionalização e a criação de oportunidades de negócios. Foi assim definido com base nos contributos dos 155 associados, quatro áreas estruturantes para o plano de ação futuro do cluster e que envolvem ações e projetos relativos ao tema dos territórios e cidades sustentáveis, relevante enquanto mercados do Habitat, ao uso eficiente de recursos, importante em termos das metas europeias e mundiais, ao desenvolvimento de produtos e soluções sustentáveis e, finalmente, uma área transversal relacionada com a cooperação na internacionalização e na criação de oportunidades de negócio. Neste momento, falta apenas o aval do governo para que se possa avançar com o trabalho do cluster em prol dos seus associados e de toda a cadeia de valor do Habitat.
Turismo de Negócios
Centro de Congressos da Alfândega do Porto
O Melhor Centro de Congressos da Europa 2015 Em entrevista ao País Positivo o Presidente do Conselho de Administração, Eng.º Carlos de Brito, relata a atribuição deste prémio: “Esta casa foi galardoada, como o melhor centro de congressos da Europa 2015, pela revista Business Destinations Travel Awards. Fomos reconhecidos duas vezes consecutivas, por isso, não foi uma questão de sorte!”
parecidos numa ou noutra caraterística ou em estilo, mas não há nenhum igual e como estamos num era de congressos, a componente de “ser diferente” distancianos dos congéneres.
que realmente satisfaz todos os requisitos para que estes sejam realizados sem qualquer perturbação. Há que definir estratégias de futuro para que esta casa possa continuar a receber os maiores congressos nacionais e internacionais.
O que o torna único numa visão global?
Delineou alguma estratégia nesse sen-
A rara virtude desta obra é que se conseguiu construir, a partir de uma velha alfândega, um centro de congressos. Tem um enquadramento único, com um rio a passar ao lado e alguma paisagem e existe, ao mesmo tempo, uma forte expressão urbanística. O conjunto destas caraterísticas define este edifício como único e as pessoas que nos visitam têm a oportunidade de apreciar este enquadramento raro.
tido?
E numa visão micro?
Carlos de Brito Presidente do Conselho de Administração do Centro de Congressos da Alfândega do Porto
A atribuição deste prémio, pela segunda vez consecutiva, é motivo de orgulho para o Centro de Congressos e para a cidade do Porto. Como descreve esta atribuição?
O ato de atribuição de prémios é sempre recebido com muita alegria porque representa o reconhecimento de todo o trabalho que temos vindo a desenvolver e dá-nos ânimo para fazermos cada vez melhor e recebe-lo duas vezes consecutivas é um mérito. O prémio foi entregue no maior certame mundial de turismo, que decorreu em Londres, o que nos traz um reconhecimento (quase que posso afirmar) mundial, o que corresponde a um duplo galardão: o de termos sido escolhidos como o melhor de Congressos da Europa 2015 e também o facto de ter uma dimensão mundial.
Realço o trabalho da nossa equipa que é extremamente capaz, dinâmica e faz tudo para que o centro de congressos esteja sempre ao mais alto nível da nossa categoria. Nós não somos peças estáticas de museu, trabalhamos diariamente para os nossos clientes e para satisfazer as suas necessidades. Quando recebemos um congresso/evento estamos disponíveis 24h/24h, sabemos encontrar soluções para todo o tipo de imprevistos, somos profissionais e isso só se consegue com muito trabalho. Qual é o impacto que espera que este prémio traga a longo/médio prazo?
to fulcral do turismo de negócios? O turismo de negócios baseia-se, sobretudo, na realização de conferências e eventualmente algumas exposições e eventos, com esta base, posso afirmar que o centro de congressos é um ponto vital do turismo de negócios.
Este reconhecimento tem um lado positivo que já referi e outro lado de desafio. Quando aceitámos estes prémios foi-nos incutida uma responsabilidade perante o trade e os nossos clientes para fazermos cada vez melhor; e para isso acontecer temos de renovar, inovar, conservar, (entre outras) e para as quais temos de ter oportunidades.
O que distingue o Centro de CongresQuais eram os vossos principais adver-
sos da Alfândega do Porto dos seus
sários?
congéneres?
tará dentro de 10 anos?
Vencemos o ICC Berlin na Alemanha, o ExCel London no Reino Unido, o Fire Barcelona de Espanha, Geneva Palexpo da Suíça e o Palais des Congres de Paris em França.
Esta casa é um “centro de charme”! Na indústria turística reconhecemos o hotel de charme e o hotel mundial; o Centro de Congressos da Alfândega do Porto assemelha-se a um hotel charme, uma vez que é único no mundo. Existem alguns espaços
Temos uma antevisão simpática e posso reconhecer perenidade para, pelo menos, dez anos. Já temos congressos marcados nesse intervalo de tempo, não só por causa da sua periodicidade, mas também para poderem escolher o centro de congressos
O Centro de Congressos tornou-se um pon-
E a sua perspetiva de como esta casa es-
Sim. Encomendámos estudos e o primeiro foi realizado pela Porto Business School em parceria connosco, que se denomina “O Impato Económico e Perspetivas de Desenvolvimento” em que abordam questões como: qual é o mercado, a evolução prevista, o que deve ser feito, como criar e fomentar as oportunidades do nosso mercado. O segundo estudo foi encomendado ao arqt.º Eduardo Souto Moura, que é um estudo prévio com base na evolução do mercado e necessidades emergentes do edifício; o enquadramento da atividade museológica para que as duas atividades não se prejudiquem e a remodelação do edifício com a saída dos funcionários de um departamento da Autoridade Tributária e Aduaneira, que tanto dificulta a organização do espaço. A resposta do galardoado com o Prémio Pritzker (prémio internacional de arquitetura) veio de encontro às vossas expetativas?
O arqt.º Souto Moura, não se confinou ao edifício, apresentou-nos um estudo integrado que expande o edifício para o lado do parque de estacionamento, com ligação entre as partes e com um novo parque de estacionamento subterrâneo. Com este novo desenho iria proporcionar salas maiores e um maior aproveitamento de espaço. Tem um cunho importante porque não existe, no concelho do Porto, nenhuma obra desta dimensão e este projeto levanos para lá dos dez anos a que anteriormente nos referíamos. Que novas portas se abririam com a conclusão desta ampliação?
Proporcionava-nos uma área maior e com mais capacidade de manobra, mas não suficientemente monumental para se tornar uma obra descabida, como muitas que
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Turismo de Negócios
existem pelo país. O mercado de congressos não é tão sólido e vasto como possa parecer, nós temos de procurar os congressos e apresentar os melhores argumentos para que decidam vir para o Porto, para Portugal. Não basta sermos reconhecidos a nível internacional como uma boa marca e ganharmos prémios de excelência, temos de prestar um serviço inigualável aos nossos clientes para que eles transmitam as melhores referências aos seus congéneres.
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Dr. Gouveia Santos – Diretor Executivo, esclarece a estratégia de comunicação do Centro de Congressos da Alfândega do Porto: “…procuramos encontrar uma filosofia que seja distintiva, porque este espaço também o é, quer a nível nacional ou internacional. Estamos numa zona que é reconhecida pela UNESCO como património da humanidade e temos uma equipa certificada e a parte comercial/marketing desempenha um papel determinante nesta comunicação para o exterior. Procuramos angariar os nossos clientes onde eles estão, temos cerca de 300 mil congressistas/ano graças a um trabalho árduo e contínuo.” E reforça ao indicar que “Os nossos clientes são nossos parceiros! A partir do momento em que ele assina connosco um contrato para a promoção de um evento, nós fazemos tudo o que estiver ao nosso alcance para que seja bem-sucedido. A fidelização dos clientes não passa apenas pela beleza daquilo que encontra, também passa pela solidez das infraestruturas que rodeiam este mercado. A cidade do Porto tem uma capacidade de resposta ao nível hoteleiro e de restauração que não tinha há algumas décadas atrás, tem ofertas culturais e um património paisagístico inigualáveis; se aliarmos isto tudo, temos certamente clientes fidelizados.” Sendo o turismo um ponto forte da cidade do Porto, Dr. Gouveia Santos afirma que “O turismo de negócios é garantidamente uma importante fonte de receitas e esse resultado revela-se promissor, muito devido ao empenho da Associação de Turismo do Porto, na pessoa do Presidente Dr. Rui Moreira. O futuro passa por sermos, no norte, das empresas que mais contribui para o PIB nacional.”
Relações bilaterais Portugal-Cazaquistão
Da energia de Gulbenkian às descobertas portuguesas A Partex é uma empresa portuguesa dedicada à exploração e produção de petróleo e de gás. Alicerçando as suas operações na celebração de parcerias com as maiores companhias mundiais, a Partex tem sabido superar com excelência o desafio e a responsabilidade social de honrar a missão empreendedora iniciada por Calouste Gulbenkian. Cimentando a génese da aposta do mecenas que elegeu Portugal para viver os seus últimos anos, a Partex fez crescer as suas participações em negócios no Médio Oriente, nomeadamente no Sultanato de Omã e nos Emirados Árabes Unidos, como expandiu a sua actividade em mercados como o Cazaquistão, Angola, Brasil e Portugal. Um recente caso de sucesso temse vindo a revelar na antiga república soviética, território onde a Partex soube identificar oportunidades e sentido estratégico, rompendo fronteiras e apontando a Portugal e Cazaquistão uma nova rota de descobrimentos… Fernando Barata Alves, administrador da Partex, revela-nos como a Partex tem seguido os desígnios de Calouste Gulbenkian num mercado onde soube antecipar-se…
do desenvolvimento e à produção. Depois de conhecermos as reservas e a sua localização e de sabermos como as vamos desenvolver, implementamos o plano de desenvolvimento do campo petrolífero, ou seja, furamos os poços, montamos instalações de superfície para recolher o petróleo bruto e exportamo-lo. A partir do momento em que o petróleo entra no petroleiro termina a nossa acção. Quais são os principais mercados para onde exportam?
O destino da exportação proveniente do nosso projecto no Cazaquistão varia, havendo inclusivamente uma percentagem que tem sido destinada a Portugal… O grosso é destinado à Europa, uma vez que temos estado a exportar para o Báltico. De qualquer
quistão?
Fernando Barata Alves Administrador da Partex
havia muita abertura e chegámos a uma situação em que a relação é extremamente saudável mas, pelo meio, houve altos e baixos…
forma, quando vendemos e colocamos o produto num petroleiro, este é que o coloca depois nos portos importadores…
Desde logo, é atractivo porque é emergente, precisamente… Mas devo explicar a forma como entrámos no Cazaquistão: é nossa prática celebrar parcerias
No sector em que a Partex opera, um dos
O que ganha Portugal com a operação da
factores-chave de sucesso prende-se com a
Partex?
qualificação da mão-de-obra. Foi fácil en-
Desde logo, ganha com o facto de a Partex estar a
O Cazaquistão é muito forte nas áreas da energia e em tudo o que tem a ver com a indústria extractiva. Claramente, no petróleo ainda tem potencial de crescimento, bem como no gás e em vários minérios. Mas também na indústria em geral onde existe muito por fazer. Aí, pode haver um crescimento forte. Eles importam muita coisa e talvez tenha sido
com companhias fortes noutros pontos do mundo, especialmente no Médio Oriente e foi através de uma parceria com a empresa nacional do Sultanato de Omã que entrámos neste mercado. O contrato inicial era dessa empresa, fizemos uma parceria a 50/50 e assim iniciámos a nossa actividade no Cazaquistão em 1996.
contrar recursos no Cazaquistão ou tive-
trabalhar no Cazaquistão e estar bem posicionada, o que é bom em termos económicos. Por outro lado, podemos servir como porta de entrada para outras companhias que, a partir do nosso exemplo, podem atestar a existência de oportunidades naquele país para se fazerem negócios.
esse o primeiro factor de interesse para empresas estrangeiras. Diria que a tendência do Cazaquistão é para começar a construir capacidades industriais próprias e, para isso, estará aberto à celebração de parcerias com empresas estrangeiras. E já existem algumas empresas portuguesas a fazê-lo.
Em que medida se tem revelado o governo
Quantas pessoas emprega a Partex no mun-
português um suporte para esta vossa mis-
do e, em particular, no Cazaquistão?
são?
São cerca de 80 no mundo. Neste momento, no Cazaquistão, são apenas duas uma vez que já não estamos a conduzir a operação. Depois de a termos conduzido na sua primeira fase, ao avançarmos para uma fase de maior investimento, nós e a Oman Oil vendemos 30 por cento cada a uma empresa de maior dimensão, a dinamarquesa Maersk. Neste momento, temos uma participação de 20 por cento.
Que indicadores contribuem para que o Cazaquistão se afigure actualmente como um mercado emergente e atractivo para os investidores?
Presumo que essa parceria tenha sido estratégica para a Partex, uma vez que havia um conhecimento mais profundo por parte da empresa de Omã…
Exactamente. Havia relações governamentais muito boas entre o Sultanato de Omã e o Cazaquistão, o que teve a ver com a forma como a independência do país foi reconhecida na altura do colapso da União Soviética. Possivelmente não teria sido uma escolha inicial porque não conhecíamos o país mas fomos com alguém que conhecia e, por essa via, entrámos num país muito interessante e com excelentes oportunidades de negócio, à espera de companhias que possam entrar e investir. A Partex começou a testar e a avaliar este projecto em 1996… O que mudou, volvidos 20 anos, no país?
Nessa fase inicial, o país era ainda bastante fechado, sujeito a uma influência que vinha do regime soviético… Neste momento, é um país muito aberto, é fácil dialogar com as autoridades, que se revelam muito pragmáticas na forma de olhar para o negócio e de atrair as empresas estrangeiras para o investimento. Eles mesmos dizem que pretendem criar no país as condições que satisfaçam as empresas estrangeiras, potenciando que as mesmas invistam cada vez mais. Basicamente, foi esse o ambiente que mais mudou desde essa altura até hoje. Não quer dizer que tenha sido um percurso fácil e sempre aberto até chegarmos aqui. Partimos de um ponto em que não
ram necessidade de oferecer programas de formação?
Foi relativamente fácil. Entrámos a 50/50 com a Oman Oil mas com a condição de sermos nós a operar, isto porque a nossa parceira não tinha, na altura, capacidade técnica para conduzir uma operação petrolífera na área da exploração e produção. Nessa primeira fase, obviamente, colocou-se a questão: como e com que pessoas iríamos operar? Levámos alguns dos nossos profissionais, que formaram a chefia da estrutura que conduziu a operação no Cazaquistão mas o grosso da estrutura foi constituído por mão-de-obra local, cerca de 100 pessoas. E confesso que ficámos agradavelmente surpreendidos porque as pessoas estavam bem preparadas tecnicamente e não foi difícil montar a operação.
Sim, aconteceu pelo menos duas vezes em que tivemos problemas ao nível do regime fiscal, uma área sempre complicada em qualquer parte do mundo. Os governos têm sempre a tendência para tentar renegociar contractos, houve questões difíceis, procurámos o apoio do governo português e tivemo-lo. Justificar-se-ia a criação de uma embaixada
As barreiras culturais foram barreiras ou
portuguesa no Cazaquistão?
Em que outros pontos do mundo está a
resultaram em oportunidades?
Tanto quanto sei, está a caminho… Neste momento já temos um encarregado de negócios no Cazaquistão e o Cazaquistão tem um encarregado de negócios em Portugal. Este passo já foi dado há algum tempo, seguir-se-á em breve a criação do cargo de embaixador… Entendo que se justifica perfeitamente e que resultará numa forma de levar mais companhias a operar num país onde existem claramente oportunidades de negócio.
Partex?
Foram oportunidades. Não houve barreira rigorosamente nenhuma! Aliás, a maneira de ser portuguesa ajuda muito. A ligação às várias culturas é feita de uma forma que agrada, algo que já tínhamos constatado particularmente no Médio Oriente, onde se centra o nosso negócio. Que peso assume o mercado do Cazaquistão no volume de negócios da Partex?
Actualmente ronda os 25 por cento em termos de resultados operacionais… Em que consiste concretamente a actividade que a Partex desenvolve?
Nós fazemos exploração e produção de petróleo. Basicamente, descobrimos reservas petrolíferas, desenvolvemo-las e transformamo-las em produção. Para o efeito, é necessário conduzir um projecto que vai desde a prospecção sísmica até ao planeamento
Têm também, seguramente, relações próximas com o governo do Cazaquistão…
Sim, é algo fundamental… São relações bastante boas. Somos conhecidos no Cazaquistão. Para uma empresa que, comparada com outras petrolíferas, não é propriamente grande, estamos muito bem colocados. Que principais áreas de negócio identificaria com potencial de crescimento no Caza-
Estamos essencialmente no Médio Oriente: Sultanato de Omã e Emirados Árabes Unidos. Depois, temos operações em Angola, Brasil e Portugal, nomeadamente na bacia de Peniche e no Algarve. Sempre em parcerias fortes e com empresas que consideramos de confiança. Por onde passará o futuro da Partex?
Obviamente, olhamos muito para a nossa área chave, o Médio Oriente. Trata-se do coração do nosso negócio, onde o Sr. Gulbenkian começou e foi a partir daí que nos lançámos para outros mercados, como foi o caso do Cazaquistão. Claramente, faz parte do negócio estarmos à procura de oportunidades, venham elas a concretizar-se ou não. O Cazaquistão apresenta hipóteses que temos estado a analisar e o próprio governo local tem-nos procurado apresentando propostas para novos negócios, o que demonstra confiança e reconhecimento.
/Fevereiro
Reindustrilizar Portugal: Setor Vinícola
Comissão Vitivinícola da região de Lisboa
Recorde de 32 milhões de garrafas certificadas em 2015 “Há cinco anos consecutivos que a certificação dos Vinhos de Lisboa cresce a um ritmo constante tendo, no mesmo período, duplicado o número de certificações. O ano de 2015 superou todas as expectativas ao revelar-se o melhor ano de sempre!” Vasco d’Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola de Região de Lisboa (CVR Lisboa)
perou as expetativas. Os solos, a localização, a orografia tão marcadamente vinculadora e a proximidade com o Oceano Atlântico também são fatores decisivos para o bom cultivo da vinha. Para além destas características, Os vinhos da Região de Lisboa são os que apresentam a melhor relação qualidade-preço: os vinhos são de alta qualidade e os preços são muito competitivos quer no mercado nacional, quer no internacional. De que forma a localização e a orografia influenciam a vitivinicultura?
Vasco d’Avillez Presidente CVR Lisboa
Resuma a sua perspetiva sobre a evolução geral da indústria vitivinícola portuguesa.
Os vinhos portugueses estão em constante evolução. Hoje temos vinhos de excelência, com qualidades reconhecidas a nível nacional e internacional, e esta evolução é transversal a todas as regiões do país. A melhoria da qualidade dos vinhos portugueses deve-se a vários factores. A dinâmica dos agentes económicos na procura de novas técnicas de produção e de novos mercados ao nível global, mais tecnologia nas adegas e laboratórios e de uma aposta na formação de enólogos e profissionais do setor vitivinícola. Cada região tem caraterísticas únicas. Quais são as que marcam a região de Lis-
A proximidade com o Oceano Atlântico faz com que a Corrente Quente do Golfo (Gulf Stream) que aqui na Região tem o seu ponto mais perto da costa influencie marcadamente o clima e determine as chuvas, os nevoeiros, a humidade do ar, o calor dos dias de Inverno e de Verão, e com isso as uvas que crescem nas videiras dão um tipo de vinho muito próprio e especial. A exposição da vinha a este tipo de clima confere-lhe caraterísticas diferentes de uma vinha plantada noutra região do país. Os vinhos produzidos na faixa entre o mar e o Montejunto já são completamente diferentes pois estão marcados pela orografia, como referi anteriormente, que começa pela Serra de Sintra, segue-se o Montejunto, a Serra dos Candeeiros e a Serra D`Aire. Aqui são produzidos os Vinhos Leves, vinhos com mais acidez, com aromas muito agradáveis e que, precisamente pelo clima, são vinhos que têm um baixo teor de álcool, entre os 9 e os 10 % Vol. Assim são ideais para acompanhar refeições pouco complexas, peixes brancos, mariscos, ou simples sanduiches. Os vinhos que são produzidos mais para o interior, afastados da costa atlântica, entre as montanhas e o interior, são vinhos com menos acidez, com aromas frutados e cheios de corpo, em geral tintos de grande qualidade.
boa?
A região de Lisboa prima por ter solos e clima muito especiais, o que confere aos seus vinhos caraterísticas ímpares. Plantaram-se, à medida que foi possível, castas adaptadas ao clima e aos solos da região e o resultado su-
/Fevereiro
Quais são as DOC’s da CVR de Lisboa?
Englobamos as seguintes denominações de origem: Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras.
O ano de 2015 foi pautado por um crescimento acima do esperado. Quais foram os fatores que influenciaram estes valores?
Tivemos a segunda maior produção em Portugal, só a região do Douro é que teve mais produção do que a região de Lisboa. Houve vários fatores que levaram a este sucesso, mas destaco a conjugação climática: nos meses em que deveria haver chuva esta veio, e quando deveria haver sol este também esteve presente e no fim do ciclo da uva, em fins de Agosto e em Setembro, surgiu alguma chuva que encheu a uva, o que levou a que a região produzisse 110 milhões de litros de vinho; destes apenas 36% são certificados, o que confere à região um forte potencial de crescimento na certificação. Verificou-se também um grande investimento em infraestruturas. Como exemplo, é curioso verificar que nos últimos cinco anos foram construídas de raiz, seis novas adegas em todo o país. Todas elas na região de Lisboa. De que forma se pode medir este crescimento de que nos fala?
A CVR Lisboa encerrou o ano de 2015 com mais um resultado recorde: aumentámos a certificação em 20%, para 31,9 milhões de selos, o correspondente a mais seis milhões de garrafas que no ano anterior. A região ainda pode crescer muito do ponto de vista dos vinhos DOC e Vinho Regional de Lisboa, porque há muito “vinho de mesa” – hoje em dia diz-se apenas “vinho” – de ótima qualidade que podia elevar-se, por exemplo, à categoria de Vinho Regional de Lisboa ou ainda DOC. O mercado internacional é fundamen-
Angola do topo da lista dos principais destinos dos nossos vinhos. Angola era o principal destino dos nossos vinhos, mas as alterações económicas de que foi alvo, levaram a que os agentes económicos redefinissem as suas estratégias e apostassem mais noutros mercados, como foi o caso dos EUA. Quais são os mercados considerados estratégicos?
Neste momento consideramos que os EUA, o Norte da Europa, a China e o Brasil são os principais mercados para os Vinhos de Lisboa e estes também ocupam os lugares cimeiros da lista dos países que mais apreciam os vinhos da Região. São mercados com poder de compra e creio que estamos a fazer uma boa aposta. Qual o papel da CVR Lisboa enquanto agente aglutinador entre os produtores e os mercados nacionais e internacionais?
A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa é a entidade responsável pela certificação dos vinhos desta região, mas devo salientar que nos consideramos como parceiros dos agentes económicos da região. A maior ajuda que podemos dar é o apoiar estes agentes, as suas ideias e novas abordagens de mercado. Promovemos missões a mercados internacionais e o inverso. O intercâmbio com os interlocutores dos mercados internacionais, por exemplo os mercados do norte da Europa onde subsiste o regime de monopólio. Convidamo-los a visitar a região e quando aceitam o nosso convite fazemos uma prova coletiva de vinhos para lhes dar a conhecer vários vinhos da região, com as suas características e versatilidades únicas sem esquecer, claro, a envolvente geográfica e cultural.
tal para o crescimento dos vinhos da região de Lisboa. Em que valores se en-
Aponte os três objetivos que a CVR Lisboa
contram as exportações?
delineou para os próximos cinco anos.
A exportação dos Vinhos de Lisboa ronda os 65% dos vinhos certificados e têm como principal destino os EUA, país que em 2015, com um incremento das vendas de vinhos portugueses, na ordem dos 10%, destronou
Os objetivos dos Vinhos de Lisboa passam por crescer 5% a 7% ao ano, aumentar as exportações para 70% do total do vinho certificado e procurar em alternativa novos mercados.
Reindustrilizar Portugal: Setor Vinícola
Coruche a olhar o futuro de frente Reindustrializar é preciso. E o edil de Coruche, Francisco Silvestre de Oliveira, põe mãos à obra. O novo Parque Empresarial do Sorraia é uma aposta estruturante da capital mundial da cortiça. Objetivo? Atrair investimento, emprego, pessoas e gerar novas oportunidades. Com um património natural único, Coruche encara o futuro com o otimismo de quem sabe o que faz.
“Para além dos nossos sobreiros, as empresas presentes no concelho importam ainda cortiça de Espanha e Marrocos e, apesar de haver cada vez mais, novas aplicações na área da moda e dos acessórios, no mobiliário, na indústria automóvel e espacial, a área preferencial continua a ser o fabrico de rolhas.”
Francisco Silvestre de Oliveira Presidente CM Coruche
É o décimo maior município de Portugal em termos de extensão e conta com uma população de cerca de 20 mil habitantes. É um ecossistema único, unindo montado e lezíria, que defende a tradição, ao mesmo tempo que não nega o compromisso com o futuro. No fundo, “somos o melhor de dois mundos”, frisa Francisco Silvestre de Oliveira. E é com esta certeza que o presidente da Câmara Municipal de Coruche defende uma visão integrada para o futuro deste município assumidamente rural e com características únicas no panorama nacional. Assumindo-se a Capital Mundial da Cortiça, o município de Coruche é o maior produtor da matéria-prima e é, neste momento, o maior transformador com uma produção diária de cinco milhões de rolhas. “Para além dos nossos sobreiros, as empresas presentes no concelho importam ainda cortiça de Espanha e Marrocos e, apesar de haver cada vez mais, novas aplicações na área da moda e dos acessórios, no mo-
biliário, na indústria automóvel e espacial, a área preferencial continua a ser o fabrico de rolhas”, explica o presidente. A área de regadio proporcionada pelo canal do Sorraia levou também à otimização de culturas tradicionais como o tomate e o arroz, assim como à introdução de novas culturas como as hortícolas e os frutos vermelhos. Os recursos naturais constituem um forte aliado de Coruche e o edil assume que o futuro depende do potencial de crescimento destas atividades. “Há que perceber quais são os nossos pontos fortes e sempre fomos bons no setor primário, na exploração florestal”, sustenta. Atualmente, as três unidades fabris de transformação de cortiça e as três arrozeiras instaladas no município são dos principais empregadores da região. Mas a ambição de Coruche vai mais longe e o presidente reclama mais fábricas de cortiça para a região.
Cortiça, fator de diferenciação e oportunidade
A cortiça, para além de um fator diferenciador, concretiza uma aposta fundamental do município. A criação do emblemático Observatório do Sobreiro e da Cortiça faz de Coruche um polo de produção de conhecimento nesta área, unindo universidades, o Instituto Nacional de Inves-
tigação Agrária, e indústria na busca de soluções e na partilha de recursos. A FICOR – Feira Internacional da Cortiça – é outra das referências do município, assim como a presença ativa na RETECORK, rede europeia que une os territórios ligados ao sobreiro e à cortiça, que promove a fileira, o produto e a especificidade dos seus territórios.
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Reindustrilizar Portugal: Setor Vinícola Mais famílias, mais emprego
Francisco Silvestre de Oliveira não poupa nas palavras para clarificar as vantagens do seu município. “Bons centros de saúde, centros escolares com todas as condições, polos desportivos, uma envolvente natural invejável. Temos aqui tudo o que existe na cidade com mais segurança e bem-estar”, reforça. “E depois estamos a 40 minutos de Lisboa. É, de facto, o melhor de dois mundos”. Coruche foi ainda distinguido como município familiarmente responsável. “E para isso contam as nossas medidas de apoio à família e à população. Através do programa ‘Casas com Gente’ apoiamos a renda da habitação de quem venha viver para o centro, garantimos apoio ainda à melhoria do conforto habitacional e temos apoios para fazer face a todo o tipo de carências, desde os medicamentos ao passe social. E ainda somos um dos municípios com menor carga fiscal. Tudo em prol da atratividade para famílias e empresas”, sumariza o presidente da autarquia. A aposta do município coruchense está bem definida. Mais emprego, mais pessoas, mais empreendedorismo. E, da sua parte, Coruche cria as condições que permitem a fixação de população e investimento. As obras do Parque Empresarial do Sorraia arrancam já este ano e concretizam um investimento de dois milhões de euros sem ajuda dos fundos comunitários. A
primeira empresa a garantir lugar já não é segredo. A portuguesa IKI Mobile propõe-se a criar 200 postos de trabalho diretos na região e prevê-se que a fábrica possa iniciar atividade já em 2017. “Esta é uma empresa que traz valor acrescentado. Tem empregabilidade jovem, pode atrair população e criar novas oportunidades para toda a região”, declara Francisco Silvestre de Oliveira. A empresa de tecnologias da comunicação estima um investimento na ordem dos 12,5 milhões de euros, e o presidente do município de Coruche confia que o parque industrial vai assumir-se como uma lufada de ar fresco para toda a região. “Usufrui de uma localização de excelência, boas acessibilidades e o valor baixíssimo de 50 cêntimos por metro quadrado. Tudo em prol da fixação de empresas que criem riqueza e postos de trabalho”, destaca. A oportunidade da atratividade turística
O turismo e a promoção de atividades ao ar livre são outras das ambições de Coruche. Com condições naturais invejáveis, o município tem uma oferta vasta, desde passeios no montado e na lezíria, o BTT, os desportos náuticos no rio Sorraia, o centro hípicos “O Montinho”, a Coudelaria Vale Pau ou ainda o CEART – Centro Equestre António Ribeiro Telles, por exemplo. Ainda em destaque a prática do balonismo.
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O “desafio”, assume o presidente, “passa agora por criar uma oferta integrada, estimulando os operadores privados a unirem-se e a criarem parcerias”. Outra das ideias de Francisco Silvestre de Oliveira é beber do boom turístico da capital, ambicionando envolver a região de turismo de Lisboa. “Já me lembrei de um ideia louca de pegar nos autocarros da autarquia e ir até aos terminais de cruzeiros e trazer os turistas para cá”,
confessa divertido o autarca coruchense. O edil acredita que encontrar novas ofertas turísticas é também a melhor forma de garantir que Lisboa não passa de moda. “A ideia é envolver o turismo de Lisboa e a região de turismo do Alentejo e Ribatejo de forma a encontrarmos uma forma de garantir uma oferta diversificada para esta vaga de turistas, mostrando aquilo que temos de bom e aproveitando a proximidade com a capital”, antevê.
Reindustrilizar Portugal: Setor Vinícola
O Alentejo também se bebe
O ano de 2015 voltou a afirmar o bom momento dos vinhos nacionais. A região do Alentejo está em destaque e a certificação dos Vinhos do Alentejo em crescendo. O novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, Francisco Mateus, diz que chegou, em definitivo, a hora de partir à conquista dos consumidores internacionais.
sionalismo, há capacidade de investimento, há apoios comunitários. E isso é bom, porque gera conforto e segurança no investimento. E qual a importância do papel da CVRA neste contexto?
A CVRA faz a gestão da denominação de origem dos Vinhos do Alentejo, garante a origem Alentejo e a qualidade do vinho que chega ao consumidor e realiza a promoção da marca Alentejo, defendendo a diferenciação da região nos mercados internacionais e a sua identidade. Antes dos Vinhos do Alentejo chegarem ao consumidor, passam por um processo de certificação que inclui 12 passos que são controlados pela CVRA, que vão desde a vinha ao rótulo que é aplicado na garrafa. E como se define a identidade dos Vinhos do Alentejo?
Francisco Mateus Presidente CVRA
2015 foi um ano especialmente forte em termos de prémios e distinções para
nal que os produtores estão a olhar para novas geografias.
o vinho alentejano. O que retira de mais relevante?
E que novas geografias são essas?
O mais relevante foi termos crescido em termos de certificação. Este ano certificamos qualquer coisa como 92 milhões de litros de vinho do Alentejo, o que corresponde a 84 por cento do volume produzido na região. Isto é importante para a marca Vinhos do Alentejo e é um ótimo sinal porque expressa que os produtores vêm mais-valias neste selo de confiança. A exportação corresponde hoje a 20 por cento da quantidade de vinho produzido. O volume de negócios tem crescido, ou seja o vinho do Alentejo está em valorização. É bom ver este crescimento porque é si-
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) atua em nove mercados, incluindo Portugal, Brasil, EUA, Angola, Suíça, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Polónia. Os bons resultados que temos obtido nos EUA fazemnos olhar para este mercado como um cesto onde podemos colocar os ovos e encarar com perspetivas de futuro.
te de um clima de crise instalada, tiveram a capacidade de olhar para a crise de frente. Os produtores dizem que a crise contribui para reflectir sobre o negócio, porque permitiu por o dedo na ferida e motivou-os a procurar outros mercados e atividades como o enoturismo. Os produtores não cruzaram os braços e esse dinamismo vê-se. Depois tem-se registado a chegada de muitos jovens ao setor. Jovens enólogos que foram ao estrangeiro, à Austrália, Nova Zelândia ou África do Sul compreender o que se faz noutros países, ganhar competências de gestão e trouxeram isso para cá.
Quais as razões do sucesso do setor vitivinícola em Portugal?
A resposta é encarar o negócio de
Penso que a razão fundamental para o sucesso atual foram os operadores nacionais que, dian-
frente…
Acredito que sim. Há conhecimento, há profis-
Essa é a pergunta difícil, não só para o Alentejo como para todas as outras regiões. Tirando, porventura, o champanhe, o vinho do Porto ou o vinho verde, que têm características muito específicas, explicar o que diferencia um vinho do outro não é tarefa fácil. Acreditamos, isso sim, que a melhor forma de definir a identidade do nosso vinho é apresentar o Alentejo como um todo, focando não só o vinho, mas também as pessoas, a cultura, a gastronomia. E aqui o enoturismo pode ajudar e muito. Em 2013 fomos eleitos a melhor região de enoturismo do mundo pelo USA Today e este ano fomos considerados uma das dez melhores regiões do mundo para o enoturismo. O enoturismo é uma oportunidade para a região e para a promoção dos vinhos?
Temos oferta de enoturismo para todas as aspirações. Temos locais 5 estrelas com todo o tipo de condições onde as pessoas podem usufruir desta experiência num registo de glamour intenso. Depois temos ofertas focadas exclusivamente em mostrar como se faz o vinho. A Rota dos Vinhos integra 71 empresas que prestam todos esses serviços com a maior diversidade possível que permite a quem nos procura usu-
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Reindustrilizar Portugal: Setor Vinícola
fruir de uma experiência que extravasa o vinho dentro do copo. Estimamos que, em 2015, poderão ter passado mais de 100 mil pessoas pelo Alentejo só por causa do enoturismo. Em termos económicos, quanto vale esta indústria vitivinícola na região?
O Alentejo tem cerca de 1850 viticultores. Se multiplicarmos isso por três, temos mais de 6000 pessoas dependentes desta atividade. Claro que isto é uma mera aproximação. O setor do vinho no Alentejo gerou um volume de negócios de valia 243,8 milhões de euros em 2013, o último ano com números disponíveis. E nos últimos quatro anos, entre 2010 e 2013, cresceu 4,6 por cento ao ano.
Iniciou o seu mandato há poucos meses. O que falta fazer?
Há um aspeto principal que tem que ser trabalhado. Temos que saber distinguir entre vinho com indicação geográfica e vinho com denominação de origem. Concretizar quais as variáveis diferenciáveis e adequar a comunicação em função dos mercados. Que distinção é essa?
A denominação de origem está relacionada com as áreas demarcadas, de menor dimensão, e a indicação geográfica refere-se a todo o Alentejo. A denominação de origem tem em conta questões como o solo, clima, castas, altitude que garantem características di-
ferenciadoras do vinho originário de 8 sub -regiõesBorba, Évora, Granja-Amareleja, Moura, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira. A indicação geográfica é mais flexível, abrange toda a região do Alentejo, tem em conta os solos e as castas, mas permite que se faça um
a entidade que assume essa responsabilidade por inteiro, pois é a sua missão. A marca Wines of Portugal promove o país, as diferentes regiões.
lote de vinho produzido no distrito de Beja, com um vinho produzido no distrito de Évora.
cam o prestígio que realmente mere-
Contudo, no panorama internacional, os vinhos portugueses ainda buscem. O que falta fazer?
las também têm uma palavra a dizer?
Penso é que somos tímidos a promover aquilo que somos. Não somos expansivos, falamos baixo, ouvimos e calamos, temos medo do escândalo. Isso é cultural e acaba por afetar o trabalho que fazemos lá fora.
A CVRA também assume essa tarefa nos mercados que já referi. Contudo, a Viniportugal é
Ou seja, precisamos de mais fogo-de
E a promoção no exterior dos vinhos portugueses? As comissões vitiviníco-
-artifício?
Claro, ou acha que os espanhóis não o fazem? Em todo o mundo só três países aumentaram o valor exportado em 2015. Itália, Nova Zelândia e…Portugal! Isto é um ótimo indicador. No entanto, Portugal só produz sete milhões de hectolitros por ano. Não temos assim tanto vinho para exportação, até porque nós em Portugal consumimos muito vinho. Neste caso, o importante é que os consumidores estão a pagar mais pelo vinho português. No caso dos EUA, este ano crescemos 20 por cento em exportações, o que prova a qualidade percebida e o bom preço. Acho que temos que fazer algum escândalo, não temos que ter medo de afirmar o nosso produto. Qual o caminho rumo a essa afirmação?
Durante anos, o foco da promoção do nosso vinho foram os jornalistas, os importadores, os sommeliers. Andávamos sempre em torno das pessoas que fazem o negócio ou a opinião, mas agora temos que nos voltar para o consumidor, para o comprador. Temos que olhar para o consumidor e conquistá-lo. Nos próximos tempos, o desafio passa por chegar aos consumidores.
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qualidade de vida
A tradição da romaria a cavalo “Moita é um concelho ligado à tauromaquia e à tradição da romaria a cavalo. Somos uma terra que deu toureiros, grupos de forcados de renome mundial e cavaleiros.”
concelho. Para além disso, somos um concelho que tem um setor primário onde a presença da pecuária, particularmente a produção leiteira, é muito importante: o concelho da Moita, em conjunto com o concelho de Palmela, são a maior bacia leiteira da região sul do país. As zonas industriais estão preparadas para receber empresas de qualquer ramo de atividade?
A transformação do tecido social e económico da região veio expressar necessidades que não eram tidas em linha de conta noutros tempos: neste momento o que temos para oferecer é a vantagem comparativa, do ponto de vista das acesibilidades, uma vez que estamos a poucos minutos de Lisboa e temos um teritório devidamente estruturado e preparado para receber as empresas que quiserem instalar-se no nosso concelho. As nossas zonas industriais têm edifícios construídos e prontos a receber qualquer empresa que escolha o concelho da Moita para laborar. Rui Marques Garcia Presidente da Câmara Municipal da Moita
A desertificação foi uma das consequências?
Moita é um concelho com um território pequeno, com cerca de 70 mil habitantes, no centro geográfico da área metropolitana de Lisboa, que desfruta das vantagens e inconvenientes de estar numa área metropolitana como esta. Por um lado estamos dependentes da oferta de emprego das outras localidades, nomeada e principalmente de Lisboa (Norte) por outro lado, temos atividades económicas locais e algumas delas com relevância que estão a sofrer transformações significativas. Chegámos ao final do século passado com muita tradição na indústria corticeira e das confeções; com uma oferta de emprego muito significativa, com alguns milhares de trabalhadores; com a entrada no século XXI deu-se a viragem e a indústria das confeções desapareceu por completo e a da cortiça ficou reduzida a uma ou duas empresas que sobreviveram a estas alterações.
O processo de transformação da região foi gradual e culminou com a desindustrialização quando empresas como a Lisnave, a Siderurgia Nacional e a Quimigal desapareceram; foi um período de grande impacto económico e social. Apesar disto, em contra ciclo com a desindustrialização houve investimento nas vias rodoviárias e na ponte Vasco da Gama que rapidamente nos liga à capital, o que tornou a Moita num concelho apetecível para morar e trabalhar. A reindustrialização já se faz sentir?
Hoje temos um setor industrial com empresas novas, com uma tecnologia mais avançada sobretudo no setor metalúrgico e da robótica. Temos cá instalada a Ribeiralves, uma grande empresa nacional no setor alimentar, que tem feito uma série de investimentos e é uma forte presença no nosso
A tauromaquia tem tradições muito antigas. A Moita mantém aquela que é, provavelmente, a maior feira de tauromaquia do país aquando das festas da Nossa Senhora da Boa Viagem, que se realiza todos os anos, em setembro. Este é o maior evento do concelho e traz cerca de meio milhão de visitantes. É um evento diversificado onde, além da festa tradicional, da música e do recreio, a tauromaquia representa o grande chamariz através da feira taurina e das largadas. A romaria a cavalo é outra tradição que está a ser reavivada. Qual a sua importância para o concelho?
Temos um gabinete de apoio ao empresário, taxas reduzidas para todo o investimento que possa vir a ser feito nesta região e um nível de fiscalidade em geral que é considerado baixo, comparativamente com outras regiões do país. Diminuimos o IMI, as nossas tarifas de água e saneamento também estão no limite mínimo possível. O património paisagístico é um ponto
O evento ainda tem cariz religioso?
de interesse dos turistas?
É um evento em que o motivo religioso deixou de ser o que os move, embora ainda haja algumas pessoas que o fazem por devoção à Santa padroeira do evento. Como o evento é de origem religiosa e a Santa é transportada da Moita até Viana do Alentejo, num carro andor, de tração animal, concebido especialmente para esse efeito.
investimento no concelho.
concelho da Moita?
para o concelho da Moita?
A romaria reiniciou-se no ano 2001. Foi buscar uma tradição, que se tinha perdido no tempo, que consistia em os lavradores se deslocarem até Viana do Alentejo para venerar a Nossa Senhora d`Aires e pedir a bênção para os seus animais e colheitas. Algumas pessoas da Moita e de Viana do Alentejo, cientes dessa tradição, decidiram tentar retomar essa tradição e obtiveram excelentes resultados. Vamos para a 16ª edição e já temos um evento que junta, dura cinco dias, mais de meio milhar de cavalos, alguns milhares de pessoas que vão acompanhados das suas famílias e da logística necessária para este tipo de evento. Tanto a partida como a chegada são momentos de grandiosidade e de impacto visual.
Evidencie algumas medidas de apoio ao
Em termos gerais, como carateriza o
Qual a importância da tauromaquia
O rio Tejo continua a ser o nosso grande ponto de referência, pela sua capacidade de atratividade turística, pelo seu significado ambiental e do ponto de vista das tradições culturais e patrimoniais que estão intrinsecamente ligadas ao Tejo. As nossas romarias e as embarcações típicas do Tejo, que têm vindo a ser revitalizadas e colocadas novamente no rio, são as nossas maiores referências culturais. Do ponto de vista do património arquitetónico evidencio a Igreja Matriz da Moita e da Alhos Vedros – Imóvel de Interesse Público desde 1951- e ambas têm um património, ao nível da azulejaria, muito importante.
O que leva as pessoas a acompanhar e a participar nesta romaria?
Hoje, a grande motivação é o convívio e o turismo; as pessoas que participam e as que assistem à romaria impulsionam a economia local e ajudam a dar projeção ao concelho.
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qualidade de vida Os participantes são das regiões limítrofes do concelho?
Ao início eram quase todos das duas vilas organizadoras, hoje temos uma grande participação de pessoas de vários pontos do país; com um enfoque muito significativo nas pessoas da região norte e centro do país. O percurso é previamente definido e passa por áreas particulares. As pessoas têm boa recetividade?
As pessoas que vêm para acompanhar a romaria e os participantes têm acesso aos locais de pernoita devidamente preparados. O percurso é preparado com antecedência e passa por estradas secundárias, campos e por dentro de propriedades privadas, mas as pessoas recebem a romaria de braços abertos. Quais são as entidades envolvidas na organização deste evento?
A comissão organizadora tem quatro entidades: os municípios da Moita e de Viana do Alentejo, a Associação dos Romeiros da Tradição Moitense e a Associação Equestre de Viana do Alentejo. Para além destas há duas entidades que acompanham em todos os momentos, que são as paróquias da Moita e de Viana do Alentejo. A romaria já passa a dimensão regional. Qual vai ser o próximo passo?
Queremos dar dois passos significativos. Do ponto de vista da romaria pensamos que seria interessante chegar ao país vizinho, que também tem uma grande tradição neste tipo de romarias e de arte equestre, nomeadamente nas regiões da Estremadura e Andaluzia. Outro passo é o de transformar o percurso das romarias numa rota pedestre, o que potencia o turismo e atrai investimento para a região.
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É um evento em que o motivo religioso deixou de ser o que os move, embora ainda haja algumas pessoas que o fazem por devoção à Santa padroeira do evento
qualidade de vida
A romaria a cavalo Moita-Viana do Alentejo “A Romaria a Cavalo contribuiu, em meu entender, para uma democratização do cavalo, ajudando também a que se retomasse esta tradição. Em minha opinião, e há alguns anos atrás, havia menos pessoas com acesso a cavalos. Hoje já é mais comum haver pessoas que têm estes animais e são esses que hoje também vêm à Romaria Moita – Viana do Alentejo.”
número de participantes e visitantes se mantenha e que continuem a passar pelo concelho de Viana do Alentejo ao longo dos anos. Procuramos reforçar com a presença de figuras públicas, como foi o caso do José Carlos Malato ou do João Catarré, que são dois embaixadores do Alentejo. Quem nomeia os embaixadores?
A Entidade Regional do Turismo do Alentejo e do Ribatejo, que é um dos nossos parceiros nesta iniciativa, é quem nomeia esses embaixadores. Este ano queremos inovar ao convidar um casal para serem embaixadores da Romaria. Como carateriza o concelho de Viana do Alentejo, incluindo o património edificado?
Bengalinha Pinto Presidente da Câmara de Viana do Alentejo
Conte-nos um pouco da história da ro-
Qual é o impacto desta romaria na eco-
maria a cavalo Moita – Viana do Alente-
nomia do concelho?
jo e do seu cunho religioso.
A Romaria Moita-Viana do Alentejo é um dos eventos que traz o maior número de visitantes ao concelho e mexe com todos os setores: a hotelaria e restauração são os que mais beneficiam de forma direta, mas as pessoas querem mais, pelo que compram os nossos produtos regionais e procuram conhecer o património paisagístico, gastronómico e arquitetónico local. Nós procuramos fazer um cross-selling das nossas potencialidades para podermos promover o concelho na sua totalidade a quem nos visita e. Temos notado um aumento gradual de romeiros e visitantes todos os anos.
Esta romaria surge, segundo a informação disponível, depois de um interregno de algumas décadas. Quando os promotores da Romaria a começaram a organizar, em 2001, pretendiam recuperar uma antiga tradição dos lavradores da Moita, que se deslocavam ao santuário mariano da Nossa Senhora d`Aires, localizado em Viana do Alentejo, para pedir proteção para os seus animais e para ter boas colheitas, isto numa perspetiva de fé. A génese da romaria é, por isso, religiosa. Contudo, com a evolução dos tempos, tornou-se num evento com uma componente de entretenimento e de companheirismo, para além do cariz religioso que continua a manter e que a organização estimula e apoia.
O que se espera deste evento em 2016?
Espero que a tendência para o aumento do
É composto por três freguesias: Aguiar, Alcáçovas e Viana do Alentejo. Sendo um concelho do interior alentejano, debate-se com a problemática da saída de população e com um tecido empresarial débil, à semelhança de outros concelhos da região. Todavia, tem potencialidades que importam evidenciar, como a proximidade com a Lisboa e à costa Vicentina; o Alqueva, aqui tão próximo, pode vir a atrair turistas e benefícios energéticos e de regadio. O património edificado do concelho de Viana do Alentejo é muito rico, apontando como exemplos o Santuário mariano da Nossa Sr.ª d`Aires e o Castelo de Viana do Alentejo; na Vila de Alcáçovas evidencio a Igreja de N. Sr.ª da Conceição, conhecida como a Capela das Conchas e a Igreja Matriz (ou do Salvador); destaco, ainda, a Anta de Aguiar. Temos ainda um imóvel em Alcáçovas que estamos a recuperar através do programa de financiamento comunitário QREN/Inalentejo com um valor histórico muito significativo: o Paço dos Henriques, onde foi assinado o tratado de Alcáçovas, em 1479, entre outros acontecimentos históricos relevantes. O que significou, para o concelho, a eleição da arte chocalheira como património cultural e imaterial da UNESCO?
O Fabrico de Chocalhos foi classificado, em dezembro de 2015, como Património Cultural Imaterial da UNESCO, na lista de Salvaguarda Urgente. Ora, a divulgação da arte chocalheira, assim como o nome dedo concelho de Viana do Alentejo, além-fronteiras
A Romaria Moita-Viana do Alentejo é um dos eventos que traz o maior número de visitantes ao concelho e mexe com todos os setores: a hotelaria e restauração são os que mais beneficiam de forma direta, mas as pessoas querem mais, pelo que compram os nossos produtos regionais e procuram conhecer o património paisagístico, gastronómico e arquitetónico local.
TRATADO DE ALCÁÇOVAS Em 1479, é assinado um primeiro tratado onde Portugal abdica da posse das Canárias, e todas as terras a norte (exceção de Açores, Madeira, Ceuta e Arzila) mas onde garantia a soberania sobre os mares e terras a sul das Canárias até África. Portugal tinha o direito de matar todos aqueles que não respeitassem este Tratado e fez uso desse direito a dezenas de barcos espanhóis. Os que o tentaram fazer foram apreendidos, incendiados e as suas tripulações mortas. Foi este tratado que, mais tarde, deu origem ao Tratado de Tordesilhas.
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qualidade de vida vai trazer benefícios, desde logo garantindo a salvaguarda da arte. Por outro lado, dinamiza as áreas económica e social, atraindo também mais turistas para o concelho. O executivo municipal trabalha diariamente para promover o concelho e para que este não se perca a sua identidade, estimulando o mais harmoniosamente possível as potencialidades das três freguesias. Iniciámos um projeto de criação de uma associação das vilas e cidades com tradição oleira, onde e um dos objetivos é fazer uma candidatura à UNESCO com vista à preservação da cerâmica europeia. Outro aspeto a referir prende-se com a aposta da Entidade Regional do Turismo do Alentejo e do Ribatejo no património imaterial, o que nos satisfaz, tendo em conta as parcerias existentes com aquela entidade, nomeadamente no que respeita ao património imaterial. A proximidade com a cidade de Évora é uma condicionante para o investimento empresarial no concelho de Viana do Alentejo?
Como somos um concelho pequeno, temos mais dificuldade em atrair investimento privado suficiente para criar o emprego necessário e a proximidade com a cidade de Évora tem aspetos positivos e negativos, sendo que um dos mais positivos é o facto de muitos dos nossos residentes trabalharem na cidade de Évora. Nos últimos censos, fomos dos cinco concelhos da região do Alentejo que cresceu em termos populacionais, isto devido sobretudo ao investimento realizado numa nova urbanização na freguesia de Aguiar, que fica apenas a 14 quilómetros de Évora. Apresente-nos, resumidamente, alguns projetos futuros.
Temos vários em diversas áreas. Nesta área dos eventos pretendemos continuar a apostar nos existentes, promovendo-os e melhorando-os, como é o caso da Romaria, da Mostra de Doçaria e das Feiras e Festas Anuais. No que concerne aos “novos eventos”, vamos continuar a explorar o potencial dos mesmos, como é o caso da “Pedreira dos Sons”, que é realizado em parceria com a Universidade de Évora. Este é um evento é realizado há 4 anos e envolve música clássica e teatro, tendo como palco uma pedreira de mármore desativada. Outro “novo evento” que pretendemos continuar a promover e a expandir é o “Almoço dos Ganhões”, realizado em Aguiar, onde a seguir a uma caminhada pela freguesia se realiza um almoço de gastronomia local, que consiste em cozinhar a refeição em panela de barro e em “lume de chão” como antigamente. Ficha Técnica: Propriedade e Edição: Actualidades do Século, Lda. | Morada: Avenida da República, 872, Sala 5.1, 4430-190 V. N. Gaia Depósito Legal: 215441/04 | Editora: Ana Mota | Publicidade: Moura Lopes | Email: geral@aseditora.pt Distribuição Mensal Gratuita com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias. Propriedade e Direitos: Todos os textos e fotografias são propriedade exclusiva do País Positivo e não podem ser, total ou parcialmente, reproduzidos sem permissão prévia.
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qualidade de vida
Santa Casa da Misericórdia de Estremoz
Uma referência no apoio à população sénior “A residência sénior da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz foi inaugurada no dia 10 de setembro de 2015, no edifício “José Brito da Luz”, anexo ao Convento das Maltezas, no Rossio Marquês de Pombal. Representa um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, criou postos de trabalho e oferece um bom serviço de apoio à população mais idosa do concelho.”
consoante o nosso conhecimento e os elementos facultados por essas pessoas aprovamos ou não a ajuda solicitada e em que medida. Existem protocolos de cooperação entre a Santa Casa e a Câmara Municipal de Es-
Miguel Raimundo, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz
lação sénior através desta ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas), valência que a Misericórdia de Estremoz não dispunha. A ERPI da S.C.M.Estremoz veio colmatar necessidades do concelho neste tipo de apoio?
Miguel Raimundo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz
Penso que sim. Pelo menos, veio ajudar bastante. Temos capacidade apenas para 26 utentes, o que é claramente insuficiente para as necessidades da população idosa do concelho de Estremoz. Destas 26 camas, 17 são comparticipadas pela Segurança Social e 9 privadas, obviamente, estas últimas, com preços distintos. Admitimos já 11 pessoas que contratámos através dos programas de empregabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Os serviços proporcionados pela estrutura englobam serviços clínicos e de enfermagem, alimentação, tratamento de roupas, animação sociocultural, pessoal auxiliar, para além da direção técnica.
tremoz?
Temos as melhores relações com a Câmara Municipal, quer na ação social, quer noutros setores. Por exemplo, achámos que devíamos tratar do acervo histórico documental da Santa Casa Misericórdia de Estremoz que, como sabe, tem mais de 500 anos e possui um arquivo que não se encontra no melhor local. Dispomos, nesse arquivo, de documentos que consideramos invulgares que datam desde o século XVI. Outros, com o selo régio de D. José. Somos pois de opinião que não estão devidamente preservados. Por isso, solicitei ao Sr. Presidente da Câmara que a autarquia integrasse como entidade parceira uma candidatura a fundos a disponibilizar pela fundação Calouste Gulbenkian para o efeito, a fim de podermos ter um arquivo nas condições ideais de preservação deste espólio. Essa candidatura já está em andamento e será levada a cabo por ambas entidades. É uma iniciativa, sem dúvida, de interesse local, uma vez que tais documentos relatam factos não só alusivos à Misericórdia, mas também à cidade. Esperamos que a mesma mereça aprovação.
Existe uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Estremoz e uma outra
É um dos projetos futuros que pretende
A Santa Casa da Misericórdia de Estremoz
instituição. Descreva este acordo.
realizar?
fez um grande investimento para o con-
Temos uma situação de parceria entre Misericórdias que tanto se fala e, infelizmente, está pouco incrementada. Com efeito, é a Santa Casa da Misericórdia de Borba que confeciona as refeições para os utentes da residência sénior da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz. Nós só temos de assegurar o respetivo transporte. A Misericórdia de Borba tem uma estrutura muito superior à nossa. Dispõe de uma cozinha industrial que possibilita o fornecimento de refeições de boa qualidade e a um custo muito atrativo. É um trabalho em rede entre Misericórdias que considero deveras interessante.
Sem dúvida! Uma das nossas intenções, a curto prazo, consiste em criar o núcleo museológico da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz. Temos peças que são únicas e outras difíceis de encontrar, como o quadro do Infante D. Luís,
celho e para a população de Estremoz. Como o descreve?
Esta infraestrutura representa um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros e foi comparticipado em cerca de 60% por fundos comunitários, pelo programa Inalentejo. A parte restante foi custeada essencialmente pelo recurso a fundos próprios e ao crédito bancário. Os nossos recursos financeiros provêm principalmente dos proventos que o nosso património urbano e rústico nos permite auferir, bem como dos lucros da exploração do estabelecimento comercial de mediação dos jogos sociais do Estado que a Misericórdia de Lisboa gentilmente nos concedeu e das comparticipações da Segurança Social destinadas às nossas respostas sociais. Aquando da inauguração abriram com 10 utentes, já admitiram mais?
Desde setembro, já aumentamos o número de utentes para mais de 20 e, consequentemente, o número de funcionários da instituição. Assim, neste momento, prestamos apoio à popu-
que neste momento se encontra em exposição na Fundação Oriente com o tema “A Arte da Falcoaria de Oriente a Ocidente”, um presépio de Machado de Castro, painéis de azulejaria muito interessantes e outras que merecem divulgação pública. A recuperação do Convento também está na agenda da Santa Casa?
Sim. Até já demos o primeiro passo para apresentarmos uma candidatura a fundos europeus visando tal finalidade. Pretendemos fazer a recuperação e a conservação do Convento das Maltezas, onde funciona o Centro de Ciência Viva, que está a ser gerido desde 1993, através de protocolo celebrado entre a Santa Casa da Misericórdia de Estremoz, Câmara Municipal de Estremoz e Universidade de Évora, por esta última, o qual recebe anualmente um elevadíssimo número de visitantes, na sua maioria estudantes do ensino secundário de todo o País. E tem um projeto a nível social?
A esse nível, já estamos a diligenciar no sentido de termos disponível um terreno próprio para podermos candidatar um projeto de cariz regional visando o acolhimento de doentes de Alzheimer ou idosos com grande dependência ou até, uma unidade de cuidados continuados. Dependerá de várias condicionantes. De facto, pensamos candidatar tal objetivo a fundos comunitários, no âmbito do Programa Operacional 2020, e tentar celebrar os acordos necessários para o funcionamento dessa estrutura. Gostaria de salientar que a Santa Casa da Misericórdia de Estremoz vai continuar a trabalhar para o bem da população, da cidade e do concelho, aliás como tem sido seu apanágio ao longo deste 514 anos.
Quais são as valências que a Santa Casa da Misericórdia de Estremoz dispõe neste momento?
Temos uma Casa-Abrigo que acolhe vítimas de violência doméstica, desde agosto de 2009, uma Residência Sénior e prestamos, pontualmente, outros apoios sociais a pessoas com necessidades imediatas, por exemplo: para adquirir medicamentos, géneros alimentares ou pagar consultas médicas. Fazemos uma triagem e,
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Quinta de Cepeda
Onde a magia acontece O País Positivo entrevistou Mafalda, responsável pela Quinta da Cepeda, um local de referência na organização de eventos. A Quinta da Cepeda foi adquirida em 2004, mas sem que existisse ainda um projeto para a mesma. Em cima da mesa estiveram diversas ideias, mas a que ganhou corpo foi a criação de uma quinta de eventos. Tomada a decisão, foi hora de por mãos à obra e começar a delinear aquilo que seria o futuro da Quinta. Entre diversas reuniões com o arquiteto, o puzzle foi-se montando e a Quinta foi-se transformado naquilo que hoje se pode ver. Porém, “ao fim de apenas um ano de atividade, percebemos que o salão principal era demasiado pequeno e que estaríamos a perder alguns eventos por falta de resposta em termos de espaço. Assim sendo, decidiu-se fazer um novo investimento e aumentar a capacidade do salão principal, passando praticamente para o dobro da capacidade”, refere Mafalda. Situada em Penafiel, na margem esquerda do Rio Sousa, atravessada pela linha ferroviária do Douro, e escassos quilómetros do Porto, a Quinta de Cepeda é o local ideal para realizar os mais deslumbrantes eventos, desde casamentos a festas de aniversário. Aqui, na Quinta da Cepeda, foram já realizados acontecimentos dos mais variados estilos: Casamentos, batizados, aniversários, comunhões, eventos empresariais, congressos, seminários, colóquios, entre outros. Ou seja, “temos as condições necessárias para realizar todo o tipo de eventos e damos ainda algumas facilidades para a concretização de todos os sonhos. Por exemplo, dispomos de um heliporto que permite que os noivos cheguem à quinta de helicóptero, temos também cavalos, que permite tirar umas fotos magníficas, temos um lago com uma ilha, um campo de futebol relvado, entre outros“, acrescenta a nossa interlocutora. Aqui, os sonhos concretizam-se. Se quer ter um momento de qualidade, não hesite em contactar a Quinta da Cepeda, um local mágico onde os desejos se tornam realidade.
Quinta de Cepeda Rua de Cepeda s/n 4560 Penafiel TLM: 964941102 e 964513633
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centro hípico de coimbra
Pelo amor aos cavalos Entrevista a Ana Jordão, do Centro Hípico de Coimbra no restaurante que está aberto durante todo o ano, bem como uma loja de material de equitação. Qual a importância do CHC na região de Coimbra?
Quando sugiu o centro hípico de Coim-
O Centro Hípico de Coimbra é neste momento um espaço verde apetecível e um polo desportivo e de formação com a escola de equitação a funcionar em pleno desenvolvimento. A organização de competições nacionais e internacionais que integram o Calendário da Federação Equestre Portuguesa trazem à cidade de Coimbra um número significativo de atletas que se fazem acompanhar por familiares e instrutores. Estas iniciativas são uma mais valia em termos de visitas à nossa cidade e geram uma boa procura hoteleira e de serviços.
bra e com que objetivos?
O Centro Hípico data de Dezembro de 1981 e sedia-se na Mata do Choupal em terrenos cedidos pela Câmara Municipal de Coimbra. Constituída a primeira Direcção, a construção das primeiras boxes e picadeiros começam e nasce este espaço que ainda hoje considero único. Esta associação surge com o objectivo de cultivar os desportos equestres, promover o seu desenvolviemnto e promover o gosto e o interesse pelo hipismo. A primeira Direcção junta um grupo de amantes dos cavalos e o trabalho desenvolvido imprime a este clube um cunho muito característico e de grande carisma. Caraterize o centro e indique o que o diferencia dos restantes?
O Centro Hípico de Coimbra insere-se num espaço junto à Mata do Choupal e consegue usufruir de um enquadramento de rara beleza natural. A dimensão do espaço permitiu enquadrar várias pistas para a prática do hipismo e um núcleo de boxes e pátios onde os sócios instalam os seus cavalos, associado a vários caminhos ladeados por árvores frondosas e pista de galope. A noção de espaço e liberdade de movimentos, permite aos sócios e visitantes um verdadeiro passeio na natureza e fugir ao bulício da cidade. Quais as facilidades e instalações existentes?
O Centro Hípico numa área de 7 hectares, tem neste momento quatro picadeiros exteriores, sendo um de relvado, um picadeiro coberto, boxes individuais, pátios e ainda uma pista de galope. Tem zonas verdes arborizadas que tornam este espaço muito acolhedor e aprazível. Há ainda uma zona social com um bar e peque-
O número de praticantes de hipismo tem vindo a diminuir? O que leva a que isso aconteça?
Que
propostas
apresenta
para captar novas inscrições?
Falando em termos particulares do Centro Hípico, devo dizer que esta Direcção encontrou um trabalho feito de manutenção e equilíbrio mas em termos desportivos, o Centro Hípico estava a passar por um período de marasmo e de alguma inércia. Esta nova Direcção, em funções desde Setembro do ano passado, acreditou desde o primeiro momento que usufruia de um espaço único e com todas as condições para voltar a catapultar o nome do Centro Hípico para a esfera dos concursos apetecíveis, capazes de dignificar um calendário desportivo com provas nacionais e internacionais. Os cavaleiros gostam de vir a Coimbra. Tentamos aliar a parte técnica com o saber e querer receber amigos. A nível de concursos não temos notado uma diminuição do número de praticantes. Em termos de escola de equitação temos alguma procura mas gostaríamos de ver mais alunos a frequentarem o Centro Hípico. Em termos de cavalos a penso, este número também tem aumentado mas ainda está longe do número de anos anteriores. A crise económica aliada a uma ideia de que é um desporto de elite e para elite, são sem dúvida fatores dissuasores. No entanto aprender a montar a cavalo, dar os primeiros passos no hipismo e mesmo iniciar a competição não é proibitivo. As escolas de equitação, regra geral, têm cavalos para este fim e as mensalidades não tornam este desporto mais caro do que a mensalidade paga para praticar outros desportos. A nível de competição, esta modalidade sofre de falta de apoios de spon-
sors. A visibilidade deste desporto nas pa´ginas dos jornais, na televisão e noutros meios de comunicação social é escassa. O retorno para o patrocinador muitas vezes não é visível. Tornar este desporto como um desporto de interesse e de captação de massas, passaria por um apoio muito maior da esfera da comunicação social e de espaços de divulgação... As comissões organizadoras teraõ que desenvolver um trabalho sério neste sentido e a Federação Equestre Portuguesa deveria ser um veículo mais incisivo e assumir perante os media um papel de angariação de espaços de reportagem e de notícia. O centro abre as portas ao público em geral? Em que moldes?
O Centro Hípico é um espaço reservado a sócios mas encontra-se sempre de portas abertas a todos os que nos queiram visitar. As férias desportivas e as parcerias com várias entidades locais são prova disso. É um espaço da cidade para a cidade. Só assim conseguimos crescer. Os eventos desportivos aqui organizados são de entrada livre. Temos vistas de escolas e de associações que fazemos graciosamente. O primeiro passo para a angariação de um futuro aluno da escola ou de um futuro sócio nasce no contacto com o cavalo. Os laços criam-se desde o primeiro momento; a primeira festa, o dar um pedaço de maçã, o limpar, o escovar o cavalo. A Direção tem criado protocolos com diferentes entidades que permitem a visita de um maior número de pessoas às nossas instalações. Posso-lhe dizer que nos últimos tempos foram assinados protocolos com a Escola Vasco da Gama (curso
de veterinária) com a Ordem dos Advogados do Centro e com o Clube de Ténis. Quais as principais provas que vão se realizadas no CHC?
Este ano o Centro Hípico calendarizou vários concursos de saltos e de ensino de cariz nacional (inseridos todos eles no Calendário da Federação Equestre Portugesa) e em Julho levamos a cabo a 3ª edição do Concurso de Saltos Internacional- Rainha Santa Isabel e que integra o Programa das Festas da Cidade de Coimbra e o Calendário da Federação Equestre Internacional. Pela primeira vez, recebemos o Campeonato Nacional de Cavalos Novos e o Campeonato Nacional de Veteranos que até à data se sediavam basicamente na cidade de Lisboa. Foi uma aposta trazer estes Campeonatos Nacionais para Coimbra. A Federação acreditou no Centro Hípico de Coimbra e a Direcção do Centro Hípico de Coimbra acredita nas suas infraestruturas para o fazer com dignidade e profissionalismo. Gostaria de deixar uma mensagem para potenciais praticantes?
É talvez das modalidades desportivas mais apaixonantes e exigentes, mas que nos completam em termos físicos e psicológicos. A particularidade de ser uma prática que não depende só de nós mas de um trabalho de conjunto com o cavalo, ensina a criar laços, respeito, humildade. A prática desta modalidade tem por base um compromisso que só conseguimos levar a cabo se o nosso “companheiro” estiver do nosso lado. E isso conquista-se!
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