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Entrevista 1$',$ 72/2.211,.29$

NATHALIA WATKINS, DE MOSCOU

Ela nรฃo tem medo de Putin Depois de dois anos presa por protestar contra o governo, a integrante do grupo punk Pussy Riot conta como o presidente russo conseguiu calar a oposiรงรฃo e recuperar a popularidade

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Gera, vรกrias vezes a manifestaรงรตes quando ela era ainda menorฤ

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Ao sair da prisรฃo, vocรช percebeu alguma mudanรงa na sociedade russa? 'H SRLV GH DOJXQV PHVHV HP OLEHUGDGH QR WHL TXH PXLWDV SHVVRDV QRV HQFDUDYDP FRP RV ROKRV DUUHJDODGRV (UD HVWUD QKR SRUTXH Qร V GR 3XVV\ 5LRW VRPRV DV PHVPDV GH DQWHV $JLPRV GD PHVPD IRUPD )RL R UHVWR GD VRFLHGDGH TXH PXGRX 2V UXVVRV HVWร R PDLV DSร WLFRV ,VVR DFRQWHFHX SULQFLSDOPHQWH SRU FDXVD GDV UHFHQWHV OHLV FRQWUD SURWHV WRV TXH DXPHQWDUDP D SHUVHJXLร ร R SROร WLFD H DV SHQDV SDUD RV PDQLIHVWDQ WHV $V 21*V SDVVDUDP D VHU UHJLVWUD GDV FRPR jDJHQWHV HVWUDQJHLUDVw LQV SHFLRQDGDV H SHUVHJXLGDV $ GLVSRVL ร ร R SDUD D FODVVH Pร GLD VH PRELOL]DU GLPLQXLX 2V SHTXHQRV EXUJXHVHV FRPR RV FKDPDPRV Vร R H[DWDPHQWH D FODVVH VRFLDO TXH VHULD FDSD] GH WUDQV IRUPDU D LQVDWLVIDร ร R HP DOJR PDLRU H DFDEDU FRP R UHJLPH GH 9ODGLPLU 3XWLQ 1R ร OWLPR GLD GH PDUร R RFRU UHX XP SURWHVWR QD FLGDGH 9LHUDP SHVVRDV 0XLWD JHQWH SRUWDQ

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Entrevista

NADIA TOLOKONNIKOVA

to. Mas eram majoritariamente intelectuais, ou seja, os dissidentes de sempre. A classe mĂŠdia, que participou dos protestos de 2011 e 2012 contra o governo, nĂŁo estava mais presente. Na Ucrânia, em fevereiro, os protestos populares derrubaram o presidente Viktor Yanukovich, um aliado de Moscou. Esse exemplo pode tirar os russos da letargia? A possibilidade de uma mudança na RĂşssia foi postergada. Putin estĂĄ conseguindo alcançar todos os seus objetivos. Um deles era marginalizar a oposição. Ele calou a todos. Putin controla melhor a polĂ­cia do que Yanukovich e ĂŠ um pouco mais inteligente. Yanukovich ĂŠ extremamente idiota. 1R mP GR DQR SDVVDGR GHSRLV GH RUGHnar Ă s forças de segurança que expulsassem na pancada os manifestantes da Praça da IndependĂŞncia, em Kiev, ele apareceu explicando que tinha mandado desocupar o lugar para colocar uma ĂĄrvore de natal. Uma estupidez. Putin tem medo de que ocorra em Moscou o mesmo que em Kiev? Claro que sim. O pavor vem desde 2004, quando ocorreu a Revolução Laranja na Ucrânia, apĂłs uma eleição suspeita. Foi entĂŁo que ele criou movimentos juvenis nacionalistas, como os Nashi. Esses jovens seriam os responsĂĄveis por resistir ao que eles chamam de “ameaça laranjaâ€? (movimento popular contra a corrupção e pela adesĂŁo da Ucrânia Ă Europa). Agora, o temor de Putin ĂŠ que a Ucrânia prospere. Se esse paĂ­s passar por mudanças positivas, mFDUĂ€ LPSRVVĂ‹YHO MXVWLmFDU QRVVR SUĂ?prio sistema corrupto. Uma Ucrânia desenvolvida e democrĂĄtica seria pĂŠssimo para Putin. A maioria dos russos, cerca de 80%, apoia a gestĂŁo de Putin e concorda com a decisĂŁo de anexar a Crimeia. Como explicar esse fenĂ´meno? A alta taxa de aprovação do governo ĂŠ o resultado da manipulação das notĂ­cias e da intensa propaganda estatal. Putin domina todos os meios de comunicação. É muito complicado, para os russos, ter acesso a fontes de informação 22 |

30 DE ABRIL, 2014 |

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ÄŒNa RĂşssia, Madonna

sofreu forte pressĂŁo. Foi ameaçada de morte por nos apoiar e por defender os direitos dos gays. O Ăłdio contra os homossexuais ĂŠ fomentado pelo governo. Por isso a homofobia ĂŠ tĂŁo alta na sociedade russaÄ? que contem o que realmente acontece no paĂ­s. Os jornais independentes estĂŁo sendo comprados e seus editoreschefes, substituĂ­dos. Os veĂ­culos e sites que dĂŁo espaço a opositores ou a denĂşncias de corrupção vĂŞm sendo sistematicamente fechados. De dia e de noite, os porta-vozes do Kremlin dizem sempre a mesma coisa. É uma linguagem uniforme. Entre o pĂşblico, sĂŁo poucos os que suspeitam do que escutam e leem. Ao ligar a televisĂŁo, um cidadĂŁo que nĂŁo se interessa por polĂ­tica e tem apenas dez minutos para se inteirar dos assuntos do momento sĂł pode pensar que Putin ĂŠ um grande homem e que tudo estĂĄ muito bem na Crimeia. A adoração ao presidente se deve muito ao trabalho intensivo de propaganda massiva. HĂĄ trĂŞs meses, antes de essa campanha começar, a imagem de Putin entre a população era diferente. Ele estava muito enfraqueciGR QR mP GH H QR FRPHÆR GH 2012. Agora, com todas as leis contra os protestos e com a onda de propaganda fascista, muitos russos voltaram a acreditar nele. A situação virou e estĂĄ agora a favor de Putin. NĂŁo hĂĄ mais esperança de mudanças, entĂŁo? Existe uma vontade de mudan-

ça, mas que nĂŁo estĂĄ na superfĂ­cie. NĂŁo ĂŠ explicitada. Com a repressĂŁo, a maioria tem medo de dizer o que sente. Percebo que, quando começo a falar sobre minha experiĂŞncia, minha prisĂŁo, outros cidadĂŁos se lembram de que tambĂŠm aconteceram injustiças FRP HOHV FRP VHXV mOKRV RX FRP seu cĂ´njuge. HĂĄ vĂĄrios relatos de autoridades que exigem propina ou de conhecidos que foram presos de forma arbitrĂĄria. NĂŁo existe uma oposição bem articulada, ĂŠ verdade. Mas os cidadĂŁos podem ser contaminados pelo sentimento opositor se alguĂŠm os ajudar e lhes der voz polĂ­tica. Quem poderia exercer esse papel? Os grupos de oposição foram destroçados pouco a pouco. A estratĂŠgia de Putin ĂŠ promover ataques pontuais aos lĂ­deres que se destacam, para que sirvam de exemplo aos demais. Todos sabem muito bem o que acontece com quem age contra o governo. Sergei Udaltsov (polĂ­tico da Frente de Esquerda, acusado de provocar desordem durante protestos em maio de 2012) estĂĄ no segundo ano de prisĂŁo domiciliar. Alexei Navalny (advogado e crĂ­tico da corrupção no governo de Putin, acusado de difamação) serĂĄ julgado em breve. Possivelmente, ele serĂĄ condenado a vĂĄrios anos de cĂĄrcere. O empresĂĄrio Mikhail .KRGRUNRYVN\ mFRX SUHVR SRU TXDVH dez anos. Foi um aviso aos demais oligarcas do que pode acontecer com os poderosos que se metem na polĂ­tica. VocĂŞs tinham liberdade para ler o que quisessem na prisĂŁo? Havia um controle muito forte sobre as obras Ă s quais podĂ­amos ter acesso. Estavam SURLELGRV RV OLYURV GH mORVRmD FRPR os do francĂŞs Gilles Deleuze, toda a literatura que tinha alguma relação com movimentos de protesto ou com dissiGHQWHV H ELRJUDmDV GH SUHVRV HP FDPSRV GH FRQFHQWUDÆÅR 2V JXDUGDV mFDvam sempre muito nervosos quando pedĂ­amos essas coisas. TambĂŠm nĂŁo nos davam revistas que tratavam do tema gay. Nem mesmo aquelas que defendiam a proibição da propaganda gay estavam autorizadas. Mas a reali-

GDGH Ç TXH QĂ…R KDYLD PXLWR WHPSR SDUD HVVH WLSR GH FRLVD 2 REMHWLYR SULQFLSDO GDV DXWRULGDGHV SHQDLV QR SDĂ‹V Ç H[DXULU R SUHVR DWÇ R SRQWR HP TXH HOH GXUPD VHP QHQKXPD IRUÆD SDUD OHU RX VH GHGLFDU D RXWUDV DWLYLGDGHV 2 PHX WUDEDOKR IRUÆDGR FRQVLVWLD HP FRVWXUDU XQLIRUPHV GH PLOLWDUHV Como ĂŠ defender os direitos dos presos na RĂşssia? (X H 0DVKD (Maria Alekhina, integrante do Pussy Riot que WDPEÇP mFRX SUHVa) FRVWXPDPRV YLDMDU SDUD D UHJLĂ…R GH 1L]KQ\ 1RYJRURG H SDUD D 0RUGĂ?YLD RQGH mFDPRV SUHVDV 9LVLWDPRV DV GHWHQWDV OHYDPRV FRPLGD H DQRWDPRV VXDV UHFODPDÆÔHV 'XUDQWH HVVDV YLVLWDV VHPSUH VRPRV DJUHGLGDV (OHV QRV DWDFDP H MRJDP FHUYHMD FKRFD H RXWURV OĂ‹TXLGRV VREUH QĂ?V 6H R Ă–QLFR SUHMXĂ‹]R IRVVH D URXSD QĂ?V DWÇ WR OH UD UĂ‹D PRV PDV 0DVKD DLQGD HVWĂ€ VRIUHQGR FRP DV FRQVHTXĂˆQFLDV GR Ă–OWLPR DWDTXH (OD OHYRX SRQWRV QD WHVWD H WHP GRUHV FRQVWDQWHV QD FDEHÆD 'HSRLV mFRX FRPSURYDGR FOLQLFDPHQWH TXH HOD VRIUHX XPD FRQFXVVĂ…R FHUHEUDO )RPRV Ăƒ SROĂ‹FLD GDU TXHL[D H GHSRLV GH XP PĂˆV QRV GLVVHUDP TXH RV DJHQWHV FRQFOXĂ‹UDP TXH R HVSDQFDPHQWR GH 0DVKD QĂ…R IRL XP FULPH Quem sĂŁo os homens que bateram em vocĂŞs? 1Ă…R VDEHPRV GLUHLWR 'R TXH WH PRV FHUWH]D Ç TXH RV DWDTXHV VĂ…R FRRUGHQDGRV SRU SROLFLDLV 6Ă? LVVR H[SOLFD SRU TXH HOHV VH QHJDP D LQYHVWLJDU DV GHQĂ–QFLDV 1LQJXÇP Ç GHWLGR 0HVPR HP 6RFKL RQGH m]HPRV XP SURWHVWR (GXUDQWH D 2OLPSĂ‹DGD GH ,QYHUQo), RV PLOLWDUHV TXH QRV JROSHDUDP QĂ…R IRUDP VHTXHU LQWHUSHODGRV Ao saĂ­rem da prisĂŁo, vocĂŞs decidiram fundar uma ONG de direitos humanos. Enfrentaram resistĂŞncia das autoridades? 1Ă?V DLQGD HVWDPRV WHQWDQGR UHJLVWUDU QRVVD 21* (P RXWURV SDĂ‹VHV QĂ…R KĂ€ QDGD PDLV LQRIHQVLYR GR TXH GHIHQGHU RV GLUHLWRV GRV SUHVRV 1D 5Ă–VVLD QHJDUDP QRV R SHGLGR GXDV YH]HV 1RVVRV DGYRJDGRV WĂˆP HQIUHQWDGR XPD SUHVVĂ…R IRUWĂ‹VVLPD 8P GHOHV TXH HVWDYD D SRQWR GH UHFHEHU R FDUJR GH MXL] IRL DYLVDGR GH TXH VHXV

ÄŒO temor de Putin ĂŠ

que a Ucrânia prospere. Se esse paĂ­s passar por mudanças positivas, ficarĂĄ impossĂ­vel justificar nosso prĂłprio sistema corrupto. Uma Ucrânia desenvolvida e democrĂĄtica seria pĂŠssimo para PutinÄ? HVIRUÆRV SDUD VHU SURPRYLGR HUDP LQĂ–WHLV SRUTXH PHVPR TXH R DYDOLDGRU R DSURYDVVH HOH WHULD SUREOHPDV FRP RV VXSHULRUHV Como as integrantes do Pussy Riot sĂŁo tratadas quando sĂŁo identificadas pelo povo na rua? 0XLWDV IDPĂ‹OLDV JRVWDP GH WLUDU IRWRV FRP D JHQWH 'L]HP TXH VRPRV FRUDMRVDV H QRV DSRLDP (X JRVWR GH PH LOXGLU H SHQVDU TXH WRGRV JRVWDP GH PLP A brasileira Ana Paula Maciel, integrante do Greenpeace, foi presa depois de protestar contra uma plataforma de petrĂłleo no Ă rtico. Esse episĂłdio tem algo em comum com sua prisĂŁo? 6LP 2V GRLV FDVRV WĂˆP PRWLYDÆÅR SROĂ‹WLFD &XULRVDPHQWH D UHDÆÅR SRSXODU WDPEÇP IRL PXLWR VLPLODU 1D WHOHYLVĂ…R GL]LDP TXH SLUDWDV KDYLDP FDSWXUDGR XPD SODWDIRUPD UXVVD (X HVWDYD QD SULVĂ…R H RXYLD DV GHWHQWDV UHSHWLQGR D PHVPD KLVWĂ?ULD 6Ă? DV SULVLRQHLUDV TXH DFHVVDYDP D LQWHUQHW HQWHQGLDP XP SRXFR PDLV R TXH HVWDYD DFRQWHFHQGR 2 PHVPR VH SDVVRX FRP D JHQWH $ SRSXODÆÅR UHSHWLD R GLVFXUVR HVWDWDO VHJXQGR R TXDO R QRVVR FULPH IRL GDQÆDU HP XP ORFDO RQGH LVVR Ç SURLELGR 6Ă? XPD SHTXHQD

SDUWH GRV FLGDGĂ…RV TXHVWLRQD DV LQIRUPDÆÔHV TXH UHFHEH $ PDLRULD WHQGH D DFUHGLWDU TXH VH DOJXÇP IRL SUHVR Ç SRUTXH IH] DOJR HUUDGR $ GLIHUHQÆD HQWUH R PHX FDVR H R GRV PLOLWDQWHV GR *UHHQSHDFH Ç TXH HQWUH HOHV KDYLD HVWUDQJHLURV ,VVR DMXGRX PXLWR SRUTXH Ç GLIĂ‹FLO UHVLVWLU Ăƒ SUHVVĂ…R GD FRPXQLGDGH LQWHUQDFLRQDO A cantora americana Madonna, em um show na França, colocou uma suĂĄstica sobre uma imagem de Marine Le Pen no palco. Na RĂşssia, ela nĂŁo teve coragem de fazer o mesmo com Putin. Madonna foi covarde? (OD QĂ…R IH] FRLVDV PHQRV UDGLFDLV QD 5Ă–VVLD GR TXH QD )UDQÆD $mQDO HOD LQWHUYHLR HP QRVVR IDYRU QR PRPHQWR HP TXH ÇUDPRV R SULQFLSDO DOYR GH Ă?GLR GR (VWDGR UXVVR )RL XPD DWLWXGH EDVWDQWH DUULVFDGD 0XLWD JHQWH MĂ€ SHUGHX R HPSUHJR QD 5Ă–VVLD SRU QRV GHIHQGHU FRPR IRL R FDVR GH $OH[DQGHU &KHSDUXNKLQ TXH RUJDQL]DYD IHVWLYDLV GH PĂ–VLFD FRP PXLWR VXFHVVR $OÇP GLVVR DTXL QD 5Ă–VVLD 0DGRQQD VRIUHX IRUWH SUHVVĂ…R )RL DPHDÆDGD GH PRUWH SRU QRV DSRLDU H SRU GHIHQGHU RV GLUHLWRV GRV JD\V 2 Ă?GLR FRQWUD RV KRPRVVH[XDLV Ç IRPHQWDGR SHOR JRYHUQR 3RU LVVR D KRPRIRELD Ç WĂ…R DOWD QD QRVVD VRFLHGDGH NĂŁo ĂŠ uma temeridade levar uma filha pequena a uma manifestação, que na RĂşssia sempre pode resultar em repressĂŁo violenta? 'HSHQGH (P SURWHVWRV FRRUGHQDGRV FRP D SUHIHLWXUD QĂ…R Ç SHULJRVR OHYDU FULDQÆDV /HYHL PLQKD mOKD *HUD (de 6 anos), YĂ€ULDV YH]HV TXDQGR HOD HUD DLQGD PHQRU (P DOJXPDV RFDVLĂ”HV QHP VHTXHU KĂ€ SROLFLDLV 1DV PDQLIHVWDÆÔHV VHP DSURYDÆÅR RmFLDO SRUÇP HX QĂ…R OHYDULD PLQKD mOKD Sua carreira musical foi substituĂ­da pela de militante? 6HJXLUHPRV ID]HQGR PĂ–VLFD 1Ă?V UHDYLYDPRV R PRYLPHQWR SXQN TXH FRPHÆRX FRPR PĂ–VLFD SROĂ‹WLFD GH SURWHVWR H GHSRLV VH LQFOLQRX SDUD R ODGR FRPHUFLDO 2 TXH DV 3XVV\ 5LRW m]HUDP IRL WUD]HU GH YROWD R SXQN EUXWR 1Ă…R WHPRV D SUHWHQVĂ…R GH ID]HU ERD PĂ–VLFD 2 TXH TXHUHPRV PHVPR Ç ID]HU PĂ–VLFD UXLP VREUH SROĂ‹WLFD Ă&#x; ÄŁ | '( $%5,/ |

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