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Josias marinho

Real Forte Príncipe da Beira, Rondônia

Josias Marinho de Jesus Gomes é artista, professor e pesquisador. Nasceu em Rondônia, na cidade de Real Forte Príncipe da Beira. Josias já trabalhou com diversas linguagens artísticas, mas atualmente tem dedicado mais tempo na ilustração. O artista já ilustrou dez livros infanto-juvenis, dos quais três receberam indicações internacionais, selecionados para o Bologna Childrens Book Fair FNLIJs Selection Brazilian writers, illustrators and publishers em 2010, 2012 e 2014. Suas produções ilustram a cultura negra e a arte decolonial, o recorte étnico é uma escolha consciente em sua trajetória. Seu interesse pela arte surge desde cedo, o artista experimentava o desenho em diversos suportes. A criação artística sempre o atraía, por isso, Josias transferiu-se para Belo Horizonte onde fez sua graduação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, com Bacharelado e Licenciatura em Artes Visuais (2010). Em seguida, cursou Especialização em História do Brasil: Diversidade Cultural na PUC Minas (2012) e mais recentemente, concluiu o Mestrado em Literatura e Cultura Regional pela Universidade de Roraima (2019). É membro da Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as) - ABPN, da Federação de Arte Educadores do Brasil - FAEB e da ABIPRO –Associação Brasileira de Ilustradores Profissionais.

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PUBLICAÇÕES

Seu primeiro livro infanto juvenil “O Príncipe da beira”, foi lançado em 2011. É um livro cheio de referências da cultura afro-brasileira e também referencias familiares que ilustram as aventuras de um menino negro na cidade de Real Forte Príncipe da Beira. É uma obra de cunho autobiográfico que busca resgatar sua memória afetiva no local onde cresceu. Junto com seus irmãos, o personagem explora a magia e os segredos desse lugar.

Em seu segundo livro, “Benedito”, Josias conta a história de uma criança que tem um tambor mágico(Tambor do Congado) que guarda a memória ancestral do seu povo e a revela a cada batida. Benedito é uma criança que se descobre na batida do tambor do Congado, uma manifestação de fé, canto e dança celebrada por seus familiares e amigos. A narrativa faz alusão à memória do Congado, cerimônia que “reconstrói laços simbólicos com a linhagem de ancestralidade africana brutalmente rompida com a diáspora imposta pela escravidão”. Para os povos africanos o batuque opera o envio e recebimento de mensagens aos ancestrais, além disso, o tambor é importante para preservar a memória oral da sua gente.

ARTE-EDUCAÇÃO EM RORAIMA Em seu trabalho como arte-educador, Josias inspirado na história de Benedito criou a oficina “Desenhando ao som de chocalhos”, onde as crianças calçavam sapatos-carimbo e se movimentavam ao som de chocalhos, fazendo a impressão dos movimentos no chão. A intenção do artista é trazer essa identificação com o personagem e levar a experiência de Benedito aos educandos. Josias atualmente é professor no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima-CAP/UFRR. Busca dar ênfase em Ensino de Arte, Desenho, Ilustração e Plasticidades Populares, desenvolvendo esses temas trazendo sempre aspectos da diversidade multiétnica que nos constitui enquanto povo.

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