há algo muito estranho no ar
Diego Meneghetti Pedro Piccinini eDição Tiago Jokura TexTo
ilusTra e Design
Corpos que voam com velocidades incríveis, emitindo luzes capazes de cegar e deixando marcas no chão e em pessoas. Relatos de quem já viu um objeto voador não identificado (óvni) são cheios de mistério e um quê de charlatanismo. Os ufólogos – gente que investiga essas ocorrências – afirmam que 95% dos avistamentos
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março 2013
de disco voador são engano: na maioria das vezes, não passam de um equipamento aéreo incomum, um fenômeno eletromagnético ou pura invenção. De olho na estatística, MUNDO ESTRANHO reuniu casos cheios de evidências, documentados por governos e que nem investigações militares minuciosas conseguiram explicar.
há algo muito estranho no ar
Diego Meneghetti Pedro Piccinini eDição Tiago Jokura TexTo
ilusTra e Design
Corpos que voam com velocidades incríveis, emitindo luzes capazes de cegar e deixando marcas no chão e em pessoas. Relatos de quem já viu um objeto voador não identificado (óvni) são cheios de mistério e um quê de charlatanismo. Os ufólogos – gente que investiga essas ocorrências – afirmam que 95% dos avistamentos
16
março 2013
de disco voador são engano: na maioria das vezes, não passam de um equipamento aéreo incomum, um fenômeno eletromagnético ou pura invenção. De olho na estatística, MUNDO ESTRANHO reuniu casos cheios de evidências, documentados por governos e que nem investigações militares minuciosas conseguiram explicar.
roswell (eUA), 1947 Um dos incidentes mais investigados da história permanece sem explicação, abrindo margem para teorias conspiratórias
Foi sem querer...
achados e perdidos
por baixo do pano
O fazendeiro William Mac Brazel era acostumado a encontrar peças de balões meteorológicos em sua propriedade, a cerca de 50 km de Roswell, sudoeste dos EUA. Em 1947, descobriu que a imprensa tinha interesse por evidências de alienígenas na região e só então deu atenção a destroços incomuns que apareceram no rancho
O major Jesse Marcel foi até o local resgatar o que havia caído do céu. A notícia se espalhou e o jornal Roswell Daily Record publicou, em 8 de julho, que a Força Aérea havia capturado um disco voador. No dia seguinte, porém, o jornal se retratou, explicando que os destroços eram de um balão meteorológico
O incidente ficou esquecido por 30 anos, até uma entrevista de Jesse ao ufólogo Stanton Terry Friedman, em 1978. O major acreditava que os destroços fossem de uma nave alien. Desde então, o caso tem sido investigado por ufólogos, que acreditam que o Exército dos EUA tenha encoberto a descoberta de naves tripuladas
Em 2011, o FBI divulgou um relatório, datado de 1950. São citadas três naves, de 1 m de diâmetro, cada uma ocupada por três pequenos corpos
versão oFicial
herança high-tech Em 1997, o coronel Philip Corso revelou, no livro The Day After Roswell, sua participação em um projeto secreto que investigava destroços de óvnis. Segundo o autor, as peças encontradas em Roswell foram base para o desenvolvimento de tecnologias como raio laser, fibra óptica, visão noturna, Kevlar e circuito integrado
Em 1994, o governo se pronunciou: os destroços de Roswell eram parte do projeto secreto Mogul, que usava balões equipados para detectar testes nucleares soviéticos. Três anos depois, outro relatório oficial afirmou que os supostos corpos de alienígenas eram bonecos, também usados em projetos secretos
A sigla UFO (Unidentified Flying Object) é muito usada como sinônimo de óvni
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ARIZONA (EUA), 1975 Após ser abduzido por ETs, Travis Walton confirmou sua experiência no teste do polígrafo
Travis Walton narrou sua abdução no livro The Walton Experience, publicado em 1978. Em 1993, a história virou o filme Fogo no Céu
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luz arrebatadora
verdade à prova
batalha de ets
Em 5 de novembro de 1975, o lenhador Travis Walton e cinco colegas voltavam para casa quando viram uma luz vinda detrás de uma colina. Quando se aproximaram, notaram que a origem era um objeto de 6 m em forma de disco. Um raio de luz azul atingiu Walton no peito. Assustados, os amigos correram e o deixaram para trás
Walton sumiu por cinco dias, gerando suspeitas de ter sido assassinado. O relato dos amigos (principais suspeitos do crime), porém, foi confirmado em testes com polígrafo. O equipamento também validou o depoimento de Walton, reaparecido a 80 km do local do avistamento: ele teria sido abduzido por ETs, que o examinaram
Os aliens foram descritos como baixinhos, cabeçudos e com olhos ovalados. Vinte anos após publicar um livro sobre o episódio, Walton revelou: dentro do óvni, ele teria sido salvo por outra raça extraterrestre, que apresentava forma humanoide, com cabelos ruivos e roupas azuis
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SUDESTE Do braSil, 1986 Um dos avistamentos mais documentados da história envolveu até caças da Força Aérea Brasileira (FAB) rastro no escuro Em 19 de maio, uma revoada de óvnis foi detectada pelas torres de controle dos aeroportos de São José dos Campos e de São Paulo. O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I), em Brasília, confirmou no radar a presença de 21 objetos congestionando o tráfego aéreo
O app para iOS UFO Connect (US$ 1,99) contém instruções para investigar óvnis. Dá até para compartilhar fotos de avistamentos. Baixe em ufoconnect.com
ofensiva militar Com o espaço aéreo ameaçado, o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro enviou um caça F-5E da Base Aérea de Santa Cruz (RJ) para interceptar os óvnis e três jatos Mirage III decolaram de Anápolis (GO) para ajudar na busca. Os pilotos avistaram pontos luminosos que faziam ziguezague a mais de 1.000 km/h
versão oficial Em 2009, 23 anos após o evento, a FAB divulgou um relatório oficial do caso, afirmando que os objetos vistos naquela noite eram “sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados”
noite oficial dos ufos Os jatos não detiveram os objetos, que sumiram rumo ao litoral sem deixar rastro. No dia seguinte, o ministro da Aeronáutica, brigadeiro Moreira Lima, junto aos pilotos dos caças, concedeu uma entrevista coletiva, detalhando a operação. Foi a primeira vez que autoridades militares brasileiras admitiram ter visto óvnis Março 2013
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kapustin yar (urss), 1988 O imenso território russo também esconde antigos casos de óvnis
ÁREA 51 RUSSA Em meio à Guerra Fria, os soviéticos tinham instalações militares secretas, como Kapustin Yar, um sofisticado centro de testes de foguetes. Em funcionamento até hoje, a base foi uma das regiões mais vigiadas pelos EUA, pois lá poderiam estar as pesquisas que deram a vitória aos russos na corrida espacial
bAtAlhA AéREA O piloto travou um combate de três minutos contra o óvni, que emanava uma luz brilhante. Ao lançar um míssil, o objeto “revidou” com um feixe de partículas. Os relatórios sugerem que o MIG e o óvni foram abatidos. Assim como em Roswell, os militares resgataram os destroços sem alarde
tEcnologiA dE pontA Acredita-se que em Kapustin Yar fizessem engenharia reversa para copiar a tecnologia de naves capturadas de origem norteamericana, alemã e até ET. Um dos casos teria rolado em 1948: um óvni metálico e em forma de charuto foi avistado pelo piloto de um caça MIG a 10 km da base
oceano pacífico, 1990 Ufólogos acreditam que quase metade dos eventos inexplicáveis aconteça nos oceanos, dentro e fora d’água fantasmas do mar
em alto-mar
Também há registros de eventos estranhos avistados no mar, como corpos que navegam a velocidades incríveis, interferências nos instrumentos de bordo de submarinos e outras bizarrices. Esses casos de objetos submarinos não identificados (osnis) também são pesquisados por ufólogos
Em 1990, tripulantes de um contratorpedeiro russo presenciaram um objeto de 10 m de comprimento e sem janelas emergir e se afastar devagar, emitindo luzes coloridas. De repente, o osni levantou voo e sumiu. O capitão do navio, Nikolai Petrov, diz ter testemunhado seis avistamentos desse tipo
espaço sideral, 1981 Os relatos de astronautas sobre objetos, sons e fenômenos estranhos inundam a literatura ufológica contato imediato A nave russa Soyuz T-4, com o comandante Vladimir Kovalenok e o engenheiro de voo Viktor Savinikh a bordo, aportou na estação orbital soviética Salyut 6. Dois meses depois, os cosmonautas tiveram contato visual com um óvni esférico, de 8 m de diâmetro, tripulado por três ETs
nada de papo O caso foi revelado pelo tenente-general Beregovoy em uma reunião com líderes, cientistas e ufólogos soviéticos. Há relatos de que os cosmonautas teriam feito um vídeo de 45 minutos, que permanece secreto, no qual se veem os aliens fora do óvni. Eles teriam começado contato, mas foram proibidos de jogar conversa fora março 2013
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Hollanda Lima cometeu suicídio dois meses depois da entrevista que deu em 1997. Ela pode ser lida em abr.io/ovnicolares
Pará (brasil), 1977 A FAB montou uma operação para investigar estranhos fenômenos relatados pela população amazônica luzes, ação Entre 1976 e 1978, moradores da região da ilha de Colares (PA) avistaram estranhas luzes no céu. Essas aparições seriam hostis, causando paralisia e queimaduras na pele, após “chuparem” o sangue das pessoas. O evento causou histeria na população, que buscava até explicações religiosas para o fenômeno
militares na área Em 1977, após a imprensa alertar sobre os “chupachupa” (nome popular do fenômeno), a Aeronáutica enviou mais de 60 pessoas para investigar e manter a ordem. Durante quatro meses, os militares da Operação Prato testemunharam os mesmos fenômenos relatados pela população
investigação séria Foi a primeira vez que uma força armada brasileira esteve publicamente envolvida na investigação de óvnis. Os militares documentaram todos os relatos (inclusive deles próprios) em textos, fotos e vídeos. Em 2009, o governo divulgou parte do relatório, mas, segundo ufólogos, milhares de páginas e horas de vídeos ainda estão em sigilo 22
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revelação BomBástiCa Os documentos liberados pelo governo não são conclusivos, mas atestam as informações que o capitão Uyrangê Hollanda Lima, líder da operação, revelou em uma entrevista de 1997: os militares teriam testemunhado naves de vários formatos e tamanhos, algumas com dezenas de metros de diâmetro
mib brasileiro Aeronáutica já teve um departamento para a investigação de óvnis
O Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani) foi criado em 1969 e composto de pesquisadores civis e militares. Segundo os ufólogos, o projeto tinha grande rigor em suas investigações, mas foi cancelado em 1972 devido ao ceticismo dos militares.
Desde então, o Brasil não teve nenhum órgão oficial para investigar UFOs, mas segue com diretrizes para o registro de qualquer objeto estranho no ar por meio do formulário de Tráfego Hotel, que todo piloto precisa preencher em caso de avistamento.
TEERÃ (IRÃ), 1976 Uma das regiões com mais avistamentos de óvnis no mundo reúne casos impressionantes, como essa perseguição aérea
falso planeta Moradores de Teerã alertaram a Força Aérea Iraniana (FAI) de que um óvni sobrevoava a cidade. No primeiro momento, os oficiais acreditaram se tratar de Vênus, mas os relatos não paravam de chegar. Ao investigarem o que havia no céu, notaram que o objeto era maior e mais brilhante do que o planeta
vai lá ver o que é
caçada teimosa
surpresa!
todos de prova
Um caça F-4 Phantom foi enviado para interceptar o UFO. O avião decolou na Base Aérea de Shahrokhi, a mais de 280 km da capital. No meio do caminho, apresentou falhas no sistema de comunicação e nos instrumentos de voo. O piloto teve que retornar para a base e, ao se distanciar de Teerã, tudo voltou ao normal
Uma nova perseguição foi feita com outro caça. Dessa vez, o avião conseguiu se aproximar do objeto, voando acima dos 1.200 km/h. Os radares já detectavam o UFO, mostrando que ele tinha mais de 45 m de comprimento. Segundo o piloto Jafari, o objeto tinha luzes coloridas, que se alinhavam em forma de triângulo
Jafari viu um pequeno objeto sair de dentro do óvni e se aproximar do caça, a toda velocidade. Ameaçado, tentou lançar um míssil, mas o painel de armamentos falhou, prejudicando a comunicação com a base. O piloto fez uma manobra evasiva e o objeto retornou à nave-mãe, que acelerou e sumiu de vista
Além do relatório oficial, o caso foi documentado pela Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, que notificou a Casa Branca e a CIA. Em 1994, um piloto iraniano declarou que o UFO teria subido 10 mil metros de altitude, em velocidade de 24 mil km/h – o F-4 Phantom chegava, no máximo, a 2.370 km/h
parece, mas não é Relatos de avistamento são muito parecidos entre si. Por isso, os ufólogos alertam para os tipos de confusão mais comuns entre quem afirma ter visto um óvni
O QUE É AVISTADO Objetos ou luzes brilhantes e coloridas com movimentação ágil e formas “padronizadas”. Além do tradicional disco, o formato pode ser esférico, oval, cilíndrico, triangular, cônico, de bumerangue e de charuto O QUE PODE SER Fenômenos eletromagnéticos, como o raio globular e o fogo de santelmo, nuvens lenticulares (em forma de disco), equipamentos de meteorologia e até mesmo aviões bizarros (ou secretos). Por outro lado, coisas triviais, como um avião comercial visto de frente ou mesmo planetas, estrelas e satélites, podem ser confundidas com óvnis março 2013
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INVESTIGADOR AMADOR Para tentar entender o desconhecido, o trabalho do ufólogo é multidisciplinar e segue uma metodologia diferente para cada caso formação prática Qualquer um pode ser ufólogo, mas não existe curso. O comum é ter outra profissão e investigar óvnis no tempo livre. Na pesquisa, são usados conhecimentos de áreas como física e astronomia. O procedimento parece uma perícia criminal, com entrevistas, coleta e exame de materiais e emissão de um laudo
detetives civis Ao receber um relato de avistamento, o ufólogo instrui a testemunha a isolar o local e não permitir acesso ao ninho (local do pouso do UFO). Como são fenômenos desconhecidos, eles medem a radioatividade, a variação de eletricidade estática e o magnetismo. Tudo precisa ser manipulado com luvas
documentação Testemunhas são entrevistadas e evidências registradas. Eventuais provas materiais são fotografadas de vários ângulos, assim como o local do pouso, do qual também é feito um desenho, que irá receber anotações de GPS. Marcas no solo são documentadas com moldes de gesso
mensagem para nós Os agroglifos (sinais inexplicáveis deixados em plantações) fascinam os ufólogos e existem até no Brasil
Embora haja muita fraude, não há entendimento sobre como marcas geométricas aparecem do nada em campos do mundo inteiro (inclusive do Brasil), já que as plantas e sementes afetadas não são quebradas e apresentam modificações genéticas. Os ufólogos acreditam que há conexão entre essas marcas e os óvnis. Elas seriam um tipo de comunicação que ETs deixariam para a humanidade.
material de coleta
O ufólogo geralmente investiga casos de avistamentos relatados por outras pessoas e não vivenciados por ele mesmo
O ufólogo recolhe amostras de terra e de vegetação até fora do ninho. Tudo é recolhido com cuidado e acondicionado em sacos e frascos. As amostras são encaminhadas a laboratórios (como de cooperativas agrícolas e universidades), onde são feitos exames para encontrar alterações físicas, químicas e biológicas
laudo final Com os resultados das análises e após apurar todas as informações no local do avistamento, o ufólogo cria um relatório que irá atestar ou refutar a legitimidade do avistamento. Esse documento é enviado a quem fez o relato inicial e compartilhado com colegas – a ufologia preza a divulgação do conhecimento
faça parte Entrar em contato com organizações de pesquisa ufológica é a melhor maneira de iniciar investigações. Conheça alguns dos grupos mais respeitados pela comunidade: - Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV): ufo.com.br - Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas (CSPU): cspu.blogspot.com.br - Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET): ebeet.com.br - Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS): geubs.com.br - Movimento Gaúcho de Ufologia (MGU): mgufo.blogspot.com.br
Consultoria Ademar Gevaerd, ufólogo do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores e editor da revista UFO, Paulo Aníbal Mesquita, ufólogo, Roger Marsh, ufólogo, escritor e cineasta da Mutual UFO Network, e Hernán Mosttajo, historiador do Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência fontes Livros UFOs na Rússia, de Philip Mantel e Paul Stonehill, e OSNIs: Objetos Submarinos Não Identificados, de Roberto Pinotti; artigo UFOs no Irã, de Antonio Fontenele; documentários Arquivos Extraterrestres, do History Channel e Prova Infalível: O Caso Roswell, do Discovery; sites ufo.com.br, mufon.com, nuforc.org, seti.org e travis-walton.com
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