País Positivo Nº95

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Este suplemento comercial faz parte integrante do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias de 22 de junho de 2016 e não pode ser vendido separadamente

Junho 2016 | Edição Nº95

“Excelência é o nosso horizonte”

Marília Raro, Diretora do AE António Sérgio

Apoiar a inovação social e dinamizar o investimento são os objetivos da Iniciativa Portugal Inovação Social, Filipe Santos, Presidente Comissão Diretiva da Portugal Inovação Social



Inovação Social Junho 2016

Iniciativa Portugal Inovação Social “Penso que uma das razões pelas quais as consequências da crise económica que vivemos não foram mais negativas na vida das pessoas foi porque existe uma rede de apoio social, suportada pelas entidades da economia social, que ajudaram a que muitas pessoas não caíssem na pobreza extrema. A economia social é um setor muito importante para o bem-estar dos portugueses, para a redução das desigualdades económicas e para a inclusão social. É um setor que precisa de ter uma injeção de financiamento pois existem muitas iniciativas de inovação e empreendedorismo social a nascer que merecem apoio para que possam crescer, replicar-se e gerar mais impacto. ” Filipe Santos, Presidente Comissão Diretiva da Portugal Inovação Social

A INICIATIVA O crescimento e importância da inovação e empreendedorismo social a nível mundial geraram um movimento global para que se desenvolva um ecossistema de financiamento e dinamização deste setor. O setor financeiro e de capital de risco está, neste momento, a inovar as suas práticas e instrumentos para apoiar projetos de impacto – é o que se denomina como investimento social. Apoiar a inovação social e dinamizar este setor de investimento social são os objetivos da Iniciativa Portugal Inovação Social, que foi criada no âmbito do Portugal 2020. Este é um movimento global do qual

Portugal faz parte e, para promover este setor e os seus instrumentos financeiros, vamos participar em eventos como o “Fórum Empreendedorismo Social AMP 2020”, a realizar no Porto, no dia 29 de junho de 2016 e o “Global Impact Investment Plenary”, a decorrer nos dias 7 e 8 de julho de 2016 na Fundação Gulbenkian, que vai receber os maiores líderes deste setor a nível mundial para discutir tendências e novas abordagens, naquele que promete ser um evento muito impactante a nível mundial. O que queremos fazer para o empreendedorismo social é semelhante ao que aconteceu na área do empreendedorismo tecnológico. Há dez anos falava-se muito de empreendedorismo, mas

fazia-se muito pouco e os resultados eram escassos e pouco evidentes. Poderia haver um ou outro investidor, mas não existia um ecossistema de apoio, não haviam fundos e apostas públicas na área. Em dez anos tudo mudou: criou-se um ecossistema de apoio ao empreendedorismo e inovação, modelos de financiamento assentes no capital de risco, incubadoras e aceleradoras para desenvolver bons projetos e o resultado está à vista: em termos de impacto das startups em Portugal, da criação dos primeiros unicórnios (empresas com valorização acima de 1 bilião de dólares) e o “Web Summit” a vir para Lisboa (um dos mais importantes eventos mundiais de tecnologia, empreendedorismo e inovação). Isto foi, de facto, resultado de uma política ativa de dinamização da inovação e do empreendedorismo. O que estamos a fazer é desenvolver processos semelhantes para a área da inovação e empreendedorismo social. INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO SOCIAL Empreendedorismo social é o processo de desenvolver e implementar soluções sustentáveis para problemas negligenciados da sociedade. A inovação social é o resultado positivo desse processo na forma de uma solução distinta para um problema da sociedade com impacto positivo comprovado e superior às soluções existentes, tendo em conta o custo de oportunidade dos recursos utilizados. A inovação social assim é um motor essencial para a renovação e reforço da economia social, tal como como a inovação empresarial é o motor essencial da renovação do tecido empresarial. Já se começa a falar muito desta área de inovação social mas, até recentemente não existia um ecossistema de apoio, os empreendedores sociais trabalhavam

“ O mais importante não é o custo do dinheiro mas o valor do impacto que pode ser gerado!” Ficha Técnica: Propriedade e Edição: Actualidades do Século, Lda. | Morada: Avenida da República, 872, Sala 5.1, 4430-190 V. N. Gaia Depósito Legal: 215441/04 | Editora: Ana Mota | Publicidade: Moura Lopes | Email: geral@aseditora.pt Distribuição Mensal Gratuita com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias. Propriedade e Direitos: Todos os textos e fotografias são propriedade exclusiva do País Positivo e não podem ser, total ou parcialmente, reproduzidos sem permissão prévia.


Inovação Social Junho 2016

isolados, o financiamento disponível era de curto prazo e orientado para projetos específicos, e esses projetos acabavam por ficar muito pequenos, de intervenção local, ou mesmo por morrer por falta de apoio mesmo quando geravam impacto. O objetivo, enquanto política pública, da Portugal Inovação Social é o de criar um ecossistema de apoio e financiamento à inovação e empreendedorismo social para que os bons exemplos que já temos e outros que apareçam recebam de facto a oportunidade de crescer, de replicar as suas ideias e de ter maior impacto, melhorando a vida das pessoas. A inovação social é uma prioridade transversal a nível Europeu e ao nível do Portugal 2020 também. Mas se ninguém as assumir como foco prioritário, as prioridades transversais arriscam-se a ficar esquecidas. Daí o Governo ter decidido criar uma iniciativa apoiada por uma estrutura de missão própria – A Portugal Inovação Social - e ter mobilizado uma parte do financiamento do Portugal 2020 – 150 milhões de euros - para financiar iniciativas de inovação social, com uma estratégia clara de dinamizar o papel que os setores filantrópico, empresarial e financeiro podem ter neste processo como investidores sociais. Um verdadeiro ecossistema para a inovação social vai requerer uma colaboração e articulação entre os setores público, social e comercial. Referiu a inovação e o empreendedorismo social. O que significa, na prática, estes dois termos? A marca distintiva dos projetos de inovação social é a preocupação da equipa empreendedora em maximizar o impacto social e criar um modelo sustentável que resolve um problema social, por exemplo, de integração de refugiados pelo ensino da língua e promoção da multiculturalidade, de inclusão de pessoas daltónicos pela cor através de um código universal, de resolver o problema do desemprego de jovens graduados ensinando-lhes programação para que estes tenham uma empregabilidade garantida, de desenvolver um programa de atividades físicas adaptadas para pessoas idosas para prevenir problemas de saúde e promover o envelhecimento ativo; há centenas de

projetos como estes que resolvem problemas reais da sociedade e que têm um modelo inovador que pode ser sustentável. Na liderança destes projetos está normalmente um empreendedor social ou equipa inovadora que, ou através de uma nova startup social, ou no seio de uma entidade da economia social tradicional, ou no contexto de uma empresa, desenvolve estas soluções com o objetivo de ter um impacto social específico, resolver um problema da sociedade de uma forma muito clara e focada, ao mesmo tempo que tenta ser sustentável economicamente. Esta procura da sustentabilidade exige que se consiga gerar os recursos necessários através do próprio modelo de negócio, de modo a que a iniciativa possa crescer e disseminar a sua solução. Normalmente os empreendedores sociais têm a ambição de gerar impacto, dando escala aos seus projetos de inovação e de empreendedorismo social. Queremos que estes bons projetos – e existem muitos em Portugal já estão devidamente identificados através de mapeamentos e concursos – cresçam, ganhem escala e até que repliquem os seus modelos e exportem as suas soluções. Um projeto de inovação social pode necessitar de um financiamento inicial de caráter filantrópico mas assim que consegue provar o seu impacto, atrair parceiros e clientes, desenvolver um produto ou serviço associado, este pode tornar-se sustentável permitindo chegar a mais pessoas e ganhar escala. Se antes os empreendedores sociais ou ficavam pequeninos sem conseguir atingir a escala necessária ou tinham que criar uma empresa que recebesse investimento financeiro (por exemplo de capital de risco) na condição de maximizar o lucro, agora estes projetos podem receber o mesmo investimento social que lhes permite crescer na condição de maximizarem o impacto. Assim as startups sociais podem receber financiamento para crescer, sem perder os seus princípios, fazendo parte do setor da economia social e conseguindo atingir escala e levar o seu impacto a mais pessoas. ECONOMIA SOCIAL A constituição portuguesa preconiza

três setores da economia: o público, o privado empresarial e o da economia social. Este (denominado) terceiro setor tem sido um pouco subalternizado face aos outros. O setor público e o empresarial têm um peso muito grande na economia nacional, enquanto o setor social tem um peso ainda pequeno, de cerca de 2,5% de valor acrescentado bruto, mas possui uma percentagem de empregabilidade muito significativa, cerca de 5% e é um setor com um impacto muito grande no bem-estar das pessoas e na promoção da igualdade económica e inclusão social. Os participantes da Economia social são muito apaixonadas pelos temas que abordam, conhecem na realidade os problemas sociais, mas não têm por vezes o enquadramento em termos de equipas de gestão e potencial de crescimento que permita que os seus projetos atinjam maior escala. Um exemplo interessante de referir, quando se fala de atingir escala, é o Banco Alimentar. Uma entidade que consegue desenvolver uma solução inovadora em articulação e complementaridade com a rede de IPSS, e fazê-la ganhar escala nacional mobilizando milhares de voluntários todos os anos é um exemplo de projeto que conseguiu ganhar escala. Com esta escala ainda não existem muitos projetos recentes em Portugal, embora exista um potencial enorme nas redes da Economia Social que já existem, como a rede das Misericórdias com uma implantação nacional, a Cruz Vermelha Portuguesa ou outras entidades e redes da Economia Social, bem como um conjunto de iniciativas inovadoras com potencial validado a nível local que estão a tentar desenvolver pro-

cessos de replicação nacional e mesmo internacional. Deveríamos ter mais projetos de inovação social a desenvolver-se e a crescer, alguns capazes de gerar produtos e serviços sociais inovadores com potencial de geração de receitas próprias, e daí precisarmos de desenvolver este ecossistema de inovação social. A economia social tem um conjunto de modelos jurídicos que inclui as cooperativas, as fundações, as associações, as mutualidades, as misericórdias e outras entidades que corporizam, em modelos jurídicos com especificidades próprias, os princípios centrais da economia social e uma preocupação muita grande em criar valor para a sociedade. QUE DESAFIOS QUE JUSTIFICARAM A CRIAÇÃO DA PORTUGAL INOVAÇÃO SOCIAL? O financiamento da economia social está muito fragmentado e é normalmente de curto prazo, em particular, para projetos inovadores. Por outro lado, há um conjunto de problemas sociais com tendência para se agravarem ligados ao desemprego, envelhecimento da população e fenómenos de exclusão social. Os desafios são muitos, pelo que há necessidade de mais crescimento e inovação na Economia Social. Para isso, o capital investido pelo Estado na economia social tem que ser aumentado e deve ser complementado por outras fontes, tais como as empresas que poderão financiar projetos de impacto social, e investidores que procuram aplicações financeira atrativas e com impacto num contexto de taxas de juro muito baixas. Os desafios são muitos e mas as oportunidades também. Este movimento de

“ A marca distintiva dos projetos de inovação social é a preocupação da equipa empreendedora em maximizar o impacto social e criar um modelo sustentável que resolve um problema social, por exemplo, de integração de refugiados pelo ensino da língua e promoção da multiculturalidade, de inclusão de pessoas daltónicos pela cor através de um código universal, de resolver o problema do desemprego de jovens graduados ensinando-lhes programação para que estes tenham uma empregabilidade garantida, de desenvolver um programa de atividades físicas adaptadas para pessoas idosas para prevenir problemas de saúde e promover o envelhecimento ativo; há centenas de projetos como estes que resolvem problemas reais da sociedade e que têm um modelo inovador que pode ser sustentável.”


Inovação Social Junho 2016

inovação social está a surgir não só da economia social, mas também através dos jovens que pretendem atribuir um novo propósito ao seu trabalho e às suas ações como o voluntariado e o envolvimento em projetos de impacto social, experiências que os levam a criar o próprio projeto ou associar-se a um projeto novo com ambição de gerar impacto, tornando-se assim empreendedores sociais. Ao mesmo tempo, muitos empresários começam a sentir necessidade de promover de forma mais estratégica e vincada a responsabilidade social das suas empresas. E, crescentemente, os investidores querem aplicar o seu capital em ativos financeiros que possam gerar impacto social mensurável e ter retorno. Daí a criação pela Portugal Inovação Social do Fundo de Inovação Social e restantes instrumentos de financiamento. FUNDO DE INOVAÇÃO SOCIAL (FIS) O Fundo de Inovação Social surge no âmbito de uma estratégia de financiamento mais vasta e tem uma dotação de Fundos Estruturais Europeus de perto de cem milhões de euros oriundos do Programa Operacional Inclusão social e Emprego (POISE), naquela que é uma experiência pioneira a nível Europeu. Esse montante vai ser colocado num Fundo de Fundos gerido por uma entidade pública independente e com experiência neste campo, a PME Investimentos, SA. Por sua vez esse fundo de fundos abre concursos para investidores financeiros (bancos, capitais de risco e business angels) se candidatarem a aceder a estas verbas para investimentos em projetos de inovação social, se trouxerem também o seu próprio capital, sendo exigido também um plano claro de como vão identificar bons projetos e ajudá-los a crescer, não só com financiamento mas também com apoio à gestão. Assim, operacionalmente e em termos de decisões específicas, é delegado aos próprios investidores, que comprometeram também fundos próprios, decidir onde vão aplicar os fundos disponíveis. Queremos que o FIS seja um trigger para dinamizar um ecossistema de apoio à inovação social e um verdadeiro setor de investimento social. A forma como estamos a desenhar a iniciati-

va visa promover o envolvimento das entidades privadas e do setor financeiro para que seja um esforço continuado e sustentável que não termine quando terminar o programa “Portugal 2020”. Para alcançar este objetivo, a Portugal Inovação Social aposta duas áreas de trabalho: uma é a dinamização do ecossistema e outra é a área de financiamento. DINAMIZAÇÃO DO ECOSSISTEMA Acreditamos que é importante promover a lógica de ecossistema de apoio à inovação social. Para tal estamos a promover o conceito e prática da inovação social e desenvolver um diálogo e parcerias com entidades preparadas acolher estas iniciativas, apostando em incubadoras, aceleradoras e mentores de inovação social, bem como na sensibilização e envolvimento de investidores sociais. Temos também uma equipa de dinamização do ecossistema que tem presença em cada uma das cinco regiões de Portugal Continental, em particular nesta fase inicial nas regiões menos desenvolvidas e prioritárias para financiamento da Portugal Inovação Social: Norte, Centro e Alentejo; Trata-se de ter em cada região um ponto focal para fazer as interações regionais com a missão de identificar bons projetos para serem financiados, fazer parcerias regionais com diferentes entidades para que haja mais e melhor inovação social nessa região. Trabalhamos em parcerias com as CCDRs – Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional, promovendo o tema da inovação social das CIM – Comunidade Intermunicipal, e dos municípios, empresas e entidades sociais da região. INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO Temos capacidade para mobilizar 150 milhões de euros de financiamento do “Portugal 2020” assentes em quatro instrumentos de financiamento que pretendem acompanhar o percurso de vida destas Iniciativas de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES) e as apoiam nas diferentes fases de crescimento: • Capacitação para o Investimento So-

“Para a PME Investimentos o Fundo de Inovação Social significa um desafio acrescido pela tipologia do impacto que o mesmo terá na sociedade e na economia. A PME Investimentos,está fortemente empenhada no sucesso desta iniciativa.” Gonçalo Laje, PME Investimentos cial, destinado a fortalecer a capacidade das iniciativas de inovação e empreendedorismo social de gerar impacto e receber investimento social através de financiamentos não reembolsáveis até 50,000 euros para intervenções de capacitação que melhorem processo e práticas de gestão; • Parcerias para o Impacto, para cofinanciamento de investimento filantrópico por investidores sociais, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento e crescimento de iniciativas de inovação e empreendedorismo social; • Títulos de Impacto Social (TIS), com vista à contratualização de intervenções que levem a uma maior inovação e eficiência na prestação de serviços públicos, numa lógica de reembolso dos investimentos após demonstração dos resultados alcançados; • Fundo para a Inovação Social (FIS), para cofinanciamento numa lógica de instrumento financeiro de operações de investimento social realizadas por investidores que concedam financiamentos para a consolidação ou expansão de iniciativas de inovação e empreendedorismo social. Estes são instrumentos inovadores que visam criar um círculo virtuoso com orientação para resultados. Prevemos abrir até julho as candidaturas às Parcerias para o Impacto e aos Títulos de Impacto Social, às quais as entidades da economia social se poderão candidatar até setembro. Nas Parcerias para o Impacto incentivamos e alavancamos o investimento filantrópico de fundações e empresas em projetos de inovação social, através de um modelo de cofinanciamento. Queremos assim aumentar o nível de filantropia em Portugal e promover a lógica de filantropia de impacto – filantropia com orientação estratégica e compromisso financeiro de médio prazo, acompanhando as iniciativas apoia-

das e promovendo a sua sustentabilidade e a geração de impacto. Nos Títulos de Impacto Social o investimento realizado tem a natureza reembolsável para o investidor social quando os resultados são demonstrados por uma entidade externa independente, o que leva a que as empresas, as fundações e outras entidades filantrópicas apostem nos projetos com impacto mensurável e alinhamento com os objetivos de política pública. Este modelo incentiva os investidores para que acompanhem todos os passos do projeto porque sabem que se este não der resultado eles também não são ressarcidos do valor financiado. É uma lógica muito virtuosa de trabalho e que pode gerar evidências, em termos de impacto, sinalizando as intervenções mais meritórias que poderão tornar-se novas políticas públicas. O DESAFIO E OPORTUNIDADE DA INOVAÇÃO SOCIAL O desafio da inovação social é o de conseguir ter escala e gerar um impacto transformador. A sustentabilidade das iniciativas e a sua disseminação pode ser alcançada por várias vias: através da comercialização de um produto ou serviço que traz ganhos sociais, através de parcerias estratégias com entidades da economia social ou empresarial, através da sua adoção como nova política pública quando a inovação é tão vantajosa que o estado a vai apoiar contratando-a ou adotando-a nas suas próprias práticas, ou através da medição clara do seu impacto social que leva a financiamento de longo prazo em função desse mesmo impacto. Há vários caminhos que os empreendedores sociais podem adotar para terem mais impacto. Um ecossistema de financiamento e apoio vibrante abrirá estes caminhos e oferecerá mais possibilidades para os empreendedores sociais conseguirem mudar o mundo com as suas inovações.


Inovação Social – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social Junho 2016

“Estimular o potencial da economia social” Entrevista a Eduardo Graça, presidente da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social - Cases.

De que forma definiria o conceito de Economia Social e a sua importância para o desenvolvimento socioeconómico do país? Qual o estado da Economia Social em Portugal? A Economia Social é constituída por um conjunto de entidades organizadas formalmente, com autonomia de decisão e liberdade de adesão, criadas para satisfazer as necessidades dos seus membros de que se destacam as cooperativas, mutualidades, associações e fundações. A distinção fundamental em relação ao setor privado reside em que o processo de tomada de decisão e distribuição de benefícios, ou excedentes, pelos membros não estão diretamente ligados ao capital, ou quotizações de cada um, correspondendo a cada membro um voto, ou seja, os excedentes, quando existem, não podem ser apropriados pelos agentes económicos que os criam, controlam ou financiam. A Economia Social é um conglomerado económico/social que na União Europeia contribui para mais de 7,5 por cento do emprego remunerado total (5,5 por cento em Portugal, 2010) mostrando que, no caso de Portugal, existe uma margem de crescimento do setor muito relevante para criação de emprego remunerado, assim como um enorme potencial para o crescimento do voluntariado. Qual a missão da CASES? Em breves palavras a CASES, incluin-

“ A Economia Social é um conglomerado económico/social que na União Europeia contribui para mais de 7,5 por cento do emprego remunerado total (5,5 por cento em Portugal, 2010) mostrando que, no caso de Portugal, existe uma margem de crescimento do setor muito relevante para criação de emprego remunerado, assim como um enorme potencial para o crescimento do voluntariado.”

do as entidades que a integram, tem como missão estimular o potencial da economia social, no plano institucional e prático, em prol do desenvolvimento socioeconómico do país. Quais os seus eixos estratégicos? Os objetivos da CASES têm vindo a ser prosseguidos em torno dos seguintes eixos estratégicos: Institucional e legal, contribuindo para colocar a Economia Social e as suas organizações na agenda da política na-

cional, em consonância com as grandes linhas da política da União Europeia para o setor; Reforço da aliança entre o Estado e as organizações de Economia Social no contexto da sua modernização correspondendo à disposição constitucional que consagra o “sector cooperativo e social”, a par dos setores público e privado, como um dos pilares da organização económico-social do Estado e um dos setores de propriedade dos meios de produção; Apoio ao desenvolvimento da economia social, através de um conjunto de programas, medidas e ações destinados a promover a modernização do setor; Promoção e apoio ao empreendedorismo social através da criação de novos programas que estimulem a capacidade empreendedora dos cidadãos e das organizações, criando mecanismos legais, e operacionais, destinados a incentivar a iniciativa individual e coletiva na área da economia social. O sector da Economia Social está, hoje, mais coeso? As entidades que integram o setor da economia social, em Portugal, são cerca de 61 mil, com dados de 2013, tendo vindo a caminhar-se da dispersão para um progressivo auto reconhecimento, e reconhecimento mútuo. Qualquer processo de reforço e coesão do setor não pode se entendido nunca em prejuízo da sua diversidade e autonomia. Deverão ser as próprias entidades associativas do setor, aos seus diversos níveis, organizando-se de forma autónoma, a promover o debate acerca da questão associativa do setor no seu conjunto. Programas CASES: a aposta na formação, em programas direcionados para o empreendedorismo jovem, programa “Impacto Social” 2016, entre outros. Quais os mais relevantes e quais os resultados? Além de outros programas vocacionados para a promoção do empreendedorismo social, em particular, junto das gerações mais novas, quero assinalar a conceção e lançamento, em breve, do programa COOPJOVEM, sob responsabilidade da CASES, no âmbito do “Portugal 2020”, com o objetivo de estimu-

lar a criação de cooperativas por jovens e que, até ao final de 2018, mesmo se estimarmos uma modesta taxa de execução, permitirá o rejuvenescimento, e substancial crescimento, do movimento cooperativo em Portugal. Inovação Social: Qual a relação entre esta e o desenvolvimento da Economia Social? As questões que se debatem nos centros de poder europeu, e global, interessam-nos, em particular, as que respeitam à definição de conceitos inovadores no sentido de promover a confluência de valores e princípios diversos que, estrategicamente, poderão confluir num novo conceito de organização das sociedades em que o económico não capture o social nem o social condicione o económico. A economia social é um setor portador de inovação social, sendo ele próprio, ao longo da história, o resultado de respostas inovadoras que os cidadãos conceberam e concretizaram (veja-se a história secular das Misericórdias Portuguesas.) Após um longo período histórico de vazio no que respeita à reinvenção do conceito de economia social, com as suas virtualidades e constrangimentos, quer no plano político, institucional, legal, doutrinário, económico e social, Portugal deu, num curto período de tempo, um salto em frente, colocando-se, para admiração dos mais atentos ao fenómeno, na primeira linha, não só a nível europeu como mundial. Inovação, no conceito básico, pressupõe transferência de tecnologia resultante da ligação com o ecosistema académico. Na Economia Social, existe essa relação? Na economia social em Portugal existe uma relação entre o ecossistema académico e o setor da economia social. Nos últimos anos tem sido percorrido um caminho no sentido de estimular a relação entre a academia e o setor, assistindo-se, em particular, a um crescimento das ofertas de formação pós graduada. Recentemente foi aprovado o Fundo de Inovação Social tido como


Inovação Social – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social Junho 2016 pioneiro no que respeita ao financiamento do empreendedorismo e inovação social. Como analisa a pertinência temporal, quantitativa e qualitativa deste fundo e as repercussões no futuro da economia social? Existe uma forte expectativa no setor da economia social acerca do modelo de gestão do Fundo e dos benefícios da sua implementação para o desenvolvimento e qualificação das entidades da economia social. Desde sempre tenho vindo a defender que o setor da economia social, tal como está definido na ordem legal e prática geral, no âmbito das suas atividades, inovação social que carece de ser apoiada.

“ Após um longo período histórico de vazio no que respeita à reinvenção do conceito de economia social, com as suas virtualidades e constrangimentos, quer no plano político, institucional, legal, doutrinário, económico e social, Portugal deu, num curto período de tempo, um salto em frente, colocando-se, para admiração dos mais atentos ao fenómeno, na primeira linha, não só a nível europeu como mundial.”

Ainda no financiamento, foi lançado o GEOFundos. Mais uma solução que reune vários parceiros com um objetivo. Fale-nos um pouco sobre este portal e respetivas vantagens. A CASES é uma das entidades promotoras do GEOFundos constituindo uma plataforma online que reúne todas as oportunidades de financiamento, nacionais e internacionais, disponíveis para as entidades e iniciativas da Economia Social. O portal é um instrumento valioso no estímulo, e facilitação, do acesso à informação de todos os atores interessados no conhecimento dos programas e linhas de financiamento disponíveis no âmbito da economia social. Em que consiste o Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio (5ª edição)e quem se pode candidatar? O Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio tem uma natureza simbólica, instituído pela CASES, constituindo uma forma pública e solene de homenagear as pessoas singulares e coletivas que, em cada ano, mais se tenham distinguido na implementação e difusão de projetos inovadores e sustentáveis, na produção de estudos e trabalhos de investigação, na oferta formativa de nível pós-graduado e na realização de trabalhos escolares em domínios relevantes para a Economia Social. O período de receção de candidaturas decorre durante o mês de junho de 2016 sendo possível obter toda a informação necessária para concorrer em http://www.cases.pt/atividades/premioantoniosergio

Vídeo “Alto Minho para investir”

Vídeos “Alto Minho para visitar”

Vídeo “Sabores e paisagens do Alto Minho”

Vídeo “Alto Minho greenways”

Vídeo “Alto Minho mar e rios”


Inovação Social – Fundação Calouste Gulbenkian Junho 2016

“A inovação social não é o objetivo! É uma fase de um processo.” Filantropo de origem arménia, Calouste Sarkis Gulbenkian foi um homem de negócios e colecionador de arte. Adquiriu nacionalidade britânica em 1902 e morreu em 1955, em Lisboa. Deixa a sua vontade expressa em testamento: que seria construída, em Lisboa, a sede de uma fundação internacional com o seu nome, em benefício de toda a humanidade.

A Fundação Calouste Gulbenkian nasce em 1956 como uma fundação portuguesa para toda a humanidade, com o intuito de fomentar o conhecimento e de melhorar a qualidade de vida das pessoas através das artes, da beneficência, da ciência e da educação. Tem caráter perpétuo e desenvolve as suas atividades a partir da sua sede em Lisboa e das delegações em Paris e em Londres. “A Fundação Calouste Gulbenkian desenvolve há 60 anos a sua atividade tendo presentes as finalidades estatutárias – artes, beneficência, educação e ciência – sempre com a liberdade de as reinterpretar e abordar em função daquilo que tem sido a evolução das sociedades, das suas expetativas, necessidades ou problemas”, Luísa Sanches Valle, diretora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano.

O Programa Gulbenkian Desenvolvimento Humano (PGDH) surge dentro de um dos quadros de referência da Fundação Gulbenkian? A Fundação Gulbenkian tem uma história longa de 60 anos na promoção dos direitos humanos, na intervenção social junto das pessoas com maiores dificuldades e no apoio às organizações do setor social o que se traduz num importante capital de conhecimento, sensibilidade e rede de parceiros. O PGDH surge com uma lógica proactiva de apoio a projetospiloto que testem respostas adequadas e eficazes a problemas sociais, porque entendemos que esse é um dos papéis que se adequa a uma fundação: o de antecipar e experimentar, assumindo os riscos inerentes. O PGDH pretende ser, entre outros aspetos, um agente de mudança. Que linhas foram traçadas para a concretização dos seus objetivos? Investimos no conhecimento, na capacidade de antecipação e compreensão dos fenómenos sociais, na experimentação de respostas sociais, na criação de oportunidades, no estabelecimento e consolidação de parcerias e no apoio às organizações do setor social. O principal objetivo é o de incentivar e facilitar a inclusão social dos grupos mais vulneráveis da população como é o caso, por exemplo, das crianças e jovens em risco, dos migrantes ou das pessoas mais velhas em situação de isolamento e solidão. O PGDH nasceu em 2009 com um programa para cinco anos que foi executado e avaliado e em 2014 iniciámos um novo ciclo de cinco ano que assenta numa estratégia que tem em conta a experiência adquirida, os resultados da avaliação externa, as orientações do nosso Conselho

Consultivo e, sobretudo, as novas configurações e complexidades dos problemas sociais. Durante estes cinco anos, a nossa atuação enquadra-se nos seguintes três eixos: Facilitação da inclusão social de pessoas em situação de maior vulnerabilidade, através de projetos experimentais que possam ser replicáveis e que assentem em parcerias estratégicas; Reforço da capacidade de intervenção e na resiliência das organizações sociais através de ganhos de eficiência e de eficácia; Aprofundamento do conhecimento em matéria das determinantes dos problemas sociais, dos seus impactos ou de respostas possíveis e ainda, na observação dos sinais antecipatórios de mudanças sociais. No âmbito da atuação da Fundação como surge o conceito de inovação social? A Fundação Gulbenkian sempre foi uma instituição muito virada para o progresso e com iniciativas e práticas inovadoras em todas as áreas em que foi intervindo. Portanto sempre convivemos e promovemos a inovação sem contudo teorizarmos sobre o conceito. A inovação social começa a integrar o nosso “discurso” a partir de 2007 ou 2008 e curiosamente, num primeiro momento, pensámo-la como um objetivo mas rapidamente apercebemo-nos que era antes uma atitude e parte dos processos. O objetivo não é a inovação social em si, o objetivo é encontrar uma resposta social eficaz. A aposta nos projetos de empreendedorismo social foi o passo seguinte? Sim, o apoio ao empreendedorismo social surge numa fase posterior quando

O PGDH em números 25 000 beneficiários diretos 82 subsídios 29 projetos-piloto 15 conferências e apresentações públicas de projetos com um total de 4800 participantes 17 seminários, workshops e encontros com um total de 1150 participantes 2 livros publicados 2 formações para capacitação de organizações 2 festivais 4 espetáculos (teatro, música, circo) e 2 sessões de cinema com um total de 1500 espetadores Luísa Sanches Valle, diretora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano

Dados referentes ao ano de 2015, não incluindo dados de anos anteriores


Inovação Social – Fundação Calouste Gulbenkian Junho 2016 sentimos necessidade de estimular e dar espaço para o aparecimento de novos “atores” na área social que trouxessem novas visões e competências para complementar o que de muito bom já se fazia nesta área. Hoje em dia já não é suficiente fazer o bem, é fundamental que o bem seja bem feito porque os recursos são escassos, os problemas sociais são mais complexos e as pessoas estão mais conscientes dos seus direitos. Desta forma há que trabalhar neste setor de forma diferente, designadamente, utilizando ferramentas de gestão, de monitorização, de avaliação e de reporte, funcionar em rede, encontrar formas de partilha de conhecimento e de recursos, desenvolver novos modelos de financiamento, encontrar novos parceiros, pensar na sustentabilidade etc. E para que isto aconteça é necessário incorporar novas competências, alterar atitudes, empreender e inovar. Os projetos futuros da Fundação Calouste Gulbenkian incidem nalguma área específica? Até 2018 temos bem definidas as prioridades de intervenção embora mantenha-

mos alguma margem de flexibilidade para acorrer a eventuais novos fenómenos que não antecipámos. Um exemplo dum fenómeno novo á a vinda de refugiados para Portugal e a necessidade de criar respostas específicas para o acolhimento e apoio à sua integração. No quadro das prioridades já definidas eu destacaria as crianças e os jovens em situação de risco, problemática que entendemos dever estar no centro das preocupações de qualquer sociedade que tenha a ambição de se projetar no futuro. Sociedades como a nossa, em processo de envelhecimento acelerado, tem de saber cuidar muito melhor das suas crianças garantindo-lhes a oportunidade de terem um desenvolvimento equilibrado. Outra prioridade que continuará presente na nossa programação é a da promoção do conceito de investimento social e o desenvolvimento de novos instrumentos de financiamento do setor social, área onde a Fundação se tem destacado pela convicção e capacidade de liderança da sua abordagem. Não podendo neste âmbito falar-vos de todos os projetos que temos em curso e que vão ter con-

tinuidade nos próximos anos gostaria, no entanto, de referir ainda o PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social que vai já na sua 2ª edição e que apoia projetos que recorrem às práticas artísticas para apoiarem o desenvolvimento de competências essenciais aos

processos de inclusão social de grupos de pessoas vulneráveis e em risco de marginalização. Neste âmbito estão em curso mais de 30 projetos muito interessantes e que indiciam já que terão impactos importantes na alteração de percursos de vida daquelas pessoas.


Reindustrializar Portugal – idD - Plataforma das Indústrias de Defesa Junho 2016

Btid – A resposta para o alavancar da economia de defesa? É indiscutível o peso da economia de defesa no Produto Interno Bruto: representa cerca de um por cento do PIB, emprega cerca de 20 mil trabalhadores e tem um volume de negócios de bastante significativo. De que forma é que esta indústria se movimenta nos mercados internacionais, quem apoia e faz a interligação entre as indústrias portuguesas e os clientes alvo, o que está a ser feito para que esta área de negócio se expanda a nível mundial? O País Positivo apresentalhe uma reflexão sobre este tema.

A ORIGEM A idD - Plataforma das Indústrias de Defesa assume esta designação em agosto de 2014, após a alteração dos estatutos da IDD – Indústria de Desmilitarização e Defesa, S.A., criada em julho de 1997. A nova identidade do idD marcou o início da sua atividade em outrubro desse ano com participações em feiras internacionais de segurança e defesa, reuniões com entidades estrangeiras, missões empresariais em Portu-

gal e no exterior, firmou protocolos de cooperação internacional e promoveu conferências sobre a economia de defesa. OS OBJETIVOS O idD, assente no Conceito Estratégico de Defesa Nacional, assumiu a responsabilidade de implementar uma estratégia nacional de forma a promover, nos mercados externos, a BTID – Base Tecnológica de Indústrias de Defesa.

Esta plataforma pretende desenvolver as capacidades das indústrias portuguesas e posicionar Portugal como produtor e exportador de tecnologia e serviços dentro da economia de defesa. As ações promovidas pela BTID têm como objetivos contribuir para o aumento das exportações, das empresas ligadas à economia de defesa, bem como o de fomentar a manutenção e criação de emprego altamente qualificado em Portugal. Promove iniciativas que potenciem e criem valor acrescentado para a economia nacional, que sejam competitivas a nível internacional, que se tornem sustentáveis a longo prazo e que, numa fase mais madura, gerem valor acrescentado direta e indiretamente na economia nacional. A MISSÃO A BTID tem como missão ser a plataforma para o fomento e expansão internacional das empresas portuguesas no âmbito da economia de Defesa nos setores da Aeronáutica, Espaço e Defesa. IDENTIFICAR as oportunidades de negócio para as empresas nacionais. Dinamizar, preparar e apoiar visitas internacionais e missões relacionadas com a economia de defesa; DIVULGAR internamente as oportunidades identificadas no exterior promovendo a exportação; APOIAR a definição e o desenvolvimento de estratégias de internacionalização das empresas; ATUAR em rede, através de intercâmbios entre grandes e pequenas empresas, dinamizando projetos comuns, considerando, para tal, o apoio dos adidos militares e da diáspora portu-


Reindustrializar Portugal – idD - Plataforma das Indústrias de Defesa Junho 2016 guesa, procurando maximizar os recursos existentes; PROMOVER os contactos e parcerias com organizações, agências e outras entidades de interesse público ao nível nacional e internacional; MOTIVAR parcerias entre as forças armadas e as indústrias de defesa, nos projetos por estes desenvolvidos em I&D e apoiar a criação de startups no âmbito da economia de defesa. ECONOMIA DE DEFESA A economia de defesa prende-se com tudo o que tem que ver com as necessidades das forças armadas e não só com as armas letais, como revela o pensamento comum. As forças armadas para sobreviverem, quando estão numa missão, para além do equipamento letal, necessitam de se munir de calçado, uniformes, coletes à prova de bala, tecnologia de GPS, rádios, sensores térmicos e de luz. Em Portugal existem empresas que podem fornecer este tipo de material, mas não estavam atentas ou desconheciam as oportunidades que existem nos mercados internacionais. A AÇÃO A divulgação do trabalho que o idD se propôs fazer, através dos protocolos de cooperação firmados com entidades nacionais como AIP – Associação Industrial Portuguesa, a AEP – Associação Empresarial de Portugal e a Fibrenamics da Universidade do Minho começou a semear a curiosidade nas empresas da in-

dústria de defesa. Foram realizados Ciclos de Conferências, em parceria com o Ministério da Defesa Nacional e empresas locais, com o tema “Economia de defesa – Uma oportunidade Estratégica para Portugal”; um workshop internacional, em parceria com a AICEP Portugal Global, com o objetivo de promover o relacionamento entre as empresas portuguesas e a NATO, onde se demonstrou que as PME`s podem e devem participar em concursos internacionais de bens e serviços. A abertura do dia da indústria portuguesa promoveu o contacto entre as empresas nacionais e os participantes do plenário da NATO Industrial Advisory Group Meetinn (NIAG). Teve como participantes empresas dos mais variados setores: do têxtil ao calçado; da robótica e automação, aeroespacial, sistemas de comunicação e segurança. As parcerias e protocolos é outra arma utilizada pela plataforma para consolidar contactos. Desde outubro de 2014 foram assinados oito protocolos de cooperação que têm como principais objetivos: • Incentivar a promoção de contactos entre as instituições públicas e os países respetivos; • Apoiar a participação em iniciativas como feiras, exposições, simpósios e outras reuniões destinadas a promover e desenvolver cooperação entre as entidades; • Divulgar, junto dos agentes económicos, informação sobre as oportunidades concretas e de desenvolvimento

das relações económicas bilaterais; • Apoiar a cooperação entre organizações e associações dos países, em particular das PME`s;

• Promover e apoiar missões empresariais, ligações institucionais; • Fomentar e desenvolver partilha de experiências para o desenvolvimento das respetivas bases tecnológicas e industriais de defesa, de forma a encorajar o empreendedorismo tecnológico e a criação de emprego altamente qualificado CONCLUSÃO Com este conjunto de ações, as empresas começaram a ficar mais atentas ao mercado. A divulgação é feita através da plataforma online da BTIS e pelo contacto direto com as empresas incentivando-as e, quando é necessário, apoiando-as nos processos concursais. Em 2015, a idD identificou e divulgou mais de 50 concursos públicos internacionais promovidos por entidades internacionais, como a NATO, totalizando um valor que ultrapassou os 260 milhões de euros. Estas ações tiveram o intuito de fomentar o conhecimento e o contacto entre as empresas portuguesas com diferentes entidades internacionais criando novas oportunidades de negócio e a criação de parcerias. Aumentar o volume de negócios e o número de trabalhadores do setor são as apostas fulcrais para a continuidade da BTID.


Reindustrializar Portugal – MOTA-ENGIL INDÚSTRIA E INOVAÇÃO Junho 2016

“Internacionalizar em parceria” A Mota-Engil Indústria e Inovação (MEII) é uma sociedade participada pelo Grupo Mota-Engil, que tem como missão o apoio à internacionalização das pequenas e médias empresas portuguesas. “O que nos motiva é o facto de podermos contribuir para a internacionalização de empresas, que sem essa ajuda nunca seriam capazes de o fazer.” Arnaldo Figueiredo, vicepresidente da Mota-Engil.

Em entrevista à equipa do País Positivo, Arnaldo Figueiredo, vice-presidente da Mota-Engil, aborda o tema da internacionalização das PME`s e do programa que incentiva as empresas a darem esse passo e que, até agora, é o único no país. A Mota-Engil Indústria e Inovação (MEII) surge com um propósito muito específico: promover a internacionalização das PME`s. Quais foram as motivações que levaram à criação deste programa? A MEII foi criada, em 2010 para, em conjunto com a Caixa Capital (Grupo Caixa Geral de Depósitos) e a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, dar origem a um projeto designamos “Internacionalizar em Parceria”, para dinamizar e suportar projetos de base industrial desenvolvidos por empresas portuguesas com capacidade e vocação para atuar em novos mercados fora de Portugal, em países onde o Grupo Mota-Engil está presente. Este projeto foca especificamente a área da internacionalização. Porquê uma área tão difícil? A internacionalização é dos desafios mais difíceis e exigentes para qualquer empresa,

quer na penetração dos mercados externos, como para estabelecer os contactos necessários para o fazer. Como sentimos isso, quando nos aventurámos na internacionalização da Mota-Engil, e hoje estamos em vinte e dois mercados internacionais, decidimos usar esses conhecimentos para ajudar as PME`s portuguesas. Quais foram as maiores dificuldades encontradas? Sabemos o que é chegar a um mercado sem conhecer ninguém, sem ter referências, ter de desbravar caminhos sem nenhuma orientação e, ao mesmo tempo, tentar construir uma posição sólida e implementar uma marca de referência. As condições de mercado, a qualidade e disponibilidade da mão-de-obra, o apoio financeiro, a legislação e a criação de uma rede contactos, são condicionantes quando as empresas pretendem trabalhar em novos países e mercados. A maior parte das empresas não tem sucesso na internacionalização, não por

“ A Mota-Engil sempre teve a vontade e a disponibilidade para ajudar e decidiu avançar com um projeto inovador, no qual pomos à disposição das PME`s portuguesas a experiência acumulada ao longo dos anos.”

problemas técnicos ou de qualidade do produto, mas de contexto como os acima referidos. Foram esses objetivos que levaram à criação da MEII – Indústria e Inovação? As grandes empresas são acusadas de não ajudarem as PME`s. A Mota-Engil sempre teve a vontade e a disponibilidade para ajudar e decidiu avançar com um projeto inovador, no qual pomos à disposição das PME`s portuguesas a experiência acumulada ao longo dos anos. Para isso criamos a MEII, em 2010 que, por sua vez, lançou o projeto “Internacionalizar em Parceria”. Em que moldes foi desenhado o projeto “Internacionalizar em Parceria”? O objetivo fundamental é o de proporcionar o conhecimento dos mercados a empresas que ainda não o têm. Para além disso participamos com capital, correndo o risco financeiro junto com os parceiros e


Reindustrializar Portugal – MOTA-ENGIL INDÚSTRIA E INOVAÇÃO Junho 2016

ajudamos na gestão do dia-a-dia, nomeadamente ao ficar com a gestão da componente financeira do projeto. O projeto nasce como ideia de um apoio às PME`s com base industrial porque temos consciência de que, dificilmente, algumas destas empresas conseguiriam dar esse passo sozinhas. Verificamos que muitas exportam, mas só as grandes empresas se internacionalizam e a MEII quer ajudar a alterar essa realidade. A internacionalização é um processo muito exigente, consome muitos recursos financeiros e humanos e o retorno, por vezes, é demorado, mas acreditamos que é um processo, desde que devidamente estruturado, proporciona bons dividendos futuros e contribui para a sustentabilidade das empresas. Os processos são escrutinados de que forma? O processo inicia-se com a análise do questionário inicial em que as empresas indicam quais são os seus objetivos, o que pretendem, qual é o país onde se querem instalar e qual é a atividade que desenvolvem. Passada essa fase, se entendermos que o que produzem e o mercado onde pretendem apostar tem sustentabilidade, passa para a fase da elaboração de um plano de negócios. Esse projeto é analisado e aprovado em sede dos conselhos da Mota-Engil Indústria e Inovação e da Caixa Capital; segue-se a aprovação conjunta da Comissão de Coordenação da parceria (entre a Mota -Engil e da Caixa Capital). Depois de ser

aprovado por estas entidades, são reunidas as condições financeiras (de capital próprio e alheio) para a sua implementação e, posteriormente, o projeto começa a tomar forma no terreno. Quais os requisitos solicitados aos candidatos do programa “Internacionalizar em Parceria”? Este programa é dirigido às empresas que já tenham dado provas de sustentabilidade e estabilidade no mercado nacional e as candidaturas apresentadas têm de ser direcionadas para um dos muitos países onde a Mota-Engil está presente. A parceria consiste em o promotor ter a maioria do capital de, pelo menos 51% e os restantes 49% são divididos da seguinte forma: até 30% para a Mota-Engil e da 19% para a Caixa Capital. Já há casos de sucesso que possa mencionar? Temos quatro empresas a funcionar em pleno e com bastante sucesso: uma no Perú, duas em Angola e uma no México. Estas quatro empresas movimentaram um investimento total de cerca de 7,1 milhões de dólares. Não podemos incentivar as empresas a investir valores que elas não têm nem conseguem financiamento para tal, por isso é que direcionamos este projeto para empresas com bases sólidas no mercado nacional e com capacidade de investir noutros mercados.


Porto e Norte Junho 2016

A dinâmica que os grandes eventos desportivos gera no norte é grandiosa Entrevista a Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte, E.R. Antes de mais, será importante contextualizar os motivos que levaram ao crescimento da procura do Porto e Norte de Portugal como destino turístico de excelência. Diria, desde logo, pela forma como conseguimos promover e dar a conhecer a autenticidade, proximidade, segurança, qualidade, modernidade, hospitalidade, diversidade de recursos naturais e experiências e a riqueza do património histórico e cultural. Temos um destino atrativo que pela diversidade de recursos existentes, oferece ao visitante a possibilidade de consumir, num mesmo território, diferentes tipos e produtos de turismo. A oferta existente entre os quatro subdestinos – Grande Porto, Douro, Minho e Trás-osMontes, permite uma complementaridade de experiências e vivencias diferenciadoras que tem, ao longo do tempo, não só chamar novos visitantes como proporcionar regressos. Ao mesmo tempo, as acessibilidades que nos colocam ao dispor do visitante têm contribuído, de forma estrondosa, para este crescimento. O Aeroporto Francisco Sá Carneiro que a cada ano que passa supera o número de passageiros, o Porto de Leixões que se soube impor

vos geram no Norte é inexplicável e só mesmo quem está cá, quem vem e quem assiste entende a grandiosidade e as experiências turísticas que provoca. É aposta do Turismo Porto e Norte marcar as agendas dos desportos motorizados internacionais? Haverá ainda capacidade de trazer outras provas desta dimensão para a região? Sim. Pretendo continuar a defender e a fazer o que estiver ao alcance da Entidade que presido manter estes grandes eventos no Norte e, ambicionar ainda, trazer outros. (ver caixa 1)

como cais de chegada de milhares de turistas e as ligações rodoviárias que nos colocam em rede com todo o destino, com o resto do país e com a vizinha Espanha, de modo rápido e eficaz, com o destaque para a abertura do Túnel do Marão, fazem do Porto e Norte um destino turístico de excelência. As provas motorizadas, principalmente as internacionais, como exemplo o do Rally de Portugal e do WTCC, são um motivo de visita de um número alargado de público e projeção mediática internacional. Quais as vantagens imediatas e de futuro de toda esta exposição internacional para toda esta região?

Iniciativas desportivas e culturais 2016 11 a 16 julho: Mundial de Hóquei em Patins, em Oliveira de Azeméis. 15 a 17 julho: O Festival Mimo, em Amarante. 23 a 30 julho: Taça europeia de Vela Vaurien, decorre em Viana do Castelo 13, 14 e 15 agosto: BTT Extreme, prova internacional a decorrer entre Vila do Conde e Gerês, dias. 13 a 21 agosto: Juniores ténis Coup, Vila do Conde. 22 a 27 agosto: Campeonato da Europa de mini golfe, em Vizela 22 a 30 de setembro: Bodyboard Europeu decorre em Vila do Castelo. 25 setembro: Granfoundo, no Porto. 7, 8 e 9 de outubro: O Mundial de Motonáutica F2, em Baião. 13 a 16 de outubro: A Convenção de Mágicos decorre em Gondomar, Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. 19 a 22 outubro: O ART & TUR, Festival Internacional de Filmes de Turismo, decorre em Vila Nova de Gaia.

Se eu, pessoalmente, sempre defendi e acreditei nas mais-valias que estes eventos trariam para a Região, os estudos de impacto realizados por entidades idóneas e imparciais confirmam e até superaram as minhas expetativas. No caso do Rally de Portugal, o “estudo do impacto do WRC Vodafone Rally de Portugal na economia do Turismo e Formação da imagem dos destinos: Região Norte de Portugal”. Acerca do WTCC, as informações que me chegam são igualmente dignas de registo. Em 2015, o impacto foi de 90 milhões. As conclusões destes eventos falam por si porque a envolvência, a dinâmica, a movida que estes momentos desporti-

Devido à diversidade da região a que preside, que outros tipos de eventos desportivos (natureza, náuticos, etc.) poderão ser aposta e estratégicos? Uma das apostas que temos vindo a sustentar em termos de promoção do território e porque identificamos aí um potencial de crescimento extraordinário prende-se com o Turismo de Natureza. A Região tem uma condição ímpar no contexto europeu quanto à oferta de Turismo de Natureza/ Turismo Ativo, pela diversidade de paisagens, habitats, fauna e flora. Dificilmente se encontrará um destino com uma oferta tão completa e diversificada, com qualidades reconhecidas a nível europeu enquanto destinos. Juntamos sinergias entre parceiros públi-


Porto e Norte Junho 2016 Números apurados na Rede de Lojas Interativas No final de 2015 tínhamos em rede, e automaticamente nos equipamentos do TOPAS, encontramos a seguinte informação: - 1000 Alojamentos; - 2000 Restaurantes - + de 500 empresas de animação turística; - Promoção de mais de 5.000 eventos; - Disponíveis em rede mais de 60 rotas pelo território; - 3.500 pontos com visita 360º - 10.000 Pontos de interesse; - Mapas digitais com mais de 2500 pontos de alto valor patrimonial; - Mais de 1000 empresas das mais diversas áreas; - 410.000 selfies durante o ano 2015. cos e privados e avançamos, em abril, com a criação do consórcio “Norte Natural – Turismo de Natureza da Região Norte”, responsável pela coordenação, gestão e operacionalização da estratégia regional de turismo de natureza na região Norte. A linha de ação passa por promover os principais destinos de Turismo de Natureza da região Norte de Portugal, envolvendo os atores locais e valorizando o património natural e cultural de cada um deles, para que o Porto e Norte de Portugal se torne um destino de Turismo de Natureza, por excelência. Associados a este tipo de eventos, desenvolvem-se diversos eventos (culturais, gastronómicos, animação, religiosos, etc.). De que forma é aproveitada para divulgar a região e respetivos produtos de uma forma integrada? A Rede de Lojas Interativas da Turismo do Porto e Norte de Portugal é um projeto inovador que ainda não parou de crescer e, até ao final deste ano, 68 equipamentos estarão totalmente disponíveis para satisfazer as necessidades dos cidadãos. Conseguir revolucionar o paradigma do Posto de Turismo tradicional foi o grande desafio assumido e superado pela TPNP. Com um

modelo profundamente inovador – passível de ser aplicado a todo o país – o projeto conseguiu unir, de forma inédita, os 86 municípios da região, que trabalham, “de mãos dadas”, para mostrar ao mundo as suas mais-valias, produtos e serviços diferenciadores. Entre os seus grandes objetivos estão a promoção da região (com todas as suas potencialidades) e a venda de serviços (culturais e desportivos, por exemplo)

e dos mais diversos produtos regionais (envolvendo, portanto, desde artesãos a produtores de biscoitos e compotas e empresas de transporte). Quais as previsões para as comemorações do S. João? As unidades hoteleiras de Braga, Porto, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia estão perto da lotação máxima para as comemorações do S. João. Os dados ob-

tidos pela Turismo do Porto e Norte de Portugal nestes municípios revelam que a procura pelas festividades associadas a este santo popular representa uma elevada ocupação hoteleira, atingindo os 100% em muitos espaços, na noite de 23 para 24 de junho. Os espanhóis lideram a procura, em mais de 50%, mas corroborando os dados obtidos recentemente na Loja Interativa do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, os franceses, britânicos e brasileiros também vão celebrar o S. João no Porto e Norte. No contacto efetuados a outros municípios do território, a TPNP apurou que há outras unidades hoteleiras com uma ocupação interessante fruto das festividades S. Joaninas que se celebram por toda região norte. Esta dinâmica criada no destino Porto e Norte, entre municípios e operadores públicos e privados, possibilita ao visitante conhecer o São João do Porto, de Vila Nova de Gaia, de Braga, o de Vila do Conde, e de outros concelhos do destino, permitindo aumentar o tempo de permanência na região, o que se reflete, desde logo, num maior dinamismo económico e numa maior projeção do Porto e Norte dentro e fora de portas. O que há a realçar da atividade da TPNP em 2016? O turismo interativo no destino Porto e Norte de Portugal apresentou um novo reforço em fevereiro deste ano, o TOPAS (Tourism Office Public Auto Service), um projeto inovador da responsabilidade da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte (TPNP-ER), desenvolvido em parceria com a CaetanoBus, que resulta da adaptação de um autocarro de aeroporto COBUS numa loja interativa de turismo. Em breve, a Turismo do Porto e Norte de Portugal vai inaugurar o Porto Welcome Center, no coração da cidade. Para já, o TOPAS vai apresentar a região, “sobre rodas”, em diferentes pontos do país e no estrangeiro. A Turismo do Porto Norte tem duas lojas interativas âncora: a do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e a de Santiago de Compostela.


Viana do Castelo Junho 2016

“A sorte dá muito trabalho e este esforço começa a produzir resultados” Entrevista com José Maria Costa, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da CIM Alto Minho.

Sendo unanimemente reconhecido que uma das principais conquistas resultantes do 25 de Abril de 1974 foi a afirmação do poder local, um significativo universo de autarcas reclama face à falta de respeito a que tem sido vetado por sucessivos governos… Como avalia a situação actual das autarquias portuguesas em domínios como a atribuição de competências, afectação de recursos e financiamentos? Um dos melhores resultados que tivemos, nos últimos anos, foi precisamente o do poder local. É preciso reconhecer o enorme esforço e trabalho desenvolvido pelas autarquias ao longo destes 40 anos, que ajudou a mudar o país, tornando-o mais coeso e mais qualificado. Desde as áreas das infra-estruturas básicas, como o abastecimento de água, o saneamento, a electrificação e os arruamentos, até à criação de condições para a usufruição da cultura, do desporto e mesmo na área da educação. Diria que o país seria hoje muito mais pobre, até do ponto de vista da oferta cultural e educativa, se não houvesse este envolvimento e trabalho dos autarcas. Hoje, as autarquias estão mais focadas noutros factores, que têm a ver com a atractividade dos territórios, o acolhimento empresarial e a actividade económica. Também aqui estão a desempenhar um papel muito importante em processos como a criação de emprego, apoio às empresas e criação de condições para que as empresas de base tradicional, com produtos endógenos, tenham capacidade de afirmação. Pelo país interior, são as autarquias os verdadeiros pilares desta nova afirmação e competitividade que os territórios de baixa densidade têm vindo a demonstrar. Mesmo no período da Troika, as autarquias tiveram um superavit e ajudaram à resolução da dívida pública, com programas de ajustamento, cortes e reduções orçamentais. Foi o caso de Viana do Castelo, em que tivemos a maior redução de sempre do nosso endividamento, reduzindo cerca de 8 milhões de euros em seis anos, o que é muito significativo face à redução de receitas vindas do Estado.

Numa das suas mensagens aos munícipes assumiu o compromisso de, com eles, construir uma cidade criativa, uma cidade de cultura e uma cidade de futuro. Em que estado de cumprimento se encontram estes desígnios e de que forma tem potenciado, ao nível da gestão autárquica, um município que reúne factores de atractividade ambientais, culturais, e de património edificado, recentemente distinguido pela Trivago como um dos melhores destinos para o próximo Verão? Viana do Castelo é uma cidade histórica e com um enorme potencial turístico e de atractividade. Mas era preciso concretizar isso de uma forma mais evidente e, para tal, a equipa política tem vindo a desenvolver quatro eixos de actuação fundamentais. O primeiro é a atractividade para a economia, que visa acolher investimento nacional e estrangeiro e apoiar iniciativas locais; o segundo prende-se com a reabilitação urbana. Tivemos sempre um enorme cuidado com a conservação e a valorização do património edificado, um valor em si mesmo do ponto de vista da potenciação de outras áreas, nomeadamente do turismo; o terceiro eixo tem a ver com os nossos activos, as nossas pessoas, os nossos jovens e as nossas crianças. Aí temos feito uma aposta muito clara na escola pública, na melhoria das suas condições, dos equipamentos, em serviços e projectos que são únicos no país. Também temos investido nos programas educativos em áreas ligadas às novas tecnologias e às artes, o que tem permitido que os nossos activos estejam mais

qualificados, criando naturalmente condições para que a cidade seja mais criativa. Por último, existe uma visão global do concelho, sobre a sua própria coesão, em que procuramos integrar os projectos das freguesias, das IPSS e de algumas áreas empresariais. Também temos privilegiado uma articulação interinstitucional com a Associação Empresarial e com o Instituto Politécnico, que nos permitiu criar a primeira incubadora criativa, com empresas do sector das novas tecnologias. E estamos a beneficiar igualmente de um trabalho que envolve contactos com embaixadas e câmaras do comércio que tem resultado num conjunto de novos projectos industriais e de ampliação dos projectos existentes. Neste momento, o concelho de Viana do Castelo tem um superavit de 400 milhões de euros, temos muitas empresas exportadoras e estamos agora a assinar vários contratos, nomeadamente com duas novas unidades fabris do sector automóvel, um novo cal center e outras quatro empresas, cujo investimento global ronda os 60 milhões de euros e a criação de 500 postos de trabalho até ao final de 2016. Falou numa questão que tem vindo a ser valorizada pelos municípios … A Câmara Municipal de Viana do Castelo promoveu recentemente as Jornadas de reabilitação Urbana. Que avaliação faz da realização deste evento e das intervenções levadas a cabo pela autarquia neste domínio? Estas Jornadas de Reabilitação vieram no momento certo, visto que no dia de encerramento se procedeu à assinatura de um contrato muito importante no seio do Portugal 2020, os PEDU (Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano), em que Viana do Castelo tem um envelope financeiro de cerca de 17 milhões de euros para investimento até 2020. Mas iniciámos este trabalho de revitalização do centro histórico em 2002, com a aprovação do Programa Polis… Entretanto, promovemos diversos contactos com confederações empresariais e lançámos um programa de incentivos para a reabilitação urbana, que se iniciou em 2011 e foi aprofundado em 2013. Em 2013 aprovámos a nossa primeira Área de Reabilitação Urbana e constatámos que invertemos o ciclo, começando a ter mais processos de obras e a concretização de investimento na reabilitação não só de habitações mas também da refuncionalização de edifícios para actividades de hotelaria, turismo ou de apoio social. Neste momento,

temos uma taxa de reabilitação que ronda os 28 por cento, superior à média nacional, que apenas ronda os 9 por cento, e que está em crescimento. Elegemos áreas de intervenção urbana prioritárias, apostas claras de valorização, de mobilidade sustentável mas também de qualificação de espaços públicos e, acima de tudo, do grande envolvimento dos nossos parceiros privados nestes sectores. E posso dizer que temos já cinco hostals para Viana do Castelo, uma dezena de iniciativas de áreas habitacionais de edifícios que serão refuncionalizados para habitação e outras iniciativas em análise para novos investimentos no sector do turismo. Estamos a aproximar-nos do final de mais um ciclo político autárquico… Pergunto-lhe o que mais o marca enquanto legado edificado e o que gostaria ainda de concretizar até ao final do mandato. O trabalho mais importante visou a estabilidade económica e financeira da autarquia. O meu grande esforço, conjuntamente com a minha equipa, consistiu em racionalizarmos e reduzirmos despesa e, sobretudo, em obtermos capacidade de investimento em períodos mais difíceis. Reduzimos em cerca de 8 milhões de euros a dívida, conseguimos ter a melhor poupança corrente de sempre e transferimos para investimento cerca de 11 milhões. Em suma, fomos mais eficientes, o que nos coloca numa posição em que podemos desenvolver projectos, sem qualquer constrangimento, podendo beneficiar dos fundos do Portugal 2020 mas também tendo capacidade própria. Outro aspecto importante resulta da aposta que estamos a desenvolver na criação de emprego qualificado e na fixação dois nossos jovens. A sorte dá muito trabalho e o esforço de promoção de contactos que fizemos durante anos começa agora a produzir resultados… Temos grandes investimentos de empresas que estão cá instaladas na sua ampliação, bem como novos empreendimentos. Se tudo correr como esperamos, até ao final de 2017 teremos mais mil postos de trabalho em Viana do Castelo. Fizemos também uma aposta na formação dos nossos jovens e na criação de condições para que possam ter um percurso de vida saudável. Um dia, quando sair, o que mais me satisfará é deixar um território mais competitivo, com mais empresas, com mais capacidade de desenvolvimento, mais atractivo, no qual os nossos jovens tenham as melhores oportunidades do mundo.


Viana do Castelo Junho 2016

“Alto Minho 2020 permite encarar o futuro com muita segurança” CIM Alto Minho implementa estratégia ambiciosa.

Enquanto presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho como avalia estes oito anos de partilha municipal e que mais-valia considera terem resultado desta fórmula? A avaliação que fazemos é muito positiva. Tivemos, pela primeira vez, um espaço de colaboração interinstitucional muito interessante, não isento de dificuldades porque cada município procura, e bem, o melhor para o seu território, mas conseguimos estar sempre unidos no essencial. Estivemos unidos nas grandes lutas do desenvolvimento, nomeadamente contra as portagens, na defesa dos acessos ao porto de mar e a Paredes de Coura, na modernização da Linha do Minho e na definição de uma estratégia, o Alto Minho 2020, que permite que possamos olhar o futuro com muita segurança. E tivemos alguns projectos muito interessantes na área da modernização administrativa, com uma parceria virtuosa com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, definimos uma estratégia na área do mar e da localização empresarial. Lançámos um programa inédito no país, o Alto Minho Investe, em que todos os meses tivemos, ou uma câmara de comércio ou um embaixador que vinha ao distrito de Viana visitar o nosso território, constatar as nossas potencialidades e discutir connosco e os nossos empresários possibilidades de desenvolvimento. Hoje, o Alto Minho está a acolher investimento nacional e estrangeiro, fruto desse trabalho conjunto que fizemos. Não é em muitos territórios que muitas entidades vêm uma cooperação positiva em favor dos seus territórios. Fizemos também um trabalho muito importante na área do mar, no desenvolvimento de alguns projectos que têm a ver com a promoção internacional, com a captação de turismo dedicado e, em simultâneo, valorizámos os nossos activos ambientais. O Alto Minho tem o Parque da Peneda Gerês, reserva da Biosfera, tem o rio Mi-

“ Temos um projecto inovador a nível nacional, o Minho Inovação, que envolve a CIM do Alto Minho, a CIM do Cávado e a CIM do Ave, em que três destas comunidades intermunicipais se associaram para desenvolverem projectos de formação, de capacitação e de empowerment dos nossos produtos endógenos, com bons resultados.”

nho, o rio Lima e a serra de Arga, valores importantes protegidos por uma carta de turismo sustentável aprovada por uma organização em Bruxelas. Estamos a posicionar-nos num turismo de grande qualidade e com uma grande visibilidade internacional. Mas temos desenvolvido outros projectos, nomeadamente na área da formação, da área empreendedora, temos incubadoras, como a Incubo em Arcos de Valdevez, a Incubadora Criativa em Viana do Castelo ou a Incubadora Criativa em Vila Nova de Cerveira e este trabalho tem originado que muitas incubadoras criativas se tenham desenvolvido no nosso território, fruto deste conforto interinstitucional. E fomos também desafiados por vários governos para sermos projectos-pilotos. O projecto de empreendedorismo em meio rural, fruto de um bom trabalho de cooperação com as nossas agências de desenvolvimento rural, permitiu-nos conceber um modelo para o país. Actualmente, estamos a trabalhar na qualificação e na atractividade para o turismo e no acolhimento empresarial. Tivemos a sorte de beneficiarmos do auxílio da equipa do Dr. Augusto Mateus, um valor importante, e da captação dos parceiros locais para a definição da nossa estratégia. Hoje, posso dizer que todos falamos a mesma linguagem. Portanto, diria que a CIM funcionou bem durante estes anos desde a sua formação e é hoje uma CIM piloto e de referência face à sua capacidade organizativa e à eficiência demonstrada no quadro

anterior. Paralelamente, temos um projecto inovador a nível nacional, o Minho Inovação, que envolve a CIM do Alto Minho, a CIM do Cávado e a CIM do Ave, em que três destas comunidades intermunicipais se associaram para desenvolverem projectos de formação, de capacitação e de empowerment dos nossos produtos endógenos, com bons resultados. Daí surgiu um segundo projecto que resultou na classificação do Minho como Região Gastronómica da Europa juntamente com a Catalunha. Esta CIM do Alto Minho é valorizada por uma significativa orla costeira. Em que medida resultou a coordenação do GAC Litoral Norte e do projecto Centro de Mar na projecção da economia local do mar? O Gabinete de Acção Costeira do Promar envolvia cerca de 60 km de costa, o que é de facto muito importante e este projecto foi inovador, permitindo que os municípios, as associações empresariais e o Instituto Politécnico de Viana trabalhassem com as associações de pescadores. Acima de tudo, criou-se um ambiente favorável a novos projectos e iniciativas… Mais uma vez, mostrámos a diferença: 70 por cento dos investimentos do nosso Gabinete de Acção Costeira resultaram de actividades do mundo empresarial privado, com actividades de comercialização, de melhoria da qualificação, das cartas gastronómicas dos restaurantes, com projectos relacionados com o desenvolvimento de

algas, com a certificação de produtos como a lampreia ou a solha, com o desenvolvimento do turismo náutico, com projectos em Viana do Castelo, em Caminha ou em Esposende… Hoje, somos exportadores de turismo náutico para os países do Norte da Europa e isso deveu-se ao GAC do Promar, que permitiu a pequenas unidades avançarem com grandes projectos. Continuaremos a apostar no reforço destas actividades e na qualificação de produtos. Temos um projecto muito interessante, as Aldeias de Mar que visa que determinados polos piscatórios, para além da sua cultura intrínseca, sejam também polos de actividade e dinamização turística. Os turistas gostam de ver a chegada das embarcações, o tratamento do peixe, a venda em lota… Por outro lado, pretendemos trabalhar o licenciamento das visitas à pesca, permitindo que os turistas façam pequenas rotas nas embarcações. Há, em suma, um longo trabalho pela frente. Tendo como pano de fundo a Estratégia Alto Minho 2020 e o plano de acção, que principais desafios se colocam a este território? Um grande desafio consiste na continuação de uma estratégia conjunta de atractividade empresarial. Temos que ser mais resilientes às crises económicas que venham pela frente. E para isso precisamos de ter melhor economia, mais capacidade de fixação de empresas e de diversificação. Outro desafio tem a ver com uma promoção autónoma no sector do turismo. Não estamos satisfeitos com a promoção do Alto Minho feita ao nível do território de proximidade. Sabemos que existem limitações mas temos que trabalhar todos neste sentido. Finalmente, a potenciação da identidade e do activo ambiental que este território tem, com uma reserva da Biosfera, o Parque da Peneda Gerês. Creio que o nosso país deve olhar de uma forma diferente para este espaço territorial e valorizá-lo. Estamos a trabalhar e a Carta de Turismo Sustentável que nos foi concedida pela Associação Europeia do Turismo Sustentável é um excelente galardão que temos que saber potenciar e valorizar em domínios como o turismo ambiental e os desportos de natureza.


Município de Resende Junho 2016

A capital da cereja Porta de entrada no Douro vinhateiro, classificado Património da Humanidade pela UNESCO, o concelho de Resende recebe os veraneantes com paisagens únicas e brinda-as com as melhores cerejas nacionais. O relevo montanhoso, evidenciado pela Serra de Montemuro, confere a esta região um carácter singular, as estradas e caminhos pedestres resgatam a memória de alguns dos mais belos locais escondidos no norte de Portugal. Gente hospitaleira e de sorriso sincero, vive da agricultura, da agropecuária e do turismo impulsionado pelas Termas das Caldas de Aregos. Entrevista a Manuel Garcez Trindade, Presidente da Câmara Municipal de Resende.

o ciclo completo: abate, desmancha, embalagem e processamento da carne; com a conclusão deste processo podemos alargar a atividade do Centro de Valorização e criar uma marca de carne arouquesa produzida em Resende e na serra de Montemuro. O incremento de valências do Centro de Valorização da Raça Arouquesa tem como objetivo e está a ser projetado para servir de elo de ligação com a UTAD – Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro através dos alunos dos cursos de Veterinária, Zootecnia e Agronomia. Esta parceria está a ser validada e este projeto prevê que o equipamento permita a permanência dos alunos e potencie a investigação científica nesta área.”

Manuel Garcez Trindade, Presidente da Câmara Municipal de Resende

RECURSOS ENDÓGENOS Resende está situado num território essencialmente agrícola, que se dedica ao cultivo de frutas com especial enfoque para a cereja que “é o nosso ex libris e de onde provém a grande fatia de sustentabilidade económica do concelho. A nossa serra de Montemuro está incluída na Rede Natura 2000, tem gado autóctone, da raça arouquesa. Estamos a desenvolver acções para valorizar e aumentar a produção de gado; já nos candidatamos aos financiamentos necessários, através dos quadros comunitários, que nos vão permitir atingir esses objetivos.” O Centro de Valorização da Raça Arouquesa está a ser potenciado “através da atribuição de mais valências, como a possibilidade de fazer a desmancha da carne (neste momento só temos o abate). Num futuro próximo pretendemos fazer

A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica para o espaço comunitário da União Europeia (...) que tem como finalidade assegurar a conservação a longo prazo das espécies e dos habitats mais ameaçados da Europa, contribuindo para parar a perda de biodiversidade. Constitui o principal instrumento para a conservação da natureza na União Europeia.

A CEREJA DE RESENDE Sendo o concelho de Resende um dos maiores produtores de cereja do país é habitual encontrar na Vila várias referências a este fruto tão apreciado e, a seu tempo, turistas a fazerem verdadeiras romarias para apreciar as cerejeiras em flor. “Durante os meses de março e abril promovemos visitas guiadas pela Rota das Cerejeiras em Flor. É um percurso de rara beleza que começa com uma visita guiada ao Museu Municipal, que este ano completa 10 anos de existência, um tour por S. João de Fontoura, S. Pedro de Paus, S. Martinho de Mouros, Barrô e Resende, o percurso termina com uma visita guiada ao Centro Interpretativo da Cereja.” O Gabinete de Desenvolvimento Rural foi criado pela Câmara Municipal para “poder apoiar todos os produtores de cereja da região de Resende e assim podermos aumentar a escala de produção da cereja. Só assim, produzindo em grande escala, é que podemos aumentar a exportação, chegar à internacionalização da cereja de Resende e atingir o ponto que eu acho que será muito importante que é chegar à indústria de transformação da cereja.” A associação dos produtores de cereja está a ser “reavivada; as relações com as estruturas das direções regionais da agricultura também estão a ser agilizadas de modo a que haja mais apoio aos agricultores resendenses. Temos várias candidaturas a decorrer, no âmbito dos


Município de Resende Junho 2016 quadros comunitários, de forma a podermos reunir o maior número de apoios para a produção deste bem precioso que Resende consegue produzir com tanta qualidade e sabemos que quanta mais cereja houver, mais se vende e quanto mais se vende maior é a sustentabilidade económica e social do concelho. A marca “Cereja de Resende” já está enraízada em Portugal, mas queremos levá-la além-fronteiras através da sua divulgação em feiras internacionais. AS TERMAS DE CALDAS DE AREGOS As Caldas de Aregos existem desde o século XII. Começou por ser uma albergaria mandada construir por D. Mafalda, rainha de Portugal e, posteriormente, essa albergaria deu lugar a vários balneários, que foram sendo construídos ao longo do tempo. “Na década de 90, o balneário foi totalmente reconstruído e adquirido pelo município de Resende. Reabriram ao público em Junho de 2009 e hoje é um dos espaços termais mais requisitados e divulgados

do norte do país. Dependendo dos fundos comunitários pretendemos requalificar as termas, para além disso, está em análise um projeto privado de integração de uma unidade hoteleira.” TURISMO NÁUTICO O facto de uma parte do concelho permitir o acesso ao rio Douro potencia o turismo náutico, de natureza e de saúde. A Fluvina de Caldas de Aregos “é uma obra muito importante para o concelho de Resende e para a região, uma vez que se tornou no segundo maior cais do Douro. O cais fluvial tem cerca de 100 metros para acostagem de embarcações de turismo de grande porte (cruzeiro e barco-hotel) e a fluvina tem capacidade para 80 embarcações de recreio. Quando o município fez estas obras também contemplámos a criação de acessos rodoviários, de um novo posto de abastecimento de combustíveis, requalificação do mobiliário urbano e a construção do edifício de apoio ao clube náutico e zona desportiva, onde se inclui uma piscina.”

As ÁGUAS MINERAIS NATURAIS DE CALDAS DE AREGOS são sulfúreas, bicarbonatadas, sódicas e fluoretadas, com um elevado PH de 9,2 captadas a 62ºC e a 63 metros de profundidade, em furos capeados, que as protegem dos agentes poluidores superficiais e lhes garantem limpidez, pureza bacteriológica e estabilidade físicoquímica.

O Clube Náutico de Caldas de Aregos promove a prática de desportos náuticos de lazer e de competição no local. TURISMO RESENDENSE Para além dos monumentos que estão

ligados à Rota do Românico – Igreja de S. Martinho de Mouros, Mosteiro de Sta. Maria de Cárquere e Igreja de Barrô - que fazem parte do roteiro nacional, “temos em curso um projeto para ligar os percursos pedestres e de BTT do concelho de Resende ao concelho de Cinfães de forma a poder criar mais acessibilidade e visibilidade ao comércio e à restauração dos dois concelhos. Os circuitos das Paisagens Serranas, da Água, o Queiroziano, o Religioso e o circuito urbano da Vila de Resende são pontos fortes da região que atraem muitos turistas; o património edificado como os Castros, Solares, os Monumentos Megalíticos e as Sepulturas Antropomórficas também são alvo da curiosidade dos veraneantes. Quando visitar Resende um problema com certeza não terá: a dormida. O concelho oferece uma variedade de recursos hoteleiros para todos os gostos “Hotéis e Casas de Turismo Rural com enquadramentos paisagísticos deslumbrantes e espaços modernos, amplos e confortáveis proporcionam aos nossos visitantes uma estadia inesquecível”.


Ponte da Barca Junho 2016

uma terra onde há cor, há sabor e há tradição Agraciada pelo melhor que a Natureza pode dar, Ponte da Barca é uma vila de riquezas infindáveis. Começando pela fauna e flora excecionais que se encontram no Parque Nacional da Peneda Gerês, passando pelas tradições seculares, até à gastronomia que atrai visitantes, durante todo o ano. O País Positivo entrevistou António Vassalo Abreu, Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca, que revelou todas as potencialidades turísticas da conhecida terra do Alto Minho. No primeiro mandato, “em 2005, tivemos como primeira premissa a melhoria da Educação e da Ação Social, em Ponte da Barca, visto na altura existir grandes carências, ao nível das instalações. Resolvido esse objetivo, no arrancar do segundo mandato, como resultado do plano estratégico de desenvolvimento que fizemos para o município, concluímos que o grande potencial de Ponte da Barca seria o Turismo”, começa assim por explicar António Vassalo Abreu. A riqueza e potencialidades inestimáveis do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), no qual se encontra mais de metade do território do município, foi o mote para esta aposta. “Podemos afirmar que somos o coração do parque, por isso, numa lógica de preservação, temos vindo a fomentar o turismo de natureza, cada vez mais em voga”. O património natural é assim o palco e o pretexto para um sem número de turistas usufruir das paisagens da Serra Amarela, das praias fluviais, quedas de água, rios e ribeiros, seja através de desportos, seja pela simples contemplação e contacto com a Natureza. Percursos de BTT, descidas do rio Lima em kayak, trilhos pedestres… várias são as atividades ao ar livre promovidas pela Câmara

António Vassalo Abreu, Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca

Municipal de Ponte da Barca. O campismo de luxo, conhecido como glamping - um trocadilho entre “glamour” e “camping” – é também um dos atrativos turísticos de Ponte da Barca. Segundo o presidente da câmara, “temos, neste momento, aquele que é considerado o melhor parque de campismo do país, em termos de glamping, o Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios. O jornal inglês The Guardian chega mesmo a colocá-lo entre os oito melhores parques da Europa e a considerá-lo o melhor de Portugal”. LAZER, PATRIMÓNIO HISTÓRICO E CULTURAL Com uma história tão longa que remonta aos tempos pré-históricos, Ponte da Barca é o local ideal para quem procura história, museus e património edificado. Neste âmbito, destacam-se a arte rupestre, localizada na Serra Amarela, e os vestígios deixados pela ocupação romana, como é exemplo a Pedra dos Namorados. Contudo, é do tempo medieval que surgem os ex-líbris desta vila do Alto Minho. Por isso, “a câmara municipal está a arrancar com a Rota do Românico, que integra não só a nossa ponte medieval sobejamente conhecida, como também a Igreja de Bravães, e os Mosteiros de Crasto e de Vila Nova de Muía, o Castelo e os

Espigueiros do Lindoso, a Igreja Matriz, o Pelourinho e o Mercado Pombalino”, revela o autarca. Um dos projetos mais recentes do município é o Centro Interpretativo do Património Fernão Magalhães, inaugurado no final do ano passado, que tem como objetivo alavancar ainda mais o turismo e valorizar o património. “Não há dúvidas que Fernão Magalhães é mesmo de Ponte da Barca. Vários são os historiadores que o afirmam. Portanto, é de todo pertinente a existência do centro, devido a esta ser uma das figuras portuguesas mais conhecidas de todo o mundo”. FESTIVAL DO FOLK CELTA E A ROMARIA DE SÃO BARTOLOMEU A ATRAÍREM TURISTAS DE TODA A PARTE Ano após ano, por altura do verão, milhares de pessoas chegam a Ponte da Barca atraídas pelas festas populares e pelos concertos e festivais de verão. O mais conhecido e que vai já na 9ª edição é o Festival do Folk Celta, que este ano vai decorrer nos dias 29 e 30 de julho. O evento, organizado pela Câmara Municipal de Ponte da Barca, vai trazer nomes como António Zambujo, Galandum Galundaina, Susana Seivane, entre outros artistas nacionais e estrangeiros, a dois palcos que vão ter como fundo as margens do

Rio Lima e do seu afluente Vade. É o cenário perfeito para dois dias plenos de música, dança e boa disposição. “Este é um festival já com grande êxito que capta não só público português, como espanhol”, refere o nosso entrevistado. Numa terra onde as tradições ainda se vivem com fulgor, a Romaria de S. Bartolomeu será talvez a mais assistida do Alto Minho e constitui um dos maiores atrativos do concelho. Durante seis dias, as celebrações religiosas tomam conta das ruas, numa festa repleta de animadas concertinas e dos já típicos Cantares ao Desafio, que mobilizam pequenos e graúdos e fazem vibrar toda a vila. A boa gastronomia – refira-se o cabrito, a posta barrosã e a lampreia -, a Feira das Tasquinhas e do Artesanato, os Jogos Tradicionais vêm compor o quadro e dar ainda mais cor aos festejos. “A Romaria de S. Bartolomeu é das mais genuínas do Alto Minho e, este ano, vai decorrer de 19 a 24 de agosto. Milhares de pessoas e centenas de concertinas enchem o concelho, rua acima, rua abaixo, durante toda a noite. Não é por acaso que dizemos que somos a capital das rusgas populares, já que pessoas de todos os pontos do país vêm cá de propósito, todos os anos. Verificamos até que quem aqui vem uma vez, passa a vir sempre”, sublinha o autarca. TURISMO EM FRANCO CRESCIMENTO O desenvolvimento do turismo, por parte da câmara municipal, tem vindo a revelarse uma aposta ganha. Pelas palavras de António Vassalo Abreu, “para termos ideia do que representa o turismo para Ponte da Barca, só nos últimos dois anos foram licenciadas 57 casas de turismo de habitação e turismo rural. Recentemente, foi inaugurado e já está em funcionamento um hotel de 4 estrelas, entretanto, vai ser inaugurado um outro hotel de 4 estrelas, e já temos um projeto para mais um hotel, também de 4 estrelas. Chegou-nos a informação que há alojamentos que estão cheios desde março do ano passado e, além disso, já se verifica a aposta na reabilitação de edifícios para a criação de novas unidades hoteleiras”. Com tantas potencialidades, Ponte da Barca tem as condições para continuar a crescer e criar ainda mais valor para aqueles que escolhem visitar e viver neste concelho.



Câmara Municipal de Sever do Vouga Junho 2016

Nos trilhos da qualidade

António Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga

Sever do Vouga é um concelho do distrito de Aveiro marcado por uma natureza impar. As suas paisagens bucólicas fazem inspirar qualquer um que se perca por entre os rios e os trilhos desta terra. Mas nem só de natureza vive o concelho e o País Positivo quis conhecer um pouco mais sobre este concelho tão rico.

Entramos à conversa com António Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, e pedimos para nos fazer uma pequena apresentação da terra cujos destinos comanda. Apesar de ter a noção que seria juiz em causa própria, António Coutinho é perentório: “É obrigatório conhecer Sever do Vouga”, refere em tom de brincadeira. No entanto, para quem não conhece, descreveria o concelho como “uma maravilha da natureza. Antes de mais, é o verde e a água que saltam à vista de quem visita o concelho pela primeira vez. Sever do Vouga é sem dúvida um dos concelhos mais bonitos do país por aquilo que a natureza tem para oferecer”. Mas nem só de paisagens vive o turismo deste concelho. Sever do Vouga tem também uma gastronomia de excelência, onde se pode destacar a Lampreia, o Cabrito, a Vitela, os Rojões ou os peixinhos do rio. Além disso, tem uma restauração que se diferencia pela qualidade do atendimento e da confeção dos produtos em causa. Mas também de história vive o concelho e, sabendo que existe um espólio que merece ser divulgado, um dos projetos do atual executivo da Câmara Municipal era construir um Museu de Sever do Vouga. O Museu foi construído e inaugurado no passado dia 18 de Maio e conta a história do passado e do presente do concelho. Aqui, “os visitantes podem ver de tudo um pouco, desde a presença dos primeiros homens em Sever do Vouga, com vários achados arqueológicos e que provam que há 15 mil anos já aqui existiam habitantes e depois a história vai-se fazendo com tudo aquilo que faz o concelho, desde as marcas de outros povos – dos celtas, dos romanos – até à historia mais recente, daquilo que foi o passado do concelho ao nível da produção leiteira porque nós eramos considerados um concelho leiteiro por excelência, temos ainda uma marca fortíssima na comercialização de produtos lácteos, a marca Gresso”. Sem esquecer a ocupação mineira, a construção civil e, aquilo que hoje é o concelho, com a produção agrícola do mirtilo e dos pequenos frutos. António vai mais longe: “Quem visita Sever do Vouga pela primeira vez, promete voltar mais vezes porque se apercebem de todos estes valores e, assim, há poucos que não queiram voltar o mais rapidamente possível.

“ Ao cabo do segundo ano tínhamos cerca de 55% do nosso objetivo cumprido. Temos grande parte do programa cumprindo, faltando-nos algumas coisas que não dependem de nós mas pelas quais temos feito de tudo para conseguirmos sensibilizar as entidades competentes para a concretização dessas obras.”

De facto, Sever do Vouga é concelho muito interessante e que tem ofertas de qualidade”. Mas Sever do Vouga não é só bom para quem o visita. Que o digam os habitantes, “aqui respira-se e vive-se bem. É um concelho onde se promove o bem-estar e saúde e, por isso mesmo, é um concelho convidativo para quem aqui vive”. Apesar da sua difícil orografia, o concelho de Sever do Vouga tem vindo a investir na melhoria das condições de mobilidade e de circulação, mesmo que isso signifique um investimento superior a outros concelhos na medida em que cada obra tem um custo bastante superior pela necessidade de combater as inclinações naturais do território. “Mas fazemos esse esforço com o intuito de melhorar as condições de vida das pessoas e fazer com que elas vivam com cada vez melhores condições”, admite. Ao nível do investimento, António Coutinho refere que não é o concelho que tem que garantir investimento ou postos de trabalho, isso tem que ser garantido pela iniciativa privada. No entanto, o município tem vindo a melhorar as condições e proporcionar condições melhores para os investidores. Ainda assim, “temos um conjunto de situações que contribuem para que os investidores venham para cá. Temos seis zonas indus-


Câmara Municipal de Sever do Vouga Junho 2016 triais, algumas delas ainda com lotes livres. Proporcionamos licenciamentos com celeridade e vantagens para que os empresários aqui se fixem temos melhorado consideravelmente as acessibilidades às zonas industriais, criamos o Vouga Park que é uma zona de acolhimento empresarial e incubadora de empresas que promove a criação do seu próprio emprego e de empresas que fazem a sua incubação para depois saírem para as áreas empresariais”. Mas há ainda uma grande necessidade: Uma ligação direta e rápida à A25 que melhorasse a competitividade das empresas e melhorasse os canais de exportação. “O emprego jovem, o Vouga Park e a AGIM através dos projetos agrícolas para jovens empreendedores com candidaturas para a produção desses novos produtos, do mirtilo e dos pequenos frutos, também fixa população, criando emprego. Portanto, tudo isto, a agricultura, o turismo local, a restauração, as empresas de desportos de natureza, as grandes empresas metalomecânicas, entre outros, são meios de empregar gente e de atrair pessoas e criar oportunidades”. Além disso, “fomos criando infraestruturas para atrair pessoas e para dar uma melhor qualidade de vida aos que já cá vivem, nomeadamente a criação da ecopista do Vouga onde as pessoas podem fazer as suas caminhadas e passeios de bicicleta. Temos uma rede de percursos pedonais que passam por espaços lindíssimos, de rios e cascatas, e que são também uma atração para pessoas de fora. E apesar de termos melhorado a oferta hoteleira, penso que ainda nos faz falta um espaço capaz de albergar grandes grupos porque muitas vezes sentimos que o turismo de grupo não pernoita em Sever por falta de capacidade hoteleira. Neste momento, temos tentado encontrar in-

“ Fomos criando infraestruturas para atrair pessoas e para dar uma melhor qualidade de vida aos que já cá vivem, nomeadamente a criação da ecopista do Vouga onde as pessoas podem fazer as suas caminhadas e passeios de bicicleta. Temos uma rede de percursos pedonais que passam por espaços lindíssimos, de rios e cascatas, e que são também uma atração para pessoas de fora.”

vestidores que levem a cabo este desiderato, mas até agora ainda não conseguimos captar esse investimento”, avança o nosso interlocutor. Perto de terminar o mandato à frente dos destinos autárquicos, António Coutinho faz uma pequena retrospetiva: “Ao cabo do segundo ano tínhamos cerca de 55% do nosso objetivo cumprido. Temos grande parte do programa cumprindo, faltando-nos algumas coisas que não dependem de nós mas pelas quais temos feito de tudo para conseguirmos sensibilizar as entidades competentes para a concretização dessas obras. No que depende da autarquia, a nossa taxa de execução é muito boa e estou convencido de que chegaremos ao final do mandato com quase tudo aquilo que nos propusemos fazer concretizado”. E tudo isto com algumas obras estruturantes, destaque para o VougaPark, a funcionar em pleno. “Não é fácil colocar uma estrutura como o Vouga Park a trabalhar em pleno. Esta é uma grande obra, quer ao nível do emprego, quer ao nível de atração de novas empresas já que algumas estão já a sair da incubadora para se fixarem nos parques empresariais”. E mais, muitas vezes, as empresas têm até dificuldade em preencher vagas porque não existe mãode-obra qualificada em número suficiente e o Vouga Park vem também colmatar esta falha já que um dos seus fitos é preparar mão-de-obra de qualidade e especializada para responder às necessidades locais. Para tal, temos lá instalado o setor tecnológico da Escola Profissional de Aveiro e temos aqui 508 alunos que chegam de vários concelhos para estudar neste polo de Sever do Vouga. Os grandes projetos para o futuro são, sem dúvida, conseguir trazer para Sever do Vouga uma ligação direta à A25 para que se incremente a competitividade das empresas e, ao mesmo tempo, tornar o concelho ainda mais atrativo do ponto de vista do investimento e do próprio turismo, criando também melhores condições de vida aos habitantes. No entanto, o nosso interlocutor relembra que o Programa 2020 está agora a arrancar e Sever do Vouga tem alguns projetos que podem ser alavancados pelos fundos comunitários. “Um deles é o novo centro educativo que está já garantido pela assinatura do pacto com o 2020 na área da educação. Este projeto acabará por resolver o problema de algumas escolas do concelho que têm menores condições, apesar das melhorias feitas ao longo dos últimos anos. Além disso, estamos também empenhados na concretização de um projeto que visará a valorização das margens ribeirinhas e a criação de mais ecopistas que deem resposta às necessidades sentidas nos últimos anos”, finali-

Feira do Mirtilo “A Feira do Mirtilo vai crescendo de ano para ano, mas o ano passado cresceu muito porque o próprio espaço aumentou e isso fez com que fosse possível ali instalar mais stands e mais pessoas, mas também porque ao nível da produção a situação aumentou. Assim, e tendo em conta o espaço renovado e aumentado, penso que este ano teremos ainda mais expositores e mais pessoas presentes na Feira do Mirtilo”.

za o nosso entrevistado, António Coutinho.


Redinteg Junho 2016

Digital Vs Analógico A perspicácia levou-o a seguir a paixão do pai, deixou o Curso de Economia e dedicou-se à manutenção e preservação documental. No mercado há 12 anos, a Redinteg assume o papel de destaque na preservação de documentos primando pelo trabalho feito com qualidade e dedicação “…destacamo-nos pela qualidade das imagens finais. É necessário tratar os documentos com respeito, minúcia e ter muito cuidado com o seu manuseamento, principalmente quando trabalhamos com os Arquivos e Bibliotecas nacionais, que nos confiam documentos com centenas de anos de história.” Bruno Flores, Diretor da Redinteg. Em entrevista ao País Positivo, Bruno Flores descreve a Redinteg como uma “...empresa que se diferencia pela qualidade do trabalho prestado, gerida com valores assentes numa hierarquia horizontal e de participação ativa de todos os colaboradores nos processos de gestão e decisão”

preservação e o acesso à informação. Informação, que no geral, tem sido tradicionalmente mantida em papel, seja ela de informação administrativa ou de um livro antigo.

Bruno Flores, Diretor da Redinteg

A GÉNESE DA REDINTEG O diretor da empresa começa por descrever a criação da Redinteg que principiou quando se apercebeu do valor dos conhecimentos que o seu pai tinha na área da microfilmagem “o meu pai trabalha com o microfilme desde que este surgiu no mercado nacional, quando era chefe dos serviços técnicos de

Regra das Freiras de Santa Clara, Séc. XIII

uma grande empresa; neste momento continua a ser uma das pessoas mais qualificadas e eficazes a nível nacional para trabalhar nessa área. Os conhecimentos ímpares e a paixão dele pelo microfilme fizeram-me ponderar em conjunto com o Miguel Pacheco, que é um dos meus sócios, algumas hipóteses para preservação e manutenção destes conhecimentos. Como o microfilme já teve a sua morte anunciada muitas vezes, decidimos continuar a trabalhar os clientes existentes e avançar numa nova área, a digitalização. A atividade da Redinteg começou em 2004, e coincidiu com um projeto iniciado pela Biblioteca Nacional que queria fazer a digitalização de manuscritos, livro antigo e cartografia, datados desde o Séc. XVIII. Concorremos, fomos selecionados e a Biblioteca Nacional foi o nosso primeiro cliente!” CORE BUSINESS A área das tecnologias lança novidades a todo o momento e “...nós acompanhamos esses avanços com especial interesse, para um constante aperfeiçoamento do nosso trabalho. Somos uma equipa de 8 pessoas, distribuídas por três áreas: Gestão de projetos, produção de microfilmagem e de digitalização, e assistência técnica. O nosso core business é garantir a

PRESERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DOCUMENTAL A necessidade que todas as pessoas têm de manter um arquivo pessoal abriu outra porta de negócio que a Redinteg não deixou passar despercebida “as pessoas têm um arquivo pessoal e não há muitas opções para a preservação e gestão dos mesmos. O contribuinte tem de manter as suas faturas durante alguns anos a par com outros documentos pessoais e familiares. As empresas também têm de manter os seus arquivos a médio/longo prazo, e muitas vezes, têm alguma dificuldade em fazê-lo eficazmente. A digitalização vem satisfazer esta necessidade. O microfilme surge como opção quando os arquivos têm de ser mantidos a longo prazo e se pretende um baixo custo de armazenamento, para mais, a legislação portuguesa reconhece-o como substituto do papel. Através de um acordo de parceria com outra empresa, oferecemos também o serviço de custódia e destruição segura de documentação.” APOSTAS DE FUTURO No início, a Redinteg começou por identificar nichos de mercado, apostando na área dos arquivos e das bibliotecas: “adquirimos scanners específicos para digitalizar, por exemplo, volumes encadernados e frágeis que não podiam ser dobrados nem introduzidos em scanners rotativos. Este é um mercado que vai merecer sempre a nossa atenção, e constante inovação. Queremos usar a experiência e conhecimento adquirido nos últimos anos (com grandes instituições públicas e privadas) para criar um conjunto de serviços de digitalização, gestão documental e disponibilização na “cloud” para PME’s e particulares. Vamos continuar a apostar no crescimento sustentável da empresa, nos procedimentos e no automatismo de processos para facilitar o nosso trabalho, tendo sempre em vista a melhoria contínua dos nossos serviços.”



Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho Junho 2016

“Aqui, os estudantes vão encontrar um ambiente muito favorável à sua formação” O Departamento de Engenharia Civil (DEC) é um dos novos departamentos da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e conta com 36 anos de existência. Entrevista a José Manuel Cardoso Teixeira, diretor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho.

O principal projeto de ensino do Departamento de Engenharia Civil é o Mestrado Integrado em Engenharia Civil, mas também é responsável por mais cinco cursos de segundo ciclo (Mestrado em Engenharia Urbana, Mestrado em Construção e Reabilitação Sustentáveis, Mestrado Internacional em Sustentabilidade do Ambiente Construído, Mestrado em Análise Estrutural de Monumentos e Construções Históricas, e Mestrado em Engenharia de Estruturas) e corresponsável, com outras instituições por mais dois (Mestrado em Gestão de Projetos de Engenharia e Mestrado em Gestão Sustentável do Ciclo da Água). Os docentes do DEC participam ainda em projetos de ensino doutros departamentos e universidades portuguesas e estrangeiras. O Departamento tem dois centros de investigação científica que promovem dois programas doutorais e congregam 196 investigadores e bolseiros. As atividades de ensino, de investigação e de prestação de serviços especializados são apoiadas por oito laboratórios bem equipados, com mais de dois mil metros quadrados de área. Na sua opinião, quão importante é esta profissão para o desenvolvimento do país? Depois de uma forte redução da atividade a nível mundial, a seguir à recente cri-

presas nacionais nos mais diversos domínios desta área de atividade, colaborado com municípios em vários dos seus projetos, desenvolvido estudos que carecem do conhecimento aprofundado dos seus docentes, suportado análises técnicas através dos meios humanos e dos equipamentos disponíveis nos seus laboratórios e emitido pareceres técnicos especializados. Aproveitando a experiência acumulada ao longo dos últimos anos, o Departamento de Engenharia Civil tem vindo a internacionalizar-se, cooperando atualmente com instituições de cerca de cem países em atividades de formação, investigação e desenvolvimento.

se financeira internacional, o setor da construção e da engenharia civil começou a recuperar e apresenta mesmo alguma pujança em algumas regiões do Mundo. A recuperação na Europa e em Portugal começou a fazer-se sentir em finais de 2013 e as perspetivas são progressivamente mais animadoras. A procura por edifícios e por obras de engenharia civil é persistente nas sociedades contemporâneas, embora com ciclos de expansão e de retração, como sucede nas outras atividades económicas. Fruto do desinvestimento no setor que se verificou ao longo dos últimos anos, sente-se agora uma forte necessidade de conservação e de reabilitação dos nossos edifícios e de outras obras. Por outro lado, o país continua a carecer de algumas infraestruturas importantes e da melhoria de muitas outras que precisam de reestruturação ou ampliação. Assim, a engenharia civil terá um papel importante para assegurar as adequadas condições de vida à população, nas casas de que precisa para viver, nos edifícios onde trabalha ou estuda, nas infraestruturas que utiliza para se deslocar, nas instalações necessárias ao fornecimento dos serviços públicos, na modernização das instala-

ções industriais, na reabilitação e valorização do nosso património natural e construído, etc. Face a isto, a engenharia civil é, por certo, uma profissão de futuro – neste país e em qualquer outro. Número de docentes e alunos do Departamento? O Departamento tem atualmente cerca de 50 docentes, 20 funcionários administrativos e técnicos laboratoriais e cerca de 870 alunos distribuídos pelos seus diversos projetos de ensino (cerca 17 por cento do total de alunos da Escola de Engenharia). Há muitas parcerias entre as universidades e as empresas? As universidades e as empresas têm crescentemente procurado estabelecer parcerias nas mais diversas áreas e com objetivos de formação, investigação e desenvolvimento, essencialmente. A Universidade do Minho ocupa, neste aspeto, uma posição destacada a nível nacional e que é bem patente nas atividades desenvolvidas por todas as escolas e departamentos que a constituem. Em particular, o Departamento de Engenharia Civil tem mantido parcerias com muitas em-

Essas parcerias são para estágios ou investigação? Procura-se que as parcerias cubram um leque alargado de colaboração (formação, investigação, desenvolvimento, etc.) e abram a possibilidade de estágios para os alunos recém-formados pela Universidade do Minho. Essa é, aliás, uma caraterística deste Departamento que desde a sua constituição tem procurado uma forte interação com as empresas que lhe estão próximas e tem fomentado a oferta de estágios para os seus alunos por parte dessas empresas. Em muitos casos, esses estágios dão lugar a primeiros empregos e proporcionam a continuidade do relacionamento das empresas com o Departamento, num ciclo que se pretende virtuoso. A crescente internalização do Departamento e das empresas de construção mais dinâmicas que lhe estão próximas tem, ao mesmo tempo, aberto oportunidades de trabalho fora do país. Há solicitação de engenheiros portugueses por parte de empresas estrangeiras? Há, seguramente, solicitação de engenheiros portugueses por parte de empresas de vários países. A procura vem de países com elevada reputação técnica e científica, o que constitui o reconhecimento (merecido) pelo elevado nível da formação em engenharia que se obtém nas escolas nacionais. A procura vem também de países que não dispondo dessa formação, procuram em Portugal


Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho Junho 2016

profissionais competentes e com elevadas qualidades humanas e de relacionamento como nós, portugueses, sabemos ter. A história de vida de alguns dos nossos ex-alunos mostra esta realidade, talvez mais evidente na Universidade do Minho porque se enquadra numa região de forte emigração, de gente muito trabalhadora e capaz de facilmente aceitar desafios de trabalho fora da sua zona de conforto. Quem nos procura, sabe disso, perfeitamente. O Departamento de Engenharia Civil conhece bem esta realidade e trabalha diariamente para que os seus alunos se sintam preparados para esses desafios. Continua a haver empresas que pagam propinas a alunos para frequentarem os cursos de engenharia? Algum específico? A atribuição de bolsas de formação é uma prática corrente em vários países, Portugal incluído, embora seja mais recente e porventura menos frequente, entre nós, ainda. No caso do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, isso surgiu, de forma sistemática, a partir de 2014, quando um grupo de empresas, com quem já tínhamos uma longa tradição de colaboração e de confiança, acordou connosco um programa de formação de jovens engenheiros que inclui uma contribuição financeira para o pagamento das respetivas propinas. Saliente-se que o programa tem outras valências, nomeadamente, na área da formação, envolvendo profissionais dessas empresas e na oferta de estágios de verão durante os últimos anos do curso e de estágios de integração aos recém-formados. Este projeto tem sido especialmente acarinhado pelo Departamento porque traduz o reconhecimento que nos dão as empresas que nos estão próximas quanto à nossa capacidade de formação jovens engenheiros, e permite antecipar um caminho de integração no mercado de trabalho aos alunos que nos procuram, desde o primeiro ano da sua formação no Mestrado Integrado em Engenharia Civil. O Mestrado Integrado em Engenha-

ria Civil tem sido muito solicitado? Depois do acentuado decréscimo da procura pela formação em engenharia civil que foi sentido nos anos subsequentes à crise internacional, e que atingiu o mínimo no ano de 2014, assistiu-se em 2015 a uma forte inversão desta tendência que se espera que continue este ano. Ao mesmo tempo, o curso oferecido pela Universidade do Minho continua a estar entre os preferidos a nível nacional, para os estudantes que escolhem engenharia civil como formação superior. Quais as áreas disciplinares? No Departamento de Engenharia Civil existem cinco áreas disciplinares que tratam das seguintes matérias: Construções (11 docentes): materiais utilizados na construção de edifícios e das obras de engenharia civil, com o projeto e a construção de edifícios e com a gestão do processo de construção. Estruturas (12 docentes): segurança estrutural, da análise do ciclo de vidas das construções e da avaliação do risco e da resiliência na construção. Hidráulica (7 docentes): mecânica dos

fluidos, hidrologia, hidráulica fluvial e marítima, engenharia sanitária e recursos hídricos. Sistemas Regionais e Urbanos (5 docentes): planeamento regional e urbano nas suas múltiplas aceções e mobilidade. Transporte e Geotecnia (9 docentes): vias de comunicação, fundações e estruturas de contenção. A primeira fase de candidaturas que ocorre até meados de junho. Quer dirigir algumas palavras aos potenciais alunos? O Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Universidade do Minho é um curso de referência a nível nacional e com amplo reconhecimento internacional (está entre os 150 melhores a nível mundial nesta área de formação, segundo o ranking QS by subject). Na Universidade do Minho, os estudantes vão encontrar um ambiente muito favorável à sua formação, com boas instalações que proporcionam um ensino de elevada qualidade, apoiado por laboratórios bem equipados. Todos os docentes dispõem de formação altamente especializada nas diversas áreas

necessárias à formação em engenharia civil e mantém um relacionamento próximo com o tecido empresarial da área da construção. As principais instalações do Departamento são em Guimarães, integradas no campus da Escola de Engenharia que dispõe de amplos espaços verdes e de áreas desportivas e de lazer. Os alunos do Departamento de Engenharia Civil beneficiam de um excelente relacionamento com docentes, investigadores e funcionários, e têm oportunidade de conviver com colegas nacionais e de muitos outros países que atualmente frequentam os vários projetos de ensino que constituem a oferta formativa do Departamento. A formação em engenharia civil na Universidade do Minho proporciona aos alunos uma ampla rede de contactos e a aproximação ao mercado de trabalho. Ser engenheiro civil formado pela Universidade do Minho significa ter competência reconhecida e poder portanto participar ativamente, em qualquer parte do Mundo, na construção, manutenção e reabilitação dos edifícios e das obras de engenharia civil que são indispensáveis à nossa vida coletiva.


Ensino Público de Qualidade – Agrupamento de Escolas D. Sancho I Junho 2016

“Bons resultados só se conseguem com uma organização e gestão eficaz” Entrevista a António Pinto, Diretor do Agrupamento de Escolas D. Sancho I.

Como caracterizaria o Agrupamento de Escolas D. Sancho I? O Agrupamento de Escolas D. Sancho I foi criado em 4 de julho de 2012, e resultou da agregação da Escola Secundária D. Sancho I com o Agrupamento de Escolas de Calendário, ficando a sede na Escola Secundária D. Sancho I. O AE de Escolas D. Sancho I é hoje, como sempre foi, uma referência no ensino no Concelho de Vila Nova de Famalicão. Ao longo dos anos tem sabido acompanhar a evolução, as mudanças e o desenvolvimento do nosso Concelho. Com mais de 2600 alunos tem uma população escolar heterogénea que marca a sua diversidade cultural que, constituindo a sua riqueza cultural, é, também, fonte de desafios. O AE D. Sancho é o herdeiro e fiel depositário de uma já longa história da sua escola sede e que conseguiu uma simbiose ao nível dos princípios e valores que aliaram a tradição com a modernidade e que agora são a base da sua nova identidade. O AE D. Sancho I está engajado na construção de uma escola eficaz e de sucesso e que melhor possa responder às necessidades atuais das sociedades alicerçadas na aprendizagem e no conhecimento. Concretamente falando da Escola Secundária D. Sancho I, como a apresentaria? A Escola Secundária D. Sancho I, criada em 1956 como Escola Comercial e Industrial, situa-se no centro da cidade. Com excelentes instalações e equipamento, está apta a cumprir a sua missão educativa. Ocupa as atuais instalações desde 1962, renovadas pela Parque Escolar em 2011. Ao longo destes 59 anos, a primeira escola do concelho foi-se afirmando como referência na educação, quer no ensino regular e profissional, quer no ensino noturno, como o foi nos seus primórdios enquanto Escola Comercial e Industrial. Aqui se formaram muitos dos empresários e quadros de empresas que contri-

Equipa de Direção do AE D. Sancho I

buíram para o desenvolvimento económico e social desta região, sem esquecer todos aqueles que, pela sua competência, se afirmaram a nível nacional. Na sua já provecta idade, é uma escola por onde passaram três gerações, avós, pais e netos e que a ela se referem com orgulho e um brilho de alegria e satisfação nos olhos. Falar da Escola Secundária D. Sancho I é falar de uma escola de sucesso umbilicalmente ligada ao desenvolvimento económico de Vila Nova de Famalicão. A Escola Secundária D. Sancho I é conhecida e reconhecida pela excelência da sua oferta curricular. Quais as ofertas existentes? A diversidade da oferta educativa é uma questão estratégica para o agrupamento. Procuramos dar uma sólida formação académica que forneça aos nossos alunos os conhecimentos e competências necessárias para o prosseguimento de estudos, uma formação profissional que garanta as melhores condições de acesso ao mundo do trabalho, sem esquecer o desenvolvimento de capacidades de aprendizagem ao longo da vida. Ao nível do ensino secundário regular, continuamos com a oferta educativa habitual dos cursos científico-humanísticos. Ao nível dos cursos profissionais, mantemos cursos tradicionais como a Contabilidade, Manutenção Industrial e Eletrotecnia e continuaremos com os cursos de Comércio, de Turismo Ambiental e Rural e de Restauração (variante Restaurante-Bar), cujo profissionalismo e

qualidade são já bem conhecidos. Somos a escola de referência no ensino noturno, com o ensino recorrente e cursos EFA em parceria com o IEFP (historicamente sempre mantivemos em funcionamento os cursos noturnos, nas diferentes variantes que fizeram parte da oferta nacional neste domínio), sem esquecer o polo do CQEP. Por todas estas razões, a nossa escola é a mais procurada no concelho. Como conseguem atingir a excelência? Somos uma escola reconhecida pela sua boa organização e pela resposta educativa de qualidade, bem como pela sua abertura à comunidade. Da mesma forma, somos reconhecidos pela forma como recebemos e integramos os nossos alunos. Fazemos uma gestão aberta e sempre disponível para receber os alunos ou os seus pais. Porque somos um serviço público consideramos que a escola deve estar ao serviço da comunidade facilitando o uso das instalações pela comunidade local. Somos rigorosos e exigentes no processo de aprendizagem porque só assim os alunos poderão atingir o sucesso, quer a nível profissional quer a nível académico. O recurso a práticas pedagógicas e formas de ensino/aprendizagem diversificadas indutoras da inovação e da criatividade, que estimulem o pensamento crítico e que confiram a capacidade para resolver problemas e para a tomada de decisão, bem como a implementação de projetos facilitadores da integração e desenvolvimento da autonomia são condições de sucesso. Por isso, procuramos

que essa seja a prática corrente na nossa escola. A aposta na qualidade do ensino é garantida em primeiro lugar pelo profissionalismo, dedicação e esforço de todos os nossos profissionais. Professores e funcionários trabalham para que a escola assegure um serviço de qualidade, e que se constitua como um espaço primordial de construção do saber e da cidadania. A escola tem um ambiente tranquilo e favorável, onde predomina a disciplina, o respeito e o trabalho e que constitui uma marca da sua identidade. Bons resultados só se conseguem com uma organização e gestão eficaz, assente numa liderança democrática, partilhada e representativa, com valorização das lideranças intermédias, que favorece o trabalho em equipa e se suporta no princípio da responsabilidade. Sendo uma escola com oferta formativa na área profissional e profissionalizante, a Escola tem que garantir estágios aos formandos. Como tem sido a procura de empresas parceiras da Escola? A escola secundária, sede do agrupamento, é a mais antiga e icónica do Concelho. Respeitando a sua vocação inicial, a oferta formativa a nível profissional tem privilegiado a relação com as empresas da região cuja colaboração tem vindo a aprofundar-se não só porque isso garante a existência de estágios para os nossos alunos, mas também porque consideramos que uma formação profissional de qualidade só se consegue com a colaboração das empresas. Aproveitamos a sua experiência para apoio na formação quer de alunos, quer de professores. Consideramos ainda fundamental conhecermos os seus interesses e necessidades, porque só uma estreita colaboração nos permitirá formar técnicos aptos para o mundo do trabalho e com boas perspetivas de emprego. Esta exigência pela qualidade da formação não se esgota nas empresas locais com as quais desenvolvemos uma estreita e profícua cooperação. Um grupo muito significativo dos nossos alunos todos os anos faz estágio profissional em Espanha, França ou Itália no âmbito do programa Erasmus + e que constitui oportunidade única para o desenvolvimento das suas aprendizagens a nível profissional e pessoal. Com estes estágios procuramos premiar alunos com desempenho relevante, estimulando a excelência. Para além destes, temos em curso dois outros projetos internacionais, integrados no Erasmus+, um dirigido a alunos do ensino recorrente e um outro que envolve troca de experiências e de estratégias de ensino entre professores de cinco diferentes países. A escola não tem tido qualquer tipo de problema em garantir estágios para os nossos alunos quer pela excelente relação que temos com as empresas, quer porque estas já reconhecem a qualidade da nossa formação e o bom desempenho dos nossos alunos.


Ensino Público de Qualidade – Agrupamento de Escolas D. Sancho I Junho 2016 É importante reconhecer a importância das empresas? O AE D. Sancho I tem sido pioneiro no reconhecimento da importância da colaboração com as empresas porque são elas as destinatárias dos nossos alunos e porque nos dão uma outra visão dos interesses e necessidades do mercado de trabalho. Procuramos sinergias que nos permitam ter uma resposta educativa de qualidade. É por isso que todos os anos comemoramos “o dia da empresa”, habitualmente em maio, para prestarmos homenagem e agradecer a todas as empresas com quem temos parcerias. Esse é também um dia dedicado a formação dada por personalidades de reconhecido mérito a nível empresarial e dirigida aos nossos empresários, parceiros e professores. Procuramos que seja um ponto de encontro e de partilha de saberes e de experiências. No corredor central à entrada da escola construímos um mural onde está um registo com placas das empresas e instituições que mais nos apoiam nesta formação. Quero ainda referir que estamos envolvidos no projeto “a empresa na escola” com a Argatintas e a CEVE, integrado na Rede Famalicão Empreende e que tem como objetivo transferir práticas e conhecimentos do mundo empresarial para as escolas, promover a interligação entre a escola e a estrutura económica local como meio para o desenvolvimento de competências. Tem sido uma experiência gratificante e enriquecedora para a escola e que lhe abriu novos horizontes no serviço educativo que presta. Temos protocolos e parcerias com mais de 200 empresas e todos os anos vamos expandindo esta nossa rede. Hoje, mais do que nunca, é importante que as escolas sejam abertas à comunidade. Qual a postura da Escola Secundária D. Sancho I face a esta realidade? O AE D. Sancho I está integrado na Rede Famalicão Empreende para promoção e apoio ao empreendedorismo e na Rede Local de Educação e Formação que promove a atuação conjunta e concertada de todos os parceiros sociais na definição de objetivos e metas a alcançar, nos domínios da educação e formação escolar e profissional da população local. Integra a rede Famalicão Inclusivo e no projeto de Educação parental, programas supervisionados pelo Município. Para além desta estreita colaboração com o município e demais parceiros locais, o AE D. Sancho está aberto e ao serviço da comunidade, disponibilizando as suas instalações para as mais diversas atividades de empresas e instituições. Esta escola está aberta à noite, aos sábados e até aos domingos para prestar esse serviço público à comunidade, com benefícios, naturalmente, de parte a parte. A escola é procurada para a realização de eventos significativos, muitas vezes com serviço prestado por alunos dos cursos profissionais. É reconhecido o profissionalismo dos nossos alunos, especialmente do curso de restauração, que muitas vezes são requisitados e fazem formação em contexto de trabalho quer nos eventos realizados na escola quer em eventos de instituições do concelho. Atrevo-me a dizer que esta escola não serve apenas os seus alunos mas toda a comunidade educativa, das instalações desportivas ao auditório e biblioteca até às salas de informática e às salas normais para formação. Poderei dizer que também somos pioneiros nesta nova visão da escola. Falando de um tema da atualidade, é possível ter ensino de qualidade na escola pública? Como se conseguem atingir esses patamares? É perfeitamente possível e é um facto que há ensino de qualidade nas escolas públicas. É reconhecido pelas universidades e já há estudos que provam que os alunos das escolas públicas estão mais bem preparados e têm maiores níveis de sucesso que alunos de muitas escolas privadas. Isto significa que a competência do corpo docente das escolas públicas e o seu

profissionalismo são bem mais elevados do que se pensa, apesar dos estereótipos que se criaram. Muitos dos professores das escolas públicas são profissionais excelentes e dedicados, que dão muito mais horas à escola do que o horário estabelecido, e que muitas vezes sacrificam a sua vida privada para apoiar os seus alunos. Sem os mesmos instrumentos de gestão que têm as escolas privadas, os resultados de muitas escolas públicas conseguem ombrear e até superar muitas das escolas privadas. Os patamares de qualidade atingem-se com muito trabalho e dedicação. Quais os grandes projetos da Escola e as expetativas futuras?

O nosso principal objetivo será consolidar o AE como escola de referência em Vila Nova de Famalicão, melhorar os resultados não apenas académicos, mas os sociais, formar cidadãos que contribuam para o desenvolvimento da nossa região. Não queremos ser uma escola que vive do passado meritório que já construiu, mas uma escola que se projeta para o futuro sem receio de competir seja em que circunstâncias forem e que está aberta à mudança e à inovação. Como já o disse, o AE D. Sancho I constitui-se como uma centralidade ativa e dinâmica, aberta à comunidade e que prepara os nossos jovens para a vida, não apenas no domínio académico, mas também, nos domínios da formação pessoal, cívica e da cidadania.


Ensino Público de Qualidade – Agrupamento de Escolas António Sérgio Junho 2016

Em busca da excelência Marília Raro lidera uma equipa de 251 professores, 83 auxiliares de educação e mais de 2700 alunos. A tarefa não é fácil, mas torna-se desafiante conseguir apontar agulhas rumo à excelência, objetivo máximo da nossa entrevistada, Diretora do Agrupamento de Escolas António Sérgio.

O Agrupamento de Escolas António Sérgio é o maior do concelho de Vila Nova de Gaia, no que diz respeito ao número de alunos – cerca de 2700. É composto por cinco escolas EB1 com Pré-Escolar, uma EB 2/3 e uma Secundária, sede do Agrupamento. Para Marília Raro, diretora do Agrupamento, este é um agrupamento “com consistência, porque temos alunos desde o pré-escolar, atravessando todos os ciclos de ensino até ao 12º ano, incluindo os cursos profissionais e temos ainda no ensino noturno, os cursos EFA, o ensino recorrente e ainda a parceria com o IEFP. É, sem dúvida, o agrupamento que em Vila Nova de Gaia tem mais ofertas formativas. Neste momento o ensino recorrente só funciona nesta escola, somos a escola de referência para o ensino recorrente e isso obriga-nos a ter a escola aberta das 8h às 24h diariamente. Do ponto de vista das instalações, “temos uma boa oferta e a escola sede é um excelente exemplo disso mesmo. As EB1 também estão muito bem dotadas de infraestruturas já que a autarquia fez um esforço grande de investimento para criar as condições físicas necessárias para ter escolas de qualidade. No entanto, temos alguns constrangimentos na escola EB 2/3 de Santa Marinha porque a escola nunca sofreu nenhuma intervenção e, portanto, é urgente proceder a algumas obras de requalificação para dar melhores condições de vivência aos utentes. Além disso, essa escola não tem pavilhão gimnodesportivo e, por isso mesmo, em parceria com a Câmara Municipal, os alunos do 5º e do 6º anos, têm atividades físicas na piscina municipal uma vez por semana”. No próximo ano letivo a Orquestra Juvenil de Gaia re-

gressa à EB 2,3 de Santa Marinha e há vontade de implementar um projeto mais ambicioso que engloba a música, o teatro, a dança e a arte-multimédia. Relativamente ao corpo docente, “temos uma equipa relativamente alargada com 251 professores, e este é um dos pontos fortes do nosso agrupamento, pois, temos a sorte de termos profissionais muito competentes e conscientes da sua missão e isso reflete-se nos resultados obtidos pelos nossos alunos. Se consultarmos o ranking das escolas públicas de Vila Nova de Gaia, nos exames do 11º e 12º anos, pertence-nos o 1º lugar na disciplina de Física-Química A e o 2º lugar na disciplina de Matemática A. De facto, o profissionalismo e a competência do nosso corpo docente reflete-se também nas classificações de exames nacionais e os nossos alunos não têm notas inflacionadas”. A massa humana de alunos é muito heterogénea e isso significa que “não escolhemos os melhores alunos para entrar nas nossas escolas, ou seja, não há seleção à entrada e, portanto, o que temos que fazer é criar as condições para que todos os alunos tenham bom aproveitamento escolar e resultados de referência nos exames. Para isso, temos vindo, nos últimos dois anos, a criar condições para apoiar os professores naquilo que eles necessitem para que por sua vez, estes, possam apoiar os alunos. Ou seja, tem-se tentado dar todas as ferramentas necessárias para que os professores consigam trabalhar com os alunos no sentido de os preparar melhor para o seu desempenho nos exames nacionais, mas também, para que os jovens se desenvolvam num ambiente harmonioso de valores humanistas, que valorizamos”. Qualidade no ensino público, existe? “Sim! Eu fui professora no ensino privado e sou professora no ensino público e, portanto, conheço bem as duas realidades. Posso afiançar que onde existe a maior quantidade de professores competentes científica e pedagogicamente e dedicados é, sem dúvida, no ensino público. Problemas existem em todas as escolas, aqui ou no privado. No entanto, a nossa missão é estar atenta a esses problemas e agir ativamente para os resolver”. Com as obras da Parque Escolar, as escolas ganharam ainda mais qualidade. A juntar à qualidade dos profissionais, junta-se a qualidade das instalações. Dirigir um Agrupamento de escolas não é, de todo, uma tarefa fácil mas a verdade é que facilita quando existem colegas de dire-

Marília Raro, Diretora do Agrupamento de Escolas António Sérgio

ção/coordenação/assessores que assumem algumas tarefas como suas e fazem de tudo para conseguir cumprir com os objetivos. É nesse ponto que se encontra o Agrupamento de Escolas António Sérgio, numa fase de delegação de competências que garantem o bom funcionamento do agrupamento como um todo. Na opinião de Marília Raro, o agrupamento está neste momento numa fase de renovação e todos os projetos em que se tem envolvido têm sido essenciais para garantir a capacidade de sucesso de todos neste projeto educativo. É o caso do Projeto Fénix para o primeiro, segundo e terceiro ciclos que visa a melhoria do sucesso escolar e a redução do abandono escolar. Apesar dos passos serem pequenos, começam já a ser visíveis algumas melhorias nos resultados académicos e, nestes casos, qualquer que seja a melhoria é já sinal de vitória. Neste momento, estamos a aferir os resultados do processo de autoavaliação do Agrupamento que vai permitir que a gestão analise os pontos menos positivos de todo o agrupamento e consiga agir no sentido de os melhorar, garantindo assim uma escola de qualidade de todos e para todos. A finalizar, a nossa entrevistada refere que seria importante uma maior participação dos pais e encarregados de educação em toda a vida da escola. É importante que os pais exijam e se envolvam com a escola pois só com o apoio deles vamos conseguir criar mecanismos de apoio aos próprios alunos. De facto, tem sido difícil atrair os pais à escola, mas penso que a seu tempo acabaremos por conseguir”. Para o futuro, Marília Raro define a excelência como linha do horizonte a atingir, sendo este o seu objetivo máximo: “Sei que é impossível atingirmos a excelência porque somos uma estrutura muito grande, mas quero que trabalhemos nessa direção.

O limite é mesmo o horizonte e temos que trabalhar mais e melhor a cada dia que passa para nos conseguirmos aproximar do nosso horizonte – a Excelência. Este sim é o nosso grande objetivo”, finaliza a nossa entrevistada, Marília Raro.

7 ESCOLAS... Escola Secundária António Sérgio Escola Básica de Santa Marinha EB 1/JI Quinta das Chãs EB 1/JI do Marco EB 1/JI da Praia EB 1/JI das Pedras EB 1/JI Prof. Dr. Marques dos Santos ...OFERTA FORMATIVA Ensino Básico Regular Pré-Escolar 1º/2º/3º Ciclos do Ensino Básico Ensino Secundário Regular Cursos Científico-Humanísticos: Artes Visuais Ciências e Tecnologias Ciências Sócio Económicas Línguas e Humanidades Profissional Cursos Profissionais: Técnico de Multimédia Técnico de Receção Técnico de Apoio à Infância Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos Ensino Secundário Recorrente Cursos Científico-Humanísticos: Ciências e Tecnologias Línguas e Humanidades CQEP - Centro para a Qualificação e Ensino Profissional Cursos EFA (Educação e Formação de Adultos) Curso EFA Básico Curso EFA Secundário


Agrupamento de Escolas António Sérgio do Pré-Escolar ao 12º Ano de escolaridade

...um projeto de Continuidade, um projeto de Qualidade... 7 ESCOLAS... Escola Secundária António Sérgio Escola Básica de Santa Marinha EB 1/JI Quinta das Chãs EB 1/JI do Marco EB 1/JI da Praia EB 1/JI das Pedras EB 1/JI Prof. Dr. Marques dos Santos

...OFERTA FORMATIVA Ensino Básico Regular

Pré-Escolar 1º/2º/3º Ciclos do Ensino Básico

Ensino Secundário Regular

Cursos Científico-Humanísticos: Artes Visuais Ciências e Tecnologias Ciências Sócio Económicas Línguas e Humanidades

Ensino Profissional

Cursos Profissionais: Técnico de Multimédia Técnico de Receção Técnico de Apoio à Infância Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos

Ensino Secundário Recorrente

Cursos Científico-Humanísticos: Ciências e Tecnologias Línguas e Humanidades

CQEP - Centro para a Qualificação e Ensino Profissional

Cursos EFA (Educação e Formação de Adultos) Curso EFA Básico Curso EFA Secundário

Agrupamento de Escolas António Sérgio Av. Nuno Álvares, s/n • 4400 - 233 Vila Nova de Gaia Tel.: 22 375 21 99 • Fax: 22 375 70 58 Correio Eletrónico: esas.gaia@antoniosergio.pt www.antoniosergio.pt


Ensino Público de Qualidade – Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira Junho 2016

Formar, integralmente, com inovação e excelência Numa altura em que comemora o seu 40º aniversário, a Escola Secundária Manuel Laranjeira assume-se, cada vez mais, como uma escola de valores e que aposta no aluno como foco da atenção e do sucesso. Fomos até Espinho conhecer melhor o mega Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira e entramos à conversa com Ana Gabriela Moreira, diretora do agrupamento e da escola sede que, este ano, celebra o seu 40º aniversário e se assume, cada vez mais, como pioneira num setor em que a qualidade é, muitas vezes, colocada em causa. Numas instalações com cinco anos, construída com materiais duradouros, sem luxos e com um resultado funcional e estético muito bom, a Escola Secundária Manuel Laranjeira tem, hoje, dificuldade em responder à crescente procura. No entanto, caso “optássemos pela falta de qualidade de horários, não teria qualquer dificuldade em criar as turmas necessárias e o espaço não seria, de todo, exíguo, mas nós não abdicamos da qualidade de horários, para os nossos alunos”. Aqui, os horários são uma aposta para o sucesso educativo e possibilitam o final das tarde livres para as atividades extracurriculares, o que tem sido valorizado pelos Encarregados de Educação. Os professores têm no seu horário, horas para reunir com o grupo disciplinar para preparar aulas e abordagens, numa aposta no trabalho colaborativo entre docentes, cada vez mais importante. As chefias intermédias empenham-se para conseguir esse trabalho colaborativo e, ao mesmo tempo, adaptar as melhores práticas trazidas por novos professores, oriundos de outras escolas, à nossa. Porque a visão de professores novos é também muito importante porque nos faz inovar, mudar, criar…”. O Mega Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira é composto por um centro esco-

Ana Gabriela Moreira, Diretora do agrupamento

lar com cerca de 500 alunos, uma EB1/JI, uma Eb1 e um Jardim de Infância, uma EB 2/3, além da Escola Secundária Manuel Laranjeira. Neste momento, a direção está empenhada em mudar a imagem que se criou da Escola EB 2/3 Sá Couto. Hoje, “a Escola Sá Couto tem um modelo de funcionamento igual ao da Manuel Laranjeira com os mesmos professores, assim como a filosofia de escola e as práticas pedagógicas são idênticas. Esta é realmente uma grande aposta da direção e temos conseguido criar dinâmicas muito interessantes, como é o caso das salas de estudo criadas para dar resposta às necessidades dos nossos alunos. Essa resposta já existia na escola sede e agora foi também implementada na Escola Sá Couto, onde foi alargada ao 2º ciclo”. Outra das grandes apostas desta direção é aposta no primeiro ciclo. Para Ana Gabriela Moreira, a grande vantagem de fazer parte de um mega agrupamento é conseguir ter a capacidade de olhar para um alu-

no no Jardim de Infância e perspetivar o trabalho com esse aluno até ao 12º ano. E isto não é uma utopia já que, há oito anos,

“ O Mega Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira é composto por um centro escolar com cerca de 500 alunos, uma EB1/JI, uma Eb1 e um Jardim de Infância, uma EB 2/3, além da Escola Secundária Manuel Laranjeira. Neste momento, a direção está empenhada em mudar a imagem que se criou da Escola EB 2/3 Sá Couto.”


Ensino Público de Qualidade – Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira Junho 2016

“ Há a necessidade de consolidar uma identidade única criando sinergias que promovam este sentimento de pertença, quer duma parte, quer de outra.”

“a Manuel Laranjeira foi a primeira escola secundária a integrar o segundo ciclo e esses alunos estão agora a terminar o 12º ano e as notas mostram-nos que existiu efetivamente um trabalho contínuo e um acompanhamento que deu resultados. E é precisamente este trabalho que queremos replicar desde o Jardim de Infância”, revela. Aliás, “a psicóloga, a única para 2800 alunos, tem vindo a desenvolver um trabalho muito positivo no sentido de combater as dificuldades de aprendizagem, tendo criado um projeto numa turma do pré-escolar e onde os professores podem perspetivar em que áreas cada um dos alunos necessita de mais estudo e apoio”. Desta forma, trabalhando o aluno desde que entra neste agrupamento, “iremos conseguir formar estes jovens de forma integral, fornecendo-lhes ferramentas essenciais para que possam enfrentar o mundo fora da escola”. Para Ana Gabriela Moreira, ainda se pode melhorar e reforçar nos alunos, pais, professores e funcionários, o sentimento de pertença ao agrupamento. “Há a necessidade de consolidar uma identidade única criando sinergias que promovam este sentimento de pertença, quer duma parte, quer de outra”. Se a escola pública tem qualidade? “Com certeza. Somos uma escola pública de qualidade e inclusiva, que tem grande variedade de cursos para dar resposta à heterogeneidade do seu público alvo. Os nossos alunos atingem os seus objetivos ingressando nos cursos superiores que ambicionam nas diferentes áreas ou ingressando no mercado de trabalho. A Promoção da inovação e da excelência, pilares do Projeto Educativo deste agrupamento, tem-se refletido nos resultados obtidos pelos nossos alunos. Tudo isto é um desafio diário que nos obriga a ser capazes de ter um conjunto de ofertas que respondam às necessidades de cada um dos alunos. Ao nível da oferta formativa, a Escola Manuel Laranjeira oferece, além dos cursos de prosseguimento de estudos, três cursos profissionais: técnico de audiovisuais, técnico de multimédia e técnico de Restaurante/bar, que têm tido uma elevada procura. Neste momento, e apesar de todo o sucesso do Agrupamento Manuel Laranjeira em variadíssimas áreas, um dos grandes desafios à excelência é efetivamente a falta de autonomia para contratação e gestão de recursos humanos. Depois de conhecermos esta escola, reconhecemos que é uma escola de projetos, vocacionada para a formação integral do aluno e que se baseia na educação como base para a criação de ferramentas essenciais para a vida real.


Escola Profissional da Guarda Junho 2016

Ensino e compromisso de futuro A escola representa hoje, como sabemos, um dos pilares da sociedade, cumprindo o nobre desiderato da formação de uma geração que contribua como elemento estruturante para o desenvolvimento social e económico de um território.

Consciente desta realidade, a Escola Profissional da Guarda apresenta-se hoje sob o lema “Temos Projeto, Somos Futuro” num claro reconhecimento da importância de um sólido projeto de formação científica, social e humana de olhos postos no futuro. Ao longo das últimas décadas, assistimos a uma crescente valorização e consolidação de um ensino profissionalmente qualificante no contexto da ação educativa. Atenta a esta realidade, a Fundação João Bento Raimundo, pautada por uma visão estratégica e na observância dos princípios de cariz social que presidem à sua ação, vem, no início de 2006, procurar dar resposta a

uma lacuna que se fazia sentir na cidade da Guarda, com claras repercussões na formação dos jovens do interior do país, inaugurando uma escola que enformasse um conjunto de princípios e valores para a sociedade, sobretudo no que diz respeito às relações entre educação e mercado de trabalho. Situada a escassos metros da nobre zona histórica da cidade, de forma a facilitar a mobilidade dos discentes, a escola é também um agente estimulador da cultura e do património que carateriza a região.

Ao longo de uma década de existência, esta é uma casa que se renova de forma permanente, de modo a cumprir o bem -estar de todos aqueles que a elegeram. Desta forma, o corrente ano marca um conjunto de inaugurações de novas infraestruturas que acrescentam uma maior qualidade e conforto às instalações e serviços já disponibilizados pela escola. O novo e moderno bar colocado à disposição dos alunos é também um espaço de entretenimento e lazer, onde estes podem comodamente navegar na

internet, ler a imprensa escrita disponibilizada e promover as suas saudáveis tertúlias. O salão multiusos é o local ideal para a realização de palestras, workshops e reuniões alargadas, permitindo uma assistência de, aproximadamente, quinhentas pessoas. Um dos próximos objetivos a concretizar diz respeito à construção de uma nova residência, a poucos minutos de distância da escola e que contará com um refeitório, zonas de lazer e um amplo espaço circundante, numa resposta ao crescente número de alunos de concelhos envolventes que procuram um ensino de qualidade e acabam por se estabelecer na cidade. Apetrechada com os melhores equipamentos tecnológicos, nas diferentes áreas de atuação a que se propõe, conta hoje com mais de meio milhar de alunos, distribuídos por uma alargada oferta formativa em áreas como a Mecânica, Informática, Comunicação e Marketing, Multimédia e Saúde. A orientação vocacional e a estruturação dos conteúdos consubstanciam as aspirações dos alunos, sem perder de vista as reais necessidades do mercado de trabalho. O interesse científico e técnico dos projetos e a sua aplicação no mercado de trabalho vêm reconhecer uma formação prática de excelência, motivadora de rasgados elogios pelo tecido empresarial local que acolhe, com muita satisfação, mão de obra qualificada para a realização dos estágios profissionais. No final dos mesmos, uma larga maioria dos alunos que pretende iniciar a sua carreira profissional, empregando os seus mais recentes conhecimentos e contribuindo para novas formas de atuação técnicas e científicas, veem as suas aspirações concretizadas em empresas locais e nacionais que privilegiam este novo know-how, assinalando a empregabilidade


Escola Profissional da Guarda Junho 2016 de alguns cursos a 100%. Convictos de que a aposta na qualificação, baseada em padrões de exigência científica e técnica, se apresenta como um marco diferenciador na carreira de um indivíduo, a Ensiguarda reforça todos os anos a sua aproximação ao ensino superior, proporcionando aos seus alunos um conjunto de sessões teóricas e práticas na Universidade da Beira Interior, numa clara interação entre os diferentes níveis de conhecimento. Por esta razão, são cada vez mais os alunos que apostam na prossecução dos seus estudos, acompanhados ao longo da sua formação por uma vasta e competente equipa docente que se esforça no sentido de os orientar na exigente etapa de preparação para os exames nacionais. A par das inúmeras distinções que têm agraciado o trabalho da escola, sobretudo pelo valor da qualificação de jovens no interior do país, reiteramos os dados relativos à inserção no mercado de trabalho e a elevada percentagem de alunos que ingressam no ensino superior e que vêm reforçar a necessidade de um trabalho futuro com base nas linhas orientadoras de uma instituição que se encontra motivada a garantir o sucesso pessoal e profissional desta nova geração.

João Bento Raimundo

João Bento Raimundo, timoneiro deste projeto, é também o nome e o rosto de uma Fundação prestes a completar três décadas de existência que a sociedade admira e reconhece, pelo seu importante contributo público, em diferentes objetos sociais como a educação de infância, assistência à terceira idade, apoio à pessoa com deficiência e ainda uma loja e cantina social, no sentido de dar resposta a vários casos de vulnerabilidade económica das famílias do interior. De uma visão singular mas sempre à frente do seu tempo, é um homem da Educação e de todos os desafios que ao longo dos anos marcaram a realidade do ensino em Portugal. Professor do ensino superior, foi também membro do Conselho Científico do Instituto Superior de Educação e Trabalho, presidente do Sindicato de Professores da Zona Centro e da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação. Se hoje falamos de um interior com novas aspirações culturais, sociais, mas também económicas, esta realidade ficará para sempre associada ao homem que presidiu a Comissão Instaladora do ensino superior politécnico na Guarda e assegurou um crescimento de excelência a uma instituição que contribuiu para a dignificação de uma parte do país que muitos consideravam esquecida, devolvendo a milhares de jovens que já haviam iniciado o seu percurso técnico-profissional e a sua formação tecnológica, a possibilidade de um aprofundamento de conhecimentos que os preparassem,

como o próprio afirmou, “para a escalada do amanhã”. Sabendo que o ensino profissional assume hoje uma expressão no sistema educativo mais intensa do que nunca, a sua preocupação com uma franja do país, que muito poderá continuar a contribuir para a expansão da economia, assume a preparação destes jovens como uma alavanca da competitividade económica e da empregabilidade, continuando a fazer do Professor João Bento Raimundo um defensor e impulsionador do ensino, acreditando que o reconhecimento das potencialidades dos mais jovens, neste importante novo paradigma de ensino, lhes permitirá uma plena realização enquanto indivíduos e cidadãos.


SINTAP Junho 2016

A lutar pela defesa da administração pública Sindicalista desde os 18 anos de idade, José Joaquim Abraão, começou o seu percurso delegado sindical, mais tarde chegou a dirigente sindical no Sindicato de Escritório e Comércio de Vila Real, que foi um dos fundadores da UGT – União Geral dos Trabalhadores. Hoje é o secretário-geral do SINTAP - Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos, vice-secretáriogeral da FESAP Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos e Secretário Nacional da UGT. Numa entrevista sempre marcada pelo cunho profissional e sindicalista que o caracteriza, José Abraão descreve o país e as aspirações do SINTAP para 2016.

que uma grande parte dos trabalhadores sindicalizados eram oriundos das autarquias locais. A minha decisão de aderir ao SINTAP como funcionário municipal, e fundador da UGT e dirigente sindical do Sindicato de Escritório e Comércio de Vila Real, dinamizador de um conjunto de sindicatos que nasceram com a UGT, fui convidado pelo Eng.º João Proença, que foi secretário-geral do SINTAP, para ingressar nos órgãos dirigentes nacionais deste grande Sindicato.

Sindicalista, trabalhador da Câmara Municipal de Vila Real e agora secretário-geral do SINTAP. O que o levou a fazer carreira no sindicalismo? Iniciei o meu percurso sindical na década de 70. Sempre gostei de dar o meu contributo, de participar, de lutar pelos direitos de cidadania e dos trabalhadores; o que muito contribuiu para a fundação do SINTAP, que surgiu após um entendimento entre trabalhadores e sindicalistas socialistas, sociais-democratas, democratas cristãos e independentes em dezembro de 1978 e participei no primeiro congresso da UGT no Vale Formoso, no Porto. Enquanto ativista sindical beneficiei de uma experiência, em que beneficiei de formação em alguns países do norte da Europa e nos quais verifiquei

O SINTAP apresenta-se como um sindicato abrangente. É isso que o diferencia dos seus semelhantes? O SINTAP é um sindicato que abrange todos os trabalhadores da administração pública. Creio que é o único sindicato no país que é verdadeiramente vertical, com a possibilidade de sindicalizar todos os trabalhadores da administração pública, como os trabalhadores das escolas, saúde e segurança social e das Entidades com fins públicos, como as misericórdias, das IPSS`s e das empresas municipais. Atualmente temos as portas abertas em todos os distritos. Enquanto outros sindicatos se dividem em três: norte, centro e sul; o SINTAP é o único que é verdadeiramente vertical e nacional, tem a sua sede em Lisboa e sindicaliza os trabalhadores do continente e ilhas. À semelhança de outros grandes sindicatos nacionais e estrangeiros, o SINTAP também tem uma forte ligação com uma federa-

ção Europeia, que é o FESESP- Federação Sindical Europeia de Serviços Públicos. Um dos problemas dos sindicatos nacionais é que existem em grande número e acabam por se dispersar nas intenções, na força que poderiam ter junto do governo e dos empregadores públicos e alguns chegam ao ponto de lutar entre si para conquistar mais sindicalizados, por estes motivos é que o projeto inicial da UGT era o de ter sindicatos nacionais, verticais e por setor de atividade económica. Acredito que a questão da reorganização dos sindicatos é fulcral para o bom desempenho dos mesmos e para servir os interesses dos trabalhadores sindicalizados. Hoje temos na central sindical a UGT, uma perspetiva mais virada para a negociação, para a concertação social e para a participação ativa, por isso, lutamos quando é necessário. Por outro lado, outros agarrados ao seu procedimento tradicional quase se esgotam no protesto, nós na UGT reivindicamos e lutamos, mas o nosso objetivo último é concretizar a negociação coletiva e diálogo social melhorando, por essa via, as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores que representamos. Adaptaram-se às diferentes necessidades? As adaptações têm vindo a ser feitas à medida que a conjuntura nacional vai mudando, porque a vida não é estática.

DELEGAÇÕES REGIONAIS

COORDENADOR

TELEFONE

E-MAIL

Delegação Regional dos Açores

Francisco Pimentel

295 628 887

sede@sintapazores.com

Delegação Regional da Madeira

Ricardo Freitas

291 224 604

sintap.madeira@netmadeira.com

Delegação Regional do Norte

Fernando Fraga

223 389 526

sint.reg.norte@sapo.pt

Delegação Regional do Centro

Jacinto Santos

239 840 028

regionalcoimbra@sintap.pt

Delegação Regional do Alentejo

Joaquim Gracio

265 228 002

del.sintap.alentejo@sapo.pt

Delegação Regional do Algarve

João Barnabé

289 826 389

sintapalgarve@gmail.com

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo

Secretário Geral

210 122 600

lisboa.vtejo@sintap.pt

Secretário geral: José Abraão Presidente: Francisco Pimentel Vice-Secretários Gerais: Ricardo Freitas; Fernando Fraga; José Sena


SINTAP Junho 2016

Os novos tempos passam pelo reforço da negociação coletiva, da concertação social, da participação ativa e do exercício da cidadania. Há muitas pessoas que se habituaram a beneficiar do trabalho dos sindicatos sem serem sindicalizados. Os diversos acordos celebrados com os governos na primeira década do século e que beneficiaram os trabalhadores tantas vezes foram contestados por quem não tem na negociação um meio para melhorar as condições de vida e de trabalho relativamente àqueles que dependem dos rendimentos do trabalho. Depois do “ataque” que foi perpetrado contra os trabalhadores da administração pública, através do Programa de Ajustamento e da austeridade, parece que estamos a começar a reverter parte desta situação. Durante este ano estamos a assistir a uma alteração importante no número de trabalhadores: por cada dois que saem entra um; em 2019 por cada cinco que saem entram quatro. Vai haver sempre redução no número de trabalhadores e creio que nunca mais vamos conseguir repor as necessidades permanentes dos serviços.

“ Os diversos acordos celebrados com os governos na primeira década do século e que beneficiaram os trabalhadores tantas vezes foram contestados por quem não tem na negociação um meio para melhorar as condições de vida e de trabalho relativamente àqueles que dependem dos rendimentos do trabalho. Depois do “ataque” que foi perpetrado contra os trabalhadores da administração pública, através do Programa de Ajustamento e da austeridade, parece que estamos a começar a reverter parte desta situação.”

Na sua opinião faz sentido aplicar estas alterações a todos os trabalhadores, independentemente da sua função e se são ou não sindicalizados? Não digo que não faz sentido, mas os tempos evoluíram de tal maneira e, se calhar, pela negativa, pelas dificuldades económicas do país, pela degradação financeira e por um certo neoliberalismo que se impôs procurando retirar os direitos adquiridos até então, que acabaram por desvalorizar o trabalho. O resultado é que a realidade atual é completamente distinta: passaram quatro anos sem que fossem publicadas portarias de regulamentação de trabalho. Em termos comparativos e para poder descrever melhor o que pretendo e comparando os anos de 2007/2008 e 2016: em 2007/2008 teríamos 1 milhão 300 mil pessoas cobertas com os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, para além da negociação que se ia procurando fazer, depois surgiu a questão da caducidade dos contratos coletivos de trabalho e a não publicação de portarias, o resultado é que hoje são pouco mais de 300 mil as pessoas que estão cobertas com os instrumentos para a regulamentação coletiva de trabalho. Pese embora nos últimos tempos tenha melhorado minimamente.

práticos destas mudanças? Em 2009, a administração pública assistiu a uma grande reforma quando negociamos a lei nº12-A/2008, de 27 de fevereiro, que era o diploma da LVCR (Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações) e que introduz dois tipos de contratos na administração pública: os nomeados e o contrato de trabalho em funções públicas, acabando com o contrato individual de trabalho na função pública. A ex-ministra das Finanças, Dr.ª Manuela Ferreira Leite, criou um contrato individual de trabalho para os funcionários públicos; em consequência, a maioria dos serviços passaram a ter dois mapas de pessoal: um para os nomeados e outro para os contratos individuais de trabalho. Nessa altura já havia cerca de 100 mil trabalhadores em regime de contrato geral de trabalho a quem se aplicava o código de trabalho com algumas pequenas alterações em relação ao existente na administração pública. Com a entrada em vigor da LVCR acabaram com os contratos individuais de trabalho e os trabalhadores passaram todos a ter um contrato de trabalho em funções públicas, sendo que, os que estavam nomeados, mantiveram os direitos oriundos da nomeação. Daí para a frente já era uma realidade completamente distinta e que veio a culminar, há cerca de dois anos, com a colocação na requalificação de cerca de 600 trabalhadores da segurança social, uma parte deles eram no-

Em 2009 o trabalho desenvolvido pelo SINTAP e pelo FESAP na conquista de direitos sofre uma série de alterações. Quais foram os efeitos

meados e não podiam ser despedidos e manter-se-iam na requalificação com 60% de vencimento no primeiro ano e de 40% nos seguintes; os trabalhadores que tinham contrato de trabalho em funções públicas, passado um ano de estarem na requalificação podiam ser despedidos. O retrocesso que se fez na administração pública relativa às garantias do posto de trabalho ficaram comprometidas, daí para a frente assistimos às dificuldades financeiras do nosso país e a nível internacional, a uma ideia neoliberal sempre na tentativa de ir para além da “troika” e as limitações à contratação e foi por isso que cresceu, de forma significativa, a precariedade na administração pública, hoje há mais de 60 mil trabalhadores nessas condições. Refira algumas das reivindicações do SINTAP para 2016. Hoje enfrentamos desafios que não existiam no início do SINTAP: É premente o combate à precariedade na administração pública, hoje são cerca de 75 mil; Fim da requalificação/mobilidade especial e acabar com os despedimentos; Alteração ao SIADAP –Sistema de Ava-

liação de Desempenho da Administração Pública; Fim dos congelamentos dos efeitos do SIADAP e das progressões nas carreiras profissionais; Melhorar os mecanismos da formação profissional na Administração Pública Central, Regional e Local; Aplicação das 35 horas de trabalho semanal a todos os trabalhadores dos serviços públicos independentemente da natureza do seu vínculo; Incentivos e valorização da negociação coletiva que, por sua vez, às mobilidades entre carreiras e geográficas; Requalificação dos poderes da ACT - Autoridade para as Condições de Trabalho de forma a que esta possa, por exemplo, atuar nas instituições públicas, como instrumento de combate aos acidentes de trabalho. Defesa da ADSE mantendo-a na esfera pública como forma de melhor garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Valorização das carreiras profissionais. Pôr termo à austeridade e aos congelamentos (salários, pensões e progressões). Defesa do estado social com serviços públicos ao serviço dos cidadãos.

Av. Boavista, 117, 6º, Sala 607 4050-115 Porto • Telf.: 226 104 394



Mobilidade em altura – Amadeu Ferreira da Silva, Lda Junho 2016

Há mais de 50 anos a garantir qualidade La-Salette Silva e Víctor Quintas são os responsáveis pela empresa Amadeu Ferreira da Silva, Lda. Uma empresa com mais de 50 anos e que trabalha na manutenção, modernização e reparação de elevadores em Portugal. Um knowhow que se construiu e que dificilmente se esquece, na hora de escolher qualidade.

Amadeu Ferreira da Silva começou cedo a trabalhar no setor dos elevadores, levado pelo pai para a empresa onde trabalhava, no Porto. Foi fazendo a sua carreira nessa reconhecida empresa e, numa altura de ouro, a empresa ganhou uma série de concursos a nível de montagem de elevadores, nomeadamente o Elevador do Cristo Rei. Amadeu Ferreira da Silva rumou então à capital para chefiar a equipa de montagem de elevadores nessas grandes obras e, no pós 25 de Abril, o então patrão – numa altura em que essa empresa passava por um momento de grande depressão – sugeriu a

Amadeu que continuasse o seu trabalho, abrindo uma empresa em seu nome e garantindo a manutenção das obras conseguidas pela G. Perez, Lda. Amadeu Ferreira da Silva assim o fez e, empregando alguns dos seus colegas, criou uma empresa que aposta na qualidade e na capacidade técnica dos seus colaboradores. Hoje, mais de 50 anos passados desde essa altura, são os herdeiros do já falecido Amadeu Ferreira da Silva que seguem com a sua obra, sem nunca perder de vista o fio condutor da empresa e a filosofia baseada na atenção ao cliente e na qualidade dos serviços e materiais. Apesar de ser formada na área da Psicologia e Ciências da Educação, La-Salette Silva assumiu a direção da empresa fundada pelo pai, seguindo um pouco a sua vontade. “Quando aqui cheguei não percebia nada de elevadores, o meu irmão, Víctor Quintas, foi de grande ajuda juntamente com os funcionários que foram excelentes e que me foram passando os seus conhecimentos. Hoje, além da gestão, sei também quais são as peças que compõem um elevador e sei para o que servem”, afirma. Esta é também uma forma de a responsável demonstrar o apreço pelo grupo de funcionários que possui que, além de serem excelentes profissionais e técnicos, são também excelentes pessoas e que dão tudo pela empresa onde estão inseridos. E com um capital humano desta qualidade, é difícil que esta pequena empresa não seja referência. A nossa entrevistada revela que, com a chegada das multinacionais, a Amadeu Ferreira da Silva, Lda perdeu terreno: “Quando as grandes empresas chegaram ao nosso país, o fator preço passou a ser essencial na tomada de decisão e, nós, oferecíamos qualidade, em detrimento do preço”. Apesar disso, a filosofia da empresa não mudou e isso fez com que acabasse por manter grande parte dos seus clientes e atrair mais uns quantos: “Nós temos uma capacidade técnica muito grande e isso distingue-nos dos nossos concorrentes. Somos capazes de responder às necessidades dos clientes, cuja proporção entre preço e qualidade é justa para ambas as partes. Foi precisamente isto que fez, por exemplo, com que continuássemos a ser responsáveis pela manutenção do monumento do Cristo Rei e de alguns outros de entida-

La-Salette, Amadeu Ferreira da Silva, Lda

filosofia de todos os que aqui trabalham e que mostra a razão de a empresa estar já no ativo há mais de 50 anos.

des de renome nacional”. Mas apesar da qualidade que oferece, a empresa teve necessidade de complementar o seu leque de serviços ao cliente e, atualmente, possui também aconselhamento técnico e assistência 24 horas, garantindo que o cliente nunca tem qualquer tipo de problemas com o seu equipamento. Montamos qualidade com qualidade é o slogan da empresa e que espelha bem a

Obras Emblemáticas A grande obra, a mais emblemática e mediática de Amadeu Ferreira da Silva foi, sem sombra de dúvidas, a montagem do elevador do Cristo Rei. Esta obra, de dimensão considerável, foi a menina dos olhos de Amadeu e, até hoje, a empresa mantém a sua manutenção. De acordo com a nossa entrevistada, “todos os meses fazemos uma manutenção aos componentes do elevador do Cristo Rei e, anualmente, o elevador fica parado cinco dias para que consigamos fazer uma inspeção e manutenção geral, garantindo o excelente funcionamento do mesmo”. Uma obra de grande dimensão que mostra bem a qualidade dos serviços e dos equipamentos utilizados na Amadeu Ferreira da Silva.

Praça das Águas Livres, n.º 8, Loja E 1250-001 Lisboa Tel: 213 886 592 • Fax: 213 862 461


KONE PORTUGAL Junho 2016

Dedicated to people flow KONE Elevators and Escalators, empresa finlandesa com 106 anos de existência, surge em Portugal em 2003 com o negócio de instalação e manutenção de elevadores. O volume de negócios aumentou e “sentimos necessidade de seguir investido em Portugal, pois é um mercado muito interesante para KONE no qual queremos acrescentar nossa participação e a compra de outras empresas é uma das vias. Neste momento já adquirimos mais de dez!”, afirma o Diretor Geral da KONE Portugal, António José Canle. Em entrevista ao País Positivo, António José Canle apresenta a empresa e a sua visão de futuro sobre a mobilidade vertical.

A KONE Portugal existe há 12 anos, manteve o core business, cresceu e implementou novos conceitos no setor como o People Flow®. Em que se baseia este conceito? O nosso core business começa pelo fabrico, montagem, instalação e manutenção de sistemas de acessibilidade como elevadores, escadas e tapetes rolantes e portas automáticas. O conceito People Flow® faz parte da estratégia definida para o universo KONE, iniciado durante o ano de 2009, e que consiste em definir como apresentar o melhor serviço às pessoas que utilizam os nossos sistemas de mobilidade. A tendência, a nível mundial, é que cada vez mais

pessoas vivam nas cidades, o que aumenta a necessidade de facilitar a movimentação dessas pessoas que, por sua vez, têm vindo a ter maior longevidade. Hoje, a visão de um utilizador de elevadores é a mesma de há 20 anos atrás? Tradicionalmente as pessoas pensavam que um elevador era um caixote com um espelho, no qual se carregava num botão e nos levava ao andar desejado. Hoje a realidade é completamente diferente. Há muita tecnologia aliada à qualidade dos sistemas de mobilidade e os utilizadores apercebem-se disso. No início, a tecnologia mais utilizada era a hidráulica, houve uma evolução e començaram a ser instalados mais elevadores eléctricos, mas o conforto de viagem não está adequado às necessidades quotidianas naqueles equipamentos mais antigos. Na paragem há sempre um pequeno degrau que, muitas vezes, provoca quedas e dificuldade de acesso às pessoas mais distraídas ou com mobilidade reduzida. Segundo as mais recentes normas europeias a paragem ter de ser quase perfeita para evitar acidentes. A KONE contribuiu para a revolução do mercado da mobilidade vertical? A KONE, no dia 14 de março de 1996, lançou no mercado um elevador que não tinha necessidade de ter uma casa das máquinas, o MonoSpace®, foi mesmo uma grande revolução no setor da mobilidade vertical, uma vez que até essa data, era um imperativo reservar um espaço nas construções para a casa das máquinas dos elevadores. Esta inovação também provocou uma revolução ao nível dos requerimentos e da arquitetura dos edifícios. Tradicionalmente a casa das máquinas ficava no topo dos edifícios, hoje esse espaço pode ser utilizado para qualquer outro fim. Para além desta revolução o KONE MonoSpace®, introduziu pela primeira vez uma máquina que funciona com uma tecnologia gearless o que, por sua vez, apresenta vantagens ao nível energético com reduções na casa dos 90 por cento em comparação com os elevadores tradicionais elétricos ou hidráulicos. Portugal acompanha a evolução legislativa dos restantes países europeus? Em Portugal, quando é publicado uma

portaria que legisla o setor dos elevadores, afetam aos elevadores dessa data para a frente, raramente tem efeitos retroativos o que faz que poda acontecer que hoje em dia um elevador seja regido, a nível de manutenção, por várias normas, de datas diferentes. Noutros países da Europa, onde a KONE opera, quando aprovam uma lei esta aplica-se a todos os elevadores, independentemente do ano de instalação. A própria singularidade do nosso mercado faz que, por vezes, encontramos elevadores que são regulados por varias portarias diferentes o que se torna extremamente complicada a manutenção dos mesmos. Os elevadores em Portugal são seguros? Os elevadores mais recentes são extremamente seguros e eficientes. Do ponto de vista legal os elevadores mais antigos também são seguros e todos cumprem a lei. O nosso mercado em Portugal tem a caraterística de ter elevadores muito antigos, que são regulados por normas antigas, que teriam de ser adaptados aos níveis de segurança mais atuais. É verdade que adaptar um elevador aos níveis atuais de segurança implica um esforço económico por parte dos proprietários do elevador, mais as ventagems são mesmo inumeráveis a nível de conforto, segurança, poupança energética, entre outros. A marca Kone Care™ é uma forma de se manterem próximos dos clientes? O nosso setor evoluiu na parte da tecnologia e no dos segmentos de mercado. Em 2008, os nossos maiores clientes eram as empresas de construção civil, quando o mercado estagnou a KONE redefiniu o seu target para o mercado dos contratos de assistência e manutenção dos edifícios. Como somos uma empresa Finlandesa está no nosso ADN a preocupação e respeito ambiental, por isso, a KONE não fabrica elevadores hidráulicos porque estes, além de causarem desconforto na viagem, necessitam de um óleo altamente tóxico, difícil de eliminar e não pode ser reciclado; outra medida ambiental da KONE é a aposta ainda mais forte na implementação das novas tecnologias para acabar com o consumo do papel. Os nossos técnicos utilizam tablets no decorrer do seu trabalho diário, com o fim de poupar em papel.

Existem fatores que diferenciam a KONE das outras empresas similares? Prestamos serviços de remoção total do elevador e colocação de um novo, somos líderes de mercado neste tipo de operação. Com o nosso producto KONE NanoSpace® conseguimos retirar um elevador de pouca capacidade e colocar um de maior lotação, podemos por um elevador com capacidade para 6 pessoas en elevadores con capacidades muito inferiores, e quase sem alterar a caixa do elevador existente. Este é um dos fatores de maior diferenciação que temos em relação à concorrência. A outra operação em que também somos líderes é na mordernização dos elevadores, disponibilizando produtos que se adaptam a qualquer elevador existente no mercado, com productos como o o comando KONE Resolve 220® ou Regenerate®. Defina a KONE Portugal. Não há uma empresa igual! Tecnologia e investimento são as palavras que melhor definem a KONE, por isso é que estamos no ranking mundial das empresas que mais investem. Neste momento somos das poucas empresas que fazem manutenção remota e conseguimos antecipar erros e pequenas avarias através das nossas aplicações, e seguimos atualizando nossos serviços às novas demandas dos nossos clientes. É mesmo iminente o lançamento duma nova app, “KONE Mobile” com a qual todos os clientes de KONE vão ter disponíveis informação em tempo real dos seus equipamentos. Temos de acompanhar a revolução digital que está ocorrendo no nosso mundo!


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Mobilidade em altura – GRUPNOR Junho 2016

Confiança, transparência e ética Uma viagem ao seio da GRUPNOR.

A GRUPNOR é líder na implementação de soluções para elevadores. Como e quando surgiu a GRUPNOR? A GRUPNOR foi fundada em 1979. Nasceu com a expansão do mercado habitacional e das obras públicas e cresceu graças à política empresarial focada nas relações entre parceiros de negócio e colaboradores sob a égide da confiança, da transparência, da ética e do respeito mútuo. Como tem crescido a GRUPNOR e qual a estratégia empresarial adotada para acompanhar as necessidades do mercado?

Foi delineada, inicialmente, para atuar como empresa instaladora de elevadores mas foi ganhando competência no negócio e passou a integrar o processo de fabrico e o processo de manutenção de elevadores. A atividade de manutenção de elevadores que surgiu na sequência da atividade principal, como um complemento da venda, é atualmente a área de negócio responsável pela maior absorção de recursos humanos e técnicos, que gera maior valor e também o negócio da empresa com maior potencial de crescimento. A GRUPNOR também têm apostado na Reabilitação Urbana. A GRUPNOR tem sido distinguida com alguns prémios. Qual é a vossa caraterística distintiva? Qual é o vosso segredo de sucesso? Preocupamo-nos em crescer de forma sustentada. Alicerçamos o nosso crescimento na nossa capacidade para gerar e para criar valor. Temos know-how, estrutura própria, capacidade financeira e pessoas muito competentes a fazer com que a nossa empresa seja cada vez melhor e mais competitiva. Em 1996 deram início ao processo de exportação. Em que mercados estão presentes e qual é o peso da vossa exportação? Já vendemos e instalamos elevadores em vários pontos do mundo: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Reino Unido, Rússia e Brasil. Alguns dos nossos clientes longínquos fazem questão em manter os equipamentos sob a assistência direta dos nossos serviços, apesar da distância que nos separa. Estamos presentes fisicamente no mercado de Angola através da GRUPNOR Angola e no mercado de cabo Verde através da GRUPNOR Cabo

Verde. A exportação este ano ultrapassará os 15% do Volume de vendas da n/ empresa. Quais são os vossos principais produtos? Que tipo de soluções oferecem? Oferecemos indistintamente elevadores standard ou à medida do espaço, do ambiente, da funcionalidade ou da utilidade que é esperada dos mesmos. Oferecemos por isso, soluções convencionais ou diferenciadas mas sempre com elevados padrões de SEGURANÇA E QUALIDADE. Para isso recorremos ao nosso departamento de desenvolvimento e projeto que assegura as melhores soluções para cada caso. Além de elevadores também instalamos escadas e tapetes rolantes, pequenos e grandes monta-cargas, plataformas de carga, monta-autos, plataformas e cadeiras elevatórias de escada. Como se têm adaptado às novas tecnologias? Em que modernizações têm apostado? Somos tecnológico-dependentes das tecnologias da informação e da comunicação. Estamos atentos aos lançamentos e às novidades das tecnologias que vão aparecendo. Investimos em soluções tecnológicas e informáticas capazes de corresponder às nossas necessidades, preocupações e expectativas. Recentemente modernizamos o nosso sistema de comunicações e de interação com os nossos clientes e parceiros de negócio. Está em curso um investimento em tecnologias da informação e da comunicação direcionado para a performance da mobilidade dos nossos técnicos e para a eficiência dos nossos serviços. Os serviços de assistência técnica são

ELEVATORS ENGINEERING THINK QUALITY BUY GRUPNOR www.grupnor.pt A ENGENHARIA AO SERVIÇO DOS TRANSPORTES VERTICAIS

uma área importante na empresa. Quantos colaboradores têm a trabalhar na empresa atualmente? Como carateriza a equipa? O Grupo conta atualmente com cerca de 90 colaboradores. É uma equipa unida, dedicada, empenhada e muito capaz. As pessoas gostam de trabalhar na empresa e sentem-se parte dela. Quais são os vossos principais clientes e qual é o perfil desses clientes? Poderia indicar algumas obras de referência? Todos os clientes são importantes, todos são diferentes mas todos escolheram elevadores GRUPNOR. Por isso a todos queremos servir bem. Algumas obras de referência são os Hospitais Senhor do Bonfim, Edifícios Tagus Park, Edifício Vodafone Boavista, Hotel Zombo e Hotel Praia Shopping. Em 2007 ampliaram as instalações. Qual é a área e a capacidade das vossas instalações na atualidade? Atualmente possuímos cerca de 4500 metros quadrados e estamos localizados numa zona Industrial. Beneficiamos da proximidade e do fácil acesso a boas vias rodoviárias, ferroviárias, aéreas e marítimas. Por onde passa o futuro da GRUPNOR? Quais são os vossos objetivos a curto e médio prazo? O futuro da GRUPNOR passa pela continuidade das políticas que nos têm feito crescer e que estão direcionadas para a criação de valor e para a prática dos valores que consideramos básicos na n/organização. Honestidade, ética profissional, transparência, competência, dedicação e capacidade técnica. A curto-prazo a GRUPNOR espera desenvolver um elevador com preço ainda mais competitivo que vá de encontro das expectativas de alguns clientes que assentam a sua escolha com base no preço. A médio e longo prazo a GRUPNOR perspetiva assegurar o crescimento do negócio principal de forma sustentável e diversificar a sua atividade para outras áreas de negócio.

PORTUGAL Delegações: Coimbra | Lisboa | Algarve Fábrica/Sede: Urb. Ind. Árvore Rua C – Lugar da Varziela 4480-621 Vila do Conde Tlf.: 252 615 279 REPRESENTAÇÕES Angola – Luanda Tlf.:+244 949 422 711 Cabo Verde – Cidade da Praia Tlf.:+238 939 69 29


Mobilidade em altura – DOPPELMAYR Junho 2016

A referência mundial em teleféricos ção e manutenção. Esta opção deveu-se ao facto de esta infraestrutura, também conhecida como Teleférico da Expo, ser um dos pontos de visita turística obrigatórios em Lisboa.

Responsável pela Telecabine de Lisboa – Grupo Doppelmayer – (um dos três únicos projetos mundiais do qual a Doppelmayr mantém a exploração) Emilio Esco Sampiériz confessa, à equipa do País Positivo, ter outro projeto que ambiciona ver realizado: a ligação, via teleférico, das duas margens do rio Tejo. A Doppelmayr fabrica os teleféricos, mas normalmente não assume a sua exploração. O que motivou esta opção? O teleférico é propriedade da empresa Telecabine Lisboa – Grupo Doppelmayer, que é responsável pela sua explora-

A criação de alternativas ao transporte marítimo e rodoviário é urgente? Acredito que sim, não só por causa das questões ambientais, mas também porque é necessário criar novas formas de acessibilidade à cidade. Os utilizadores deixarão de ter os constrangimentos

O início desta obra está prevista para quando? Ainda não temos data prevista para o seu início. Já apresentei o projeto às entidades competentes, como a Câmara Municipal de Almada e de Lisboa, mas ainda não obtive nenhuma resposta oficial. A Doppelmayr Portugal vai ser criada ainda este ano? Sim. Vamos apresentar aDoppelmayr Portugal ainda este ano.Com a abertura desta nova filial pretendemos abrir a porta aos PALOP`s e outros países de língua portuguesa, à semelhança do que acontece com a Doppelmayr Espanha que se expandiu com projetos para a América Latina.

Ligação Cacilhas-Cais do Sodré: Avaliação preliminar da inserção física CENÁRIO I

Definições base do projeto

Copyright TIS 2013

“Há dois fabricantes de teleféricos no mundo e a Doppelmayr é o maior, somos os líderes na tecnologia e engenharia destes equipamentos. Operamos em Portugal através da filial de Espanha, mas vamos criar, a curto prazo, a Doppelmayr Portugal.” Emilio Esco Sampiériz, Gerente e Diretor Técnico Telecabine de Lisboa

A ligação das duas margens do rio Tejo vai ser para transposte turístico ou público? Vai ter as duas vertentes. Pretendo apresentar uma alternativa para as pessoas que diariamente atravessam o rio para vir trabalhar e ter um cartão de visita para os turistas que visitam a área metropolitana de Lisboa. Tive essa ideia há muito tempo atrás quando me apercebi dos problemas da mobilidade que há entre as duas cidades à beira rio e de ver o sucesso de projetos similares no Vietname e no Japão.

normais e naturais, como as entempéries ou dificuldades de navegação típicas do inverno ou tempos de espera até ao próximo transporte estar disponível. O teleférico irá poder ser utilizado com ventos fortes e estará sempre disponível, os utilizadores não terão de esperar 10 ou 15 minutos ou enfrentar filas de espera para seguir a sua viagem.

TORRE 1 Profundidade aproximada: 25 m Página

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MOVIMENTO INTELIGENTE

TORRE 2 Profundidade aproximada: 25 m

TORRE 3 Profundidade aproximada: 8 m


União de Freguesias de Alamargem do Bispo e Montelavar Junho 2016

A união da beleza das paisagens e da força das tradições Rodeada por Mafra, Loures e Odivelas, a União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar encerra paisagens de beleza extraordinária, pautadas pelos verdes campos e belas serras, a apenas 30 minutos da capital. O País Positivo entrevistou Rui Maximiano, presidente da junta de freguesia, que revelou toda a vida, energia e tradições que a sua terra e gentes possuem.

A nordeste da cidade de Sintra, encontramos Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, a união de freguesias que mescla o rural com o urbano, as suas zonas agrícolas, com o contraste da energia das atividades industriais. Tudo isto une-se em quase 65 km2 de área e graças à força e determinação da sua população, composta por mais de 16.700 pessoas. Com um longo percurso na vida política de Almargem do Bispo, através do cumprimento de quatro mandatos, Rui Maximiano foi o escolhido para dirigir as três freguesias aquando a união destas, há três anos atrás. Neste sentido, explica: ‘Fui o último presidente de Almargem do Bispo e sou o primeiro da União de Freguesias. É evidente que a experiência ajuda, contudo, este cargo é bastante exigente. Temos problemas dos mais variados níveis, desde os mais básicos, como a manutenção das estradas, como os mais difíceis, que, neste momento, é a construção de um Centro de Saúde. Não tenho dúvidas que este é um cargo que requer uma grande dedicação, vontade e gosto. É o segredo de quem quer ser autarca: a vontade de fazer bem pela sua terra e pela sua gente’. Em retrospetiva, começando pelo momento de reorganização administrativa do território das freguesias, o primeiro ano do mandato teve os seus desafios de adapta-

ção e organização. Pelas palavras do presidente “foi colocar três freguesias a funcionar como uma só. Parecendo que é algo simples, está longe de o ser. Eram três instituições distintas, com modos de atuação diferentes”. Face a estas condicionantes, a empreitada da equipa da junta foi a de conseguir seguir uma ‘política de manutenção da identidade histórica dos lugares’, através, por exemplo, da realização de ‘reuniões descentralizadas por todas as localidades. Todos os meses vamos a uma freguesia diferente’, afirmando, em tom de brincadeira, “somos um pouco itinerantes”. Outra das medidas tomadas para proteger o apoio eficaz à população, foi a de manter as três secretarias para atendimento ao público, tanto ao nível administrativo, como ao nível do apoio social. “Todos os serviços de front office estão a funcionar quase como se de três freguesias se tratassem e conseguimos racionalizar o back office, ao colocá-lo na sede, por ser o edifício que apresentava mais condições”, adianta o nosso entrevistado, revelando que outro dos objetivos foi o de reunir “uma equipa diversa e conhecedora de todas as freguesias” e, assim, manter “a representatividade”. O APOIO SOCIAL COMO PRIORIDADE Nestes cerca de três anos de manda-

to, a prioridade tem sido uma: o apoio social prestado à população. De acordo com Rui Maximiano, a junta tem realizado ‘uma forte atividade no âmbito do apoio social, junto dos desempregados e desfavorecidos. Temos, neste momento, os canais bem oleados para os órgãos públicos, como a Segurança Social e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas também possuímos alguns recursos internos próprios, como o apoio alimentar e a loja social, com roupa e bens que as pessoas disponibilizam”. A terceira idade é também um dos focos da junta, que dedica várias atividades e promove diversas parcerias, com o intuito de manter a população mais velha tão ativa e acompanhada quanto possível. A CULTURA E O DESPORTO, RECEITA PARA UMA POPULAÇÃO ATIVA E FELIZ Uma zona tipicamente campestre, com características próprias da cultura do campo e das lavadeiras, levou à criação de vários ranchos folclóricos nas freguesias, sendo que o mais antigo conta já com 50 anos. Neste aspeto, o nosso entrevistado não hesita em afirmar que ‘ao nível da cultura, temos que dar um grande destaque aos nossos ranchos folclóricos, já que, de onze que existem no concelho de Sitra,

três são nossos’. Para continuarem a levar a sua tradição, não só a todos os cantos da União de Freguesias, como pelo país fora, o executivo oferece-lhes apoio, no que toca às deslocações e ao nível financeiro, para a concretização das suas atividades. ‘Fazem parte dos ranchos pequenos e graúdos e é visível, entre todos, um grande associativismo e convívio, que vai para além da prática do folclore’, sublinha. Ainda no âmbito da cultura, Rui Maximiano destaca a Gala Anual da Cultura, um evento que este ano está previsto acontecer em setembro, organizado pela União de freguesias, em Montelavar, onde grupos corais de associações de reformados, artistas individuais da terra e os ranchos folclóricos têm a oportunidade de atuar num grande palco, com todas as condições para um verdadeiro evento inesquecível. A prática do desporto também tem uma forte importância na vida dos habitantes da união. Prova disso, são as centenas de jovens que praticam futebol, destacando-se aqui o Clube Atlético Pêro Pinheiro, fundado há mais de 70 anos. Ciente da importância deste desporto, este ano a junta de freguesia vai levar a cabo a 11ª Edição de Futebol de Salão, entre setembro e novembro. ‘As coletividades inscrevem as equipas nos vários escalões que o torneio oferece e, durante três meses, são realizados os jogos, que chegam a ter assistências na ordem das 12 mil pessoas’, esclarece o representante da junta. O FAMOSO LEITÃO DE NEGRAIS Porque milhares são aqueles que se deslocam de longe, para provar o famoso leitão de Negrais, este ano vai ser retomado o Festival de Leitão, evento a realizar-se no mês de julho. ‘O leitão à moda de Negrais é um produto com tradição secular, que surgiu por influência da região de Leiria, mas que é diferente do da Mealhada, por ser espalmado e, desta forma, o sabor ficar bastante diferente. O evento vai contar com a participação dos restaurantes da terra, que vão oferecer um menu próprio do festival, e ainda vamos ter muitas tasquinhas a preparar o nosso petisco, para a degustação em ambiente de rua’, conta-nos o presidente. Esta será uma oportunidade para o turismo da União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, que possui tantas riquezas gastronómicas, como culturais e paisagísticas.



LICENCIATURAS|MESTRADOS INTEGRADOS

MESTRADOS

AGRONOMIA ARQUITETURA PAISAGISTA BIOLOGIA BIOLOGIA HUMANA BIOQUÍMICA BIOTECNOLOGIA CIÊNCIA E TECNOLOGIA ANIMAL CIÊNCIAS DO DESPORTO ECOLOGIA E AMBIENTE ENGENHARIA DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS ENGENHARIA INFORMÁTICA ENGENHARIA MECATRÓNICA GEOGRAFIA GEOLOGIA MATEMÁTICA APLICADA À ECONOMIA E À GESTÃO MEDICINA VETERINÁRIA MESTRADO INTEGRADO QUÍMICA REABILITAÇÃO PSICOMOTORA

ARQUITETURA PAISAGISTA BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO BIOQUÍMICA CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA TERRA, DA ATMOSFERA E DO ESPAÇO DIREÇÃO E GESTÃO DESPORTIVA ECOLOGIA DA PAISAGEM ENGENHARIA AGRONÓMICA ENGENHARIA DA ENERGIA SOLAR ENGENHARIA FLORESTAL: SISTEMAS MEDITERRÂNICOS ENGENHARIA GEOLÓGICA ENGENHARIA INFORMÁTICA ENGENHARIA INFORMÁTICA (E-LEARNING) ENGENHARIA MECATRÓNICA ENGENHARIA ZOOTÉCNICA EXERCÍCIO E SAÚDE GESTÃO E CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS (CURSO EM ASSOCIAÇÃO) GESTÃO E POLÍTICAS AMBIENTAIS MODELAÇÃO ESTATÍSTICA E ANÁLISE DE DADOS OLIVICULTURA E AZEITE PALEONTOLOGIA PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL QUÍMICA

www.ect.uevora.pt www.oferta.uevora.pt GABINETE DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR Telf. 266 760 220 | gaes@uevora.pt



OFERTA FORMATIVA

A oferta formativa de ciclos de estudos conferentes de grau para o ano letivo

2016-2017 é a seguinte:

LICENCIATURA

Direito Direito (curso pós-laboral)

MESTRADO EM DIREITO E PRÁTICA JURÍDICA Especialidades:

Ciências Jurídico-Forenses Direito da Empresa Direito Penal Direito Civil Direito Intelectual Direito dos Transportes Direitos Fundamentais Direito Administrativo e Administração Pública Direito do Ambiente, dos Recursos Naturais e da Energia Direito Internacional e Relações Internacionais Economia e Políticas Públicas Direito Financeiro e Fiscal Direito da Concorrência e da Regulação MESTRADO EM DIREITO E CIÊNCIA JURÍDICA Especialidades:

Direito Civil Direito Penal e Ciências Criminais Direito Laboral Direito Comercial Direito Bancário e dos Seguros Direito Intelectual Direito Marítimo e Direito do Mar Direito Comercial Internacional Direito Anglo-Saxónico Ciências Jurídico-Filosóficas Direito da União Europeia

Ciências Jurídico-Políticas Ciências Jurídico-Ambientais Ciências Jurídico-Internacionais Direitos Fundamentais Direito Administrativo Direito Constitucional Direito e Economia Direito Fiscal Direito Financeiro e Económico Global História do Direito Teoria do Direito DOUTORAMENTO EM DIREITO Especialidades:

Ciências Jurídico-Civis Ciências Jurídico-Empresariais Ciências Jurídico-Criminais Ciências Jurídico-Políticas Ciências Jurídico-Internacionais e Europeias Direito e Economia Direito Fiscal Direito Financeiro e Económico Global História do Direito Teoria do Direito Direito Romano MESTRADO EM INTERIORIDADE E RELAÇÕES TRANSFRONTEIRIÇAS

Tendo em vista a formação pós-graduada (Mestrado e Doutoramento), a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa empenhou-se numa profunda reestruturação, principalmente dos mestrados, iniciando-se neste ano letivo de 2016/2017 os novos Cursos de Mestrado e de Doutoramento. No século XXI, com uma crescente complexidade jurídico-económica e numa sociedade cada vez mais competitiva e exigente, na sequência da licenciatura, impõe-se prosseguir os estudos, devendo a escolha recair numa área de interesse do formando, desde que seja assegurada a qualidade do ensino. A Faculdade de Direito, além da ampla oferta de uma formação posterior à licenciatura, inigualável no plano nacional, com cursos de doutoramento e de mestrado em quatro áreas científicas (Históricas, Económicas, Políticas e Jurídicas) e especialização numa multiplicidade de ramos do saber, desde os tradicionais e abrangentes direito penal e direito fiscal, a especializações em ambiente, bancário, transportes ou concorrência, possui o maior corpo de doutores de faculdades de direito portuguesas, que prestaram as mais exigentes provas na respetiva formação. A oferta pós-graduada da Faculdade de Direito – tanto em especializações como em qualidade – não encontra paralelo em instituições de ensino superior portuguesas. O Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Prof. Doutor Pedro Romano Martinez

Enquanto centro de saber jurídico de reconhecida qualidade, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa disponibiliza um conjunto de cursos de Mestrado (Direito e prática jurídica e Direito e ciência jurídica), de Doutoramento e de certificação não conferente de grau (geral e pós-doutoramento), numa vasta gama de matérias (Históricas, Económicas, Políticas e Jurídicas), ao nível da especialização profissional, da formação sectorial aprofundada e da investigação científica. Aprovados pelo Conselho Científico e acreditados pela agência pública competente para o efeito, têm como destinatários, nacionais ou estrangeiros, tanto em geral como falantes de língua portuguesa. O Presidente do Conselho Científico Prof. Doutor José Artur Duarte Nogueira

Em colaboração com o ICS – Instituto de Ciências Sociais

Para mais informações: posgraduados@fd.ulisboa.pt CANDIDATURAS* 1ª FASE: junho e julho 2ª FASE: 2.ª quinzena de agosto * As datas exatas estão disponíveis em www.fd.ulisboa.pt

“O Mestrado Científico na Faculdade de Direito de Lisboa é uma aposta que faz todo o sentido para quem pretende, neste grau de formação, apostar num ensino que privilegie a investigação e o pensamento crítico. Graças à ampla autonomia pedagógica, ao corpo docente prestigiado e atento e aos programas com conteúdos actuais e inovadores, este mestrado é uma mais-valia não só para quem pretende seguir a vida académica mas para qualquer pessoa que se pretenda debruçar, com profundidade, em matérias jurídicas de uma complexidade elevada e ficar com conhecimentos sólidos sobre os mais diversos temas.” José Miguel Vitorino, mestrando Científico em Direito Administrativo

Cidade Universitária, Alameda da Universidade, 1649-014 Lisboa – Portugal Tel. + (351) 217 984 600 – Fax. + (351) 217 984 603 – www.fd.ulisboa.pt


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